O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 7 de agosto de 2010

Social-democrata em pele de cordeiro

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do alto de todos os seus títulos e livros, tem uma inacreditável capacidade em errar feito em determinados capítulos da vida econômica, quando afirma, por exemplo, que as crises financeiras foram ou são causadas pela desregulação e pela especulação, ignorando por completo o papel negativo dos governos e dos bancos centrais na criação de bolhas com suas políticas fiscais e monetárias absolutamente erradas.
Também se equivoca em sua leniência com o PT, que acredita ser um partido sem dentes, ou seja, um partido social-democrata como qualquer outro.
Este artigo de um cientista político sensato coloca os pontos nos iis...
Paulo Roberto de Almeida

Social-democrata, mas nem tanto
Ricardo Vélez Rodríguez
O Estado de S.Paulo, 07 de agosto de 2010

Afirma o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista sobre o seu mais recente livro (No poder, o PT virou social-democrata - O Globo, 1.º de agosto de 2010), que falta debate político nestas eleições. Considera ele que os candidatos ficaram presos aos marqueteiros e, portanto, aos índices oscilantes de Ibope. Concordo. A atual campanha sofre de um marasmo de bom comportamento, imposto em parte pela esdrúxula legislação eleitoral para as comunicações, que impede que críticas se façam, pela mídia, aos políticos de plantão e aos candidatos.

O marasmo decorre, de outro lado, do excessivo pudor do candidato da oposição à Presidência para pôr o dedo na ferida dos descaminhos do governo Lula. Felizmente, após a indicação do deputado federal Índio da Costa para vice na chapa oposicionista, explicações começaram a ser cobradas da candidata oficial e o discurso de José Serra revestiu-se de caráter mais incisivo.

Os partidos da base aliada e o governo têm sabido explorar, por sua vez, os obstáculos que a Lei Eleitoral coloca ao debate livre das ideias, usando e abusando da ampla gama de recursos para impedir que ele ocorra. É tanto o melindre com o cipoal de disposições que uma espécie de censura prévia se instalou na mídia, como mecanismo autoimposto pelos comunicadores que não querem ter problemas com a Justiça. Apesar de tudo isso, jornais continuam a informar, corajosamente, à sociedade. Lembremos que O Estado de S. Paulo está já há mais de um ano sob censura, pelo fato de ter informado sobre as non sanctas atuações de um filho do presidente do Senado.

Na entrevista, o ex-presidente exagerou na sua benevolência para com o PT, considerado por ele um partido social-democrata. Ora, aqui começam as minhas discrepâncias com o autor. Em primeiro lugar, lembremos que a essência da social-democracia (segundo os pensadores que definiram os seus contornos, notadamente Edward Bernstein, Norberto Bobbio e Anthony Giddens) consiste em três pontos: reconhecimento da economia de mercado, reconhecimento das instituições do governo representativo e valorização do papel do Estado como incentivador da economia e das políticas públicas na área social.

Se levarmos em consideração os programas de governo emanados dos quadros petistas, bem como as decisões tomadas pelos gestores oficiais da economia brasileira, poderemos perceber, claramente, os seus preconceitos com relação à economia de mercado, passando a defender um patrimonialismo econômico puxado pelo Estado empresário. O cerne da questão consiste no conjunto de medidas tomadas para fazer do BNDES a grande locomotiva do desenvolvimento financiado com recursos públicos, que são aplicados sem controle da sociedade e favorecendo setores empresariais amigos do rei, fato que levou a jornalista Miriam Leitão (Lendo o passado, O Globo, 1.º de agosto de 2010) a prever tempos difíceis de volta da corrente inflacionária, de forma semelhante a como ela emergiu do último ciclo autoritário, puxada pela locomotiva sem controle da gastança oficial.

De outro lado, a falta de claridade em face da utilização de recursos da Caixa Econômica Federal na capitalização da Petrobrás, fato noticiado amplamente pelos jornais, deixa um rastro de sombras sobre a lisura na utilização desses recursos. Tudo foi feito de afogadilho, para garantir as obras do pré-sal, sem que tivesse mediado um debate aberto no Congresso Nacional a esse respeito.

Isso para não falar da escancarada generosidade do atual governo com as organizações sindicais e os mal chamados "movimentos sociais", com repasses milionários de recursos públicos para todos eles, sem que tivesse sido garantida a prestação de contas à sociedade, por meio do Tribunal de Contas da União. E isso para não falar, também, da compulsão estatizante que anima a criação de mais empresas pelo governo.

Ora, cabe indagar se essas medidas são típicas políticas públicas de uma agremiação social-democrata ou se não estamos em face de um socialismo predatório como os do século 20, que instaura a burocracia estatal como gestora da economia, de costas para a defesa dos interesses dos cidadãos, beneficiando apenas uma minoria de empresários espertos e de amigos que se chegaram à sombra do Estado, e deixando ao relento o grosso da sociedade. Esses fatos revelam um típico empreendimento de índole patrimonialista, que põe os recursos públicos a serviço do enriquecimento de uma parcela da população, com feroz punição tributária e inflacionária sobre a restante.

No que tange às instituições do governo representativo, se analisarmos a atuação do presidente da República e dos seus partidos da base aliada, notadamente do PT, veremos que tudo tem sido feito para descaracterizar a representação, desvalorizando sistematicamente o Congresso, bem como o livre funcionamento da oposição e a legislação eleitoral. Começando por esta última, impressiona a desfaçatez com que o presidente atual faz campanha em prol da sua candidata, utilizando claramente a maquinaria oficial e alegando que o faz apenas "nas horas vagas". O Legislativo, por seu lado, durante o longo consulado lulista ficou literalmente emperrado com a discussão de medidas provisórias com que o Executivo o entulhou.

Longe estamos, com certeza, do ideário social-democrata, que preza as instituições do governo representativo e o respeito, pelo Executivo, à legislação vigente. O PT, em conclusão, contrariando a opinião de Fernando Henrique Cardoso, não é tão social-democrata como o ex-presidente acha.

É mais uma agremiação a serviço do velho socialismo estatizante e patrimonialista.

COORDENADOR DO CENTRO DE PESQUISAS ESTRATÉGICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA E-MAIL: RIVE2001@GMAIL.COM

O minusculo Napoleao e seu saco de batatas...

Bem, creio que só aqueles que leram o 18 Brumário de Karl Marx compreenderão o meu título, que se refere, obviamente, a Napoleão III.
Marx o chamava de petit Napoléon, a despeito de sua altura avantajada, em todo caso bem maior que o grand Napoléon, que era efetivamente pequeno de tamanho.
Em todo caso, parece que já temos candidato a sucessor do pequeno Napoleão, que manipula o seu saco de batatas como ele quer. Não, esta eu não vou explicar.
Deixemos jornalistas e estudantes ler a obra para descobrir...
Paulo Roberto de Almeida

O nosso 18º Brumário
Marco Antonio Villa
Folha de São Paulo, 04/08/2010

Lula quer aparecer como benfeitor de todas as classes, tal qual Luís Bonaparte.

O maior personagem da eleição não é candidato: Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje é o grande cabo eleitoral não só da sua candidata mas de toda base governamental. Chegou a esta condição contando com o auxílio inestimável da oposição.
No primeiro mandato teve sérios problemas, como na crise do mensalão. A oposição avaliou – erroneamente - que seria menos traumático e mais fácil deixá-lo nas cordas, para nocauteá-lo em 2006.

As saídas de José Dirceu, Antonio Palocci e Luiz Gushiken deram a Lula o protagonismo exclusivo. Só então teve condições de governar como sempre desejou.
A troika limitava sua ação e dividia as atenções políticas. Dava a impressão de que o chefe de Estado não era o chefe do governo.
A crise foi providencial para Lula: libertou-se do aparelho partidário, estabeleceu alianças como desejava e passou a ser a âncora exclusiva de sustentação do governo.
O segundo mandato, na prática, começou no início de 2006. A oposição mais uma vez evitou o confronto direto. Avaliou - erroneamente, novamente - que seria melhor manter os governos estaduais de São Paulo e Minas, transferindo o enfrentamento direto com Lula para 2010.
Em um terreno livre, Lula teve condições únicas para um presidente nos últimos 40 anos: estabilidade política, crescimento econômico e controle do Congresso.
As CPIs, que criaram problemas no primeiro mandato, perderam importância. Os frutos da estabilidade e uma conjuntura internacional favorável possibilitaram um rápido crescimento da economia e a expansão do consumo.
Paulatinamente, Lula foi afrouxando a política fiscal, abandonou as rígidas metas do primeiro mandato, manteve um câmbio artificial, incentivou o capital especulativo e foi empurrando para o próximo presidente uma bomba de efeito retardado.

Abrindo um imenso saco de bondades, ampliou o crédito para as classes C e D, favoreceu as viagens internacionais para a classe média e criou uma nova burguesia - a burguesia lulista - que ampliou o seu poder graças às benesses dos bancos oficiais. Expandiu numa escala nunca vista os programas assistenciais, como o Bolsa Família, e manietou os velhos movimentos sociais comprando suas lideranças.
Tal qual Luís Bonaparte, Lula "gostaria de aparecer como o benfeitor patriarcal de todas as classes". Foi ajudado pela oposição, sempre temerosa de enfrentar o governo. Usando uma imagem euclidiana, Lula "subiu, sem se elevar - porque se lhe operara em torno uma depressão profunda". Ele almeja transformar o 3 de outubro no seu 18 Brumário.

Capitalistas vendem a corda que vai enforca-los; assinado: Lenin

Talvez não seja exatamente o caso, mas essa rendição mostra até onde estão dispostos a ir os homens de negócios, e as grandes empresas, para preservar suas partes de mercado. Subserviência pura aos caprichos mais deletérios de governos ditatoriais.
Paulo Roberto de Almeida

Accord sur les BlackBerry en Arabie saoudite
Le Monde, 7 Aout 2010

Le constructreur RIM installera un centre de données dans le pays pour permettre aux autorités de contrôler le contenu des messages échangés sur ses téléphones

L'Arabie saoudite et le constructeur canadien des téléphones BlackBerry, RIM, sont parvenus à un accord sur l'accès des autorités saoudiennes aux messages envoyés par le biais de ces téléphones. L'Arabie saoudite avait temporairement appliqué l'interdition de la plupart des fonctionnalités des BlackBerry, vendredi, après avoir ordonné aux opérateurs du pays de bloquer les e-mails et messageries instantanéees de ces mobiles.

RIM a accepté d'installer un serveur sur le sol saoudien, ce qui permettra aux autorités d'obtenir sur réquisition judiciaire le contenu des messages des BlackBerry. Ces téléphones, conçus à l'origine pour les hommes d'affaire, utilisent un système de chiffrement complexe garantissant la confidentialité des échanges.

CONCESSIONS
RIM ne fournira pas aux autorités saoudiennes les clefs de chiffrement de son système ; la police saoudienne ne pourra donc pas surveiller en temps réel les messages échangés, mais pourra demander à y accéder a posteriori.

Plusieurs autres pays, dont les Emirats Arabes Unis ou l'Inde, ont également demandé l'installation de serveurs de BlackbBerry sur leur sol. A l'heure actuelle, les messages transitent par des centres de données situés au Canada, aux Etats-Unis ou encore en Grande-Bretagne, ce qui rend impossible l'accès au contenu des messages pour les autorités de la plupart des pays. Les Emirats ont annoncé qu'ils interdiraient les services du BlackBerry début octobre.

Les téléphones de RIM sont populaires en Arabie saoudite, où ils permettent de contourner la censure. Le gouvernement saoudien bloque environ 400 000 sites Internet, pornographiques ou politiques. La messagerie du BlackBerry est également utilisé par les Saoudiens pour discuter sans risques avec des membres du sexe opposé - ce que la loi religieuse en vigueur interdit.

[O mesmo Le Monde informa que 11 homens e mulheres foram condenados a chibatadas por terem conversado diretamente numa festa. Big Brother é isso mesmo...]

Not Doing Business in Venezuela: tem gente que insiste, apesar de tudo

A notícia já é antiga, mas como disse um antigo filósofo, as consequências sempre vem depois. Suponho que o BNDES -- cujo nome poderia mudar para: Banco de Nababos, Ditadores e Empresários Sanguessugas -- vai acabar levando prejuizo nessa história. Mas, como sempre acontece, caro leitor, adivinhe quem vai pagar a conta?
E preciso contar?
Paulo Roberto de Almeida

BNDES empresta US$ 747 milhões para obras na Venezuela
O Estado de S.Paulo, 11/11/2009

A Venezuela anunciou nesta quarta-feira que assinou um financiamento de 747 milhões de dólares com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para obras de infraestrutura.

O Ministério da Economia venezuelano disse em comunicado que foram firmados dois contratos: um para a linha 5 do metrô de Caracas, por US$ 219,3 milhões, e o outro, de US$ 527,8 milhões, para a linha 2 do metrô Los Teques, obras a cargo da construtora brasileira Odebrecht.

O governo do presidente Hugo Chávez obteve em maio um financiado de US$ 4,3 bilhões com o Brasil, em meio a uma dramática baixa na arrecadação ligada a petróleo devido à crise financeira global.

O BNDES concordou nesta quarta-feira em prover fundos para financiar projetos de infra-estrutura na Venezuela realizados por empresa brasileiras.

Not Doing Business in Venezuela: um manual de economia al revés

El Profesor continua dando aulas de economia, al revés, por supuesto.
As empresas brasileiras sofrem. Também, quem mandou acreditar na conversa do melhor amigo do ultra-democrata Chávez...
Paulo Roberto de Almeida

Caracas atrasa pagamentos e afasta empresa brasileira
Agencia Estado - O Estado de S. Paulo
7 de agosto de 2010

SÃO PAULO - A vida das empresas brasileiras na Venezuela não está fácil e pode piorar. A Braskem, que havia fechado duas joint ventures com a estatal venezuelana Pequiven, para dois projetos no valor de US$ 3,5 bilhões, mudou seus planos. Das 30 pessoas que a empresa mantinha em Caracas para tocar o projeto, só sobrarão cinco. A maioria dos executivos está voltando para o Brasil ou indo para outras filiais da Braskem.

"O governo venezuelano não cumpriu sua parte nos investimentos", disse uma fonte próxima ao projeto. A Braskem e a estatal venezuelana haviam assinado um memorando, em 2007, para criar duas companhias. O projeto da Propilsur foi adiado por um ano, enquanto o da Polimérica, de capital misto, teve o investimento reduzido pela metade.

Empreiteiras brasileiras, como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Correa, que têm bilhões em negócios na Venezuela, também estão prestes a sofrer um duro golpe do governo chavista com a Reforma da Lei de Contratações. A Assembleia Nacional venezuelana aprovou, na quarta-feira, uma lei que permite ao governo confiscar máquinas ou se apoderar de obras públicas que estejam paralisadas ou atrasadas.

Muitas empreiteiras brasileiras estão tocando seus projetos aos poucos ou deixando-os paralisados. A nova lei ainda precisa ser aprovada em segundo turno, mas, como há maioria chavista, deve passar. "Se for aprovada, a lei pode ser um enorme problema para as construtoras brasileiras", disse Fernando Portela, diretor executivo da Cavenbra, Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Venezuela.

Incompetencia do governo agrava a tragedia educacional brasileira

Este governicho vai ficar na história como um dos mais incompetentes, relapsos, e eu até diria criminoso no que se refere à educação em geral, ao ensino público em particular, e em especial no tocante aos dois primeiros ciclos da escola pública. Nunca antes neste país, tanto incompetência se juntou a tantos equívocos na condução de um dos temas mais relevantes da nacionalidade.
Também pudera: à ideologia anacrônica dos dirigentes se agrega o sindicalismo mafioso dos supostos educadores, pedagogos freireanos que sequer mereceriam o nome de educadores, sequer de mestres.
Nunca antes, desde Cabral, a educação recuou tanto neste país infeliz...

A desmoralização do Enem
Editorial de O Estado de São Paulo,
7 de agosto de 2010

Os fatos não confirmam as repetidas declarações do presidente Lula de que o ministro da Educação, Fernando Haddad, é um dos mais competentes membros de sua equipe. O vazamento dos dados pessoais de 12 milhões de alunos que se submeteram às três últimas edições do Enem é mais uma confirmação de que pouca coisa funciona bem na área de educação. Informações que deveriam ser mantidas em sigilo foram expostas no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) com acesso livre.

Trata-se de falha grave. Em primeiro lugar, porque resultou no desrespeito ao direito à inviolabilidade de informações pessoais previsto pela Constituição, no capítulo das garantias fundamentais, e em uma violação das leis que disciplinam a segurança no processamento de dados pessoais em órgãos públicos. E, em segundo lugar, porque o episódio expõe os alunos a investidas de criminosos, uma vez que os dados vazados constituem um verdadeiro maná de informações para estelionatários e até sequestradores. Com o CPF, o RG e os nomes dos pais de uma pessoa é possível a prática de uma série de delitos - da confecção de documentos falsos à abertura de empresas fictícias e contas bancárias. “O criminoso comete os crimes, mas consegue ficar com o nome limpo, enquanto o estudante que prestou o Enem pode ficar com o nome sujo”, diz o delegado Eduardo Gobetti, do Deic.

Como o regulamento do Enem é taxativo, comprometendo-se a resguardar o sigilo das informações sobre os candidatos, o vazamento é a pá de cal na desmoralização daquele que já foi um dos mais respeitados mecanismos de avaliação escolar do País. Decorrentes da inépcia do MEC, os primeiros problemas do Enem começaram em 2009, com as dificuldades enfrentadas pelos candidatos para se inscrever pela internet no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que permite usar as notas do exame no vestibular das universidades federais.

Em seguida, houve o vazamento da prova dois dias antes de sua realização, que obrigou o MEC a elaborar um novo teste, a um custo de R$ 30 milhões, e desorganizou o calendário das universidades. Quando o teste foi finalmente realizado, o MEC divulgou o gabarito errado. Na fase de matrículas, o Sisu falhou mais uma vez e o MEC não conseguiu distribuir as vagas das universidades federais com transparência, a ponto de ter matriculado quem não tinha média. O Sisu também não publicou a nota de vários alunos que fizeram o teste. Para usá-la no vestibular, eles tiveram de recorrer à Justiça. Por fim, foram identificadas falhas na correção das provas, a ponto de um estudante que fez uma redação de somente quatro linhas ter tirado uma nota boa.

Por causa da série de confusões provocadas pela incompetência do MEC, o Enem de 2009 teve uma abstenção de 40% dos inscritos - a maior já registrada desde sua criação, em 1998. Com o vazamento dos dados pessoais dos candidatos dos três últimos exames, o Enem perdeu a pouca credibilidade que ainda lhe restava. Acuado, Haddad, que já devia ter investido há muito tempo na modernização do sistema de informática do MEC, anunciou uma auditoria no Inep. A atual diretoria do órgão está no cargo há alguns meses, pois a anterior foi demitida depois do fiasco do Enem de 2009.

A desorganização do Enem é apenas um dos aspectos do fracasso do governo Lula no campo da educação. Esse governo teve oito anos para tentar melhorar a qualidade do ensino fundamental e médio e fracassou. O MEC também perdeu tempo com a demagogia da democratização do ensino superior e expandiu as universidade federais com base em critérios mais políticos do que técnicos.

Recentemente, sob a justificativa de estimular os programas de serviços à comunidade e evitar que o próximo governo “acabe” (sic) com o Programa de Educação Tutorial (PET), que tem por objetivo qualificar os melhores alunos da graduação, o MEC baixou duas portarias que o desfiguram inteiramente. Interpelado duramente por professores e alunos durante a reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em Natal, Haddad prometeu rediscutir as mudanças e revogar as portarias.

A piada da semana, talvez do mes, quem sabe valida por tres meses?

Tendo assistindo ao nascimento do Mercosul, acompanhado sua fase de bebê, com muitas fraldas para trocar e mamadeiras para aquecer, tendo assistido ao seu desenvolvimento um tanto errático, de criança prometedora a aborrecente complicado, tendo, enfim, contemplado sua maioridade problemática, cheia de pequenos atos delinquentes, posso dizer, sem sombra de errar, que esta (aí abaixo), é a maior piada que já ouvi em toda essa história conflituosa...
Se isso foi realmente dito, a presidenta argentina merece, ademais, o troféu Pinochio...
Bem, acho que os presidentes andam bebendo um bocado, pois o que dizem não bate com a realidade...
Paulo Roberto de Almeida

Argentina não tem restrições à importação de produtos brasileiros, diz Cristina Kirchner
Luiz Antônio Alves, correspondente Agência Brasil na Argentina
Agência Brasil, 03/08/2010

San Juan - A Argentina não tem restrições de nenhuma natureza à importação de produtos brasileiros. Se isso existisse, seria impossível alcançar, no primeiro semestre de 2010, um comércio bilateral de US$ 15 bilhões. O que existe é o déficit na balança comercial que prejudica a Argentina.

A informação foi dada pela presidente Cristina Kirchner, durante entrevista ao final da 39ª Cúpula do Mercosul, em San Juan. "Em vez de restrições, as relações bilaterais entre Brasil e Argentina nos oferecem a possibilidade de articular negócios entre o setor público e privado dos dois países", disse Cristina.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou da coletiva, acrescentou que recebe empresários com as mais diversas reivindicações econômicas e também grupos que querem apenas ganhar. "Todo mundo quer só vender, ninguém quer comprar. Qual é o comércio importante entre duas nações? É o comércio que seja equilibrado, uma via de duas mãos em que em determinado ano um dos países possa ter superávit, no ano seguinte seja a vez do outro, para todo mundo ficar confortável".

De acordo com Lula, os governos existem para acomodar essas situações. "O importante é lembrar o que era o comércio entre o Brasil e a Argentina em 2002 - US$ 7 milhões. Hoje, já estamos falando em US$ 30 bilhões. Não é pouca coisa. Tem gente que ficou dez vezes mais do que nós no poder e não conseguiu chegar a isso."

O presidente disse que considera "fantástico" o potencial econômico do Brasil e da Argentina. "Se conseguirmos juntar a capacidade dos dois países, podemos jogar com muito mais força no mundo, do ponto de vista econômico."

Lula disse que Brasil e Argentina não querem ser exportadores apenas de commodities (produtos de base em estado bruto - matérias primas - ou com pequeno grau de industrialização). "Queremos ser exportadores de conhecimento também. Como presidente do Brasil, estou cansado de exportar toneladas de minério de ferro. Quero ver se consigo exportar o chip, que vale por uma tonelada de minério. Para isso, precisamos fazer com que o nosso conhecimento científico e tecnológico trabalhe junto para que a gente cresça como duas nações poderosas".

===========

Quem precisar consultar o Código Aduaneiro do Mercosul, que finalmente conseguiu nascer, depois de um parto de quase 16 anos, mas poucas contrações e nenhum berreiro (inclusive porque vai ficar hibernando por mais alguns anos), pode downloadar (ugh!) aqui.

Enfrentando os mandarins do servico publico americano...

A tragédia, talvez, é que nem se trata de mandarins -- ao contrário dos nossos -- mas de simples pensionistas governamentais. Eles até não ganham muito -- ao contrário dos nossos, especialmente juizes -- mas simplesmente enfrentam a calamidade do pior desequilibrio nas contas públicas de estados e municipalidades americanas.
A favor dos EUA, se pode dizer que pelo menos existem políticos corajosos que enfrentam o problema, e se dispõem a cortar na carne, na sua própria e na dos outros.
Aqui, nem isso se pode dizer...
Paulo Roberto de Almeida

Your Money
Battle Looms Over Huge Costs of Public Pensions
By RON LIEBER
The New York Times, August 6, 2010

Pension Pain
The haves are retirees who were once state or municipal workers. Their seemingly guaranteed and ever-escalating monthly pension benefits are breaking budgets nationwide.

The have-nots are taxpayers who don’t have generous pensions. Their 401(k)s or individual retirement accounts have taken a real beating in recent years and are not guaranteed. And soon, many of those people will be paying higher taxes or getting fewer state services as their states put more money aside to cover those pension checks.

At stake is at least $1 trillion. That’s trillion, with a “t,” as in titanic and terrifying.

The figure comes from a study by the Pew Center on the States that came out in February. Pew estimated a $1 trillion gap as of fiscal 2008 between what states had promised workers in the way of retiree pension, health care and other benefits and the money they currently had to pay for it all. And some economists say that Pew is too conservative and the problem is two or three times as large.

So a question of extraordinary financial, political, legal and moral complexity emerges, something that every one of us will be taking into town meetings and voting booths for years to come: Given how wrong past pension projections were, who should pay to fill the 13-figure financing gap?

Consider what’s going on in Colorado — and what is likely to unfold in other states and municipalities around the country.

Earlier this year, in an act of rare political courage, a bipartisan coalition of state legislators passed a pension overhaul bill. Among other things, the bill reduced the raise that people who are already retired get in their pension checks each year.

This sort of thing just isn’t done. States have asked current workers to contribute more, tweaked the formula for future hires or banned them from the pension plan altogether. But this was apparently the first time that state legislators had forced current retirees to share the pain.

Sharing the burden seems to be the obvious solution so we don’t continue to kick the problem into the future. “We have to take this on, if there is any way of bringing fiscal sanity to our children,” said former Gov. Richard Lamm of Colorado, a Democrat. “The New Deal is demographically obsolete. You can’t fund the dream of the 1960s on the economy of 2010.”

But in Colorado, some retirees and those eligible to retire still want to live that dream. So they sued the state to keep all of the annual cost-of-living increases they thought they would be getting in perpetuity.

The state’s case turns, in part, on whether it is an “actuarial necessity” for the Legislature to make a change. To Meredith Williams, executive director of the Public Employees’ Retirement Association, the state’s pension fund, the answer is pretty simple. “If something didn’t change, we would have run out of money in the foreseeable future,” he said. “So no one would have been paid anything.”

Meanwhile, Gary R. Justus, a former teacher who is one of the lead plaintiffs in the case against the state, asks taxpayers in Colorado and elsewhere to consider an ethical question: Why is the state so quick to break its promises?

After all, he and others like him served their neighbors dutifully for decades. And along the way, state employees made big decisions (and built lifelong financial plans) based on retiring with a full pension that was promised to them in a contract that they say has the force of the state and federal constitutions standing behind it. To them it is deferred compensation, and taking it away is akin to not paying a contractor for paving state highways.

And actuarial necessity or not, Mr. Justus said he didn’t believe he should be responsible for past pension underfunding and the foolish risks that pension managers made with his money long after he retired in 2003.

The changes the Legislature made don’t seem like much: there’s currently a 2 percent cap in retirees’ cost-of-living adjustment for their pension checks instead of the 3.5 percent raise that many of them received before.

But Stephen Pincus, a lawyer for the retirees who have filed suit, estimates that the change will cost pensioners with 30 years of service an average of $165,000 each over the next 20 years.

Mr. Justus, 62, who taught math for 29 years in the Denver public schools, says he thinks it could cost him half a million dollars if he lives another 30 years. He also notes that just about all state workers in Colorado do not (and cannot) pay into Social Security, so the pension is all retirees have to live on unless they have other savings.

No one disputes these figures. Instead, they apologize. “All I can say is that I am sorry,” said Brandon Shaffer, a Democrat, the president of the Colorado State Senate, who helped lead the bipartisan coalition that pushed through the changes. (He also had to break the news to his mom, a retired teacher.) “I am tremendously sympathetic. But as a steward of the public trust, this is what we had to do to preserve the retirement fund.”

Taxpayers, whose payments are also helping to restock Colorado’s pension fund, may not be as sympathetic, though. The average retiree in the fund stopped working at the sprightly age of 58 and deposits a check for $2,883 each month. Many of them also got a 3.5 percent annual raise, no matter what inflation was, until the rules changed this year.

Private sector retirees who want their own monthly $2,883 check for life, complete with inflation adjustments, would need an immediate fixed annuity if they don’t have a pension. A 58-year-old male shopping for one from an A-rated insurance company would have to hand over a minimum of $860,000, according to Craig Hemke of Buyapension.com. A woman would need at least $928,000, because of her longer life expectancy.

Who among aspiring retirees has a nest egg that size, let alone people with the same moderate earning history as many state employees? And who wants to pay to top off someone else’s pile of money via increased income taxes or a radical decline in state services?

If you find the argument of Colorado’s retirees wanting, let your local legislator know that you don’t want to be responsible for every last dollar necessary to cover pension guarantees gone horribly awry. After all, many government employee unions will be taking contrary positions and doing so rather loudly.

If you work for a state or local government, start saving money outside of the pension plan if you haven’t already, because that plan may not last for as long as you need it.

And if you’re a government retiree or getting close to the end of your career? Consider what it means to be a citizen in a community. And what it means to be civil instead of litigious, coming to the table and making a compromise before politicians shove it down your throat and you feel compelled to challenge them to a courthouse brawl.

“We have to do what unions call givebacks,” said Mr. Lamm, the former Colorado governor. “That’s the only way to sanity. Any other alternative, therein lies dragons.”

Cada pais tem os bilionarios que merece...

Todo mundo deve ter lido a matéria de poucos dias atrás sobre a mobilização de bilionários americanos para que doem pelo menos a metade de suas fortunas a causas humanitárias.
O artigo abaixo de um professor de Filosofia do RJ resume bem o que poderia ser dito, em comparação, dos nossos miseráveis bilionários, miseráveis não por serem relativamente mais pobres, mas por serem miseráveis, mesmo, promíscuos, amantes dos monopólios e favores concedidos pelo Estado.
Mas eu me permito acrescentar algo.
A despeito do fato de que todo o dinheiro dos bilionários americanos possa servir, teoricamente, para erradicar, digamos, diversas enfermidades na África, dependendo de como ele será usado e canalizado para os fins pretendidos, pode não servir muito para mudar a face dos lugares mais miseráveis do mundo.
Afinal de contas, são mais de cinco ou seis décadas de contínua ajuda humanitária (ocidental, of course) a esses países, sem que eles tenham superado uma miséria ancestral, trágica para muitos desses povos.
O dinheiro deveria servir simplesmente para educar as pessoas, o que não é simples...
Mas é a única coisa a ser feita.
Paulo Roberto de Almeida

Lá e cá
Mario Guerreiro (5.08.2010)

Nos Estados Unidos, tão odiado por Chávez e pelos antiamericanistas brasileiros - os 70% que acham o governo do PT bom ou ótimo – 40 bilionários vão doar metade de suas fortunas para fins filantrópicos. Entre eles, estão Bill Gates, talvez o homem mais rico do mundo e Warren Buffet, o megainvestidor de Wall Street.

No Brasil, o maior bilionário brasileiro e um dos maiores, a saber: respectivamente Eike Batista e Abílio Diniz – est’último padecendo até hoje da síndrome de Estocolmo - não vão doar nem a décima parte de suas fortunas - talvez 0,1 das mesmas – mas não para fins filantrópicos e sim para a campanha de Lula e sua boneca de ventríloquo no colo: Dilma. Trata-se de uma gratificação por serviços prestados na esperança de bons serviços futuros...

Bilionário americano é um capitalista inteligente e generoso; bilionário brasileiro é mesquinho e puramente interesseiro, um fervoroso adepto do capitalismo de Estado ou socialismo de compadres.

Como entender essa diferença? Nos Estados Unidos em que ainda há o espírito de entrepreneurship (empreendedorismo) indivíduos podem ganhar muito dinheiro graças aos seus talentos e esforços, sem contar com benesses do Estado. Quando, finalmente, amealham uma grande fortuna abrem mão de boa parte da mesma para fazer doações a hospitais, museus, universidades e fundações de caráter humanitário.

No Brasil - que ainda não saiu do mercantilismo de Colbert do século XVIII - é muito difícil um indivíduo amealhar uma grande fortuna sem a proteção e o favorecimento do Estado. O patrimonialismo entranhado na formação política brasileira torna extremamente difícil alguém se tornar bilionário sem favorecimentos do Príncipe e seu estamento.

Por isto mesmo, são raros os verdadeiros self-made men; o que mais temos são os state-made men. Daí que aquelas figuras de indivíduos que só pensam em dinheiro e poder, que supostamente caracteriza os “vis capitalistas”, é bem aplicada aos bilionários brasileiros. Na realidade, são vis mercantilistas.

Tinha razão Oliveira Viana quando afirmou que o capitalismo, entendido como um regime econômico baseado no mercado aberto e na livre iniciativa - sem a presença do Estado como agente econômico - este capitalismo nunca chegou às belas praias da Bruzundanga de Lima Barreto.

Somos um povo de analfabetos: os propriamente ditos e os anlfabetos funcionais diplomados. Somos um povo endogenamente corrupto. Somo um povo incapaz de se enxergar e que, por isto mesmo, construiu uma falsa imagem de si mesmo cultuada em falsos rituais.

Aliás, várias pesquisas já mostraram que o baixo nível de educação formal (isto é: aquela que se recebe da escola à universidade) e informal (isto é: aquela que se recebe em casa e que se absorve com a interação social) e a formação moral dos indivíduos andam geralmente de braços dados.

Os países em que o grau de corrupção é muito baixo e está nos limites do tolerável – por exemplo: a Finlândia e a Coréia do Sul – são os países de mais alto nível educacional, tanto no formal como no informal. E os países em que há alto nível de corrupção – como o Brasil, a Bolívia e a Nigéria – há também baixo nível educacional.

A razão de ser dessa correlação envolvendo a ética e o conhecimento está longe de ser mera coincidência estatística. Pode não ser imediatamente apreendida, mas não é de nenhum modo enganosa.

Afinal de contas, a educação começa em casa e pressupõe uma família bem estruturada. A escola e a universidade se limitam a acrescentar conhecimento aos discentes e pouco ou nada podem fazer para a formação moral deles quando provenientes de famílias iguais àquelas que aparecem nos fabulosos romances e peças de Nelson Rodrigues.

Fundo de Agricultura Familiar do Mercosul: o Brasil continua pagando pelos outros...

Não é preciso nenhum comentário sobre o conteúdo em si da matéria, independentemente do fato que o Brasil, uma vez mais, paga 70% da conta, para coisas que não apresentem nenhum sentido integracionista, apenas um reforço dos esquemas microeconômicos introvertidos, subsidiados pelo resto da sociedade sem critérios produtivos muito claros.
Paulo Roberto de Almeida

Fondo de Agricultura Familiar del Mercosur será reglamentado
Notícias do Senado, 06/08/2010

El incentivo a los programas de apoyo a la agricultura familiar en los cuatro países miembros del Mercosur –Argentina, Brasil, Paraguay y Uruguay– deberá contar con un refuerzo anual de US$ 360 mil. Este es el valor que debe ser aplicado cada 12 meses por los cuatro países según el Reglamento del Fondo de Agricultura Familiar del Mercosur que recibió, el miércoles (4), el dictamen favorable de la Representación Brasileña en el Parlamento del Mercosur (Parlasur).

Incluido en el Mensaje 111/10, del Poder Ejecutivo, el reglamento recibió el voto favorable del relator y presidente de la representación, diputado José Paulo Tóffano, y ahora será examinado por la Cámara y el Senado. De acuerdo con la propuesta, cada uno de los cuatro países hará un aporte anual de US$ 15 mil. Además, habrá una cuota proporcional al tamaño de cada uno de los cuatro miembros del bloque. Sumadas, estas cuotas representarán el total de US$ 300 mil.

De este total, el 70% estará a cargo de Brasil, mientras que el 27% quedará con Argentina. Uruguay se encargará del 2%, y Paraguay, del 1%. La contribución total de Brasil, por lo tanto, será de US$ 225 mil anuales. Los recursos del fondo serán utilizados para “financiar programas y proyectos de estímulo a la agricultura familiar”, según destacó Tóffano, y permitirán aún “una amplia participación de los actores sociales en actividades relacionadas con el tema”.

Durante el debate, los miembros de la representación destacaron la necesidad de establecerse un mecanismo de control no sólo de los recursos de este fondo, pero también de otros ya creados en el ámbito del Mercosur, como el Fondo de Convergencia Estructural (Focem) que, sólo en la última reunión de cumbre del Mercosur, celebrada esta semana en la ciudad argentina de San Juan, ha liberado recursos de alrededor de US$ 800 millones para proyectos como la construcción de una línea de transmisión entre la central hidroeléctrica de Itaipú y Asunción, en Paraguay.

La senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) anunció que pondría en marcha un proyecto de norma del Consejo del Mercado Común, para determinar que la utilización de los recursos de los fondos creados por el bloque sea fiscalizada por el Parlasur. Por su parte, el senador Sergio Zambiasi (PTB-RS) reiteró la defensa del establecimiento de un Tribunal de Cuentas del Mercosur, como órgano auxiliar del parlamento regional.

La representación también aprobó dictamen favorable al Proyecto de Decreto Legislativo 1677/09, que aprueba el texto del Acuerdo de Asistencia Jurídica Mutua en Asuntos Penales entre los Estados miembros del Mercosur, Bolivia y Chile. El proyecto, que tuvo Sergio Zambiasi como relator ad hoc, seguirá para apreciación del Senado.

EUA: com a crise, servicos publicos diminuem...

O que tinha de acontecer, aconteceu. Acostumados a viver de fumaça, a ser descontada no futuro, ou de mensalão chinês, os americanos estão tendo de confrontar a realidade, pela primeira vez em muitos anos.
A começar pelos serviços públicos, de transporte, educação, prestação de diversos serviços sociais que diminuem, ou são simplesmente suprimidos.
Chegou o momento de pagar a conta...
Paulo Roberto de Almeida

Governments Go to Extremes as the Downturn Wears On
Dana Romanoff
The New York Times, August 6, 2010

Plenty of businesses and governments furloughed workers this year, but Hawaii went further — it furloughed its schoolchildren. Public schools across the state closed on 17 Fridays during the past school year to save money, giving students the shortest academic year in the nation and sending working parents scrambling to find care for them.

Many transit systems have cut service to make ends meet, but Clayton County, Ga., a suburb of Atlanta, decided to cut all the way, and shut down its entire public bus system. Its last buses ran on March 31, stranding 8,400 daily riders.

Even public safety has not been immune to the budget ax. In Colorado Springs, the downturn will be remembered, quite literally, as a dark age: the city switched off a third of its 24,512 streetlights to save money on electricity, while trimming its police force and auctioning off its police helicopters.

Faced with the steepest and longest decline in tax collections on record, state, county and city governments have resorted to major life-changing cuts in core services like education, transportation and public safety that, not too long ago, would have been unthinkable. And services in many areas could get worse before they get better.

The length of the downturn means that many places have used up all their budget gimmicks, cut services, raised taxes, spent their stimulus money — and remained in the hole. Even with Congress set to approve extra stimulus aid, some analysts say states are still facing huge shortfalls.

Cities and states are notorious for crying wolf around budget time, and for issuing dire warnings about draconian cuts that never seem to materialize. But the Great Recession has been different. Around the country, there have already been drastic cuts in core services like education, transportation and public safety, and there are likely to be more before the downturn ends. The cuts that have disrupted lives in Hawaii, Georgia and Colorado may be extreme, but they reflect the kinds of cuts being made nationwide, disrupting the lives of millions of people in ways large and small.

Read the entire article here.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Hiroshima: a 65 anos da bomba atomica, memoria japonesa é seletiva

A bomba atomica sobre Hiroshima causou 66 mil mortes imediatas e algumas outras milhares depois.
Os japoneses parecem ter uma memória seletiva sobre a guerra. Eles esquecem o sofrimento causado para os povos que eles dominaram, desde antes da II Guerra Mundial Mundial.
Eles esquecem de mencionar, por exemplo, os massacres perpetrados em Nanjing, na invasão da China, entre dezembro de 1937 e fevereiro de 1938, quando eles devem ter trucidado, de maneira bestial, mais de 120 mil chineses, violando mulheres, esquartejando grávidas, cortando bebês ao meio, decapitando homens, simplesmente fuzilando, queimando vivos milhares de chineses.
Eles deveriam introduzir uma data de arrependimento pelos massacres cometidos nos países asiáticos invadidos...
Paulo Roberto de Almeida

First Atomic Bomb Dropped on Japan; Missile Is Equal to 20,000 Tons of TNT; Truman Warns Foe of a 'Rain of Ruin'
By SIDNEY SHALETT
Special to THE NEW YORK TIMES, August 6, 1945

NEW AGE USHERED Day of Atomic Energy Hailed by President, Revealing Weapon HIROSHIMA IS TARGET 'Impenetrable' Cloud of Dust Hides City After Single Bomb Strikes

Washington, Aug. 6 -- The White House and War Department announced today that an atomic bomb, possessing more power than 20,000 tons of TNT, a destructive force equal to the load of 2,000 B-29's and more than 2,000 times the blast power of what previously was the world's most devastating bomb, had been dropped on Japan.

The announcement, first given to the world in utmost solemnity by President Truman, made it plain that one of the scientific landmarks of the century had been passed, and that the "age of atomic energy," which can be a tremendous force for the advancement of civilization as well as for destruction, was at hand.

At 10:45 o'clock this morning, a statement by the President was issued at the White House that sixteen hours earlier- about the time that citizens on the Eastern seaboard were sitting down to their Sunday suppers- an American plane had dropped the single atomic bomb on the Japanese city of Hiroshima, an important army center.

Japanese Solemnly Warned
What happened at Hiroshima is not yet known. The War Department said it "as yet was unable to make an accurate report" because "an impenetrable cloud of dust and smoke" masked the target area from reconnaissance planes. The Secretary of War will release the story "as soon as accurate details of the results of the bombing become available."

But in a statement vividly describing the results of the first test of the atomic bomb in New Mexico, the War-Department told how an immense steel tower had been "vaporized" by the tremendous explosion, how a 40,000-foot cloud rushed into the sky, and two observers were knocked down at a point 10,000 yards away. And President Truman solemnly warned:

"It was to spare the Japanese people from utter destruction that the ultimatum of July 26, was issued at Potsdam. Their leaders promptly rejected that ultimatum. If they do not now accept our terms, they may expect a rain of ruin from the air the like of which has never been seen on this earth."

Most Closely Guarded Secret
The President referred to the joint statement issued by the heads of the American, British and Chinese Governments in which terms of surrender were outlined to the Japanese and warning given that rejection would mean complete destruction of Japan's power to make war.

[The atomic bomb weighs about 400 pounds and is capable of utterly destroying a town, a representative of the British Ministry of Aircraft Production said in London, the United Press reported.]

What is this terrible new weapon, which the War Department also calls the "Cosmic Bomb"? It is the harnessing of the energy of the atom, which is the basic power of the universe. As President Truman said, "The force from which the sun draws its power has been loosed against those who brought war to the Far East."

"Atomic fission" - in other words, the scientists' long-held dream of splitting the atom- is the secret of the atomic bomb. Uranium, a rare, heavy metallic element, which is radioactive and akin to radium, is the source essential to its production. Secretary of War Henry L. Stimson, in a statement closely following that of the President, promised that "steps have been taken, to assure us of adequate supplies of this mineral."

The imagination-sweeping experiment in harnessing the power of the atom has been the most closely guarded secret of the war. America to date has spent nearly $2,000,000,000 in advancing its research. Since 1939, American, British and Canadian scientists have worked on it. The experiments have been conducted in the United States, both for reasons of achieving concentrated efficiency and for security; the consequences of having the material fall into the hands of the enemy, in case Great Britain should have been successfully invaded, were too awful for the Allies to risk.

All along, it has been a race with the enemy. Ironically enough, Germany started the experiments, but we finished them. Germany made the mistake of expelling, because she was a "non-Aryan," a woman scientist who held one of the keys to the mystery, and she made her knowledge available to those who brought it to the United States. Germany never quite mastered the riddle, and the United States, Secretary Stimson declared, is "convinced that Japan will not be in a position to use an atomic bomb in this war."

A Sobering Awareness of Power
Not the slightest spirit of braggadocio is discernible either in the wording of the official announcements or in the mien of the officials who gave out the news. There was an element of elation in the realization that we had perfected this devastating weapon for employment against an enemy who started the war and has told us she would rather be destroyed than surrender, but it was grim elation. There was sobering awareness of the tremendous responsibility involved.

Secretary Stimson said that this new weapon "should prove a tremendous aid in the shortening of the war against Japan," and there were other responsible officials who privately thought that this was an extreme understatement, and that Japan might find herself unable to stay in the war under the coming rain of atom bombs.

It was obvious that officials at the highest levels made the important decision to release news of the atomic bomb because of the psychological effect it may have in forcing Japan to surrender. However, there are some officials who feel privately it might have been well to keep this completely secret. Their opinion can be summed up in the comment by one spokesman: "Why bother with psychological warfare against an enemy that already is beaten and hasn't sense enough to quit and save herself from utter doom?"

The first news came from President Truman's office. Newsmen were summoned and the historic statement from the Chief Executive,who still is on the high seas, was given to them.

"That bomb," Mr. Truman said, "had more power than 20,000 tons of TNT. It had more than 2,000 times the blast power of the British 'Grand Slam,' which is the largest bomb (22,000 pounds) ever yet used in the history of warfare."

Explosive Charge Is Small
No details were given on the plane that carried the bomb. Nor was it stated whether the bomb was large or small. The President, however, said the explosive charge was "exceedingly small." It is known that tremendous force is packed into tiny quantities of the element that constitutes these bombs. Scientists, looking to the peacetime uses of atomic power, envisage submarines, ocean liners and planes traveling around the world on a few pounds of the element. Yet, for various reasons, the bomb used against Japan could have been extremely large.

Hiroshima, first city on earth to be the target of the "Cosmic Bomb," is a city of 318,000, which is- or was- a major quartermaster depot and port of embarkation for the Japanese. In addition to large military supply depots, it manufactured ordinance, mainly large guns and tanks, and machine tools, and aircraft-ordinance parts.

President Truman grimly told the Japanese that "the end is not yet."

"In their present form these bombs are now in production," he said, "and even more powerful forms are in development."

He sketched the story of how the late President Roosevelt and Prime Minister Churchill agreed that it was wise to concentrate research in America, and how great secret cities sprang up in this country, where, at one time, 125,000 men and women labored to harness the atom. Even today more than 65,000 workers are employed.

"What has been done," he said, "is the greatest achievement of organized science in history.

"We are now prepared to obliterate more rapidly and completely every productive and enterprise the Japanese have above ground in any city. We shall destroy Japan's power to make war."

The President emphasized that the atomic discoveries were so important, both for the war and for the peace, that he would recommend to Congress that it consider promptly establishing "an appropriate commission to control the production and use of atomic power within the United States."

"I shall give further consideration and make further recommendations to the Congress as to how atomic power can become a powerful and forceful influence toward the maintenance of world peace," he said.

Secretary Stimson called the atomic bomb "the culmination of years of herculean effort on the part of science and industry, working in cooperation with the military authorities." He promised that "improvements will be forthcoming shortly which will increase by several fold the present effectiveness."

"But more important for the long-range implications of this new weapon," he said, "is the possibility that another scale of magnitude will be developed after considerable research and development. The scientists are confident that over a period of many years atomic bombs may well be developed which will be very much more powerful than the atomic bombs now at hand."

Investigation Started in 1939
It was late in 1939 that President Roosevelt appointed a commission to investigate use of atomic energy for military purposes. Until then only small-scale research with Navy funds had taken place. The program went into high gear.

By the end of 1941 the project was put under direction of a group of eminent American scientists in the Office of Scientific Research and Development, under Dr. Vanever Bush, who reported directly to Mr. Roosevelt. The President also appointed a General Policy Group, consisting of former Vice President Henry A. Wallace, Secretary Stimson, Gen. George C. Marshall, Dr. James B. Conant, president of Harvard, and Dr. Bush. In June 1942, this group recommended vast expansion of the work transfer of the major part of the program to the War Department.

Maj. Gen. Leslie R. Groves, a native of Albany, N. Y., and a 48-year-old graduate of the 1918 class at West Point, was appointed by Mr. Stimson to take complete executive charge of the program. General Groves, an engineer, holding the permanent Army rank of lieutenant colonel, received the highest praise from the War Department for the way he "fitted together the multifarious pieces of the vast, country-wide jigsaw," and, at the same time, organized the virtually air-tight security system that kept the project a secret.

A military policy committee also was appointed, consisting of Dr. Bush, chairman; Dr. Conant, Lieut. Gen. Wilhelm D. Styer and Rear Admiral William R. Purnell.

In December, 1942, the decision was made to proceed with construction of large-scale plants. Two are situated at the Clinton Engineer Works in Tennessee and a third at the Hanaford Engineer Works in the State of Washington.

These plants were amazing phenomena in themselves. They grew into large, self-sustaining cities, employing thousands upon thousands of workers. Yet, so close was the secrecy that not only were the citizens of the area kept in darkness about the nature of the project, but the workers themselves had only the sketchiest ideas- if any- as to what they were doing. This was accomplished Mr. Stimson said, by "compartmentalizing" the work so "that no one has been given more information than was absolutely necessary to his particular job."

The Tennessee reservation consists of 59,000 acres, eighteen miles west of Knoxville, it is known as Oak Ridge and has become a modern small city of 78,000, fifth largest in Tennessee.

In the State of Washington the Government has 430,000 acres in an isolated area, fifteen miles northwest of Pasco. The settlement there, which now has a population of 17,000, consisting of plant operators and their immediate families, is known as Richmond.

A special laboratory also has been set up near Santa Fe, N. M., under direction of Dr. J. Robert Oppenheimer of the University of California, Dr. Oppenheimer also supervised the first test of the atomic bomb on July 16, 1945. This took place in a remote section of the New Mexico desert lands, with a group of eminent scientists gathered, frankly fearful to witness the results of the invention, which might turn out to be either the salvation or the Frankenstein's monster of the world.

Mr. Stimson also gave full credit to the many industrial corporations and educational institutions which worked with the War Department in bringing this titanic undertaking to fruition.

In August, 1943, a combined policy committee was appointed, consisting of Secretary Stimson, Drs. Bush and Conant for the United States; the late Field Marshall Sir John Dill (now replaced by Field Marshal Sir Henry Maitland Wilson) and Col. J. J. Llewellin (since replaced by Sir Ronald Campbell), for the United Kingdom, and C. D. Howe for Canada.

"Atomic fission holds great promise for sweeping developments by which our civilization may be enriched when peace comes, but the overriding necessities of war have precluded the full exploration of peacetime applications of this new knowledge," Mr. Stimson said. "However, it appears inevitable that many useful contributions to the well-being of mankind will ultimately flow from these discoveries when the world situation makes it possible for science and industry to concentrate on these aspects."

Although warning that many economic factors will have to be considered "before we can say to what extent atomic energy will supplement coal; oil and water as fundamental sources of power," Mr. Stimson acknowledged that "we are at the threshold of a new industrial art which will take many years and much expenditures of money to develop."

The Secretary of War disclosed that he had appointed an interim committee to study post-war control and development of atomic energy. Mr. Stimson is serving as chairman, and other members include James F. Byrnes, Secretary of State; Ralph A. Bard, former Under-Secretary of the Navy; William L. Clayton, Assistant Secretary of State; Dr. Bush, Dr. Conant, Dr. Carl T. Compton, chief of the Office of Field Service in OSRD and president of Massachusetts Institute of Technology, and George L. Harrison, special consultant to the Secretary of War and president of the New York Life Insurance Company. Mr. Harrison is alternate chairman of the committee.

The committee also has the assistance of an advisory group of some of the country's leading physicists including Dr. Oppenheimer, Dr. E. O. Lawrence, Dr. A. H. Compton and Dr. Enrico Fermi.

The War Department gave this supplementary background on the development of the atomic bomb.

"The series of discoveries which led to development of the atomic bomb started at the turn of the century when radioactivity became known to science. Prior to 1939 the scientific work in this field was world-wide, but more particularly so in the United States, the United Kingdom, Germany, France, Italy and Denmark. One of Denmark's great scientists, Dr. Neils Bohr, a Nobel Prize winner, was whisked from the grasp of the Nazis in his occupied homeland and later assisted in developing the atomic bomb.

"It is known that Germany worked desperately to solve the problem of controlling atomic energy."

RELATED HEADLINES
Report by Britain: 'By God's Mercy' We Beat Nazis to Bomb, Churchill Says: Roosevelt Aid Cited: Raiders Wrecked Norse Laboratory in Race for Key to Victory
Steel Tower 'Vaporized' in Trial of Mighty Bomb: Scientists Awe-Struck as Blinding Flash Lighted New Mexico Desert and Great Cloud Bore 40,000 Feet Into Sky
Trains Canceled in Stricken Area: Traffic Around Hiroshima Is Disrupted -- Japanese Still Sift Havoc by Split Atoms
Atom Bombs Made in 3 Hidden 'Cities': Secrecy on Weapon So Great That Not Even Workers Knew of Their Product
Reich Exile Emerges as Heroine in Denial to Nazis of Atom's Secret

OTHER HEADLINES
Hiram W. Johnson, Republican Dean in the Senate, Dies: Isolationist Helped Prevent U.S. Entry Into League -- Opposed World Charter: California Ex-Governor Ran for Vice President With Theodore Roosevelt in '12 -- In Washington Since '17
Jet Plane Explosion Kills Major Bong, Top U.S. Ace: Flier Who Downed 40 Japanese Craft, Sent Home to Be 'Safe,' Was Flying New 'Shooting Star' as a Test Pilot
Kyushu City Razed: Kenney's Planes Blast Tarumizu in Reord Blow From Okinawa, Rocket Site Is Seen, 125 B-29's Hit Japan's Toyokawa Naval Arsenal in Demolition Strike
Morris Is Accused of 'Taking a Walk': Fusion Official 'Sad to Part Company' -- McGoldrick Sees Only Tammany Aided
Chinese Win More of 'Invasion Coast': Smash Into Port 121 Miles Southwest of Canton -- Big Area Open for Landing
Turks Talk War if Russia Presses; Prefer Vain Battle to Surrender

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Uniao Aduaneira Surrealista (tem quem goste...)

Um editorial do Estadão, como sempre realista.
Não compreendo o que o embargo a Cuba tem a ver com os assuntos do Mercosul. A menos que seus membros pretendam convidar Cuba para tornar-se o próximo membro, claro. Mas ela pode entrar mesmo com embargo. Tem muita gente que gosta de Cuba no Mercosul, exatamente como ela é, e isso não tem nada a ver com o embargo, dó de Cuba, etc; não, tem a ver com a atitude complacente com ditaduras...
Paulo Roberto de Almeida

Uma plástica no Mercosul
Editorial O Estado de S.Paulo
05/08/2010

O Mercosul é uma caricatura de união aduaneira, com barreiras comerciais entre os países-membros e uma Tarifa Externa Comum (TEC) cheia de exceções, mas sua imagem está um pouco mais apresentável depois da reunião de ministros e presidentes em San Juan, na Argentina. Depois de seis anos de impasses, o bloco terá finalmente o seu Código Aduaneiro, com normas, papéis e procedimentos comuns aos quatro sócios - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Além disso, os governos concordaram em eliminar uma velha aberração - a dupla cobrança do imposto alfandegário. Quando um produto entra no Mercosul por um país e é reexportado para outro, os dois cobram o tributo. Essa distorção tem sido um dos obstáculos a um acordo de livre comércio com a União Europeia.

Durante anos o assunto esteve na pauta. Resolvê-lo tornou-se quase uma questão de honra para cada chefe de governo ao assumir a presidência temporária do bloco. A presidente Cristina Kirchner pode inscrever esse feito em seu currículo. A maior dificuldade foi certamente convencer o presidente paraguaio, Fernando Lugo. Como o Paraguai não tem litoral, produtos importados por mar só chegam ao país depois de passar por um porto brasileiro ou argentino.

Esse imposto é importante para o Paraguai, mas o acordo inclui uma repartição do tributo cobrado na primeira operação. Além disso, a mudança será gradual, entre 2012 e 2014.

A eliminação de problemas como esse poderá ajudar, mas não garantirá o acordo com a União Europeia. A negociação ficou emperrada durante anos e foi retomada recentemente. Divergências entre Brasil e Argentina sobre a abertura do mercado para bens industriais dificultaram o entendimento com os europeus. Segundo o chanceler Celso Amorim, o Mercosul está preparado para ofertas mais ousadas e o avanço depende agora da União Europeia. É melhor ver as cartas sobre a mesa antes de formar um juízo sobre o assunto

Sem um acordo sequer com países do mundo rico, o Mercosul continua dando prioridade à chamada agenda Sul-Sul. A reunião em San Juan serviu para a assinatura de um acordo de livre comércio com o Egito, o segundo com um parceiro de fora da América do Sul. O primeiro foi com Israel. As duas iniciativas podem ter algum aspecto positivo, mas nenhuma acrescenta grandes benefícios ao comércio exterior do Brasil e de seus sócios sul-americanos. Mais provavelmente o novo acordo abrirá oportunidades no sentido oposto - para exportadores egípcios e indústrias turcas eventualmente instaladas no Egito.

O resto da conferência pouco ou nada se desviou da rotina de um bloco atolado em problemas internos, movido mais pela retórica do que por ações efetivas de cooperação. Foram aprovados investimentos com recursos do fundo comum de integração, destinados principalmente a obras de infraestrutura. Os documentos assinados por ministros e presidentes tratam de alguns assuntos costumeiros, como o direito da Argentina sobre as Ilhas Malvinas, Geórgia e Sandwich. Condenou-se como ilegítima a pretensão do Reino Unido de explorar petróleo na região.

O comunicado principal, com 42 itens, trata de assuntos tão variados quanto o G-20, a ação da Corte Penal Internacional, as políticas migratórias do mundo rico, o bloqueio comercial a Cuba e as mudanças climáticas.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, não apareceu para mostrar seu desagrado diante da omissão do velho amigo Néstor Kirchner, secretário-geral da Unasur. Kirchner faltou a uma reunião em Quito e deixou, portanto, de mostrar seu apoio a Chávez em sua nova briga com o governo colombiano.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou mais uma vez seu estranho senso de oportunidade, falando a favor do Irã na frente do chanceler Héctor Timmerman, primeiro judeu a chefiar o Ministério de Relações Exteriores da Argentina. O governo argentino continua cobrando explicações do governo iraniano, suspeito de participação no atentado - com 85 mortes - à Associação Mutual Israelita Argentina. Além do constrangimento, a presidente Cristina Kirchner ainda teve de enfrentar perguntas incômodas da imprensa.

Como serão as conferências do Mercosul sem Lula?

Justica brasileira conivente com o crime: é o minimo que se pode dizer

Sempre apoiando-se em regras formais de procedimento, juizes em geral, e juizes da Suprema Corte em particular, frustram o desejo da cidadania de se ter aquilo que se espera da Justiça: justiça.
Registre-se que os bandidos em questão, todos juízes bem postos, estavam apenas sendo aposentados compulsoriamente, ou seja, passariam a ganhar os mesmos altos salários sem trabalhar, e não se leu, ou ouviu, que teriam de devolver o dinheiro desviado.
O Brasil é um país em que a Justiça protege os seus próprios criminosos...
Paulo Roberto de Almeida

STF suspende punição de juízes acusados de desviar R$ 1 milhão
Mário Coelho
Congresso em Foco, 04/08/2010

CNJ condenou magistrados do Mato Grosso acusados de desviar dinheiro de tribunal para a maçonaria

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello suspendeu na segunda-feira (2) a aposentadoria compulsória de três juízes acusados de desviar dinheiro do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT) para a maçonaria. Os magistrados Graciema Ribeiro das Caravellas, Antonio Horácio da Silva Neto e Juanita Cruz da Silva Clait Duarte foram aposentados compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após investigação em processo disciplinar concluir sobre a existência do esquema beneficiando a Grande Oriente do Mato Grosso.

Por unanimidade, o CNJ condenou em fevereiro sete juízes e três desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Todos eram acusados de uso irregular de verbas com distribuição privilegiada de pagamentos atrasados. Parte da verba foi usada para sanear o rombo financeiro de loja maçônica integrada por alguns dos magistrados. Por conduta antiética, corrupção ativa e passiva, todos foram condenados à aposentadoria compulsória proporcional. Os dez eram acusados de arquitetar e executar um esquema que desviou mais de R$ 1 milhão do tribunal para a entidade maçônica.

Ao analisar os mandados de segurança, Celso de Mello entendeu que, neste momento, não era função do CNJ abrir o processo disciplinar e investigar o caso. Para ele, quem deveria fazer isso era o Tribunal de Justiça do Mato Grosso. Na decisão, ele enfatizou que a atuação do Conselho deve observar o princípio da subsidiariedade. Ou seja, o CNJ deve ter um papel subsidiário e complementar em relação aos tribunais, atuando somente quando constatada a ineficácia dos mecanismos ordinários de administração e repressão do poder Judiciário local.

"O desempenho da atividade fiscalizadora (e eventualmente punitiva) do CNJ deveria ocorrer somente nos casos em que os Tribunais – havendo tido a possibilidade de exercerem, eles próprios, a competência disciplinar e correicional de que se acham ordinariamente investidos – deixassem de fazê-lo (inércia) ou pretextassem fazê-lo (simulação) ou demonstrassem incapacidade de fazê-lo (falta de independência) ou, ainda, dentre outros comportamentos evasivos, protelassem, sem justa causa, o seu exercício (procrastinação indevida)", afirmou o ministro na decisão.

Celso de Mello, no entanto, ressaltou que sua decisão pode ser revista pelos pares do Supremo. Mas ele disse que a remessa da denúncia ao CNJ pelo corregedor-geral de Justiça do Mato Grosso frustou a possibilidade de a corte local analisar o caso. "Ao precipitar a atuação do CNJ, sem sequer haver ensejado ao TJMT o exercício de sua competência correicional em sede disciplinar, o corregedor teria, aparentemente, inviabilizado a prática, pelo Judiciário local, de uma prerrogativa que não lhe poderia ter sido subtraída, o que teria implicado, por efeito da inobservância do postulado da subsidiariedade, transgressão à autonomia institucional do Tribunal de Justiça daquela unidade da federação”, enfatizou o ministro do STF.

Viva o Big Brother? - o fim do anonimato na Internet, preve CEO da Google

Um cenário preocupante, de fato: os Estados vão prevalecer sobre os indevíduos, o que é um passo a mais no sentido do controle das vidas privadas por burocratas cinzentos, quando não vilões declarados.
Bem, de certa forma isso já ocorre no Brasil, como qualquer observador mais atento sabe muito bem...

Le PDG de Google prédit la fin de l'anonymat sur Internet
Le Monde, 05.08.2010

Eric Schmidt estime que le passage à un système d'identification des internautes, à la demande des Etats, est inévitable.

"Si je regarde suffisamment vos messages et votre localisation, et que j'utilise une intelligence artificielle, je peux prévoir où vous allez vous rendre. Montrez-nous 14 photos de vous et nous pourrons vous identifier. Vous pensez qu'il n'y a pas quatorze photos différentes de vous sur Internet ? Il y en a plein sur Facebook !" Coutumier des déclarations fracassantes sur la vie privée, le PDG de Google, Eric Schmidt, a estimé, mercredi 4 août, lors de la conférence Techonomy, que l'anonymat sur Internet était voué à disparaître et serait remplacé par une "transparence totale".

Pour M. Schmidt, le monde "n'est pas prêt pour la révolution technologique qui s'annonce". Avec l'explosion des données rendues publiques par les internautes, les épidémies ou les crises deviennent prévisibles ; le monde produisant aujourd'hui, selon lui, autant de données en deux jours qu'entre "l'aube de la civilisation et 2003". Le moteur de recherche a par exemple lancé un outil de suivi de la progression de la grippe A, basé sur les recherches effectuées par les internautes.

Mais cette explosion du volume de données peut également être mise à profit à des fins moins bénéfiques, juge M. Schmidt. "La seule manière de gérer ce problème est une vraie transparence, et la fin de l'anonymat. Dans un monde où les menaces sont asynchrones, il est trop dangereux qu'on ne puisse pas vous identifier d'une manière ou d'une autre. Nous avons besoin d'un service d'identification personnel. Les gouvernements le demanderont", assure-t-il.

Divida Publica e Crescimento - um estudo do FMI

Já se sabia, empiricamente, que o aumento da dívida pública reduz o crescimento econômico, por diversas razões, todas muito conhecidas. Um estudo dotado do necessário rigor científico vem corroborar essa "impressão". Não se sabe por que, no Brasil, tantos economistas acham que o Estado vai "impulsionar" o crescimento atuando de forma desequilibrada em relação às contas públicas...
Paulo Roberto de Almeida

Public Debt and Growth
MANMOHAN KUMAR, International Monetary Fund (IMF) - Research Department
JAEJOON WOO, DePaul University - Department of Economics
IMF Working Paper No. 10/174

This paper explores the impact of high public debt on long-run economic growth. The analysis, based on a panel of advanced and emerging economies over almost four decades, takes into account a broad range of determinants of growth as well as various estimation issues including reverse causality and endogeneity. In addition, threshold effects, nonlinearities, and differences between advanced and emerging market economies are examined. The empirical results suggest an inverse relationship between initial debt and subsequent growth, controlling for other determinants of growth: on average, a 10 percentage point increase in the initial debt-to-GDP ratio is associated with a slowdown in annual real per capita GDP growth of around 0.2 percentage points per year, with the impact being somewhat smaller in advanced economies. There is some evidence of nonlinearity with higher levels of initial debt having a proportionately larger negative effect on subsequent growth. Analysis of the components of growth suggests that the adverse effect largely reflects a slowdown in labor productivity growth mainly due to reduced investment and slower growth of capital stock.

Mudanca climatica e politica comercial - Patrick Messerlin

Climate Change and Trade Policy: From Mutual Destruction to Mutual Support
PATRICK A. MESSERLIN, Groupe d'Economie Mondiale at Sciences Po (GEM Paris)
World Bank Policy Research Working Paper No. 5378

Abstract:
Contrary to what is still often believed, the climate and trade communities have a lot in common: a common problem (a global "public good"), common foes (vested interests using protection for slowing down climate change policies), and common friends (firms delivering goods, services, and equipment that are both cleaner and cheaper). They have thus many reasons to buttress each other. The climate community would enormously benefit from adopting the principle of "national treatment," which would legitimize and discipline the use of carbon border tax adjustment and the principle of "most-favored nation," which would ban carbon tariffs. The main effect of this would be to fuel a dual world economy of clean countries trading between themselves and dirty countries trading between themselves at a great cost for climate change. And the trade community would enormously benefit from a climate community capable of designing instruments that would support the adjustment efforts to be made by carbon-intensive firms much better than instruments such as antidumping or safeguards, which have proved to be ineffective and perverse. That said, implementing these principles will be difficult. The paper focuses on two key problems. First, the way carbon border taxes are defined has a huge impact on the joint outcome from climate change, trade, and development perspectives. Second, the multilateral climate change regime could easily become too complex to be manageable. Focusing on carbon-intensive sectors and building "clusters" of production processes considered as having "like carbon-intensity" are the two main ways for keeping the regime manageable. Developing them in a multilateral framework would make them more transparent and unbiased.

Proibicao de exportacoes: nao se pode impedir politicos de adotarem medidas estupidas (ou pode?)

A Russia já foi um enorme exportador de grãos, mais de um século atrás, fornecendo, junto com os Estados Unidos (então em fase de se converter também na maior potência industrial do planeta), o essencial dos grãos alimentícios e forrageiros de que a Europa e outras regiões do mundo necessitavam para o seu pão diário e para a ração de seus animais de criação. As enormes planícies da Ucrânia e da Bielorussia, como da própria Russia, eram uma espécie de celeiro do mundo, como se dizia antigamente (posição que o Brasil pode vir a ocupar, se já não ocupa, atualmente).
Bem, depois "aconteceu" o socialismo, que, como todos sabem, diminuiu tremendamente a capacidade da União Soviética de não só abastecer o mundo -- o que ele deixou de fazer já na primeira guerra mundial e logo em seguida à revolução de 1917, com a guerra civil subsequente e a construção do "socialismo num só país" -- como também de alimentar o seu próprio povo. Entre fomes acontecidas e fomes fabricadas, o socialismo matou muita gente, e simplesmente retirou a URSS da economia mundial durante sete décadas (eu disse sete décadas, o que é o equivalente a três gerações), salvo por uma ou outra commodity valorizada (petróleo, gás, alguns minérios e metais não ferrosos, como ouro, que a URSS contrabandeava via empresas de fachada e países off-shore para reabastecer de divisas suas caixas esquálidas).
Curiosamente estou lendo agora mesmo mais um desses livros de história virtual, What If?, que tem um capítulo explorando a possibilidade de que Lênin não tivesse chegado à Estação Finlândia -- numa operação patrocinada pela então inimiga da Rússia, a Alemanha, para espalhar o caos em sua contendora na frente oriental -- ou que de alguma forma ele não teria sido capaz de liderar o putsch (sim, foi um putsch, não uma revolução) de Outubro (ou novembro, segundo o calendário gregoriano) de 1917, e que a Rússia, portanto, tivesse continuado em sua trajetória de desenvolvimento capitalista e tendencialmente democrático. Bem, isso são histórias que depois eu conto. Voltemos ao nosso grão.

Como se depreende da matéria abaixo, o primeiro-ministro russo Vladimir Putin pensa banir as exportações de grãos, à raiz da seca e das queimadas que se abateram sobre o país neste verão europeu. Com o perdão da palavra, que pode ofender os mais sensíveis, trata-se da medida mais estúpida que se possa tomar do ponto de vista econômico. Supostamente feita para evitar mais inflação e desabastecimento, ela vai distorcer os mercados, diminuir a oferta de grãos na próxima safra, enviar o sinal errado aos mercados mundiais de grãos e gerar mais confusão e efeitos negativos do que o pretendido como "solução" para o problema.
A mesma medida tinha sido adotada, como se sabe, nos recentes problemas de inflação e desabastecimento nos mercados argentinos de grãos e de carnes -- já afetados por controles de preços, impostos às exportações e outras medidas restritivas -- que converteram a Argentina numa IMPORTADORA DE CARNE (para honrar contratos, o que é extremamente grave).
Não se pode impedir -- talvez se devesse tentar -- políticos de adotarem medidas estúpidas como essa, mas pelo menos ninguém me impede de expressar minha opinião de leigo. Nem o Brasil está isento desses ataques de estupidez de políticos. Dois anos atrás, no auge do pico dos preços dos minérios nos mercados internacionais, o então ministro das Minas e Energia, um pau mandado de outro político amigo do poder, também cogitou de introduzir um imposto à exportação, supostamente para evitar inflação e desabastecimento do mercado interno (sempre as razões invocadas por esses cérebros diminutos).
Pergunto-me o que a cidadania e os agentes econômicos podem fazer contra medidas estúpidas adotadas por responsáveis políticos nesse tipo de situação? Talvez nada no plano nacional ou internacional, em nome da soberania nacional, mas talvez economistas sensatos pudessem estabelecer um "Alto Tribunal das Estupidezes Econômicas", uma espécie de comitê virtual encarregado de analisar as medidas econômicas desse calado e caracterizá-las pelo que efetivamente são: estupidezes econômicas...
Paulo Roberto de Almeida

Russia grain export ban sparks price fears
By Catherine Belton in Moscow and Jack Farchy and Javier Blas in London
Financial Times, August 5 2010

The prices of everyday staples such as bread, flour and beer are set to rise sharply after Russia imposed a ban on grain exports, triggering panic in commodities markets and sending wheat prices to their highest since the 2007-08 global food crisisfood crisis.

Vladimir Putin, Russian prime minister, announced the ban on all the country’s grain exports, effective within 10 days, after a severe drought devastated crops and wildfires spread across the country.

The move, which caught traders and food producers by surprise, pushed the price of wheat to its highest in two years and evoked memories of the last time the then Soviet Union suffered a catastrophic crop failure in 1972. And Moscow introduced export restrictions during the 2007-08 global food crisis, triggering a wave of panic buying from North Africa and Middle East importers.

“There is full blown panic in the European grain market,” a senior trader said.

European wheat prices rose more than 12 per cent to hit a peak of €236 a tonne on record trading volumes. US wheat futures also jumped and are up more than 80 per cent since mid-June, the fastest rally in nearly 40 years. There were fears that food price inflation could take off and that the world could even suffer a repeat of the 2008 food crisis should the big shortfall in wheat output persist. “Soaring grain prices have brought food inflation back to centre stage,” said Joachim Fels of Morgan Stanley in London.

Prices of other crops including barley, corn and rapeseed, also jumped sharply.

Shares in some of the world’s largest food companies tumbled on fears they would struggle to pass on all the increased costs of buying wheat to millions of households already suffering the effects of the financial crisis. However, several companies have already said they plan immediate price hikes on goods, such as bread and biscuits.

Unilever, the British consumer goods group, dropped 5.2 per cent, while General Mills, one of the world’s largest food companies, was 2.5 per cent lower. Nestlé fell 2.1 per cent.

“I think it would be expedient to introduce a temporary ban on export grains and other agricultural goods,” Mr Putin told a cabinet meeting. “We cannot allow an increase in domestic prices and we need to maintain the number of cattle.”

The ban would take effect from August 15 and last until December 31, a spokesman for Mr Putin said.

The worst drought in more than a century in the Black Sea region has led to widespread alarm. Forecasts for the Russian grain crop have been falling daily, with the agriculture ministry’s most recent projection at 70m-75m tonnes, down from 85m tonnes a fortnight ago. Last year, the harvest was 100m tonnes.

Traders at Glencore, the world’s largest commodity trading company, on Tuesday warned the crop could fall to about 65m tonnes.

Cargill, the world’s biggest trader of agricultural commodities, criticised Moscow’s move. “Such trade barriers further distort wheat markets by making it harder for supplies to move from areas of surplus to areas of deficit, and by preventing price signals from reaching wheat farmers,” it said.

Arkady Zlochevsky, president of the Grain Union lobby group, said that the swift imposition of the ban risked undermining Russia’s reputation as a reliable supplier.

The UN on Wednesday attempted to quell growing panic in the markets, saying that fears of a repetition of the 2007-08 food crisis were unjustified.

But it also cut its forecast for global wheat production by 25m tonnes to 651m tonnes, the biggest revision in 20 years, and warned that a continuation of the current weather conditions could affect planting of the next Russian crop, with “potentially serious implications” for global wheat supplies in the 2011-12 season.

Arkady Zlochevsky, president of the Grain Union lobby group, said the government needed to warn exporters ahead of such a decision and give them time to meet existing contracts, according to Interfax. “What are we to do with the grain that has already reached port?” he asked. “We have no mechanisms for returning it.”

The Russian lobbyist also said the Egyptian tenders that Russian traders had fought hard to win could now be under threat. “Russia’s reputation as a reliable supplier of grain could be under threat from such a sharp decision.”

Mr Zlochevsky said it would make more sense to impose a ban later, by September 1 for example, so as to give exporters time to unload contracted supplies.

Mr Putin said the government would disburse Rbs35bn ($1.17bn) in subsidies to agricultural producers. He also added that Russia would use its grain stores for distribution without auction to regions in need.

Copyright The Financial Times Limited 2010.

Burgueses estupidos (por uma vez) -- Reinaldo Azevedo

O título é meu, mas a matéria não. Em todo caso, diz quase tudo que eu poderia dizer sobre essa figura sobremaneira ridícula que é o presidente "socialista" da FIESP, um trapaceiro dos negócios e uma piada política.
Essa é a nossa burguesia, que vive de dinheiro público, ou seja, do meu, do seu, do nosso dinheiro...
Paulo Roberto de Almeida

A miséria dos nossos ricos
Reinaldo Azevedo, 05.08/2010

Publiquei ontem um post que traz dois vídeos de Paulo Skaf, candidato do PSB ao governo de São Paulo e presidente licenciado da antigamente mítica — um mito do passado mesmo!!! — Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Leiam o post publicado às 20h44. Trata-se de um exemplo clássico da chamada “vergonha alheia”. Digo, muito constrangido, que aquilo ali, com todos os rigores da demagogia barata, é parte da “nossa elite”. Como exclamaria ou imprecaria o poeta Manuel Bandeira, “Meu Jesus Cristinho!!!”.

O fato de Skaf, que nem empresário é mais, ser presidente da Fiesp já é uma piada de salão. Que seja o chefão da principal federação de indústrias do país e filiado a um partido que se diz “socialista”, bem, isso só nos cobre de ridículo — ridículo certamente redobrado para aqueles que o elegeram. E essa eleição tem história.

Pesquisem na Internet. O governo Lula — sim, ele mesmo! — entrou pesado no jogo da sucessão da Fiesp por intermédio do então todo-poderoso ministro da Casa Civil, José Dirceu, para garantir a vitória do azarão Skaf contra Cláudio Vaz, que era o candidato de Horácio Lafer Piva, então presidente, considerado tucano demais. Skaf se elegeu em 2004 e foi reeleito em 2008, unificando as presidências da Fiesp e do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). E começou a preparar a sua candidatura a alguma coisa… Restou-lhe um partido que se diz… socialista!

O fato de a principal entidade empresarial do país estar nessa miséria política e intelectual diz muito destes dias que vivemos. Tá bom, conto. Fui a Nova York com as minhas meninas nos dias em que andei distante. É claro que elas visitaram a liquidação da Macy’s, em que se compra por alguns trocados o que aqui se vende quase a mão armada. Todo mundo visita. Mas também ficaram fascinadas com a “Frick Collection”, a casa-museu do empresário Henry Clay Frick (1849-1919), na esquina da Quinta Avenida com a 70, que as esquerdas certamente diriam ter sido um grande fdp (aliás, as da época já consideravam isso…), mas que conseguiu reunir a maior concentração de Rembrandts por metro quadrado no mundo. O risco de cruzar com brasileiros por lá é pequeno, menor do que na Macy’s…

Provocando um tantinho, eu diria que Frick esfolou a “craçe operária” para oferecer a preços módico El Greco, Goya e Piero della Francesca para as massas que se interessarem. E quem não se interessar? Que se dane! Não existe ditadura que imponha El Greco como obrigação… E os nossos “Fricks”? Bem, em vez de nos doar Rembrandts, eles tomam caminhões deles na forma dos subsídios estatais. Devolverão uma fatiazinha aos políticos por intermédio das doações de campanha e das propinas. Nada de museus, de universidades ou bibliotecas…

No fundo, gostam mesmo é de um cartório, com juros camaradas do BNDES, para depois falar, hipocritamente, em defesa da livre iniciativa, na qual não acreditam tanto assim. Esse é o ambiente que deu à luz uma figura como Paulo Skaf, que paga o mico de estrelar aqueles vídeos: ator canastrão, político canastrão e empresário canastrão.

Senadores chilenos SERAO expulsos da Venezuela: uma previsão imprevidente

Quem prevê sou eu e não tenho certeza de que vai ocorrer, mas estou quase certo que sim...
Para acompanhar...

VENEZUELA NÃO QUER OBSERVADORES INTERNACIONAIS NAS ELEIÇÕES DE 26/09/2010!
El Mercurio, 02.08.2010

El senado chileno decidió no acatar la inhabilitación que hiciera la presidenta de la Asamblea Nacional de Venezuela, Cilia Flores, sobre el envío de un grupo observadores de cara a las elecciones parlamentarias del próximo 26 de septiembre. El senador de la Democracia Cristiana en Chile, Patricio Walker, declaró que “no se entiende que alguien se moleste porque somos invitados por la oposición para ir como observadores internacionales. Somos del Parlamento de un país amigo". "Vamos a ir igual, y si nos quieren sacar que nos saquen. No vamos a ir a agredir a nadie, vamos invitados por amigos. Aunque sea como turistas vamos a ir. Es importante que el pueblo venezolano se exprese y que pueda establecer un contrapeso al poder total que se quiere establecer", señaló.

Desmantelando o keynesianismo - Gary North

Quatro imagens contra o keynesianismo
Gary North
Artigos - Economia
Instituto Von Mises Brasil, 04 Agosto 2010

Gary North ensina como reduzir a pó os sofismas do keynesianismo, a teoria econômica idolatrada pelos sociais-democratas, nazistas e socialistas, responsável pelo crescimento da opressão estatal e de grandes colapsos econômicos nas últimas décadas.

Quatro imagens fornecem as ferramentas conceituais necessárias para refutar a teoria econômica keynesiana: a arma, a carteira, o título da dívida e a impressora de dinheiro. Lembre-se delas todas as vezes que você ler uma propaganda keynesiana exaltando os últimos planos de gastos do governo. Explico.

Pense que você está em um debate público. Se você quiser arruinar um oponente intelectual em um debate, descubra qual o seu principal ponto fraco e atenha-se a ele. Nunca o deixe escapar. Garanta que a platéia sairá do debate tendo em mente todas as refutações que você apresentou.

Ao se preparar para um debate, lembre-se sempre desse princípio da comunicação eficaz: "É mais fácil esquecer uma formula do que uma imagem mental".

Economistas acadêmicos amam fórmulas. E essa é justamente sua maior vulnerabilidade. Ao contrário das fórmulas da física, as fórmulas dos economistas escondem profundos erros conceituais; erros que simples imagens mentais mostram ser um absurdo total. O indivíduo comum pode prontamente perceber e entender esses erros por meio do uso de simples imagens mentais. Já os economistas acadêmicos, por outro lado, são deliberadamente treinados em sua pós-graduação para ignorar essas imagens. Eles são facilmente cegados por fórmulas. Isso os coloca em desvantagem nos debates públicos, especialmente quando têm de debater membros de uma escola de pensamento econômico que não utiliza fórmulas: a escola austríaca de economia. Irei agora dar uma demonstração de como esse princípio funciona num debate.

A FÓRMULA CENTRAL DO KEYNESIANISMO

A descrição da economia keynesiana na Wikipédia é um bom lugar para se começar. Aqui, temos a fórmula keynesiana presente em todos os livros-texto:

Em representação científica, a Fórmula Keynesiana consiste da seguinte composição:

C + I + G + X - M = Y(PIB)

que significa:

Consumo + Investimento + Gastos Governamentais + Exportações - Importações = Produto Interno Bruto

Isso é coisa padrão. Começa aqui:

Os gastos são o núcleo da economia keynesiana - que formam o gasto agregado. Consumo (C) é uma série de decisões individuais de alocação de recursos por toda a sociedade. Investimento (I) é uma série de decisões individuais de alocação de recursos por toda a sociedade. Exportações (X) são uma série de decisões individuais de alocação de recursos por toda a sociedade. O mesmo se aplica às importações.

Já os gastos governamentais representam um tipo diferente de decisão de alocação. "Está vendo essa arma? Está vendo para onde ele está apontada? Passe a carteira!"

O estudante pode ver que o gasto total se baseia em todas as quatro letras da fórmula. C, I, X e M se originam das ações dos proprietários originais dos recursos. Já o G não se origina das ações dos proprietários originais dos recursos. G se origina da ação do seu novo proprietário, após múltiplas transações feitas sob a mira da arma.

G não cria nada. G confisca. G não pode gastar nada que não tenha antes extraído à força dos consumidores ou investidores.

C, I, X e M são baseados na produção. Eles representam forças criativas. G é baseada no confisco. Não é uma força criativa. Tudo o que é gasto por G é feito à custa de C, I, X ou M. Quando G gasta, ele o faz à custa de todos os outros.

Um estudante perspicaz é esperto o bastante para imaginar o que a maioria das pessoas faz quando constantemente ameaçadas por ladrões com armas, mesmo quando os ladrões carregam distintivos. Elas não irão colocar todo o seu dinheiro em suas carteiras. Elas irão esconder parte do seu dinheiro. Elas não irão gastá-lo. Pessoas que carregam distintivos e armas chamam esse ato de entesouramento da moeda. Trata-se de Algo Muito Ruim, eles nos asseguram.

PEGANDO EMPRESTADO DE PEDRO PARA SUBSIDIAR PAULO

É aqui que Keynes vem ao socorro dos governos de todos os lugares. Para evitar que as pessoas entesourem seu dinheiro - mantendo-o assim a salvo da sanha tributária, mas consequentemente levando a uma redução do gasto agregado -, Keynes aconselhou aos governos oferecerem títulos de dívida que paguem juros. Dessa forma, os governos poderiam obter empréstimos, gastar e, com isso, manter o nível do gasto agregado. "Escondam as armas. Ofereçam títulos."

Apenas estudantes muito espertos irão fazer essas duas perguntas óbvias:

De onde o governo irá tirar dinheiro para pagar esse empréstimo e seus juros?

De onde as pessoas irão tirar dinheiro para emprestar ao governo?

As respostas dos políticos para a primeira pergunta é fácil: (1) nós iremos contratar mais homens com distintivos e armas; (2) nós iremos oferecer mais títulos de dívida. Porém, essas não são respostas elucidativas; são apenas embromação, pois a pergunta continua sem resposta.

Então Keynes acrescentou isso: "Imprimam mais dinheiro". Ele especificamente ensinou que os salários reais iriam cair junto com o poder de compra em tempos de inflação de preços. Membros dos sindicatos iriam aceitar esses menores salários reais, Keynes ensinou. Isso iria levar a um maior emprego: salários menores significam mais demanda por mão-de-obra. Ele implicitamente supôs que os sindicalistas eram tolos, assim como os economistas que eles contratariam para fazer negociações.

E quanto à segunda pergunta? De onde os emprestadores tirarão dinheiro para emprestar para o governo? A resposta de Keynes fazia aparente sentido naquela época, quando as pessoas guardavam ouro (nos EUA) ou moeda corrente (em todo o resto do mundo) em casa. Porém, após 1934 nos EUA, quando Seguro Federal para Depósitos Bancários foi criado (seguro esse que hoje existe em todo o mundo), o argumento de Keynes perdeu o sentido. As pessoas passaram a depositar seu dinheiro nos bancos. Os bancos então passaram a emprestar esse dinheiro. Dali em diante, o governo poderia emitir vários títulos e incorrer em grandes déficits orçamentários, que os bancos iriam utilizar o dinheiro de seus correntistas para comprar esses títulos do governo. O problema é que os empreendedores agora não teriam mais a mesma facilidade de antes para conseguir empréstimos junto a esses bancos, que passaram a canalizar o dinheiro para os títulos do governo.

Keynes imaginou que, sob esse arranjo, o gasto agregado não iria se alterar. É aí que sua teoria desmorona.

Mesmo no primeiro caso - entesouramento da moeda -, o argumento já não fazia sentido em 1933. Quando a moeda é entesourada, os preços têm de cair. Quando os preços caem em consequência do entesouramento - que representa um aumento da demanda por moeda -, a moeda volta a ser gasta. Os vendedores tornam-se sedutores: "Tenho uma grande promoção para você!" Com isso, as pessoas deixam de entesourar e passam a gastar. Se os preços são livres e flexíveis - e em um livre mercado eles são -, então o governo não precisaria emitir títulos para fazer com que as pessoas voltassem a gastar. Bastaria apenas remover todas as restrições legais que impedem esse rearranjo de preços: tarifas, quotas e políticas de preços mínimos.

Tão logo o estudante entenda isso, o professor poderá ir adiante e passar da lógica para a retórica: persuasão por meio da imagística.

SUBSTITUA IMAGENS POR FÓRMULAS
Eis o verbete da Wikipédia para gastos do governo.

Gastos governamentais ou despesas governamentais consistem em compras do governo, as quais podem ser financiadas por senhoriagem [inflação], impostos ou empréstimos contraídos pelo governo. Os gastos governamentais são considerados um dos principais componentes do produto interno bruto.

John Maynard Keynes foi um dos primeiros economistas a defender déficits governamentais como parte de uma política fiscal para curar uma contração econômica. Na economia keynesiana, acredita-se que um maior gasto governamental eleva a demanda agregada e aumenta o consumo.

Aqui, eu sugiro o seguinte. Faça a pergunta novamente: "Como o governo irá fazer para pegar o dinheiro da carteira ou da conta bancária dos emprestadores sem que isso reduza os gastos deles?"

Continue mencionando 'carteira'. As pessoas conhecem e entendem de carteiras. Elas não entendem muito é de fórmulas. Continue mencionando 'impressoras'. Elas sabem o que é falsificação.

O estudante deverá sempre ter a imagem mental de uma arma, de uma carteira, de um título de dívida e de uma impressora. Uma fórmula não transmite conhecimento eficazmente. Uma imagem mental, sim. As pessoas esquecem fórmulas mais rapidamente do que esquecem imagens mentais.

O núcleo da economia keynesiana é este: atribuir uma produtividade econômica autônoma à agência em posse da arma. De alguma forma, o governo pode elevar o gasto agregado da economia (1) sem estar produzindo nada de novo e (2) sem que isso reduza os gastos em outros lugares da economia. Keynes nunca explicou como isso seria possível. Nem seus discípulos.

Eis o núcleo do erro keynesiano: "G pode aumentar sem subtrair de C, I, X e M". É fácil mostrar isso pela fórmula. Mas ainda é apenas uma fórmula. Tente transformar a fórmula em uma imagem mental.

Diga ao estudante, "Quando você vir G, pense numa arma" [em inglês é mais fácil: G = Gun]. Essa imagem mental destroi a autoridade da fórmula.

E o estudante vai retrucar: "Toda a economia keynesiana não pode ser resumida apenas nisso". Mas pode. Com efeito, toda a economia keynesiana é apenas isso. E ele prossegue: "Alguém teria apontado isso ainda em 1936 se isso fosse tudo o que há nela." Poucos, além de Mises e Hayek, fizeram isso. E esses poucos passaram a ser ignorados após 1948, o ano em que Paul Samuelson publicou seu livro texto de economia.

Como assim? Por que toda essa platitude foi aceita? Por causa daquilo que George Orwell observou em 1946, o mesmo ano em que Keynes morreu. "Enxergar o que está na frente do nariz exige um esforço constante".

Seja a criança na parada que grita: "O imperador está nu!" Comece com a explicação mais simples - a visual - sobre o núcleo do colossal erro de Keynes. Não deixe passar batido.

Comece com a arma, a carteira, o título da dívida e a impressora. A fórmula do PIB é simplesmente uma fachada para agradar economistas.

A quem interessar possa, estou desenvolvendo um projeto de análise crítica da teoria keynesiana sob a perspectiva da escola austríaca. Para mais informações, venha aqui.

Gary North , ex-membro adjunto do Mises Institute, é autor de vários livros sobre economia, ética e história. Visite seu website.

Publicado no site do Instituto Ludwig von Mises Brasil com o título: Quatro imagens mentais para imunizar pessoas sensatas contra o keynesianismo

Tradução: Leandro Augusto Gomes Roque