O exemplo abaixo, do stalinismo, é provavelmente extremo, pois poucos jornalistas chegam a esses excessos de patifaria e de conivência com a mentira.
Mas não devemos nos iludir: a mistificação da história, pela propaganda política, continua o seu curso, mesmo se sob forma menos extremas do que na URSS do papai Stalin.
Aqui mesmo no Brasil, todos os dias leitores são mistificados por jornalistas enviesados politicamente. Mais grave ainda: alunos, inclusive candidatos à diplomacia, são mistificados todos os dias, nas aulas ou em concursos, pela imposição da leitura de um perfeito mistificador que é Eric Hobsbawm...
Os 20 anos de um editorial
Demétrio Magnoli
O Estado de S.Paulo, 24 de junho de 2010
"Você fez um bom trabalho em suas reportagens, embora não seja um marxista, porque tenta contar a verdade sobre nosso país (...). Eu devo dizer que você apostou no nosso cavalo quando outros pensavam que ele não tinha chance - e tenho certeza de que você não perdeu com isso." Estas palavras, dirigidas por Joseph Stalin a Walter Duranty no Natal de 1933, foram reproduzidas há exatas duas décadas num editorial do jornal The New York Times. O editorial representou o reconhecimento tardio de que o jornal publicara, entre 1921 e 1940, algumas das "piores reportagens" de sua venerável história, produzidas por seu correspondente em Moscou. A "verdade" de Stalin, refratada naquelas "piores reportagens", informa até hoje a visão dominante sobre a URSS e o stalinismo no Brasil. Os conceitos propagados por Duranty encontram-se nos manuais históricos mais celebrados e nos livros escolares mais vendidos.
Duranty não era, de fato, marxista. Ele fez sua reputação ao divergir das previsões de que o regime bolchevique cairia pouco após a Revolução Russa. Em seguida, apostou no "cavalo" de Stalin, contra a oposição trotskista, passou a idolatrar o ditador soviético e cunhou o termo "stalinismo". Stalinismo, explicava o correspondente, era um desvio positivo do socialismo, incompatível com as tradições ocidentais, mas adaptado às "características e necessidades raciais" da Rússia, "fundamentalmente mais asiáticas do que europeias". O homem não estava sendo pago pelo Kremlin, embora seus textos lhe assegurassem a oportunidade de continuar em Moscou, enquanto outros correspondentes eram expulsos, e de obter notícias e entrevistas exclusivas.
Era um caso de paixão por uma tese oficialista, útil à carreira profissional. Nesse sentido, Duranty não diferia de tantos jornalistas muito menos talentosos, do passado e do presente, inclusive no Brasil do "lulismo". Mas ele escrevia sobre o grande drama do "socialismo real", o tema mais crucial do século 20, e ensaiava os tons de uma música ideológica que continua a tocar na heterogênea banda do antiamericanismo dos nossos dias. O bolchevismo devolvera à Rússia a "autoridade absoluta não adocicada pela democracia ou o liberalismo do Ocidente". O stalinismo convertia "uma massa informe de escravos submissos, encharcados", numa "nação de ardentes, deliberados trabalhadores". No fim das contas, o totalitarismo soviético corresponderia a algo como um imperativo histórico.
O Pulitzer de 1934 foi parar nas mãos de Duranty, premiando suas reportagens analíticas publicadas três anos antes, que compunham uma das maiores farsas jornalísticas de todos os tempos. No verão de 1929 Stalin proclamara a coletivização forçada da agricultura e a liquidação dos camponeses autônomos. Em 1931 o terror vermelho disseminou-se pelos mais longínquos lugarejos, expropriando e deportando milhões de pequenos agricultores. As vítimas abatiam o gado antes de deixar suas terras, vendiam a carne e faziam botas com o couro. Os jornalistas Gareth Jones e Malcolm Muggeridge infiltraram-se na Ucrânia e reportaram a grande fome para o Times de Londres e o Guardian de Manchester. Dois anos mais tarde, a tragédia matara mais de 6 milhões de pessoas. O Kremlin negava tudo, respaldado por Duranty, que denunciou como falsificações as reportagens de Jones.
O correspondente do New York Times sabia mais sobre a fome pavorosa do que qualquer outro jornalista ocidental, como evidenciaram investigações posteriores. Duranty "viu aquilo que queria ver", segundo o diagnóstico do editorial de junho de 1990. O olhar do jornalista conservou sua seletividade interessada e ele fez a defesa dos Processos de Moscou, reproduzindo as alegações de Stalin sobre fantásticos complôs entre os dirigentes caídos em desgraça e as potências ocidentais. Naqueles anos, às vésperas da eclosão da 2.ª Guerra Mundial, Duranty conferiu forma definitiva à tese de que o stalinismo cumpria uma função histórica progressiva ao preparar a URSS para o embate com a Alemanha nazista.
Stalin aliou-se a Hitler em 1939 para partilhar a Polônia e os Estados Bálticos. A URSS forneceu quase dois terços das matérias-primas e alimentos importados pela Alemanha nos 16 meses iniciais da guerra mundial. Seis meses antes da invasão alemã da URSS, o Kremlin negociava o ingresso da "pátria do socialismo" no pacto do Eixo. Mas as narrativas canônicas sobre o século 20, contadas por "companheiros de viagem" da URSS, reduziram tudo isso a uma nota de rodapé, apegando-se ao núcleo argumentativo formulado por Duranty.
Eric Hobsbawm já militava no Partido Comunista Britânico no tempo dos Processos de Moscou, que não abalaram sua fé na doutrina. Ele nunca ofereceu apoio ao terror stalinista, mas conservou a carteirinha do partido até a implosão da URSS. Escrevendo após o encerramento da guerra fria, quando a abertura dos arquivos secretos do Kremlin já escancarava verdades previsíveis, o historiador não apenas reproduziu as justificativas oficiais de Moscou para o Pacto Germano-Soviético como deu um passo à frente e pronunciou o seguinte veredicto: "A vitória da URSS sobre Hitler foi uma realização do regime lá instalado pela Revolução de Outubro, como demonstra uma comparação do desempenho da economia russa czarista na Primeira Guerra Mundial com a economia soviética na Segunda Guerra (...). Sem isso, o mundo hoje (com exceção dos Estados Unidos) provavelmente seria um conjunto de variações sobre temas autoritários e fascistas, mais que de variações sobre temas parlamentares liberais" (A Era dos Extremos, Companhia das Letras, 1996).
O stalinismo, segundo Hobsbawm, salvou a democracia ocidental. As fontes ocultas do veredicto do aclamado historiador encontram-se nas reportagens do jornalista ocidental hipnotizado por Stalin. Tanto quanto Duranty, ele "viu aquilo que queria ver".
SOCIÓLOGO, É DOUTOR EM GEOGRAFIA HUMANA PELA USP.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Argentina: ex-chanceler saiu por cumprir a lei...
Agora se revelam os motivos da saída de Jorge Taiana da direção da diplomacia argentina: ele simplesmente estava seguindo a Constituição e outros dispositivos legais ao autorizar um subordinado a cumprir a lei, isto é, prestar depoimento no Congresso, pois que convocado.
A presidenta (como a K gosta de ser chamada) o demitiu, pois pretendia que ele afrontasse o Congresso negando permissão ao subordinado.
Que triste esses países onde o chanceler é obrigado a satisfazer a vontade do presidente, sendo aliás instado a não cumprir a lei...
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata argentino denuncia propina
Gustavo Hennemann
Folha de S.Paulo, 24 de junho de 2010
Governo Kirchner cobrava comissão de empresas que vendiam à Venezuela, afirma ex-embaixador em Caracas.
Eduardo Sadous reitera a deputados acusações que já fizera à Justiça; depoimento contribuiu para queda de chanceler.
O ex-embaixador argentino em Caracas Eduardo Sadous reafirmou ontem, em depoimento na Câmara dos Deputados, que seu país manteve uma diplomacia paralela com a Venezuela na gestão do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007).
Há dois meses, em depoimento à Justiça, ele já havia dito que funcionários do Executivo se encontravam por conta própria e realizavam acordos com o primeiro escalão do governo de Hugo Chávez ao longo de 2004.
Segundo denúncias de empresários relatadas por Sadous, os embaixadores paralelos eram homens de confiança de Kirchner e articulavam esquema que cobrava propinas de entre 15% e 20% de exportadores argentinos que vendiam maquinário agrícola à Venezuela.
O caso foi denunciado à Justiça pela oposição, que acusa de associação ilícita Kirchner e o ministro do Planejamento, Julio De Vido, que assumiu a pasta em 2003 e permanece no gabinete da presidente Cristina Kirchner.
Ontem, Sadous atendeu ao convite de parlamentares oposicionistas e prestou esclarecimentos à Comissão de Relações Exteriores da Câmara, onde falou por quatro horas, em sessão fechada.
O deputado oposicionista Alfredo Atanasof, que preside a comissão, disse que Sadous ratificou o depoimento à Justiça e que foi possível avançar em tudo o que gerava dúvidas.
O encontro do diplomata com os deputados estava marcado, em princípio, para a semana passada, mas foi adiado após uma forte pressão do governo, que tentou evitar que Sadous fosse ouvido pela oposição.
RENÚNCIA E MALA
A sessão na Câmara também influenciou na renúncia do ex-chanceler Jorge Taiana, que deixou o governo após discutir com Cristina na última sexta-feira.
A presidente repreendeu Taiana, entre outros motivos, por ter autorizado Sadous, seu subordinado, a se apresentar na comissão.
Deputados opositores sustentam que o esquema de propinas na exportação é só uma amostra das relações ilícitas entre os governos dos dois países. Para os congressistas, o depoimento de Sadous ajudará a esclarecer também o episódio chamado de caso da mala.
Em agosto de 2007, o empresário venezuelano Antonini Wilson foi flagrado com US$ 800 mil não declarados em uma mala logo após desembarcar em Buenos Aires.
Ele vinha de Caracas num avião fretado por funcionários da Casa Rosada e da PDVSA, petroleira estatal da Venezuela. Opositores sustentam que o dinheiro seria destinado ao financiamento da campanha de Cristina, eleita dois meses depois.
A presidenta (como a K gosta de ser chamada) o demitiu, pois pretendia que ele afrontasse o Congresso negando permissão ao subordinado.
Que triste esses países onde o chanceler é obrigado a satisfazer a vontade do presidente, sendo aliás instado a não cumprir a lei...
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata argentino denuncia propina
Gustavo Hennemann
Folha de S.Paulo, 24 de junho de 2010
Governo Kirchner cobrava comissão de empresas que vendiam à Venezuela, afirma ex-embaixador em Caracas.
Eduardo Sadous reitera a deputados acusações que já fizera à Justiça; depoimento contribuiu para queda de chanceler.
O ex-embaixador argentino em Caracas Eduardo Sadous reafirmou ontem, em depoimento na Câmara dos Deputados, que seu país manteve uma diplomacia paralela com a Venezuela na gestão do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007).
Há dois meses, em depoimento à Justiça, ele já havia dito que funcionários do Executivo se encontravam por conta própria e realizavam acordos com o primeiro escalão do governo de Hugo Chávez ao longo de 2004.
Segundo denúncias de empresários relatadas por Sadous, os embaixadores paralelos eram homens de confiança de Kirchner e articulavam esquema que cobrava propinas de entre 15% e 20% de exportadores argentinos que vendiam maquinário agrícola à Venezuela.
O caso foi denunciado à Justiça pela oposição, que acusa de associação ilícita Kirchner e o ministro do Planejamento, Julio De Vido, que assumiu a pasta em 2003 e permanece no gabinete da presidente Cristina Kirchner.
Ontem, Sadous atendeu ao convite de parlamentares oposicionistas e prestou esclarecimentos à Comissão de Relações Exteriores da Câmara, onde falou por quatro horas, em sessão fechada.
O deputado oposicionista Alfredo Atanasof, que preside a comissão, disse que Sadous ratificou o depoimento à Justiça e que foi possível avançar em tudo o que gerava dúvidas.
O encontro do diplomata com os deputados estava marcado, em princípio, para a semana passada, mas foi adiado após uma forte pressão do governo, que tentou evitar que Sadous fosse ouvido pela oposição.
RENÚNCIA E MALA
A sessão na Câmara também influenciou na renúncia do ex-chanceler Jorge Taiana, que deixou o governo após discutir com Cristina na última sexta-feira.
A presidente repreendeu Taiana, entre outros motivos, por ter autorizado Sadous, seu subordinado, a se apresentar na comissão.
Deputados opositores sustentam que o esquema de propinas na exportação é só uma amostra das relações ilícitas entre os governos dos dois países. Para os congressistas, o depoimento de Sadous ajudará a esclarecer também o episódio chamado de caso da mala.
Em agosto de 2007, o empresário venezuelano Antonini Wilson foi flagrado com US$ 800 mil não declarados em uma mala logo após desembarcar em Buenos Aires.
Ele vinha de Caracas num avião fretado por funcionários da Casa Rosada e da PDVSA, petroleira estatal da Venezuela. Opositores sustentam que o dinheiro seria destinado ao financiamento da campanha de Cristina, eleita dois meses depois.
Quem disse que a America Latina nao cresce?
ONU: Latinoamérica es la zona con el mayor aumento del consumo de coca
Michael Shifter
Infolatam/ Efe
Panamá, 23 de junio de 2010
Una década del Plan Colombia: por un nuevo enfoque
Alrededor del 45% de la producción de la cocaína es incautada.
Las Claves:
* Suramérica, América Central y el Caribe tienen 2,7 millones de consumidores, a los que llega un 20% del estupefaciente distribuido en el mundo, por detrás de Estados Unidos (41%) y Europa (26%).
* "La tasa más alta de crecimiento por la cocaína no es Estados Unidos, es América Latina: es Brasil, es Argentina (...)", dijo Mazzitelli .
Latinoamérica es la zona del planeta con un crecimiento más alto en el consumo de cocaína y ya tiene más de dos millones de consumidores, indicó el representante regional para México, Centroamérica y el Caribe de la Oficina de la ONU contra la Droga y el Delito (Unodc), Antonio Mazzitelli.
"La tasa más alta de crecimiento por la cocaína no es Estados Unidos, es América Latina: es Brasil, es Argentina (...)", dijo Mazzitelli en una entrevista con Efe en Panamá junto al subdirector de Unodc, Francis Maertens, quienes inauguraron una oficina del organismo en esta ciudad.
Según datos del informe anual de la Unodc 2010 al que tuvo acceso Efe, Suramérica, América Central y el Caribe tienen 2,7 millones de consumidores, a los que llega un 20% del estupefaciente distribuido en el mundo, por detrás de Estados Unidos (41%) y Europa (26%). "Hace 20 años el 90% del consumo eran los Estados Unidos", recordó Mazzitelli.
El funcionario señaló que se consume y se produce más cocaína en el mundo, pero aseguró que se ha logrado contener el problema en un mundo muy distinto al que hace 50 años presentaba a una quincena de países como consumidores del 80 o el 90% del consumo mundial.
"Todo tiene que ser visto en perspectiva, seguramente se produce más, se consume más, pero considerado lo que fue la epidemia de la coca en la década de los ochenta en los Estados Unidos, considerada su expansión en todos los mercados, todavía se ha logrado contener el problema", subrayó.
Por su parte, Maertens indicó que las estimaciones del organismo sitúan la producción mundial de cocaína "entorno a las 1.000 toneladas al año", aunque "bajó los dos últimos años y hace dos años estuvo en 860".
También afirmó que alrededor del 45% de la producción de la cocaína es incautada, aunque en ese cálculo se contabilizan decomisos de hoja de coca, pasta de coca, cocaína en los países productores, en tránsito, etcétera. Maertens señaló que Centroamérica "ha vivido muchos cambios" por su situación entre el mercado estadounidense y los países andinos y afirmó que "está claro que algunos países están perdiendo de una u otra manera el control en sus territorios" a manos del crimen organizado.
Michael Shifter
Infolatam/ Efe
Panamá, 23 de junio de 2010
Una década del Plan Colombia: por un nuevo enfoque
Alrededor del 45% de la producción de la cocaína es incautada.
Las Claves:
* Suramérica, América Central y el Caribe tienen 2,7 millones de consumidores, a los que llega un 20% del estupefaciente distribuido en el mundo, por detrás de Estados Unidos (41%) y Europa (26%).
* "La tasa más alta de crecimiento por la cocaína no es Estados Unidos, es América Latina: es Brasil, es Argentina (...)", dijo Mazzitelli .
Latinoamérica es la zona del planeta con un crecimiento más alto en el consumo de cocaína y ya tiene más de dos millones de consumidores, indicó el representante regional para México, Centroamérica y el Caribe de la Oficina de la ONU contra la Droga y el Delito (Unodc), Antonio Mazzitelli.
"La tasa más alta de crecimiento por la cocaína no es Estados Unidos, es América Latina: es Brasil, es Argentina (...)", dijo Mazzitelli en una entrevista con Efe en Panamá junto al subdirector de Unodc, Francis Maertens, quienes inauguraron una oficina del organismo en esta ciudad.
Según datos del informe anual de la Unodc 2010 al que tuvo acceso Efe, Suramérica, América Central y el Caribe tienen 2,7 millones de consumidores, a los que llega un 20% del estupefaciente distribuido en el mundo, por detrás de Estados Unidos (41%) y Europa (26%). "Hace 20 años el 90% del consumo eran los Estados Unidos", recordó Mazzitelli.
El funcionario señaló que se consume y se produce más cocaína en el mundo, pero aseguró que se ha logrado contener el problema en un mundo muy distinto al que hace 50 años presentaba a una quincena de países como consumidores del 80 o el 90% del consumo mundial.
"Todo tiene que ser visto en perspectiva, seguramente se produce más, se consume más, pero considerado lo que fue la epidemia de la coca en la década de los ochenta en los Estados Unidos, considerada su expansión en todos los mercados, todavía se ha logrado contener el problema", subrayó.
Por su parte, Maertens indicó que las estimaciones del organismo sitúan la producción mundial de cocaína "entorno a las 1.000 toneladas al año", aunque "bajó los dos últimos años y hace dos años estuvo en 860".
También afirmó que alrededor del 45% de la producción de la cocaína es incautada, aunque en ese cálculo se contabilizan decomisos de hoja de coca, pasta de coca, cocaína en los países productores, en tránsito, etcétera. Maertens señaló que Centroamérica "ha vivido muchos cambios" por su situación entre el mercado estadounidense y los países andinos y afirmó que "está claro que algunos países están perdiendo de una u otra manera el control en sus territorios" a manos del crimen organizado.
O mandarinato-marajanato ainda vai conseguir afundar o Brasil
Membros do Judiciário servem, supostamente, para não apenas defender a legalidade, como também zelar pela moralidade na coisa pública. Não no Brasil, obviamente, onde os funcionários públicos em geral, e os do Judiciário em particular, parecem atuar como uma gangue de ladrões do erário, uma máfia mancomunada para extorquir dinheiro do contribuindo, uma malta de malfeitores empenhados em destruir qualquer sentido de proporcionalidade nas remunerações do serviço público.
A China começou a decair quando os mandarins se tornaram muito poderosos e aumentaram a extração de recursos da sociedade ao mesmo tempo em que construíam uma burocracia altamente corrupta e infensa a mudanças.
O Brasil, com seus marajás-mandarins, vai pelo mesmo caminho, talvez até mais rapidamente do que os dois ou três séculos para a China decair completamente...
Paulo Roberto de Almeida
Direto da Ilha da Fantasia
Editorial O Estado de S.Paulo
24 de junho de 2010
Um estudo do Ministério do Planejamento sobre o impacto efetivo do projeto que reajusta em 56%, na média, os vencimentos dos 100 mil funcionários dos tribunais superiores do País confirma que não há limites para a irresponsabilidade fiscal daquele que já é o mais pródigo dos Três Poderes.
O Judiciário, ao elaborar a proposta em tramitação no Congresso desde dezembro, alega que os salários dos seus servidores estão defasados em relação ao Executivo e ao Legislativo. Em nome disso ? e de uma interpretação extravagante do conceito de autonomia administrativa e financeira ? se concebeu um projeto característico do que a Ilha da Fantasia chamada Brasília tem de mais condenável. É a celebração do marajanato de alto a baixo na hierarquia judiciária.
Segundo o levantamento divulgado ontem pelo Estado, o piso salarial dos auxiliares judiciários, como copeiros, garçons e contínuos, que exercem funções de apoio para as quais se requer apenas escolaridade fundamental, passará a ser R$ 3.615,44. O teto, incorporando as vantagens pessoais do serviço público, que tendem a dobrar, ou mais, a paga inicial, chegará a R$ 8.479,71. A proposta não faz menção a tais valores. Um anexo informa apenas o montante dos vencimentos básicos, acrescidos de uma gratificação.
Em regra, um funcionário ganha mais do que um empregado de empresa privada quando ambos exercem atividades que demandam poucos anos de estudo e habilidades comuns. Já o mercado remunera melhor do que o Estado o pessoal de nível superior dotado de qualificações especiais ? um obstáculo à formação de uma elite burocrática na área estatal. Ao que tudo indica, porém, isso não vale para o Judiciário. Nele, todos os contracheques superam os da iniciativa privada, em posições funcionais idênticas ou assemelhadas.
Se, por exemplo, um interessado em trabalhar como agente de segurança numa empresa do setor pedir remuneração inicial de R$ 7.500 mensais, decerto será rejeitado e aconselhado a procurar ajuda psiquiátrica. Mas, na proposta do Judiciário, esse é o piso desejado para os responsáveis pela segurança dos ministros das Altas Cortes (R$ 7.529,13, para sermos exatos). No topo da carreira, serão R$ 14.591,90.
Compare-se agora quanto um advogado em início de carreira leva para casa no fim do mês ? por jornadas que frequentemente varam as noites e invadem os fins de semana ? com o que o Judiciário quer que o contribuinte remunere de partida os seus analistas, que estudam processos, elaboram pareceres e pesquisam a legislação: R$ 10.283,59. Ou de 5 a 10 vezes mais do que um escritório de advocacia paga aos novatos pela mesma atividade.
Tem mais: se o projeto passar como está ? o que é bem provável, dado o receio dos políticos de brigar com a magistratura ?, um analista judiciário que tenha doutorado e exerça cargo de confiança há duas décadas receberá no fim da carreira R$ 33.072,55. Decerto serão poucos os servidores nessa invejável situação. Que fosse um único: teria furado o teto do serviço público, ou R$ 26.723,13. Isso, sem falar no efeito "corrente da felicidade" da nova tabela ? as reivindicações de acréscimos proporcionais no Judiciário dos Estados, com a eterna invocação da isonomia.
Calcula-se que os aumentos propostos custem R$ 6,4 bilhões ao erário. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, adverte que não há como pagar o reajuste este ano. Mas isso nada significa para a vasta confraria do "quero o meu" e os seus prestadores de serviços no Congresso Nacional. A União gastou nos 12 meses encerrados em abril 4,8% do PIB com o funcionalismo (R$ 155,2 bilhões em valores absolutos). No mesmo período, os investimentos do governo federal representaram 1,2% do PIB (ou R$ 40,1 bilhões).
Haveria algo clamorosamente errado com isso, mesmo que a baixa qualidade dos serviços públicos ? a exemplo da lentidão do Judiciário ? não fosse a afronta que é para a sociedade envergada pelo pagamento dos impostos que os sustêm. E a cúpula dos tribunais superiores do País ainda se permite atribuir à defasagem salarial com os outros Poderes os "prejuízos no que se refere à celeridade e à qualidade da prestação jurisdicional".
A China começou a decair quando os mandarins se tornaram muito poderosos e aumentaram a extração de recursos da sociedade ao mesmo tempo em que construíam uma burocracia altamente corrupta e infensa a mudanças.
O Brasil, com seus marajás-mandarins, vai pelo mesmo caminho, talvez até mais rapidamente do que os dois ou três séculos para a China decair completamente...
Paulo Roberto de Almeida
Direto da Ilha da Fantasia
Editorial O Estado de S.Paulo
24 de junho de 2010
Um estudo do Ministério do Planejamento sobre o impacto efetivo do projeto que reajusta em 56%, na média, os vencimentos dos 100 mil funcionários dos tribunais superiores do País confirma que não há limites para a irresponsabilidade fiscal daquele que já é o mais pródigo dos Três Poderes.
O Judiciário, ao elaborar a proposta em tramitação no Congresso desde dezembro, alega que os salários dos seus servidores estão defasados em relação ao Executivo e ao Legislativo. Em nome disso ? e de uma interpretação extravagante do conceito de autonomia administrativa e financeira ? se concebeu um projeto característico do que a Ilha da Fantasia chamada Brasília tem de mais condenável. É a celebração do marajanato de alto a baixo na hierarquia judiciária.
Segundo o levantamento divulgado ontem pelo Estado, o piso salarial dos auxiliares judiciários, como copeiros, garçons e contínuos, que exercem funções de apoio para as quais se requer apenas escolaridade fundamental, passará a ser R$ 3.615,44. O teto, incorporando as vantagens pessoais do serviço público, que tendem a dobrar, ou mais, a paga inicial, chegará a R$ 8.479,71. A proposta não faz menção a tais valores. Um anexo informa apenas o montante dos vencimentos básicos, acrescidos de uma gratificação.
Em regra, um funcionário ganha mais do que um empregado de empresa privada quando ambos exercem atividades que demandam poucos anos de estudo e habilidades comuns. Já o mercado remunera melhor do que o Estado o pessoal de nível superior dotado de qualificações especiais ? um obstáculo à formação de uma elite burocrática na área estatal. Ao que tudo indica, porém, isso não vale para o Judiciário. Nele, todos os contracheques superam os da iniciativa privada, em posições funcionais idênticas ou assemelhadas.
Se, por exemplo, um interessado em trabalhar como agente de segurança numa empresa do setor pedir remuneração inicial de R$ 7.500 mensais, decerto será rejeitado e aconselhado a procurar ajuda psiquiátrica. Mas, na proposta do Judiciário, esse é o piso desejado para os responsáveis pela segurança dos ministros das Altas Cortes (R$ 7.529,13, para sermos exatos). No topo da carreira, serão R$ 14.591,90.
Compare-se agora quanto um advogado em início de carreira leva para casa no fim do mês ? por jornadas que frequentemente varam as noites e invadem os fins de semana ? com o que o Judiciário quer que o contribuinte remunere de partida os seus analistas, que estudam processos, elaboram pareceres e pesquisam a legislação: R$ 10.283,59. Ou de 5 a 10 vezes mais do que um escritório de advocacia paga aos novatos pela mesma atividade.
Tem mais: se o projeto passar como está ? o que é bem provável, dado o receio dos políticos de brigar com a magistratura ?, um analista judiciário que tenha doutorado e exerça cargo de confiança há duas décadas receberá no fim da carreira R$ 33.072,55. Decerto serão poucos os servidores nessa invejável situação. Que fosse um único: teria furado o teto do serviço público, ou R$ 26.723,13. Isso, sem falar no efeito "corrente da felicidade" da nova tabela ? as reivindicações de acréscimos proporcionais no Judiciário dos Estados, com a eterna invocação da isonomia.
Calcula-se que os aumentos propostos custem R$ 6,4 bilhões ao erário. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, adverte que não há como pagar o reajuste este ano. Mas isso nada significa para a vasta confraria do "quero o meu" e os seus prestadores de serviços no Congresso Nacional. A União gastou nos 12 meses encerrados em abril 4,8% do PIB com o funcionalismo (R$ 155,2 bilhões em valores absolutos). No mesmo período, os investimentos do governo federal representaram 1,2% do PIB (ou R$ 40,1 bilhões).
Haveria algo clamorosamente errado com isso, mesmo que a baixa qualidade dos serviços públicos ? a exemplo da lentidão do Judiciário ? não fosse a afronta que é para a sociedade envergada pelo pagamento dos impostos que os sustêm. E a cúpula dos tribunais superiores do País ainda se permite atribuir à defasagem salarial com os outros Poderes os "prejuízos no que se refere à celeridade e à qualidade da prestação jurisdicional".
Pronto: o PT já pode fazer diplomacia sul-sul com os EUA...
Et pour cause: os EUA agora também são terceiro-mundo.
Está na hora dos anti-americanos do PT (e eles são praticamente todos) se desembaraçarem desse preconceito ridículo contra os EUA e acolherem o país nos nossos conclaves meridionais: eles fizeram por merecer...
Paulo Roberto de Almeida
Programa de humor ironiza sucesso dos EUA no "soccer"
"Daily Show", do apresentador Jon Stewart, disse que norte-americanos entraram no "terceiro mundo" e mandou recado à Inglaterra
Francisco De Laurentiis
iG São Paulo, 24/06/2010
EUA se classificam com gol nos acréscimos
"Estou orgulhoso do time", diz Donovan
Empolgado, Clinton vai a próximo jogo dos EUA
Gol milagroso coloca "soccer" no mapa dos EUA
Depois da classificação dos Estados Unidos às oitavas de final da Copa do Mundo, com o gol de Donovan aos 46 minutos do segundo tempo (reveja o gol clicando aqui), o "soccer", como é conhecido o futebol no país, virou a nova mania nacional, empolgando até mesmo o presidente Barack Obama e o ex-presidente Bill Clinton. Isso não impediu, no entanto, que o humor ácido do "Daily Show", popular programa de humor apresentado por Jon Stewart, ironizasse o sucesso do futebol nos Estados Unidos.
Na edição da quarta-feira (23), mesmo dia da classificação dos norte-americanos, o inglês John Oliver, comentarista de esportes do "Daily Show", saudou o colega Stewart: "Parabéns! Vocês se tornaram, oficialmente, um país de terceiro mundo", disse, referindo-se aos Estados Unidos. "Vocês tem desemprego alto, seu dólar não vale nada, vocês não conseguem ganhar uma guerra e, por fim, dominaram e mereceram vencer um jogo de futebol", completou.
O apresentador norte-americano rebateu, dizendo que o sucesso do "soccer" não era motivo suficiente para colocar os Estados Unidos no terceiro mundo. O inglês Oliver ironizou novamente: "É verdade. Num país de terceiro mundo, você veria pessoas comemorando loucamente durante o jogo para se esquecerem de suas vidas miseráveis", para em seguida mostrar um vídeo de torcedores dos Estados Unidos celebrando o gol salvador de Landon Donovan.
Stewart, no entanto, não quis sair por baixo, e provocou o inglês. "Vocês estão com inveja pois, se os Estados Unidos vencerem a Copa do Mundo, todos serão obrigados a chamar o esporte de 'soccer'". E foi ainda mais longe, lembrando a 2ª Guerra Mundial, na qual os norte-americanos auxiliaram os ingleses a derrotar as tropas de Adolph Hitler: "Vocês jogam contra a Alemanha domingo, não é? Se eles derem algum problema pra vocês, é só nos chamar que vamos ajudar".
Os Estados Unidos enfrentam Gana no sábado (26), às 15h30 (horário de Brasília), no estádio Royal Bafokeng, em Rustenburgo. Os ingleses, por sua vez, enfrentam a Alemanha no domingo (27), às 11h (horário de Brasília), no estádio Free State, em Bloemfontein.
Está na hora dos anti-americanos do PT (e eles são praticamente todos) se desembaraçarem desse preconceito ridículo contra os EUA e acolherem o país nos nossos conclaves meridionais: eles fizeram por merecer...
Paulo Roberto de Almeida
Programa de humor ironiza sucesso dos EUA no "soccer"
"Daily Show", do apresentador Jon Stewart, disse que norte-americanos entraram no "terceiro mundo" e mandou recado à Inglaterra
Francisco De Laurentiis
iG São Paulo, 24/06/2010
EUA se classificam com gol nos acréscimos
"Estou orgulhoso do time", diz Donovan
Empolgado, Clinton vai a próximo jogo dos EUA
Gol milagroso coloca "soccer" no mapa dos EUA
Depois da classificação dos Estados Unidos às oitavas de final da Copa do Mundo, com o gol de Donovan aos 46 minutos do segundo tempo (reveja o gol clicando aqui), o "soccer", como é conhecido o futebol no país, virou a nova mania nacional, empolgando até mesmo o presidente Barack Obama e o ex-presidente Bill Clinton. Isso não impediu, no entanto, que o humor ácido do "Daily Show", popular programa de humor apresentado por Jon Stewart, ironizasse o sucesso do futebol nos Estados Unidos.
Na edição da quarta-feira (23), mesmo dia da classificação dos norte-americanos, o inglês John Oliver, comentarista de esportes do "Daily Show", saudou o colega Stewart: "Parabéns! Vocês se tornaram, oficialmente, um país de terceiro mundo", disse, referindo-se aos Estados Unidos. "Vocês tem desemprego alto, seu dólar não vale nada, vocês não conseguem ganhar uma guerra e, por fim, dominaram e mereceram vencer um jogo de futebol", completou.
O apresentador norte-americano rebateu, dizendo que o sucesso do "soccer" não era motivo suficiente para colocar os Estados Unidos no terceiro mundo. O inglês Oliver ironizou novamente: "É verdade. Num país de terceiro mundo, você veria pessoas comemorando loucamente durante o jogo para se esquecerem de suas vidas miseráveis", para em seguida mostrar um vídeo de torcedores dos Estados Unidos celebrando o gol salvador de Landon Donovan.
Stewart, no entanto, não quis sair por baixo, e provocou o inglês. "Vocês estão com inveja pois, se os Estados Unidos vencerem a Copa do Mundo, todos serão obrigados a chamar o esporte de 'soccer'". E foi ainda mais longe, lembrando a 2ª Guerra Mundial, na qual os norte-americanos auxiliaram os ingleses a derrotar as tropas de Adolph Hitler: "Vocês jogam contra a Alemanha domingo, não é? Se eles derem algum problema pra vocês, é só nos chamar que vamos ajudar".
Os Estados Unidos enfrentam Gana no sábado (26), às 15h30 (horário de Brasília), no estádio Royal Bafokeng, em Rustenburgo. Os ingleses, por sua vez, enfrentam a Alemanha no domingo (27), às 11h (horário de Brasília), no estádio Free State, em Bloemfontein.
A noticia da semana: Cuba eleita vice-pres. do Conselho de Direitos Humanos
Pode ser a notícia da semana ou qualquer outra coisa; você decide.
Poderia ser piada, mas acredito que os prisioneiros políticos e de consciência não vão gostar da brincadeira.
Paulo Roberto de Almeida
Cuba é eleita vice-presidente do Conselho dos Direitos Humanos da ONU
Gramma
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Sede da ONU em Nova Iorque
Cuba foi eleita, em 21 de junho, vice-presidente do Conselho dos Direitos Humanos (CDH), o órgão principal das Nações Unidas especializado na promoção e na proteção deste tema.
Durante uma sessão organizativa anual desta instância, seus membros decidiram por aclamação a eleição do embaixador cubano em Genebra, Rodolfo Reyes Rodríguez, para o cargo, o que foi considerado um reconhecimento ao trabalho da Ilha no setor.
“A eleição de Cuba para este importante cargo é um reconhecimento à exemplar execução e à obra da Revolução cubana a favor dos direitos humanos de seu povo e de todo o mundo”, precisa uma declaração da Embaixada cubana em Genebra.
“É, também, uma clara confirmação do respeito ao desempenho comprometido e ativo de nosso país — membro fundador do CDH — em defesa da verdade e da justiça e a sua liderança na reivindicação das causas mais nobres”, acrescenta.
Precisa a nota que “esta eleição constitui uma rotunda resposta da comunidade internacional à brutal campanha política anticubana na mídia, reforçada nos últimos meses pela reação internacional”.
Reyes, que ocupará a vice-presidência correspondente ao Grupo da América Latina e o Caribe (Grulac), cumprirá seu mandato como membro da Mesa Diretiva do Conselho, até junho de 2011.
O embaixador da Tailândia, Sihasak Phuangketkeow, foi eleito para presidir o órgão no mesmo período. Segundo a prática, cabe aos membros da Mesa conduzir o processo de revisão do CDH, que terá lugar nos próximos 12 meses de trabalho.
“Cuba contribuirá substancialmente para este trabalho, a partir de sua ampla experiência como membro do órgão e da desaparecida Comissão dos Direitos Humanos”, aponta a nota.
LINKS:
http://soucuba.blogspot.com/2010/06/cuba-e-eleita-vice-presidente-do.html
http://josemartirj.webnode.com/news/cuba-e-eleita-vice-presidente-do-conselho-dos-direitos-humanos/
http://www.radiohc.cu/portugues/a_noticiasdecuba/10/junio/22/cuba1.htm
Poderia ser piada, mas acredito que os prisioneiros políticos e de consciência não vão gostar da brincadeira.
Paulo Roberto de Almeida
Cuba é eleita vice-presidente do Conselho dos Direitos Humanos da ONU
Gramma
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Sede da ONU em Nova Iorque
Cuba foi eleita, em 21 de junho, vice-presidente do Conselho dos Direitos Humanos (CDH), o órgão principal das Nações Unidas especializado na promoção e na proteção deste tema.
Durante uma sessão organizativa anual desta instância, seus membros decidiram por aclamação a eleição do embaixador cubano em Genebra, Rodolfo Reyes Rodríguez, para o cargo, o que foi considerado um reconhecimento ao trabalho da Ilha no setor.
“A eleição de Cuba para este importante cargo é um reconhecimento à exemplar execução e à obra da Revolução cubana a favor dos direitos humanos de seu povo e de todo o mundo”, precisa uma declaração da Embaixada cubana em Genebra.
“É, também, uma clara confirmação do respeito ao desempenho comprometido e ativo de nosso país — membro fundador do CDH — em defesa da verdade e da justiça e a sua liderança na reivindicação das causas mais nobres”, acrescenta.
Precisa a nota que “esta eleição constitui uma rotunda resposta da comunidade internacional à brutal campanha política anticubana na mídia, reforçada nos últimos meses pela reação internacional”.
Reyes, que ocupará a vice-presidência correspondente ao Grupo da América Latina e o Caribe (Grulac), cumprirá seu mandato como membro da Mesa Diretiva do Conselho, até junho de 2011.
O embaixador da Tailândia, Sihasak Phuangketkeow, foi eleito para presidir o órgão no mesmo período. Segundo a prática, cabe aos membros da Mesa conduzir o processo de revisão do CDH, que terá lugar nos próximos 12 meses de trabalho.
“Cuba contribuirá substancialmente para este trabalho, a partir de sua ampla experiência como membro do órgão e da desaparecida Comissão dos Direitos Humanos”, aponta a nota.
LINKS:
http://soucuba.blogspot.com/2010/06/cuba-e-eleita-vice-presidente-do.html
http://josemartirj.webnode.com/news/cuba-e-eleita-vice-presidente-do-conselho-dos-direitos-humanos/
http://www.radiohc.cu/portugues/a_noticiasdecuba/10/junio/22/cuba1.htm
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Brazil's rise - Stratfor
Evaluating Brazil's Rise
STRATFOR.COM Diary Archives
Tuesday, June 22, 2010
“For Brazil to gain the respect that it seeks from the Western industrial states, it has to match its rhetoric with action in the three pillars of geopolitics: economic, political and military might.”
Brazilian Foreign Minister Celso Amorim launched a barrage of criticism against the U.N. Security Council (UNSC) on Monday, asserting that the Council “no longer reflects the political reality” of today, but rather that of 64 years ago. Amorim also criticized the UNSC for neutralizing a Brazilian-Turkish nuclear fuel swap proposal with Iran with a fresh sanctions resolution, the details of which Amorim claims were not available to the non-permanent Council members in a reflection of how the UNSC has “zero transparency at the technical level.” Amorim’s critique of the UNSC came a day after he announced that Brazil would no longer play an active role in mediating the Iranian nuclear dispute since “we got our fingers burned by doing things that everybody said were helpful and in the end we found that some people could not take ‘yes’ for an answer.”
As far as Amorim is concerned, all Brazil is asking for is a little respect from the world powers. In the eyes of Amorim and his countrymen, Brazil is already well on its way to global power status and shouldn’t have to fight to be taken seriously by its peers in the international community. Even if some like the United States are uneasy about having another power rise in the Americas, there is growing consensus in the world that Brazil will be a country to be reckoned with in the years to come. What countries like Brazil, Turkey and India have difficulty internalizing, however, is that there are no shortcuts to geopolitical stardom. For Brazil to gain the respect that it seeks from the Western industrial states, it has to match its rhetoric with action in the three pillars of geopolitics: economic, political and military might.
Despite not having been dealt the most suitable geography for internal development, Brazil scores strongest in economics. For a country to be considered a true geopolitical success story, it must have both inland transportation systems and maritime transport options to internally develop the country and drive down the cost of doing business. Brazil may have the second-longest river in the world, but the Amazon is no Mississippi when it comes to navigability. Cutting through jungle is not exactly conducive to business development.
Without a functional inland water system, Brazil has had to rely on artificial transportation systems, such as roadways, railways and airlines, to develop and connect its rural interior with the cosmopolitan coast. And to take advantage of its huge Atlantic coastline, Brazil has to build up ports to support its maritime trade with the outside world. Such infrastructure takes a lot of time and money to build, but after years of economic tumult, Brazil has found itself in a stable enough position to make the necessary investment to feed its industrial base and avoid falling into a resource-extractive economic pit like many of its South American neighbors.
While Brazil’s economic foundation is standing strong, the real icing on Brazil’s $1.58 trillion economy can be found off the Brazilian coast, where some $70 billion to $110 billion of crude oil reserves are sitting in a pre-salt layer beneath the ocean floor. Brazil, a country that has already achieved self-sufficiency in energy, is putting the bulk of its effort these days into readying itself for the challenge of extracting this hard-to-reach oil, realizing that within the next decade the country has a realistic chance of adding another trillion dollars worth of geopolitical clout to its bank account. In short, Brasilia’s economic future is blindingly bright.
Brazil doesn’t score as well on the political scale, but is showing progress. Brazil is by far the heavyweight on the South American continent, but has lived a largely insular life thanks in large part to its dense Amazonian shroud and an array of internal issues that has kept Brasilia’s hands tied for decades. Consequently, Brazil doesn’t have much ability to influence the behavior of its neighbors beyond the buffer states of Uruguay, Paraguay and Bolivia, that Brazil uses to keep a lid on Argentina, a country that — fortunately for Brazil — has economically self-destructed enough for Brasilia to not have to worry about a credible threat emanating from the southern pampas any time soon.
Internally, Brazil suffers from severe socio-economic inequalities — a legacy inherited from the country’s colonial past when the Portuguese created a tiny land-owning elite that relied heavily on the African slave trade for labor to compete with the Spanish powerhouses of Mexico and Peru. This socio-economic divide manifests itself in a number of ugly ways, from deep corruption to violent crime. It can also be seen in the stark difference in political culture between the country’s socialist-leaning north and capitalist-leaning south. Whereas the north needs the state to survive, the south largely views the state as a hindrance to its growth. Nonetheless, the debate over whether or not Brazil should be ruled by a democratic regime ended a quarter of a century ago. Even in preparing legislation to manage Brazil’s future energy wealth, the country is exhibiting notable signs of political maturity. Brasilia will have to maneuver its way through a web of domestic constraints before it can develop an attention span to deal with issues abroad (and these internal impediments really cannot be underestimated), but the country’s political trajectory is heading in the right direction.
When it comes to military prowess, Brazil gets the weakest score. Despite having 10 neighbors, Brazil’s surrounding geography provides the country with enough insulation to keep the country sheltered from most external threats. And with Argentina currently out of the game, Brazil has simply lacked the urgency to build up its military might. But as Brazil is realizing its own economic and political potential, it is also realizing the need to modernize its military. Whereas Brazil’s economic tumult in the 1980s and 1990s led the state to slash funding for the military, Brasilia is now looking to build up the country’s military-industrial complex to enhance Brazil’s military posture and at the same time create another industrial sector to fuel Brazil’s economic growth.
But the country is also struggling to come up with the right guiding imperatives to focus its modernization efforts. For example, the navy appears more focused on building nuclear-powered submarines — a long-range offensive tool — rather than the more conventional submarines and surface combatants that will actually have utility in defending its offshore oil wealth, not to mention the replenishment capability to deploy its ships further afield should Brazil develop the capability to engage in peacekeeping missions far from home.
At the same time, Brazil has also revealed strategic thinking in its long-term military-industrial development. For example, in trying to cut its dependency on foreign military suppliers, Brazil has made technology transfer and indigenous assembly key considerations in its search for a new combat fighter jet. Still, Brazil is realizing that if it hopes to use its military as a foreign policy tool one day, it will need to build up the muscle to match its rhetoric. That vision is going to take decades to become a reality.
Though Brazilian strengths vary widely in the political, economic and military domains, there is no question that the country has immense geopolitical potential and is showing definitive signs of realizing that potential. But for Brazil to graduate from regional hegemon to global player and command the respect of its global peers, it’s going to need to demonstrate the ability to project real power beyond its borders. Speeches can be made anywhere, any time, but real Brazilian power — that is, words backed up with action — will not come fast, cheap or easy.
STRATFOR.COM Diary Archives
Tuesday, June 22, 2010
“For Brazil to gain the respect that it seeks from the Western industrial states, it has to match its rhetoric with action in the three pillars of geopolitics: economic, political and military might.”
Brazilian Foreign Minister Celso Amorim launched a barrage of criticism against the U.N. Security Council (UNSC) on Monday, asserting that the Council “no longer reflects the political reality” of today, but rather that of 64 years ago. Amorim also criticized the UNSC for neutralizing a Brazilian-Turkish nuclear fuel swap proposal with Iran with a fresh sanctions resolution, the details of which Amorim claims were not available to the non-permanent Council members in a reflection of how the UNSC has “zero transparency at the technical level.” Amorim’s critique of the UNSC came a day after he announced that Brazil would no longer play an active role in mediating the Iranian nuclear dispute since “we got our fingers burned by doing things that everybody said were helpful and in the end we found that some people could not take ‘yes’ for an answer.”
As far as Amorim is concerned, all Brazil is asking for is a little respect from the world powers. In the eyes of Amorim and his countrymen, Brazil is already well on its way to global power status and shouldn’t have to fight to be taken seriously by its peers in the international community. Even if some like the United States are uneasy about having another power rise in the Americas, there is growing consensus in the world that Brazil will be a country to be reckoned with in the years to come. What countries like Brazil, Turkey and India have difficulty internalizing, however, is that there are no shortcuts to geopolitical stardom. For Brazil to gain the respect that it seeks from the Western industrial states, it has to match its rhetoric with action in the three pillars of geopolitics: economic, political and military might.
Despite not having been dealt the most suitable geography for internal development, Brazil scores strongest in economics. For a country to be considered a true geopolitical success story, it must have both inland transportation systems and maritime transport options to internally develop the country and drive down the cost of doing business. Brazil may have the second-longest river in the world, but the Amazon is no Mississippi when it comes to navigability. Cutting through jungle is not exactly conducive to business development.
Without a functional inland water system, Brazil has had to rely on artificial transportation systems, such as roadways, railways and airlines, to develop and connect its rural interior with the cosmopolitan coast. And to take advantage of its huge Atlantic coastline, Brazil has to build up ports to support its maritime trade with the outside world. Such infrastructure takes a lot of time and money to build, but after years of economic tumult, Brazil has found itself in a stable enough position to make the necessary investment to feed its industrial base and avoid falling into a resource-extractive economic pit like many of its South American neighbors.
While Brazil’s economic foundation is standing strong, the real icing on Brazil’s $1.58 trillion economy can be found off the Brazilian coast, where some $70 billion to $110 billion of crude oil reserves are sitting in a pre-salt layer beneath the ocean floor. Brazil, a country that has already achieved self-sufficiency in energy, is putting the bulk of its effort these days into readying itself for the challenge of extracting this hard-to-reach oil, realizing that within the next decade the country has a realistic chance of adding another trillion dollars worth of geopolitical clout to its bank account. In short, Brasilia’s economic future is blindingly bright.
Brazil doesn’t score as well on the political scale, but is showing progress. Brazil is by far the heavyweight on the South American continent, but has lived a largely insular life thanks in large part to its dense Amazonian shroud and an array of internal issues that has kept Brasilia’s hands tied for decades. Consequently, Brazil doesn’t have much ability to influence the behavior of its neighbors beyond the buffer states of Uruguay, Paraguay and Bolivia, that Brazil uses to keep a lid on Argentina, a country that — fortunately for Brazil — has economically self-destructed enough for Brasilia to not have to worry about a credible threat emanating from the southern pampas any time soon.
Internally, Brazil suffers from severe socio-economic inequalities — a legacy inherited from the country’s colonial past when the Portuguese created a tiny land-owning elite that relied heavily on the African slave trade for labor to compete with the Spanish powerhouses of Mexico and Peru. This socio-economic divide manifests itself in a number of ugly ways, from deep corruption to violent crime. It can also be seen in the stark difference in political culture between the country’s socialist-leaning north and capitalist-leaning south. Whereas the north needs the state to survive, the south largely views the state as a hindrance to its growth. Nonetheless, the debate over whether or not Brazil should be ruled by a democratic regime ended a quarter of a century ago. Even in preparing legislation to manage Brazil’s future energy wealth, the country is exhibiting notable signs of political maturity. Brasilia will have to maneuver its way through a web of domestic constraints before it can develop an attention span to deal with issues abroad (and these internal impediments really cannot be underestimated), but the country’s political trajectory is heading in the right direction.
When it comes to military prowess, Brazil gets the weakest score. Despite having 10 neighbors, Brazil’s surrounding geography provides the country with enough insulation to keep the country sheltered from most external threats. And with Argentina currently out of the game, Brazil has simply lacked the urgency to build up its military might. But as Brazil is realizing its own economic and political potential, it is also realizing the need to modernize its military. Whereas Brazil’s economic tumult in the 1980s and 1990s led the state to slash funding for the military, Brasilia is now looking to build up the country’s military-industrial complex to enhance Brazil’s military posture and at the same time create another industrial sector to fuel Brazil’s economic growth.
But the country is also struggling to come up with the right guiding imperatives to focus its modernization efforts. For example, the navy appears more focused on building nuclear-powered submarines — a long-range offensive tool — rather than the more conventional submarines and surface combatants that will actually have utility in defending its offshore oil wealth, not to mention the replenishment capability to deploy its ships further afield should Brazil develop the capability to engage in peacekeeping missions far from home.
At the same time, Brazil has also revealed strategic thinking in its long-term military-industrial development. For example, in trying to cut its dependency on foreign military suppliers, Brazil has made technology transfer and indigenous assembly key considerations in its search for a new combat fighter jet. Still, Brazil is realizing that if it hopes to use its military as a foreign policy tool one day, it will need to build up the muscle to match its rhetoric. That vision is going to take decades to become a reality.
Though Brazilian strengths vary widely in the political, economic and military domains, there is no question that the country has immense geopolitical potential and is showing definitive signs of realizing that potential. But for Brazil to graduate from regional hegemon to global player and command the respect of its global peers, it’s going to need to demonstrate the ability to project real power beyond its borders. Speeches can be made anywhere, any time, but real Brazilian power — that is, words backed up with action — will not come fast, cheap or easy.
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