O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A gift to myself: refletindo com Maquiavel sobre o estado da nacao - Paulo Roberto de Almeida

Não há coisa que eu valorize mais do que o conhecimento, não apenas a acumulação de conhecimento, em si mesmo, mas o uso do conhecimento para dele fazer o melhor uso, na compreensão dos problemas de nossa época, na eventual solução dos impasses enfrentados pelo país, na simples satisfação de compreender melhor nossas insuficiências, dificuldades e possíveis vias de escape, para uma melhor situação, de conforto material, mas sobretudo de satisfação intelectual.

Tenho encontrado muitos motivos de satisfação intelectual -- e alguns de angústia, também, mas isso é inevitável -- na companhia de Maquiavel, um dos maiores pensadores da humanidade, ponto.

Abaixo, um trabalho que acabo de compor, com base numa leitura de alguns de seus escritos.


Ou, usando a história para fins do presente (como sempre)

Paulo Roberto de Almeida
Leitura de um clássico, revisitado para fins atuais.

Sumário:
1. O que representam os Discorsi na obra maquiaveliana?
2. O que poderia ser o equivalente dos Discorsi no Brasil atual?
3. Do uso da história para objetivos da luta política corrente
4. Ensinamentos de Maquiavel para uso dos neófitos e litterati
4.1. A organização política
4.2. A qualidade da liderança
4.3. Coesão ou divisão do corpo social?
4.4. Políticas para o popolo grosso e para o popolo minuto
4.5. Alguma perspectiva de mudança?


 “Os homens elogiam o passado e se queixam do presente, quase sempre sem razão.”
(Maquiavel, introdução ao livro II dos Discorsi).

Este ensaio ainda não foi revisto, mas encontra-se disponível, mesmo em versão preliminar, neste link do Academia.edu: 
https://www.academia.edu/9393843/2716_Maquiavel_revisitado_os_Discorsi_e_o_Brasil_contempor%C3%A2neo_2014_ 
Paulo Roberto de Almeida  
Hartford, 19 de novembro de 2014

Longos anos de leituras e de produção acadêmica...

Petrobras: o escandalo da corrupcao investigado nos EUA - Jorge Serrao

Esse jornalista tem fama de ser alarmista, tratando dos escândalos habituais nossos de cada dia, como se fossem o juizo final, ou catástrofe decisiva.
Poderiam até ser num país normal. Ocorre, porém, que o Brasil não é um país normal.
Denúncias e escândalos que em outros países deveriam fazer o governo cair imediatamente, e todos os atores receberam mandados de prisão e condenações em regime fechado, no Brasil não costumam causar abalos, e os corruptos e corruptores permanecem leves, livres e soltos.
Bem, deve ter um bocado de exagero na matéria abaixo, mas sempre vale o registro.
Paulo Roberto de Almeida

NEM O DEUS LULLA SALVARÁ A PRESIDENTA ! 
Jorge Serrão
Blog Alerta Total, terça-feira, 18 de novembro de 2014 18:09

Investigadores do Departamento de Justiça dos EUA, a partir de informações obtidas nos processos da Operação Lava Jato, já identificaram o centro bilionário de lavagem de dinheiro de corruptos políticos do Brasil. Incentivos fiscais do estado de Nevada foram usados por centenas de empresas abertas em nome de brasileiros para investir a grana obtida em negociatas com o setor público. A maior parte das operações do doleiro Alberto Youssef se direcionava para aquele estado norte-americano famoso pelos impostos baixíssimos.
Investigadores já descobriram que o principal sistema para lavagem de dinheiro era uma espécie de investimento em participações acionárias de hotéis. O esquema mafioso-contábil superfatura as tarifas, cobrando pelo teto de hospedagem, sem que tenha ocorrido ocupação de quartos. As notas fiscais são emitidas, recolhendo-se os mínimos impostos cobrados em Nevada. Os resultados financeiros tornavam legalizado o dinheiro de brasileiros que os doleiros "transportavam".
No submundo do Congresso Nacional, em Brasília, já se comentava ontem que os peritos norte-americanos já identificaram centenas de políticos com negócios apenas em Nevada. Eles foram descobertos pelo complicado cruzamento de dados de parentescos. A maioria das empresas é registrada em nome de laranjas. Os mais idiotas usaram parentes. Os mais espertos usaram "amigos" com maior dificuldade de rastreamento, mas que foram identificados por uma coincidência fatal. Todos usaram o doleiro Youssef como "Banco Central".
A novidade é que as falcatruas agora mapeadas já tinham sido usadas no velho escândalo do Mensalão - que agora é exemplo de impunidade. O maior prejudicado foi Joaquim Barbosa, pressionado a se aposentar, pelo rigor excessivo com que agiu no julgamento da Ação Penal 470. A maioria dos condenados já está tecnicamente solta, cumprindo regime de "prisão domiciliar", excetuando-se Marcos Valério Fernandes de Souza - que, uma hora, pode ficar pt da vida e partir para alguma delação premiada. Por enquanto, Valério mantém o silêncio obsequioso na cadeia, para alívio de muitos grandes investidores no ramo de hotelaria...
O pavor agora é com o Petrolão. O manjado esquema pode vir à tona por pressão de investidores norte-americanos injuriados com os prejuízos que tiveram na Petrobras, por causa das negociatas identificadas na Operação Lava Jato. Agora, a coisa pode ficar séria para os corruptos brasileiros porque o Departamento de Justiça dos EUA resolveu levar o caso aos tribunais. Uma ação criminal corre em sigilo judicial para apurar se a Petrobras ou seus funcionários, intermediários ou prestadores de serviço violaram o Foreign Corrupt Practices Act, uma lei contra a corrupção que torna ilegal subornar funcionários estrangeiros para ganhar ou manter negócios. Outra ação civil é movida pela Securities and Exchange Comission (SEC, órgão do governo norte-americano que regula o mercado de capitais), já que a Petrobras tem recibos de ações negociados na Bolsa de Nova York.
A coisa ficará mais preta que petróleo porque, como o Alerta Total antecipou, pelo menos três magistrados da Corte de Nova York já estariam dispostos a agir com total rigor contra diretores e ex-dirigentes da Petrobras, incluindo a ex-presidente do Conselho de Administração Dilma Rousseff, assim que chegarem aos tribunais os processos civis e criminais que apuram lesões contra investidores norte-americanos geradas por práticas de corrupção ou suborno.
O Brasil corre o sério risco de ter sua presidenta processada nos EUA, com chance de ser condenada, no mínimo, a pagar multas milionárias. Nos States, o "Big Petroleum" (vulgo Petrolão) corre em sigilo judicial. Moralmente, o segundo mandato já termina sem sequer começar...
Não teria preço o vexame internacional de o Brasil ter sua presidenta processada nos EUA, com alto risco de ser condenada a pagar multas milionárias. E não adianta Dilma dar beijinho no ombro do Barack Obama - porque ele nada tem a ver com o rolo...
Processar grandes empresas rende muita grana nos EUA, inclusive com premiações para juízes e promotores. As recompensas previstas na legislação norte-americana para quem faz "colaboração premiada" para desvendar crimes econômicos variam de 10% a 30% do valor do suborno ou do superfaturamento. Várias companhias ligadas à indústria do petróleo já foram condenadas pela lei anti-corrupção nos EUA. As multas impostas pelas condenações foram pesadíssimas. A Security and Exchange Comission, xerife do mercado de capitais, não perdoa. A recordista foi a Panalpina (que subornou autoridades na Nigéria, Angola, Brasil, Rússia e Cazaquistão, sendo obrigada a pagar a megamulta de US$ 81,9 milhões.
Nos rigorosos tribunais dos EUA, sobretudo os de Nova York, com a mão pesada da SEC, já dançaram várias empresas de grande porte, pagando multas milionárias. Pride International (US$ 56,1 milhões), Royal Dutch Shell (US$ 48,1 milhões), Transocean (US$ 20,6 milhões), Noble Corporation (US$ 8,1 milhões), Tidewater (US$ 7,5 milhões), GlobalSantaFe (US$ 5,8 milhões). As pesadíssimas multas também doem no bolso dos dirigentes empresariais envolvidos nos escândalos. Eis o grande risco que correm a Petrobras, seus diretores e conselheiros (de administração e fiscal), graças às várias denúncias, com provas, do Petrolão. Como o Tio Sam odeia pizza, a parada fica indigesta para os brasileiros.
Não era novidade que o governo dos EUA, através da NSA, não só espionou as falcatruas na Petrobras como também já investigava, formalmente, denúncias de corrupção na petrolífera brasileira. A novidade ruim para Dilma Rousseff foi que o Petrolão ganhou dimensão mundial ontem, graças a uma reportagem do Financial Times. O jornal britânico informou que uma ação criminal e outra civil apuram se "a Petrobras ou seus funcionários, intermediários ou prestadores de serviço violaram o Foreign Corrupt Practices Act, uma lei contra a corrupção que torna ilegal subornar funcionários estrangeiros para ganhar ou manter negócios".
A matéria do Financial Times deixou Dilma pt da vida porque destacou que "muitos dos supostos problemas ocorreram quando a presidenta Dilma Rousseff foi chefe da empresa antes de tomar posse (como presidenta da República) em 2011". Concretamente, Dilma já sabe que, independentemente de ser chefe de Estado, corre o risco de ser alvo de investigação e processo nos EUA.
O FT apavorou a petralhada: "O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação criminal sobre a companhia que tem recibos de ações negociados em Nova York. Enquanto a Securities and Exchange Comission (SEC, órgão do governo norte-americano que regula o mercado de capitais) realiza uma investigação civil".

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Divida externa de estados e municipios: aumento apos a desvalorizacao do real

Da coluna diária do ex-prefeito Cesar Maia:

DÓLAR SOBE E ESTADOS E MUNICÍPIOS PAGAM UMA DOLOROSA CONTA! EM 2 ANOS E MEIO DIVIDA EXTERNA EM REAIS PASSOU DE R$ 41 BILHÕES PARA R$ 54 BILHÕES!           
1. (Ex-Blog) A dívida externa de estados e municípios foi estimulada pelo governo federal nos últimos anos. Além das clássicas dívidas com o Banco Mundial e o BID, foram introduzidos novos mecanismos de forma a que estados e municípios pudessem se endividar externamente com bancos privados. E –nesses casos- o governo federal além de estimular, passou a ser garantidor.
           
2. (Globo, 23/08/2013) O Senado Federal aprovou 69 pedidos de empréstimos para estados e municípios desde o início de 2012 até agora. Somente os créditos em moeda americana somam US$ 12,5 bilhões. Além das operações em moeda americana, há ainda dívidas em iene (16,4 bilhões) e euros (310 milhões).
           
3. (Ex-Blog) O governo federal aprovava tais empréstimos e encaminhava para autorização do Senado, justificando a necessidade de investimentos na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, e legitimando com aplicações também em saneamento básico...
           
4. (Globo, 23/08/2013) O especialista em contas públicas do Ipea Mansueto Almeida lembra que vários estados (e grandes municípios), trocaram dívidas internas por endividamento externo nos últimos anos. Além dessas renegociações, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ainda autorizou novas contratações. — A dívida foi negociada em dólares, mas é paga em reais. Por isso, desde o início do ano, os estados e municípios estão pagando mais caro por ela e o impacto vai chegar aos próximos governadores e prefeitos — observou Mansueto.
           
5. (Ex-Blog) Em 2012 o dólar era cotado a 2 reais. A dívida externa de estados e municípios somava R$ 41 bilhões. Em 2013, o dólar subiu a 2,30 reais. Hoje a 2,60 reais. Em 2013 a dívida externa de estados e municípios alcançava R$ 47,9 bilhões de reais. Entre 2012 e 2013 os estados e municípios passaram a dever em reais mais R$ 7 bilhões. Entre 2013 e 2014 –novembro- o crescimento do dólar foi de 13% e, portanto, o endividamento externo total em reais passou a R$ 54 bilhões, crescendo mais 6 bilhões de reais.
           
6. Portanto, mais 13 bilhões em reais em menos de 2 anos e meio. Agora está na hora de pagar a farra do endividamento externo de estados e municípios. E se a parte com garantias dadas pelo governo federal for executada, transfere-se o ônus para déficit fiscal federal.

Educacao: a deformacao da verdade pelos companheiros - Guilherme Fiuza

Os companheiros embotaram e continuam embotando as mentes dos mais jovens.
Junto com a gigantesca corrupção que consolidaram no setor público, privado, e nas ONGs, em tudo, o fechamento das mentes pela propaganda mentirosa constitui a pior herança maldita dos companheiros.
Pior: seus efeitos são longos, contínuos e permanentes.
Paulo Roberto de Almeida

Os companheiros privatizaram a verdade
GUILHERME FIUZA
REVISTA ÉPOCA, novembro 16, 2014

A EDUCAÇÃO BRASILEIRA ESTÁ EMPESTEADA DO VÍRUS IDEOLÓGICO QUE PROSTITUI A VERDADE

Teste de história para o 3" ano do ensino médio, numa escola particular do Rio de Janeiro bem colocada no ranking acadêmico:

"O presidente eleito (FHC) governou o Brasil por dois mandatos, iniciando a consolidação da política neoliberal no país, principiada pelos presidentes Collor e Itamar Franco. Sobre os dois mandatos (1995-2002), pode-se afirmar que se caracterizam:

e) pelo limitado crescimento econômico; privatização das empresas estatais; diminuição do tamanho do Estado; e apagão energético, que levou ao racionamento e ao aumento do custo da energia.

A alternativa "e", acima, é a resposta correta, segundo o professor que aplicou o teste. 
As quatro alternativas erradas são recheadas de bondades sociais, naturalmente identificadas pelos isentos elaboradores do teste com os governos do PT - muito distantes das maldades neoliberais de FHC. É muito grave o que acontece no Brasil. Um arrastão que mistura má-fé e credulidade empreende uma lavagem cerebral no país.
Vamos repetir o termo, para destacá-lo da frase anterior, que ficou um pouco longa:lavagem cerebral.
O exemplo acima é um retrato triste, vergonhoso, do que se passa nas bases da civilização brasileira. A transmissão do conhecimento no Brasil está empesteada pelo vírus ideológico - aquele que sabota a cultura e prostitui a verdade. Nada, absolutamente nada, pode ser mais grave para uma civilização. A quebra da confiança no saber destrói uma sociedade. Quando os monstros nazistas e comunistas foram pegos na mentira, o flagelo social já estava consumado - com a complacência da coletividade.
O PT caminha para 16 anos no poder. Engana-se quem vê inflação e recessão como os piores produtos de uma gestão desonesta. O pior produto é o envenenamento das instituições - gradual, sorrateiro, letal. O brasileiro, esse ser dócil, acha que o julgamento do mensalão foi um filme de época. Recusa-se a perceber que aquele golpe (submeter o patrimônio público a interesses partidários) se aprofunda há 12 anos. O PT montou uma diretoria na Petrobras para a sucção bilionária do dinheiro do contribuinte. Qual é o grande escudo para mais esse assalto?
É a lavagem cerebral. O Brasil engole o assalto petista porque está embriagado dos clichês de bondade, associados aos heróis da vagabundagem. Eles são administrativamente desastrosos e contam com grande elenco de pilantras condenados, mas pelo menos não são "neoliberais de direita". É esse o truque tosco do teste escolar aqui citado.
O que é uma "política neoliberal", prezados mestres da panfletagem? Por acaso vocês se referem à abertura econômica do país, com o avanço de prosperidade dela advindo? Claro que não. Vocês citaram "neoliberal" como um palavrão, cuspido pelo filho do Brasil num desses palanques em que ele mora. Vocês não têm nem uma pontinha de vergonha de resumir os anos FHC a um "limitado crescimento econômico" - tendo sido esse o governo que deu ao Brasil uma moeda de verdade?
Não, Ok. Vocês não têm vergonha de nada. Nem de escrever que, nesse período, se deu "a privatização das empresas estatais". Como assim? Todas? Acrescentem ao menos: com exceção de empresas como Petrobras, Correios e Banco do Brasil, que permaneceram públicas para que os companheiros pudessem fazer nelas seus negócios privados. Vocês também poderiam, prezados mestres da educação brasileira, escrever que FHC privatizou a telefonia agonizante e, assim, melhorou a vida dos pobres. Não, desculpem: os pobres pertencem a vocês, e a seus patrões petistas. "Privatização das empresas estatais" - mais um palavrão ideológico, cuspido nos ouvidos de estudantes adolescentes. Prezados professores: vocês são uns covardes.
Nem merece retificação a referência ao "apagão" - que só aconteceu nas suas mentes obscuras. O que vocês devem admirar é a mentira progressista das tarifas de energia e gasolina, que finge dar ao consumidor o que rouba do contribuinte. Ou os truques da contabilidade criativa e do adestramento de dados no Ipea e no IBGE.
O país é hoje comido por dentro. Só passará no vestibular se responder a uma questão, antes de qualquer outra: Dilma sabia ou não sabia do petrolão? Tapem os ouvidos, prezados lavadores de cérebros.

Economia e politica companheiras: o Brasil vai pagar caro pela opcao -Luiz Guilherme Medeiros


Luiz Guilherme Medeiros6:44pm Nov 17 
Após as eleições, os brasileiros descobriram o estado lastimável em que se encontram as contas públicas de nossa nação.

Aparentemente, nossa Carga Tributária de 36% do PIB [1] é insuficiente para o apetite do governo pela riqueza produzida pela sociedade civil.

Comprometido com a sustentação de uma máquina pública inchada, vem ficando difícil para o Planalto conciliar a gastança com os atuais impostos que cobra de nossa população.

O temor do Governo Federal em não conseguir cumprir a meta fiscal de 2014 [2] já era evidência disso.

Como se não bastasse, economistas agora apontam que a presidente pode vir a tomar duas medidas para controlar o estrago em 2015: reduzir os investimentos públicos e aumentar os tributos que o brasileiro deve pagar ao Estado.[3]

A irresponsabilidade da atual gestão irá custar caro tanto para o crescimento do país quanto para a qualidade de vida da população nos próximos anos.

É nosso dever expor esta realidade e trabalharmos para reverter os processos de desmantelamento de nossa economia e democracia.

>> Curta Instituto Liberal do Centro-Oeste

[1] https://www.ibpt.org.br/noticia/1443/Carga-tributaria-brasileira-e-quase-o-dobro-da-media-dos-BRICS
[2] http://www.implicante.org/noticias/governo-envia-a-congresso-projeto-de-lei-que-permite-descumprir-meta-fiscal-de-2014/
[3] http://exame.abril.com.br/economia/noticias/governo-precisara-de-mais-impostos-para-ajustar-contas

Financiamento ilegal da campanha governista - Presidente do TSE

Bem, se é o presidente da Corte Eleitoral que está dizendo, deve ser sério.
Vale um processo, então...
Paulo Roberto de Almeida

Financiamento de campanha motivou desvios na Petrobras, avalia Toffoli

Presidente do TSE concedeu nesta segunda entrevista ao Programa do Jô. 
Ele defendeu o fim das doações de empresas a campanhas eleitorais

Roney DomingosDo G1 São Paulo
Toffoli  (Foto: TV Globo/Zé Paulo Cardeal)O ministro Dias Toffoli, presidente do TSE, durante gravação do Programa do Jô (Foto: TV Globo/Zé Paulo Cardeal)
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, José Antônio Dias Toffoli, disse nesta segunda-feira (17) durante gravação do Programa de Jô que as denúncias sobre a Petrobras investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, têm relação com o sistema de financiamento de campanhas eleitoriais. A entrevista vai ao ar na madrugada desta terça-feira (18). 
Toffoli disse que esse problema de doação para campanhas é mundial. "A necessidade é estabelecer um limite. Deveríamos estabelecer o fim das doações por empresas", afirmou.
O Supremo Tribunal Federal começou a julgar se as doações de empresas para campanhas são legais ou não. A maioria dos ministros já votou a favor de proibir esse tipo de doação, mas o julgamento foi interrompido porque o ministro Gilmar Mendes pediu vista (mais tempo para analisar o processo).

"Empresa não vota. Qual o interesse dela? Por que que, ao invés de distribuir o lucro para o acionista, ela vai doar para um partido? É altruísmo?", questionou o ministro. "É óbvio que isso está sendo apurado. Ainda está em uma fase de investigação, nenhuma ação. Tudo leva a crer que isso tudo tem a ver com o sistema de financiamento de campanha", afirmou.
Partidos e urnas
Toffoli defendeu a volta da cláusula de desempenho para diminuir o número de partidos no Brasil. "O ideal era um sistema eleitoral em que houvesse a necessidade do partido para ter acesso ao fundo e ao tempo de televisão, ter um desempenho eleitoral, uma representação eleitoral. No Brasil havia uma cláusula de desempenho colocada na última lei eleitoral e, quando ela ia entrar em vigor, houve uma ação no Supremo capitaneada pelos partidos tradicionais, e o Supremo em 2006 acabou por decidir pela invalidade dessa lei. Hoje – eu sei porque converso com os colegas –, muitos dos ministros que votaram àquela época entendem que acabou sendo um equívoco. A Justiça também erra", disse.
Toffoli ftambém explicou o funcionamento da urna eletrônica e afirmou que o processo é à prova de fraudes. "Foi feito de maneira cautelosa. Desde abril do ano eleitoral, todos esses programas são colocados à disposição de todos os partidos políticos, do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil, que podem acompanhar todo esse desenvolvimento. Além disso, todos esses programas só rodam com a assinatura digital da Justiça Eleitoral, que é feita em uma cerimônia pública, com a presença dos partidos, do Ministério Público, da OAB. Qualquer interferência já trava todos os programas", afirmou. 
Ele esclareceu que as urnas foram concebidas para evitar a intervenção humana. "No passado, a intervenção humana levava a fraudes eleitorais. O processo digital deixa rastro. Se houver algum problema isso é identificado", afirmou.
VALE ESTE - Arte Lava Jato 7ª fase (Foto: Infográfico elaborado em 15 de novembro de 2014)

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Registro historico: a corrupcao petista em toda a sua e tensao (Veja)

Sábado, novembro 15, 2014

REPORTAGEM-BOMBA DA REVISTA REVELA TUDO SOBRE A PRISÃO DOS BILIONÁRIOS DO PETROLÃO QUE ROUBAVAM A PETROBRAS COM A COMPLACÊNCIA DE LULA E DILMA, SEGUNDO ACUSAÇÃO O DOLEIRO YOUSSEF.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1oMZ8NPe1W78XPsPak2xHSAR6DY7ycQ5OdbTC9RcPv8aosL2Am1VocJaNj0L8bCsEs6lCyHMsWKRUSD-y2vSUr-5GaJLC93eKYoxXRzY9HQS50_fZ3uJwYGmMF_eggZToNbxM/s1600/capa-veja-prisa%CC%83o-miliona%CC%81rios-lava-jato.jpg

AQUI UM RESUMO DA REPORTAGEM-BOMBA DA REVISTA VEJA

Em um país de instituições mais frágeis, a prisão por suspeita de corrupção de altos executivos das maiores empresas nacionais não se efetivaria nunca ou produziria uma crise institucional profunda. Antes, portanto, de entrarmos nos detalhes dessa pescaria da Polícia Federal em águas sujas da elite empresarial, celebremos a maturidade institucional do Brasil — a mesma que foi posta à prova e passou com louvor quando o Supremo Tribunal Federal (STF) mandou para a penitenciária a cúpula do partido no poder responsável pelo escândalo do mensalão.

O "CAPO", AMIGÃO DO LULA.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHeAfQP-trY2LBv4KuxGj3J4q2JDm0MRsh_fPbcvo4iM-tfss-qBwvCdvII-0_2L8ku6fd5dHXZi7utUe9nylAJbEujvhVxWwpSmN1v-9TgTcUB-IJ6plXEWwJH5fsINvM_6Ws/s1600/RICARDO-PESSOA-PRISAO-LAVA-JATO-close.jpg

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDZnr5WBAedWd_6LRN4IhrYpR9tUI_PoLm3JYykJ8Woc8gjZKoXk-j8LfjtVvhxNUIvdHKwnJ-81jZBszkvYHgkR6bSYgXC0D9QkOPklm4fZlzQ7e7g8d46sqfmUIEqHSDK6ec/s1600/RICARDO-PESSOA-PRISAO-LAVA-JATO.jpg

CHEFE – Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, nesta sexta-feira: o "capo" do cartel da Petrobras gostava de repetir que tinha um único amigo no governo – "o Lula"

Esse senhor pesadão, bem vestido, puxando uma maleta com algumas mudas de roupa e itens de higiene pessoal, não está se dirigindo a um hangar de jatos executivos para mais uma viagem de negócios. Ele está sendo conduzido por policiais para uma temporada na cadeia. A foto ao lado mostra o engenheiro Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, apontado por investigações da Operação Lava-Jato como o “chefe do clube”. Um clube muito exclusivo, diga-se. Dele só podiam fazer parte grandes empresas que aceitassem as regras do jogo de corrupção na Petrobras. Por mais de uma década, os membros desse clube se associaram secretamente a diretores da estatal e a políticos da base aliada do governo para operar um dos maiores esquemas de corrupção já desvendados no Brasil — e, por sua duração, volume de dinheiro e penetração na mais alta hierarquia política do país, talvez um dos maiores do mundo.

Dono de uma holding que controla investimentos bilionários nas áreas industrial, imobiliária, de infraestrutura e de óleo e gás, Pessoa foi trancafiado numa cela da carceragem da Polícia Federal. Ele e outros representantes de grandes empreiteiras que se juntaram para saquear a maior estatal brasileira e, com o dinheiro, sustentar uma milionária rede de propinas que abasteceu a campanha de deputados, senadores e governadores — e, mais grave ainda, segundo declaração do doleiro Alberto Youssef à Justiça, tudo isso teria se passado sob o olhar complacente do ex-presidente Lula e de sua sucessora reeleita, Dilma Rousseff.

 

Na ação policial de sexta-feira foram presos dirigentes de empresas que formam entre as maiores e politicamente mais influentes do Brasil: OAS, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Queiroz Galvão, UTC, Engevix, Iesa e Galvão Engenharia. Essas companhias são responsáveis por quase todas as grandes obras do país. Os policiais federais vasculharam as salas das empresas ocupadas pelos suspeitos presos e também suas casas. Embora tendo executivos seus citados por Youssef e Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras preso em março, que está contribuindo nas investigações, não foram alvos das investidas policiais da sexta-feira passada dirigentes de outros dois gigantes do ramo: a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. O juiz Sergio Moro recebeu pedido dos procuradores para emitir ordem de prisão contra dois altos executivos da Odebrecht. Negou os dois, mas autorizou uma incursão na sede da empresa em busca de provas.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1Om0pqX8gXTpdkAS16WpMdgvBTqybyQtcoEJAimvraNFQR639qsTYu-L95lPfReCUxhAxADN0bxdMtQm0RYhnfWsO7XnyfDNzsdiB-arHxmVvhDHgkQxBWSLQgSQylgFtHO62/s1600/renato-duque-preso-pf.jpg

O ELO – Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, que cobrava 3% de propina para o PT: preso depois que a Polícia Federal descobriu que ele tinha contas secretas no exterior

“Hoje é um dia republicano. Não há rosto e bolso na República”, declarou o procurador Carlos Fernando Lima, integrante da força-tarefa encarregada da Lava-Jato, a origem da investigação.

No rol dos empreiteiros caçados pela polícia estavam megaempresários, como Sérgio Mendes, da Mendes Júnior, João Auler e Eduardo Hermelino Leite, da Camargo Corrêa, Ildefonso Colares Filho e Othon Zanoide, da Queiroz Galvão, Léo Pinheiro, da OAS, e Gerson Almada, da Engevix. Uma parte dos alvos não havia sido localizada pela polícia até o fim da tarde de sexta. Alguns estavam em viagem no exterior e foram incluídos na lista de procurados da Interpol. O juiz Moro bloqueou 720 milhões de reais em bens dos investigados.

O papel central de Ricardo Pessoa, da UTC, no esquema foi detectado logo no princípio das investigações. Não demorou muito para que os policiais e procuradores não tivessem mais dúvida. Aos curiosos com sua prosperidade crescente nos últimos anos, Ricardo Pessoa dava uma explicação que, até o estouro do escândalo, parecia apenas garganta: “Só tenho um amigo no governo: o Lula”. Pessoa coordenava o cartel, do qual participavam treze empreiteiras. Esse grupo de privilegiados se encontrava para decidir o preço das obras na Petrobras, dividir as responsabilidades pela execução de cada uma delas — e, o principal, o valor da propina que deveria sobrar para abastecer os escalões políticos. Tecnicamente, esse era o grupo dos corruptores. Os diretores da Petrobras participantes do esquema eram os corruptos. De cada contrato firmado com a Petrobras, os empresários recolhiam 3% do valor, que se destinava a um caixa clandestino. O pagamento era feito de diversas maneiras: em dinheiro vivo e em depósitos no exterior ou no Brasil mesmo, em operações maquiadas como prestação de serviços, principalmente de consultoria — um termo vazio de significado, mas que transmite um certo ar de austeridade e necessidade.

As empreiteiras do esquema firmavam contratos de consultoria com empresas de fachada que embolsavam o dinheiro e davam notas fiscais para “limpar” as operações, que pareciam protegidas por uma inexpugnável confraria de amigos posicionados nos lugares certos em Brasília e na Petrobras. Os recursos desviados abasteciam o PT, o PMDB e o PP, os três principais partidos da base de apoio do governo federal. A investigação mapeou o caminho da propina paga por várias das integrantes do clube. Entre 2005 e 2014, o grupo OAS, por exemplo, repassou pelo menos 17 milhões em propinas apenas por meio do doleiro Alberto Youssef.

Além dos empreiteiros e de seus principais executivos, também foi preso o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, apontado como o homem que, no fatiamento da propina, cuidava da parte que cabia ao PT. Esse elo que a polícia começa a fechar entre o diretor corrupto e a empresa corruptora tem atormentado deputados, senadores petistas e altos dirigentes do governo. Funcionário de carreira, Duque entrou na Petrobras em 1978 — um ano depois de Paulo Roberto Costa — por concurso. Galgou alguns postos ao longo de sua trajetória, mas sua nomeação como diretor, em 2003, surpreendeu a todos. Duque era, então, chefe de setor, alguns níveis hierárquicos abaixo da diretoria. Nunca antes na história da Petrobras um chefe de setor havia ascendido sem escalas à cúpula. A explicação logo se tornou pública. Duque era o escolhido de José Dirceu, com quem tinha um relacionamento antigo. Discreto e de temperamento afável, Duque procurava não ostentar. Entre 2003 e 2012, ele reinou absoluto na diretoria de Serviços. Paulo Roberto Costa revelou à Justiça que, por lá, 3% do valor dos contratos era repassado exclusivamente ao PT.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ6AEhUblmSK_CGj_8QfMcztzXbjjUxYVZGB_yakFSqJbZtnfWSXFnaLqJfy6wZnbHba_KxlRg6Zo24zDQCK9HTUJbgSkhx5n9RDozUWKe2Zwm4j_T4aghUMpEJACoWtX6NwlY/s1600/fernando-baiano-lobista-petrola%CC%83o.jpg

EXPLOSÃO – Fernando Baiano: o lobista, que está foragido, ameaça contar o que sabe e elaborou uma lista com beneficiários de propina ligados ao PMDB

A polícia já descobriu onde estão as contas bancárias que receberam parte desses recursos. Elas foram identificadas por Julio Camargo, dirigente da Toyo, outra empreiteira envolvida no escândalo, que também fez acordo com a Justiça para contar o que sabe. E ele sabe muito, principalmente sobre a distribuição de dinheiro ao partido que está no governo há doze anos e a alguns de seus altos dirigentes. Foi com base no depoimento de Julio que a polícia decidiu pedir a prisão temporária de Duque e colocar outro funcionário da Petrobras no radar: Pedro José Barusco, que atuou como gerente de engenharia. Barusco só não foi preso porque propôs um acordo de delação premiada. Os policiais também chegaram a uma personagem que leva o escândalo ao coração do PT: Marice Correa de Lima, cunhada de João Vaccari, tesoureiro do partido, outro investigado. Marice lidava com o que o doleiro Youssef chama de “reais vivos”. 

Em dezembro do ano passado, a cunhada do tesoureiro do PT recebeu no apartamento onde mora, em São Paulo, 110 000 reais. Origem das cédulas: a construtora OAS. Marice é também mais um elo a ligar o petrolão ao mensalão. 

A petista apareceu nas investigações do grande escândalo do governo Lula como encarregada de pagamentos. Outro alvo da operação de sextafeira, o lobista Fernando Soares, o Baiano, é apontado como o arrecadador do PMDB na Petrobras. Baiano estava foragido. Sua prisão vai ajudar a esclarecer outras frentes de corrupção na estatal — entre elas, a rede de propinodutos instalada no negócio da compra da refinaria de Pasadena, no Texas. E os resultados da Operação Lava-Jato estão apenas começando a aparecer. Do site da revista Veja


Brasil: o mito da queda da desigualdade, segundo estudo abafado pelo governo

Top Incomes in Brazil (Souza et al.) 

Top incomes in Brazil: Preliminary results by Pedro H. G. F. Souza, Marcelo Medeiros and Fabio Avila de Castro published by SSRN (10/2014).
"We present the preliminary results of our analysis of top incomes in Brazil from 2006 to 2012. We describe the evolution of the income shares of the top 1% and the top 5% and estimate a 'corrected' Gini coefficient. The data used comes from personal income tax returns, national accounts and household surveys. The results show that the levels of income inequality in Brazil are higher than those estimated using household surveys, and, contrary to what surveys show, inequality did not fall over this period: the current trend is of stability."

Verificar em: http://bit.ly/1vkyA9U

Top Incomes in Brazil: Preliminary Results

Pedro H. G. F. Souza


Universidade de Brasília (UnB)

Marcelo Medeiros


UnB - University of Brasilia

Fabio Avila de Castro


Universidade de Brasília (UnB) - Campus Universitario Darcy Ribeiro

October 23, 2014

Abstract:     
We present the preliminary results of our analysis of top incomes in Brazil from 2006 to 2012. We describe the evolution of the income shares of the top 1% and the top 5% and estimate a "corrected" Gini coefficient. The data used comes from personal income tax returns, national accounts and household surveys. The results show that the levels of income inequality in Brazil are higher than those estimated using household surveys, and, contrary to what these surveys show, inequality did not fall over this period: the current trend is of stability.

Number of Pages in PDF File: 7
Keywords: income inequality, top incomes, top income shares, tax data
JEL Classification: D3, N36
working papers serie 

Download the paper: http://papers.ssrn.com/sol3/Delivery.cfm/SSRN_ID2511314_code208013.pdf?abstractid=2511314&mirid=5 

prezidencia da res publika: inakreditavel desfassateiz da ssoberanna (escrita adaptada 'a linguagem)

Desculpem o titulo, mas eu tentei, sem conseguir, acomodar a frase às novas regras de linguagem e da lógica imperante em certas esferas desta nossa República tão maltratada.
Paulo Roberto de Almeida

POLÍTICA

Desça do palanque, Dilma! 

A presidente perdeu uma rara oportunidade de ficar calada. 

Ricardo Noblat

Na Austrália, do outro lado do mundo, sob o efeito do fuso horário, talvez, como se ainda estivesse em cima de um palanque, certamente, a presidente Dilma Rousseff concedeu sua primeira entrevista coletiva sobre o arrastão de donos e executivos de empreiteiras que marcou na semana passada mais uma etapa das investigações sobre a roubalheira na Petrobras. Perdeu uma rara oportunidade de ficar calada.

Dilma foi vítima da síndrome do terceiro turno que não acomete apenas a oposição. Disse um monte de bobagens, invenções e falsas verdades para uma plateia de jornalistas que se deu por feliz em anotar o que ouviu.

E assim procedeu como se ignorasse que o distinto público conhece cada vez melhor os vícios e espertezas dos seus representantes. Vai ver que ela ignora mesmo.

Vamos ao que disse.

Teve o atrevimento de afirmar de cara lavada que “pela primeira vez na História do Brasil” um governo investiga a corrupção. E não satisfeita, culpou governos passados pela corrupção que acontece hoje na Petrobras.

Stop!

O governo dela não investiga coisa alguma. Polícia Federal e Ministério Público investigam. Os dois são órgãos do Estado, não do governo.

Corrupção existe em toda parte e o tempo inteiro. Mas enquanto não se descobrir que houve corrupção na Petrobras em governos anteriores aos do PT, vale o que está sendo escancarado pelas investigações: o PT privatizou, sim, a Petrobras. Apropriou-se, sim, dela.
Corrompeu-a, sim. E usou-a, sim, para corromper. Depois de Lula, Dilma é a figura mais importante da Era PT.

Adiante.

Para Dilma, o escândalo cuja paternidade ela atribui a outros governos e cuja decifração reivindica para o seu, “poderá mudar o país para sempre. Em que sentido? No sentido de que vai acabar com a impunidade”.

Stop!

Sinto muito, Dilma, mas o escândalo que poderá mudar o país para sempre, e que acabou com a impunidade, foi o do mensalão. Quer tirar de Lula a primazia?

Dizer que “essa questão da Petrobras “já tem um certo tempo” e que “nada disso é tão estranho para nós” é uma revelação digna de nota.

Primeiro porque o governo dela se comportou como se nada soubesse quando estourou o escândalo. Segundo por que o máximo que ela insinuou a respeito foi que havia demitido Paulo Roberto Costa, ex-diretor da empresa, réu confesso.

Ora, ora, ora.

“Paulinho”, como Lula o chamava, saiu da Petrobras coberto de elogios pelo Conselho de Administração da empresa presidido por Dilma até ela se eleger presidente da República.

Foi um dos 400 convidados de Dilma para o casamento da filha dela. E ao depor na CPI da Petrobras, contou com a proteção da tropa do governo. Dilma nada fez para que não fosse assim.

Adiante, pois.

O escândalo da Petrobras não dará ensejo à revisão dos contratos do governo com as principais empreiteiras do país, avisou Dilma. Muito menos a uma devassa na Petrobras.

“Não dá para demonizar todas as empreiteiras. São grandes empresas”, observou Dilma. “E se A, B ou C praticaram malfeitos, atos de corrupção, pagarão por isso”.

Stop!

Quer dizer: mesmo que reste provado que as nove maiores empreiteiras do país corromperam e se deixaram corromper, os contratos que elas têm com o governo fora da Petrobras não serão revistos.

Não parece razoável que empresas envolvidas com corrupção num determinado lugar possam ter se envolvido com corrupção em outros?

Por fim: se a Petrobras não pede uma devassa é só porque Dilma prefere que seja assim. 

A fraude e a farsa da interdição de financiamento empresarial nas campanhas eleitorais - Reinaldo Azevedo


O Supremo, a política prestes a cair de vez na clandestinidade mafiosa e a conversa mole dos ruminantes intelectuais
Reinaldo Azevedo, 17/11/2014

Falta apenas um voto — o ministro Gilmar Mendes pediu vista — para que o Supremo bata o martelo e jogue de vez o financiamento de campanha na clandestinidade. Aí, sim, a política brasileira cairá de vez nas malhas de uma verdadeira máfia. E isso será feito com o concurso de elegantes senhores togados e com a colaboração dos estúpidos e dos vigaristas. A que me refiro? A OAB entrou com uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a doação de empresas privadas a campanhas eleitorais. O verdadeiro patrocinador da causa, já demonstrei aqui em meu blog, é Luís Roberto Barroso, que deveria ter tido o bom senso de não votar. Mas votou mesmo assim. Não me espanta. Adiante! A tese mentirosa, ridícula mesmo, é que a roubalheira que está em curso na Petrobras, por exemplo, só existe porque as empresas fazem doações a partidos e, depois, cobram a compensação. Assim, caso se as impeça, na lei ao menos, de doar, então acaba a safadeza. Não sei qual será o voto de Mendes, mas suponho que ele dirá “não” a essa besteira perigosa.
Quem acredita nisso ou é um asno intelectual ou é um asno moral. Não há uma terceira alternativa. Vocês sabem quanto custou, em valores declarados, só a campanha dos 513 deputados que foram eleitos ou reeleitos? R$ 733 milhões. A dos 27 senadores, outros R$ 124 milhões. Essa conta não inclui os gastos dos que foram malsucedidos. Estimativas de setembro do TSE apontavam que as campanhas majoritárias — Presidência, governos de Estado e Senado — chegariam a R$ 4,4 bilhões. Acrescentando-se a esse total o gasto dos deputados eleitos, já chegamos a R$ 5,133 bilhões. Atenção! Eu afirmo e dou fé: os candidatos costumam, não todos, claro!, gastar muito mais do que declaram. Querem saber? Uma campanha eleitoral, no conjunto, roça os R$ 10 bilhões.
De onde vai sair esse dinheiro? De doações de pessoas físicas? É piada! Dos cofres públicos? A cada quatro anos, vai-se abrir um rombo no Tesouro de R$ 10 bilhões? Daí a dois anos, vêm as eleições municipais: mais quantos bilhões? Aí cabe a pergunta evidente: as campanhas eleitorais ficarão mais baratas? Até poderia: seria preciso, entre outras coisas, acabar com essa excrescência que é o horário eleitoral gratuito — e, assim, se aposentariam os cineastas do gênero “campanha” — e instituir o voto distrital puro. Como nada disso vai acontecer, os custos continuarão na estratosfera, e não haverá doações privadas ou financiamento público que consigam dar conta dos gastos.
Sabem a quem os políticos vão apelar? Às empresas, sim, senhores! Só que, a prevalecer a decisão do Supremo, toda doação que fizerem será clandestina. No dia em que empreiteiras não puderem mais fazer doações legais a partidos, não haverá mais gente como Paulo Roberto Costa, Renato Duque ou Nestor Cerveró na Petrobras e em outras estatais? No dia em que as empresas não puderem mais fazer doações, os partidos políticos deixarão de indicar diretores de estatais e de autarquias? No dia em que as empresas não puderem mais fazer doações, não mais existirão, a transitar nas sombras, figuras como João Vaccari Neto, o tesoureiro do PT?
Ao contrário: aí, sim, é que a roubalheira vai correr solta como nunca antes na história “destepaiz”. Se, hoje, jornalistas podem se divertir tentando saber quanto esta ou aquela empreiteiras doaram e quanto pagaram ao esquema, essa conta não mais existirá. Para todos os efeitos, a coluna da doação será “zero”. Ah, estou doido para ver o custo das campanhas cair a um terço, com todo mundo fingindo que acredita. Para que isso fosse verdade, seria preciso que João Santana, por exemplo, também aceitasse ganhar… um terço!
Que o jornalismo e o colunismo a soldo sustentem essa estupidez, vá lá. Afinal, ganham para isso. Que a presidente Dilma tenha repetido a tolice de que a mãe da safadeza é o financiamento privado de campanha, vá lá, ela está, afinal de contas, tentando tirar o seu mandato da reta. Que gente com um mínimo de discernimento embarque nessa falácia, bem, nesse caso, dizer o quê? Sugerir que estude um pouco de lógica elementar. E que mude a dieta alimentar… Humanos não produzem a enzima celulase e não ficam mais inteligentes comendo capim.
Por Reinaldo Azevedo
17/11/2014

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Brasil no G20 e o constrangimento ucraniano - Caio Blinder

O Lava Jato ucraniano de Dilma
Caio Blinder blog, 6/11/2014 às 12:56

Com Putin, Dilma não repete as palavras do primeiro-ministro canadense Harper

Nenhuma surpresa na atitude ucraniana da presidente Dilma Rousseff. A agressão russa no país vizinho é um escândalo geopolítico. No entanto, a presidente do Brasil lava as mãos. Ela considera prioritário denunciar bombardeios americanos contra os terroristas do Estado Islâmico (precisamos de diálogo, minha gente, vamos colocar a cabeça no lugar).

Já na reunião do G-20, na Austrália, onde Vladimir Putin foi alvo de merecida hostilidade ocidental, Dilma foi pacata, foi anódina, foi omissa, foi uma anestesia quando deveria tocar na ferida.

Como assim, presidente? A senhora não tem posição sobre uma crise crucial no mundo atual? Em entrevista, Dilma afirmou: “O Brasil, no caso da Ucrânia, não tem e nunca definiu uma posição. Nunca nos manifestamos e evitamos sistematicamente nos envolver em assuntos internos.” Pelo menos desta vez, a presidente não denunciou as ações de Israel em Gaza, como é praxe na sua política de  “não intromissão nos assuntos internos” de outros países.

No jargão dilmista, na crise ucraniana, o Brasil não está “nem de um lado nem de outro”. Está, sim senhora. Ao lavar as mãos, o Brasil se posiciona a favor da agressão russa, em função de uma parceria estratégica com Moscou como integrante dos Brics. Outros países, a destacar na Europa, também têm negócios com a Rússia, mas, pelo menos, marcam posição sobre a Ucrânia. Presidente, não precisa adotar sanções contra o Kremlin, mas sancioná-lo?

Falando em mão, o contraste com a atitude de Dilma Roussef, foi a do primeiro-ministro canadense Stephen Harper. Ele cumprimentou o nosso homem em Moscou, mas desferiu o golpe diplomaticamente correto para a ocasião. “Bom, acho que vou apertar sua mão, mas só tenho uma coisa para te dizer: caia fora da Ucrânia.”

Valeu, Mr./Monsieur Harper! Na típica agitprop russa, um porta-voz do Kremlin disse que a resposta de Putin foi: “Impossível, já que nunca estivemos lá.”

Dilma lavou as mãos. Stephen Harper quem sabe tenha feito o mesmo….após apertar a mão do nosso homem em Moscou.