terça-feira, 4 de maio de 2010

Politica nuclear dos EUA - um pouco de transparencia

Pentágono revela tamanho de seu arsenal nuclear
Fernando Eichenberg
Correspondente em WASHINGTON
O Globo, 04/05/2010

Dados mostram que EUA possuem 5.113 ogivas

Pela primeira vez desde 1961, o governo americano revelou ontem parte do tamanho de seu arsenal nuclear. Segundo o Pentágono, os EUA têm 5.113 ogivas nucleares operacionalmente mobilizadas, mantidas na reserva ativa ou armazenadas de forma inativa, além de “alguns milhares” de armamentos estocados para serem inutilizados — fontes não oficiais estimam de 8 mil a 9 mil o número total.

Foi mais um sinal do governo Obama de sua declarada política de transparência nuclear, simbolicamente lançada no mesmo dia em que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, discursou na abertura da reunião de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), na sede da ONU, em Nova York. A iniciativa de Washington visa também a pressionar a China e a Rússia a revelarem mais detalhes sobre seus estoques de armamento nuclear.

Anúncio pôde ser feito porque não revelava “segredos de Estado” Em 1992, o Departamento de Energia americano havia proposto a liberação pública das informações sobre o estoque nuclear, mas a iniciativa foi bloqueada pelo Pentágono. Oficiosamente, o anúncio de ontem foi possível graças a um acordo com a inteligência do governo sobre o fornecimento de números, sem, no entanto, revelar “segredos de Estado”. Analistas estimam em torno de 22 mil o número de ogivas nucleares no mundo. Segundo a Federação de Cientistas Americanos, 8 mil delas seriam operacionais e 2 mil, nos EUA e na Rússia, estariam prontas para serem acionadas em curto prazo.

O programa americano de desarmamento tem destacado o papel do país como o principal destino do material nuclear a ser reciclado no mundo. No Complexo de Segurança Nacional Y12 de Oak Ridge, no Tennessee, e no laboratório de Savannah River, na Carolina do Sul, o urânio de alto enriquecimento, superior a 20% (UAE), é transformado em material de baixo teor (UPE), normalmente entre 3% e 6%, para servir posteriormente como combustível nuclear com fins pacíficos. Segundo a Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA, na sigla em inglês), 32 países enviaram até agora urânio altamente enriquecido para ser tratado nos EUA. Do total, 18, entre eles Chile e Brasil, já estão completamente “limpos”.

Ironicamente, foi no complexo de Oak Ridge, criado em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, que pela primeira vez o urânio foi enriquecido, como parte do Projeto Manhattan para a fabricação da primeira bomba atômica.

A partir dos anos 1950, o laboratório de Savannah River também foi importante na estratégia de pesquisas de armamento nuclear americano no período da Guerra Fria. Hoje, são os dois principais centros de transformação do urânio enriquecido que a comunidade internacional teme que caia nas mãos de terroristas.

Ontem, a secretária de Estado, Hillary Clinton, afirmou que a Casa Branca intensificará os esforços para que o Senado aprove os tratados sobre as restrições aos testes e ao uso de armas nucleares. Também foi anunciada uma contribuição de US$ 50 milhões para as Nações Unidas, como parte de um auxílio aos programas de uso civil nuclear em países em desenvolvimento.

Criado o Quilombo da Razao - Vinícius Pereira Portella

Lançamento (virtual):

Sob sugestão de meu amigo e correspondente virtual Vinícius Pereira Portella, fica criado (ainda virtualmente) o:

Quilombo da Razão

que poderia ser definido como um espaço de resistência intelectual contra todo tipo de falácia e de inconsistências lógicas, contra todos os tipos de irracionalismos.
Mas, segundo o Vinicius, ele não é apenas passivo, e sim "uma posição fortificada, uma base de operações para incursões contra os irracionalismos, seja lá a cor que tiverem" (apud Vinícius Pereira Portella).

Bem, fica registrada a ideia e lançado o empreendimento, a ser expandido e promovido, em defesa da lógica, da racionalidade, das boas práticas da honestidade intelectual e da moralidade acadêmica.
Os que me lêem, sabem do que estou falando...

Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 4. de maio de 2010)

Addendum:
Sei que o quilombo da razão leva um combate de retaguarda, de resistência, e tenho plena consciência de que seu espaço de atuação é extremamente restrito, limitadíssimo, restrito aos poucos foros que ainda cultivam a inteligência e o "raisonnement" bem construido.
Infelizmente, o Brasil recua no caminho da inteligência, e só posso constatar que o "mal" já está feito.
O mal para mim é o culto da irracionalidade, a prevalencia dos ilogismos, o culto das falácias, o gabar-se da incultura, o predominio da desonestidade intelectual e a preservação dos equívocos.
Infelizmente o Brasil afunda na mediocridade intelectual e na irracionalidade da governança.
Nada mais necessário, portanto, do que o quilombo da razão, um espaço virtual que cultiva a inteligência e preza os raciocínios lógicos.

Uma aula de deseconomia: portal Vermelho sobre as crises grega e brasileira

De vez em quando o Google Reader, um "assembler" de matérias que interessa conhecer e que aparece de graça em nossa caixa postal -- quem disse que no capitalismo não tem almoço grátis?; pois o Google e seus vários serviços associados, inclusive o GMail e coisas como o Reader representam uma "desconfirmação" da tese -- nos prega uma peça e apresenta coisas como essa.
Obviamente, ao ter lido Vermelho eu já devia ter desconfiado que, vindo dos derradeiros maoistas na face da Terra -- só no Nepal e no Brasil ainda existem maoistas; na China só encontrei aqueles que fazem comércio de iconografia maoista: buttons, fotos, até o livrinho vermelho, que devia já ter comprado... -- só podia ser bobagem da grossa, mas ainda assim fui conferir, para me divertir um bocado.
E, de fato, os maoistas do Brasil conseguiram me provar que é difícil superá-los em matéria de bobagens por centímetro quadrado, de besteirol por bits and bytes...

Aonde mais se poderia encontrar uma aula perfeita de deseconomia como a que vai abaixo?
Acho que só na terra do Chávez, que não é maoista, mas se aproxima do besteirol econômico...
Divirtam-se pois eu nem vou comentar...
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 4 de maio de 2010)

A Grécia e o FMI, um roteiro de terror contra o povo
Portal Vermelho, 3 de Maio de 2010 - 15h55

O Brasil viveu, no passado recente, pilhagem semelhante à que ameaça o povo grego como condição para o megaempréstimo internacional cujo objetivo é salvar os banqueiros que fizeram empréstimos especulativos para a Grécia e agora, à beira do precipício, tentam jogar o custo da crise sobre os ombros dos trabalhadores e do povo.

O pacote negociado pelo governo grego prevê um conjunto de más notícias aos trabalhadores para acertar o acesso a uma montanha de recursos que praticamente nem chegarão a sair dos cofres das entidades emprestadoras pois serão empregados para liquidar parcelas da dívida externa grega (parte das quais vencem no próximo dia 19). E que o povo grego terá que pagar com um arrocho inaudito nos próximos três anos, permitindo ao governo "reequilibrar" as finanças do país.

O Brasil viveu situação semelhante na crise da divida nos anos 1980 e em 1998. Nesta última, sob Fernando Henrique Cardoso, o país quebrou e o governo tucano acertou um empréstimo de 40 bilhões de dólares com o FMI com objetivo semelhante: garantir o pagamento dos juros aos banqueiros internacionais. Da mesma forma, aquele dinheiro nem chegou a sair dos cofres dos bancos, mas ficou por lá como garantia de que o país pagaria suas contas. E o peso daquele empréstimo caiu duramente sobre os ombros dos trabalhadores e do povo: para satisfazer a voracidade dos banqueiros, FHC se comprometeu a gerar superávits primários que sabotaram a capacidade de investimento do Estado, a adotar metas draconianas de inflação (comprometendo o desenvolvimento nacional), a aumentar o tempo de trabalho para a aposentadoria e reduzir os valores das pensões, a arrochar os salários e reduzir o número de funcionários públicos. O resultado foi um enorme empobrecimento dos brasileiros e o agravamento da estagnação econômica.

Esse mesmo filme de terror está sendo exibido em Atenas e nas demais cidades gregas. O FMI, a União Européia e os banqueiros europeus (particularmente os alemães, principais credores da dívida externa grega) impõem um receituário semelhante: aumento dos impostos, redução do déficit orçamentário grego de 13,6% para 3% até 2014, flexibilização das leis trabalhistas facilitando as demissões de trabalhadores, aumento da idade média para aposentadoria de 53 para 67 anos, redução dos valores das pensões, que passarão a serem calculadas com base na média dos salários ao longo da carreira e não mais o último vencimento recebido pelo trabalhador. Além disso, o congelamento dos salários dos funcionários públicos, que vigora este ano, será estendido até 2014 e haverá cortes no 13º dos trabalhadores.

Desde o final do ano passado, quando a crise grega eclodiu, os trabalhadores resistem contra a ofensiva patronal e dos banqueiros e se recusam a pagar pela crise. Nos últimos dias, a resistência cresceu e as manifestações se espalham por todo o país, pontilhado de confrontos com a polícia. Os sindicatos e partidos da esquerda (o Partido Comunista Grego entre eles) marcaram uma grande greve para o próximo dia 5. A previsão de sucesso da manifestação está baseada no dado divulgado pelas agências de pesquisa: mais de 50% dos gregos apoiam as manifestações e os protestos e não aceitam o alto custo da cobrança por uma crise econômica que não criaram mas que decorre de negócios escusos entre o governo e os banqueiros internacionais.

Quando a crise mundial eclodiu, em 2008, muita gente viu nela a submersão das doutrinas neoliberais e das práticas lesivas aos povos e aos trabalhadores promovidas por governos conservadores e banqueiros gananciosos. Mas o neoliberalismo não estava vencido e, passado o momento crítico, voltou aos mesmos truques para garantir lucros fáceis e espoliativos, como revelam as notícias ligadas à grave situação de países como a Grécia e, também, ligadas a negócios obscuros e fraudulentos promovidos por corretoras financeiras como a Goldman Sachs, de Nova York. A batalha contra o neoliberalismo e o vampiresco rentismo financeiro internacional prossegue. Uma de suas etapas está sendo vivida pela resistência popular nas ruas das cidades gregas.


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Gostaram? No portal tem mais exemplos dessa linguagem de um outro mundo e de uma outra época.
Maoistas no século 21 são como alienígenas desembarcados na Idade Média, ou em algum programa tipo Casseta e Planeta, um filme de Monthy Pitton...
PRA

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Uma reforma agraria as avessas...

Plebiscito às avessas
*André Meloni Nassar
O Estado de S. Paulo - Quarta-feira, 21 de Abril de 2010

Conforme citado no Estado, um bispo da Comissão Pastoral da Terra (CPT) declarou, em recente evento organizado pela entidade, que a CPT tem a intenção de dar apoio a um plebiscito, a ser realizado ainda este ano, para avaliar o que a população brasileira acha de se impor um limite ao tamanho das propriedades rurais no País.

Sem entrar no mérito legal de uma decisão dessa natureza, caso ela viesse a ser adotada como consequência do resultado desse plebiscito, vale a pena discutir as questões econômicas que a ideia de restringir o tamanho das propriedades rurais suscita. O gancho que ela traz é o seguinte: Até que ponto vale a pena analisar a eficiência e a competitividade dos sistemas produtivos agropecuários com base nos diferentes tamanhos de propriedade rural?

As pistas para entender essa questão estão no Censo agropecuário de 2006. Diferentemente dos norte-americanos e europeus, que procuram estratificar tamanhos de propriedade de acordo com diferentes níveis de renda, aqui no Brasil nos acostumamos com grupos de tamanho físico de propriedades (ou grupos de área total, como definido pelo IBGE). Embora possamos adaptar o dado do censo para estratificar as propriedades com um critério de renda, é o critério de tamanho que é apresentado explicitamente nos resultados.

O censo de 2006 é inequívoco ao mostrar que, do ponto de vista de receita e margem bruta por hectare, as propriedades de menor e de maior porte - ou seja, aquelas nos grupos de área total inferior e superior - apresentam melhor desempenho, ao passo que aquelas de porte médio mostram desempenho inferior. Assim, qualquer decisão que viesse a limitar o tamanho das propriedades rurais no Brasil seria uma derrapada econômica tão grande como se houvesse uma proposta de limitar propriedades de pequeno porte.

O censo agropecuário divide as propriedades (ou estabelecimentos, como é definida a unidade produtiva pelo IBGE) em 18 grupos de área total, começando com aquelas inferiores a 0,1 hectare (ha) e terminando naquelas superiores a 2.500 hectares. Dada a dificuldade de entender o que significa um estabelecimento com menos de 0,1 ha, optamos por agregar os grupos em 9 estratos: até 10 ha; 10 a 20 ha; 20 a 50 ha; 50 a 100 ha; 100 a 200 ha; 200 a 500 ha; 500 a 1.000 ha; 1.000 a 2.500 ha; e acima de 2.500 ha (o primeiro estrato é fruto da agregação de nove estratos e, os demais, originais do censo).

Para analisar o resultado de cada grupo, trabalhamos os dados de receita e despesa total por grupo e calculamos receita e despesa por ha, calculando primeiro receita e despesa médias por estabelecimento no grupo e, a partir do tamanho médio em cada grupo (2,68 ha, no grupo de até 10 ha, e 4.129 ha, no grupo de acima de 2.500 ha, por exemplo), em segundo lugar, encontrando o indicador por hectare.

No caso da receita fizemos dois cálculos: a receita média por hectare em cada grupo a partir da receita total e da receita de produtos vegetais. Isso foi feito porque, como se sabe, a receita por hectare da pecuária extensiva de corte é bem inferior à receita das lavouras e tende a reduzir substancialmente a receita por hectare no grupo de área maior quando a receita é analisada pelo total.

Os resultados que encontramos são descritos a seguir. A receita total e a margem por hectare (a margem foi calculada pelo quociente da diferença entre receita e despesa sobre a receita) são mais altas no grupo de menor tamanho (até 10 ha, R$ 3.800/ha de receita) e vêm caindo até o grupo de 100 a 200 ha (R$ 666/ha). Fica constante nas propriedades entre 200 a 2.500 ha, na menor faixa de receita (ao redor de R$ 550/ha), e volta a subir no grupo de área acima de 2.500 hectares (R$ 706/ha).

Fazendo o mesmo raciocínio, mas avaliando apenas a receita oriunda dos produtos vegetais, a magnitude dos números muda um pouco, mas a tendência segue a mesma, ou seja, a receita vem caindo das propriedades de menor porte para as propriedades de porte médio e volta a subir nas propriedades de maior porte, demonstrando que, do ponto de vista de receita por hectare, as propriedades de porte médio são aquelas menos eficientes. Neste caso, no entanto, são as propriedades entre 50 e 1.000 hectares que mostram os níveis mais baixos de receita.

As propriedades entre 50 e 2.500 hectares representam 16,4% do total de estabelecimentos rurais, 57% da área total dos estabelecimentos e 42% do valor da produção total do setor agrícola. Já as propriedades inferiores a 50 ha representam 78% do total de estabelecimentos, 13,4% da área total dos estabelecimentos e 40% do valor da produção. Do outro lado, os estabelecimentos acima de 2.500 hectares são 0,3% do total de estabelecimentos, 30% da área total e 17% do valor da produção.

Esses números mostram que as propriedades que apresentam a menor eficiência, pelo menos em termos de receita por hectare, são aquelas mais importantes em área e valor da produção.

Essa análise revela dois fatos. O primeiro é que existe uma agropecuária de pequena escala e de valor agregado que foi capturada pelo censo agropecuário na elevada renda das propriedades inferiores a 10 hectares. O segundo é que existe uma agropecuária que demanda mais terra e que apresenta economias de escala e, portanto, módulos maiores são necessários para garantir maior competitividade.

Essas agropecuárias não se misturam, porque operam com produtos distintos e atuam em mercados diferentes. No entanto, entre elas existe uma agropecuária que, quando atua no mesmo segmento desse de elevada escala, tende a ser menos competitiva. O censo nos diz que é o segmento de média propriedade que precisa de maior atenção, não somente porque é menos competitivo, mas porque é muito importante. Limitar o tamanho das propriedades, portanto, poderá até agravar o problema.

* Diretor geral do ICONE (Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais). E-mail: amnassar@iconebrasil.org.br

Atendendo a pedidos, voltam as falacias academicas...

Depois de redigir treze (o número é puro acaso) exemplos de falácias acadêmicas, tive de interromper a série para tratar de trabalhos encomendados e outros encargos mais urgentes. Depois veio fim do ano, balanço dos doze meses anteriores, previsões para o novo ano, viagens, e outras coisas mais, assim que a série ficou interrompida desde setembro passado de 2009.
Desde então tenho recebido pedidos para a retomada, inclusive um que dizia simplesmente: "Queremos mais falácias...!"
Bem, vou fazer um esforço e retomar a série. Na verdade, além de uma lista com mais de uma dúzia de possibilidades excitantes -- vocês sabem que a academia nunca vai me decepcionar, não é mesmo? -- tenho pelo menos quatro ou cinco no pipeline, ou seja, falácias começadas mas ainda não terminadas, por absoluta falta de tempo.
Mas prometo me empenhar nos próximos dias, esperando ter algo pronto para publicação no próximo mês (e depois mais um, e mais um...).
Por enquanto segue a lista das falácias publicadas...

Falácias acadêmicas: a série
(publicados)

Paulo Roberto de Almeida
Ver série completa neste link.

Lista dos ensaios já elaborados e publicados: (em ordem cronológica inversa)

14) (surprise!...)

13) 2047. “Falácias acadêmicas, 13: o mito do socialismo de mercado na China
Brasília, 17 setembro 2009, 12 p.; revisão: Paris, 4 outubro 2009. Continuidade do exercício serial, com abordagem sintética da experiência chinesa em matéria de transição renovada ao capitalismo.
Postado no site, link.
Espaço Acadêmico (ano 9, n. 101, outubro 2009; ISSN 1519-6186 (on-line); p. 41-50).
Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 31, outubro 2009). Relação de Publicados n. 926.

12) 2040. “Falácias acadêmicas, 12: o mito da exploração capitalista
Brasília, 26 agosto 2009, 11 p. Continuidade do exercício serial, contestando o caráter nocivo da exploração, tanto do homem pelo homem, quanto das sociedades pobres pelas ricas.
Espaço Acadêmico (ano 9, n. 100, setembro 2009, ISSN: 1519-6186; p. 142-150).
Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 30, setembro de 2009). Relação de Publicados n. 916.

11) 2029. “Falácias acadêmicas, 11: o mito da transição do capitalismo ao socialismo
Brasília, 26 julho 2009, 20 p. Continuidade do exercício serial, com partes do trabalho 158. “A Transição do Socialismo ao Capitalismo” (Genebra, 27.03.1988. Estudo sobre o processo de transição do socialismo ao capitalismo, com base nas experiências chinesa e soviética, usado na redação de “Retorno ao Futuro”).
Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 99, agosto 2009, p. 76-90; ISSN: 1519-6186).
Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 29, agosto 2009, p. 1-20). Relação de Publicados n. 916.

10) 2019. “Falácias acadêmicas, 10: mitos sobre o sistema monetário internacional
Brasília, 23 junho 2009, 9 p. Décimo artigo da série especial, sobre a fragilidade das recomendações pretensamente keynesianas a partir da crise econômica internacional.
Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 98, julho 2009, p. 15-21).
Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 28, julho 2009). Relação de Publicados n. 905.

9) 2009. “Falácias acadêmicas, 9: o mito do socialismo do século 21
Brasília, 24 maio 2009, 17 p. Nono artigo da série especial, desta vez sobre as loucuras econômicas de certos conselheiros do príncipe.
Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 97, junho 2009, p. 12-24).
Espaço da Sophia (ano 3, n. 27, junho 2009). Relação de Publicados n. 902.

8) 2002. “Falácias acadêmicas, 8: os mitos da utopia marxista
Brasília, 3 maio 2009, 15 p. Continuidade da série proposta, enfocando os principais equívocos do pensamento marxista nos campos do materialismo histórico e da análise econômica.
Espaço Acadêmico (ano 9, n. 96, maio 2009; arquivo em pdf). Relação de Publicados n. 899.

7) 1990. “Falácias acadêmicas, 7: os mitos em torno do movimento militar de 1964
Brasília-Rio de Janeiro, 20 março 2009, 23 p. Continuidade do exercício, tocando no maniqueísmo construído em torno do golpe ou da revolução de 1964, condenando a historiografia simplista que converteu-se em referencia nos manuais didáticos e paradidáticos.
Espaço Acadêmico (ano 9, n. 95, abril 2009; arquivo em pdf).
Espaço da Sophia (ano 3, n. 26, maio 2009). Relação de Publicados n. 898.

6) 1986. “Falácias acadêmicas, 6: o mito da Revolução Cubana
Brasília, 1 de março de 2009, 17 p. Continuidade do exercício, tocando nos problemas do socialismo em Cuba.
Espaço Acadêmico (ano 8, n. 94, março 2009). Relação de Publicados n. 894.

5) 1976. “Falácias acadêmicas, 5: O mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres
Brasília, 20 janeiro 2009, 11 p. Continuação da série, tratando desta vez das teses do economista Ha-Joon Chang.
Espaço Acadêmico (ano 8, n. 93, fevereiro 2009). Relação de Publicados n. 889.

4) 1952. “Falácias acadêmicas, 4: o mito do Estado corretor dos desequilíbrios de Mercado
Brasília, 15 novembro 2008, 12 p. Da série programada, com críticas a economistas keynesianos.
Espaço Acadêmico (n. 91, dezembro 2008); arquivo em pdf). Relação de Publicados n. 873.

3) 1931. “Falácias acadêmicas, 3: o mito do marco teórico
Buenos Aires-Brasília, 30 setembro 2008, 6 p. Da série programada, com algumas criticas a filósofos famosos.
Espaço Acadêmico (n. 89. outubro 2008); arquivo em pdf). Relação de Publicados n. 859.

2) 1922. “Falácias acadêmicas, 2: o mito do Consenso de Washington
Brasília, 3 setembro 2008, 16 p. Considerações em torno dos equívocos conceituais, históricos e empíricos de setores acadêmicos com respeito ao CW.
Espaço Acadêmico (n. 88, setembro 2008). Relação de Publicados n. 857.

1) 1912. “Falácias acadêmicas, 1: o mito do neoliberalismo
Brasília, 26 julho 2008, 9 p. Considerações em torno de equívocos conceituais, históricos e empíricos de acadêmico selecionado para avaliação crítica.
Espaço Acadêmico (n. 87, agosto 2008). Relação de Publicados n. 853.

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Sugestões são sempre bem-vindas...

Bolivia: como se descontroi um pais (deixando-o no escuro e sem energia...)

Aviso preventivo aos comentaristas anônimos (ver post anterior):
só vou postar comentários que se refiram ao objeto mesmo da matéria aqui postada.
Acredito que a maioria de meus leitores, inteligentes como são, não gostariam mais de ler comentários idiotas que visam apenas ofender gregos e goianos, ignorando the crux of the matter...
Se ouso fazer um comentário preliminar, seria este:
assim como já ocorreu na Argentina, e vem ocorrendo na Venezuela, os bolivianos devem enfrentar apagões em menos de um ano. Alguém quer apostar comigo?
Vale a coleção completa das obras de Lênin (no joke...).
Paulo Roberto de Almeida

Bolívia nacionaliza quatro empresas de energia elétrica
Marcia Carmo
BBC Brasil, 1 de maio, 2010

Sedes das empresas amanheceram cercadas por soldados

Buenos Aires - O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou, neste sábado, em Cochabamba, no centro do país, a estatização de quatro empresas do setor de energia elétrica.

Uma das companhias tinha maioria acionária da francesa GDF e outra era controlada pela britânica Rurelec. As outras duas eram bolivianas, mas com capitais americano, espanhol e suíço.

Após assinar os decretos, na presença de soldados do Exército e da polícia, Morales disse que o Estado passa assim a “controlar 80% da produção de energia elétrica” do país.

“Estamos recuperando a luz para todos os bolivianos e bolivianas. O Estado Plurinacional controla agora 80% da energia produzida em toda a Bolívia. Mais cedo ou mais tarde, serão 100%”, afirmou.

Evo Morales prometeu ainda a redução em 20% nos preços das tarifas para os consumidores.

'Incertezas'
Segundo o analista e ex-secretário de energia boliviano Carlos Alberto López, as empresas estatizadas foram “capitalizadas” pelo então governo do ex-presidente Gonzalo Sanchez de Lozada, em 1994.

Na ocasião, 49% do pacote acionário foi destinado aos fundos de pensão e aposentadorias.

No ano passado, ao fazer o primeiro anúncio sobre a nacionalização, Evo Morales tinha aberto a negociação com as empresas privadas, que controlam essas companhias com a maioria acionária.

Para López, tudo indica que não houve entendimento.

“Não está claro se o governo vai ficar com o percentual que falta para ter a maioria acionária dessas companhias ou se estatizará tudo”, disse o analista à BBC Brasil.

Segundo ele, os anúncios têm “gerado incertezas” entre investidores e ainda podem provocar queda nos investimentos.

“Depois da nacionalização do setor petroleiro (em 2006), por exemplo, importamos gasolina e diesel da Venezuela, e gás de cozinha da Argentina. Eram produtos que antes exportávamos”, afirmou.

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Comentário final (PRA):
Aliás, não preciso dizer nada, apenas repetir o que disse o último entrevistado:
Depois da nacionalização do setor petroleiro (em 2006), por exemplo, importamos gasolina e diesel da Venezuela, e gás de cozinha da Argentina. Eram produtos que antes exportávamos.”

Como se diz das demonstrações: CQD...

O Estado contraventor e a corrupcao no Brasil

Não quer dizer que o Estado seja diretamente um ladrão (embora muitos agentes do Estado se comportem como tal), mas a corrupção e o desvio de recursos no Brasil estão intimamente associados ao Estado.
Enquanto os brasileiros não se convencerem de que essa cultura de pedir, exigir, esperar tudo do Estado, vai conduzir o país a níveis cada vez maiores de corrupção e de desvio de recursos, estamos condenados a ver o Estado avançar cada vez mais sobre os recursos privados.
Não é preciso ser liberal -- sequer estatizante -- para perceber isso. Basta abrir os olhos e constatar o que acontece na realidade. É uma simples questão de senso comum.
Mais Estado, mais corrupção, mais desvio de recursos, mais tributação.
Os brasileiros ainda vão descobrir isso, mas acho que vai demorar...
Paulo Roberto de Almeida
(Shangha9, 4 de maio de 2010)

O Estado contraventor
JOSÉ L. CARVALHO*

A revista da semana Aliás, do periódico O Estado de São Paulo, publicou em seu último número (2 de maio) entrevista com Rogério Bastos Arantes, professor-doutor do Departamento de Ciências Políticas da USP. O professor Arantes é responsável por um estudo que analisa 600 operações da Polícia Federal ocorridas entre 2003 e 2008. Reproduzo, a seguir, a pergunta que reflete uma importante, quiçá a mais importante, constatação da pesquisa, assim como a resposta do professor.
Uma das conclusões da pesquisa que o Sr. realizou foi de que o crime organizado no Brasil é 'dependente-associado' do Estado em 4 de cada 10 casos. O que isso quer dizer?
Que, em grande parte dos casos, o crime organizado depende do Estado e de seus agentes para se realizar. Seja de modo ativo, pelo assalto a recursos públicos, seja passivo, pela corrupção das atividades de fiscalização e de policiamento. Quando decidi estudar as operações da PF, estava motivado pela idéia de conhecer a ação do Estado contra a corrupção e o crime organizado. O que acabei conhecendo melhor foi como o crime organizado e a corrupção são dependentes do Estado.

O maior número de operações da PF, por exemplo, ocorreu no combate à corrupção no INSS - que, no orçamento federal, detém a maior rubrica. Uma única operação desbaratou uma quadrilha que desfalcou a Previdência em R$ 1 bilhão. De modo que a PF a apelidou de "Ajuste Fiscal". O volume de recursos movimentados pelas organizações criminosas, estimado a partir de 125 dessas operações, foi da ordem de R$ 22 bilhões (o orçamento do Bolsa-Família previsto para 2010 é de R$ 13,7 bi). Isso quer dizer que boa parte da riqueza socialmente produzida no Brasil não é apropriada pelas vias legais - mas pelo crime, pela sonegação, pela facilitação de negócios ilícitos, etc. As pessoas costumam ver a corrupção apenas no Estado, mas ela está na sociedade também.
Essa constatação constitui-se em irrefutável justificativa para que a sociedade civil organizada promova uma campanha de esclarecimento ao cidadão sobre os custos das atividades governamentais. Esses custos não estão refletidos apenas na elevada carga tributária. Além dos custos destacados pela pesquisa do professor Arantes, há os custos decorrentes da cultura da proteção estatal, a qual vem sendo alimentada pelos mais variados governos em nosso País. Todos recorrem ao Estado em busca de benefícios e os governos, demagogicamente, têm atendido aos pleitos segundo suas conveniências políticas. Como resultado, cresce no Brasil o número de dependentes do governo. Torna-se necessário educar nossos filhos para a liberdade e desenvolver uma nova pedagogia para tratar o adulto dependente do governo.
O princípio da divisão do trabalho é bastante intuitivo, especialmente para os mais dependentes do governo, isto é, aqueles que têm uma boa parte do rendimento familiar originário de transferências do governo. Assim, talvez o processo de esclarecimento pudesse ser iniciado por uma proposição pública de que as atribuições do Estado no Brasil respeitem o princípio da divisão do trabalho em duas frentes: entre o Estado e o indivíduo e entre as três esferas de governo. Isso pode ser resumido pela proposição Og Leme:
Cabe ao Município fazer tudo aquilo que os cidadãos, individualmente ou em grupos, só poderiam fazer a custos mais elevados. Cabe ao Estado fazer tudo aquio que o Município só pode fazer a custos mais elevados. Cabe à União fazer tudo aquilo que o Estado só pode fazer a custos mais elevados.
É importante notar que na proposição o conceito de custo é econômico e quase sempre envolve custos não pecuniários tais como perda de liberdades.

* VICE-PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

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