Acreditava que não me surpreenderia mais com qualquer notícia desagradável vinda dos meios políticos do nosso país. Mas a gente sempre acaba se surpreendendo com a desfaçatez de certos personagens, que se excedem, se ouso dizer, no rebaixamento dos padrões éticos mínimos -- estou só pedindo o mínimo -- que deveriam guiar a condução política e administrativa do país.
O Brasil desceu a tal estágio de degradação moral, não apenas na política, mas principalmente na política, que qualquer empreendimento, desimportante que seja, de resistência moral ao quadro de indignidade que vemos estampado todos os dias na imprensa afigura-se importante, se mais não fosse, apenas para nos dar aquele conforto interior, que somos obrigados a resguardar em nome de nossa própria dignidade pessoal.
Confesso que sinto vergonha pelo Brasil, como se estrangeiros, ou observadores externos, nos vissem e perguntassem assim:
- Mas como é que vocês conseguem viver, suportar tais níveis de corrupção, de roubalheira, de mentiras, de fraudes, de degradação moral na vida pública? Vocês não fazem nada a respeito, não se indignam, não protestam, são absolutamente indiferentes a tudo isso? Vocês consentem que pessoas que deveriam estar nas penitenciárias continuem a roubar o dinheiro de vocês todos os dias?
Estas são as perguntas que qualquer visitante estrangeiro, bem informado sobre as coisas do Brasil, poderia nos fazer. E o que eu teria a responder?
Nada, ou quase nada, apenas que estou sempre disposto a colaborar com empreendimentos de defesa da verdade, ou seja, ajudar na divulgação da mera verdade, da simples verdade elementar das coisas, verdades que vêm sendo surripiadas aos brasileiros desde muito tempo, e com maior intensidade a partir de 2003.
Não sou jornalista, nem personalidade de destaque, por isso minha área de influência é muito restrita, praticamente nenhuma, ou apenas reduzida e limitada a este blog (que eu sinceramente preferia dedicar aos temas que são tradicionalmente os seus, de relações internacionais, de política externa do Brasil, de livros e ideias; mas o quadro é tão degradante que, sinceramente, confesso que não tenho estômago para assistir indiferente ao cenário de iniquidades que nos é oferecido todos os dias nas páginas da imprensa).
Por isto mesmo, considero-me fazendo parte de uma espécie de quilombo de resistência intelectual às fraudes e à degradação em que estamos vivendo. Minha colaboração está apenas na disseminação de notícias -- que suponho verdadeiras -- e na divulgação de opiniões com as quais posso concordar apenas parcialmente, mas que refletem em grande medida meu estado de espírito.
Aos defensores da ordem atual, recomendo abstenção: este é um quilombo de resistência e nele me reservo o direito de selecionar ideias e opiniões inteligentes, apenas estas...
Paulo Roberto de Almeida
Se Dilma quer manter autoridade, tem de demitir Pimentel, Gabrielli e destituir Vaccarezza da liderança
Reinaldo Azevedo, 28/08/2011 06:21:12
A presidente Dilma Rousseff não tem o que fazer com alguns dos políticos que foram ao Cafofo do Dirceu. São donos de seus respectivos mandatos. Só os eleitores podem cuidar deles. Mas há três nomes que têm de ser defenestrados já se ela quer preservar a sua autoridade — que Lula já vem tentando minar; só falta agora ela permitir que José Dirceu faça o mesmo.
Refiro-me ao ministro da Indústria e Comércio, Fernando Pimentel — que era o chefe dos aloprados dos dossiês de 2010, lembram-se? —, ao presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e ao líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP). O deputado segue com seu mandato, claro! Mas líder do governo? De qual governo? Daquele que emana do Planalto ou do outro, que se movimenta clandestino em quartos de hotel?
==========
O Cafofo do Dirceu
Reinaldo Azevedo, 28/08/2011 06:23:52
Mantenho, abrindo a edição deste domingo, aquele post de ontem em que desmonto a farsa preventiva que José Dirceu criou para mobilizar a Al Qaeda Eletrônica, a rede petralha na Internet, que tenta esconder o óbvio: o deputado cassado, acusado de ser chefe de quadrilha, montou um governo clandestino num hotel em Brasília — onde ele nem mesmo aparece como hóspede. É uma empresa que paga a conta. Sem função no governo, com conhecida atividade de lobby em vários setores, o homem recebe ministro de estado, dirigente de estatal, senadores, deputados… Em meio à crise que acabou resultando na queda de Palocci, o lobista se movimentava freneticamente para apressar a demissão de seu adversário interno e para fazer o seu substituto. Seu candidato era Cândido Vaccarezza. Não deu certo.
Como o próprio Dirceu dá a entender em seu site, num post ridículo em que tenta posar de vítima, as reuniões flagradas por VEJA não são exceção, mas regra. Segundo ele mesmo confessa, os dois quartos, pagos por um escritório de advocacia, são a sua casa em Brasília. Dirceu não é um lobista qualquer. Seus pares menos famosos e menos poderosos são obrigados a ir até os políticos, a tentar marcar audiência com ministros, a arranjar prepostos que lhes abram os caminhos até os gabinetes. Com o cassado e “chefe de quadrilha” (segundo a Procuradoria), a coisa é diferente.
É o ministro de Estado que vai ao seu encontro. É Fernando Pimentel (Indústria e Comércio) quem se desloca até o aparelho clandestino para encontrar o “chefe”. Qualquer um que tente marcar uma audiência com José Sérgio Gabrielli, o presidente da Petrobras, vai penar. Ele é muito poderoso e muito ocupado. Menos em matéria de Dirceu: nesse caso, se ele fosse um pet, correria animado como um maltês felpudo ao encontro do chefe da matilha. Até um ex-senador e um deputado da oposição freqüentam o “Cafofo do Dirceu”. E Dirceu, vejam vocês, trabalha para empresas da área de petróleo e gás…
É importante deixar claro que nunca antes na história destepaiz houve alguém como ele. Lula, hoje, na prática, faz o mesmo que Dirceu: vocaliza interesses privados, tem grande influência no PT, ganha uma grana preta com suas “palestras”, busca mecanismos oblíquos para ferrar a democracia… Mas, vá lá, o Apedeuta goza, ao menos, de um outro status jurídico e político. Não que não merecesse e ainda mereça as mesmas penas de Dirceu — afinal, era seu chefe —, mas conseguiu se safar. Essa romaria do alto escalão da República a alguém acusado de ser “chefe de quadrilha”? Não, meus caros, isso é inédito!
A canalha petralha pergunta na rede: “Mas o que tem de errado nos encontros? Dirceu é um petista se reunindo com petistas. Não pode?” Não! Homens de estado, alguns deles exercendo cargo de confiança, não podem manter convescotes secretos com um lobista — ainda mais quando se constata que o objetivo é interferir em decisões do governo.
Até alguns setores da imprensa digna desse nome hesitam um tantinho e se perguntam se há algo de incomum na esbórnia. Isso dá conta de um momento de rebaixamento ético da política, a que os petistas não conduziram — é claro que não inventaram a corrupção; eles apenas a conduziram ao estado de arte. Os petistas têm essa particular capacidade de levar as pessoas a duvidar de seus próprios critérios morais.
Então eu lhes proponho um exercício. Imaginem uma empresa privada qualquer. Pensem agora num indivíduo, lobista, dedicado a seu próprio enriquecimento, que recebesse clandestinamente dirigentes dessa empresa para cuidar de seu futuro. Seria aceitável? Os acionistas da dita-cuja permitiriam? Os partícipes da reunião continuariam empregados? Se a prática é impensável na iniciativa privada, por que deveria ser aceita no serviço público?
VEJA ESTOUROU O APARELHO DE JOSÉ DIRCEU! O APARELHO QUE ELE MONTOU EM PLENO REGIME DEMOCRÁTICO PARA CONSPIRAR CONTRA DEMOCRACIA. É uma evidência de que o lobo troca o pêlo, mas não muda o vício.
==========
Assim não dá, VEJA!
Reinaldo Azevedo, 28/08/2011 06:19:41
A gente não pode deixar de reconhecer que certos setores têm mesmo de ficar chateados. Não fosse a VEJA, a Dilma presidente teria carregado Erenice Guerra para um cargo de primeiro escalão; Alfredo Nascimento e os 25 demitidos estariam no Ministério dos Transportes; Wagner Rossi e aquele lobista que bate em jornalista continuaram no Ministério da Agricultura; Dirceu tocaria em paz o seu governo paralelo e clandestino… Isso para citar casos recentes.
Assim não dá, VEJA!
Se a revista continuar a fazer jornalismo, o país corre o sério risco de vir a ser decente um dia. É compreensível que os canalhas, inclusive os vagabundos a soldo da Internet, reclamem.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
domingo, 28 de agosto de 2011
Resenha: Clássicos das relações internacionais - João Henrique Catraio Monteiro Aguiar
RESENHA
Lima, Marcos Costa; Medeiros, Marcelo de Almeida; Reis, Rossana Rocha; Villa, Rafael Duarte (ed.)
Clássicos das relações internacionais
São Paulo: Hucitec, 2010 379 p.
Por João Henrique Catraio Monteiro Aguiar, Mestrando de Relações Internacionais (PPGRI/UERJ). Professor de Sociologia (Colégio Pedro II)
Mural Internacional, Ano II, n. 1, junho de 2011, p. 68-70.
O livro resenhado dedica-se a introduzir o conhecimento sobre os autores clássicos das Relações Internacionais. Há prefácio e introdução dos autores, nos quais definem as linhas gerais e a homenagem do livro (a Gildo Marçal Brandão). O livro é composto por 15 capítulos, nos quais se aborda, em cada um, pensadores clássicos e/ou alguma teoria específica, com vias de mostrar
aos leitores reflexões explicativas tradicionais das relações internacionais. Pode-se, cum grano salis, perceber três grandes eixos estruturantes do livro:
1. Estudos estratégicos ou realistas;
2. Estudos de integração regional e cooperação;
3. Reflexivismo.
O livro é uma coletânea, escrita por acadêmicos de diversas origens. Fornece um instrumento didático para graduandos em relações internacionais; associando análise teórica e extratos originais. O primeiro capítulo é sobre Maquiavel. Nele, Ingrid Sarti analisa a vida e obra do mesmo. Ela examinará as ideias de fortuna e virtú. Em seguida, irá demonstrar quais, para o pensador florentino, deveriam ser as características do príncipe. Demonstra também, em Maquiavel, a fusão do realismo metodológico com a defesa de valores republicanos. Sua obra visaria a “arte possível de governar”.
Marcos Guedes de Oliveira e Erivaldo Cavalcanti apresentam as ideias de Norman Angell, que, sem
defender o socialismo ou o desarmamento, será contra a guerra. Segundo os autores, para ele as guerras fariam o colapso do capital financeiro e industrial e impediriam o crescimento econômico. As guerras gerariam ilusões, como a de que o expansionismo gera riquezas. Os autores mostram que Angell defendeu o comércio e os tratados, bem como a autodeterminação dos países.
Maria Regina Soares de Lima debruça-se sobre Hans Morgenthau. De acordo com sua exposição, o autor escreve ao mesmo tempo um guia para estadistas e uma descrição objetiva da ação política, entronizando o Realismo (através dos 6 princípios). A autora destaca que o pensador internacionalista tanto analisa o contexto político quanto faz teoria. A luta por poder seria, neste caso, a tônica ontológica da política externa. A promoção do interesse nacional seria a ação padrão dos Estados. Para Morgenthau, dentro do sistema anárquico, o poder pode ser limitado por: balança de poder e acomodação.
Rossana Reis demonstra a influência da Guerra Fria e da guerra de independência da Argélia sobre o pensamento de Raymond Aron. Segundo a autora, ele será influenciado por Kant e Hobbes; assim como fará análises usando quatro componentes: teoria, sociologia, história e praxiologia.
Para o pensador francês, o diálogo e o intercâmbio entre as nações assumem modalidades complementares: diplomacia (com o diplomata) e guerra (com o soldado). Dentro do sistema oligárquico os meios e os fins da política são indeterminados e o Estado é o ator principal.
Marco Cepik e Luiza Schneider defendem a abordagem que sugere o Neo-Realismo. Esta abordagem
teria como características: ética consequencialista, agenda realista e o método científico (lakatosiano).
Kenneth Waltz, seu criador, pode ter suas ideias divididas em dois momentos: 1. Análise das “imagens”; 2. Análise do sistema e da estrutura. Os autores apresentam as críticas principais ao pensador e o defendem. Rafael Villa e Norma Breda dos Santos analisam a Escola de Copenhague (EC), cujos maiores pensadores são Barry Buzan e Olef Waever. A EC renova estudos de segurança e usa insights sociológicos, construtivistas e realistas. Com vistas a entendê-la, os autores irão fazer uma análise do período histórico e das idas e vindas teóricas do grupo que compõe a Escola. Suas maiores contribuições destacadas são os conceitos de Securitização, Dessecuritização, Macrossecuritização, Constelações, Complexos Regionais de Segurança, objetos referentes e ator securitizador. A EC usa diferentes níveis de análise e se dedica mais aos estudos sobre a Europa.
Se Maquiavel é um antigo clássico, Carl Clausewitz também o é. Eugenio Diniz descortina as ideias do autor sobre a guerra. Dentro das três tendências da guerra por ele assinaladas (violência, ódio e força) podem ser encontradas duas ações básicas: ataque e defesa. Ambos passam pelo fenômeno de fricção e pelo “ponto culminante” do uso de suas forças. Mesmo com especificidades variadas, como as forças móveis e imóveis e as suspensões, a guerra teria sempre um caráter político. Afinal, é a política que determinaria o uso estratégico da guerra.
José Briceño-Ruiz investiga Andrew Moravcsik, formulador do Liberalismo Intergovernamental (LI). Os Estados são, para ele, representação de um subconjunto da sociedade doméstica, e as preferências deste subconjunto viram os objetivos que o Estado persegue. O LI congrega teorias sobre economia política, barganha e regimes. A partir desses pressupostos, os meandros da integração regional são expostos.
O capítulo sobre Stephen Krasner é escrito por Ernani Carvalho. Cooperação, integração e regimes são apontados como eixos de análise do pensador. Carvalho demonstra o diálogo desse internacionalista com outros. As variáveis causais e o poder, bem como a influência destes sobre os regimes no pensamento de Krasner são analisados pelo autor.
Robert Keohane é um analista internacional de múltiplas fases, e a tarefa de analisá-las cabe a autora Miriam Saraiva. Nos anos 1970, o autor inaugura a concepção de Interdependência Complexa e, em seguida, a de interdependência assimétrica. Nos anos 1980, sugere a base do Institucionalismo Neoliberal. Em 1990 Keohane analisa a política externa e o papel das ideias nas relações internacionais. Ele trabalha também com questões como processo de tomada de decisão, barganha, integração, instituições e governança. A autora realiza boa síntese desse autor polivalente.
Os méritos de James Rosenau são analisados por Janina Onuki. Segundo ela, o autor ressalta a
importância de atores não-estatais e pessoas no sistema internacional. Suas maiores contribuições apontadas por Onuki são: análise de política externa, governança global e regimes. A autora mostra como ele irá, mesmo em um quadro de incertezas e mudanças, construir conceitos operacionais e importantes para o campo contemporâneo.
Ao longo do 12º capítulo, Marcelo Medeiros demonstra com detalhes o trabalho de Ernst B. Haas, dotado de transversalidade disciplinar. Haas aborda questões como: balança de poder, funcionalismo, nacionalismo, spillover e integração regional. Segundo Medeiros, Haas inaugura
o Construtivismo Pragmático, unindo uma perspectiva das Relações Internacionais a uma tradição filosófica.
João Pontes Nogueira apresenta a obra de Hedley Bull, que partiria de uma perspectiva internacionalista-grociana e é parte fundamental da “Escola Inglesa”. Seu principal foco de análise recai sobre a ordem internacional, que contrasta, às vezes, com a justiça; e que constitui a base da sociedade internacional (que varia historicamente). O autor fornece as especificidades deste pensamento.
Andrea Hoffmann analisa a obra de Alexander Wendt, que foca a relação agente-estrutura e sua coconstituição. Para Wendt, haveria três tipos de sistema internacional e internalização de suas respectivas culturas. Ele ousa ao propor uma análise de um Estado Mundial; assim como ao analisar a relação dos alienígenas (UFOs) com a política; e ao propor uma “teoria social quântica”.
O último capítulo é sobre Robert Cox que defende uma das abordagens mais apegadas à possibilidade de transformação e de ação em prol dos excluídos pela ação do capital. Marcos Costa Lima descortina as bases de sustentação dessa abordagem. Cox faz parte da corrente crítica, considerando as teorias ligadas ao tempo, espaço, pessoa e propósito. Ele atacará as teorias conservadoras, chamando-as de “teoria de solução de problema”. Segundo Costa Lima, ele examina as estruturas históricas e as possibilidades de novas hegemonias, bem como as forças sociais, as forças globais e as forças do Estado e sociedade civil.
A coletânea não se resume a um livro didático sobre os autores clássicos; possui um didatismo dentro dos textos ao abordar meandros específicos do campo. Em seus capítulos encontram-se explicações sobre a vida dos autores, metodologia, ontologia, teoria e evolução das relações internacionais. O livro vai além também ao prescrever leituras de forma direta e indireta, o que facilita o aprofundamento dos recém-chegados ao campo. Gildo Marçal Brandão estaria feliz pela homenagem que contempla a pluralidade científica das ciências da política internacional, incitando à exploração dos clássicos e, por vezes, a extrapolação dos limites classicamente
delineados.
Lima, Marcos Costa; Medeiros, Marcelo de Almeida; Reis, Rossana Rocha; Villa, Rafael Duarte (ed.)
Clássicos das relações internacionais
São Paulo: Hucitec, 2010 379 p.
Por João Henrique Catraio Monteiro Aguiar, Mestrando de Relações Internacionais (PPGRI/UERJ). Professor de Sociologia (Colégio Pedro II)
Mural Internacional, Ano II, n. 1, junho de 2011, p. 68-70.
O livro resenhado dedica-se a introduzir o conhecimento sobre os autores clássicos das Relações Internacionais. Há prefácio e introdução dos autores, nos quais definem as linhas gerais e a homenagem do livro (a Gildo Marçal Brandão). O livro é composto por 15 capítulos, nos quais se aborda, em cada um, pensadores clássicos e/ou alguma teoria específica, com vias de mostrar
aos leitores reflexões explicativas tradicionais das relações internacionais. Pode-se, cum grano salis, perceber três grandes eixos estruturantes do livro:
1. Estudos estratégicos ou realistas;
2. Estudos de integração regional e cooperação;
3. Reflexivismo.
O livro é uma coletânea, escrita por acadêmicos de diversas origens. Fornece um instrumento didático para graduandos em relações internacionais; associando análise teórica e extratos originais. O primeiro capítulo é sobre Maquiavel. Nele, Ingrid Sarti analisa a vida e obra do mesmo. Ela examinará as ideias de fortuna e virtú. Em seguida, irá demonstrar quais, para o pensador florentino, deveriam ser as características do príncipe. Demonstra também, em Maquiavel, a fusão do realismo metodológico com a defesa de valores republicanos. Sua obra visaria a “arte possível de governar”.
Marcos Guedes de Oliveira e Erivaldo Cavalcanti apresentam as ideias de Norman Angell, que, sem
defender o socialismo ou o desarmamento, será contra a guerra. Segundo os autores, para ele as guerras fariam o colapso do capital financeiro e industrial e impediriam o crescimento econômico. As guerras gerariam ilusões, como a de que o expansionismo gera riquezas. Os autores mostram que Angell defendeu o comércio e os tratados, bem como a autodeterminação dos países.
Maria Regina Soares de Lima debruça-se sobre Hans Morgenthau. De acordo com sua exposição, o autor escreve ao mesmo tempo um guia para estadistas e uma descrição objetiva da ação política, entronizando o Realismo (através dos 6 princípios). A autora destaca que o pensador internacionalista tanto analisa o contexto político quanto faz teoria. A luta por poder seria, neste caso, a tônica ontológica da política externa. A promoção do interesse nacional seria a ação padrão dos Estados. Para Morgenthau, dentro do sistema anárquico, o poder pode ser limitado por: balança de poder e acomodação.
Rossana Reis demonstra a influência da Guerra Fria e da guerra de independência da Argélia sobre o pensamento de Raymond Aron. Segundo a autora, ele será influenciado por Kant e Hobbes; assim como fará análises usando quatro componentes: teoria, sociologia, história e praxiologia.
Para o pensador francês, o diálogo e o intercâmbio entre as nações assumem modalidades complementares: diplomacia (com o diplomata) e guerra (com o soldado). Dentro do sistema oligárquico os meios e os fins da política são indeterminados e o Estado é o ator principal.
Marco Cepik e Luiza Schneider defendem a abordagem que sugere o Neo-Realismo. Esta abordagem
teria como características: ética consequencialista, agenda realista e o método científico (lakatosiano).
Kenneth Waltz, seu criador, pode ter suas ideias divididas em dois momentos: 1. Análise das “imagens”; 2. Análise do sistema e da estrutura. Os autores apresentam as críticas principais ao pensador e o defendem. Rafael Villa e Norma Breda dos Santos analisam a Escola de Copenhague (EC), cujos maiores pensadores são Barry Buzan e Olef Waever. A EC renova estudos de segurança e usa insights sociológicos, construtivistas e realistas. Com vistas a entendê-la, os autores irão fazer uma análise do período histórico e das idas e vindas teóricas do grupo que compõe a Escola. Suas maiores contribuições destacadas são os conceitos de Securitização, Dessecuritização, Macrossecuritização, Constelações, Complexos Regionais de Segurança, objetos referentes e ator securitizador. A EC usa diferentes níveis de análise e se dedica mais aos estudos sobre a Europa.
Se Maquiavel é um antigo clássico, Carl Clausewitz também o é. Eugenio Diniz descortina as ideias do autor sobre a guerra. Dentro das três tendências da guerra por ele assinaladas (violência, ódio e força) podem ser encontradas duas ações básicas: ataque e defesa. Ambos passam pelo fenômeno de fricção e pelo “ponto culminante” do uso de suas forças. Mesmo com especificidades variadas, como as forças móveis e imóveis e as suspensões, a guerra teria sempre um caráter político. Afinal, é a política que determinaria o uso estratégico da guerra.
José Briceño-Ruiz investiga Andrew Moravcsik, formulador do Liberalismo Intergovernamental (LI). Os Estados são, para ele, representação de um subconjunto da sociedade doméstica, e as preferências deste subconjunto viram os objetivos que o Estado persegue. O LI congrega teorias sobre economia política, barganha e regimes. A partir desses pressupostos, os meandros da integração regional são expostos.
O capítulo sobre Stephen Krasner é escrito por Ernani Carvalho. Cooperação, integração e regimes são apontados como eixos de análise do pensador. Carvalho demonstra o diálogo desse internacionalista com outros. As variáveis causais e o poder, bem como a influência destes sobre os regimes no pensamento de Krasner são analisados pelo autor.
Robert Keohane é um analista internacional de múltiplas fases, e a tarefa de analisá-las cabe a autora Miriam Saraiva. Nos anos 1970, o autor inaugura a concepção de Interdependência Complexa e, em seguida, a de interdependência assimétrica. Nos anos 1980, sugere a base do Institucionalismo Neoliberal. Em 1990 Keohane analisa a política externa e o papel das ideias nas relações internacionais. Ele trabalha também com questões como processo de tomada de decisão, barganha, integração, instituições e governança. A autora realiza boa síntese desse autor polivalente.
Os méritos de James Rosenau são analisados por Janina Onuki. Segundo ela, o autor ressalta a
importância de atores não-estatais e pessoas no sistema internacional. Suas maiores contribuições apontadas por Onuki são: análise de política externa, governança global e regimes. A autora mostra como ele irá, mesmo em um quadro de incertezas e mudanças, construir conceitos operacionais e importantes para o campo contemporâneo.
Ao longo do 12º capítulo, Marcelo Medeiros demonstra com detalhes o trabalho de Ernst B. Haas, dotado de transversalidade disciplinar. Haas aborda questões como: balança de poder, funcionalismo, nacionalismo, spillover e integração regional. Segundo Medeiros, Haas inaugura
o Construtivismo Pragmático, unindo uma perspectiva das Relações Internacionais a uma tradição filosófica.
João Pontes Nogueira apresenta a obra de Hedley Bull, que partiria de uma perspectiva internacionalista-grociana e é parte fundamental da “Escola Inglesa”. Seu principal foco de análise recai sobre a ordem internacional, que contrasta, às vezes, com a justiça; e que constitui a base da sociedade internacional (que varia historicamente). O autor fornece as especificidades deste pensamento.
Andrea Hoffmann analisa a obra de Alexander Wendt, que foca a relação agente-estrutura e sua coconstituição. Para Wendt, haveria três tipos de sistema internacional e internalização de suas respectivas culturas. Ele ousa ao propor uma análise de um Estado Mundial; assim como ao analisar a relação dos alienígenas (UFOs) com a política; e ao propor uma “teoria social quântica”.
O último capítulo é sobre Robert Cox que defende uma das abordagens mais apegadas à possibilidade de transformação e de ação em prol dos excluídos pela ação do capital. Marcos Costa Lima descortina as bases de sustentação dessa abordagem. Cox faz parte da corrente crítica, considerando as teorias ligadas ao tempo, espaço, pessoa e propósito. Ele atacará as teorias conservadoras, chamando-as de “teoria de solução de problema”. Segundo Costa Lima, ele examina as estruturas históricas e as possibilidades de novas hegemonias, bem como as forças sociais, as forças globais e as forças do Estado e sociedade civil.
A coletânea não se resume a um livro didático sobre os autores clássicos; possui um didatismo dentro dos textos ao abordar meandros específicos do campo. Em seus capítulos encontram-se explicações sobre a vida dos autores, metodologia, ontologia, teoria e evolução das relações internacionais. O livro vai além também ao prescrever leituras de forma direta e indireta, o que facilita o aprofundamento dos recém-chegados ao campo. Gildo Marçal Brandão estaria feliz pela homenagem que contempla a pluralidade científica das ciências da política internacional, incitando à exploração dos clássicos e, por vezes, a extrapolação dos limites classicamente
delineados.
Conferencia Brasileiros no Exterior adiada para 2012
Conferencia Brasileiros no Mundo adiada para 2012
Será o fim do CRBE ?
Rui Martins
Jornal.US, August 22, 2011, 11:29 AM
Berna (Suiça) - A notícia chegou lacônica – pelo Facebook, colocada pelo conselheiro titular Ronney Oliveria – “informo que a IV CBM será adiada para o primeiro semestre de 2012 em data a ser acordada com o CRBE”.
Para quem não entende de siglas, a IV CBM quer dizer IV Conferência Brasileiros no Mundo, que não se realizará mais do dia 3 ao dia 8 de outubro deste ano, como estava previsto. Azar de quem marcou férias ou mesmo comprou passagens para ir a Brasília acompanhar esse encontro.
A nota tem dois erros – o uso do verbo no futuro é indevido, leia-se “a conferência foi adiada”; e a informação de que será marcada uma data combinada com o CRBE, pois, assim como o adiamento foi inesperado e comunicado de cima para baixo sem possibilidade de recusa dos titulares do CRBE, assim será a nova data... se houver.
O que revela essa lacônica informação do titular da região dos EUA, guardada em segredo pelos demais, e que só assim se tornou público, nesse opaco, fechado e falido conselho de emigrantes ? Não se precisa ser leitor de borras de café, basta a experiência da leitura entrelinhas da ditadura, quando as notícias no Estadão ou na Veja deviam ser lidas nas entrelinhas.
O pomposo Conselho de Representantes dos Brasileiros no Exterior, CRBE, perdeu a credibilidade junto ao governo federal que, num primeiro gesto, cortou as verbas destinadas à atual frustrante política brasileira de emigração. Por culpa de quem ? De um lado do próprio governo, porque essa política como vem sendo aplicada não convence e apresentou numerosas falhas – nas eleições mal feitas houve fraude, em lugar da verba ser utilizada pelos emigrantes criou-se no Itamaraty um novo departamento, no qual foram lotados cerca de uma dezena de diplomatas, entre embaixador, futuro ministro-conselheiro, secretários, contando para promoções com a vantagem de não se precisar sair do Brasil.
Do outro, pelos próprios conselheiros que, tirando-se um e outro, não representam os emigrantes mas grupos comerciais e grupos religiosos, titulares envaidecidos, inebriados pela possibilidade de terem um cartão de visita com o brasão da República. Um grupo de pessoas sem formação política, apenas movidas por interesse pessoal e, por isso, incapaz de agir com discernimento diante dos problemas enfrentados pelos emigrantes, preferindo se submeter aos diplomatas do Itamaraty que, embora possam ser bem intencionados, não conseguiram criar um conselho transparente e vivo, mas um conselho burocratizado, emperrado, elitista e secreto.
"sobrou para mim a acusação de ser o “verme da Suíça”, coincidentemente o mesmo termo utilizado pela extrema-direita européia para designar imigrantes"
Essa inexperiência acabou sendo utilizada por espertos candidatos a futuros políticos, formados porém no ranço conservador, na falta de respeito democrático e no próprio autoritarismo. Por ter feito, aqui críticas, muito mais amenas que as de hoje, fui afastado para não dizer expulso, excluído da lista de informação (as poucas existentes), sujeito a me retratar e fazer contrição caso quisesse ser reintegrado. E, como se não bastasse, mostrando o nível dos titulares, sobrou para mim a acusação de ser o “verme da Suíça”, coincidentemente o mesmo termo utilizado pela extrema-direita européia para designar imigrantes.
É claro que tudo isso circulou, entre políticos e dentro do governo e essa péssima imagem dos conselheiros, entre Brutus e inquisidores, descredibilizou e está provocando o abandono do CRBE. Do jeito como está, é evidente, julga o governo um desperdício de dinheiro pagar passagens e hotéis para não se chegar a nenhum resultado, fora o risco de contendas.
Mas os emigrantes não devem se desesperar com isso. Sempre dissemos que as conferências Brasileiros no Mundo são um show, não tão bem preparado como o Focus Brazil, destinado a mostrar cenas para inglês ver. Está mesmo na hora de se baixar as cortinas.
O que os emigrantes precisam é de um órgão institucional emigrante independente do Itamaraty, mas interativo com todos os Ministérios – uma Secretaria de Estado dos Emigrantes. Mas irá funcionar com que dinheiro ? Com a mesma verba que o governo federal destinou à Subsecretaria das Comunidades Brasileiras no Exterior, utilizada atualmente para cargos de diplomatas.
Quanto custa essa Subsecretaria ao governo, contando-se diplomatas e funcionários, viagens, diárias e tudo nela aplicado ?
Se a presidenta Dilma nos ler, ela que tem reajustado algumas coisas nos ministérios com problemas, nossa proposta é justa, simples mas eficaz.
Com a dotação destinada atualmente à essa Subsecretaria, pode-se criar a Secretaria de Estado dos Emigrantes, com um emigrante na chefia e um pequeno quadro decisório, em Brasília. Esse será o ponto de partida para uma verdadeira política de emigração. Já que não vai haver IV Conferência, deve-se criar já uma Comissão de Transição para as mudanças e transferências necessárias.
Não é de hoje que falamos no nosso projeto mas não custa repetir – a política de emigração brasileira deve ser dirigida pelos próprios emigrantes, não tem sentido ficar sob a direção e tutela de diplomatas. Essa política deve incluir parlamentares emigrantes e um conselho de emigrantes, diferente do atual e bem mais amplo.
É hora de mudar e de repensar tudo. A experiência com o CRBE é conclusiva, não funciona!
Anexos
No final do mes de abril, fui contatado pela revista Época para dar uma entrevista sobre o CRBE. O texto publicado não correspondia às minhas críticas, mas fui considerado como o principal responsável. Apesar de ter perdido meus arquivos numa pane provocada no meu endereço hotmail, considerei localizar uma cópia do texto de minha entrevista enviada ao repórter da revista Época, que desmente totalmente as acusações que me foram feitas.
Esse texto segue abaixo. Abraços Rui Martins, suplente pela Europa, em processo administrativo pedido por seus colegas do CRBE, em curso no Itamaraty.
TEXTO ENVIADO EM FINS DE ABRIL PARA O JORNALISTA ELISEU DA ÉPOCA
Caro Eliseu, segundo seu pedido, aí vão minhas observações-
O CRBE só tem valor se considerado como o primeiro passo do governo na elaboração de uma política brasileira de emigração. Nesse caso, vale como aprendizado pelos emigrantes do funcionamento do processo politico do acompanhamento de reivindicações até serem institucionalizadas como leis, regulamentos ou normais federais; aprendizado do procedimento parlamentar nas discussões, ordem do dia, naã organização de conferências e reuniões, bem como na elaboração de protocolos ou atas.
Mas esse aprendizado deve conduzir, num prazo máximo de cinco anos, à criação de uma Secretaria de Estado dos Emigrantes (no modelo das Secretarias da Mulher, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos), aprovação pelo Congresso de parlamentares (deputados e/ou senadores) emigrantes eleitos pelos emigrantes e criação de um verdadeiro Conselho de Emigrantes, representativo de todos os segmentos e regiões, ligado diretamente à Secretaria de Estado dos Emigrantes.
A tutela dos emigrantes pelo MRE, Itamaraty e seus diplomatas deve ser, portanto, uma simples e curta etapa.
A criação da Secretaria de Estado dos Emigrantes suspenderá imediatamente a Subsecretaria Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior e suas dotações orçamentárias serão transferidas à Secretaria de Estado dos Emigrantes.
O atual quadro de diplomatas lotado na SGCB retorna ao MRE, pois a Secretaria de Estado dos Emigrantes (ou o super Ministério das Migrações, envolvendo migração, imigração e emigração) terá um quadro próprio, entre nomeados e concursados, todos emigrantes.
Sobre a Ata Consolidada
O MRE acaba de divulgar um encontro com outros ministérios e entidades, no qual foram discutidas questões relacionadas com a população emigrante. Ora,os emigrantes não deram delegação e nem procuração para os diplomatas cuidarem disso.
As questões dos emigrantes devem ser debatidas com os ministérios e entidades governamentais pelos próprios emigrantes, pela Secretaria de Estado dos Emigrantes, junto com os parlamentares emigrantes.
Para quem for ao site Brasileiros no Mundo, do MRE, e encontrar a Ata Consolidada,elaborada durante e após a III Conferência dos emigrantes, vai constatar que se trata de uma coletânea de boas intenções endereçadas aos bons favores do Itamaraty para que possa realizá-las. Isso porque o CRBE, responsável por essa Ata, não tem poder para tomar as iniciativas e nem pode fazer os contatos necessários à sua implementação.
O CRBE funcionando em separado, sem estar vinculado a uma Secretaria de Estado dos Emigrantes e sem contar com o apoio de parlamentares emigrantes, com mera função de assessoria e consultoria, submetido à tutela do Itamaraty, é um órgão anacrônico, baseado na política do paternalismo, coisa totalmente ultrapassada.
O MRE ganhou uma dotação orçamentária, lotou com jovens diplomatas todo um departamento, na SGCB, a pretexto de desenvolver uma política junto aos emigrantes, mas precisa ceder esse território ocupado indevidamente. Diplomata não é emigrante, mesmo se vive por vezes no Exterior.
Nosso projeto não é contra o Itamaraty, é por uma separação de atribuições porque diplomata e emigrante englobam questões e problemas diferentes. A Secretaria de Estado dos Emigrantes vai agir muitas vezes junto com o MRE, assim como com outros ministérios, mas de maneira independentee não tutelada. Os emigrantes têm quadros formados em Harvard, Sorbonne, Oxford e universidades de prestígio, são maiores, sabem o que querem não precisam das muletas do Itamaraty.
Reunião do CRBE em maio
O Itamaraty, através da SGBE, decidiu reunir os titulares do CRBE do dia 2 ao 6 de maio, em Brasília, para discutir a Ata Consolidada (a coletânea de boas intenções) e manter alguns contatos com órgãos do governo.
Apesar dos protestos de alguns e das sugestões de outros, os suplentes não participarão desse encontro.
Classificados como funcionários DAS-4, sem o serem e sem receberem qualquer pagamento, os conselheiros titulares viajarão, da Europa e da Ásia, em classe executiva, que custa três vezes mais que a classe econômica.
Um conselheiro emigrante no Japão tinha proposto que todos viajassem em classe ecônomica para que, com essa economia, pudessem também participar do encontro os suplentes. Mas o Itamaraty diz que não há base legal para isso.
Problema de funcionamento
Um grave problema de funcionamento decorre do fato dos membros do CRBE viverem em regiões distantes. Os contatos, foi provado nestes meses, são difíceis, e isso parece provar ser necessário uma base para funcionar. Ou seja, a Secretaria de Estado dos Emigrantes, em Brasília, num lugar fixo poderá funcionar sem problemas e seus membros, no caso de necessidade farão itinerância junto ao verdadeiro Conselho de Emigrantes, proposto mais em cima.
Falta de pagamento favorece os emigrantes Vips
Nem todos os emigrantes podem participar desse benevolado do CRBE, econômico para o Itamaraty. Eu mesmo, como jornalista free lance, sou obrigado a não propor reportagens e não assumir compromissos para poder dar conta de minhas responsabilidades mesmo de suplente (já fui conselheiro titular no ano passado).
Essa situação favorece os emigrantes que dirigem associações religiosas, filantrópicas ou comerciais (são a maioria dos CRBE), pois as viagens e o envolvimento no CRBE fazem parte de suas atividades normais e lhes dão mesmo notoriedade.
Portanto, criar um órgão emigrante na base do benevolato, quando os diplomatas que participam dos encontros estão sendo pagos e mesmo compensando dias de trabalho no Rio com dias de férias, é inegalitário e favorece só uma certaclasse de emigrantes.
Nossa representante em Nagoya, que foi conselheira do Conselho Provisório, operária metalúrgica, teve despesas para encontrar os diretores da SGBE que nunca foram pagas. Mas os diplomatas da SGBE que foram a Tóquio tinham hotel e diárias pagas !
Sem dotação para funcionar
Como destaquei em Genebra (está no youtube), o CRBE não tem uma dotação orçamentária para funcionar (talvez tenha para pagar os diplomatas lotados nesse setor), ou seja, as viagens e conferências têm sempre de esperar uma aprovação orçamentária, o que demonstra a improvisação e aprecariedade desse Conselho.
Comissão de Transição
Sem a transição para uma Secretaria de Estado dos Emigrantes o CRBE é vitrina, coisa para inglês ver ou cena de teatro para dar a impressão de que se está fazendo alguma coisa pelos emigrantes.
Esperamos que a presidenta Dilma possa ser informada dessa situação e criar rapidamente a Secretaria de Estado dos Emigrantes, o que assinalará o começo de uma real Política Brasileira de Emigraçao, por enquanto, há muito blablabla e muitas boas intenções e um grande equívoco, pois os diplomatas não são emigrantes e não há nenhuma afinidade entre emigrantes e diplomatas.
A questão principal e primordial é isso, sair da tutela do Itamaraty. Questões como cartões de visita, passaporte diplomático, viagens em classe econômica ou executiva são secundárias e não devem desviar os emigrantes da questão principal – sua autodeterminação e sua independência.
sábado, 27 de agosto de 2011
Seminário: Estudos sobre a Guerra Fria - USP, 7-9/11/2011
Seminário – Estudos sobre a Guerra Fria
USP, 7-9 de novembro de 2011
Chamada para trabalhos:
O Grupo de Estudos sobre a Guerra Fria, sediado no Departamento de História da USP, convida professores universitários e estudantes de pós-graduação a submeter trabalhos para o primeiro encontro de sua série de seminários semestrais que terá início na segunda semana de novembro (segunda a quarta-feira dias 7-9).
Estamos especialmente interessados em pesquisas cuja abordagem tenha como foco a análise de aspectos relacionados às idéias, à política, à ideologia e à Guerra Cultural, bem como em trabalhos dirigidos ao impacto dos movimentos que tratem das liberdades e direitos civis, liberdade política, relações de gênero e de trabalho, políticas de segurança e movimentos de descolonização.
O Grupo de Estudos sobre a Guerra Fria tem como finalidade agregar pesquisadores interessados em discutir pesquisas em andamento e centrar sua agenda na renovação historiográfica. Trata-se de espaço cujo principal compromisso é privilegiar intenso debate de idéias e troca de experiências de pesquisa.
Não oferecemos qualquer tipo de financiamento para a participação no encontro, mas existe a possibilidade de encaminhar trabalhos para publicação.
Coordenação:
Profa. Elizabeth Cancelli ( Área de Brasil Independente e Pós-graduação em História Social)
Prof. Sean Purdy (Área de América Independente e Pós-graduação em História Social)
Comissão Científica:
Elizabeth Cancelli
Marcos Napolitano
Mary Ann Junqueira
Sean Purdy
Inscrições: Feitas por email, guerra_friaUSP@yahoo.com.br. Prazo: sexta-feira 2 de setembro. Por favor, incluir nome, afiliação e email, juntamente com a versão completa do trabalho (limite de 30 páginas, espaço duplo, Times New Roman, fonte 12) e um pequeno resumo de, no máximo, 10 linhas.
USP, 7-9 de novembro de 2011
Chamada para trabalhos:
O Grupo de Estudos sobre a Guerra Fria, sediado no Departamento de História da USP, convida professores universitários e estudantes de pós-graduação a submeter trabalhos para o primeiro encontro de sua série de seminários semestrais que terá início na segunda semana de novembro (segunda a quarta-feira dias 7-9).
Estamos especialmente interessados em pesquisas cuja abordagem tenha como foco a análise de aspectos relacionados às idéias, à política, à ideologia e à Guerra Cultural, bem como em trabalhos dirigidos ao impacto dos movimentos que tratem das liberdades e direitos civis, liberdade política, relações de gênero e de trabalho, políticas de segurança e movimentos de descolonização.
O Grupo de Estudos sobre a Guerra Fria tem como finalidade agregar pesquisadores interessados em discutir pesquisas em andamento e centrar sua agenda na renovação historiográfica. Trata-se de espaço cujo principal compromisso é privilegiar intenso debate de idéias e troca de experiências de pesquisa.
Não oferecemos qualquer tipo de financiamento para a participação no encontro, mas existe a possibilidade de encaminhar trabalhos para publicação.
Coordenação:
Profa. Elizabeth Cancelli ( Área de Brasil Independente e Pós-graduação em História Social)
Prof. Sean Purdy (Área de América Independente e Pós-graduação em História Social)
Comissão Científica:
Elizabeth Cancelli
Marcos Napolitano
Mary Ann Junqueira
Sean Purdy
Inscrições: Feitas por email, guerra_friaUSP@yahoo.com.br. Prazo: sexta-feira 2 de setembro. Por favor, incluir nome, afiliação e email, juntamente com a versão completa do trabalho (limite de 30 páginas, espaço duplo, Times New Roman, fonte 12) e um pequeno resumo de, no máximo, 10 linhas.
BRASA XI: Illinois, setembro de 2012
BRASA XI – Chamada de Propostas / Call for Proposals
Call for Proposals
The 11th International Congress of the Brazilian Studies Association (BRASA) will take place in September 2012 in Illinois.
The Congress program will include academic panels, invited speakers, workshops, plenary sessions, and cultural activities. Our partner at UIUC will be the Lemann Institute for Brazilian Studies.
BRASA’s Executive Committee has adopted the following guidelines for proposing papers and organizing panels:
1. All proposals for panels or papers must be submitted directly to the Program Committee through the BRASA official Proposal portal starting August 15, 2011. The Program Committee will not consider proposals not submitted and received through the official Proposal portal: https://my.atlas.illinois.edu/submit/go.asp?id=293
2. All participants must be members of BRASA. Each participant may present only one paper in the Congress, but may also preside over a panel or serve as discussant.
3. BRASA suggests that all panels include at least four papers, but no more than five, and that the moderator not be presenting a paper. Each session should leave at least 30 minutes for discussion or for comments by a discussant immediately following the presentations.
4. The Congress will have 10 sessions with 12 panels per session during a period of three days, for a total of 144 panels.
5. Questions about the organization of panels should be directed to the BRASA secretariat or to the Chair of the Program Committee. Suggestions for other possible events at the Congress should be sent to the BRASA Executive Office at brasa-illinois@illinois.edu
6. The Program Committee will give preference to proposals to organize complete panels with professors and researchers from different universities and that have an interdisciplinary focus.
7. Dates for submission and acceptance of proposals are the following: the deadline for submission of proposals for panels or individual papers through the BRASA website is October 15. 2011. The Program Committee will announce final decisions by February 15. 2012. For more information, please visit the BRASA website http://www.brasa.org
Chamada de Propostas
O Décimo-primeiro Congresso Internacional da Brazilian Studies Association (BRASA) será realizado em setembro de 2012 em Illinois.
O programa do Congresso incluirá mesas de trabalho, conferencistas convidados, workshops, plenárias e atividades culturais. Nosso parceiro na Universidade será o Lemann Institute for Brazilian Studies.
O Comitê Executivo da BRASA adotou as seguintes normas para a apresentação de trabalhos e organização de mesas:
1. Todas as propostas de mesas e de trabalhos deverão ser submetidas diretamente ao Comitê Acadêmico pelo portal oficial de inscrições da BRASA (começando 15 de agosto de 2011). O Comitê Acadêmico não considerará, de modo algum, propostas que não sejam submetidas e recebidas através do portal oficial de inscrições do Congresso: https://my.atlas.illinois.edu/submit/go.asp?id=293
2. Todos os expositores de mesas deverão ser sócios da BRASA. Cada participante poderá apresentar somente um trabalho no Congresso e também poderá dirigir uma sessão ou servir como debatedor.
3. A BRASA sugere que as mesas tenham quatro trabalhos, mas não mais do que cinco, e que sejam lideradas por um professor ou pesquisador que não esteja apresentando um trabalho. Cada sessão deverá deixar pelo menos 30 minutos para discussão geral ou para a análise de um debatedor logo após as apresentações.
4. O Congresso terá dez sessões com 12 mesas cada sessão, durante o período de tres dias, com um total de 144 mesas.
5. Em caso de dúvidas,os interessados na organização de mesas devem entrar em contato com o secretariado da BRASA ou o Diretor do Comitê Acadêmico. Sugestões para outros possíveis eventos deverão ser encaminhadas a Secretaria Executiva da BRASA: brasa-illinois@illinois.edu
6. O Comitê Acadêmico dará preferência às propostas daqueles que submeterem mesas completas compostas de professores e pesquisadores de diferentes universidades e que tiverem um enfoque interdisciplinar.
7. Os prazos para a submissão e aceitação de propostas de mesas são os seguintes: O prazo para a submissão da mesa completa ou de propostas individuais para o programa através do site da BRASA será 15 de outubro de 2011. A BRASA enviará as notificações finais em O Comitê Acadêmico fará as decisões finais até o dia 15 de fevereiro de 2011.
Para maiores informações, favor entrar em contato com o escritório da BRASA pelo email brasa-illinois@illinois.edu ou através do próprio site da BRASA: http://www.brasa.org
Call for Proposals
The 11th International Congress of the Brazilian Studies Association (BRASA) will take place in September 2012 in Illinois.
The Congress program will include academic panels, invited speakers, workshops, plenary sessions, and cultural activities. Our partner at UIUC will be the Lemann Institute for Brazilian Studies.
BRASA’s Executive Committee has adopted the following guidelines for proposing papers and organizing panels:
1. All proposals for panels or papers must be submitted directly to the Program Committee through the BRASA official Proposal portal starting August 15, 2011. The Program Committee will not consider proposals not submitted and received through the official Proposal portal: https://my.atlas.illinois.edu/submit/go.asp?id=293
2. All participants must be members of BRASA. Each participant may present only one paper in the Congress, but may also preside over a panel or serve as discussant.
3. BRASA suggests that all panels include at least four papers, but no more than five, and that the moderator not be presenting a paper. Each session should leave at least 30 minutes for discussion or for comments by a discussant immediately following the presentations.
4. The Congress will have 10 sessions with 12 panels per session during a period of three days, for a total of 144 panels.
5. Questions about the organization of panels should be directed to the BRASA secretariat or to the Chair of the Program Committee. Suggestions for other possible events at the Congress should be sent to the BRASA Executive Office at brasa-illinois@illinois.edu
6. The Program Committee will give preference to proposals to organize complete panels with professors and researchers from different universities and that have an interdisciplinary focus.
7. Dates for submission and acceptance of proposals are the following: the deadline for submission of proposals for panels or individual papers through the BRASA website is October 15. 2011. The Program Committee will announce final decisions by February 15. 2012. For more information, please visit the BRASA website http://www.brasa.org
Chamada de Propostas
O Décimo-primeiro Congresso Internacional da Brazilian Studies Association (BRASA) será realizado em setembro de 2012 em Illinois.
O programa do Congresso incluirá mesas de trabalho, conferencistas convidados, workshops, plenárias e atividades culturais. Nosso parceiro na Universidade será o Lemann Institute for Brazilian Studies.
O Comitê Executivo da BRASA adotou as seguintes normas para a apresentação de trabalhos e organização de mesas:
1. Todas as propostas de mesas e de trabalhos deverão ser submetidas diretamente ao Comitê Acadêmico pelo portal oficial de inscrições da BRASA (começando 15 de agosto de 2011). O Comitê Acadêmico não considerará, de modo algum, propostas que não sejam submetidas e recebidas através do portal oficial de inscrições do Congresso: https://my.atlas.illinois.edu/submit/go.asp?id=293
2. Todos os expositores de mesas deverão ser sócios da BRASA. Cada participante poderá apresentar somente um trabalho no Congresso e também poderá dirigir uma sessão ou servir como debatedor.
3. A BRASA sugere que as mesas tenham quatro trabalhos, mas não mais do que cinco, e que sejam lideradas por um professor ou pesquisador que não esteja apresentando um trabalho. Cada sessão deverá deixar pelo menos 30 minutos para discussão geral ou para a análise de um debatedor logo após as apresentações.
4. O Congresso terá dez sessões com 12 mesas cada sessão, durante o período de tres dias, com um total de 144 mesas.
5. Em caso de dúvidas,os interessados na organização de mesas devem entrar em contato com o secretariado da BRASA ou o Diretor do Comitê Acadêmico. Sugestões para outros possíveis eventos deverão ser encaminhadas a Secretaria Executiva da BRASA: brasa-illinois@illinois.edu
6. O Comitê Acadêmico dará preferência às propostas daqueles que submeterem mesas completas compostas de professores e pesquisadores de diferentes universidades e que tiverem um enfoque interdisciplinar.
7. Os prazos para a submissão e aceitação de propostas de mesas são os seguintes: O prazo para a submissão da mesa completa ou de propostas individuais para o programa através do site da BRASA será 15 de outubro de 2011. A BRASA enviará as notificações finais em O Comitê Acadêmico fará as decisões finais até o dia 15 de fevereiro de 2011.
Para maiores informações, favor entrar em contato com o escritório da BRASA pelo email brasa-illinois@illinois.edu ou através do próprio site da BRASA: http://www.brasa.org
Ministerio da Defesa: comemoracoes nao comemoradas...
Primeiro a notícia:
Oficiais da ativa foram proibidos de participar da missa encomendada pelos Clubes Militares
DISCRIÇÃO
Os Clubes Militares (dos oficiais da reserva) realizaram ontem, na Igreja Santa Cruz dos Militares, no Rio, missa "em memória dos 119 militares e civis que perderam a vida, entre 1964 e 1974, por atos de terroristas". Na terça-feira, 23, quando soube da missa, o ministro Celso Amorim (Defesa) mandou chamar os três comandantes militares e acertou com eles que nenhum oficial da ativa participaria da cerimônia.
(Coluna PANORAMA POLÍTICO, do jornal O GLOBO, 25/08/11).
Agora o comentário de um observador político:
Sai um ilusionista e entra um marqueteiro
Eu até que tinha dado um voto de confiança ao novo ministro da Defesa, o diplomata Celso Amorim. Mas o Ministério da Defesa não passa de um cabresto colocado nas ventas dos ‘gados fardados’, um bando de oficiais de quatro estrelas sem expressão militar, colocados nos comandos das Forças Armadas. O único mérito apresentado por estes senhores é a antiguidade no posto. Na realidade, traduzindo para o português popular, esses senhores depois que assumem seus cargos, medram, e passam a agir como umas putas velhas, bem ao estilo das cafetinas que se vêem gerenciando bordéis de beira de estrada.
Pobres Forças Armadas brasileiras que de repente se transformaram em guardas pretorianas a serviço de um governo corrupto, formado por uma gang de ladrões, ex terroristas e ex guerrilheiros.
Só no fato do ministro Celso Amorim afiançar que o ‘assessor especial’ (espia implantado no órgão), José Genoino, permaneceria na pasta, dava para perceber que este cidadão não é diferente do estelionatário que saiu pela porta dos fundos, o energúmeno que se fantasiava de militar, Nelson Jobim.
O Exército, a Aeronáutica e a Marinha estão carentes de lideranças militares, pois o mostruário posto na vitrine tem deixado a desejar. São uns homens fracos, subservientes, bajuladores, desprovidos do mínimo aceitável para o desempenho de tão relevantes funções. Agem como paus mandados. Omissos, incapazes de externar uma opinião própria, só cumprindo ordens, como uns autônomos. O caráter, a honra e o decoro militar costumam passar ao largo. Razão: Não se envolverem com problemas. Deixam que um ministro sem formação militar, resolva situações que por direito e dever caberiam a eles orientar.
Uns incompetentes deste tipo, antes não tê-los comandando as Forças.
Uma característica bem visível é o medo, - covardia, - a que chamam de ‘disciplina’.
Passam a nítida ideia que sofrem da Síndrome de Estocolmo. Aquele comportamento inerente à mulher de malandro, que só tem orgasmo apanhando! E como apanham estes comandantes militares! O ex presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva vivia os esculhambando, daí porque passavam a falsa impressão de que eram viris, - gozavam aos turbilhões,- mas não iam além de três tentativas e uma desistência, engolindo o sapo barbudo sem esboçar nenhuma reação!
José Geraldo Pimentel
http://www.jgpimentel.com.br
Oficiais da ativa foram proibidos de participar da missa encomendada pelos Clubes Militares
DISCRIÇÃO
Os Clubes Militares (dos oficiais da reserva) realizaram ontem, na Igreja Santa Cruz dos Militares, no Rio, missa "em memória dos 119 militares e civis que perderam a vida, entre 1964 e 1974, por atos de terroristas". Na terça-feira, 23, quando soube da missa, o ministro Celso Amorim (Defesa) mandou chamar os três comandantes militares e acertou com eles que nenhum oficial da ativa participaria da cerimônia.
(Coluna PANORAMA POLÍTICO, do jornal O GLOBO, 25/08/11).
Agora o comentário de um observador político:
Sai um ilusionista e entra um marqueteiro
Eu até que tinha dado um voto de confiança ao novo ministro da Defesa, o diplomata Celso Amorim. Mas o Ministério da Defesa não passa de um cabresto colocado nas ventas dos ‘gados fardados’, um bando de oficiais de quatro estrelas sem expressão militar, colocados nos comandos das Forças Armadas. O único mérito apresentado por estes senhores é a antiguidade no posto. Na realidade, traduzindo para o português popular, esses senhores depois que assumem seus cargos, medram, e passam a agir como umas putas velhas, bem ao estilo das cafetinas que se vêem gerenciando bordéis de beira de estrada.
Pobres Forças Armadas brasileiras que de repente se transformaram em guardas pretorianas a serviço de um governo corrupto, formado por uma gang de ladrões, ex terroristas e ex guerrilheiros.
Só no fato do ministro Celso Amorim afiançar que o ‘assessor especial’ (espia implantado no órgão), José Genoino, permaneceria na pasta, dava para perceber que este cidadão não é diferente do estelionatário que saiu pela porta dos fundos, o energúmeno que se fantasiava de militar, Nelson Jobim.
O Exército, a Aeronáutica e a Marinha estão carentes de lideranças militares, pois o mostruário posto na vitrine tem deixado a desejar. São uns homens fracos, subservientes, bajuladores, desprovidos do mínimo aceitável para o desempenho de tão relevantes funções. Agem como paus mandados. Omissos, incapazes de externar uma opinião própria, só cumprindo ordens, como uns autônomos. O caráter, a honra e o decoro militar costumam passar ao largo. Razão: Não se envolverem com problemas. Deixam que um ministro sem formação militar, resolva situações que por direito e dever caberiam a eles orientar.
Uns incompetentes deste tipo, antes não tê-los comandando as Forças.
Uma característica bem visível é o medo, - covardia, - a que chamam de ‘disciplina’.
Passam a nítida ideia que sofrem da Síndrome de Estocolmo. Aquele comportamento inerente à mulher de malandro, que só tem orgasmo apanhando! E como apanham estes comandantes militares! O ex presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva vivia os esculhambando, daí porque passavam a falsa impressão de que eram viris, - gozavam aos turbilhões,- mas não iam além de três tentativas e uma desistência, engolindo o sapo barbudo sem esboçar nenhuma reação!
José Geraldo Pimentel
http://www.jgpimentel.com.br
Contra o FMI: pelo seu fechamento imediato - Sheldon Richman
End the IMF
Sheldon Richman
The Free Man, September 2011 • Volume: 61 • Issue: 7
The sex scandal involving the recently departed International Monetary Fund chief, Dominique Strauss-Kahn—criminal or not—was never a reason to abolish the agency. But then we didn’t need another reason. The agency, centerpiece of J. M. Keynes’s inflationary Bretton Woods brainchild, should never have been created in the first place, since it was another calculated step toward global government-controlled money. Its re-creation after its original mandate—maintaining the system of dollar-based fixed exchanges rates—became obsolete 40 years ago is a textbook case of bureaucratic mission creep. Its existence is no more justified by the new mission—a 911 for profligate, debt-ridden governments—than it was by the old one.
The IMF has 187 member governments, which together this year have provided $340 billion to the agency. Each country is assigned a contribution quota and a vote count weighted roughly according to its quota. The U.S. government’s financial quota is over 17 percent of the total, almost three times that of the second-largest contributor, Japan. It controls 16.74 percent of the votes. Treasury Secretary Timothy Geithner is the U.S. member of the board of governors, with Federal Reserve Chairman Ben Bernanke as alternate governor. This should be enough to establish that the IMF’s agenda is not free markets.
All IMF money comes from the taxpayers and central bank printing presses. So there’s the first charge against it: It’s financed through compulsion. That should shape our expectations about the agency.
What does the IMF do? Here’s how it describes its mission:
• Surveillance: “oversees the international monetary system and monitors the financial and economic policies of its members”;
• Technical assistance: “assist[s] mainly low- and middle-income countries in effectively managing their economies”; and
• Lending: “provides loans to countries that have trouble meeting their international payments and cannot otherwise find sufficient financing on affordable terms.”
Regarding the first, the IMF has been notoriously bad at foreseeing crises. But that should not be surprising. Why would bureaucrats living rather well off the taxpayers, with no personal capital at risk, be expected to be competent at spotting economic trouble?
The promise of “technical assistance” is dubious and even risible because the dominant governments of the world can hardly be said to have “effectively” managed their own economies. The IMF often advises distressed countries to raise taxes and to cut government spending to reduce budget deficits, upsetting both Keynesians and supply-siders. This is regarded as market-oriented, or “neoliberal,” advice, but to the extent that externally imposed measures engender public resentment, they give real market reform a bad name and set back the cause of genuine liberalism.
For example, the IMF may advise a government to remove price controls on food, which in itself would be a pro-market measure if accompanied by other reforms. However, if corresponding government-created scarcities—through licensing, franchises, patents, and so on—remain in place, average people will suffer and blame “the free market.” Food riots occurred some years ago in Egypt under just such circumstances, and as a result market reforms are widely distrusted there.
IMF loans constitute a double bailout. First, they save kleptocratic politicians from the consequences of their exploitative schemes, sparing them the necessity of radical reform—including land reform and free banking.
Second, IMF loans rescue the failing country’s creditors—Wall Street banks, typically—from a government default. In addition U.S. agricultural interests have come out in favor of increased support for the IMF to stimulate American farm exports. In 2009 the debate over increased U.S. funding was framed in the context of pushing an export-led American economic recovery.
This is surely doing well by doing good—with the taxpayers’ money.
Who pays? Aside from the taxpayers who supply the IMF with money, the tab is eventually paid by the working people of the subject countries through the higher taxes prescribed by the IMF.
The likelihood of the IMF’s compounding problems is immense. In The White Man’s Burden, former World Bank economist William Easterly writes: The IMF’s “core function of enforcing financial discipline is flawed by an intrusive Planner’s mentality that sets arbitrary numerical targets for key indicators of government behavior. Like all Planners, the IMF fits the complex reality of economic systems into a Procrustean bed of numerical targets that have little to do with that complexity.”
The IMF emphasizes that loans always come with “conditionality,” but for reasons already alluded to, that should offer little reassurance to advocates of free markets. The agency notes that it uses the principle of “parsimony” when writing conditions: “program-related conditions should be limited to the minimum necessary to achieve the goals of the Fund-supported program . . . .” Thus the deepest violations of individual liberty and market principles—feudal land distribution, for example—will be left untouched. Real markets don’t exist when large tracts of land are controlled by a privileged elite, leaving most people little choice but to take whatever is given. Their acceptance may represent the “best available option,” but if their choice set has been artificially constricted, that’s not saying much. (Fortunately the informal economy offers some hope.)
IMF loans of course channel resources to central governments, reinforcing their power and further politicizing the “aided” countries. As P. T. Bauer wrote,
Foreign aid has thus done much to politicize life in the Third World. And when social and economic life is extensively politicized, who has the power becomes supremely important, sometimes a matter of life and death. . . . People divert their resources and attention from productive activity into other areas, such as trying to forecast political developments, placating or bribing politicians and civil servants, operating or evading controls.
In the end the IMF has fostered long-term dependency, perpetual indebtedness, moral hazard, and politicization, while discrediting market reform and forestalling revolutionary liberal change. The solution is not for the IMF to impose free markets, even if it could. That would smack of imperialism and, writes Easterly, would have “patronizing echoes of the White Man’s Burden.”
The IMF should be scrapped and the people suffering under kleptocracy left to discover the requirements for improving their own conditions. How much more “help” can they stand?
Sheldon Richman
The Free Man, September 2011 • Volume: 61 • Issue: 7
The sex scandal involving the recently departed International Monetary Fund chief, Dominique Strauss-Kahn—criminal or not—was never a reason to abolish the agency. But then we didn’t need another reason. The agency, centerpiece of J. M. Keynes’s inflationary Bretton Woods brainchild, should never have been created in the first place, since it was another calculated step toward global government-controlled money. Its re-creation after its original mandate—maintaining the system of dollar-based fixed exchanges rates—became obsolete 40 years ago is a textbook case of bureaucratic mission creep. Its existence is no more justified by the new mission—a 911 for profligate, debt-ridden governments—than it was by the old one.
The IMF has 187 member governments, which together this year have provided $340 billion to the agency. Each country is assigned a contribution quota and a vote count weighted roughly according to its quota. The U.S. government’s financial quota is over 17 percent of the total, almost three times that of the second-largest contributor, Japan. It controls 16.74 percent of the votes. Treasury Secretary Timothy Geithner is the U.S. member of the board of governors, with Federal Reserve Chairman Ben Bernanke as alternate governor. This should be enough to establish that the IMF’s agenda is not free markets.
All IMF money comes from the taxpayers and central bank printing presses. So there’s the first charge against it: It’s financed through compulsion. That should shape our expectations about the agency.
What does the IMF do? Here’s how it describes its mission:
• Surveillance: “oversees the international monetary system and monitors the financial and economic policies of its members”;
• Technical assistance: “assist[s] mainly low- and middle-income countries in effectively managing their economies”; and
• Lending: “provides loans to countries that have trouble meeting their international payments and cannot otherwise find sufficient financing on affordable terms.”
Regarding the first, the IMF has been notoriously bad at foreseeing crises. But that should not be surprising. Why would bureaucrats living rather well off the taxpayers, with no personal capital at risk, be expected to be competent at spotting economic trouble?
The promise of “technical assistance” is dubious and even risible because the dominant governments of the world can hardly be said to have “effectively” managed their own economies. The IMF often advises distressed countries to raise taxes and to cut government spending to reduce budget deficits, upsetting both Keynesians and supply-siders. This is regarded as market-oriented, or “neoliberal,” advice, but to the extent that externally imposed measures engender public resentment, they give real market reform a bad name and set back the cause of genuine liberalism.
For example, the IMF may advise a government to remove price controls on food, which in itself would be a pro-market measure if accompanied by other reforms. However, if corresponding government-created scarcities—through licensing, franchises, patents, and so on—remain in place, average people will suffer and blame “the free market.” Food riots occurred some years ago in Egypt under just such circumstances, and as a result market reforms are widely distrusted there.
IMF loans constitute a double bailout. First, they save kleptocratic politicians from the consequences of their exploitative schemes, sparing them the necessity of radical reform—including land reform and free banking.
Second, IMF loans rescue the failing country’s creditors—Wall Street banks, typically—from a government default. In addition U.S. agricultural interests have come out in favor of increased support for the IMF to stimulate American farm exports. In 2009 the debate over increased U.S. funding was framed in the context of pushing an export-led American economic recovery.
This is surely doing well by doing good—with the taxpayers’ money.
Who pays? Aside from the taxpayers who supply the IMF with money, the tab is eventually paid by the working people of the subject countries through the higher taxes prescribed by the IMF.
The likelihood of the IMF’s compounding problems is immense. In The White Man’s Burden, former World Bank economist William Easterly writes: The IMF’s “core function of enforcing financial discipline is flawed by an intrusive Planner’s mentality that sets arbitrary numerical targets for key indicators of government behavior. Like all Planners, the IMF fits the complex reality of economic systems into a Procrustean bed of numerical targets that have little to do with that complexity.”
The IMF emphasizes that loans always come with “conditionality,” but for reasons already alluded to, that should offer little reassurance to advocates of free markets. The agency notes that it uses the principle of “parsimony” when writing conditions: “program-related conditions should be limited to the minimum necessary to achieve the goals of the Fund-supported program . . . .” Thus the deepest violations of individual liberty and market principles—feudal land distribution, for example—will be left untouched. Real markets don’t exist when large tracts of land are controlled by a privileged elite, leaving most people little choice but to take whatever is given. Their acceptance may represent the “best available option,” but if their choice set has been artificially constricted, that’s not saying much. (Fortunately the informal economy offers some hope.)
IMF loans of course channel resources to central governments, reinforcing their power and further politicizing the “aided” countries. As P. T. Bauer wrote,
Foreign aid has thus done much to politicize life in the Third World. And when social and economic life is extensively politicized, who has the power becomes supremely important, sometimes a matter of life and death. . . . People divert their resources and attention from productive activity into other areas, such as trying to forecast political developments, placating or bribing politicians and civil servants, operating or evading controls.
In the end the IMF has fostered long-term dependency, perpetual indebtedness, moral hazard, and politicization, while discrediting market reform and forestalling revolutionary liberal change. The solution is not for the IMF to impose free markets, even if it could. That would smack of imperialism and, writes Easterly, would have “patronizing echoes of the White Man’s Burden.”
The IMF should be scrapped and the people suffering under kleptocracy left to discover the requirements for improving their own conditions. How much more “help” can they stand?
Assinar:
Comentários (Atom)
Postagem em destaque
Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida
Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...
-
FAQ do Candidato a Diplomata por Renato Domith Godinho TEMAS: Concurso do Instituto Rio Branco, Itamaraty, Carreira Diplomática, MRE, Diplom...
-
Uma preparação de longo curso e uma vida nômade Paulo Roberto de Almeida A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em ...
-
Liberando um artigo que passou um ano no limbo: Mercosul e União Europeia: a longa marcha da cooperação à associação Recebo, em 19/12/2025,...
-
Homeric Epithets: Famous Titles From 'The Iliad' & 'The Odyssey' Word Genius, Tuesday, November 16, 2021 https://www.w...
-
Quando a desgraça é bem-vinda… Leio, tardiamente, nas notícias do dia, que o segundo chanceler virtual do bolsolavismo diplomático (2019-202...
-
Textos sobre guerra e paz, numa perspectiva histórica e comparativa Paulo Roberto de Almeida 5136. “A Paz como Projeto e Potência”, Brasília...
-
Alternâncias e conformismo na diplomacia brasileira Paulo Roberto de Almeida Em democracias vibrantes, com alternância de poder, a polític...
-
Minha preparação prévia a um seminário sobre a ordem global, na UnB: 5152. “ A desordem mundial gerada por dois impérios, contemplados por...
-
Mais recente trabalho publicado: 1609. “Política externa e diplomacia do Brasil: convergências e dissonâncias em perspectiva histórica”. P...