quinta-feira, 28 de abril de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Santo Deus: o PT virou neoliberal !!! (incrivel: o mundo já não é o mesmo...)

Pois é, vivendo e aprendendo, diria um velho marxista.
Não, não estou me referindo a mim mesmo, mas aos representantes da espécie que ainda sobrevivem no clima inóspito e desértico do cerrado central.
Mas essa da presidente (com "e") anunciar, pela voz do seu grão-vizir, que vão privatizar aeroportos é o desmentido da mentira ao cubo, ou seja, a fraude consumada. Onde vamos parar ?!

Foi preciso muita deterioração dos serviços aeroportuários para que a presidente se rendesse ao óbvio: em face de um governo incompetente, de petistas incapazes, melhor entregar tudo para a iniciativa privada.
Em outros termos, não é por falta de dinheiro que o governo está fazendo isso, ou pelo menos não é apenas por falta de dinheiro. Dinheiro sempre existe, basta remanejar o orçamento, quando se tem ideia exata do que se pretende fazer. É por incompetência mesmo.
Essa gente não deixa por menos: ao enfrentar a menor dificuldade já se rendem ao neoliberalismo assim de graça. Covardes...
Aposto como nem vão dar explicações ou justificativas.
Vão encolher o rabo e escondê-lo entre as pernas, como cachorro humilhado, e sobretudo vão ficar quietos, esperando que a oposição não acrescente sua própria gozação à humilhação pública.
Nisso eles podem contar com a "oposição" (com aspas reforçadas, para justamente denotar algo que não existe, por enquanto); ela é incapaz de sequer dizer o que pensa, quanto mais de interpretar o que não pensam os petistas.
Os petistas deveriam dizer: "Gracias, oposição de araque!"

Enfim, aqui fica o meu conselho: talvez os que sobraram na oposição deveriam chamar os petistas de neoliberais. Mas, pensando bem, talvez não cole mais. Como já foi consagrado no vocabulário político e nas aulas idiotas de acadêmicos abestalhados com o "povo no poder", eles, os da oposição, são os neoliberais, como os petistas nunca se cansaram de acusar.

Os petistas são algo mais elaborado: eles são agora os neo-neoliberais...

Paulo Roberto de Almeida

O papel da oposição - Rubens Antonio Barbosa

Transcrevendo:

O papel da oposição
Rubens Antonio Barbosa
O Globo, 26/04/2011

As três últimas derrotas do PSDB em eleições presidenciais deixaram a oposição sem discurso, adotado e incorporado habilmente pelo PT, e sem bandeiras (como a modernização do país e as privatizações), cujos resultados positivos foram renegados três vezes, pelo próprio partido, durante as campanhas eleitorais.
De maneira competente, o governo do PT ocupou todos os espaços políticos. A oposição, reduzida aos pronunciamentos parlamentares, teve pouca relevância e influência no processo político pela dificuldade de ser ouvida pela sociedade. O papel da oposição, em larga medida, foi representado pela mídia que, com competência e com amplo acesso à sociedade, tem fiscalizado as ações do executivo e denunciado o que entende serem equívocos de políticas e mazelas da administração pública.
Criou-se, assim, um vácuo político que a revista “Interesse Nacional” procurou preencher ao promover o debate sobre o papel da oposição no Brasil hoje. Afinal, na última eleição presidencial, 43 milhões de eleitores rejeitaram o que o PT representa e a sociedade brasileira, em profunda transformação, mostra a inclusão das classes D e E em uma classe média que conta hoje com mais de 100 milhões de pessoas, cujas aspirações e valores ainda não estão claramente identificados.
É tão grande o anseio da sociedade pela discussão de ideias e tão vigorosa a demanda pelo debate político que não chega a surpreender a repercussão que um único artigo sobre o papel da oposição conseguiu despertar na mídia e nos meios eletrônicos de comunicação, antes mesmo de sua publicação na revista. A demanda reprimida foi atendida e despertou imediata atenção da classe política e da mídia.
O artigo, publicado no último número da “Interesse Nacional”, pode ser visto como um convite para o inicio de um debate de alto nível sobre o aperfeiçoamento da democracia pelo fortalecimento das oposições. FHC, nos últimos tempos, tem chamado a atenção de seu partido para a urgente necessidade de se reciclar e de mudar seu discurso, sua estratégia e sua ação de modo a que possa ocupar um papel de realce no cenário político nacional.
Na revista, a análise do ex-presidente FHC foi acompanhada por dois outros provocativos trabalhos do sociólogo Demetrio Magnoli e do professor e diplomata Paulo Roberto de Almeida, cujas ideias básicas valem como contribuições importantes para o debate.
Demetrio Magnoli, em “Partido Único”, referindo-se ao PT, assinala que a sociedade brasileira — moderna, urbana, complexa — não se ajusta à sedimentação de seu sistema político sob o peso de um poder hegemônico. Na sua opinião, a rejeição do petismo se expressaria na sociedade sob as mais diversas formas. “Os partidos oposicionistas nada têm a dizer sobre o modelo (econômico) em gestação que subordina o interesse público ao interesse privado”, assinala Demétrio.
Em “Miséria da oposição no Brasil: da falta de um projeto de poder à irrelevância política”, Paulo Roberto de Almeida elabora sobre a inexistência de uma verdadeira oposição no atual cenário político brasileiro e sobre as tarefas da oposição num moderno sistema político democrático. “A oposição brasileira (….) falhou miseravelmente em sua missão oposicionista. Dizer que ela foi inepta, ineficiente, incompetente, patética, seria até ser generoso com as principais forças que foram agrupadas nesta classificação de oposição”, observa Paulo Roberto.
O Partido dos Trabalhadores fez a sua parte. Renovou-se, organizou-se nacionalmente e tem um projeto de poder. No governo há oito anos, e agora desfrutando mais quatro, tem um forte poder de atração e de cooptação.
Espera-se que as oposições, e, em especial, o PSDB, o partido mais forte dentro desse grupo, iniciem um debate democrático para criar condições de modo a apresentarem-se, nas próximas eleições, como uma real alternativa ao PT, com um projeto para o país, e não apenas de poder. A alternativa — caso isso não ocorra — é a consolidação do PT como partido hegemônico, a exemplo do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o México por quase 70 anos.

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Meu artigo ao qual ele se refere é este aqui:

Miséria da ‘oposição’ no Brasil: da falta de um projeto de poder à irrelevância política?
Revista Interesse Nacional (n. 13, abril-junho 2011, p. 28-36)
Link: http://interessenacional.uol.com.br/artigos-integra.asp?cd_artigo=103
Relação de Originais n. 2242; Publicados n. 1029.

Contra-homenagem aos anonimos (verdadeiros e falsos)

De vez em quando aparece por aqui algum anônimo comentarista, que pretende liquidar com duas ou três afirmações peremptórias, geralmente ligeiras, superficiais e inúteis, alguma frustração acumulada ao longo de uma carreira mal-sucedida de escritor ou uma outra jamais alcançada de diplomata.
Essas pessoas pretendem se fazer ouvir, e ficam contentes quando eu admito aqui duas ou três bobagens que escreveram, geralmente negativas para com minha atividade, depreciativas de minha escrita ou enraivecidas com minhas posições políticas (em geral anarquistas, reconheço, ou melhor, libertárias, absolutamente independentes e autônomas de qualquer poder ou autoridade).
Eu nem deveria prestar atenção nesse tipo de erva daninha, e simplesmente deletar os comentários maldosos.
Mas mesmo os anônimos maldosos prestam um serviço: eles sempre me dão a oportunidade de novas reflexões; por isso, devo agradecer sinceramente a eles, mesmo se eles o fizeram com outras intenções e de forma totalmente involuntária.
Enfim, tendo recebido mais uma inutilidade deste tipo, creio que seria oportuno, para deixar esses leitores amargos ainda mais frustrados, republicar um antigo texto dedicado especialmente a eles, que aparecem em diferentes categorias: os bons, os maus e os feios.

Minúsculo Tratado sobre o Anonimato
Paulo Roberto de Almeida

Há muito tempo pretendia escrever um mini-tratado sobre o anonimato, mais uma peça de relativa inutilidade substantiva, apenas para me distrair e para fazer companhia a meus outros mini-tratados (um primeiro sobre as reticências, outro sobre as entrelinhas, um terceiro sobre as interrogações, e um adicional, que aliás não sei se já foi terminado, sobre as exclamações). Não se inquietem os curiosos, pois tenho vários outros no pipeline, ou pelo menos nos meus circuitos mentais, e a coleção deve ser enriquecida com algum besteirol gratificante, cuja única função, pelo menos para mim, é servir a meu próprio divertissement intelectual.
Raramente escrevo textos para contentar ou servir alguém, e jamais escrevo algo com o qual não estou de acordo, o que não quer dizer que eu também não possa me divertir com essas pequenas distrações de um cotidiano mais sério. Sempre me divirto fazendo esse tipo de coisa, pois tudo é motivo para uma digressão a mais na extensa cadeia das minhas escrevinhações.
Pois o mini-tratado pretendido sobre o anonimato se deve obviamente ao fato que recebo incontáveis mensagens anônimas em meus blogs, algumas simpáticas, outras questionáveis (para usar um termo neutro), outras francamente dispensáveis. Se não destoar muito do espírito dos blogs, acabo publicando, mesmo quando se trata de crítica ou discordância em relação ao que escrevi. Um blog tem essa função, precisamente, oferecer um espaço para a livre expressão do pensamento.
Infelizmente, alguns comentários anônimos são extremamente curtos, e a gente fica sem saber o que pretendia exatamente o seu autor. Como, por exemplo, um sintético Anônimo que deixou um comentário sobre esta minha postagem:

sexta-feira, 12 de março de 2010
1779) A pedagogia freireana: nossa contribuicao ao atraso do mundo...

Cito: “Oferecemos ao mundo um PRA, com seu arsenal de inutilidades e pensamentos levianos!”

Como se vê, nada de muito esclarecedor ou útil a um debate importante sobre o tema desse post, que se referia ao papel deletério desse ícone da idiotice pedagógica que é o equivocadamente cultuado Paulo Freire, o representante máximo de nosso atraso educacional.
Mas entendo que o Anônimo em questão nunca teve a intenção de comentar de fato a substância da postagem e, sim, a de criticar o “postador”, no caso eu mesmo, com o que ele se desvia dos meus critérios requeridos para incorporação de comentários, ou seja, de que eles sejam pertinentes e tragam alguma contribuição para o distinto público leitor, se ouso me expressar assim.
Segundo esse Anônimo eu trago ao mundo um arsenal de inutilidades e pensamentos levianos. Curioso que ele se dê ao trabalho de me ler, o que revela um espírito crítico pelo menos deficiente, posto que se ocupando de bobagens e inutilidades. Esse Anônimo faria melhor em ocupar o seu tempo com coisa mais inteligente, em lugar de ficar aqui procurando sarna para coçar sabe-se lá que parte de seu corpo indolente, já que ele parece incapaz de expressar de modo mais claro ou completo o seu pensamento (se é o caso de usar este substantivo...)..

Em todo caso, eu gostaria de agradecer a este Anônimo comentarista, pois ele me oferece a oportunidade de antecipar ao meu previsto mini-tratado sobre o Anonimato, redigindo este minúsculo texto sobre esse tema, que ocupa, digamos assim, quase metade do volume de comentários em meus posts.

Certos comentaristas em meus blogs estão de fato interessados nos temas, e colocam observações inteligentes, correções a meus pontos de vista, complementos à informação em questão, enfim, fazem aquilo que se espera de um comentarista. Muitos, provavelmente mais da metade, são anônimos, o que pode querer dizer várias coisas: se trata de pessoas ocupando cargos na burocracia do Vaticano onde também trabalho, enfim, uma Santa Casa carente de liberdades democráticas mais amplas, posto que as pessoas evitam – e são induzidas a evitar – comentários abertos sobre seu objeto de trabalho, seu ganha-pão tradicional por temor de alguma retaliação indevida (e autoritária, como sempre acontece); outros querem justamente ter a liberdade de participar de um debate sem ter a necessidade de revelar sua identidade, para se sentirem mais livres, leves e soltos na expressão de seu pensamento real, que por vezes é puramente especulativo, ou até contrário ao que normalmente se espera de um profissional de sua condição pública; outros, ainda, querem justamente atacar meus posts ou meus argumentos – o que também é legítimo –, sem precisar se explicar sobre as razões de seus gestos; e existem também aqueles que comparecem com certo despeito, talvez até mesmo alguma raiva, pela liberdade que eu me concedo de ficar escrevendo tanta coisa – muita bobagem, reconheço – sem pedir permissão a nenhuma dessas autoridades que supostamente nos governam (e imagino que eles também sejam colegas de infortúnio intelectual...).
Existem alguns que o fazem por timidez, outros por covardia, outros ainda que atuam por maledicência, ou espírito ranzinza, gente frustrada que talvez gostasse de fazer o que eu faço e que se julga então no dever de me atacar – mesmo de forma tão superficial e incompreensível como o post de comentário negativo acima transcrito – para talvez compensar alguma frustração qualquer.

Enfim, existem anônimos de todos os tipos, inclusive aqueles que mesmo assim são flamenguistas ou corintianos, ou que não abandonam crenças ultrapassadas, há muito tempo na lata de lixo da história, como diria um ilustre marxista.
Pois bem, quero dizer a todos esses anônimos que freqüentam meus espaços de interação que eu os estou “observando”, se ouso dizer, para tirar minhas conclusões sobre sua atividade interessante, e sem dúvida enriquecedora dos meus blogs. Gostaria de lhes prometer que, assim que eu conseguir algum tempo livre, vou escrever meu “mini-tratado sobre o anonimato” en bonne et due forme, as appropriate, como diriam franceses e britânicos. Vai chegar o dia, não se inquietem. Por enquanto fiquem apenas com este minúsculo ensaio sobre um dos assuntos mais sérios do chamado cyberspace, o que permite (quase) todas as transgressões e liberdades.
Aliás, já está na hora de alguém propor uma associação de Anônimos Anônimos, ou seja, gente que se reúne sem revelar a identidade, apenas para discutir, cripticamente se for o caso, as diversas facetas de uma profissão florescente, uma atividade que requer certa coragem para sair do anonimato anônimo para se lançar no anonimato público. Enfim, anônimos anônimos, uni-vos, pois vocês não tem nada a perder, a não ser a vergonha de ser um membro dessa imensa confraria.
Meu mini-tratado virá, mesmo sob risco de algum outro Anônimo classificar minhas iniciativas como um arsenal de inutilidades. Não se pode contentar todos ao mesmo tempo.
Abraços Anônimos, se ouso dizer...

Brasília, 19 de março de 2010.

Revolucao cultural maoista: um dos grandes desastres humanos

De vez em quando, homens (mulheres também) cometem enormes bobagens, desastres que se revelam incomensuráveis. A expulsão dos judeus da península ibérica -- 1492 da Espanha, 1503 de Portugal -- foi uma dessas bobagens enormes que causaram um atraso secular -- vários séculos -- em termos de atraso, perda de capital humano e isolamento cultural e comercial.
O "grande salto para a frente" -- que provocou 25 a 30 milhões de mortos -- e a "revolução cultural" -- que simplesmente destruiu a educação na China, e pode ter provocado alguns poucos milhões de mortos -- ambas provocadas, sustentadas e estimuladas por esse grande tirano megalomaníaco que foi Mao Tsé-tung devem ter representado um desastre de proporções inimagináveis para a China.
Nenhuma família chinesa ficou imune a uma ou a outra. Tragédias fabulosas, se ouso dizer.
Paulo Roberto de Almeida

Calendário Histórico
1969: Termina a Revolução Cultural na China
Deutsche Welle, 27 de abril de 2011

No dia 27 de abril de 1969, seguindo as ordens de Mao Tse-tung, o Exército chinês dissolveu as Guardas Vermelhas.
Mao Tse-tung em 1966, no início da Revolução Cultural

A Revolução Cultural da China nasceu de um estrondoso fracasso do líder Mao Tse-tung. Com a campanha do Grande Salto para a Frente (1958-1960), ele pretendia industrializar a China em tempo recorde e, simultaneamente, construir a sociedade igualitária preconizada pelo comunismo.

Ele obrigou os camponeses a se juntarem em gigantescas comunas agrícolas e instalou siderúrgicas de tecnologia rudimentar por todo o país. Mas o único resultado da campanha foi a desorganização total da economia. Milhões de agricultores morreram de fome.

No dia 27 de abril de 1969, seguindo as ordens de Mao, o Exército chinês dissolveu as Guardas Vermelhas, que levaram a China praticamente à anarquia durante a Revolução Cultural. Oficialmente, o número de mortos durante a Revolução Cultural foi de 34 mil, embora muitos acreditem que, na realidade, houve milhões de vítimas.

Ostracismo e contra-ofensiva de Mao
O desastre do "grande salto" condenara Mao ao ostracismo. O Partido Comunista Chinês afastou-o da condução dos assuntos internos do país, mas ele continuou comandando a política externa.

Em 16 de maio de 1966, advertiu num documento interno que o PCCh estava repleto de revisionistas capazes de, a qualquer momento, instaurar o capitalismo na China. Começava assim sua audaciosa contra-ofensiva para recuperar prestígio, mergulhando o país na chamada Grande Revolução Cultural Proletária.

A revolução mobilizou os estudantes de Pequim e, em pouco tempo, alastrou-se por toda a China. Principalmente a juventude era estimulada a se rebelar contra o "elitismo, revisionismo e a mentalidade burguesa". As consequências foram dramáticas: filhos denunciavam os pais, estudantes agrediam seus professores e forçavam à suspensão das aulas, chefes torturavam seus subordinados.

Perseguições políticas
Cerca de 20 milhões de colegiais e universitários, liderados por Jiang Qing, a mulher de Mao, formaram as Guardas Vermelhas e iniciaram uma onda de perseguições políticas. Intelectuais e líderes do PCCh foram espancados, presos e, em muitos casos, mortos.

Um dos ilustres perseguidos, por exemplo, foi Deng Xiaoping, o dirigente que, depois de enfrentar o exílio interno, voltou ao poder nos anos 70 e arquitetou a revolução capitalista responsável pelo crescimento atual da economia chinesa.

Paralelamente à perseguição política, o movimento promoveu uma faxina cultural. Os "guardas vermelhos" destruíam templos e outros vestígios do "passado feudal", queimavam livros que não tivessem conteúdo revolucionário. A peça Romeu e Julieta, de Shakespeare, por exemplo, era considerada incompatível com o sonhado "paraíso proletário". Mao usou a juventude também para levar ao extremo o culto à personalidade, promovendo marchas colossais em sua própria homenagem.

"Dez anos perdidos"
O "Grande Timoneiro", no entanto, logo perdeu o controle do movimento. Seguiram-se dez anos de turbulências que paralisaram o sistema educacional e abateram a economia. "Foram anos de injustiça, humilhações e sofrimento sem fim", resume o escritor Ba Jin. Os excessos dos "guardas vermelhos" levaram o exército a intervir, já em 1969, com o apoio de Mao. Era, na prática, o fim da Revolução Cultural.

Hoje, o governo comunista se refere à Grande Revolução Cultural e Proletária como "dez anos perdidos". A principal preocupação de Mao não era salvar a ideologia do proletariado. Sabe-se que ele arquitetou o movimento para se livrar de rivais políticos e consolidar seu poder. Seus maiores rivais eram dirigentes da ala moderada do PCCh, como Deng Xiaoping, que defendiam a "liberalização da economia".

Possuído pelo poder, Mao eliminou 12 dos 23 membros incômodos no politburo. A Revolução Cultural pareceu um golpe de Estado. No fim, o próprio Mao viu-se obrigado a acabar com o movimento, ordenando a dissolução das Guardas Vermelhas.

A decisão de extingui-las foi aprovada no nono Congresso do Partido Comunista, a 27 de abril de 1969, marcando formalmente o fim da Revolução Cultural. O país, porém, só voltou à normalidade em 1976, com a morte de Mao. Hoje o governo chinês procura ignorar o aniversário da revolução, para não arranhar a imagem do "Grande Timoneiro" Mao Tse-tung.

Greenpeace: por uma vez concordo com esses malucos...

Eu, geralmente, sou contra tudo o que o Greenpeace faz. Não por animosidade de princípio contra esse bando de quixotescos promotores do meio ambiente, mas porque acredito, pelo que vejo e leio, que eles dispõem de pouca base científica para suas ações militantes, atuando mais por transpiração do que por inspiração bem fundamentada.
Por uma vez concordo com eles, mas mais exatamente pelo lado fiscal e orçamentário, do que por uma oposição de princípio contra a energia nuclear. Ou seja, sou contra o financiamento público, não contra a energia nuclear em si.
Creio que o Brasil deve aprofundar a pesquisa e o desenvolvimento de todas as tecnologias, mas não precisamos de energia nuclear por enquanto...
Paulo Roberto de Almeida

BNDES banca calhambeque atômico
Porgente, 27/04/2011

O Greenpeace do Brasil lançou uma campanha contra o financiamento público do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) à construção de novas usinas nucleares no País. Veja os argumentos da entidade ambiental mais famosa do mundo:

Na véspera do aniversário de 25 anos do acidente nuclear em Chernobyl, na antiga União Soviética, uma ‘nuvem radioativa’ cobriu a sede do BNDES, no Rio de Janeiro. A fumaça laranja que subiu aos céus no Largo da Carioca, endereço do banco no centro da cidade, foi ao mesmo tempo um alerta sobre os perigos de um acidente nuclear e um apelo para que o BNDES suspenda o financiamento para a construção da usina nuclear de Angra III.

Por volta das nove e meia da manhã, ativistas do Greenpeace vestidos como equipes de resgate em acidentes nucleares dispararam sinalizadores de fumaça na frente do prédio do BNDES, simulando contaminação por radiação. Um cartaz pedia ao BNDES para não financiar uma geração de energia tão insegura, como provam Chernobyl e Fukushima.

O governo brasileiro tem na manga cinco projetos de novas usinas nucleares. Quatro ainda estão sem endereço definido. Jacques Vagner, governador da Bahia, torce para levar a maior parte delas para seu estado. A quinta está para ser construída em Angra dos Reis, no litoral Sul fluminense, no complexo que já abriga as usinas nucleares de Angra I e II. A nova unidade, Angra III, já custou aos cofres públicos 1 bilhão de reais e a estimativa do seu custo total ultrapassa 10 bilhões de reais. É muito dinheiro para se investir em uma usina que até seus criadores, os alemães, consideram uma espécie de calhambeque atômico.

Progressos fantasticos do Mercosul -- as barreiras amistosas de nuestros hermanos

Bem, por uma vez não sou eu quem está dizendo...
Paulo Roberto de Almeida

Argentina é o país com mais barreiras contra o Brasil
Centro de Pesquisas de Políticas Econômicas de Londres
Blog PortoGente, 27/04/2011

Dos principais parceiros comerciais do Brasil, os “hermanos” da nossa vizinha Argentina são os que mais possuem barreiras contra os produtos nacionais. São, ao todo, 30 medidas protecionistas em vigor, e mesmo assim, a Argentina é o terceiro país que mais recebe produtos brasileiros, perdendo em volume financeiro apenas para a China e os Estados Unidos.

Dos R$ 317 bilhões que exportamos, quase 10% (o equivalente a R$ 29 bilhões) foram para a Argentina. “A Argentina é um parceiro importante para o Brasil, mas passou da hora de resolvermos as diferenças políticas e econômicas com nosso vizinho. As barreiras impostas desgastam a relação entre os dois e não cooperam para o desenvolvimento do Mercosul”, diz a economista Carla Rodrigues
Consultada pelo Portogente, a especialista avaliou os números surpreendentes de um levantamento divulgado semana passada pelo Centro de Pesquisas de Políticas Econômicas de Londres. O órgão aponta a Argentina como o país que mais possui barreiras contra o Brasil, superando até mesmo a Rússia, que se notabilizou pela defesa excessiva de seu comércio.

“A relação entre Brasil e Argentina sofre testes diários. Transportadores reclamam das multas, os exportadores se sentem injustiçados com as tarifas e os impostos, a presidente sempre promete diminuir as barreiras, mas nunca coloca isso em prática e mesmo assim a troca de produtos subiu 45% em 2010 se compararmos com o ano de 2009. É um fenômeno”, destaca a economista.

Raio-X das exportações brasileiras em 2010

Argentina
30 barreiras contra o Brasil
US$ 18 bilhões em exportações brasileiras
45% de crescimento nas trocas entre 2009 e 2010

Rússia
27 barreiras contra o Brasil
US$ 4,15 bilhões em exportações brasileiras
44,7% de crescimento nas trocas entre 2009 e 2010

China
5 barreiras contra o Brasil
US$ 30,7 bilhões em exportações brasileiras
46,5% de crescimento nas trocas entre 2009 e 2011

Estados Unidos
4 barreiras contra o Brasil
US$ 19,3 bilhões em exportações brasileiras
23% de crescimento nas trocas entre 2009 e 2010

Fonte: Centro de Pesquisas de Políticas Econômicas de Londres

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...