segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Os medicos cubanos e o modo de producao escravista - Percival Puggina


GILBERTO FREYRE E OS MÉDICOS CUBANOS
Percival Puggina
1/09/2013

Recebo carta de leitor disposto a ensinar-me que o convênio para admissão de médicos estrangeiros no Brasil prevê que eles sejam acompanhados pelas famílias. Como se eu não tivesse lido a Medida Provisória nº 623 de 19 de julho de 2013! Está ali, sim, com todas as letras, que o Brasil reconhece o óbvio direito do estrangeiro admitido no programa Mais Médicos de se fazer acompanhar por cônjuge e filhos enquanto prestar serviços ao nosso país. O problema que ao missivista pareceu irrelevante é este: enquanto os profissionais de quaisquer outras procedências exercerão esse direito, os cubanos são os únicos aos quais ele é vedado, não aqui, mas no país de origem. O doutor vem, mas a família fica lá, como garantia de retorno do cativo a seu dono e senhor, o Estado marxista-leninista de Cuba. O que a Medida Provisória de Dilma permite não está previsto nas Cartilhas do Cárcere do governo cubano. Há gente que pensa que os outros não pensam.

          A vergonhosa manifestação promovida por alguns médicos brasileiros contra os cubanos que desembarcaram em Fortaleza foi um self-service bem fornido para proveito dos formadores de opinião que atribuem a preconceitos ideológicos qualquer atitude avessa à agenda petista. Como se a defesa dos interesses do petismo estivesse associada aos mais translúcidos e elevados ideais humanos! Ou, como se essa defesa fosse gerada por um ambiente filosófico e político blindado à mais tênue contaminação ideológica. Me poupem.

          O site da revista Carta Capital na última quarta-feira deu destaque ao recém chegado Dr. Juan Delgado. "Não sei porque nos chamam de escravos", exclamou ele, observando que não vem tirar trabalho de ninguém e que todos irão para onde os médicos brasileiros não querem ir. Tem razão em parte, o Dr. Juan. A atitude dos seus colegas cearenses foi deplorável grosseria. Por outro lado, é irremediável a situação do escravo que sequer tem consciência de ser escravo. Danosa, também, a matéria da revista, claro, por não informar o leitor sobre a escravidão que o regime castrista impõe aos cidadãos da ilha. Carta Capital faz malabarismos. Também ela pensa que os outros não pensam.

          A presidente Dilma veio às falas naquele estilo que não dá bola para sujeito, predicado e complemento: "É um imenso preconceito esse que algumas vezes a gente vê sendo externado contra os médicos cubanos. Primeiro, é importante dizer que os médicos estrangeiros, e aí não só os cubanos, porque tem cubano, argentino, uruguaio, espanhol, português, tem de várias nacionalidades. Esses médicos vêm ao Brasil para trabalhar onde os médicos brasileiros formados aqui não querem trabalhar".

          Pois é, presidente, também a senhora não percebe. Argentinos, uruguaios, espanhóis e portugueses vêm ao Brasil de livre e espontânea vontade e são admitidos no programa individualmente, um a um. Já os cubanos, são tratados como gado de curral, vendidos aos lotes. Recebem pequena fração do que seus outros colegas embolsam enquanto a parte robusta do ervanário gerado por seu trabalho vai para os cofres de Havana. (Nota: Repete-se aqui, com os médicos, o tipo de locação com que o regime de Havana servia a Moscou jovens soldados, como bucha de canhão, nas guerras e guerrilhas que os soviéticos mantinham ou subsidiavam na África.) Considerar que os cubanos merecem tão desumano e depreciativo tratamento é muito mais do que preconceito. É maldade e perversão.

          Critique os manifestantes de Fortaleza, presidente. Mas dê uma olhada no que a senhora e os stalinistas de seu governo andam fazendo. Seu Advogado Geral da União já avisou que para os médicos cubanos não haverá asilo... Pergunte à ministra Maria de Rosário o que ela acha disso tudo na perspectiva dos Direitos Humanos. E se ela disser que concorda, despache-a com aquela sua caneta (retrátil, é verdade) de assinar demissões. Lembrei-me de Gilberto Freyre. Brasília, nesta alvorada do século 21, tornou-se a nova Casa Grande que contrata e paga por cabeça na senzala cubana.

* Percival Puggina (68) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.

Big Brother, Small Brother e as ironias da vida: se eles ja sabem de tudo, para que a visita?

Bem, seria o caso de suspender a visita de Estado não é?, já que o Obama já sabe de tudo...
Paulo Roberto de Almeida 



A Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) monitorou o conteúdo de telefonemas, e-mails e mensagens de celular da presidente Dilma Rousseff e de um número ainda indefinido de “assessores-chave” do governo brasileiro. Além de Dilma, também foram espionados pelos americanos nos últimos meses o presidente do México, Enrique Peña Nieto, — quando ele era apenas candidato ao cargo — e nove membros de sua equipe. 
As informações foram reveladas ontem pelo “Fantástico”, que teve acesso a uma apresentação feita dentro da própria NSA, em junho de 2012, em caráter confidencial. O documento é mais um dos que foram repassados ao jornalista britânico Glenn Greenwald por Edward Snowden, técnico que trabalhou na agência e hoje está asilado na Rússia.
— Se forem confirmados os fatos da reportagem, eles devem ser considerados gravíssimos e caracterizarão uma clara violação à soberania brasileira — disse o ministro, depois de uma reunião com Dilma. — Isso foge completamente ao padrão de confiança esperado de uma parceria estratégica, como é a dos Estados Unidos com o Brasil. Diante desses fatos, vamos exigir explicações formais ao governo americano, o Itamaraty convocará o embaixador dos Estados Unidos (Thomas Shannon) para dar explicações e vamos levar o assunto a todos os fóruns competentes da ONU.

Jose Mujica: um esquerdista sensato, realista, moderado - entrevista no YouTube

O entrevistador deve ter saído frustrado desta entrevista, pois deveria estar esperando grandes frases grandiloquentes sobre o socialismo, e saiu com uma entrevista sensata, bem humorada.
O presidente Mujica tem uma cultura econômica deficiente, mas pelo menos revela boa sensibilidade para as peculiaridades do Uruguai.
O fato de que o governo do Frente Amplio tenha ampliado o investimento do país de 11 a 22%, se for verdade (a verificar) é algo extraordinário, que deveria ser estudado pela atrasada esquerda brasileira, estatizante, dirigista...
Paulo Roberto de Almeida

http://www.youtube.com/watch?v=wUDJxX8xtO8&feature=youtu.be
Publicado em 31/07/2013
Em entrevista exclusiva a Emir Sader, o presidente do Uruguai falou sobre a legalização do aborto e do uso da maconha, da vida simples e sem luxos que leva, sobre o Brasil e as relações entre os países da América Latina. Confira!

Um critico acerbo de meus textos: sou "simplesmente muito ruim"? - exchange...

Um crítico acerbo de textos meus: sou “simplesmente muito ruim”?

Paulo Roberto de Almeida
Diálogo pela internet

Recebi, nesta data, no formulário de contato de meu site (www.pralmeida.org), a singela mensagem que vai transcrita abaixo:

On 01/09/2013, at 13:57, Frxxxxxxxx <frxxxxxxxx@xxxxx.com> wrote:
Mensagem enviada pelo formulário de Contato do SITE.

Nome: Fxxxxxxxxx
Cidade: São Paulo
Estado: São Paulo
Email: frxxxxxxxx@xxxxx.com
Assunto: Opiniao

Mensagem: Li um texto seu que está no site do senado em um curso de relações internacionais. É simplesmente muito ruim.
Como o texto é de 2004, espero sinceramente que você tenha mudado de opinião e até mesmo de estilo literário (pedantismo, ironias e sarcasmos não são nada legais), bem como tenha se atualizado no debate sobre a globalização, com nomes como Joseph Stiglitz, dentre outros.
Se eu fosse você, com toda a sinceridade, pediria para retirar esse texto como referência no curso que é disponibilizado pelo Senado, é simplesmente motivo para vergonha.

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Primeiro, respondi o que segue, sem checar os meus textos:

From: Paulo Almeida 
To: Frxxxxxxxx <frxxxxxxxx@xxxxx.com>
Date: August 1, 2013
Re: Formulário do SITE Paulo Roberto de Almeida: Opiniao

            Frxxxxxxxx,
            Não tenho a menor ideia de qual texto você se refere, pode ser meu, mas apenas se você me indicar o site, o URL específico, para que eu mesmo possa verificar se ele é, como você diz, "simplesmente muito ruim", e se ele é pedante, irônico, tem sarcasmos e todos esses defeitos que você aponta.
            Como eu escrevo muito, pode ser que seja meu, e tenha realmente todos esses defeitos.
            Não tenho nenhum problema de republicar aqui esse texto, acompanhado de sua apreciação crítica, nesses termos, ou em outros, se você preferir ser mais explícito.
            Se ouso, no entanto, fazer uma recomendação para sua futura carreira de crítico literário, ou acadêmico, eu recomendaria que você fosse mais explícito e detalhado em suas críticas.
            Acho que você não lê, por aí, críticas que simplesmente dizem "esse livro", ou esse artigo, "simplesmente é muito ruim, pedante, sarcástico, irônico", etc.
            Geralmente, críticos literários são mais explícitos e justificam, sustentam, embasam suas críticas em termos mais consistentes, o que espero que você faça em relação ao meu texto.
            Como disse, quando você me apontar qual texto meu está disponível no site do Senado, vou republicá-lo, dizendo que você vai fazer uma crítica mais ampla, depois dos dizeres abaixo relacionados e dos argumentos já emitidos.
            Quem não teme críticas, e quem escreve para o público, não tem nada a esconder não é mesmo?
            Grato pela sinceridade...
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Paulo Roberto de Almeida 

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Depois, fui checar os meus textos, e encontrei dois, de 2004, relacionados ao Senado, e por isso despachei a seguinte mensagem ao meu acerbo interlocutor:

Fr.......,
Fui buscar textos meus associados ao Senado, de 2004, e encontrei os dois abaixo relacionados, que talvez não sejam os mesmos que figuram no site do Senado, por isso solicito o URL que você deve ter.
Em todo caso, meus textos escritos expressam melhor minha opinião e ideias do que palavras rapidamente ditas e gravadas, sem necessariamente uma articulação mais formal. Chequei os links e eles estão funcionando...
            Aguardo suas críticas sobre os textos, e pretendo publicá-las...

1197. “Potências”, Brasília, 27 jan. 2004, 6 p. Respostas a questões colocadas no quadro do programa Conexão Mundo – ILB, TV do Senado Federal, Programa 2: Conceitos Fundamentais. Para resumo e exposição oral. Gravação diferiu substancialmente do texto preparado. Vídeo disponível em: http://www.senado.gov.br/sf/senado/ilb/medias/Videos_Educacionais/Conexao_Mundo/conexao02c.wmv. Postado no Blog Diplomatizzando (20/11/2011; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/11/grandes-potencias-mini-crash-course-de.html).

1198. “Associacionismo”, Brasília, 27 jan. 2004, 6 p. Respostas a questões colocadas no quadro do programa Conexão Mundo – ILB, TV do Senado Federal, Programa 2: Conceitos Fundamentais. Para resumo e exposição oral. Gravação diferiu substancialmente do texto preparado. Vídeo disponível em: http://www.senado.gov.br/sf/senado/ilb/medias/Videos_Educacionais/Conexao_Mundo/conexao03c.wmv. Postado no Blog Diplomatizzando (20/11/2011; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/11/associacionismo-novo-curso-de-paulo.html).
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Paulo Roberto de Almeida 

Frases de impacto: grato ao Joao Felipe Goncalves

Frases de impacto:

"Si tu veux vivre une vie heureuse, attache-toi à des buts. Pas à des personnes ou à des choses."

"A eterna insatisfação é a condição da excelência."

"Talent is luck. The important thing in life is courage."


Grato ao João Felipe Gonçalves, por me ter permitido o conhecimento destas frases excelentes.
Só ficou faltando seus respectivos autores...

Alo, mamae: a AT&T agradece, e repassa, esta chamada: hello boys!

Em tempo: meus telefones celulares são AT&T, com a participação especial do pessoal da Drug Enforcement Agency...

Drug Agents Use Vast Phone Trove Eclipsing N.S.A.’s

The scale and longevity of a data storage program run by the government in partnership with AT&T was unmatched by other government programs, including the National Security Agency’s gathering of phone call logs.
The New York Times, August 1, 2013:
http://nyti.ms/17xIipO

domingo, 1 de setembro de 2013

Venezuela: viva la hegemonia comunicacional de los companeros bolivarianos...

Os companheiros devem adorar noticias como essa, aliás, devem invejar: "pô, se eles podem..."

Venezuela monta hegemonia de meios de comunicação oficiais

CARACAS - Recentemente o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que muito em breve a Força Armada Nacional Bolivariana terá sua própria rede de televisão. “E isso não é tudo”, acrescentou, depois de determinar que uma das emissoras de TV oficiais, a ViveTV, será agora a ComunasVTV, dedicada a fomentar a criação e consolidação das “comunas” — forma de organização coletiva promovida pelo falecido presidente Hugo Chávez como base de seu “socialismo do século XXI”.
O novo governo venezuelano mantém a estratégia de ampliar seu controle sobre os meios de comunicação do país. Já possui oito televisões (só há quatro privadas), 36 emissoras “comunitárias” e 250 estações de rádio “comunitárias”, em sua maioria sustentadas com dinheiro público, segundo um estudo dos comunicólogos Marcelino Bisbal e Andrés Cañizales. O estudo assinala, por outro lado, que ainda existem 530 rádios comerciais no país.
O alcance midiático do governo venezuelano também inclui 120 jornais comunitários (regionais e locais) e três oficiais de circulação nacional, todos distribuídos gratuitamente, com o intuito de promover, sem descanso, a “revolução bolivariana”.
— Certa vez um ministro do chavismo afirmou que eles queriam implementar uma “hegemonia comunicacional”, conceito que duplica a oferta de mídias como serviços para toda a população — diz Gustavo Hernández, diretor do Instituto de Investigações sobre Comunicação (Ininco) da Universidade Central da Venezuela. 
— Na verdade o que há é uma hegemonia presidida por um partido oficial, que se encarrega de difundir a doutrina política do governo.
Num domingo qualquer, por exemplo, em quase metade do espectro FM das rádios de Caracas, se retransmitem os programas “Alô, presidente”, instaurados pelo falecido Chávez. As mensagens institucionais da Venezolana de Televisión (VTV), canal do governo, se referem constantemente a representantes da oposição como “traidores da pátria”. Atualmente se concentram na imagem do falecido presidente, procurando demonstrar que seu legado continua: “Chávez vive, a pátria segue”. A mensagem se repete pelo menos cem vezes ao dia.
Informação governamental vedada
Gloria Cuenca, professora de Ética e Leis de Mídia, explica que a hegemonia que se implementa na Venezuela vai além dos meios que o governo controla.
— A liberdade de expressão que existe na mídia é parcial e mediada, e o custo é alto. Jornalistas sofrem diariamente agressões e perseguição ao tentar levar ao público alguma notícia. A informação governamental está totalmente fechada para os meios independentes e livres, cujos repórteres não conseguem acesso.
Denúncias sobre qualquer tema, nas televisões e rádios da plataforma oficial rebatizada como “Sistema Bolivariano de Comunicação e Informação”, só surgem quando ocorrem em regiões e municípios governados por líderes da oposição.
O governo também capricha no uso da mídia, obrigando cadeias de rádio e TV a transmitir mensagens da Presidência da República com frequência. Segundo Cañizales, o presidente Maduro já fez 86 horas de pronunciamentos este ano, o que dá, desde sua posse, uma média diária de 32 minutos no ar.
Mas os espectadores se cansam. Segundo estudo da agência AGB Panamericana, que mede os índices, em julho canais do Estado só alcançaram 13% de audiência.
As recentes decisões judiciais contra a mídia na Venezuela mostraram a difícil situação da imprensa no país. Neste contexto, o Grupo de Diarios América (GDA), do qual O GLOBO participa, realizou uma série especial, que se encerra nesta quarta-feira, sobre a situação da imprensa venezuelana.
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Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...