quinta-feira, 16 de outubro de 2025

As frases mais polêmicas ditas por nossos líderes políticos: Lula, Bolsonaro, FHC, Dilma, Ciro Gomes - Airton Dirceu Lemmertz

 

O eleitor brasileiro costuma ter "memória curta" (ou seria memória seletiva?). Assim, com o auxílio da IA do Google, relembre algumas frases [polêmicas] de políticos conhecidos nacionalmente: Lula, Bolsonaro, Ciro, Dilma, Cardoso.

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As frases mais polêmicas ditas por Lula:

Diferentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao longo de seus mandatos e carreira política, geraram polêmicas por diversos motivos, como a repercussão negativa, críticas ou reações adversas na sociedade. As falas que se destacaram por essa razão incluem: 

Sobre alimentos e consumo
"Não compre, force os produtores a baixar o preço": Em fevereiro de 2025, Lula declarou que a população deveria parar de comprar alimentos caros, argumentando que isso forçaria os produtores a reduzir os preços. A declaração gerou críticas e debate sobre a efetividade da sugestão e a realidade do poder de compra da população.
"Comam ovos": Na mesma ocasião, em um contexto de preços altos da carne, Lula sugeriu que as pessoas poderiam comer ovos, contando que, no palácio, ele comia ovos de diferentes aves, incluindo ovos de ema. 

Sobre política interna e Justiça
"Que porra que é essa?": Em 2016, em áudio divulgado, Lula criticou o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e a investigação da Receita Federal sobre o Instituto Lula.
Críticas ao STF: Ao longo de sua carreira, Lula fez declarações que geraram críticas por seu tom confrontador em relação ao Supremo Tribunal Federal. Em 2017, foi desmentida uma frase atribuída a ele que ameaçava o STF, mas outras falas geraram controvérsia. 

Sobre política externa
Declarações sobre a guerra na Ucrânia: Durante a guerra, Lula fez declarações que causaram repercussão internacional e que, segundo analistas, demonstraram falta de alinhamento com a postura de outros líderes ocidentais. 

Sobre comentários considerados preconceituosos
Comentário sobre a ministra Gleisi Hoffmann: Em um evento em 2025, a fala de Lula sobre a ministra ser "bonita", ao invés de destacar sua competência profissional, foi considerada machista e gerou críticas nas redes e na mídia.
Declarações consideradas capacitistas e gordofóbicas: Em julho de 2024, falas de Lula consideradas capacitistas e gordofóbicas também geraram críticas.

Fonte:

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As frases mais polêmicas ditas por Jair Bolsonaro:

Algumas das frases mais polêmicas de Jair Bolsonaro foram ditas ao longo de sua trajetória política, antes e durante a sua presidência. As declarações geraram controvérsia em relação a temas como homossexualidade, tortura, democracia, minorias e, mais recentemente, a pandemia de COVID-19. 

Comentários sobre a pandemia de COVID-19
"Não sou coveiro": Em abril de 2020, ao ser questionado sobre o aumento no número de mortes causadas pela COVID-19, Bolsonaro respondeu: "Não sou coveiro, tá?".
"E daí?": Após ser perguntado sobre o Brasil ter ultrapassado a marca de 5 mil mortos pela doença, em abril de 2020, Bolsonaro disse: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?".
"Histórico de atleta": Em março de 2020, Bolsonaro minimizou a gravidade do vírus, afirmando que, se fosse infectado, não precisaria se preocupar, pois tinha um "histórico de atleta".
"Gripezinha": Em uma de suas primeiras manifestações sobre a pandemia, Bolsonaro referiu-se à COVID-19 como uma "gripezinha" ou "resfriadinho".
"País de maricas": Em novembro de 2020, ao abordar as preocupações com o vírus, ele declarou: "Tem que deixar de ser um país de maricas, pô". 

Declarações sobre grupos minoritários
Ameaça a uma deputada: Em 2003, durante uma discussão com a deputada Maria do Rosário, Bolsonaro afirmou: "Eu não te estupro porque você não merece".
Ataques a quilombolas: Em uma palestra em 2017, ele descreveu os quilombolas de forma preconceituosa, dizendo: "O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador servem mais".
Comentários sobre a homossexualidade: Em entrevista à revista Playboy em 2011, ele afirmou: "Prefiro que meu filho morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí".
"Fraquejada" ao ter uma filha: Durante um evento do PSL em 2017, ele declarou que tem cinco filhos: "Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher".
Comentários sobre indígenas: Em 1999, o então deputado lamentou que a cavalaria brasileira não tivesse sido tão "eficiente" quanto a norte-americana, que "dizimou os índios". 

Frases sobre democracia, ditadura e tortura
Elogio à ditadura e à tortura: Em 1999, em entrevista, ele defendeu a ditadura militar e a tortura, dizendo: "Eleições não vão mudar nada neste país. Só vai mudar no dia em que nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro e fizermos o trabalho que o regime militar não fez: matando uns 30 mil".
Elogio a coronel da ditadura: Em 2016, na votação do impeachment de Dilma Rousseff, Bolsonaro dedicou seu voto ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que foi chefe do DOI-Codi e é considerado torturador.
Ameaças ao STF: Em manifestação em setembro de 2021, Bolsonaro afirmou que não mais cumpriria decisões do ministro Alexandre de Moraes e declarou: "Nós vamos para o campo da batalha".
Ataques à imprensa: Em julho de 2019, questionado sobre uma reportagem que o criticava, Bolsonaro questionou a jornalista Miriam Leitão sobre a tortura que ela sofreu durante a ditadura militar.

Fonte:

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As frases mais polêmicas ditas por Ciro Gomes:

Algumas das frases mais polêmicas ditas por Ciro Gomes ao longo de sua trajetória política incluem comentários sobre a ex-esposa, Patrícia Pillar, falas direcionadas ao ex-presidente Lula e declarações sobre questões sociais. 

Sobre a ex-esposa, Patrícia Pillar:
"A Patrícia é a mulher que eu amo, que eu respeito... O papel dela é de uma mulher de um candidato, e de uma bela mulher, e que me apoia" (2002): A frase, dita durante uma entrevista, foi alvo de muitas críticas e acusada de machismo por reduzir a figura de Patrícia Pillar ao papel de "mulher de candidato" e de "bela mulher", em vez de reconhecer sua própria trajetória e valor. Ciro se desculpou publicamente várias vezes pela declaração. 

Sobre o ex-presidente Lula:
"Lula é um enganador profissional" (2019): A crítica ao antigo aliado foi feita em uma entrevista exclusiva ao Congresso em Foco e expressa o rompimento político entre os dois. A declaração reforçou a rivalidade entre Ciro e o Partido dos Trabalhadores (PT).
"Se eu prometesse o indulto ao Lula, ele me mandaria para o Pakiparu" (2018): Em um vídeo, Ciro Gomes ironiza a situação legal de Lula, que na época apelava contra a condenação, indicando que um perdão seria para condenados em última instância. A fala gerou repercussão na imprensa. 

Sobre questões sociais:
"Moro em Paris, mas sou do Brasil" (2018): Ciro Gomes fez essa afirmação durante sua campanha eleitoral, causando polêmica por sugerir um certo distanciamento da realidade brasileira ao morar na França.
Declarações sobre a população em situação de rua (2022): Em um evento com empresários, Ciro Gomes fez comentários sobre a população em situação de rua que foram interpretados por muitos como elitistas. Depois da repercussão negativa, ele se defendeu nas redes sociais e culpou a "má-fé" por trás da interpretação de sua fala. 

Sobre a "guerra de bonés"
"Vão trabalhar, vagabundos" (2025): Ciro Gomes publicou uma foto em suas redes sociais com um boné amarelo com a frase, em meio a uma disputa simbólica com 
parlamentares do PL. 

Outras polêmicas:
Acusações de agressão (2023): Ao longo de sua carreira, Ciro Gomes foi acusado algumas vezes de comportamento agressivo. O jornal O Globo publicou um levantamento de cinco ocasiões em que Ciro Gomes foi acusado de agressão.
Dados falsos e exagerados (2018): A Agência Pública publicou uma checagem de fatos apontando que Ciro Gomes usou dados falsos e exagerados ao falar sobre a situação do Brasil em diversas ocasiões.

Fonte:

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As frases mais polêmicas ditas por Dilma:

Algumas das frases mais polêmicas de Dilma Rousseff, que se tornaram alvo de debates e memes, incluem: 
"Quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder". 
Contexto: Esta frase, dita antes do resultado das eleições de 2014, gerou confusão por sua construção complexa e foi interpretada como uma análise equivocada do processo eleitoral.
"Estocar vento". 
Contexto: Ao defender investimentos em energia eólica em um discurso, Dilma usou a expressão para explicar a dificuldade de armazenar energia gerada pelo vento. A frase foi amplamente satirizada, embora alguns analistas mais tarde tenham apontado que a ideia de armazenar energia intermitente não era totalmente irracional. 
"Saudação à mandioca". 
Contexto: Durante a abertura dos Jogos Mundiais Indígenas, em 2015, Dilma afirmou que a mandioca era "uma das maiores conquistas do Brasil" e que, por isso, estava "saudando a mandioca". A frase foi vista como peculiar e gerou memes e críticas. 
"Mulheres sapiens". 
Contexto: No mesmo discurso sobre a mandioca, Dilma fez uma analogia sobre a evolução humana, afirmando que ao lidar com a mandioca, "nós nos transformamos em homo sapiens ou mulheres sapiens". A expressão gerou críticas e piadas, por parecer desassociar "mulheres" de "homo sapiens". 
"A figura oculta do cachorro". 
Contexto: Ao falar sobre o Dia das Crianças em 2015, Dilma se referiu ao cachorro que uma criança ganha, mencionando que "a figura do cachorro é uma figura oculta". A frase, embora tenha sido uma tentativa de metáfora, acabou gerando confusão.

Fonte:

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As frases mais polêmicas ditas por Fernando Henrique Cardoso:

Diversas frases e declarações de Fernando Henrique Cardoso ao longo de sua carreira política causaram polêmica e repercussão. Algumas das mais notórias incluem: 
"Esqueçam o que eu escrevi" 
Contexto: Esta frase, frequentemente atribuída a ele, teria sido dita em um almoço com empresários, ainda durante a sua atuação como Ministro da Fazenda, antes da implementação do Plano Real.
Polêmica: A declaração gerou controvérsia, pois soou como um rompimento com suas ideias acadêmicas de esquerda, que criticavam o sistema capitalista. FHC sempre negou ter dito a frase, que, segundo a Folha de S.Paulo, tornou-se parte do folclore político brasileiro. 
"Tenho um pé na cozinha"
Contexto: Durante a campanha presidencial de 1994, FHC, em um esforço para se aproximar da população mais simples, disse que tinha um "pé na cozinha".
Polêmica: A frase, considerada de cunho racista e paternalista, foi mal recebida e rendeu críticas da oposição. FHC se retratou, afirmando que a expressão não deveria ter sido interpretada de forma preconceituosa. 
"Vagabundos"
Contexto: Em 1998, durante a campanha de reeleição, FHC comentou sobre aposentadorias antecipadas, referindo-se aos aposentados antes dos 50 anos como "vagabundos".
Polêmica: A declaração causou grande reação, especialmente porque alguns de seus próprios aliados e membros do governo se encaixavam na descrição. FHC teve que se explicar em rede nacional para amenizar o desgaste. 
"Nosso sistema político deu cupim nele, está todo podre, ele bichou" 
Contexto: Em 2017, FHC se referiu à corrupção sistêmica na política brasileira em uma declaração à revista Época.
Polêmica: Embora muitos concordassem com a crítica, a frase gerou debate sobre o papel do próprio PSDB e de FHC na manutenção desse sistema político "apodrecido". 
Crítica a Lula com erro gramatical
Contexto: Em 2007, FHC, ao criticar o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cometeu um erro de concordância verbal ao dizer que "ele tem que saber que as coisas não se faz assim".
Polêmica: O erro de português, vindo de um ex-presidente intelectual, foi ironizado por adversários e virou tema de debate político, ofuscando a crítica que ele pretendia fazer. 
"Nunca se roubou tanto em nome de uma causa" 
Contexto: Em 2015, FHC disse essa frase em referência aos escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras e os governos do PT.
Polêmica: A declaração foi criticada por defensores do PT, que argumentaram que a frase minimizava os casos de corrupção ocorridos em governos anteriores, inclusive os do próprio FHC.

Fonte:
https://www.google.com/search?q=As+frases+mais+pol%C3%AAmicas+ditas+por+Fernando+Henrique+Cardoso%3A&rlz=1C2GCEA_enBR1094BR1098&sca_esv=0ce7f51f65b406f8&sxsrf=AE3TifOGv0CaJxloyyA8Fi1-MxmAJ975Zw%3A1760625579947&source=hp&ei=qwPxaPCiN6WH5OUPiuCz4Aw&iflsig=AOw8s4IAAAAAaPERuwKrR_8KgzH0lwEGuGoZJMvD_Ott&aep=22&udm=50&ved=0ahUKEwiwpJey-aiQAxWlA7kGHQrwDMwQteYPCBE&oq=&gs_lp=Egdnd3Mtd2l6IgBIAFAAWABwAHgAkAEAmAEAoAEAqgEAuAEByAEAmAIAoAIAmAMAkgcAoAcAsgcAuAcAwgcAyAcA&sclient=gws-wiz&mtid=sgPxaOenLbCT5OUP0Jy92AM&mstk=AUtExfAJ8EzgAfExafb0kIMucjGemlOmcVAiF_ZfJNEF_2gPo3n5iFm1jQfWTuI864eCOBJgUeLy1fSVB4WyfTA8dqXQ2NT0HOfxmd92yh1UUNJB-vay9r9_Uwv-iDtgzCDaUHQXxRo5-oZmEysygdsrb-m50KiMVmMcaku1gTDZhQl7ASC9XpT5IPQkO4X3NPfDiufgo9YJQoZd6qPzuoPFZsH1qcL4QoCShxXEMbFvQ_qVhdS-q3-BgcxWrxfuZ-OwTxuuVVXctqPEPurOUmn1LZLOUgHTFBmhHJ8&csuir=1

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Brasil: o país dos privilégios, para alguns, dos coitadinhos, todos os demais - Ricardo Bergamini

 Ricardo Bergamini é implacável com as práticas que dividem o Brasil em cidadãos de 1a classe, poucos, e todos os demais, normais como eu e vc, que convivemos com o Estado extrator:


O populismo não tem planos para o Brasil, mas somente para grupos, patotas e falanges
Ricardo Bergamini

Prezados Senhores

1 – Todos os projetos populistas são nobres, assim sendo seria constrangedor votar contra.

2 – Todos os brasileiros sonham em participar do mundo privilegiado da 1ª classe, conforme abaixo:

O Brasil não pode mais conviver com devedores de primeira classe (amigos dos governantes de plantões) com juros subsidiados pela miséria brasileira e de segunda classe com juros de mercado, 3,93 vezes maiores.

Em agosto de 2025, o volume de operações de crédito foi de R$ 6.757,3 bilhões (54,5% do PIB), sendo:

- 57,45% do total - R$ 3.882,2 bilhões (31,3 % do PIB) com recursos livres com juro médio de 46,0% ao ano.

- 42,55% do total – R$ 2.875,1 bilhões (23,2 % do PIB) com recursos direcionados concedidos por bancos públicos (CAIXA, BB, BNDES) com juro médio de 11,7% ao ano.

A taxa média de juros das operações contratadas em agosto de 2025 alcançou 31,8% a.a.

Não há a menor dúvida que esse mecanismo de juro especial para os amigos e aliados dos governantes de plantões seja uma fonte primária de corrupção e de propina. Alguém tem dúvida?

3 – Em vista do acima exposto, somente resta saber o que fazer com os brasileiros de 2ª classe abaixo:

No trimestre encerrado em agosto de 2025, existiam 174,3 milhões de pessoas em idade de trabalhar, sendo 65,8 milhões fora da força de trabalho.

No trimestre encerrado em agosto de 2025, existiam 108,5 milhões de pessoas na força de trabalho, sendo 6,1 milhões de desocupadas e 38,9 milhões de informais.

No trimestre encerrado em agosto de 2025, existiam apenas 63,5 milhões de brasileiros formais, sendo apenas 40,6 milhões de declarantes de imposto de renda.

Resumindo: O Brasil é um acampamento de refugiados.

Câmara analisa programa de renegociação de dívidas para professores

Proposta cria linha de crédito com juros reduzidos e retirada rápida do nome de inadimplentes
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Congresso em Foco, 16/10/2025

A Câmara dos Deputados analisa o projeto de lei 966/2025, que propõe a criação do programa Desenrola Professores. A iniciativa tem como objetivo a renegociação de dívidas para professores que possuam renda mensal de até R$ 10 mil.

O programa é direcionado a profissionais que se encontram em situação de inadimplência por um período superior a 90 dias e cujas dívidas não ultrapassem o montante de R$ 30 mil.

Matéria completa clique abaixo:

https://www.congressoemfoco.com.br/noticia/112985/camara-analisa-programa-de-renegociacao-de-dividas-para-professores

Ricardo Bergamini

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Os 80 anos da ONU na visão de um diplomata brasileiro - Prefácio de Paulo Roberto de Almeida, a livro coletivo

 Os 80 anos da ONU na visão de um diplomata brasileiro

Paulo Roberto de Almeida, diplomata de carreira; doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas; membro do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.

Publicado como prefácio, in: Luciane Klein Vieira, Luís Alexandre Carta Winter, Sidney Guerra (orgs.), 80 anos da Organização das Nações Unidas (Rio de Janeiro: Grande Editora, 2025, 421 p.; ISBN: 978-65-6125-025-2, p. 13-19). Inserido na plataforma Academia.edu, com apresentação, sumário, dados (link: https://www.academia.edu/144482123/5000_Prefacio_ao_livro_80_Anos_da_ONU_2025_)

A Organização das Nações Unidas constitui a estrutura principal do multilateralismo contemporâneo, depois da trajetória frustrada da Liga das Nações na primeira metade do século XX. O sistema internacional está sendo atualmente abalado por fricções geopolíticas derivadas da ascensão de potências desafiadoras da ordem mundial criada nos estertores da Segunda Guerra Mundial. Dessa situação decorre uma fragmentação das instituições criadas no contexto da ONU, assim como uma relativa marginalização do seu papel como o cenário ideal para debates em torno das questões relevantes da governança global, comprometendo o futuro da cooperação multilateral em temas de paz e segurança, assim como nas demais vertentes do multilateralismo, sobretudo em economia e em direitos humanos.
A diplomacia brasileira pode ser considerada uma das fundadoras do multilateralismo contemporâneo: o ponto de partida se encontra na defesa feita por Rui Barbosa, na segunda conferência internacional da paz na Haia, em 1907, do princípio da igualdade soberana das nações, que é o eixo central do multilateralismo contemporâneo. O princípio da igualdade soberana das nações está inserido na Carta da ONU, aprovada na conferência de San Francisco, em junho de 1945. Registre-se o protesto da delegação do Brasil ao opor-se, de forma explícita, ao privilégio concedido aos cinco Estados considerados vencedores da Guerra Mundial, detentores do status de membros permanentes do Conselho de Segurança da organização, mas igualmente como detentores do direito de veto no mesmo órgão central da ONU.
(...)

Texto original, com notas e remissões bibliográficas, in Academia.edu: https://www.academia.edu/144482418/5000_Os_80_anos_da_ONU_na_visao_de_um_diplomata_brasileiro_original_2025_

The Palgrave Handbook on Geopolitics of Brazil South Atlantic: chapter by Paulo Roberto de Almeida

Acabo de receber informação sobre uma publicação que contém uma colaboração minha:


1590. “Brazilian geopolitical thinking ahead of its time: Varnhagen’s Organic Memorial (1849)”, in: Francisco Leandro, Rodrigo Franklin Frogeri, Yichao Li, Francisco Proença Garcia, Antonio Ruy de Almeida Silva (eds.), The Palgrave Handbook on Geopolitics of Brazil and the South Atlantic. Londres: Palgrave Macmillan, 2025, 978-9819511686. Relação de Originais n. 4741.

“Subject: Update on Book Publication – The Palgrave Handbook on Geopolitics of Brazil South Atlantic

Dear Authors,

I am pleased to inform you that The Palgrave Handbook on Geopolitics of Brazil South Atlantic will be published in two volumes. The tentative publication date is set for November 2025.

Palgrave Major Reference Work (MRW) and University of Macau Project SGR2023-00026-FSS

You may follow the official listing and updates via the Springer website: https://link.springer.com/book/9789819511686

Thank you for your continued contributions to this important work.

Warm regards,

The editors”

Info about the book:

“The Palgrave Handbook on Geopolitics of Brazil and the South Atlantic

Book

Dec 2025

Cover topics on energy, regional and marine issues, Amazon, defence-nuclear autonomy, technology and submarine cables

Discusses Brazil's relations with China, the U.S., Atlantic African states, Russia, India and the European Union

Includes regional and global topics such Polar Regions, South Atlantic, ZOPACAS, CPLP, BRICS+, and UNSC reform

About this book

Positioned at the intersection of regional leadership and global influence, this reference work offers a rigorous and timely analysis of Brazil’s evolving geopolitical role—as the world’s fifth largest nation, South America’s leading power, a strategic South Atlantic actor, and a pivotal member of the expanding BRICS+ coalition. Structured into four insightful parts (1) The Making of Brazil as an International Actor, (2) Geo-Economics and Technology, (3) Classic Perspectives on Geopolitics, and (4) Contemporary Debates: Critical and Meta Geopolitics - this book brings together a rich array of topics that reflect Brazil’s multifaceted global engagement. Beyond traditional themes like Brazilian politics, economy, and foreign policy, this volume delves into pressing contemporary issues: energy geopolitics, defence, regional engagement, Amazon geopolitics, polar and outer space affairs, nuclear autonomy, marine spatial planning, naval projects, food security, lithium, Artificial Intelligence, and submarine cables. The book also explores Brazil’s strategic relationships with China, the United States, and the European Union, while offering fresh perspectives on its ties with African nations (e.g., Angola, Mozambique, Cabo Verde, Nigeria, South Africa), Russia, and India. Broader global themes such as ZOPACAS, CPLP, BRICS+ cooperation, and UN Security Council reform are also critically assessed.

Hardcover ISBN

978-981-95-1168-6

Due: 07 January 2026

eBook ISBN

978-981-95-1169-3

Due: 07 January 2026


"Historical and Contemporary China: A Global Perspective” - World Conference on on China Studies (Shanghai Daily)

 

From Marco Polo to Modern China Studies: A Global Dialogue Opens in Shanghai

by Yang Jian

 Shanghai Daily, October 14, 2025 


Scholars and policymakers from over 60 countries are attending the World Conference on China Studies, which is themed "Historical and Contemporary China: A Global Perspective."

From Marco Polo to Modern China Studies: A Global Dialogue Opens in Shanghai

Shot by Zhou Shengjie. Edited by Yang Meiping. Reported by Yang Jian. Subtitles by Yang Meiping. 

From Marco Polo to Modern China Studies: A Global Dialogue Opens in Shanghai
Dong Jun / Shanghai Daily

The World Conference on China Studies, which is themed "Historical and Contemporary China: A Global Perspective," opened in Shanghai on Tuesday.

Global experts on China convened on Tuesday in Shanghai for the opening of the World Conference on China Studies, which is themed "Historical and Contemporary China: A Global Perspective."

Nearly 500 scholars, policymakers, and cultural figures from over 60 countries are attending the event to explore both the continuity of Chinese civilization and its present-day transformation.

Curiosity about China has long crossed borders.

In the 13th century, Marco Polo introduced Europe to China. Matteo Ricci, a Jesuit scholar, wrote about Chinese culture and thought in the 16th century, bridging civilizations. By the 18th century, Chinese art and ideas had a big impact on shaping European thought. That centuries-old fascination has evolved into a modern academic field known as China studies.

During the opening ceremony, Shanghai Mayor Gong Zheng released the Shanghai Initiative for Global Mutual Learning and Advancement of China Studies.

"China studies is about both historical and contemporary China," Gong said. "It is also about understanding the world and promoting mutual learning among civilizations."

He urged the global scholars to "work together to build a community of knowledge that connects and inspires."

From Marco Polo to Modern China Studies: A Global Dialogue Opens in Shanghai
Dong Jun / Shanghai Daily

Participants from around the world attend the main forum of the World Conference on China Studies

According to British author Martin Jacques, technology and artificial intelligence will transform the way we study and understand China.

"We are witnessing the birth of a global village of knowledge," he said. "Artificial intelligence will transform the work of specialists and the nature of universities."

Jacques emphasized that understanding China requires new approaches and open dialogue.

"China is not Western, never has been, and never will be," he said. "The starting point must be understanding China as it is, on its own terms." He added that inclusiveness will be key to the field's future.

"The dialogue must remain open and cooperative," he said. "Only through genuine exchange can we deepen knowledge and trust."

From Marco Polo to Modern China Studies: A Global Dialogue Opens in Shanghai
Dong Jun / Shanghai Daily

Experts and delegates exchange views at the World Conference on China Studies.

For many attending scholars, China's transformation is not just research – it is experience.

Thomas Gold, professor emeritus of sociology at the University of California, Berkeley, first came to China in 1979 as one of the earliest American exchange students.

"I thought I knew Shanghai," he said. "But when I drove in from the airport the other night, I felt like a country visitor lost in a grand mansion."

He compared today's Pudong with the farmland he saw four decades ago. "Now, it's one of the most advanced urban districts anywhere," he said.

"China once looked outward for models. Today, many countries come here to learn from China's experience."

From Marco Polo to Modern China Studies: A Global Dialogue Opens in Shanghai
Dong Jun / Shanghai Daily

Experts exchange views at the World Conference on China Studies.

Esteban Zottele, vice director of the Latin American Studies Center at Changzhou University in neighboring Jiangsu Province, also shared his journey.

Growing up in Argentina, he first encountered Chinese culture when a circus troupe performed in his hometown. He later arrived in China in 1999 with a dictionary and a sense of curiosity.

"I learned Chinese step by step," he told Shanghai Daily. "If I had to use one word to describe China, it would be amazing."

His path later inspired his father, Aníbal Zottele, to open a China research center in Mexico. The two now help strengthen academic exchange between Latin America and China.

The conference, co-hosted by the State Council Information Office and the Shanghai government, includes a main forum, five sub-forums, and an exhibition titled "From Civilized Cities to Urban Civilization."

It also presents the global development initiative and a recommended reading list in China Studies.

"We have never been enemies in history. Of course, we have never been brothers. But we must and we can be at least good cousins," said the former Italian Prime Minister Prodi.

From Marco Polo to Modern China Studies: A Global Dialogue Opens in Shanghai
Dong Jun / Shanghai Daily

Os 80 anos da ONU na visão de um diplomata brasileiro - Paulo Roberto de Almeida; livro organizado por Luciane Klein Vieira, Sidney Guerra e Luís Alexandre Carta Winter

 

Trabalho mais recente publicado:

1596. “Os 80 anos da ONU na visão de um diplomata brasileiro”, Prefácio ao livro organizado por Luciane Klein Vieira, Luís Alexandre Carta Winter e
Sidney Guerra, 80 anos da Organização das Nações Unidas (Rio de Janeiro: Grande Editora, 2025, 421 p.; ISBN: 978-65-6125-025-2, p. 13-19). Relação de Originais n. 5000.


Diálogos com Marco Aurélio Nogueira - Instituto de Estudos e Pesquisas para o Fortalecimento da Democracia (IEPfD) e Ateliê de Humanidades

 Um programa exemplar:


"Diálogos com Marco Aurélio Nogueira" é um inovador programa de debates promovido pelo Instituto de Estudos e Pesquisas para o Fortalecimento da Democracia (IEPfD) e pelo Ateliê de Humanidades. Neste espaço de reflexão, convidados especiais, como o ilustre Cristovam Buarque, ex-senador, governador e ministro da educação, são instigados a compartilhar suas percepções sobre questões contemporâneas que moldam nossa sociedade.

O programa aborda uma variedade de temas relevantes, desde as novas dinâmicas de relacionamento e família até os desafios da representação política, passando por questões como democracia digital, inteligência artificial, crises ambientais e tensões internacionais. O foco está em promover diálogos produtivos e criativos, livres de dogmas e narrativas restritivas, proporcionando uma compreensão ampla dos processos que influenciam nosso mundo atual.

Em meio a um cenário de polarizações e desafios para a democracia, "Diálogos com Marco Aurélio Nogueira" emerge como um farol de esperança, reiterando a importância do diálogo construtivo para navegar pelos tempos turbulentos que enfrentamos. Junte-se a nós nesta jornada de descoberta e debate, contribuindo para um futuro mais compreensivo e inclusivo.

**Não perca essa oportunidade de aprofundar seu entendimento sobre as forças que moldam nosso presente e futuro. Inscreva-se em nosso canal no YouTube [@iepfd](https://youtube.com/iepfd) e participe da conversa!**
João Rego – presidente
IEPfD | Instituto de Estudos e Pesquisas para o Fortalecimento da Democracia.

Terei a chance, proximamente, de figurar numa dessas entrevistas da série de "Diálogos com Marco Aurélio Nogueira", que poderá ulteriormente ser seguido por meio deste link:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLZQlj-1Z3uuLPjPXcFVvFA6vxtWkGyjn9

terça-feira, 14 de outubro de 2025

O BRIC, BRICS, BRICS+ são uma boa ideia para o Brasil? - Paulo Roberto de Almeida

O BRIC, BRICS, BRICS+ são uma boa ideia para o Brasil?

Diplomatas são, pelo senso comum, preparados para informar, representar e negociar; esta é a tríade que todo jovem secretário ouve nas aulas do Instituto Rio Branco. As arengas dos "barões" da Casa, por sua vez, insistem nos dogmas militares que sempre considerei inadequados para a atividade diplomática: hierarquia e disciplina.
Sempre achei que antes de informar, representar e negociar, os diplomatas deveriam ser instruídos a pensar, isto é, examinar cada assunto na agenda de trabalho com base no conhecimento adquirido ao longo da preparação para o concurso e na experiência obtida nos anos daquelas primeiras três missões, supostamente exclusivas e suficientes.
A questão é que nem sempre as instruções recebidas de cima refletem exatamente a realidade das relações internacionais ou os chamados interesses nacionais, uma vez que podem ser emanadas de líderes políticos que possuem um entendimento paracial e limitado dessas questões, ou que são influenciados por preconceitos políticos ou concepções ideológicas das relações internacionais.
Penso, por exemplo, na questão do BRIC, proposta pela primeira vez em 2004-2005, posta em movimento a partir de 2006, em nível ministerial, e convertida em reuniões anuais de cúpula, sem que a ideia tenha sido jamais discutida abundamentemente e de modo suficiente com a sociedade brasileira ou com o próprio Itamaraty. Simplesmente se decidiu acatar aquela decisão presidencial, como se ela represente o nec plus ultra do interesse nacional e das possibilidades de cooperação em nível internacional. Funcionou apenas o "hierarquia e disciplina" e ocorreu muito pouco pensamento em torno dessa ideia, que pela primeira vez na história da diplomacia, na redemocratização, colocava o Brasil em colaboração direta com duas grandes autocracias, detentoras de um poder sobre os assuntos da grande estratégia geopolítica que nunca esteve ao alcance do Brasil, como potência média.
Sempre refleti sobre essa proposta e sobre ela escrevi extensivamente, baseando-me exclusivamente em dados objetivos da situação de cada um dos países, e refletindo sobre o que de melhor o Brasil poderia esperar dessa nova "condição". Expressei minhas dúvidas sobre a correção e o interesse ou adequação da decisão para o interesse nacional, e sei que minhas ponderações não foram bem recebidas pelos "de cima".
Reproduzo aqui os registros de apenas alguns trabalhos sobre essa importante questão, e uma lista final anterior. Outros trabalhos mais recentes serão processados para divulgação:

Trabalhos do autor sobre o Bric, Brics, Brics+:

To Be or Not the Bric”, Inteligência (Rio de Janeiro: Ano: XI - 4º trimestre, 12/2008, p. 22-46; XI; disponível na plataforma Academia.edu:
https://www.academia.edu/144450047/1920_To_Be_or_Not_the_Bric_2008_; divulgado no blog Diplomatizzando (13/10/2025; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/10/to-be-or-not-bric-paulo-roberto-de.html).

O Bric e a substituição de hegemonias: um exercício analítico (perspectiva histórico-diplomática sobre a emergência de um novo cenário global)”, in: Renato Baumann (org.): O Brasil e os demais BRICs: Comércio e Política (Brasília: CEPAL-Escritório no Brasil/IPEA, 2010, p. 131-154). Disponível na plataforma Academia.edu (link: http://www.academia.edu/5794579/086_O_Bric_e_a_substitui%C3%A7%C3%A3o_de_hegemonias_um_exerc%C3%ADcio_anal%C3%ADtico_perspectiva_hist%C3%B3rico-diplom%C3%A1tica_sobre_a_emerg%C3%AAncia_de_um_novo_cen%C3%A1rio_global_2010_).

Brasil no Brics”, in: Jorge Tavares da Silva (ed.), Brics e a Nova Ordem Internacional (Casal de Cambra: Caleidoscópio; Aveiro: Mare Liberum, 2015, p. 71-115); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/10200076/108_Brasil_no_Brics_2015_).

A grande ilusão do Brics e o universo paralelo da diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2022; ASIN: B0B3WC59F4; disponível na Amazon.com; link: https://www.amazon.com/grande-ilus%C3%A3o-Brics-diplomacia-brasileira-ebook/dp/B0B3WC59F4/ref=sr11?keywords=A+grande+ilus%C3%A3o+do+Brics+e+o+universo+paralelo+da+diplomacia+brasileira&qid=1656513882&sr=8-1).

BRIC-BRICS: da pré-história à situação atual”, Brasília, 19 junho 2023, 19 p. Dossiê divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/103587411/4421_BRIC_BRICS_da_pré_história_à_situação_atual_2023_); divulgado no blog Diplomatizzando (link:
https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/06/bric-brics-da-pre-historia-situacao.html


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