G20: confira quais promessas foram cumpridas até agora
O Globo online, 25/09/2009 às 17h09m
Da BBC
Os líderes do G20, o grupo das maiores economias do mundo, prometeram tirar a economia mundial da recessão durante o encontro em abril em Londres. Na época, uma série de medidas foram acordadas entre os líderes.
Cinco meses depois, eles voltam a se reunir. Confira quais promessas foram cumpridas neste período e o que ainda falta fazer.
Pacote de US$ 1,1 trilhão para a economia
PARCIALMENTE CUMPRIDA
A maior parte do dinheiro prometido seria para o Fundo Monetário Internacional.
O G20 conseguiu aumentar a capacidade de empréstimo do FMI de US$ 500 bilhões para US$ 750 bilhões.
O G20 prometeu aumentar o comércio internacional com US$ 250 bilhões em financiamento, sendo US$ 50 bilhões de dinheiro do Banco Mundial. Apenas US$ 65 bilhões foram alocados até agora.
O G20 disse que apoiaria o aumento de empréstimos para países pobres em até US$ 100 bilhões através de bancos de desenvolvimento. Não está claro se este financiamento está acontecendo com dinheiro novo ou com recursos que já eram gastos.
US$ 5 trilhões em medidas de estímulo
PARCIALMENTE CUMPRIDA
O G20 prometeu US$ 5 trilhões em medidas de estímulo às suas próprias economias, prevendo que a produção global cresceria 4% em 2010.
Poucos países detalharam quanto foi gasto. Além disso, há preocupações de que alguns países interromperão estas medidas, já que os países estão saindo da recessão antes do previsto. Outro problema é o alto endividamento dos governos, que estão sentindo a pressão para realizar cortes nos seus gastos.
Reforma de cotas e votos do FMI
NÃO CUMPRIDA
Por motivos históricos, países europeus pequenos - como a Suíça e a Holanda - estão sobre-representados no FMI, enquanto gigantes como a China precisam de mais poder.
França e Grã-Bretanha estão entre os maiores países que devem perder cotas. O governo americano propõe mudança em 5% das cotas, em favor dos emergentes. A decisão pode ser tomada na reunião em Pittsburgh.
Mais regulação dos fundos hedge
NÃO CUMPRIDA
O G20 prometeu que os fundos do tipo hedge, que sempre foram menos regulados do que outros tipos de investimentos, deveriam receber mais supervisão.
A União Europeia apresentou uma proposta, mas ela foi considerada dura demais pela Grã-Bretanha.
No G20, existe um consenso hoje de que os fundos hedge deveriam repassar mais informações aos reguladores.
Combater paraísos fiscais
CUMPRIDA
O G20 acredita que esta é a área onde houve o maior avanço, já que os governos estão precisando aumentar a sua arrecadação para ajudar no combate à recessão.
Desde abril, 13 paraísos fiscais implementaram novos padrões fiscais. A Suíça e Liechtenstein continuam na lista de 33 locais que não tomaram medidas suficientes, mas os países já concordaram em cooperar com os esforços do G20.
Restrição dos bônus pagos a executivos
PARCIALMENTE CUMPRIDA
Houve amplo apoio para restrições aos bônus dos executivos e banqueiros, que teriam sido estimulados a tomarem riscos considerados agressivos demais.
Alguns países, como Alemanha, Holanda e França, tomaram medidas contra os bônus, mas nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha há resistência a esse tipo de restrição.
Criação do Comitê de Estabilização Financeira
CUMPRIDA
O G20 decidiu criar o Comitê de Estabilização Financeira para tornar o sistema financeiro menos vulnerável a crises futuras. A ideia e incentivar a cooperação e regulação internacional.
Baseada na Basileia, Suíça, a agência reúne os reguladores nacionais, para que eles elaborem princípios comuns a serem adotados em vários países. Já houve duas reuniões do Comitê.
A questão do bônus foi discutida neste mês e suas conclusões foram enviadas aos líderes do G20.
Ainda não está claro, no entanto, se o Comitê conseguirá fazer suas regras serem incorporadas pelos países em suas legislações nacionais.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
1389) Turismo academico: Paris, enfim...
Crônica de mais uma viagem turístico-acadêmica
Começou mal, meu mais recente périplo europeu: greve de pilotos da TAP, comandada desde Lisboa, para os dias 24 e 25 de setembro, o que lançou o caos sobre todas as conexões lisboetas da TAP, o que era o meu caso, com bilhete Brasilia-Lisboa-Paris.
Primeiro, não havia possibilidade de embarcar em Brasilia, pois as conexões a partir de Lisboa estavam comprometidas, depois apenas algumas, entre elas Paris. No final, fiz questão de embarcar para Lisboa, mesmo sem conexão assegurada para Paris.
Confusão multiplicada por 10, no aeroporto de Lisboa: filas quilométricas no único guichê disponível da TAP, com gente que dizia estar ali há 12hs.
Ajudei um casal de franceses, completamente desarçonnés (visivelmente desorientados), tentando se fazer entender de um jovem empregado português do aeroporto, ele manifestamente embaraçado pela enorme confusão que atingia centenas, ou mais, de turistas portugueses e estrangeiros (em várias linguas incompreensíveis para ele).
Discutimos, eu e Carmen Lícia, várias possibilidades de partir para a França: (a) outras companhias aéreas (todas devidamente assaltadas por hordas de turistas frustrados, os novos bárbaros da civilização do lazer); (b) trem; (c) ônibus, que os lusitanos chamam de autocarro; (d) carro alugado, ou uma combinação de algumas delas, como viagem a Madrid, para depois embarcar na capital espanhola. Nem tentamos resolver o assunto com a TAP, pois isso implicaria em ficar várias horas numa fila, sem promessa de solução...
As outras companhias aéreas estava regurgitando de gente, o que me levou a examinar as possibilidades de trem e de autocarro, mas isso representaria várias horas, talvez um dia e meio de viagem algo incômoda.
O aluguel de um carro oferecia a possibilidade da flexibilidade de viagem, totalmente independente, mas, por incrível que pareça, as locadoras portuguesas, supostamente atuando num mercado unificado pertencente desde alguns anos a uma união econômica (inclusive com moeda única, ao que parece), não alugam carros para devolução em outros países membros da UE, apenas e exclusivamente em Portugal, de volta. Só seria possível se houvesse algum carro francês disponível ocasionalmente, para entrega em Paris (mas neste caso seria eu que deveria exigir pagamento pelo serviço prestado, pensei cá comigo).
Enfim, eliminada essa hipótese, passei na Air France, surpreendentemente vazia, mas por uma razão muito simples: o sistema (essa entidade sempre misteriosa) tinha caído, sem previsão de restabelecimento. Essa circunstância fortuita evitou-me de pagar por um bilhete a Paris (mas apenas no dia seguinte, ou seja, amanhã, sábado 26), pela modesta quantia de 780 euros por um aller simples. Trata-se, manifestamente, de um assalto a mão desarmada em plena luz do dia (mas os preços noturnos devem ser semelhantes), apenas explicável porque a França continua a ser um país colbertista, com estatais protegidas (e quase todas falidas) que se dedicam a espoliar tranquilamente seus clientes obrigados.
Fui salvo pelo casal francês, sympathique, a quem eu tinha procurado ajudar na confusão inicial: fui alertado para a existência de uma companhia francesa (administrada por esses bravos aprendizes de capitalista magrebinos, marroquinos e argelinos), chamada Aigle Azur, que estava oferecendo vôos para Orly Sud por apenas 160 euros, uma pechincha frente aos quase 900 da Air France.
Corrida para embarcar em 1h, e assim chegamos a Orly, no começo da tarde, um pouco cansados, mas soulagés, como diriam os franceses.
Desisti de alugar um carro ali mesmo, o que me teria condenado a um belo engarrafamento no Périphérique de Paris, numa sexta-feira à tarde. Preferimos o bus Orly-Gare de Montparnasse, a 11,50 euros o passageiro, numa tranquilidade de ar condicionado e visão panoramique sobre as embouteillages dos outros... No caminho, trocando torpedos com nosso filho Pedro Paulo, doutorando em sanduiche parisiense, que nos esperou em Paris.
Por uma feliz e inesperada coincidência, o hotel ficava a walking distance da Gare de Montparnasse, ao lado da grande torre, onde também tem uma Galeries Lafayette.
Fim de tarde reparador, com direito a banho, sesta e consulta à internet. De noite, um ônibus confortável para o centro de Paris, passeio pelas livrarias do Boulevard Saint Germain, com as inevitáveis e irrecusáveis compras de livros e revistas.
Comprei, na La Hune (que recomendo, quase ao lado da igreja de Saint Germain de Près), um grande guia para um grande país que pretendo visitar proximamente, e um Schopenauer que já existe no Brasil, mas que na edição francesa, L'Art d'Avoir Toujours Raison, tem um posfácio erudito por Franco Volpi, sobre a dialética schopenaueriana.
Depois, a busca de um restaurante não muito cheio, mas agradável. Escolhemos a Taverne St Germain, onde foi possível comer bem, num estilo tipicamente parisiense. Do lado, uma família de escandinavos se deliciando com pratos franceses e mesmo um spaghetti a bolognaise. No outro lado, duas russas que deviam estar achando tórrida a temperatura de Paris (em vestidos sem manga para uma temperatura em torno de 12 ou 14, talvez), dividiam um foie gras acompanhado de vin rouge, mas que elas derramaram da carafe sobre copos altos cheios de cubos de gelo... Mon Dieu!
Acho que os garçons franceses devem estar um pouco mais tolerantes com turistas heterodoxos, pois me lembro que alguns anos atrás, ali ao lado, na Brasserie Lipp, foi difícil fazer o garçon trazer para a mesa uma Coca-Cola.
Os franceses aceitaram, ao que parece, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão...
Bem, agora toca ler e navegar, antes de dormir.
Amanhã, sábado, dia carregado de visitas culturais.
Paris, 25 de setembro de 2009.
Começou mal, meu mais recente périplo europeu: greve de pilotos da TAP, comandada desde Lisboa, para os dias 24 e 25 de setembro, o que lançou o caos sobre todas as conexões lisboetas da TAP, o que era o meu caso, com bilhete Brasilia-Lisboa-Paris.
Primeiro, não havia possibilidade de embarcar em Brasilia, pois as conexões a partir de Lisboa estavam comprometidas, depois apenas algumas, entre elas Paris. No final, fiz questão de embarcar para Lisboa, mesmo sem conexão assegurada para Paris.
Confusão multiplicada por 10, no aeroporto de Lisboa: filas quilométricas no único guichê disponível da TAP, com gente que dizia estar ali há 12hs.
Ajudei um casal de franceses, completamente desarçonnés (visivelmente desorientados), tentando se fazer entender de um jovem empregado português do aeroporto, ele manifestamente embaraçado pela enorme confusão que atingia centenas, ou mais, de turistas portugueses e estrangeiros (em várias linguas incompreensíveis para ele).
Discutimos, eu e Carmen Lícia, várias possibilidades de partir para a França: (a) outras companhias aéreas (todas devidamente assaltadas por hordas de turistas frustrados, os novos bárbaros da civilização do lazer); (b) trem; (c) ônibus, que os lusitanos chamam de autocarro; (d) carro alugado, ou uma combinação de algumas delas, como viagem a Madrid, para depois embarcar na capital espanhola. Nem tentamos resolver o assunto com a TAP, pois isso implicaria em ficar várias horas numa fila, sem promessa de solução...
As outras companhias aéreas estava regurgitando de gente, o que me levou a examinar as possibilidades de trem e de autocarro, mas isso representaria várias horas, talvez um dia e meio de viagem algo incômoda.
O aluguel de um carro oferecia a possibilidade da flexibilidade de viagem, totalmente independente, mas, por incrível que pareça, as locadoras portuguesas, supostamente atuando num mercado unificado pertencente desde alguns anos a uma união econômica (inclusive com moeda única, ao que parece), não alugam carros para devolução em outros países membros da UE, apenas e exclusivamente em Portugal, de volta. Só seria possível se houvesse algum carro francês disponível ocasionalmente, para entrega em Paris (mas neste caso seria eu que deveria exigir pagamento pelo serviço prestado, pensei cá comigo).
Enfim, eliminada essa hipótese, passei na Air France, surpreendentemente vazia, mas por uma razão muito simples: o sistema (essa entidade sempre misteriosa) tinha caído, sem previsão de restabelecimento. Essa circunstância fortuita evitou-me de pagar por um bilhete a Paris (mas apenas no dia seguinte, ou seja, amanhã, sábado 26), pela modesta quantia de 780 euros por um aller simples. Trata-se, manifestamente, de um assalto a mão desarmada em plena luz do dia (mas os preços noturnos devem ser semelhantes), apenas explicável porque a França continua a ser um país colbertista, com estatais protegidas (e quase todas falidas) que se dedicam a espoliar tranquilamente seus clientes obrigados.
Fui salvo pelo casal francês, sympathique, a quem eu tinha procurado ajudar na confusão inicial: fui alertado para a existência de uma companhia francesa (administrada por esses bravos aprendizes de capitalista magrebinos, marroquinos e argelinos), chamada Aigle Azur, que estava oferecendo vôos para Orly Sud por apenas 160 euros, uma pechincha frente aos quase 900 da Air France.
Corrida para embarcar em 1h, e assim chegamos a Orly, no começo da tarde, um pouco cansados, mas soulagés, como diriam os franceses.
Desisti de alugar um carro ali mesmo, o que me teria condenado a um belo engarrafamento no Périphérique de Paris, numa sexta-feira à tarde. Preferimos o bus Orly-Gare de Montparnasse, a 11,50 euros o passageiro, numa tranquilidade de ar condicionado e visão panoramique sobre as embouteillages dos outros... No caminho, trocando torpedos com nosso filho Pedro Paulo, doutorando em sanduiche parisiense, que nos esperou em Paris.
Por uma feliz e inesperada coincidência, o hotel ficava a walking distance da Gare de Montparnasse, ao lado da grande torre, onde também tem uma Galeries Lafayette.
Fim de tarde reparador, com direito a banho, sesta e consulta à internet. De noite, um ônibus confortável para o centro de Paris, passeio pelas livrarias do Boulevard Saint Germain, com as inevitáveis e irrecusáveis compras de livros e revistas.
Comprei, na La Hune (que recomendo, quase ao lado da igreja de Saint Germain de Près), um grande guia para um grande país que pretendo visitar proximamente, e um Schopenauer que já existe no Brasil, mas que na edição francesa, L'Art d'Avoir Toujours Raison, tem um posfácio erudito por Franco Volpi, sobre a dialética schopenaueriana.
Depois, a busca de um restaurante não muito cheio, mas agradável. Escolhemos a Taverne St Germain, onde foi possível comer bem, num estilo tipicamente parisiense. Do lado, uma família de escandinavos se deliciando com pratos franceses e mesmo um spaghetti a bolognaise. No outro lado, duas russas que deviam estar achando tórrida a temperatura de Paris (em vestidos sem manga para uma temperatura em torno de 12 ou 14, talvez), dividiam um foie gras acompanhado de vin rouge, mas que elas derramaram da carafe sobre copos altos cheios de cubos de gelo... Mon Dieu!
Acho que os garçons franceses devem estar um pouco mais tolerantes com turistas heterodoxos, pois me lembro que alguns anos atrás, ali ao lado, na Brasserie Lipp, foi difícil fazer o garçon trazer para a mesa uma Coca-Cola.
Os franceses aceitaram, ao que parece, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão...
Bem, agora toca ler e navegar, antes de dormir.
Amanhã, sábado, dia carregado de visitas culturais.
Paris, 25 de setembro de 2009.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
1388) Concurso diplomatico...
Não, não é do tipo que vocês estão pensando.
Este aqui é para ser feito com base em seu próprio domínio do direito internacional:
Concurso: Defina a condição do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na embaixada do Brasil em Tegucigalpa
Trata-se de um (sorry, estou sempre aumentando a lista sob sugestão dos leitores):
(a) Asilado?
(b) Abrigado?
(c) Hóspede?
(d) Infiltrado?
(e) Acampado?
(f) Homiziado?
(g) Desocupado?
(h) Desempregado?
(i) Turista acidental?
(j) Passante ocasional?
(k) Locatário involuntário?
(l) Amigo do Brasil pelos próximos seis meses?
(m) Sem-teto?
(n) Sem-poder?
(o) Nenhuma das opções acima?
(p) Todas as opções acima?
(q) Outras opções que você imaginar (inclusive candidato a Papai Noel no próximo Natal, desde que ele pinte o bigode de branco, claro...)
(Respostas e novas sugestões para este blog, sem direito a copyright; os beneficios desta campanha de esclarecimento reverterão para o Lar dos Presidentes Desamparados)
Addendum em 26.09.2009:
Dora Kramer, em sua coluna do Estadão deste sábado, 26.09, descobriu uma condição insuspeitada para o presidente deposto:
"Hoje, na realidade, Zelaya é o embaixador do Brasil em Honduras. Coordena a distribuição de alimentos, dorme no sofá, dá as ordens como se ali não fosse território de outro país, diz, preocupado de o Brasil vir a ser alvo de reparos internacionais caso se confirme a versão de que Zelaya comunicou seus planos com antecedência às autoridades brasileiras."
Bem, só falta pagar os vencimentos de embaixador e verba de representação. Não se aconselha, porém, o uso do carro com motorista por enquanto...
Este aqui é para ser feito com base em seu próprio domínio do direito internacional:
Concurso: Defina a condição do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na embaixada do Brasil em Tegucigalpa
Trata-se de um (sorry, estou sempre aumentando a lista sob sugestão dos leitores):
(a) Asilado?
(b) Abrigado?
(c) Hóspede?
(d) Infiltrado?
(e) Acampado?
(f) Homiziado?
(g) Desocupado?
(h) Desempregado?
(i) Turista acidental?
(j) Passante ocasional?
(k) Locatário involuntário?
(l) Amigo do Brasil pelos próximos seis meses?
(m) Sem-teto?
(n) Sem-poder?
(o) Nenhuma das opções acima?
(p) Todas as opções acima?
(q) Outras opções que você imaginar (inclusive candidato a Papai Noel no próximo Natal, desde que ele pinte o bigode de branco, claro...)
(Respostas e novas sugestões para este blog, sem direito a copyright; os beneficios desta campanha de esclarecimento reverterão para o Lar dos Presidentes Desamparados)
Addendum em 26.09.2009:
Dora Kramer, em sua coluna do Estadão deste sábado, 26.09, descobriu uma condição insuspeitada para o presidente deposto:
"Hoje, na realidade, Zelaya é o embaixador do Brasil em Honduras. Coordena a distribuição de alimentos, dorme no sofá, dá as ordens como se ali não fosse território de outro país, diz, preocupado de o Brasil vir a ser alvo de reparos internacionais caso se confirme a versão de que Zelaya comunicou seus planos com antecedência às autoridades brasileiras."
Bem, só falta pagar os vencimentos de embaixador e verba de representação. Não se aconselha, porém, o uso do carro com motorista por enquanto...
terça-feira, 22 de setembro de 2009
1387) Seguranca no uso de banking online
Serviço de utilidade pública:
Serviços bancários pela Internet
Para quem acessa o Home Banking de casa.
Vale a pena ler e se prevenir.
Quando for fazer uso dos serviços bancários pela internet, siga as 3 dicas abaixo para verificar a autenticidade do site:
1 - Minimize a página.
Se o teclado virtual for minimizado também, está correto.
Se ele permanecer na tela sem minimizar, é pirata!
Não tecle nada.
2 - Sempre que entrar no site do banco, digite SUA SENHA ERRADA na primeira vez .
Se aparecer uma mensagem de erro significa que o site é realmente do banco, porque o sistema tem como checar a senha digitada.
Mas se digitar a senha errada e não acusar erro é mau sinal.
Sites piratas não têm como conferir a informação, o objetivo é apenas capturar a senha.
3 - Sempre que entrar no site do banco, verifique se no rodapé da página aparece o ícone de um cadeado; além disso clique 2 vezes sobre esse ícone; uma pequena janela com informações sobre a autenticidade do site deve aparecer.
Em alguns sites piratas o cadeado pode até aparecer, mas será apenas uma imagem e ao clicar 2 vezes sobre ele, nada irá acontecer.
Os 3 pequenos procedimentos acima são simples, mas garantirão que você jamais seja vítima de fraude virtual.
Serviços bancários pela Internet
Para quem acessa o Home Banking de casa.
Vale a pena ler e se prevenir.
Quando for fazer uso dos serviços bancários pela internet, siga as 3 dicas abaixo para verificar a autenticidade do site:
1 - Minimize a página.
Se o teclado virtual for minimizado também, está correto.
Se ele permanecer na tela sem minimizar, é pirata!
Não tecle nada.
2 - Sempre que entrar no site do banco, digite SUA SENHA ERRADA na primeira vez .
Se aparecer uma mensagem de erro significa que o site é realmente do banco, porque o sistema tem como checar a senha digitada.
Mas se digitar a senha errada e não acusar erro é mau sinal.
Sites piratas não têm como conferir a informação, o objetivo é apenas capturar a senha.
3 - Sempre que entrar no site do banco, verifique se no rodapé da página aparece o ícone de um cadeado; além disso clique 2 vezes sobre esse ícone; uma pequena janela com informações sobre a autenticidade do site deve aparecer.
Em alguns sites piratas o cadeado pode até aparecer, mas será apenas uma imagem e ao clicar 2 vezes sobre ele, nada irá acontecer.
Os 3 pequenos procedimentos acima são simples, mas garantirão que você jamais seja vítima de fraude virtual.
1386) Nao intervencao, pelo menos no papel...
Artigo 19 da Carta da OEA (não custa lembrar):
Nenhum Estado ou grupo de Estados tem o direito de intervir, direta ou indiretamente, seja qual for o motivo, nos assuntos internos ou externos de qualquer outro. Este princípio exclui não somente a força armada, mas também qualquer outra forma de interferência ou de tendência atentatória à personalidade do Estado e dos elementos políticos, econômicos e culturais que o constituem.
Nenhum Estado ou grupo de Estados tem o direito de intervir, direta ou indiretamente, seja qual for o motivo, nos assuntos internos ou externos de qualquer outro. Este princípio exclui não somente a força armada, mas também qualquer outra forma de interferência ou de tendência atentatória à personalidade do Estado e dos elementos políticos, econômicos e culturais que o constituem.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
1385) Começa o festival da corrupção em torno do pré-sal
Isto é apenas uma amostra do que está por vir. E tem gente que bate no peito de ufanismo patrioteiro e acha a maior maravilha a reestatizacao do petróleo no Brasil.
Tudo que é estatização no Brasil, acaba virando uma ação entre amigos, um convite à corrupção, com efeitos deletérios sobre as contas públicas e, em última instância, favorecendo a concentração de renda.
TCU questiona Petrobras sobre licitações
Juliano Basile, de Brasília.
Valor Econômico, 21.09.2009
Nove dias depois do lançamento do pré-sal, os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) se reuniram para exigir a realização de licitações abertas pela Petrobras. Os ministros julgaram, no dia 9, uma série de contratos para aumentar a produção de óleo e gás natural da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Ao todo, os contratos somam R$ 933,5 milhões. Em alguns casos, o TCU identificou aumentos de até 100% nos preços iniciais,
após a estatal dispensar a realização de concorrência pública para a prestação dos serviços. A estatal se defendeu junto ao TCU alegando que segue regime licitatório próprio. Mas isso não convenceu o tribunal, que notificou diretores da empresa para que expliquem os aumentos nos preços iniciais dos contratos e sinalizou, com isso, que pretende entrar no debate a respeito da falta de concorrência no pré-sal, cuja proposta de marco regulatório foi apresentada dia 31.
R$ 26 mi em convênios da Petrobras sob suspeita
Estadao Nacional 22/09/09 23:14
Três convênios no valor de R$ 26 milhões da Petrobras com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), celebrados entre 2004 e 2007, estão sob suspeita, segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) concluído anteontem. A auditoria levanta ainda problemas graves em mais 26 contratos...
Tudo que é estatização no Brasil, acaba virando uma ação entre amigos, um convite à corrupção, com efeitos deletérios sobre as contas públicas e, em última instância, favorecendo a concentração de renda.
TCU questiona Petrobras sobre licitações
Juliano Basile, de Brasília.
Valor Econômico, 21.09.2009
Nove dias depois do lançamento do pré-sal, os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) se reuniram para exigir a realização de licitações abertas pela Petrobras. Os ministros julgaram, no dia 9, uma série de contratos para aumentar a produção de óleo e gás natural da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Ao todo, os contratos somam R$ 933,5 milhões. Em alguns casos, o TCU identificou aumentos de até 100% nos preços iniciais,
após a estatal dispensar a realização de concorrência pública para a prestação dos serviços. A estatal se defendeu junto ao TCU alegando que segue regime licitatório próprio. Mas isso não convenceu o tribunal, que notificou diretores da empresa para que expliquem os aumentos nos preços iniciais dos contratos e sinalizou, com isso, que pretende entrar no debate a respeito da falta de concorrência no pré-sal, cuja proposta de marco regulatório foi apresentada dia 31.
R$ 26 mi em convênios da Petrobras sob suspeita
Estadao Nacional 22/09/09 23:14
Três convênios no valor de R$ 26 milhões da Petrobras com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), celebrados entre 2004 e 2007, estão sob suspeita, segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) concluído anteontem. A auditoria levanta ainda problemas graves em mais 26 contratos...
sábado, 19 de setembro de 2009
1384) Keynes de volta à preeminencia: nao acho que ele merece todos esses elogios...
Comento, rapidamente, a transcrição abaixo, na verdade uma resenha da biografia resumida de Keynes por Robert Skidelsky.
O mais importante do ensinamento de Keynes é isto aqui, que supostamente resumiria o seu pensamento: "markets are not self-correcting".
Sinto muito, mas trata-se de um erro monumental de Keynes: os mercados SEMPRE se corrigem, ainda que não o façam de acordo com a vontade dos agentes presentes nesses mercados, distribuindo penalidades e prêmios ao acaso das posições de cada participante.
QUEM IMPEDE os mercados de se auto-corrigirem, na verdade, são os governos, ou as autoridades econômicas, pois elas se dão ao trabalho de fixar taxas de juros SEM QUALQUER CORRESPONDENCIA COM OS DADOS DO MERCADO, emitir dinheiro sem respeitar equilibrios basicos da economia -- obviamente os governos dispoem do monopólio de emissão justamente por isso, para impedir que outros lhes façam concorrencia, e criar inflação, que é o que os políticos mais fazem -- e muitas coisas mais que distorcem as regras do jogo, posto que justamente feitas para evitar perdas aqui e permitir ganhos acolá.
Keynes podia não gostar da maneira como os mercados corrigem os desequilíbrios, por vezes de forma muito lenta -- para inverter um ciclo depressivo, por exemplo -- ou em outras vezes de forma muito rápida -- quebrando bancos, empresas, particulares, que dependendo do poder de barganha, sempre encontram alguem no governo quem os salve, para supostamente evitar "perdas sociais", desemprego, colapso de atividades, essas coisas. Que ele não gostasse disso, não tem nada a ver com a incapacidade dos mercados de se corrigirem, pois o que eles mais fazem, justamente, é corrigir os desequilíbrios acumulados redistribuindo ativos de acordo com sua valoração de mercado: esta pode ser certa ou errada (não importa, pois isso depende da percepção de quem está no mercado), mas ela sempre se dá de acordo com o timing de entrada e saída no mercados dos agentes econômicos primários, empresas ou indivíduos.
Portanto, a afirmação de Keynes não tem NENHUM sentido econômico, tratase apenas de um julgamento pessoal, de uma preferência subjetiva de sua parte.
O que Keynes pretendia, assim como outros aprendizes de feiticeiro, era retirar seu pais do ciclo depressivo. Suas politicas podem ter prolongado um pouco mais a depressao.
No plano mais geral, aAs pessoas simplesmente nao se dao conta de que, ao "salvar" empresas e empregos, os governos estão simplesmente retirando dinheiro do conjunto da sociedade -- por via de mais taxação ou de mais emissao inflacionária -- e colocando esse dinheiro no bolso de alguns poucos privilegiados.
Trata-se de uma dificuldade conceitual que é dificil de enfiar na cabeca das pessoas, assim como a questao do livre comércio: sempre voce encontra alguem disposto a proteger os empregos no pais, taxando ou obstruindo a entrada de produtos concorrentes do exterior. As pessoas simplesmente nao conseguem medir as perdas sociais -- que sao pequenas individualmente, posto que distribuidas por toda a populacao -- ao passo que é "facil" medir os ganhos: alguns milhares de empregos "salvos".
Volto a dizer: os mercados sempre se corrigem, mesmo contra a vontade dos keynesianos...
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Paulo Roberto de Almeida
Books of The Times
The Old Economist, Relevant Amid the Rubble
By DWIGHT GARNER
The New York Times, September 18, 2009
Dwight Garner reviews Robert Skidelsky:
Keynes: The Return of the Master
221 pages. PublicAffairs. $25.95
John Maynard Keynes (1883-1946) was, on the page and off, formidable. He was tall, an impeccable dresser in dark suits and homburgs, a product of Eton and Cambridge, a director of the Bank of England. His words could be withering. “When I argued with him,” the philosopher Bertrand Russell said, “I felt that I took my life in my hands.”
Keynes also had, paradoxically, the sensitive soul of a poet. He was a member of the Bloomsbury group and a favorite of Virginia Woolf’s. He collected modern art and rare manuscripts. He married a Russian ballerina. He was an early environmentalist, given to utterances that stick in the mind. “We are capable of shutting off the sun and the stars,” he warned in 1933, “because they do not pay a dividend.”
These things matter about Keynes because his economic ideas, relevant again amid the rubble of the global financial crisis, had a humane and moral dimension, one that Robert Skidelsky underlines in “Keynes: The Return of the Master.”
Mr. Skidelsky is the author of a magisterial three-volume biography of Keynes (the final volume was published in 2000) and is emeritus professor of political economy at the University of Warwick in England. He knows more about Keynes than anyone alive, but his new book is not a pocket-size distillation of his earlier biography. It’s an attempt to translate and update Keynes’s ideas for a sleek, turbulent era.
This is not an obviously simple task. Keynes’s most influential book, “The General Theory of Employment, Interest and Money,” (1936) published during the Great Depression, is famously impenetrable. But its central idea held sway for nearly 30 years after World War II: that markets are not self-correcting.
In “Keynes: Return of the Master,” Mr. Skidelsky surveys the vast body of Keynes’s work. But he boils the thinking down to a few essential points. Central among them is that market economies are fundamentally uncertain; large shocks like the recent meltdown are not anomalies but normal if unpredictable events. Government should intervene in a crisis — as the Obama administration has since the fall of Lehman Brothers last year — supplying a judicious but firm hand on the tiller.
Mr. Skidelsky is righteous in his thunder about how Keynes’s ideas have been spurned in recent decades. He scolds the free-market ethos of the Reagan and Thatcher eras as well as the thinking of anti-Keynesian New Classical economists. He does not entirely blame the usual suspects (banks, hedge funds, credit-rating agencies, the Fed) for the current crisis. He indicts laissez-faire philosophy.
“The root cause of the present crisis lies in the intellectual failure of economics,” Mr. Skidelsky writes. “It was the wrong ideas of economists which legitimized the deregulation of finance, and it was the deregulation of finance which led to the credit explosion which collapsed into the credit crunch. It is hard to convey the harm done by the recent dominant school of New Classical economics. Rarely in history can such powerful minds have devoted themselves to such strange ideas.”
When Mr. Skidelsky pulls out a napkin and begins to scribble down figures, this book is slower going. It is probably safe to say that “Keynes: The Return of the Master” is aimed at the general reader, if that general reader owns excellent reading glasses and enthusiastically devours the daily business section from front to back.
A not entirely untypical sentence is: “The most general I.M.F. commodity-price index (fuel + nonfuel) peaked in July 2008 at 218 (2005 = 100) and dropped to its lowest level in December, when it was down at 98, recovering to 102 in January 2009 and falling again to 100 in March.” Oof.
This book is provocative in its discussion of the moral aspect of Keynes’s thinking. He had the curious and refreshing idea that financial institutions have a duty to the public interest as well as to shareholders. He worried about the pursuit of money at the expense of all else. What ethical value, he asked, attends a life of “moneymaking and bridge”?
Mr. Skidelsky observes: “His conclusion was that the pursuit of money — what he called ‘love of money’ — was justified only to the extent that it led to a ‘good life.’ And a good life was not what made people better off: it was what made them good. To make the world ethically better was the only justifiable purpose of economic striving.”
Keynes’s altruism sometimes made him sound like Custer at the last stand. “I find no shame at being found still owning a share when the bottom of the market comes,” he wrote. “Any other policy is antisocial, destructive of confidence and incompatible with the working of the economic system.” Maybe this was how he explained himself to Virginia Woolf when, in 1920, he lost the money the Bloomsbury group had invested with him. (The debt was later cleared.)
Keynes ultimately saw economics not as a natural science but a moral one. He was loath to rely on pure mathematics and risk models. Not everything could be reduced to numbers.
When it comes to deciphering Keynes’s ideas for the current moment, we can only speculate about details and particulars. As Mr. Skidelsky points out, “Keynes had little specific to say about financial regulation, since the banking system was not at the center of the storm of the early 1930s.”
But Keynes has always seemed at his most appealing and prophetic at times of roiling financial discontent. Robert Lucas, the University of Chicago economist, joked last year that “everyone is a Keynesian in a foxhole.” If the American economy stabilizes and begins a genuine rebound, there will be plenty of born-again Keynsians outside of those foxholes too.
O mais importante do ensinamento de Keynes é isto aqui, que supostamente resumiria o seu pensamento: "markets are not self-correcting".
Sinto muito, mas trata-se de um erro monumental de Keynes: os mercados SEMPRE se corrigem, ainda que não o façam de acordo com a vontade dos agentes presentes nesses mercados, distribuindo penalidades e prêmios ao acaso das posições de cada participante.
QUEM IMPEDE os mercados de se auto-corrigirem, na verdade, são os governos, ou as autoridades econômicas, pois elas se dão ao trabalho de fixar taxas de juros SEM QUALQUER CORRESPONDENCIA COM OS DADOS DO MERCADO, emitir dinheiro sem respeitar equilibrios basicos da economia -- obviamente os governos dispoem do monopólio de emissão justamente por isso, para impedir que outros lhes façam concorrencia, e criar inflação, que é o que os políticos mais fazem -- e muitas coisas mais que distorcem as regras do jogo, posto que justamente feitas para evitar perdas aqui e permitir ganhos acolá.
Keynes podia não gostar da maneira como os mercados corrigem os desequilíbrios, por vezes de forma muito lenta -- para inverter um ciclo depressivo, por exemplo -- ou em outras vezes de forma muito rápida -- quebrando bancos, empresas, particulares, que dependendo do poder de barganha, sempre encontram alguem no governo quem os salve, para supostamente evitar "perdas sociais", desemprego, colapso de atividades, essas coisas. Que ele não gostasse disso, não tem nada a ver com a incapacidade dos mercados de se corrigirem, pois o que eles mais fazem, justamente, é corrigir os desequilíbrios acumulados redistribuindo ativos de acordo com sua valoração de mercado: esta pode ser certa ou errada (não importa, pois isso depende da percepção de quem está no mercado), mas ela sempre se dá de acordo com o timing de entrada e saída no mercados dos agentes econômicos primários, empresas ou indivíduos.
Portanto, a afirmação de Keynes não tem NENHUM sentido econômico, tratase apenas de um julgamento pessoal, de uma preferência subjetiva de sua parte.
O que Keynes pretendia, assim como outros aprendizes de feiticeiro, era retirar seu pais do ciclo depressivo. Suas politicas podem ter prolongado um pouco mais a depressao.
No plano mais geral, aAs pessoas simplesmente nao se dao conta de que, ao "salvar" empresas e empregos, os governos estão simplesmente retirando dinheiro do conjunto da sociedade -- por via de mais taxação ou de mais emissao inflacionária -- e colocando esse dinheiro no bolso de alguns poucos privilegiados.
Trata-se de uma dificuldade conceitual que é dificil de enfiar na cabeca das pessoas, assim como a questao do livre comércio: sempre voce encontra alguem disposto a proteger os empregos no pais, taxando ou obstruindo a entrada de produtos concorrentes do exterior. As pessoas simplesmente nao conseguem medir as perdas sociais -- que sao pequenas individualmente, posto que distribuidas por toda a populacao -- ao passo que é "facil" medir os ganhos: alguns milhares de empregos "salvos".
Volto a dizer: os mercados sempre se corrigem, mesmo contra a vontade dos keynesianos...
-------------
Paulo Roberto de Almeida
Books of The Times
The Old Economist, Relevant Amid the Rubble
By DWIGHT GARNER
The New York Times, September 18, 2009
Dwight Garner reviews Robert Skidelsky:
Keynes: The Return of the Master
221 pages. PublicAffairs. $25.95
John Maynard Keynes (1883-1946) was, on the page and off, formidable. He was tall, an impeccable dresser in dark suits and homburgs, a product of Eton and Cambridge, a director of the Bank of England. His words could be withering. “When I argued with him,” the philosopher Bertrand Russell said, “I felt that I took my life in my hands.”
Keynes also had, paradoxically, the sensitive soul of a poet. He was a member of the Bloomsbury group and a favorite of Virginia Woolf’s. He collected modern art and rare manuscripts. He married a Russian ballerina. He was an early environmentalist, given to utterances that stick in the mind. “We are capable of shutting off the sun and the stars,” he warned in 1933, “because they do not pay a dividend.”
These things matter about Keynes because his economic ideas, relevant again amid the rubble of the global financial crisis, had a humane and moral dimension, one that Robert Skidelsky underlines in “Keynes: The Return of the Master.”
Mr. Skidelsky is the author of a magisterial three-volume biography of Keynes (the final volume was published in 2000) and is emeritus professor of political economy at the University of Warwick in England. He knows more about Keynes than anyone alive, but his new book is not a pocket-size distillation of his earlier biography. It’s an attempt to translate and update Keynes’s ideas for a sleek, turbulent era.
This is not an obviously simple task. Keynes’s most influential book, “The General Theory of Employment, Interest and Money,” (1936) published during the Great Depression, is famously impenetrable. But its central idea held sway for nearly 30 years after World War II: that markets are not self-correcting.
In “Keynes: Return of the Master,” Mr. Skidelsky surveys the vast body of Keynes’s work. But he boils the thinking down to a few essential points. Central among them is that market economies are fundamentally uncertain; large shocks like the recent meltdown are not anomalies but normal if unpredictable events. Government should intervene in a crisis — as the Obama administration has since the fall of Lehman Brothers last year — supplying a judicious but firm hand on the tiller.
Mr. Skidelsky is righteous in his thunder about how Keynes’s ideas have been spurned in recent decades. He scolds the free-market ethos of the Reagan and Thatcher eras as well as the thinking of anti-Keynesian New Classical economists. He does not entirely blame the usual suspects (banks, hedge funds, credit-rating agencies, the Fed) for the current crisis. He indicts laissez-faire philosophy.
“The root cause of the present crisis lies in the intellectual failure of economics,” Mr. Skidelsky writes. “It was the wrong ideas of economists which legitimized the deregulation of finance, and it was the deregulation of finance which led to the credit explosion which collapsed into the credit crunch. It is hard to convey the harm done by the recent dominant school of New Classical economics. Rarely in history can such powerful minds have devoted themselves to such strange ideas.”
When Mr. Skidelsky pulls out a napkin and begins to scribble down figures, this book is slower going. It is probably safe to say that “Keynes: The Return of the Master” is aimed at the general reader, if that general reader owns excellent reading glasses and enthusiastically devours the daily business section from front to back.
A not entirely untypical sentence is: “The most general I.M.F. commodity-price index (fuel + nonfuel) peaked in July 2008 at 218 (2005 = 100) and dropped to its lowest level in December, when it was down at 98, recovering to 102 in January 2009 and falling again to 100 in March.” Oof.
This book is provocative in its discussion of the moral aspect of Keynes’s thinking. He had the curious and refreshing idea that financial institutions have a duty to the public interest as well as to shareholders. He worried about the pursuit of money at the expense of all else. What ethical value, he asked, attends a life of “moneymaking and bridge”?
Mr. Skidelsky observes: “His conclusion was that the pursuit of money — what he called ‘love of money’ — was justified only to the extent that it led to a ‘good life.’ And a good life was not what made people better off: it was what made them good. To make the world ethically better was the only justifiable purpose of economic striving.”
Keynes’s altruism sometimes made him sound like Custer at the last stand. “I find no shame at being found still owning a share when the bottom of the market comes,” he wrote. “Any other policy is antisocial, destructive of confidence and incompatible with the working of the economic system.” Maybe this was how he explained himself to Virginia Woolf when, in 1920, he lost the money the Bloomsbury group had invested with him. (The debt was later cleared.)
Keynes ultimately saw economics not as a natural science but a moral one. He was loath to rely on pure mathematics and risk models. Not everything could be reduced to numbers.
When it comes to deciphering Keynes’s ideas for the current moment, we can only speculate about details and particulars. As Mr. Skidelsky points out, “Keynes had little specific to say about financial regulation, since the banking system was not at the center of the storm of the early 1930s.”
But Keynes has always seemed at his most appealing and prophetic at times of roiling financial discontent. Robert Lucas, the University of Chicago economist, joked last year that “everyone is a Keynesian in a foxhole.” If the American economy stabilizes and begins a genuine rebound, there will be plenty of born-again Keynsians outside of those foxholes too.
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