domingo, 9 de maio de 2010

Pausa para...cuidar da saude (nao do jeito que voce pensa...)

Bem, creio que esse médico é um pouco, como direi?, politicamente incorreto, mas acho que eu o adotaria como médico pessoal...

Achei o MEU MÉDICO !!!

Dr. Paulo Ubiratan, de Porto Alegre, RS, em entrevista a uma TV local, foi questionado sobre vários conselhos que sempre nos são dados...

Pergunta: Exercícios cardiovasculares prolongam a vida, é verdade?
Resposta: O seu coração foi feito para bater por uma quantidade de vezes e só... não desperdice essas batidas em exercícios. Tudo gasta-se eventualmente. Acelerar seu coração não vai fazer você viver mais: isso é como dizer que você pode prolongar a vida do seu carro dirigindo mais depressa. Quer viver mais? Tire uma soneca !!!
P: Devo cortar a carne vermelha e comer mais frutas e vegetais?
R: Você precisa entender a logística da eficiência... .O que a vaca come? Feno e milho. O que é isso? Vegetal. Então um bife nada mais é do que um mecanismo eficiente de colocar vegetais no seu sistema. Precisa de grãos? Coma frango.

P: Devo reduzir o consumo de álcool?
R: De jeito nenhum. Vinho é feito de fruta. Brandy é um vinho destilado, o que significa que, eles tiram a água da fruta de modo que vc tire maior proveito dela. Cerveja também é feita de grãos. Pode entornar!

P: Quais são as vantagens de um programa regular de exercícios?
R: Minha filosofia é: Se não tem dor...tá bom!

P: Frituras são prejudiciais?
R: VOCÊ NÃO ESTÁ ME ESCUTANDO!!! ... Hoje em dia a comida é frita em óleo vegetal. Na verdade ficam impregnadas de óleo vegetal. Como pode mais vegetal ser prejudicial para você?

P: Flexões ajudam a reduzir a gordura?
R: Absolutamente não! Exercitar um músculo faz apenas com que ele aumente de tamanho

P: Chocolate faz mal?
R: Tá maluco? !!!! Cacau!!!! Outro vegetal!! É uma comida boa pra se ficar feliz !!!

E lembre-se: A vida não deve ser uma viagem para o túmulo, com a intenção de chegar lá são e salvo, com um corpo atraente e bem preservado. Melhor enfiar o pé na jaca - Cerveja em uma mão - tira gosto na outra - muito sexo e um corpo completamente gasto, totalmente usado, gritando: VALEU !!! QUE VIAGEM!!!

P S.: SE CAMINHAR FOSSE SAUDÁVEL O CARTEIRO SERIA IMORTAL...! BALEIA NADA O DIA INTEIRO, SÓ COME PEIXE, SÓ BEBE ÁGUA E É GORDA....!

LEMBRANDO: COELHO CORRE, PULA E VIVE 15 ANOS, TARTARUGA NÃO CORRE NÃO FAZ NADA E VIVE 450 ANOS...

Conferencia de revisao do TNP - Editorial do NYT

Fixing the Treaty
Editorial New York Times, May 9, 2010

The world has a chance this month to send a powerful message about its determination to curb the spread of nuclear weapons. To do that, 189 nations, whose diplomats have gathered in New York, must strengthen the Nuclear Nonproliferation Treaty.

At a frightening time — when Iran and North Korea are defying the Security Council and pressing ahead with their nuclear programs, and terrorists are actively trying to buy or steal their own weapon — there has to be a law to make clear that proliferation will not be tolerated. The treaty is that law. But it is badly fraying.

Iran, which is a “non-weapons” state, managed for years to hide its nuclear activities. North Korea secretly diverted fuel and built weapons, then suddenly withdrew from the treaty and tested a weapon.

Ideally, the treaty would be strengthened with legally binding amendments. But that requires a consensus, and even then could take years of votes. A strong political document from the conference could make the world safer. That should include:

¶An insistence that all treaty members accept tougher nuclear monitoring, giving the International Atomic Energy Agency greatly expanded access to suspected nuclear sites and related data.

¶An agreement to penalize any state that violates its treaty commitments and then withdraws from the pact, as North Korea did.

¶A requirement that states that do not already make their own nuclear fuel stay out of the fuel business — it is too easy to divert to make a nuclear weapon. States with fuel programs must commit to guarantee supplies for peaceful energy programs.

¶A strong call for the United States and Russia to quickly begin negotiations on deeper weapons reductions, and a commitment to quickly draw other nuclear powers into arms reduction talks.

¶A firm agreement that there will be no more India-like exemptions from nuclear trade rules, and that any state that tests a weapon would be denied nuclear trade.

Four decades ago, a bargain was struck. Countries without nuclear weapons signed the treaty and forswore them in return for access to peaceful nuclear energy. The five weapons states — the United States, Britain, France, Russia, China — promised to eventually disarm and provide nuclear energy technology to non-weapons states.

The bargain was always tenuous, and countries that gave up nuclear arms have some right to feel aggrieved. For too long the United States and Russia did little to shrink their huge arsenals. China’s arsenal is still expanding. Washington’s agreement to sell nuclear energy technology to India (which like Pakistan boycotted the nonproliferation treaty so it could develop weapons) enshrined unequal treatment.

President Obama has shown that he is willing to lead by example. He has downgraded the importance of nuclear arms, pledged to build no new weapons, and signed a new arms reduction treaty with Moscow. All five weapons states issued a useful joint statement pledging not to test a weapon and promising to cooperate with countries seeking peaceful nuclear energy programs.

A successful conference — with robust commitments — would give real momentum as the Security Council tries to negotiate a fourth round of sanctions for Iran. That is why Iran is working so hard to dilute or block a strong consensus document.

Egypt, which leads the Nonaligned Movement, is also playing games by pressing for a nuclear-weapons-free zone in the Middle East that seeks to force Israel to give up its nuclear arsenal. That is not going to happen any time soon. All states need to ante up and reverse the treaty’s slide. The world’s security depends on it.

A doenca infantil do planejamento no Brasil - Antony Mueller

O espírito que assombra o Brasil
Antony Mueller (2002)

N. do T.: o texto a seguir é de 2002 e foi escrito antes do primeiro turno das eleições presidenciais - ou seja, é anterior à Era Lula. Fica a cargo do leitor ver se as caractrísticas por ele descritas mudaram de lá pra cá, ou se elas apenas se aprofundaram.

"Ordem e Progresso" tem sido o lema da bandeira brasileira desde que o país se tornou uma república em 1889. As palavras foram tiradas diretamente dos escritos de Auguste Comte. As ideias de Comte foram adotadas no século XIX pelas elites militares e políticas de grande parte da América Latina, e do Brasil em particular.[1] Desde então, o espírito de Auguste Comte tem assombrado o subcontinente, e as consequências práticas dessa ideologia têm sido desastrosas.

O positivismo de Comte é melhor descrito como sendo uma ideologia de engenharia social. Auguste Comte (1798-1857) acreditava que após o estágio teológico e o estágio metafísico, a humanidade iria entrar no estágio principal, o "positivismo", que para ele significava que a sociedade como um todo deveria ser organizada de acordo com conhecimentos científicos.

Comte acreditava que todas as ciências deveriam ser modeladas de acordo com os ideais da física, e que uma nova ciência chamada física social iria surgir no topo da hierarquia intelectual. Essa disciplina iria descobrir as leis sociais que então poderiam ser utilizadas por uma elite para reformar a sociedade como um todo. Da mesma maneira que a medicina extermina doenças, a física social teria que ser aplicada com o intuito de acabar com os malefícios sociais.

O ideal de Comte era uma nova "religião da humanidade". Na sua concepção, as pessoas precisam ser iludidas a crer como autênticas todas as ações que serão instigadas pelos soberanos e seus ajudantes, sendo que estes por sua vez servem aos mais altos ideais da humanidade. Revisando as ideias de Auguste Comte, John Stuart Mill escreveu que essa filosofia política intenciona estabelecer ". . . um despotismo da sociedade sobre o indivíduo que sobrepuja tudo o que já foi contemplado no ideário político dos mais rígidos disciplinadores dentre os antigos filósofos"[2]. Já Ludwig von Mises observou que "Comte pode ser desculpado, já que era louco no completo sentido com que a patologia emprega este vocábulo. Mas como desculpar os seus seguidores?"[3]

O misticismo racionalista que acometeu Comte quando este já estava mentalmente doente no final de sua vida pedia a criação de uma "igreja positivista", na qual -- imitando os rituais da Igreja Católica -- o "culto à humanidade" poderia ser praticado. Ao fim do século XIX, "sociedades positivistas" começaram a se espalhar pelo Brasil, e uma igreja real foi construída no Rio de Janeiro como o lugar onde a adoração dos ideais da humanidade pudesse ser praticada como uma religião.[4]

Até os dias atuais, o sistema brasileiro de ensino superior ainda carrega marcas do positivismo de Comte, e ainda mais forte é a influência da filosofia política positivista entre as altas patentes militares e entre os tecnocratas. O positivismo diz que a linguagem científica é a marca registrada da modernidade, e que para efetuar o progresso é preciso haver uma classe especial -- militar ou tecnocrática -- de pessoas que conheçam as leis da sociedade, e que sejam capazes de estabelecer a ordem e promover esse progresso.

A ideologia predominante de grande parte da elite regente contrasta agudamente com as tradições seguidas pelas pessoas comuns. Como na maioria da América Latina, a cultura popular brasileira é marcada profundamente pela tradição católico-escolástica, com seu ceticismo em relação à modernidade e ao progresso e com sua orientação mais espiritual e religiosa, que rejeita o conceito linear do tempo -- o tempo sendo um movimento progressivo -- em favor de uma visão circular e eterna da vida.[5]

Onde as ideias de Comte mostraram seu maior impacto foi na política econômica. Dado que os militares tiveram um papel central na vida política brasileira e dado que o positivismo havia se tornado o principal paradigma filosófico das escolas militares, a política econômica do Brasil foi marcada por um frenesi intervencionista que afetou e ainda afeta todos os aspectos da vida dos cidadãos.

A ideia do planejamento central para se atingir a modernidade transformou o Brasil em um ambiente fértil para o intervencionismo econômico, sendo que cada novo governo sempre promete o grande salto para frente. Ao invés de remover os obstáculos que impedem o desenvolvimento da iniciativa privada e garantir direitos de propriedade confiáveis, todos os governos presumem ser sua função desenvolver o país através da concessão de privilégios para um pequeno grupo de empresas já existentes.

Desde que se tornou uma república, não houve um só governo brasileiro que não tenha criado um novo plano extenso e abrangente, ou um emaranhado de pacotes, com o propósito de levar ao desenvolvimento. Seguindo a agenda positivista, criar planos de natureza aparentemente científica e utilizar a força do estado para aplicá-los se tornou a marca registrada da política econômica brasileira. Frequentemente, todos esses planos são primeiramente elaborados em um dos poucos centros universitários do país para, então, passarem a formar a agenda de cada novo governo, que geralmente convoca um time de jovens tecnocratas para implementá-los.

Particularmente pomposos quando os governos militares estavam no comando -- como ocorreu nos anos 1930 e 1940, e de 1964 até 1984 --, a invenção e implementação de grandes planos continua até os dias atuais. Independentemente de qual coalizão partidária está no comando, o espírito do positivismo tem sido compartilhado por todos os governos, desde o primeiro até o atual, que aparentemente está praticando uma política econômica que se convencionou chamar de "neoliberal".

Mesmo se contarmos apenas os planos mais importantes, a frequência com que eles se sucederam pelo período de quase um século é espantosa: após seguir o modelo de industrialização por substituição de importações sob o semi-fascista Estado Novo, dos anos 1930 aos anos 1940, o Brasil teve o Plano de Metas na década de 50 e depois o Plano Trienal de desenvolvimento econômico e social. Na década de 70 vieram as séries de Planos de Desenvolvimento Nacional. A década de 80 trouxe o Plano Cruzado, o Plano Bresser e o Plano Verão. A década de 90 começou com o Plano Collor I, que foi seguido pelo Plano Collor II, que foi seguido pelo Plano de Ação Imediata que, por fim, culminou no Plano Real em 1994.

A se julgar pelos seus objetivos declarados, todos esses planos falharam. Durante as últimas seis décadas, o Brasil teve oito diferentes moedas, cada uma com um novo nome, e uma taxa de inflação que sugere que a moeda atual equivaleria a um trilhão de Cruzeiros, a moeda de 1942.[6] Sob uma falsa aparência de modernidade, a mesma rede clientelista formada pelos "donos do Poder"[7] continua a mandar no país. Com o passar do tempo, essa classe atingiu um nível tão grande de privilégios que, comparados ao restante da população, são similares àqueles desfrutados pela nomenklatura na União Soviética. Com isso, esse restante da população teve que se virar e recorrer a algumas maneiras peculiares -- chamados de jeitinho, uma espécie de chutzpah[8] -- para poder sobreviver à sua maneira.

Dentro do sistema positivista, linguagem científica e intervencionismo andam de mãos dadas. A suposta racionalidade do intervencionismo se apóia na premissa de que é possível se saber antecipadamente o resultado específico de uma medida de política econômica. Por conseguinte, quando as coisas saem diferente do esperado - e elas sempre saem - mais intervenção e mais controle são outorgados. O resultado é que os governos são esmagados pelas suas próprias pretensões e humilhados por seus retumbantes fracassos.

O Brasil, que é tão abençoado pela natureza e que tem uma população de grande espírito empreendedor -- o que faz com que o país tenha uma das mais altas taxas de auto-emprego no mundo --, tem permanecido atrasado por causa de uma ideologia corrompida. Até os dias atuais, todos os governos brasileiros se empenharam ao máximo em absorver todos os recursos do país com o intuito de perseguir suas fantasias de modernidade e progresso (é claro que, nesse caso, "modernidade" e "progresso" são conceitos definidos pelo governo, e não pela população). Devido a isso, toda a criatividade espontânea que é inerente ao livre mercado acaba sendo bloqueada.

O Brasil teria seu lugar de destaque garantido se o espírito que tem assombrado esse país fosse proscrito em favor de uma ordem, no verdadeiro sentido da palavra: isto é, um sistema de regras confiáveis baseado nos princípios do direito de propriedade, da responsabilidade individual e do livre mercado.

[1] Leopoldo Zea, Pensamiento positivista latinoamericano, Caracas, Venezuela, 1980 (Biblioteca Ayacucho).

[2] John Stuart Mill, On Liberty, Londres 1869, p. 14 (Longman, Roberts & Green).

[3] Ludwig von Mises, Ação Humana, Alabama 1998, pp. 72 (The Ludwig von Mises Institute, Scholar's Edition).

[4] Ivan Lins, História do positivismo no Brasil, São Paulo 1964, pp. 399 (Companhia Editora Nacional)

[5] A expressão clássica desse tipo de pensamento na América Latina é de José Enrique Rodó: Ariel, Montevidéu 1910 (Libreria Cervantes). Na literatura, esse tipo de pensamento é proeminente até os dias de hoje nos escritos do mais popular escritor brasileiro: Paulo Coelho.

[6] Ruediger Zoller, Prädidenten - Diktatoren - Erlöser, Tabela V, p. 307, em: Eine kleine Geschichte Brasiliens, Frankfurt 2000 (edição suhrkamp).

[7] A descrição clássica é de Raymundo Faoro, em Os Donos do Poder, 2 vols. (Editora Globo: Grandes Nomes do Pensamento Brasileiro) São Paulo 2000

[8] Descaramento, em iídiche. [N. do T.]

Antony Mueller, nascido na Alemanha, é economista e atualmente mora em Aracaju, onde leciona na Universidade Federal de Sergipe. É acadêmico adjunto do Mises Institute e diretor acadêmico do Instituto Ludwig von Mises Brasil. É o fundador do Continental Economics Institute

Tradução de Leandro Augusto Gomes Roque

Descaminhos do pre-sal -- Rogerio Werneck

Nunca é tarde para se transcrever um artigo de qualidade:

Descaminhos do pré-sal
Rogério Werneck (PUC-RJ)
O Estado de S.Paulo, 26.03.2010

Os projetos do pré-sal têm agora de passar pelo Senado, onde a discussão não promete ser fácil. Na Câmara, houve um incidente grave, perfeitamente previsível, mas que não havia sido contemplado pelos grandes estrategistas da Comissão Lobão-Rousseff, que concebeu os projetos do pré-sal. Qualquer pessoa minimamente familiarizada com as tensões do federalismo fiscal brasileiro sabia que a idéia de reabrir a caixa de Pandora da distribuição de royalties, em pleno ano eleitoral, era desavisada.

Açulado o vespeiro federativo, o governo perdeu o controle da situação e deixou a Câmara aprovar uma regra de distribuição de royalties que deflagrou clima de revolta nos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. O incidente deixou em pé de guerra não só os governadores Sérgio Cabral e Paulo Hartung, como os seis senadores dos dois Estados, todos da base governista. O que sugere que a tramitação dos projetos do pré-sal no Senado será ainda mais difícil do que o governo temia. Mas isso talvez permita que a questão do pré-sal seja afinal discutida com a seriedade que merece. E que os equívocos dos projetos do governo sejam explicitados e, quem sabe, até corrigidos em alguma medida.

A concepção de como regular e estruturar a exploração do pré-sal e repartir os ganhos envolvia um desafio de ação coletiva que deveria ter sido enfrentado num plano suprapartidário, como questão de Estado. O governo, contudo, preferiu partidarizar a questão e brandi-la como trunfo eleitoral, certo de que sua base de sustentação no Congresso lhe permitia prescindir da oposição.

O que o governo quer extrair do Senado é a aprovação de um arranjo indefensável, que concede a uma empresa com mais de 60% do capital detido por acionistas privados – a Petrobrás – o monopólio de operação nos campos do pré-sal e uma participação de pelo menos 30% em cada consórcio que vier a explorar tais campos. Alega-se que, sem tais privilégios, a Petrobrás não poderá atingir a escala necessária para cumprir a “missão” que lhe teria sido atribuída: a de desenvolver a indústria de equipamentos para o setor petrolífero no País.

O que se contempla é a formação de um grande cartório para distribuição de benesses a produtores de equipamentos, em que a Petrobrás deteria “o cofre das graças e o poder da desgraça”. Uma espécie de coronelismo industrial. Caso essa idéia prospere, pode-se imaginar o tamanho da conta. Basta ter em mente, por exemplo, que a Petrobrás está licitando nada menos que 28 sondas marítimas de perfuração de alta tecnologia e exigingo que todas elas sejam produzidas no País. Salta aos olhos que tal exigência deverá implicar enorme e injustificável encarecimento do programa de investimento no pré-sal. Parte substancial do excedente da exploração, a que o governo poderia dar destino mais nobre, será alegremente dilapidada na satisfação de fantasias acalentadas na Avenida Chile sobre as virtudes nirvânicas da autosuficiência do País na produção de equipamentos.

O pior é que um equívoco leva a outro. Desnecessariamente sobrecarregada com o monopólio da operação, a obrigação de deter 30% de cada consórcio e a “missão” de desenvolver a indústria de equipamentos, a Petrobrás teria de ser capitalizada pelo Tesouro. O aporte do Tesouro, da ordem de US$ 40 bilhões, seria feito por meio da entrega à Petrobrás, sem licitação, de reservas de 5 bilhões de barris no pré-sal pertencentes à União. Argúi-se que, feito dessa forma, o aporte não traria grande ônus ao Tesouro.

O argumento não faz sentido. Se de fato os 5 bilhões de barris valem o que se alega, o governo poderia licitá-los e obter US$ 40 bilhões. Teria então de decidir se o melhor uso que o Tesouro poderia dar aos US$ 40 bilhões seria destiná-los à capitalização da Petrobrás, para que a empresa possa arcar com os investimentos com que o próprio governo a quer desnecessariamente sobrecarregar. Não falta quem olhe em volta e consiga enxergar usos bem mais nobres para US$ 40 bilhões de dinheiro público. É disso que se trata.

Multiculturalismo: uma enfermidade infantil da academia...

A rigor, nem deveria tratar desse tipo de assunto aqui, uma vez que considero tão ridículas e tão equivocadas as posições supostamente politicamente corretas do multiculturalismo, que passaria por cima sem sequer prestar atenção nesse tipo de "não-questão".
De vez em quando me lembro, porém, que eventuais passantes e outros visitantes acidentais podem ter curiosidade pelo assunto.
Como não escrevi nada sobre o assunto, por considerá-lo irrelevante (e uma enfermidade passageira), permito-me, assim, transcrever parte de um artigo de um filósofo americano sobre o tema, texto "pescado" na lista "Contra a racialização do Brasil", ou seja contra as medidas e políticas de uma tribo de racistas ao contrário que pretendem introduzir o Apartheid no Brasil.

O multiculturalismo
por Richard Rorty
Contra a racialização do Brasil
Posted: 08 May 2010 08:30 AM PDT

Confiram o que o filósofo norte-americano fala sobre o assunto:

"O movimento conhecido nos EUA como multiculturalismo começou a azedar tão logo foi inventado. Consistiu, a princípio, em mais uma tentativa de fazer com que homens brancos de classe média tratassem melhor pessoas que eles gostavam de acotovelar/atropelar - negros, latinos, mulheres, pobres, imigrantes, recém-chegados e homossexuais, femininos e masculinos. Esperava com isso estimular tais grupos a orgulharem-se de si mesmos, ao invés de aceitarem as descrições depreciativas criadas pelos homens brancos.

Hoje, entretanto, transformou-se em uma tentativa de obtenção de empregos e subvenções para pessoas intrometidas que balbuciam/vomitam psicologismos. Bernstein está correto ao descrever o movimento como 'um universo de boas e ambiciosas intenções que se desviou do caminho do respeito às diferenças para mergulhar num abismo nebuloso de afirmações dogmáticas, otimismo exagerado e declarações pseudo-científicas sobre raça e sexo"".


Vejam o texto completo em RORTY, Richard. Uma 'mãozinha' para Oliver North. In: Novos Estudos, CEBRAP, nº 42, julho 1995, p. 45-50.

Propriedade intelectual: a cenoura e o porrete...

Editorial da Folha de S.Paulo critica a iniciativa de países avançados no sentido de reforçar a proteção da propriedade intelectual, o que é considerado um gesto arrogante e unilateral.
Deve-se considerar que grande parte do PIB desses países atualmente é formado justamente no terreno dos intangíveis, não na produção manufatureira, e que os mercados de TI, de luxo, de medicamentos, de inovação enfim, vem sendo implacavelmente pirateados, por vezes de forma até oficial, se ouso dizer.
Deve-se também considerar que muitos países em desenvolvimento que pretendem ter acesso a esses produtos sem pagar os seus custos associados estão bloqueando o tratamento do problema nessas organizações multilaterais.
O editorial da FSP quer sugerir que os produtores de tecnologias inovadoras devem apenas assistir passivamente ao roubo de sua produção legítima?
Quando a cenoura dos incentivos não funciona, aparece logo o porrete da disciplina. Talvez no meio do caminho uma solução seja encontrada, e os direitos de PI passem a ser mais respeitados em todos os países. Se depender de alguns, não o será...
Paulo Roberto de Almeida

Acordo pirata
Da Redação
Folha de S. Paulo, 8 de maio de 2010

É de evidente interesse público a defesa da propriedade intelectual, tanto quanto o combate à pirataria.
Sem os mecanismos legais que garantem às empresas a exploração comercial exclusiva de seus produtos, o processo de crescimento econômico de longo prazo seria solapado. Cessariam os incentivos para investimentos privados em pesquisa, responsáveis por grande parte dos confortos que facilitam a vida nas sociedades modernas.
De remédios mais eficientes a computadores com maior capacidade de processamento de dados, o comércio de bens e serviços de ponta ocorre em escala global. Daí que também se articulem em âmbito internacional os interesses dos produtores. Para isso existem instâncias como a OMC e a Organização Mundial da Propriedade Intelectual.
Que no entanto não parecem suficientes ou satisfatórias para um grupo seleto de governos. EUA, União Europeia e outros nove países negociam um acordo antipirataria que exclui o restante do mundo e passa ao largo das instituições multilaterais.
O objetivo do grupo é criar mecanismos mais rígidos de garantia da propriedade intelectual. No esboço do documento, que deve ser concluído até o final do ano, estão previstas medidas drásticas, como o banimento de infratores da internet e a apreensão unilateral de produtos, como remédios genéricos.
É surpreendente a inabilidade diplomática, para não dizer a arrogância, de tal iniciativa. O acordo, ademais, pode ter efeitos contrários aos pretendidos por seus patrocinadores. Ao dividir o mundo entre repressores e países piratas e esvaziar órgãos multilaterais, será mais difícil articular a cooperação internacional necessária para se combater, com eficácia, a pirataria global.
Seria mais proveitoso reforçar as instituições hoje existentes e, em seu âmbito, negociar sanções mais rigorosas contra infratores.

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Materia de jornal:

Acordo de pirataria, liderado por EUA, preocupa governo
Eliane Oliveira e Cássia Almeida
O Globo, 7 de maio de 2010

Para especialistas, discussão fora OMC não vai prosperar

O governo brasileiro vê com preocupação as negociações capitaneadas por Estados Unidos, Japão e União Europeia sobre acordo comercial antipirataria (Acta, sigla em inglês). Segundo o diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, Carlos Márcio Cozendey, as regras seriam criadas à margem da Organização Mundial do Comércio (OMC). Especialistas, contudo, acreditam que o acordo não vai prosperar.

— Estamos acompanhando e nos parece que ainda é cedo para uma avaliação. Desde já achamos preocupante um grupo de países criar regras que interessam a todos e, ao mesmo tempo, vão além do que está na OMC — disse Cozendey ao GLOBO.

Numa análise preliminar, o governo teme problemas na distribuição de medicamentos genéricos e a ampliação de fóruns de arbitragem envolvendo propriedade intelectual, já que existe a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi).

O acordo não é visto com bons olhos pela diplomacia brasileira.

Estanislau do Amaral, encarregado da propriedade intelectual na missão brasileira em Genebra, disse que o Brasil não participa dele “nem quer”, por entender que os temas têm de estar em OMC e Ompi: — É um acordo plurilateral o que gera desequilíbrios.

Para Lampreia, China é o alvo do acordo

Para o ex-ministro Rubens Ricupero, a reação dos países em desenvolvimento, ONGs e o próprio Parlamento Europeu vão abortar o acordo. Para Luiz Felipe Lampreia, ex-ministro das Relações Exteriores, o acordo tem alvo certo: a China.

— Os países são muito prejudicados com falsificação.

Em Washington, o Brasil acompanha as negociações.

— Canadá, Japão e outros países interpretam certas iniciativas como tentativa dos EUA de impor padrões da política de defesa intelectual. Isso não será concluído agora, é coisa para anos — avaliou uma fonte do governo.

COLABOROU: Fernando Eichenberg, correspondente

sábado, 8 de maio de 2010

Novo embaixador da Venezuela no Brasil

Recebido, pela internet, de um fonte confiável na Venezuela, que não foi quem redigiu o texto, obviamente.
Não tenho por que acreditar em tudo o que está escrito abaixo, pois pode ser apenas uma demonstração da luta política que está em curso naquele país atualmente.
Mas tampouco tenho porque descartar o material simplesmente, pois algumas informações podem corresponder à verdade, e podem ser facilmente (ou não) confirmadas por algum jornalista investigativo, que terá interesse em ratificar, ou não, o que está dito abaixo, consultando novas fontes na França, na Venezuela, no próprio Brasil.
Enfim, meu interesse no caso, é puramente intelectual, observador que sou das realidades políticas no Brasil e em toda parte, seguindo alguns velhos conselhos de Maquiavel quanto à condução da análise política com base em fatos, não em concepções...
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 9 de maio de 2010)

Biografía de un meteorito francés

Maximilian Sánchez es el nuevo embajador de Venezuela en Brasil. Maximilian Sánchez nació y pasó toda su vida en Francia. Nunca vivió en Venezuela. En el 2001 el agitado joven francés ofrece sus servicios a la delegación diplomática bolivariana en Paris. Su identificación con Hugo Chávez raya en el paroxismo. No obstante el galo no desea otra cosa que vivir el proceso revolucionario desde su interior. Quiere tostar su blanquísima piel francesa con el sol caraqueño. Por sus servicios militantes la embajada de Venezuela en Paris le entrega un pasaporte bien criollo. El documento lo obtiene como quien compra un cocosette. Con el preciado pasaporte en mano vuela a lo que será su segunda patria. Miraflores lo integra en su célula internacional. Ese mismo año su crisis de identidad se atenúa. Inmediatamente el gobierno le entrega una cédula de identidad y accede a la condición de ilustre ciudadano venezolano. Sólo le queda a este « musiuito » un ejercicio lingüístico. Debe borrar la erre glutural que pone al descubierto cada vez que habla sus origines franceses. Maximilian Sánchez aterriza en Venezuela con un currículum vitae precario. Su única experiencia consistió en desempeñarse como guachimán en una escuela de lengua. En Paris cursó estudios de derecho que nunca culminó. Se sabe también que Ramonet lo nombró responsable del movimiento alter-mundialista de Venezuela. El vínculo con este pillo del siglo veintiuno es regular. Ramonet transformó a Maximilian Sánchez en una ficha que maneja a su antojo, sobre todo cuando se trata de agilizar los pagos que el “doctor” reclama por su experticia intelectual. Desde luego hoy el binomio Ramonet-Cassen se frota las manos con la designación de este hombre en Brasil. Este país es por excelencia la tierra del alter-mundialismo. Porto Alegre es la capital de la fauna antimundialista. En tal sentido la marioneta que Ramonet-Cassen mueve desde Paris seguirá jugando su papel de embajador de los intereses del par de pillos franceses, que como se sabe, por tramposos fueron defenestrados por el movimiento alter-mundialista parisino.

En la historia de la diplomacia venezolana, Maximilian Sánchez es un caso atípico. Obtiene la nacionalidad venezolana en el 2002 y ocho años después es designado nada más y nada menos que jefe de la delegación diplomática en Brasil. Por la velocidad de su ascenso algunos chavistas -no sin razón- lo apodan el “meteorito francés”. Una cosa es cierta, Maximilian Sánchez ha sido muy astuto en determinar su trayectoria “meteórica”. Desde su llegada a Venezuela puso a correr la bola mediática según la cual él es la encarnación en Venezuela del frances Bernard Attali. Para quienes no lo saben, Attali fue el colaborador más cercano del presidente François Mitterand. Attali era conocido como la eminencia gris del difunto presidente francés. La más simple comparación pone en evidencia el contraste grosero entre Maximilian Sánchez y el asesor de Mitterand. El señor Attali ha escrito y publicado más de sesenta libros. Al “meteorito francés” no se le conoce ninguna obra de ningún género. Mientras que el señor Attali es un fino conocedor de la historia de Francia, Maximilian Sánchez no sabe ni siquiera tararear la melodía del himno nacional venezolano. En los predios de la Casa Amarilla algunos afirman ácidamente que un niño de sexto grado conoce mejor la historia de Venezuela que este francés reencauchado. De Bernard Attali este usurpador solo tiene en común la nacionalidad francesa. El abismo intelectual entre uno y otro es inmenso. Un elemento es extraño, en la actitud de querer compararse con el “cherpa” de Mitterand. Bernard Attali es judío y Maximilian Sánchez es rabiosamente antisemita. Cuando Hugo Chávez acusa a Israel de estado fascista, Maximilian Sánchez va mucho más lejos en su odio al pueblo judío. Es evidente que entre De Gaulle y el Petain de Vichy, Maximilian Sánchez no vacilaría ni un solo instante en identificarse con el “colaborateur” que deportó miles de niños judíos a una muerte segura en las cámaras de gas hitlerianas. De hecho se sabe que Maximilian Sánchez celebra al escritor antisemita Celine más por sus inmundos panfletos antijudíos que por sus escritos literarios.

La verdad es que a quien más se parece Maximilian Sánchez es al personaje odioso de Pierre Laval, ideólogo y brazo ejecutor de la Wehermacht en un momento poco glorioso de la historia de Francia. Que nadie se equivoque entonces. Maximilian Sánchez es un afiebrado antisemita altamente fanatizado. Es la expresión más clara de una izquierda minoritariamente rabiosa procedente de Francia a quien los artistas de la diplomacia brasilera rendirán tributo con el único propósito de alimentar favorablemente la balanza comercial del Brasil de Lula. En el fondo este oscuro personaje viene como anillo al dedo para aumentar las exportaciones de Brasil hacia Venezuela. En contra partida el “meteorito francés” tendrá libertad absoluta para ser feliz con sus compatriotas franceses que cada año integran la comparsa alter-mundialista de Porto Alegre.

Así andan los desaciertos de nuestra representación diplomática. Salut Maximilian !

Desde Toulouse,
Flora Tristina

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Addendum:
Uma correção e informações adicionais sobre o personagem:
1) El venezolano que escribe el artículo tiene una equivocación. Los atributos que le atribuye a Bernard Attali, son los de su hermano gemelo Jacques Attali. Bernard Attali fue presidente de Air France.
2) Maximilian Sanchez debe ser el Maximilien Sanchez arrestado hace años por disturbios y violencias "sur la voie publique". Es simpatizante de Olivier Besancenot leader de un partido trostkista, revolucionario empedernido, cuyo partido, recientemente re-bautizado NPA (Nouveau Parti Anti-Capitaliste) para hacerlo mas simpático en estos tiempos no logró sin embargo obtener más del 4% en las recientes elecciones europeas en Francia. Hay que notar que en Francia ha declinado en los últimos dos o tres años la influencia del movimiento Attac de los despreciables Cassen y Ramonet.

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