sábado, 9 de julho de 2011

A boa escrita, reduzida ao essencial, necessario e suficiente...

Retomo apenas parte de um trabalho anterior, sobre como fazer bons textos acadêmicos.

1. Concentre-se no foco do problema
Vá direto ao assunto desde a primeira frase, eventualmente precedida de algum exemplo histórico (como é meu hábito) e literário que pretende realçar o problema a ser tratado. Diga logo de cara algo assim: “Este texto pretende abordar este problema e visa demonstrar esta coisa; meu método, ou meus procedimentos serão os seguintes: blá, blá curto”. Desenvolva a seguir seu argumento principal, mantendo o foco na questão que você de propôs tratar, fazendo eventualmente alguma alusão a questões paralelas que possam ter relevância para o problema central. Tire suas conclusões, dizendo claramente que é aquilo que você descobriu e faça algumas considerações finais sobre a importância desse tratamento para o estado da arte naquele campo (e sua contribuição para ele). Estaria bem assim, ou estou sendo muito elementar? Acho melhor ser simples e direto.

2. Tente ser original e demonstrar sua contribuição para o avanço da “arte”
Pessoas sem ideias se contentam em resumir contribuições alheias, no que não vai nenhuma grande tragédia. Se este for o caso, diga claramente: Fulano disse isto, Sicrano disse aquilo, e eu resumo o que disse Beltrano a respeito ou sobre os dois; mas tente, se possível, expressar uma opinião própria sobre a questão, ainda que seja a de dizer que você pretende apenas oferecer uma síntese que resumo o estado da arte dos outros. Se não tiver nenhuma ideia interessante ou inteligente para expressar sobre a questão, tente, pelo menos, formular algumas perguntas para pesquisa ulterior, mais ou menos neste sentido: seria útil pesquisar tal questão em sua aplicação ao caso brasileiro, ou então dizer que dados concretos sobre tais e tais manifestações do problema precisariam ser pesquisados com vistas a refletir sobre aqueles ensinamentos nesta ou naquela situação nova. Gostou?

3. Escreva contribuições concisas e objetivas, com frases legíveis e compreensivas
Tente seguir o estilo americano: frases curtas, muitos pontos, perguntas claras, afirmações diretas, sem rebuscamentos de linguagem, com eliminação de tudo que não seja absolutamente necessário para a compreensão do “seu” problema. Mesmo que tenha vontade de escrever um tratado erudito sobre o assunto, comece por expor o conjunto de forma breve, se possível com outlines prévios, enxugando tudo o que for secundário. Depois que terminar seu “mini-artigo”, você poderá se lançar na obra prima da sua carreira acadêmica, em algo que fique nos anos como o magnum opus daquela área; mas comece modestamente por favor, pois o efeito pode ser maior. Não é para ser curto e grosso, apenas conciso e objetivo. Pode até ter frases de efeito, mas apropriadas ao caso.

4. Explore implicações do seu problema e especule inteligentemente a respeito
Todo e qualquer problema humano está sempre relacionado a muitos outros, para frente, para trás, para os lados, em direção ao futuro, vindo de um passado mais ou menos próximo ou distante. Ou seja, você não está sozinho, e sua questão genial apresenta efeitos em cadeia ou impactos em outras áreas; portanto, explora essas possíveis interações e interdependências, visualize consequências desse problema para outras áreas, e até se permita digressões sobre os resultados de uma determinada ação naquele terreno (pode até ser a famosa lei das consequências involuntárias, mas sempre existo algo mais).

5. Mostre exemplos, casos análogos, dados concretos sobre o “seu” problema
Nada melhor para ilustrar uma digressão científica especialmente chata – e existem alguns filósofos franceses e sábios alemães que se especializam na chatice – do que mostrar exemplos concretos, casos reais, ações efetivamente perpetradas pelos agentes envolvidos no seu caso. Ser abstrato é vedado aos comuns dos mortais, e apenas autorizado a membros da academia e outras vacas sagradas. Como você tem de convencer pares, professores, curiosos em geral, que todos, em geral, sabem menos do que você naquela área específica (a menos que você esteja enganando todo mundo), você precisa ser o mais convincente possível. Nada melhor, portanto, do que trazer exemplos à colação (é assim que se diz nas teses jurídicas especialmente chatas?) para tornar sua demonstração perfeitamente clara e empiricamente verificável.

6. Exponha claramente o itinerário metodológico e demonstrativo do seu trabalho
Todo trabalho acadêmico apresenta uma estrutura muito simples, até repetitiva: geralmente ele tem uma pequena introdução, na qual se expõe o objeto a ser tratado, seguida da metodologia, ou das técnicas a serem seguidas no tratamento do problema; o argumento principal vai ser desenvolvimento no núcleo central do trabalho, em quantas partes forem necessárias para demonstrar, discutir, esquartejar um assunto determinado; finalmente se chegam às conclusões a serem tiradas do tratamento precedente; o resto é complemento (notas, bibliografia, anexos, etc.). O importante é que seu raciocínio seja muito claro quanto a essas diferentes etapas do trabalho de construção de uma explicação para o problema selecionado. Por isso, uma regra elementar deve ser seguida: antes de começar a escrever, pare e pense no seu problema. Quem não tem ideias claras, não pode, ou não consegue se expressar claramente, ou seguir um itinerário linearmente rigoroso de pensamento. Quando seu trabalho estiver suficientemente pensado, voilà, zut!, ele já está pronto: só falta escrever, mas isso é o de menos quando se sabe onde se quer chegar...

7. Seja claro nas expressões, use uma linguagem a menos sofisticada possível
Não existe nada entre o céu e a terra, neste vasto universo que ainda não é o nosso, que não possa ser explicado em termos simples, inteligíveis, compreensíveis a um leigo no assunto. Pense que você vai ter de explicar aquele problema para uma criança de dez anos, ou um adolescente de quinze, que seja (no limite para a sua mãe, que não é do ramo, digamos assim). Portanto, escolha expressões comuns, e se tiver de empregar termos técnicos, ofereça uma explicação mais palatável se eles forem suficientemente obscuros, talvez entre parênteses. Coloque de lado aqueles filósofos franceses que se especializaram em enganar os trouxas com frases incompreensíveis (e elas são mesmo). Essa coisa de jargão sofisticado geralmente é para iludir os incautos, portanto não abuse de sua permissão para falar difícil. Claro, não precisa descer ao nível rasteiro de certo personagem que se vangloriava de nunca ter tido diplomas na vida, e que falava deliberadamente errado para encantar o povão; mas não tente fazer de seu trabalho um exemplo do barroco linguístico.

8. Evite adjetivos, exploração de emoções, subjetivismos dramáticos
A vida e o mundo já são suficientemente complicados como eles são, mas um trabalho acadêmico não é uma novela mexicana, nem um dramalhão daqueles antigos. Adjetivos de qualidade – estupendo, magnífico, único, etc. – devem ser evitados absolutamente (e lá vou eu com um...). De forma geral, adjetivos e qualificativos devem ser banidos do trabalho, embora ele possa ter evidências quanto ao impacto significativo de certos fenômenos sobre a ação humana. Mas como diria um personagem famoso, todos os seus gestos devem ser friamente calculados, ou seja: evite grandes explosões terminológicas, quando você pode expressar a mesma ideia em tom mais comedido e, sobretudo, mais objetivo e contido. Eu, por exemplo, costumo chamar muita gente de idiota – e existem, efetivamente, muitos idiotas no mundo – mas o que é aceitável num post rápido em blog de divertimento não cabe num paper supostamente sério. Em outros termos, não deixe transparecer sua emoção no tratamento de uma questão, ainda que ela o coloque em sérios dilemas morais e em angústias existenciais. Fique frio...

9. Tente quantificar fenômenos, use números, mas não abuse da estatística
Tudo, com a provável exceção do amor (e talvez do ódio), pode ser quantificado, medido, colocado em gráficos e comparado a outras situações (anteriores, de outros agentes em outros lugares). Os economistas são pródigos em usar e abusar de estatísticas e os economistas teóricos gostam de encontrar uma equação que traduza a realidade dos indicadores a uma fórmula de sua modelagem que sirva para prever ou antecipar processos similares, podendo, portanto, ser objeto de políticas públicas, na área macroeconômica ou setorial. Se pudessem, eles resumiriam toda a complexidade do mundo numa fórmula mágica, do tipo: E = mc2. Nos assuntos humanos – e isso inclui a economia também – fórmulas e números são úteis, mas apresentam limites efetivos para sua utilização contínua, pela simples razão que os homens estão sempre ajustando sua conduta para obter a maximização de seus fatores e ativos em face dos constrangimentos do real – que são as ações dos governos (geralmente em seu detrimento, caro leitor) e as de outros agentes da sociedade. Por isso, faça recurso dos indicadores quantitativos e tente medir, ou mensurar, os problemas que são objeto de sua análise, mas não confie demais nos procedimentos estatísticos como indicativos de tendências futuras. Nada é imóvel neste nosso mundinho tumultuado...

10. Demonstre conhecimento das fontes, mas não abuse das referências
Eu já li muita monografia de aluno que, mesmo para fatos históricos indiscutíveis – uma guerra, uma revolução, enfim, coisas objetivas –, se esmeram em juntar uma pletora de citações e de referências bibliográficas para dizer, finalmente, o óbvio: “nossa civilização tem bases greco-romanas” (bem, não precisa citar nenhum grande historiador para saber disso, pois não?). Não é preciso carregar um paper, um trabalho mais alentado ou até uma tese doutoral com centenas de remissões anódinas, ou seja, tratando daqueles casos que já pertencem ao estado da arte do problema tratado. Fatos são fatos, por mais que se desgoste deles, e eles não vão deixar de existir porque algum autor tem uma opinião mais negativa sobre esses mesmos fatos (a dominação perversa do capitalismo financeiro monopolista, por exemplo). Todos nós estamos cansados de ver o capitalismo condenado ao desaparecimento como resultado das últimas dez crises ocorridas em seu itinerário tumultuado, não é mesmo? Bem, sendo mais objetivo, a regra aqui, e a última desta série desorganizada, é muito simples: erudição não precisa ser medida em toneladas de bibliografia; ela pode ser medida com comentários inteligentes à obra de um autor consagrado, o que normalmente exige mais inspiração do que transpiração. Portanto, seja comedido no “ajuntamento” (esse é o termo) de sua bibliografia de referência e tente trabalhar com os autores essenciais ao problema que você escolheu. Se algum outro autor não tem nada de relevante a dizer sobre o problema selecionado, ignore-o solenemente. Mas, em sentido contrário, não tente a sorte pescando na internet coisas que depois você não vai citar devidamente e dar o crédito a quem merece: os instrumentos de busca que os professores utilizam estão cada vez mais sofisticados, e seria muito triste alguém perder uma bela carreira por acusações de plágio ou falsificação de trabalhos alheios.

Seja feliz em seu trabalho, melhore a sua escrita (o que eu mesmo vou tratar de fazer) e avance alguns degraus na ladeira do conhecimento: você vai se sentir muito melhor olhando o mundo do alto de sua capacitação intelectual. Escreva claro, escreva bem, trate dos problemas como eles devem ser tratados: objetivamente, concisamente, reflexivamente.

Paulo Roberto de Almeida
(Brasília, 14 de maio de 2011)

Machismo economico: governo argentino processa economistas... por processar dados

Dois processos paralelos, que só poderiam ocorrer num país surreal, dadaísta, digamos assim.

De um lado, economistas argentinos vivendo num país que se supõe garanta as liberdades básicas, processam dados de custo de vida e montam seus próprios índices de inflação, já que não podem confiar nos dados manipulados (e propriamente distorcidos) pelo governo. Pode até ser que, no processo de recolher e "trabalhar" os dados, eles torturem alguns números para que eles confessem a verdade dos preços, mas estes ainda não reclamaram e não se sabe se podem iniciar um processo contra os ditos economistas independentes. De toda forma, não seria motivo para que o governo inicie qualquer processo contra eles.

Do outro lado, justamente, o governo iluminado, preclaro, sapiente, onisciente, pervasivo, omnipresente, sábio e previdente dos K. pretende processar os economistas como reles criminosos que são, já que eles não aceitam a verdade governamental de que a inflação só progrediu um tiquinho assim, quando eles acham que ela andou um tantão assim. A distância não parece ser assim tão grande: só 15 ou 20%...

Eu me pergunto o que diriam sobre isso a Ordem dos Economistas Argentinos (algo do gênero deve existir por lá) e o Comitê de Estatísticas da ONU, e também o que diria o Conselho de Direitos Humanos, pois se trata de grave atentado às liberdades individuais. Resolução já...

Esperemos uma nota de certo ministério que sempre emite notas sobre casos graves da agenda internacional, que poderia ser redigida mais ou menos assim: "O governo expressa sua preocupação ante tais fatos graves que ocorrem num país irmão e insta as partes a dialogarem em favor de uma solução pacífica e ordeira a este infeliz contencioso, no pleno respeito dos direitos humanos e das normas democráticas, de conformidade com os compromissos internacionais pertinentes."
Paulo Roberto de Almeida

Argentina Charges Economists
BY TAOS TURNER
The Wall Street Journal, July 9, 2011

BUENOS AIRES—Argentina's government has filed criminal charges against the managers of an economic consulting firm, escalating its persecution of independent economists.

A federal court official said Friday that a judge is evaluating the charges but has yet to decide if it is appropriate to begin investigating them.

The government is charging MyS Consultores with "publishing false information about inflation data" to benefit themselves and their clients. The criminal complaint alleges that MyS's data also lead to speculative behavior in Argentina's bond market.

MyS Managing Partner Rodolfo Santangelo described the charges as "ridiculous".

Wikileaks Brasil-Bolivia: cultivando amizades (e outras coisas tambem)

There is no need to add any comment...

09LAPAZ1233
admin
222441 8/26/2009 21:06 09LAPAZ1233 Embassy La Paz CONFIDENTIAL

C O N F I D E N T I A L LA PAZ 001233
SIPDIS

E.O. 12958: DECL: 08/24/2019
TAGS: PREL, PHUM, PGOV, ETRD, ENRG, PINR, BR, BL

SUBJECT: BOLIVIA: BRAZIL’S LULA BACKS MORALES FOR RE-ELECTION
Classified By: Charge d’Affaires John Creamer, reasons 1.4 b,d

1. (C) Summary: At an open-air event August 22 in one of Bolivia’s principal coca-growing regions, Brazilian President Lula da Silva delivered a public endorsement of Bolivian President Evo Morales, reflecting Brazil’s conclusion that Morales’ re-election is all but inevitable. Lula and Morales signed several bilateral agreements, including over 300 million dollars in Brazilian financing for Bolivian road construction, and began discussions to revise their gas contract to reflect lower Brazilian demand. Lula offered to eliminate tariffs on up to 21 million dollars of Bolivian textile exports, a move hailed by both sides as compensation for export losses stemming from removal of U.S. ATPDEA trade preferences. Lula and Morales discussed counter-narcotics cooperation, including the pending transfer of Bell-UH helicopters to Bolivia, and the upcoming Unasur summit review of the U.S.-Colombian defense agreement (with Morales more worked up about the issue than ever, despite Lula’s emphasis on dialogue). The Brazilian president queried Morales privately about his relations with the U.S., which prompted a lengthy anti-American diatribe. End summary.

2. (C) Presidents Lula and Morales met August 22 amid a festive atmosphere in Bolivia’s Chapare region, a major coca-growing center and Morales’ home base. With at least 10,000 cocaleros and other Morales supporters in attendance, the two presidents took turns lavishing praise on each other; Morales hailed Lula as a fellow man of the people, while Lula compared Morales to Nelson Mandela. At the stadium event, which resembled a campaign rally as much as a summit meeting, the Brazilian president declared that Morales had begun a new era, confronting the anger of the “powerful,” but also counseled his counterpart to govern on behalf of all Bolivians and to favor dialogue.

3. (C) Those gathered at the event witnessed the signing of four bilateral agreements, among them one establishing over 300 million dollars in Brazilian financing for a 300 km highway extending north from the meeting site (which will be constructed by the Brazilian firm OAS). The other agreements concerned enhanced cooperation in humanitarian assistance/disaster relief, professional education, and scientific research aimed at developing lithium reserves in Bolivia’s Uyuni salt plain (with an explicit provision that industrial development will be “100 percent Bolivian”).

4. (C) The Bolivians highlighted their interest in amending their current gas contract with Brazil, hoping to revise the minimum purchase quantities (currently at 24 million cubic meters per day) given reduced Brazilian demand. According to the Bolivian state gas entity YPFB and the Brazilian embassy here. Bolivia prefers an arrangement that better reflects Brazil’s actual requirements, which would free up gas for domestic needs and possible additional sales to Argentina. Presidents Lula and Morales reached no conclusions on gas (the Brazilians did not include their energy representatives in the August 22 meetings), but agreed to hold another bilateral summit in the next two-to-three weeks in Brazil, dedicated entirely to the energy issue.

5. (C) President Lula announced that Brazil will eliminate tariffs on up to 21 million dollars of Bolivian textile exports, which both he and Morales characterized as making up for the losses suffered by withdrawal of ATPDEA (Morales welcomed the offer as an “ATPDEA without conditions”). Although Lula claimed that the amount was exactly what was lost in U.S. trade, textile trade associations here quickly noted that their exports under ATPDEA were several times greater than that (65 million dollars was the most commonly-cited estimate, which tracks roughly with our figures), and that there’s no Brazilian market for heavy wool alpaca textiles. Nevertheless, the offer made big headlines here, allowing both presidents to draw a contrast between the treatment Bolivia receives from us and the “unconditional” friendship Bolivia enjoys with fellow South American states such as Brazil. 6. (C) We spoke with Brazilian embassy officials here in advance of the visit to encourage some helpful signal of caution from President Lula to Morales regarding the Bolivian’s approach to the United States. These officials said that Brazil sees an improved relationship between Bolivia and the U.S. as in its own interest, and pledged to do what they could to encourage more constructive Bolivian behavior. Still, they noted that Brazil wants to maintain stability on its borders, and has concluded that Morales is here to stay. They said Brazil wants to provide Morales with alternatives to the radical advice he is receiving from Venezuela and Cuba, but clarified that Brazil does not see itself in “direct competition” with Venezuela. The Brazilians added that while they engage the Bolivians on democracy issues, they do not consider Bolivia’s human rights or democracy record to be outside hemispheric norms.

7. (C) Brazilian embassy Minister Counselor Julio Bitelli confirmed for us that President Lula did raise with Morales the issue of Bolivian-U.S. relations (in the 40-minute car ride on the way to the public event), but that this prompted the “usual” extended rant against alleged U.S. crimes. Morales recalled his own personal victimization at the hands of DEA agents, railed against American hegemony in Latin America and appeared unreceptive to hearing any counsel, according to Bitelli. Morales expanded on these now-familiar themes in his public remarks. The Colombian defense agreement was another subject on which Lula appeared to make little headway; the Brazilian president emphasized the need for dialogue and a “frank exchange” on the issue at the upcoming Unasur summit, while Morales publicly declared that any government that allows military forces into their country are “traitors to the liberation of the people of Latin America.”

8. (C) Bitelli reported that the presidents did discuss counter-narcotics cooperation, another area in which we had encouraged greater Brazilian engagement with the Bolivians, but that the talks were limited to equipment issues. Lula explained to Morales that the Bell-UH helicopter transfer was proceeding apace, but that delivery is pending Brazilian parliamentary approval. Bitelli said that Morales asked for Brazilian Tucano aircraft as well, surprising the Brazilians by suggesting that “the international community” should pay for the planes, as counter-narcotics is “a global problem.” Bitelli allowed that the Brazilians did not think much of that suggestion.

9. (C) Comment: Brazilian President Lula’s visit was widely seen here as an endorsement of Evo Morales for reelection December 6, reflecting Brazil’s conclusion that Morales is all but certain to win in any case. We believe, however, that this embrace of Morales is tempered by a clear-eyed recognition of the Morales government’s many shortcomings (the Brazilians indicated that they share a great deal of our frustration with the Bolivians, from counter-narcotics to economic policy). We will continue to encourage Brazil to follow through on its expressed interest in helping to moderate Morales, despite the evident limits of such approaches.

CREAMER

Renovo a pergunta ao companheiro: voce gosta de morar num pais assim?

Eu não, mas nem sempre se consegue mudar de país asi no más...
Em todo caso, aqui segue uma complementação à pergunta feita mais abaixo: será que é possível que tenhamos, um dia (mesmo num futuro distante) um país normal?
Seguem comentários de um jornalista conhecido...

No país da pororoca, da jabuticaba…
Reinaldo Azevedo, 8/07/2011

(...) É, leitor, vivendo e aprendendo…

Sendo assim, a gente tem político que rejeita um cargo no primeiro escalão do governo federal porque o grupo empresarial a que ele pertence diz “não”! Foi o que se deu com o senador Blairo Maggi (PR-MT), convidado a assumir o Ministério dos Transportes no lugar do defenestrado Alfredo Nascimento.

Prestem atenção! O Grupo André Maggi, que congrega as empresas comandadas por Blairo, reuniu-se e chegou à conclusão de que este não pode ser ministro por causa dos negócios que aquele mantém com o governo federal, o que caracterizaria um choque de interesses.

Caramba! O mundo está mesmo ao contrário, e ninguém reparou!

Sempre entendi que a tarefa de apontar incompatibilidades era, na esfera propriamente política, da Casa Civil, e numa outra, já ligada à área de Inteligência, da Abin. Uma analisa a trajetória política do pretendido — ou do pretendente —, e a outra, a ficha, digamos, criminal. Havendo um “nada consta” nas duas instâncias, então se faz o convite.

É o fim da picada que tenha de ser o grupo André Maggi a informar que haveria um choque de interesses entre o Blairo empresário e o Blairo ministro — noto que o grupo deve ter achado que estava dada a compatibilidade quando ele era governador e está dada agora, como senador. Mas isso é o de menos agora.

A dificuldade do governo decorre de um método de composição da equipe de caráter, digamos, feudal, quando os senhores da terra, absolutos em seus domínios e com exército particular, se reuniam para dar a sua cota pessoal de sustentação a um rei que, para todos os efeitos, tentava manter a harmonia do conjunto.

Só se tem hoje um buraco no Ministério dos Transportes porque esse é o feudo do PR. É preciso encontrar o “melhor nome” dentro desse grupo restrito. Considerando que a turma está na pasta há sete anos, é razoável supor que aqueles que se “interessam” por essa área já estavam lá agregados. Uma escolha dentro desse universo corresponde à manutenção do statu quo.

É o que chamo de “Presidencialismo de Colisão com a Moralidade”.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Um chefe de quadrilha otimista: assim que deve ser...

O mês de junho já terminou mas as quadrilhas continuam a funcionar.
Este Al Capone da política, por exemplo, mantém o bom-humor...
Exatamente como deve se comportar um experimentado jogador
(sobretudo os que são treinados pela inteligência cubana...)
Paulo Roberto de Almeida

Acusações contra mim são ‘meras ilações’, afirma Dirceu
por Bruno Siffredi
Agência Estado, 08.julho.2011 16:23:54

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) considerou nesta sexta-feira, 8, que o pedido enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) de condenação de 36 dos 38 réus do processo do “mensalão” não traz “qualquer prova material ou testemunhal” contra ele. Na avaliação do petista, as acusações feitas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, autor do pedido, são “meras ilações”. “Suas acusações contra mim não trazem qualquer prova material ou testemunhal. São meras ilações extraídas de sua interpretação peculiar sobre minha biografia”, afirmou o ex-ministro, em seu blog pessoal.

"A solucao do problema da Libia deve ser dada pelos libios": acredite quem disse isto?

Sim, ele mesmo, o guru da humanidade, o esperto da política, o líder genial dos povos, pelo menos é o que diz que ele disse o que disse o Pravda, vocês sabem, aquele jornal russo que na finada União Soviética só dizia a verdade. Claro, a verdade deles.
Cada um tem a sua verdade, inclusive o que fala...
Paulo Roberto de Almeida

Lula criticizes UN, West at African Union summit
Pravda, 08.07.2011

A bold critique of the attitude of the West towards Africa and Latin America was made by former Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva sparking a standing ovation at the African Union summit on Thursday. Lula criticized in particular the United Nations for not granting to any country in Africa or Latin America a permanent seat on the Security Council.

"It isn't possible that the African continent, with 53 countries, has no permanent representation on the Security Council," he said.

"It isn't possible that Latin America, with its 400 million inhabitants, does not have permanent representation. Five countries decide what to do and how to do it, regardless of the rest of the humans living on this planet."

Lula was referring to the five permanent members of Security Council (Britain, China, France, Russia and the United States).

Brazil, an emerging power with a progressive increase of influence on the world stage, has been fighting for a long time for a permanent seat on the Council of 15 members.

The conflict in Libya is the focus of the summit, which began on Thursday in the capital of Equatorial Guinea, Malabo, with criticism of the NATO action and involvement in the crisis in West Libya. This aggression against Libya is the continuation of the policy colonialist and imperialist countries have always had, creating wars and revolutions in Africa to steal the natural resources of African countries over the centuries.

"We need a UN that has the courage to impose a ceasefire in Libya and to require negotiations between the Libyan leader Muammar Gaddafi and terrorist rebel opponents," said Lula. "The solution to the conflict must be in Libya, between Libyans themselves, not from colonial or foreign powers," he added.

Brazil was one of five countries that abstained on the vote in the UN Security Council in March on Resolution 1973, which authorized the use of "all necessary means" to "protect civilians from the forces of Gaddafi," but in reality its interest was to legitimize a military attack on Libya for the governments of USA, France and England to steal Libyan oil. The authorization - contradicting all the precepts of the UN - has become a "blank check" for NATO to bomb the civilian population of Libya indiscriminately - something that is not in the UN document.

The crisis belongs to the rich

Lula also accused the West of unfairly imposing austerity measures on poor countries, including the Europeans, after a financial crisis that he said had its roots in the United States and in Europe.

"The crisis came from the United States, from American bankers, from financial speculation in the richest countries in Europe. And it is the poor countries of Africa, Latin America and Asia who will pay the bill," he affirmed. Now the "victims pay the price for a crime that they did not commit - that is what is happening in Greece," he said.

The West is "unable to see an Africa that is composed of human beings equal to those on the European continent," he said, adding that perhaps they think that "Africans or Latin Americans are second class citizens or because they look like natives."

"We just want to be treated equally and share the wealth being produced in this world." Lula called for increased integration between African and emerging nations.

Brazil, Russia, India, China and South Africa form the BRICS group, which appears as a possible counter-force in international affairs in relation to Western countries.

Translated from the Portuguese version by: Lisa Karpova
Pravda.Ru

Pergunta a um companheiro ingenuo: voce acredita em transferencia de tecnologia?

Eu confesso que por vezes gostaria de interrogar diretamente certas altas personalidades políticas -- "olhos nos olhos", como diria um desses que se acreditam o centro do mundo -- e fazer-lhes algumas perguntas. Apenas para certificar-me de certas coisas.
Por exemplo, a de constatar se são de verdade ingênuos, mal informados, ou simplesmente idiotas.
Sinceramente não sei dizer se certas personalidades são apenas medíocres, outros são amigos do alheio (como visto em vários casos recentes), ou se são (o que acredito seja a maioria dos casos) apenas despreparados e incompetentes para certos cargos e responsabilidades.
Nunca antes neste país, tivemos tantos medíocres colocados em postos de tão alta chefia.
Parece que vamos continuar assim pelo futuro previsível.
Paulo Roberto de Almeida

Pimentel diz que França pode ajudar mais com transferência tecnológica
Agência Brasil, 807.2011

Memorando de entendimento deverá aumentar o intercâmbio entre os órgãos de governo, centros de pesquisa e desenvolvimento, universidades e empresariado dos dois países.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse ontem (7), em Paris, que a França pode ajudar muito o Brasil com transferência de tecnologia em setores estratégicos. Segundo ele, "nosso País precisa muito do dinamismo da economia francesa no salto de inovação que queremos dar com o lançamento da nova política industrial".

De acordo com nota divulgada por sua assessoria, Pimentel fez a afirmação durante palestra para empresários franceses no The 2nd Brazil Business Summit. Ele também enfatizou para o ministro de Economia da França, François Baroin, a necessidade de fortalecimento da parceria bilateral, embora reconheça que o Brasil é o País que mais recebe investimentos franceses no mundo atualmente.

Pimentel está em viagem oficial à França e chefia delegação empresarial brasileira que participa da 3ª Reunião do Comitê Técnico de Promoção Comercial e de Investimentos Brasil-França. No encontro de ontem (7), Pimentel firmou memorando de entendimento para aumentar o intercâmbio de informações e de boas práticas entre os órgãos de governo, centros de pesquisa e desenvolvimento, universidades e empresariado dos dois países.

O acordo prevê também a promoção conjunta de investimentos, a criação de novos serviços e a aplicação de processos de inovação nos setores produtivos e de serviços, privados e governamentais. Pretende ainda ampliar o apoio à publicação de editais conjuntos entre órgãos governamentais e a integração produtiva entre empresários, universidades e parques tecnológicos.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...