segunda-feira, 24 de junho de 2013

Miseria da educacao brasileira: miseria material, literalmente - Editorial Estadao

Como eu digo sempre, a situação é muito pior, mas muuuuiiiito pior do que vocês podem sequer imaginar. E aqui estamos falando só da parte material. A qualidade do ensino é MUUUUUUIIIIIITO PIOR do que vocês jamais ousariam imaginar.Paulo Roberto de Almeida  

Escolas precárias

Editorial O Estado de S.Paulo, 23/06/2013

A situação do sistema escolar brasileiro é uma demonstração de que as coisas sempre podem ser ainda piores do que imaginamos. Às notórias deficiências do ensino é preciso acrescentar, como mostra reportagem do Estado (17/6), as instalações precárias de um grande número de escolas - se é que elas merecem esse nome - em que estudam centenas de milhares de alunos em todo o País. Esses são portanto duplamente prejudicados. E, a julgar pelo pouco empenho das autoridades em encontrar solução para tais escolas, seus alunos provavelmente assim continuarão por muito tempo.
Existem 10.838 escolas que funcionam em locais inadequados, de acordo com o Censo Escolar de 2011 - em barracões, paióis, galpões, igrejas e casas de professores. A maior parte está no Maranhão (23,3%), Bahia (12,93%), Pará (12,67%), Minas Gerais (7,35%) e Pernambuco (4,64%). No total, estudam nessas escolas 756 mil alunos. Mesmo em São Paulo, há 26 mil alunos em escolas provisórias. Esses são apenas os casos mais graves.
Outros dados preocupantes, para não dizer alarmantes, foram levantados por pesquisadores das universidades federais de Brasília (UnB) e de Santa Catarina (UFSC). Apenas 0,6% - uma porcentagem irrisória - das unidades de ensino funcionam em prédios que podem ser considerados completos, com biblioteca, laboratório, quadra esportiva e condições de acessibilidade. E 44% das escolas não vão além do mínimo - água encanada, energia elétrica, cozinha, sanitário e esgoto.
Não há dúvida de que as condições precárias dessas escolas afetam o desempenho do aluno, segundo o professor Joaquim Soares Neto, da UnB. Seu grupo está apenas tentando determinar agora, com a maior precisão possível, qual é esse impacto. Outro especialista na questão, o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, insiste que, além de professores com boa formação e bem remunerados, uma escola precisa de instalações físicas e equipamentos adequados para promover a aprendizagem de seus alunos. Embora essas sejam, como se vê, necessidades evidentes, a má situação em que se encontra a maioria das escolas brasileiras mostra que o poder público em todos os seus níveis - União, Estados e municípios - ainda reluta em fazer tudo o que deve para resolver o problema.
O Ministério da Educação dispõe este ano de recursos da ordem de R$ 1,6 bilhão para obras de infraestrutura escolar, ao qual Estados e municípios podem ter acesso. Já foram aprovados 766 projetos de construção, reforma ou ampliação de escolas em 23 Estados. Há mais R$ 1,9 bilhão para creches e pré-escolas.
Tendo em vista a péssima situação em que se encontra a rede escolar, sua ampliação e recuperação exigirá investimentos bem maiores do que esses, e durante vários anos. E a experiência mostra que, sem uma forte determinação do poder público, não se resolverá tão cedo o problema, por mais que todos reconheçam a importância da melhoria da educação para o futuro do País.
O exemplo de São Paulo é ilustrativo. Embora seja o Estado mais risco, até agora ele não conseguiu resolver definitivamente o problema das chamadas "escolas de lata", construídas em caráter provisório na década de 1980 com material inapropriado para essa finalidade, muito quentes no verão e muito frias no inverno e sempre barulhentas em todas as estações. Apesar das muitas promessas de acabar com elas, feitas por todos os governos que se sucederam desde então, restam ainda 77 das 150 construídas.
Também a Prefeitura da capital deixa evidente a dificuldade de solução do problema das escolas precárias. Uma escola construída no Jardim Santo André, na zona leste, há mais de 20 anos, com paredes de madeira e salas mal ventiladas, submete seus alunos do 1.º ao 5.º ano a condições totalmente inadequadas. A construção de uma de alvenaria para substituí-la está atrasada.
Embora ela seja decisiva, não será nada fácil vencer essa batalha.

FIFA-manifestantes: unidos por uma saude melhor (por enquanto so a FIFA...)

Não satisfeita com hospitais públicos, Fifa será atendida pela rede particular

Entidade acredita que rede pública não oferece um serviço minimamente decente

22 de junho de 2013 | 8h 12
JAMIL CHADE E LEONARDO MAIA - O Estado de S. Paulo
RIO – A Fifa e os manifestantes que tomaram as ruas brasileiras tem pelo menos um ponto em comum: ambos concordam que os hospitais públicos brasileiros não oferecem um serviço minimamente decente. Ao contrário do que ocorreu na África do Sul, quando a entidade credenciou algumas unidades públicas de saúde para atender seus membros e investiu neles, no Brasil a Fifa será atendida pela rede particular.
Caso um jogador, cartola, repórter estrangeiro ou membro da entidade sofra algum problema de saúde, será levado para um desses hospitais credenciados. Todos, salvo no caso de Porto Alegre, são clínicas privadas.
"Essa é uma definição da Fifa escolher em qual rede quer ter seu atendimento. O governo brasileiro tem se preparado para melhorar toda sua rede, estamos no processo de preparação na rede pública. Estamos investindo pesadamente", comentou Derborah Malta, diretora de promoção da saúde do Ministério da Saúde.
Com o cuidado de medir as palavras, o diretor médico da Fifa, Jiri Dvorak, procurou não fazer críticas diretas ao sistema de saúde público brasileiro e dizer que a decisão tomada levou em conta a orientação das autoridades locais.
"Quando escolhemos os hospitais nós o fazemos junto com o COL (Comitê Organizador Local). É uma avaliação complexa. Não estamos impondo que seja hospitais privados. Temos um grupo independente que avalia (os hospitais)".
Diante de perguntas sobre os protestos que pedem por melhores hospitais públicos, Deborah disse que o governo Dilma tem como prioridade aumentar o orçamento da saúde.
"Atualmente 9% do PIB são investidos na saúde, mas achamos sempre que podemos investir mais. É uma demanda legítima de melhorias na saúde. Estamos trabalhando para melhorar a gestão e o investimento na saúde pública. Somos um país em desenvolvimento e ainda temos muito a construir", ponderou a diretora. 

Mercado Mercantilista do Sul (sem certeza quanto ao mercado) - Editorial Estadao

O acordo automotivo, de novo

Editorial O Estado de S.Paulo, 22/06/2013

Os gestos de gentileza trocados nos últimos dias pelas presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner para tratar do acordo automotivo entre Brasil e Argentina não deixam dúvidas de que os dois governos estão dispostos a manter a vigência desse acordo, cujo item mais importante - o controle do comércio entre os dois países - perderá validade no dia 30 de junho, passando, então, a vigorar o livre comércio. O regime de liberdade comercial, aliás, deveria estar em vigor desde a criação do Mercosul, há 22 anos, mas, por pressão argentina generosamente tolerada pelo governo brasileiro, vem sendo seguidamente adiado.
Não tendo podido tratar diretamente desse assunto na última reunião de trabalho que manteve com sua colega argentina, em 25 de abril, Dilma encarregou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, de, como seu enviado pessoal, iniciar as negociações com a presidente argentina. Num gesto de deferência, Cristina Kirchner, de sua parte, concordou em reunir-se com Pimentel na residência oficial de Olivos, onde não costuma receber representantes de governos estrangeiros.
São mesuras injustificáveis para renovar um acordo que nunca deveria ter existido. O acerto entre os dois governos para regulamentar o comércio binacional de automóveis e componentes tornou-se mais uma das gazuas comerciais que distorcem e desmoralizam o Mercosul. O Mercosul foi criado em 1991 como uma zona de livre comércio, que implicava o livre fluxo de mercadorias entre os países-membros. Sua prematura transformação em união aduaneira, em 1995, tornou ainda mais injustificável o acordo automotivo. Mas, por pressão dos fabricantes argentinos de veículos, ele vigora desde 2000, com alterações pouco significativas feitas em suas sucessivas renovações, a última das quais é de 2008.
A renovação do acordo automotivo é vital para a indústria argentina. Nos cinco primeiros meses deste ano, ela produziu 331 mil veículos, dos quais 159 mil, ou praticamente a metade, foram vendidos no mercado brasileiro. O Brasil absorve quase 90% dos veículos exportados pela Argentina.
Pode-se dizer que o acordo interessa também aos fabricantes brasileiros, pois, dos 411 mil veículos exportados pelo País em 2012, a Argentina absorveu cerca de 70%. É importante, no entanto, examinar algumas diferenças essenciais entre a estrutura produtiva e a capacidade de exportação para outros mercados do Brasil e da Argentina.
Enquanto, como se viu, o mercado brasileiro absorve praticamente a metade de tudo o que a indústria automobilística argentina consegue produzir, o mercado argentino compra menos de 10% do que se produz no Brasil. Esses números mostram o grau de dependência da Argentina em relação ao Brasil. O fato de o Brasil ser o principal (e quase único) destino dos veículos exportados pela Argentina coloca a indústria do país vizinho diante de dois desafios, como declarou recentemente o presidente da Adefa (o correspondente argentino da Anfavea), Cristiano Ratazzi: renovar o acordo automotivo e conquistar novos mercados.
O segundo exige investimentos em tecnologia e inovação que não vêm ocorrendo. O primeiro, com a generosa concordância do governo brasileiro, poderá ser superado sem grandes sustos.
O acordo automotivo renovado em junho de 2008 tem validade de seis anos. Mas ele estabelece que o comércio de todos os produtos automotivos será livre entre os dois países a partir de 1.º de julho de 2013 - daí a angústia com que os fabricantes e o governo argentino esperam a conclusão dos entendimentos iniciados por Pimentel e que agora prosseguem em nível técnico.
Com a provável renovação desse acordo injustificável numa união aduaneira, o Brasil se aprofundará num atoleiro comercial que o impede de abrir mercados muito mais promissores por meio de acordos bilaterais, que são desprezados pelo governo do PT.

domingo, 23 de junho de 2013

Querida, encolheram a minha fortuna! Mister X e o capitalismo promiscuo do Brasil (NYT)

Toda vez que você assistir um capitalista (pode ser uma capitalista, também) dar um salto enorme de fortuna, você pode concluir duas coisas: ou os investidores são um bando de néscios, idiotas consumados (isso acontece, também), ou esse(a) capitalista tem vínculos privilegiados com o governo, que como todo mundo sabe, faz o dinheiro brotar em árvores.
Fernand Braudel, um bom historiador do capitalismo triunfante, dizia que a coisa mais perigosa que possa existir é a colusão entre os donos do dinheiro e os dirigentes do poder político: seja pela corrupção, seja pela chantagem, essa aliança é sempre nefasta para os consumidores e para o próprio capitalismo, que perde sua vertente competitiva para converter num negócio entre amigos, geralmente mafiosos, como parece ter ocorrido no caso de Mister X.
Pior ainda quando o aventureiro não tem muito dinheiro, mas consegue reciclar parte do próprio dinheiro público, como também parece ter ocorrido aqui. Partidos mafiosos, companheiros corruptos, capitalistas venais são todos personagens que conhecemos muito bem, e que infelizmente existem na vida real.
Bem, quando a coisa não dá certo, o que se deve fazer é deixar os investidores e o capitalista em questão afundarem no prejuízo. O problema é quando tem dinheiro público misturado.
Aí, todos nós pagamos, como parece ser o caso aqui também.
O prejuízo vai sobrar para você, caro leitor, mesmo que você não saiba ou sequer desconfie...
Esse tipo de praga sempre vai existir.
Juízes atentos, procuradores ativos, deveriam estar aí para processar todos os responsáveis públicos pela decisão de colocar dinheiro do Estado (ou seja, de todos nós) numa aventura promíscua com um aventureiro mafioso.
Paulo Roberto de Almeida

Brazil, Fortune and Fate Turn on Billionaire


Sergio Moraes/Reuters
A floating oil production and storage unit belonging to the shipbuilder OSX, part of Mr. Batista’s group of industrial holdings.



When the Brazilian billionaire Eike Batista appeared on the Charlie Rose show in 2010, he and his country were on a roll.
Fred Prouser/Reuters
The rise and fall of Eike Batista mirrors Brazil’s sudden reversal of fortune.
Brazil’s economy, driven by a worldwide commodity boom, grew a blistering 7.5 percent that year. And Mr. Batista’s prodigious holdings — spanning oil, mining, shipping and real estate — were soaring in value. In the interview, Mr. Batista was asked how rich he would become over the next decade.
“A hundred billion dollars,” he said, an amount that would most likely have made him the wealthiest person in the world.
Today, with the Brazilian stock market and the value of its currency falling as mass demonstrations hobble the country, Mr. Batista’s billions are evaporating. From a peak of $34.5 billion in March 2012, his wealth has dropped to an estimated $4.8 billion, according to the Bloomberg Billionaires Index. His lenders are growing anxious, and there are concerns that he might have to reorganize — and possibly lose control of — his dwindling empire.
The rise and fall of the charismatic industrialist mirrors Brazil’s sudden reversal of fortune. After years of economic expansion, the South American nation has begun to sputter. Inflation has become a major concern. Brazil’s stock market index has declined about 23 percent this year, the most of any large country. This month, Standard & Poor’s cut its outlook on Brazil’s credit rating to negative, citing slowing growth and weakening finances.
And then there are the street protests spreading across Brazil, stunning the country’s political and business establishment. With outbursts of violence, the protests, initially caused by an increase in bus fares, have grown into a broad questioning of the government’s priorities. The protests shook an array of cities over the weekend, with somewhat less intensity than in previous days, and organizers promised a new round of demonstrations in the days ahead.
Mr. Batista’s conglomerate, as an emblem of the nation’s industrial mettle, ranked among the government priorities now being questioned, receiving more than $4 billion in loans and investments from the national development bank. While protesters have not focused much ire on Brazil’s economic elite, there has been a building resentment toward the fact that governing structures subject to corruption in Brazil remained largely the same throughout the long economic boom, as authorities channeled huge resources of the state to projects controlled by tycoons.
The protesters have directed much of their anger toward political leaders, some of whom are close to Mr. Batista, like the governor of Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, to whom Mr. Batista occasionally lent his private jet and who found demonstrators camped in front his home.
“Eike Batista assembled an empire thanks to colossal financing from the Brazilian government,” said Carlos Lessa, an economist and former president of Brazil’s national development bank. “But his explosion of wealth and prominence on the global stage came with risks, as the government itself and investors are discovering now.”
Mr. Batista built his fortune by selling investors on the potential of Brazil, forming companies that would benefit from the country’s rich oil fields, vast mining resources and fast-growing middle class.
But over the last year, investors in Mr. Batista’s six publicly traded businesses — none of which are profitable — have unloaded their shares amid disappointing projections, missed deadlines and a heavy debt load.
“He bundled wind and sold it,” said Miriam Leitão, an economic historian and columnist for O Globo, a leading Brazilian newspaper. “The euphoria fooled a lot of people.”
Now Mr. Batista is shedding assets and raising cash. In April, he dumped a large stake in his electric power company. He has put a private jet, a $26 million Embraer Legacy 600, up for sale. He is seeking a partner for Rio de Janeiro’s landmark Hotel Glória that he bought in 2008, a project that was supposed to be ready for the 2014 soccer World Cup but is mired in delays.
On Sunday, the newspaper Folha de São Paulo reported that Mr. Batista’s offshore construction company, OSX, had defaulted on a payment of more than $200 million to Acciona, a Spanish construction company. A spokeswoman for Mr. Batista disputed the report, contending that OSX has been in negotiations with Acciona over “obligations.”
In a statement, Mr. Batista rejected speculation that his business empire could be heading toward a collapse. Referring to his recent sale of stock in his own flagship oil company, OGX, Mr. Batista called the move a “minimal timely adjustment” related to the “reduction of the cost of debt among creditors.” While the move eroded confidence by investors, he emphasized that he had no plans to do so again.
There was a time when Mr. Batista personified Brazil’s emergence as a world economic force. The son of a former president of the Brazilian mining giant Vale, Mr. Batista was born to privilege. He earned his first millions buying gold from remote mines in the Amazon and then acquiring gold mines in Brazil and Canada.
Since the middle of last decade, Mr. Batista, through his EBX Group holding company, has formed six listed businesses: OGX (oil) and OSX (offshore equipment and services to energy companies), as well as MMX (mining), LLX (logistics), CCX (coal) and MPX (power). The X in each company name is meant to symbolize the multiplication of wealth.
Mr. Batista, 56, lives large and relishes the spotlight. He is a onetime champion speedboat racer, and his former wife was a Playboy cover girl. In Jardim Botânico, an upscale district of Rio, he opened a lavish Chinese restaurant, called Mr. Lam, where he entertained business visitors from the Far East. For a time, he parked his Mercedes-Benz SLR McLaren, which sells for about $450,000, in his living room. He had a memoir published in 2011 with the title “The X Factor: The Path of Brazil’s Greatest Entrepreneur.”
That book now looks in need of an afterword. Consider the ups and downs of OGX, the oil company and once one of Mr. Batista’s biggest holdings. In 2008, OGX raised $4.1 billion in the Brazilian stock market in what was then the country’s largest-ever I.P.O. But last June, after OGX missed its production forecasts by a wide margin, its shares tanked, and have fallen about 90 percent. On Friday, three of its five independent board members, including a former Brazil finance minister and a former Supreme Court justice, were reported to have resigned.
Skepticism is building beyond the ranks of his own corporate boards. “For both him and Brazil it’s time to talk less and deliver more,” Exame, the nation’s top business magazine, recently said in an overview of the woes at his companies.
There is also the decline last week in the stock of CCX, his coal business. Shares dropped 37 percent on Thursday to a record low after Mr. Batista canceled plans to take the business private. Mr. Batista said in a statement that the tumult in Brazil’s stock market “doesn’t represent an ideal environment to sustain the current terms” of the deal.
If Mr. Batista’s holdings continue to diminish in value, analysts say that his lenders, which include some of Brazil’s biggest banks, could push him into a restructuring that could cost him control of his companies.
The crisis at his empire is unfolding as Brazil is grappling with a decline in prices for some of the commodities the country exports, and ambitious infrastructure projects across the country face delays. While growth slowed to less than 1 percent in 2012, Brazil’s economy is not in crisis. Economists still expect the economy to grow about 2.5 percent this year, even as market turbulence shakes Brazil and other developing countries.
The sudden emergence of protests in more a hundred cities is putting greater pressure on authorities to lift the economy from its slowdown.
Aside from his business woes, Mr. Batista has also come under scrutiny because of his family. In March 2012, his son, Thor Batista, was driving his father’s McLaren when he struck a bicyclist and killed him instantly. This month, a Brazilian jury convicted Mr. Batista, 21, of vehicular manslaughter. He avoided prison, but was banned from driving for two years and fined about $500,000. His lawyers said they would appeal.
Mr. Batista has maintained a brave face through the losses, reminding investors that his companies still have billions of dollars of available cash. He has also taken to social media to fight back, telling his 1.3 million Twitter followers that anyone who bet against him would be “caught with their pants down.”
Jack Deino, a fund manager at Invesco, appears willing to take that risk. After acquiring a big position in the bonds of the oil concern OGX, he sold his entire stake a year ago after the company announced the major production shortfall.
“Batista built his businesses with a whole lot of salesmanship and hype,” Mr. Deino said. “I feel like I’ve been burned and won’t be touching any more of his ventures.”

O espiao que saiu do frio, parece que voltou para o frio... - NYTimes

The New York Times, June 23, 2013

China Said to Have Made Call to Let Leaker Depart


BEIJING — The Chinese government made the final decision to allow Edward J. Snowden, the former National Security Agency contractor, to leave Hong Kong on Sunday, a move that Beijing believed resolved a tough diplomatic problem even as it reaped a publicity windfall from Mr. Snowden’s disclosures, according to people familiar with the situation.
Hong Kong authorities have insisted that their judicial process remained independent of China, but these observers — who like many in this article spoke on the condition of anonymity to talk freely about confidential discussions — said that matters of foreign policy are the domain of the Chinese government, and Beijing exercised that authority in allowing Mr. Snowden to go.
From China’s point of view, analysts said, the departure of Mr. Snowden solved two concerns: how to prevent Beijing’s relationship with the United States from being ensnared in a long legal wrangle in Hong Kong over Mr. Snowden, and how to deal with a Chinese public that widely regards the American computer expert as a hero.
“Behind the door there was definitely some coordination between Hong Kong and Beijing,” said Jin Canrong, professor of international relations at Renmin University in Beijing.
Beijing’s chief concern was the stability of the relationship with the United States, which the Chinese believed had been placed on a surer footing during the meeting between President Xi Jinping and President Obama at the Sunnylands estate in California this month, said Mr. Jin and a person knowledgeable about the Hong Kong government’s handling of Mr. Snowden.
The Chinese government was pleased that Mr. Snowden disclosed the extent of American surveillance of Internet and telephone conversations around the world, giving the Chinese people a chance to talk about what they describe as American hypocrisy regarding surveillance practices, said Mr. Jin and the person familiar with the consultations between Hong Kong and China.
But in the longer term, China’s overall relationship with the United States, which spans global economic, military and security issues, was more important than the feelings of the public in China and Hong Kong, who felt that the contractor should be protected from the reach of the United States, analysts said.
Mainland Chinese officials “will be relieved he’s gone — the popular sentiment in Hong Kong and China is to protect him because he revealed United States surveillance here, but the governments don’t want trouble in the relationship,” said the person familiar with the consultations between Beijing and Hong Kong.
Mr. Snowden went public in Hong Kong on June 9, the day after the meeting between Mr. Obama and Mr. Xi ended, as the source of a series of disclosures in the British newspaper The Guardian and The Washington Post about classified national security programs.
The stream of information about the extent of American worldwide eavesdropping shifted the focus in the public sniping between the Obama administration and China over cybersecurity that had been unfolding for months.
In a series of speeches, senior officials in the Obama administration, including the national security adviser, Tom Donilon, and the defense secretary, Chuck Hagel, had taken the offensive against China, publicly accusing it of cyberespionage against American businesses. Mr. Donilon said in a speech in March that China was responsible for theft of confidential business information and proprietary technologies through digital intrusions on an “unprecedented scale.”
In response to those accusations, China said that it was the victim of cyberattacks from the United States.
Mr. Snowden’s disclosures appeared to confirm the Chinese government’s argument, and put the United States on the defensive. The highly classified documents that Mr. Snowden gave to the two newspapers showed that the N.S.A. compiled logs of virtually all telephone calls in the United States and collected the e-mail of foreigners from American Internet companies.
Mr. Snowden has denied giving China classified documents and said he had spoken only to journalists. But his public statements, directly and to reporters, have contained intelligence information of great interest to China.
Two Western intelligence experts, who worked for major government spy agencies, said they believed that the Chinese government had managed to drain the contents of the four laptops that Mr. Snowden said he brought to Hong Kong, and that he said were with him during his stay at a Hong Kong hotel.
If that were the case, they said, China would no longer need or want to have Mr. Snowden remain in Hong Kong.
The disclosures by Mr. Snowden set off a surge of commentary against American “double faced” and “arrogant” behavior by many users of China’s version of Twitter.
In some instances, the Chinese news media made snide references to what it called the gap between how the United States portrayed itself, and what the United States practiced. “Washington must be grinding its teeth because Snowden’s revelations have almost overturned the image of the U.S. as the defender of a free Internet,” Global Times, which often reflects the official point of view, wrote in an editorial.
The precise details of how the Chinese government dealt with Hong Kong authorities were not immediately known.
But Beijing appears to have decided that weeks of focus on Mr. Snowden in Hong Kong and his disclosures about the American government’s global surveillance practices were enough, and that he could turn into a liability, said a second person familiar with the handling of Mr. Snowden. “Beijing has gotten the most they can out of the Snowden situation,” that person said.
A senior diplomat familiar with the way the Chinese government works said just before the departure of Mr. Snowden became public that he believed that Beijing would do all it could to keep Mr. Snowden out of American hands. The Chinese public would be outraged if the contractor was extradited, put on trial and jailed, he said. At the same time, the Obama administration would put relentless pressure on Beijing to get Mr. Snowden, he said.
“I see the sun of Sunnylands disappearing into the snow of Snowden,” the diplomat said.
Jane Perlez reported from Beijing, and Keith Bradsher from Hong Kong.

Seis surpresas protestatarias - Moises Naim

EL OBSERVADOR GLOBAL

Turquía, Brasil y sus protestas: seis sorpresas

Los movimientos de protesta que florecen en el planeta comparten algunas características

Moises Naim
El Pais, Junio 23, 2013

Primero fue Túnez, luego Chile y Turquía. Y ahora Brasil. ¿Qué tienen en común las protestas callejeras en países tan diferentes? Varias cosas… y todas sorprendentes.
1. Pequeños incidentes que se hacen grandes. En todos los casos, las protestas comenzaron con acontecimientos localizados que, inesperadamente, se convierten en un movimiento nacional. En Túnez, todo empezó cuando un joven vendedor ambulante de frutas no pudo soportar más el abuso de las autoridades y se inmoló prendiéndose fuego. En Chile fueron los costes de las universidades. En Turquía, un parque y en Brasil, la tarifa de los autobuses. Para sorpresa de los propios manifestantes —y de los Gobiernos— esas quejas específicas encontraron eco en la población y se transformaron en protestas generalizadas sobre cuestiones como la corrupción, la desigualdad, el alto costo de la vida o la arbitrariedad de las autoridades que actúan sin tomar en cuenta el sentir ciudadano.
2. Los Gobiernos reaccionan mal. Ninguno de los Gobiernos de los países donde han estallado estas protestas fue capaz de anticiparlas. Al principio tampoco entendieron su naturaleza ni estaban preparados para afrontarlas eficazmente. La reacción común ha sido mandar a los agentes antidisturbios a disolver las manifestaciones. Algunos Gobiernos van más allá y optan por sacar al Ejército a la calle. Los excesos de la policía o los militares agravan aún más la situación.
La principal sorpresa de estas protestas callejeras es que ocurren en países económicamente exitosos
3. Las protestas no tienen líderes ni cadena de mando. Las movilizaciones rara vez tienen una estructura organizativa o líderes claramente definidos.
Eventualmente destacan algunos de quienes protestan, y son designados por los demás —o identificados por los periodistas— como los portavoces. Pero estos movimientos —organizados espontáneamente a través de redes sociales y mensajes de texto— ni tienen jefes formales ni una jerarquía de mando tradicional.
4. No hay con quién negociar ni a quién encarcelar. La naturaleza informal, espontánea, colectiva y caótica de las protestas confunde a los Gobiernos. ¿Con quién negociar? ¿A quién hacerle concesiones para aplacar la ira en las calles? ¿Cómo saber si quienes aparecen como líderes realmente tienen la capacidad de representar y comprometer al resto?
5. Es imposible pronosticar las consecuencias de las protestas.Ningún experto previó la primavera árabe. Hasta poco antes de su súbita defenestración, Ben Ali, Gadafi o Mubarak eran tratados por analistas, servicios de inteligencia y medios de comunicación como líderes intocables, cuya permanencia en el poder daban por segura. Al día siguiente, esos mismos expertos explicaban por qué la caída de esos dictadores era inevitable. De la misma manera que no se supo por qué ni cuándo comienzan las protestas, tampoco se sabrá cómo y cuándo terminan, y cuáles serán sus efectos. En algunos países no han tenido mayores consecuencias o solo han resultado en reformas menores. En otros, las movilizaciones han derrocado Gobiernos. Este último no será el caso en Brasil, Chile o Turquía. Pero no hay duda de que el clima político países ya no es el mismo.
6. La prosperidad no compra estabilidad. La principal sorpresa de estas protestas callejeras es que ocurren en países económicamente exitosos. La economía de Túnez ha sido la mejor de África del Norte. Chile se pone como ejemplo mundial de que el desarrollo es posible. En los últimos años se ha vuelto un lugar común calificar a Turquía de “milagro económico”. Y Brasil no solo ha sacado a millones de personas de la pobreza, sino que incluso ha logrado la hazaña de disminuir su desigualdad. Todos ellos tienen hoy una clase media más numerosa que nunca. ¿Y entonces? ¿Por qué tomar la calle para protestar en vez de celebrar? La respuesta está en un libro que el politólogo estadounidense Samuel Huntington publicó en 1968: El orden político en las sociedades en cambio. Su tesis es que en las sociedades que experimentan transformaciones rápidas, la demanda de servicios públicos crece a mayor velocidad que la capacidad de los Gobiernos para satisfacerla. Esta es la brecha que saca a la gente a la calle a protestar contra el Gobierno. Y que alienta otras muy justificadas protestas: el costo prohibitivo de la educación superior en Chile, el autoritarismo de Erdogan en Turquía o la impunidad de los corruptos en Brasil. Seguramente, en estos países las protestas van a amainar. Pero eso no quiere decir que sus causas vayan a desaparecer. La brecha de Huntington es insalvable.
Y esa brecha, que produce turbulencias políticas, también puede ser transformada en una positiva fuerza que impulsa el progreso.
Sígame en Twitter @moisesnaim

Oui, apres mois le deluge, et sauve qui peut - Celso Ming

Déficit de credibilidade

CELSO MING

O Estado de S.Paulo, 23 de junho de 2013 

De nada serviu à presidente Dilma adotar certas práticas da presidente Cristina Kirchner e chamar os críticos de sua política econômica de terroristas. Ela já deve ter elementos para entender que seu governo enfrenta sério déficit de credibilidade.
Ao longo dos dois últimos anos se atirou ao desmonte dos fundamentos da economia que haviam dado certo nos anos anteriores. O compromisso com uma política fiscal responsável foi substituído por uma sucessão aleatória de contratação de despesas públicas destituídas de um programa estratégico que lhes desse solidez. As metas passaram a ser atropeladas por resultados construídos por truques contábeis. E o resto é opaco. Ninguém entendeu, por exemplo, como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai construir o prometido superávit primário (sobra de arrecadação para pagamento da dívida) de 2,3% do PIB.
As manifestações que tomaram as ruas das grandes capitais questionam os critérios que determinaram as prioridades das despesas públicas. O governo do PT, que lá atrás pregava as excelências do orçamento participativo, conduz suas pautas de uma maneira errática, à base de desonerações temporárias e discriminatórias e de transferências de dezenas de bilhões de reais do Tesouro para o Banco do Brasil, para a Caixa Econômica Federal e para o BNDES.
Até agora, os estragos provocados pela inflação no orçamento do trabalhador foram considerados irrelevantes. O importante era perseguir o "pibão grandão", que não acontece. A escalada de preços foi entendida como consequência de choques externos, de impacto temporário. A política monetária (política de juros) que deveria ater-se a levar a inflação à meta de 4,5% ao ano, foi reorientada para perseguir uma meta de juros. A obsessão da presidente Dilma foi derrubar os juros reais (descontada a inflação) para o nível dos 2% ao ano, não importando se as condições o comportavam.
Mas o momento não é só de desarrumação das contas públicas e de impacto inflacionário. É também de deterioração das contas externas. O rombo nas contas correntes (comércio exterior de mercadorias e serviços mais transferências unilaterais) passou de 2,4% para 3,2% em apenas cinco meses (veja o Confira). E, pior, tende a alargar-se para acima do afluxo de capitais de investimento. Esse é o principal fator que vai puxando as cotações do dólar para o alto.
Ainda na quinta-feira, o governo Dilma desmentiu categoricamente a substituição de peças-chave no comando da política econômica, como manobra destinada a recuperar credibilidade. Não basta a simples troca de nomes. É preciso primeiro admitir a substituição do atual arranjo experimentalista de política econômica por outro que garanta estabilidade e confiança.
Até agora, o governo Dilma descartou peremptoriamente quaisquer mudanças radicais de rumo. A opção foi ir tocando as coisas, do jeito que der, de maneira a não colocar em risco a recondução da presidente Dilma a um segundo mandato nas eleições de 2014. Mas essa é uma aposta em que nenhuma reviravolta política acontecerá até lá. As manifestações pelo País parecem dizer o contrário.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...