quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Irresponsabilidade fiscal - Marcelo de Paiva Abreu

Democracia e responsabilidade fiscal
Marcelo de Paiva Abreu*
O Estado de São Paulo, segunda-feira, 6.9.2010

Depois de longo período em que prevaleceram políticas macroeconômicas sérias, houve significativa deterioração da política fiscal ao final do segundo mandato do presidente Lula, especialmente durante o atual processo eleitoral. Clara indicação de que o governo está disposto a ser imprudente para garantir o sucesso nas urnas. Os sinais de deterioração são conhecidos: transferências maciças de recursos a bancos públicos para a concessão de empréstimos subsidiados de prioridade discutível e aumento de gastos de custeio, inclusive os injustificáveis, no quadro de políticas anticíclicas, para citar só dois exemplos notórios.

E, no entanto, os mercados relevantes têm deixado de refletir integralmente essas preocupações. Não seria o primeiro episódio em que visões de curto prazo prevalecem sobre a prudência que se deveria impor com base em análises de prazo mais longo. Nessas circunstâncias viceja o comportamento de manada, e o que seria normalmente classificado como otimismo infundado toma a forma de demonstração compulsória de patriotismo.

Para os que têm memória longa, é só lembrar a euforia empresarial que marcou a posse do ministro Delfim Netto em 1979, vitorioso em seu embate com o prudente, e impopular, Mário Henrique Simonsen. Ao final, deu "xabú" na planejada fuite en avant: a economia cresceu espetacularmente no ano seguinte, mas, depois, espetaculares mesmo foram a recessão e a aceleração inflacionária.

Outra razão para que os mercados reflitam de forma inadequada as vulnerabilidades de prazo mais longo tem que ver com o sucesso da política econômica prudente. Há grande folga para acomodar erros futuros de política econômica. Isso não quer dizer, entretanto, que os danos deixem de ser significativos e não possam afetar o crescimento futuro da economia.

As manifestações dos dois principais candidatos à Presidência da República tendem a agravar as preocupações. O candidato da oposição, ao manifestar desde cedo na pré-campanha as suas reservas quanto à política monetária, abriu espaço para que a candidata oficial ilegitimamente se apresentasse como defensora de um Banco Central prudente. O candidato adotou a mesma postura de 2002: no melhor dos casos, reticência quanto às conquistas do governo Fernando Henrique Cardoso no terreno econômico. Em linha com a sua relutância em relação ao Plano Real, com sua atitude protecionista e sua discordância quanto a aspectos essenciais das políticas monetária e fiscal então propostas pelo Ministério da Fazenda. Na verdade, uma razão importante para explicar as dificuldades da sua candidatura é a falta de continuidade entre o que o governo do PSDB fez no período FHC e o que o governo do PSDB se propõe a fazer depois de 2010. Agora, já em meio à campanha, houve menções à necessidade de conter o aumento da carga tributária. Parece bem pouco e muito tarde.

A candidata da situação vem demonstrando crescente segurança nas suas manifestações sobre a economia. Desafortunadamente, a segurança não é justificada pela substância do que tem a dizer. Recentemente, perguntada sobre a necessidade de um ajuste fiscal, reagiu com veemência. "Sou contra que se faça ajuste fiscal agora no Brasil." "Déficit fiscal é regime de caixa." "Na despesa você sai cortando: aumento de salário mínimo, aumento de salário." "Tem um lado da receita que todo mundo esquece. Sabe o que você faz? Você aumenta imposto."

Nessa memorável "explicação" a referência essencial é a aumento da receita. Desde o início da década de 1990 a carga tributária tem aumentado - hoje excede 34% do PIB. No governo Lula cresceu em média 0,4% do PIB ao ano. É um peso substancial, especialmente quando se leva em conta a qualidade dos serviços prestados pelo Estado. E tenderá a aumentar rapidamente, especialmente se forem implementadas as ideias da candidata quanto ao Estado no setor produtivo e ao relançamento de taxação vinculada a gastos na área de saúde.

Em outros períodos da história brasileira, foi difícil a convivência entre democracia e responsabilidade fiscal. Na Terceira República, entre 1945 e 1964, déficits públicos crescentes foram financiados de forma inflacionária. Houve enorme complacência quanto às finanças públicas e prevalência de visões de curto prazo com resultados desastrosos, primeiro econômicos, depois políticos. A lição a ser aprendida é que responsabilidade fiscal é condição necessária à preservação da democracia.

Sempre será possível continuar aumentando a carga tributária e enfrentar os custos econômicos e políticos que decorrerão da decisão. Mas não parece o caminho mais acertado. A capacidade de escolher entre objetivos alternativos é requisito fundamental para o exercício da Presidência da República. Para conter o ritmo de crescimento da carga tributária será necessário escolher entre despesas. A candidata deveria ter visão menos rudimentar do que seja ajuste fiscal. Um governo responsável vai ter, sim, de fazer ajuste fiscal. Aceitar os custos de curto prazo para obter os benefícios de longo prazo.

*Doutor em economia pela Universidade de Cambridge, é professor titular do Departamento de Economia da PUC-Rio.

Brasil-EUA: o rato e o elefante - uma outra versao da historia...

Bem, para a questão do mito, algo já está respondido aqui, sem necessariamente o concurso de um zoologista (mas talvez de quem entenda de outras espécies de ratos).
Quanto ao caso em si, também está feita a retificação: parece que a submissão só foi até 2001: em 2002 já éramos valentes, quem diria?!
Talvez os diplomatas tenham sentido os ares da mudança e criaram coragem.
Nada como um candidato macho para induzi-los a agir, mesmo sendo submissos...

Lulismo: a auto-referência a serviço da propagação da ignorância. Ou: de ratos e elefantes
Reinaldo Azevedo, 08.09.2010

Nem sempre a gente tem um exemplo tão claro, tão evidente, como no texto que vai abaixo, de como Lula, o Depredador de Instituições, seqüestra a história alheia, rouba para si o mérito de terceiros e ainda fala mal daquele que foi espoliado. E tudo com freqüente ajuda da imprensa. Leiam o que informa Fábio Amato na Folha Online. Volto em seguida.
*
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que os EUA e a União Européia aprenderam a respeitar o Brasil depois de disputas comerciais travadas na OMC (Organização Mundial do Comércio) assim como um elefante “tem medo e se borra” de um rato.

A declaração foi feita quando o presidente discursava no evento de inauguração de um armazém de grãos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em Uberlândia (MG). De acordo com Lula, no seu governo o Brasil passou a “brigar” contra nações mais desenvolvidas e influentes, contrariando pensamento de seus antecessores que diziam que o país não poderia enfrentar economias como a dos EUA por que “são muito grandes.”

“Um elefante é daquele tamanhão, a tromba dele vale uns dez ratos, mas coloca um ratinho perto de um elefante para ver como o bicho tem medo e se borra”, disse Lula, depois de relatar as disputas travadas pelo Brasil na OMC envolvendo temas como açúcar e algodão.

“Eu acho que o que nós fizemos foi dizer para os americanos: nós respeitamos vocês, queremos vocês como parceiro privilegiado nosso, mas nós queremos também ser respeitados”, declarou o presidente, completando que o mesmo recado foi dado à União Européia.

O presidente ainda disse que “o Brasil nunca teve condições de andar de cabeça erguida como agora” e criticou seus antecessores ao afirmar que, antes dele, o país era governado por pessoas com a “mente colonizada.”

Em novembro de 2009, a OMC autorizou o Brasil a retaliar os Estados Unidos em até US$ 830 milhões em resposta aos subsídios concedidos por aquele país aos produtores de algodão. A medida determina que US$ 591 milhões sejam de produtos que terão a tarifa de importação reajustada e cerca de US$ 240 milhões em propriedade intelectual, que envolve marcas, patentes e direitos autorais que podem ser quebrados pelo Brasil.

A retaliação deveria ter começado em abril, mas foi adiada primeiro em duas semanas e depois em dois meses para que, a partir de um aceno americano com medidas paliativas, os dois países fechassem um acordo definitivo.Em junho, porém, o governo brasileiro decidiu suspender por mais dois anos e meio o processo de retaliação comercial a produtos e propriedade intelectual dos Estados Unidos, diante de um acordo provisório que prevê a diminuição até 2012 dos subsídios ilegais ao algodão.

Comento [Reinaldo Azevedo]:
Não estou culpando esse ou aquele, o repórter tampouco. Estou apontando um estado de coisas, caracterizando um tempo. Quem lê o texto acima na Folha Online, além de ser informado da boçalidade vocabular do “guia” de Elio Gaspari — com sua vocação para a escatologia —, imagina que a autorização dada pela OMC para o Brasil retaliar os EUA derivou de uma ação do governo Lula.

Pois é… Quem recorreu à OMC contra os subsídios que o governo americano dava a seus produtores de algodão foi… atenção!, O GOVERNO FHC. Aconteceu em 2002, e o julgamento definitivo só se deu no dia 2 de junho de 2008, com a autorização para a retaliação. Em vez de partir para o confronto, o governo Lula tem postergado a reação, tentando negociar, o que é o certo, diga-se — já escrevi aqui a respeito. Mas imaginem o que os “economistas” do PT não estariam dizendo agora caso fosse FHC a evitar “a punição” aos EUA. Seria acusado de se subordinar ao imperialismo.

Assim vai se construindo uma farsa, nos seus pequenos detalhes. Quanto ao “elefante” que “se borra” (ai, ai…) de medo do “rato”, dizer o quê? Desconstruindo a metáfora em si, é preciso deixar claro: Lula está veiculando uma mentira. O Brasil tem hoje, no comércio mundial, praticamente a participação que tinha em 2002: variou de 1,1% para 1,2%. O valor das commodities é que cresceu brutalmente, o que foi bom para nós, mas Lula não tem nada com isso.

Quanto à coisa em si, É MENTIRA QUE ELEFANTES TENHAM MEDO DE RATOS. Trata-se de um mito, pura expressão de ignorância. Alguém deve ter visto alguma vez o pesado animal tentando pisar na minúscula e ágil criatura e supôs tratar-se de medo. O primeiro registro dessa bobagem em livro é de Plínio, o Velho, na enciclopédia “História Natural”. Segundo ele, o ódio do paquiderme pelo bichinho é tal que chega a recusar o feno em que o rato tenha passado. Plínio também achava que os elefantes tinham respeito pela religião.

Lula deve imaginar que o elefante de fato teme que o rato lhe entre tromba adentro — provável origem dessa tolice, temor idêntico, na seara política, que o EUA teriam do Brasil. Huuummm… Lula bem que tentou “entrar na tromba” de Obama no caso do Irã e até de Honduras. E levou uma trombada que o jogou a alguns metros de distância.

O lulismo é isto: a auto-referência a serviço da propagação da ignorância.

Brasil-EUA: o rato e o elefante que se borra de medo...

A imagem do rato e do elefente é tradicional, mas ainda não a tinhamos visto aplicada às relações Brasil-EUA. Aliás, eu não tenho certeza de que os elefantes tem medo de ratos: pode ser mito, mas talvez algum zoólogo, ou ratólogo (elefantólogo também serve) poderia confirmar...
Quanto ao fato de todo mundo no Brasil, especialmente no Itamaraty, ser colonizado antes de 2003, parece que nunca antes neste país alguém tinha se lembrado de ser independente; éramos todos colonizados, assim por gosto de ser submisso, dependente, servil. Foi preciso vir um presidente muito macho para ordenar que parássemos de ser colonizados. Ainda bem...
Paulo Roberto de Almeida

Disputa na OMC
Lula compara EUA a um elefante que se 'borra' de medo de rato
Luiza Damé, enviada especial
O Globo, 08/09/2010 às 15h04m

"Um elefante é daquele tamanhão, a tromba do elefante vale uns dez ratos, mas coloca um ratinho perto do elefante para ver como o bicho tem medo e se borra."

UBERLÂNDIA (MG) - Na inauguração de um armazém graneleiro da Conab, nesta quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou os Estados Unidos a um elefante que tem medo de rato - o Brasil. Lula falava dos contenciosos do Brasil e dos Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre algodão e açúcar, afirmando que foi criticado por comprar briga com um país maior. Segundo Lula, o elefante é maior, mas "se borra" de medo do rato.

- Um elefante é daquele tamanhão, a tromba do elefante vale uns dez ratos, mas coloca um ratinho perto do elefante para ver como o bicho tem medo e se borra. Eu acho que o que nós fizemos foi dizer para os americanos: nós respeitamos vocês, queremos como parceiro privilegiado nosso, mas queremos também ser respeitados. Dissemos para os europeus a mesma coisa. O Brasil nuca teve condições de andar de cabeça erguida como agora - afirmou Lula.

Segundo Lula, antes do seu governo havia uma mentalidade colonizada nos governantes brasileiros. Lula disse que houve um tempo em que o Brasil foi governado por "pessoas que pareciam inteligentes, mas tinham mentalidade colonizada" e seguiam as orientações dos Estados Unidos e da Europa.

- A independência que nós conquistamos em 1822, na verdade, ultrapassou o século 19 porque a mentalidade das pessoas ficou colonizada. Hoje o Brasil respeita os Estados Unidos, respeita a Europa, mas o Brasil é dono de seu nariz, anda de cabeça erguida e nós queremos competir em igualdade de condições - afirmou.

Lula inaugurou um graneleiro com capacidade para armazenar 100 mil toneladas de grãos e defendeu o fortalecimento da Conab. Para Lula, a empresa é fundamental para manter os estoques reguladores de alimentos no país.

Venezuela: ou vai ou racha, em direcao ao socialismo

Não foi exatamente isso que disse el comandante (outro...), mas foi algo equivalente.
Em todo caso, a hora se aproxima, e de fato será o tradicional "ou vai ou racha"...

Venezuela: Chávez exige un “viraje estratégico radical” para reforzar el sistema socialista
Infolatam, Caracas, 6 de septiembre de 2010

"Han intentado hacer una campañita de que soy antijudío (...); en verdad, respetamos y queremos al pueblo judío", dijo Chávez.

El presidente de Venezuela, Hugo Chávez, exigió a sus seguidores, especialmente a sus ministros y viceministros, “un viraje estratégico radical” a favor del “poder popular”, convencido de que de ello depende su proyecto socialista.

“Exijo que a partir de este mismo instante hagamos un viraje estratégico radical en esto de las formación de las comunas (…); el éxito del proyecto socialista depende de muchos factores, pero uno de ellos, uno de los más sólidos, de los más grandes, de los más impactantes, es el proyecto de los consejos comunales y las comunas: el poder popular”, dijo en Táchira, estado fronterizo con Colombia.

Tras una jornada dominical de manifestaciones, acompañado de prácticamente todos sus ministros, de cara a las elecciones parlamentarias del próximo día 26, y de visitas a diversas organizaciones populares y empresas comunales, urbanas y rurales de la zona, el gobernante admitió que ha constatado que en organización popular “todavía no hemos avanzando lo hay que avanzar”.

Con el poder popular organizado se logrará, dijo Chávez, “evitar que los capitalistas vuelvan a tomar los gobiernos”.

“Lo que más debemos cuidar no es lo que hasta ahora hemos logrado. Lo que hemos logrado es positivo, pero es muy poco comparado con lo que vamos a lograr en el futuro. Entonces, lo que más debemos cuidar es el futuro”, insistió.

US obsession with terrorism - George Friedman

9/11 and the 9-Year War
By George Friedman
Stratfor, September 8, 2010

It has now been nine years since al Qaeda attacked the United States. It has been nine years in which the primary focus of the United States has been on the Islamic world. In addition to a massive investment in homeland security, the United States has engaged in two multi-year, multi-divisional wars in Iraq and Afghanistan, inserted forces in other countries in smaller operations and conducted a global covert campaign against al Qaeda and other radical jihadist groups.

In order to understand the last nine years you must understand the first 24 hours of the war — and recall your own feelings in those 24 hours. First, the attack was a shock, its audaciousness frightening. Second, we did not know what was coming next. The attack had destroyed the right to complacent assumptions. Were there other cells standing by in the United States? Did they have capabilities even more substantial than what they showed on Sept. 11? Could they be detected and stopped? Any American not frightened on Sept. 12 was not in touch with reality. Many who are now claiming that the United States overreacted are forgetting their own sense of panic. We are all calm and collected nine years after.

At the root of all of this was a profound lack of understanding of al Qaeda, particularly its capabilities and intentions. Since we did not know what was possible, our only prudent course was to prepare for the worst. That is what the Bush administration did. Nothing symbolized this more than the fear that al Qaeda had acquired nuclear weapons and that they would use them against the United States. The evidence was minimal, but the consequences would be overwhelming. Bush crafted a strategy based on the worst-case scenario.

Bush was the victim of a decade of failure in the intelligence community to understand what al Qaeda was and wasn’t. I am not merely talking about the failure to predict the 9/11 attack. Regardless of assertions afterwards, the intelligence community provided only vague warnings that lacked the kind of specificity that makes for actionable intelligence. To a certain degree, this is understandable. Al Qaeda learned from Soviet, Saudi, Pakistani and American intelligence during the Soviet occupation of Afghanistan and knew how to launch attacks without tipping off the target. The greatest failure of American intelligence was not the lack of a clear warning about 9/11 but the lack, on Sept. 12, of a clear picture of al Qaeda’s global structure, capabilities, weaknesses and intentions. Without such information, implementing U.S. policy was like piloting an airplane with faulty instruments in a snowstorm at night.

The president had to do three things: First, he had to assure the public that he knew what he was doing. Second, he had to do something that appeared decisive. Third, he had to gear up an intelligence and security apparatus to tell him what the threats actually were and what he ought to do. American policy became ready, fire, aim.

In looking back at the past nine years, two conclusions can be drawn: There were no more large-scale attacks on the United States by militant Islamists, and the United States was left with the legacy of responses that took place in the first two years after 9/11. This legacy is no longer useful, if it ever was, to the primary mission of defeating al Qaeda, and it represents an effort that is retrospectively out of proportion to the threat.

If I had been told on Sept.12, 2001, that the attack the day before would be the last major attack for at least nine years, I would not have believed it. In looking at the complexity of the security and execution of the 9/11 attack, I would have assumed that an organization capable of acting once in such a way could act again even more effectively. My assumption was wrong. Al Qaeda did not have the resources to mount other operations, and the U.S. response, in many ways clumsy and misguided and in other ways clever and targeted, disrupted any preparations in which al Qaeda might have been engaged to conduct follow-on attacks.

Knowing that about al Qaeda in 2001 was impossible. Knowing which operations were helpful in the effort to block them was impossible, in the context of what Americans knew in the first years after the war began. Therefore, Washington wound up in the contradictory situation in which American military and covert operations surged while new attacks failed to materialize. This created a massive political problem. Rather than appearing to be the cause for the lack of attacks, U.S. military operations were perceived by many as being unnecessary or actually increasing the threat of attack. Even in hindsight, aligning U.S. actions with the apparent outcome is difficult and controversial. But still we know two things: It has been nine years since Sept. 11, 2001, and the war goes on.

What happened was that an act of terrorism was allowed to redefine U.S. grand strategy. The United States operates with a grand strategy derived from the British strategy in Europe — maintaining the balance of power. For the United Kingdom, maintaining the balance of power in Europe protected any one power from emerging that could unite Europe and build a fleet to invade the United Kingdom or block its access to its empire. British strategy was to help create coalitions to block emerging hegemons such as Spain, France or Germany. Using overt and covert means, the United Kingdom aimed to ensure that no hegemonic power could emerge.

The Americans inherited that grand strategy from the British but elevated it to a global rather than regional level. Having blocked the Soviet Union from hegemony over Europe and Asia, the United States proceeded with a strategy whose goal, like that of the United Kingdom, was to nip potential regional hegemons in the bud. The U.S. war with Iraq in 1990-91 and the war with Serbia/Yugoslavia in 1999 were examples of this strategy. It involved coalition warfare, shifting America’s weight from side to side and using minimal force to disrupt the plans of regional aspirants to gain power. This U.S. strategy also was cloaked in the ideology of global liberalism and human rights.

The key to this strategy was its global nature. The emergence of a hegemonic contender that could challenge the United States globally, as the Soviet Union had done, was the worst-case scenario. Therefore, the containment of emerging powers wherever they might emerge was the centerpiece of American balance-of-power strategy.

The most significant effect of 9/11 was that it knocked the United States off its strategy. Rather than adapting its standing global strategy to better address the counterterrorism issue, the United States became obsessed with a single region, the area between the Mediterranean and the Hindu Kush. Within that region, the United States operated with a balance-of-power strategy. It played off all of the nations in the region against each other. It did the same with ethnic and religious groups throughout the region and particularly within Iraq and Afghanistan, the main theaters of the war. In both cases, the United States sought to take advantage of internal divisions, shifting its support in various directions to create a balance of power. That, in the end, was what the surge strategy was all about.

The American obsession with this region in the wake of 9/11 is understandable. Nine years later, with no clear end in sight, the question is whether this continued focus is strategically rational for the United States. Given the uncertainties of the first few years, obsession and uncertainty are understandable, but as a long-term U.S. strategy — the long war that the U.S. Department of Defense is preparing for — it leaves the rest of the world uncovered.

Consider that the Russians have used the American absorption in this region as a window of opportunity to work to reconstruct their geopolitical position. When Russia went to war with Georgia in 2008, an American ally, the United States did not have the forces with which to make a prudent intervention. Similarly, the Chinese have had a degree of freedom of action they could not have expected to enjoy prior to 9/11. The single most important result of 9/11 was that it shifted the United States from a global stance to a regional one, allowing other powers to take advantage of this focus to create significant potential challenges to the United States.

One can make the case, as I have, that whatever the origin of the Iraq war, remaining in Iraq to contain Iran is necessary. It is difficult to make a similar case for Afghanistan. Its strategic interest to the United States is minimal. The only justification for the war is that al Qaeda launched its attacks on the United States from Afghanistan. But that justification is no longer valid. Al Qaeda can launch attacks from Yemen or other countries. The fact that Afghanistan was the base from which the attacks were launched does not mean that al Qaeda depends on Afghanistan to launch attacks. And given that the apex leadership of al Qaeda has not launched attacks in a while, the question is whether al Qaeda is capable of launching such attacks any longer. In any case, managing al Qaeda today does not require nation building in Afghanistan.

But let me state a more radical thesis: The threat of terrorism cannot become the singular focus of the United States. Let me push it further: The United States cannot subordinate its grand strategy to simply fighting terrorism even if there will be occasional terrorist attacks on the United States. Three thousand people died in the 9/11 attack. That is a tragedy, but in a nation of over 300 million, 3,000 deaths cannot be permitted to define the totality of national strategy. Certainly, resources must be devoted to combating the threat and, to the extent possible, disrupting it. But it must also be recognized that terrorism cannot always be blocked, that terrorist attacks will occur and that the world’s only global power cannot be captive to this single threat.

The initial response was understandable and necessary. The United States must continue its intelligence gathering and covert operations against militant Islamists throughout the world. The intelligence failures of the 1990s must not be repeated. But waging a multi-divisional war in Afghanistan makes no strategic sense. The balance-of-power strategy must be used. Pakistan will intervene and discover the Russians and Iranians. The great game will continue. As for Iran, regional counters must be supported at limited cost to the United States. The United States should not be patrolling the far reaches of the region. It should be supporting a balance of power among the native powers of the region.

The United States is a global power and, as such, it must have a global view. It has interests and challenges beyond this region and certainly beyond Afghanistan. The issue there is not whether the United States can or can’t win, however that is defined. The issue is whether it is worth the effort considering what is going on in the rest of the world. Gen. David Petraeus cast the war in terms of whether the United States can win it. That’s reasonable; he’s the commander. But American strategy has to ask another question: What does the United States lose elsewhere while it focuses on the future of Kandahar?

The 9/11 attack shocked the United States and made counterterrorism the centerpiece of American foreign policy. That is too narrow a basis on which to base U.S. foreign policy. It is certainly an important strand of that policy, and it must be addressed, but it should be addressed through the regional balance of power. It is the good fortune of the United States that the Islamic world is torn by internal rivalries.

This is not dismissing the threat of terror. It is recognizing that the United States has done well in suppressing it over the past nine years but at a cost in other regions, a cost that can’t be sustained indefinitely and a cost that could well result in challenges more threatening than a rising Islamist militancy. The United States must now settle into a long-term strategy of managing terrorism as best as it can while not neglecting the rest of its interests.

After nine years, the issue is not what to do in Afghanistan but how the global power can return to managing all of its global interests, along with the war on al Qaeda.

9/11 and the 9-Year War - STRATFOR

Shift in global power: it's China again

Detecting subtle shifts in the balance of power
Daniel Blumenthal - Shadow Government
Foreign Policy, Friday, September 3, 2010

Subtle shifts in the balance of power are difficult to detect yet of foremost importance to peace and stability. And even if detected in a timely fashion, policymakers can be slow to react. But maintaining a balance of power favorable to one's interests is one of a president's key tasks. On that score, our leaders have been negligent for over a decade.

Occasionally, presidents detect shifts in the military balance when it is too late and then compound the problem by responding with questionable policy choices. For example, President Eisenhower's policy of massive retaliation was, in part, a response to what seemed to be a loss of the U.S nuclear monopoly and Soviet conventional supremacy in continental Europe. (Eisenhower also wanted to maintain U.S superiority on the cheap -- by cutting Truman's conventional defense build-up).

A policy of responding with a nuclear attack to Soviet aggression anywhere did not seem very prudent to many at the time, but at least the president took the perceived shift in the balance of power seriously. Some of President Nixon and Carter's questionable arms control ideas were a response to a shift in the strategic balance in favor of the Soviets. Unfortunately, most of the time, policymakers do not react to an adversary's growing capabilities until met with disaster (e.g. Pearl Harbor, the Soviet invasion of Afghanistan, 9/11).

Today the balance of power in Asia is shifting. Since the end of World War II, Washington has kept the peace in Asia through its forward presence of military forces and its uncontested ability to project force into the region. Take an example from just 14 years ago. Realizing how destabilizing were China's missile tests conducted in the waters around Taiwan, President Clinton sent carrier battle groups near the Taiwan Strait. The missile tests stopped, Taiwan held its elections, and conflict was avoided.

Today, any president would think twice about doing the same. Why? China has arguably gained conventional supremacy around its periphery. Without remediation this could become a hard fact. China's growing short-range missile arsenal (maybe up to 1,500) and fleet of modern aircraft could not only be used to destroy much of Taiwan, but could also be used to strike devastating blows against U.S. forces in Japan. Together with its fast-growing submarine fleet, the Chinese missile force will, within the next decade, be able to cause serious harm to U.S. carriers steaming into the region.

Beijing has been focused like a laser beam on how to coerce and intimidate Taiwan while deterring U.S. and Japanese intervention. Washington has not given the same attention to defense. Our shipbuilding program has atrophied, our ability to protect the bases from which our aircraft fly is non-existent, and there is nothing in the current navy or air force programs of record that demonstrate our attentiveness to this problem.

As a country, we have become so accustomed to projecting air and sea power with impunity anywhere in the world that the idea that our aircraft could be shot down or surface ships sunk seems like science fiction. But China has been studying how to undermine the way we do battle for decades, and its efforts are bearing fruit.

A president choosing to respond to a Chinese attack on Taiwan would now face a host of bad options, most of which are dangerously escalatory. If U.S. forces or those of an ally were attacked, Washington could eventually bring its superior power to bear from other theaters of conflict, but it would take time, and, as shown both in the Center for Strategic and Budgetary Assessment's AirSea Battle and in RAND's A Question of Balance, would probably require hitting military targets in China itself. Considering China's growing conventional superiority, a president's response to a devastating blow by the Chinese against U.S., Japanese, and Taiwanese assets may, by necessity, be highly escalatory.

The good news is that it is not too late to restore some stability to the equation. The United States is a far richer and more stable nation than China. With marginal adjustments in how we spend our finite tax-payer dollars, we can restore a favorable conventional balance in the Pacific that would lessen Chinese temptations to use force and provide us with more strategically stable defensive options should Beijing succumb to those temptations. We seek a cooperative relationship with China, which makes it difficult to think about the unthinkable -- a conflict with China. But a conflict with the United States is just about all the PLA thinks about, and for the sake of peace we must take them seriously.

…………………………………………………

Biography
Dan Blumenthal is a current commissioner and former vice chairman of the U.S.-China Economic and Security Review Commission, where he directs efforts to monitor, investigate, and provide recommendations on the national security implications of the economic relationship between the two countries. Previously, he was senior director for China, Taiwan, and Mongolia in the Secretary of Defense's Office of International Security Affairs and practiced law in New York prior to his government service. At AEI, in addition to his work on the national security implications of U.S.-Sino relations, he coordinates the Tocqueville on China project, which examines the underlying civic culture of post-Mao China. Mr. Blumenthal also contributes to AEI's Asian Outlook series and is a research associate with the National Asia Research Program.


……………………………………

Shadow Government is a blog about U.S. foreign policy under the Obama administration, written by experienced policy makers from the loyal opposition and curated by Peter D. Feaver and William Inboden.

So, Shadow Government has three goals: 1) to provide you, our readers, with a respectful and nuanced assessment of the Obama administration's foreign policy; 2) to offer, where we find points or policies to disagree with, what we think is a responsible alternative course of action; and 3) to defend the Obama administration, as fellow foreign-policy professionals, when good decisions they make are misunderstood or unfairly criticized.

We are critical at times, but we always seek to be civil and constructive. We occasionally find fault, but we always do so in good faith. And we do all of this with the goal of elevating the discourse on U.S. foreign policy, as much as one blog can. We hope you find it interesting.
—Peter Feaver & William Inboden

Minha campanha contra a idiotice nacional - Limitacao das propriedades rurais

Este blog já foi acusado de várias coisas, sendo que duas delas são:

1) Chamar os outros, de cujas opiniões discordo, de idiotas;
2) De desrespeitar os pontos de vista alheios, dos quais também discordo.


Já me redimi pela primeira atitude, pois de fato eu estava errando o alvo: não são as pessoas que são idiotas (embora algumas também possam sê-lo, mas isso eu não posso saber, à distância), mas as ideias que elas defendem é que podem ser idiotas. Desculpo-me pela grosseria e prometo só chamar de idiota aquele que for comprovadamente idiota; os demais são apenas equivocados, embora possam defender ideias idiotas, também, que serão devidamente denunciadas aqui, um blog que se destina precipuamente à discussão de ideias, justamente.

Quanto à segunda atitude, objeto de pelo menos dois comentários, devidamente postados em um dos muitos posts em que discuto ideias idiotas, meu contra-argumento é o seguinte: meu blog, como indicado no "en-tête", se destina precisamente, e como amplamente esclarecido, a discutir ideias. Tenho, portanto, pleno direito de não respeitar "pontos de vista" que encontro equivocados ou até nefastos, no plano das políticas ou dos comportamentos.
Um outro correspondente já sugeriu o contra-argumento, e eu o retomo de modo bem mais explícito.

Não há porque "respeitar" pontos de vista que são manifestamente nocivos do ponto de vista do bem estar social.
Imaginem se os estadistas dos países aliados, em plena Segunda Guerra Mundial, dissessem ao Fuhrer:
-- Herr Hitler, nós não concordamos com a sua política de genocídio contra a população judia, mas respeitamos inteiramente o seu ponto de vista, e portanto vamos nos abster de condenar sua política, ou de denunciá-la como um crime contra a humanidade.

Sei que o meu intelocutor que mencionou essa questão do "respeito pela opinião alheia" não estava pensando nessa situação extrema, mas mesmo nas menos extremas não se pode tolerar ideias simplesmente nefastas.
Todos tem direito a seus pontos de vista, mas se eles os expressam publicamente, é porque assumem responsabilidade pelo que pensam e dizem -- exatamente o que faço aqui -- e portanto devem se submeter à crítica alheia.
Sei perfeitamente que minhas ideias são controversas e muitos devem se sentir chocados, e outros podem até me detestar pessoalmente, provavelmente em função de minhas ideias, justamente. Todos eles são livres de expressar aqui o seu desacordo, e eu vou publicar comentários contrários, desde que dirigidos ao assunto em questão, com contra-argumentos que traduzam ideias, quaisquer que sejam elas (menos aquelas manifestamente racistas ou ofensivas a determinadas crenças).

Pois bem, essa longa introdução para dizer que acabo de receber mais uma dessas propostas que reputo perfeitamente idiotas, mas que recebem ampla aceitação na sociedade. Como também já devo ter dito, não me preocupam as unanimidades: o mesmo Hitler e seu colega Mussolini dispunham de sólidas unanimidades em suas "gestões" e nem por isso podiam deixar de ser considerados o que eram de fato: crápulas criminosos, militaristas degenerados, fascistas doentios.

O que motivou este post sobre a idiotice nacional foi mais um desses plebiscitos que se destinam a impulsionar alguma "causa nacional". Lembro-me de dois precedentes: o plebiscito sobre a dívida externa, em 2001 (que recolheu mais de 97% a favor da suspensão do seu pagamento) e o de 2002 sobre a Alca, que também recolheu "maiorias norte-coreanas" de 99% contra esse projeto americano de zona de livre comércio hemisférico.
Não vou retomar aqui o que já escrevi na época a respeito de cada um deles, apenas mencionar o caráter vicioso das perguntas, induzindo automaticamente ao resultado esperado, numa das mais estupendas demonstrações de má-fé e de desonestidade intelectual de seus promotores.

Os mesmos personagens estão agora atrás deste novo plebiscito, que transcrevo abaixo.
Pelo que verifiquei no site (aqui), ele já recolheu 77% de votos a favor (uau!; estamos longe da unanimidade...), mas promete ser amplamente aceito pela sociedade.
Nem por isso vou deixar de caracterizar a proposta como especialmente idiota, embora cumpro o prometido de não chamar mais ninguém de idiota.
Vou simplesmente transcrever a nova idiotice, sem nenhum comentário, esperando talvez que algum leitor comente o que desejar a respeito.
Se for o caso, voltarei um dia para dizer por que encontro a ideia idiota e como ela pode ser nefasta do ponto de vista das políticas públicas no Brasil.
Não tenho nenhuma dúvida de que essa ideia seria implementada, caso se consiga uma maioria no parlamento a seu favor, o que não acredito que se consiga desde já. Mas do jeito que caminha o Brasil, não se pode excluir nada...
Paulo Roberto de Almeida

Plebiscito pelo limite de terra continua até o próximo dia 12
08/09/2010 11:20

Maioria dos estados brasileiros decidiu prorrogar o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade de Terra até o próximo final de semana; divulgação do resultado será feita nos dias 18 e 19 de outubro

Diga sim! Coloque limites em quem não tem!
por Assessoria de Comunicação FNRA

A decisão foi tomada devido à grande procura da população para participar do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade de Terra, que começou em todo Brasil na última quarta-feira, dia 1º de setembro.

Com o feriado prolongado de 7 de setembro, várias escolas e universidades que estão com comitês formados para a votação vão continuar com o plebiscito popular. Além disso, paróquias também vão realizar grandes manifestações no fim de semana para chamar suas comunidades a aderirem à Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade de Terra.

Os estados confirmados para a prorrogação são: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso, Tocantins, Amazonas, Pará, Bahia, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraná e Rio Grande do Sul. O estado do Rio de Janeiro continua com a votação até a próxima sexta-feira, dia 10.

O abaixo-assinado, que circulou junto com a votação, continua em todo país até o final deste ano. O objetivo desta coleta de assinaturas é entrar com um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) no Congresso Nacional para que seja inserido um novo inciso no artigo 186 da Constituição Federal que se refere ao cumprimento da função social da propriedade rural.

Já o plebiscito popular, além de consultar a população sobre a necessidade de se estabelecer um limite máximo à propriedade da terra, tem a tarefa de ser, fundamentalmente, um importante processo pedagógico de formação e conscientização do povo brasileiro sobre a realidade agrária do nosso país e de debater sobre qual projeto defendemos para o povo brasileiro. Além disso, o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade de Terra veio como um instrumento para pautar a sociedade brasileira sobre a importância e a urgência de se realizar uma reforma agrária justa em nosso país.

Além das 54 entidades que compõem o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, também promovem o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, a Assembléia Popular (AP) e o Grito dos Excluídos. O ato ainda conta com o apoio oficial das Pastorais Sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...