sábado, 8 de março de 2014

Venezuela: tudo normal na frente diplomatica

Diplomatas sempre fazem o que lhes é instruido. Basta deixar o cérebro em casa, e o estômago na portaria...
Não o Brasil, mas a diplomacia companheira, votou contra o exame da situação na Venezuela pela OEA.
Paulo Roberto de Almeida 

Nota da OEA:

En relación con los hechos recientemente acaecidos en la República Bolivariana de Venezuela, el Consejo Permanente declara:
Sus condolencias y solidaridad con las víctimas y sus familiares, con el pueblo y el gobierno de la República Bolivariana de Venezuela, y hace votos para que las investigaciones tengan una rápida y justa conclusión.
Su respeto al principio de no intervención en los asuntos internos de los Estados y su compromiso con la defensa de la institucionalidad democrática y del estado de derecho de acuerdo con la Carta de la OEA y el derecho internacional.
Su más enérgico rechazo a toda forma de violencia e intolerancia, y hace un llamado a todos los sectores a la paz, a la tranquilidad y al respeto a los derechos humanos y libertades fundamentales, incluyendo los derechos a la libertad de expresión y reunión pacífica, circulación, salud y educación.
El reconocimiento, pleno respaldo y aliento a las iniciativas y los esfuerzos del Gobierno democráticamente electo de Venezuela y de todos los sectores políticos, económicos y sociales para que continúen avanzando en el proceso de diálogo nacional, hacia la reconciliación política y social, en el marco del pleno respeto a las garantías constitucionales de todos y por parte de todos los actores democráticos.
Su interés de mantenerse informado sobre la situación y el diálogo instaurado en Venezuela.
Notas de Panamá e Estados Unidos:

1: La República de Panamá presenta sus reservas a la presente declaración.
I – No está de acuerdo con la inclusión de la palabra solidaridad en el título de la Declaración ya que de lo que se trata es de brindar respaldo al diálogo, la paz y la democracia.
II – Así mismo, considera que el respaldo y aliento a las iniciativas y esfuerzos del gobierno democráticamente electo de Venezuela puede interpretarse como una parcialización hacia el Gobierno, frente al resto de los actores sociales. La referencia a que continúen avanzando en el proceso de diálogo nacional se podría entender como que solo apoyamos el diálogo actual.
III – Con referencia al último párrafo, la República de Panamá considera que la OEA debe tener una actitud más dinámica y darle seguimiento, a la situación y al diálogo nacional en Venezuela y no solamente declare su interés en mantenerse informado sobre el diálogo ya instaurado.

2. Estados Unidos apoya el llamado a una resolución pacífica de la situación en Venezuela con base en un diálogo auténticamente inclusivo. Sin embargo, Estados Unidos no puede respaldar esta declaración dado que no refleja adecuadamente el compromiso de la Organización de promover la democracia y los derechos humanos en el Hemisferio. Además, la declaración coloca a la OEA en una posición de parcialismo, lo cual no puede hacer.
Específicamente, el párrafo 2 sugiere, incorrectamente, que la supuesta necesidad de mantener el orden y el respeto por el principio de la no intervención tiene prioridad sobre los compromisos de todos los Estados Miembros de la OEA de promover y proteger los derechos humanos y la democracia. La declaración contradice el artículo 2 de la Carta de la Organización de los Estados Americanos y los principios consagrados en la Carta Democrática Interamericana.
Si bien el párrafo 4 hace referencia al diálogo, este carece de un elemento clave para solucionar los problemas de Venezuela. Para tener éxito, el diálogo debe ser genuino e incluir a todas las partes. La declaración apoya parcialmente un diálogo patrocinado por el gobierno, que ha sido rechazado por importantes sectores de la oposición.
Estados Unidos cree que el diálogo genuino requerirá la participación de un tercero que goce de la confianza de todas las partes. También exigirá el fin de todo intento de reprimir la libertad de expresión y la liberación de los presos políticos. Desafortunadamente, la declaración no promueve suficientemente estos objetivos. La OEA no puede sancionar un diálogo en el cual gran parte de la oposición no tiene voz ni fe. Solamente los venezolanos pueden encontrar soluciones a los problemas de Venezuela, pero la situación actual del país exige que un tercero de confianza facilite el debate mientras los venezolanos buscan estas soluciones.
Por último y fundamentalmente, Estados Unidos no puede concurrir con el llamado de la declaración a un “pleno respaldo de la OEA” a un proceso de diálogo orquestado por un solo actor. La OEA tiene la responsabilidad de permanecer neutral; no puede tomar partido.

Diplomacia ideologica - Ruy Fabiano (O Globo)

Diplomacia ideológica
Ruy Fabiano
O Globo, 8/03/2014

A política externa brasileira, historicamente, foi sempre de Estado, não de governo, como é de hábito nos países que não baniram inteiramente o bom senso.
Sendo as relações com a comunidade internacional contínuas, reguladas por tratados de longa duração, não podem estar sujeitas à efemeridade dos governos. Nem mesmo a passagem da monarquia para a república, no final do século XIX, mudou isso.
Foram dois monarquistas confessos – o Barão do Rio Branco e Joaquim Nabuco – dois dos principais atores da cena diplomática brasileira no início do período republicano.
Mesmo as discussões doutrinárias no âmbito da diplomacia brasileira, eram discussões de Estado, sem vínculo partidário. Ao tempo do regime militar, por exemplo, havia a corrente terceiro-mundista, que postulava relações prioritárias com a África e América Latina, em oposição à corrente conservadora, que defendia que se mantivesse o status quo de alinhamento ao Primeiro Mundo, sobretudo aos Estados Unidos.
No período da Guerra Fria, prevaleceu essa corrente, sem embargo de inflexões eventuais ao terceiro-mundismo. Havia uma busca de equilíbrio, que os militares não alteraram (vide período Geisel, em que predominou a política de pragmatismo responsável, segundo a qual um país não tem amigos, mas interesses).
Com a redemocratização, o terceiro-mundismo passou a prevalecer, acentuando-se após a queda do Muro de Berlim. A política externa, no entanto, continuou sendo de Estado, discutida e aplicada sem vínculos ou sujeições aos partidos políticos. Não que eles fossem indiferentes à discussão, mas nela não tinham poder deliberativo.
A chegada do PT ao poder mudou tudo isso. A política externa tornou-se questão partidária. O Foro de São Paulo, entidade criada por Lula e Fidel Castro em 1990, com o objetivo de agregar as forças socialistas do continente, de modo a eleger governos de esquerda, tornou-se instância formuladora da política externa latino-americana.
Foi ali que despontou a figura de Hugo Chávez. Lula declarou mais de uma vez que “fomos nós, do Foro, que inventamos o Chávez”. E não só o Chávez, mas diversos outros governantes, como Evo Morales, da Bolívia, dando-lhes apoio logístico e financeiro nas campanhas eleitorais, intervindo em questões internas e estabelecendo políticas de aplicação geral, inclusive para o Brasil.
Não é de estranhar, nesses termos, que o Brasil tenha absorvido a tomada, manu militari, de uma refinaria da Petrobras na Bolívia; ou tenha intervindo na situação interna de Honduras, oferecendo sua embaixada para que o presidente constitucionalmente deposto, Manoel Zelaya, conspirasse por sua volta; ou ainda que se tenha empenhado pela inclusão da Venezuela no Mercosul, mesmo o país não atendendo a cláusula estatutária de ser uma democracia.
Exemplos não faltam e o mais expressivo tem sido a simpatia do país pelas Farc, organização responsável, entre outros crimes, por sequestros e pelo abastecimento de cocaína ao Brasil.
Marco Aurélio Garcia – espécie de chanceler prêt-a-porter, invenção da diplomacia ideológica em curso – recusou-se, na contramão do consenso internacional, a reconhecê-las como terroristas, mesmo tendo nos sequestros e no tráfico sua fonte de rendimentos. Convém lembrar que as Farc mantêm campos de concentração na Amazônia, com cerca de oito mil prisioneiros.
Mesmo assim, Lula sugeriu que se transformassem num partido político e disputassem eleições, tese que, por esse raciocínio, poderia ser encampada pelo Comando Vermelho e pelo PCC.
Com tal diplomacia, o Brasil desgastou-se perante parceiros tradicionais e envolveu-se em trapalhadas internacionais, como as caricatas intervenções de Lula no Oriente Médio, cujos dilemas pretendeu resolver com sua cultura sindicalista. Custou a entender que a Palestina não é São Bernardo.
Eis, porém, que a diplomacia mundial vê-se mais uma vez numa encruzilhada, em face da declaração de guerra da Rússia à Ucrânia. Que tem o Brasil com isso? Aparentemente, nada. Mas, considerando-se que o projeto imperial russo não se esgota na reconquista da Crimeia ou mesmo de toda a Ucrânia, tem algo a ver.
Informa-se que a Rússia está negociando a assinatura de acordos para a instalação de bases militares em Cuba, Venezuela, Nicarágua, entre outros países. O Brasil já deu sua contribuição, financiando o porto de Cuba e agora o da Venezuela.
Quem se der ao trabalho de buscar na internet, há um depoimento longo de Alexandre Duguin, conselheiro de Putin, falando da importância da América Latina – com destaque para o Brasil – no projeto geopolítico eurasiano, concebido para restabelecer a presença imperial russo-chinesa no planeta.
Por aí se vê que a diplomacia ideológica não se restringe apenas à América Latina. É parte de algo maior e mais perigoso: a ruptura com aliados tradicionais e o mergulho numa aventura ideológica, de consequências imprevisíveis. Para o Brasil e para o mundo.

Ruy Fabiano é jornalista.

Venezuela chavista: uma colonia cubana - Carlos Alberto Montaner

Talvez não só a Venezuela...
(Grato a Orlando Tambosi)
Paulo Roberto de Almeida 

Venezuela, colonia de Cuba
Carlos Alberto Montaner, jornalista escritor cubano, analisa o legado do tirano Hugo Chávez, que morreu em 5 de março, no 60º aniversário da morte de Stálin. O que ele deixou, diz Montaner, foi um serviçal da ditadura castrista, Nicolás Maduro:
¿Cuál es el legado de Hugo Chávez? Al fin y al cabo, gobernó a su antojo durante catorce años (1999-2013). El periodo más largo de la historia de Venezuela, exceptuado Juan Vicente Gómez (1908-1935), otro militar de mano dura que se murió mandando. Digámoslo rápidamente: la herencia que les dejó a sus atribulados compatriotas fue la cubanización de Venezuela.
El 5 de marzo del 2013 se anunció la muerte de Hugo Chávez. Se cumplían 60 años exactos de la de Stalin. Chávez estaba clínicamente muerto desde mucho antes. Tal vez desde el 29 de diciembre anterior, cuando lo operaron en La Habana, pero lo mantuvieron artificialmente "vivo", con el encefalograma plano, conectado a máquinas que estimulaban los latidos de su inútil corazón.

Durante ese periodo, el gobierno cubano se dedicó febrilmente a organizar la transmisión de la autoridad en Venezuela. No podían desconectarlo hasta tanto no tuvieran todas las riendas del poder en las manos. Los Castro defendían subsidios por trece mil millones de dólares anuales, incluidos unos cien mil barriles diarios de petróleo, de los cuales Cuba reexporta la mitad.

Era importante prolongar el control del rico país sudamericano mientras se pudiese. En Venezuela se cumplía el destino trágico de las colonias: nutrir a la Metrópolis, más o menos como los insectos cautivos alimentan a las tarántulas que los van devorando lentamente.

Lo extraño, en este caso, es que el insecto es mucho mayor que la tarántula. ¿Cómo una pequeña, improductiva y empobrecida isla caribeña, anclada en un herrumbroso pasado soviético borrado de la historia, puede controlar a una nación mucho más grande, moderna, rica, poblada y educada, sin que siquiera haya existido una previa guerra de conquista? La clave de esa anomalía está en Chávez.

Caudillo

El axioma funciona así: Hugo Chávez se convirtió en el caudillo de Venezuela. Un caudillo es alguien que voluntariamente o por la fuerza asume el liderazgo para dirigir a una sociedad en la dirección que él decide. Entre las prerrogativas del caudillo está la de transferir su autoridad a otra persona o entidad. Al borde de la tumba, presionado por los Castro, Chávez, admitió la designación de Nicolás Maduro, sugerida por La Habana. Ergo, de facto, Cuba es el gran poder en Venezuela.

Este vasallaje contranatura comenzó en 1994, cuando Hugo Chávez conoció a Fidel Castro y el cubano lo sedujo, pero se selló totalmente a partir de abril de 2002, cuando el Ejército venezolano le dio un golpe a Chávez y lo obligó a renunciar, al menos durante 48 horas.

A partir de ese episodio, Chávez no creyó nunca más en sus compatriotas, políticos o militares, y se entregó totalmente en las manos de "los cubanos". ¿Qué le daban los cubanos? Una visión, un método y una misión, pero, sobre todo, informes de inteligencia sobre políticos, periodistas y militares. Detectaban o magnificaban deslealtades y se las revelaban. La información era poder. Cuba reunía y entregaba toda la información, subrayando los peligros para que Chávez estuviera eternamente agradecido.

Nadie conocía mejor los secretos de las tribus chavistas, muchas de ellas mal avenidas, que "los cubanos". Lo conocían todo: los delitos de los narcogenerales, los robos de la boliburguesía, las infidelidades de los supuestos aliados, la conducta íntima de los jefes, sus familias, sus hijos. Esa información podía destrozar a cualquiera que se les opusiera.

Dossier con inmundicias

Ese poder siniestro convertía a La Habana en el único factor aglutinante. Las tribus chavistas le temían. Las sujetaba firmemente por la entrepierna. Como en los versos de Borges, los unía el espanto. Cuando alguien se rebelaba contra su autoridad, le entregaban el dossier de sus inmundicias o le deslizaban un par de datos. No hacía falta más.

Cuando desconectaron a Chávez, ya Maduro había sido ungido, violando la Constitución. Era el hombre de los cubanos. Se había graduado en La Habana en la Escuela del Partido. No era un político, ni un militar, ni una figura de peso. Era un monigote al servicio de Cuba. Era el legado de Chávez. (El Cato).

Venezuela: acabam-se os jornais (ou o papel), ficam os jornalistas...

Nunca antes, naquele país, se tinha chegado a tal situação.
Mas nunca se deve dizer nunca antes, pois deve haver precedentes, em certas ditaduras, por exemplo.
Mas, constrangimentos à imprensa não são exclusivos de ditaduras; algumas "democracias" também podem cair na tentação.
Paulo Roberto de Almeida

Jornal ‘Primera Hora’ deixa de circular na Venezuela por falta de papel

  • A publicação, da mesma editora do ‘El Nacional’, não será impressa por pelo menos dois meses

CARACAS - A falta de papel na Venezuela fez uma nova vítima. O jornal gratuito “Primera Hora”, da mesma editora do “El Nacional”, vai parar de circular por pelo menos dois meses. De acordo com o “El Nacional”, 13 publicações já deixaram de ser impressas.
“Depois de oito anos e nove meses na rua, Primera Hora, o primeiro diário gratuito de Caracas, deixa de circular”, diz um comunicado assinado pelo editor. “Primera Hora não foi capaz de escapar da crise que enfrenta a imprensa escrita pela falta de divisas para compra de papel.
A decisão reflete um novo esforço da editora para garantir a circulação do “El Nacional”, um dos maiores jornais do país.
- Pelo menos nos próximos 60 dias, (o Primera Hora) não poderá acompanhar seus leitores para que o ‘El Nacional’, com paginação drasticamente reduzida, faça economias para sobreviver o maior tempo possível - disse Alba Sánchez , uma das diretoras.
Em janeiro, o editor do “El Nacional” Miguel Henrique Otero havia antecipado a gravidade da situação.
- Desde maio do ano passado, não recebemos nada de papel. Só nos resta material para um mês de impressão.
O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) culpa o Centro Nacional de Comércio Exterior por não permitir que os meios de comunicação comprem dólar para adquirir insumos no exterior.


Jornais latino-americanos vão publicar reportagens escritas por venezuelanos

  • Veículos afiliados ao GDA, à Andiarios e ao PAL criaram o grupo Somos Todos Venezuela para compartilhar conteúdo

RIO - Os cada vez mais frequentes ataques do governo da Venezuela contra jornalistas e meios de comunicação, em particular contra os jornais diários, colocam em xeque a liberdade de imprensa na Venezuela.
A adoção de regulações restritivas de liberdade de informação; o fechamento de cadeias de TV nacionais e internacionais; a negativa a outorgar divisas para a importação de papel e o conseguinte fechamento de 12 jornais e a diminuição do número de páginas de dezenas de outros; a imposição de sanções administrativas, judiciais e fiscais contra os meios; a desqualificação permanente a jornalistas e veículos; e o uso desmedido e arbitrário do poder para impor uma voz única e silenciar as vozes críticas levaram a que, na prática, os cidadãos venezuelanos estejam impedidos de exercer seu direito de estarem informados.
Diante da gravidade da situação, e conscientes de que sem liberdade de imprensa não há democracia, diversos jornais latino-americanos afiliados ao Grupo de Diários América (GDA) — entre eles O GLOBO —, à Associação de Editores de Diários e Meios Informativos (Andiarios) e ao Grupo de Jornais Latino-Americanos (PAL) decidiram publicar, pela próxima semana, uma página diária com reportagens escritas pelos jornais da Venezuela.
Essa iniciativa busca expressar a solidariedade da imprensa latino-americana com a imprensa venezuelana e mostrar ao governo da Venezuela que a imprensa do mundo inteiro se manterá firme na defesa da liberdade de expressão e do direito de os cidadãos receberem informação.
 em http://oglobo.globo.com/mundo/jornais-latino-americanos-vao-publicar-reportagens-escritas-por-venezuelanos-11807734#ixzz2vLSab66P 

Venezuela: prematuro o envio de missao da OEA ao pais: afinal, sao apenas 21 mortos ate agora...

Acho que vamos ter de esperar por 30 ou 40 mortos, ou mais, e, talvez, alguns 300 ou 500 feridos, mais 2 mil presos, e mais alguns meios de comunicações fechados, para voltar a examinar novamente a questão...
Ainda é prematuro: nunca se perde por esperar o melhor, dos decisores políticos.
Ou o pior...
Paulo Roberto de Almeida

Brasil vota contra missão da OEA na Venezuela

  • O Itamaraty votou contra o envio de uma missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) e se opôs a uma reunião de chanceleres do grupo para tratar da situação do país
O Globo, 7/03/2014

A presidente Dilma Rousseff e o presidente da República da Venezuela, Nicolás Maduro, seguram uma imagem de Hugo Chávez em Brasília Givaldo Barbosa / Agência O Globo-9-5-2013
BRASÍLIA - O Itamaraty informou nesta sexta-feira que o Brasil votou contra o envio de uma missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) à Venezuela, bem como se opôs à realização de uma reunião de chanceleres dos países que compõem a OEA para tratar especificamente da situação venezuelana.
Segundo o Itamaraty, a posição do governo brasileiro é que seria prematuro adotar qualquer uma das propostas neste momento, pois isso só serviria para acirrar tensões na Venezuela.
As duas propostas foram levantadas durante reunião extraordinária da OEA que se realiza desde quinta-feira, em Washington, na sede da entidade. Ambas foram rejeitadas. A reunião ainda está em andamento. O representante interino do Brasil na OEA é o ministro de segunda classe Breno Dias da Costa.

Países aliados a Maduro impedem resolução da OEA

  • Chanceler venezuelano considera uma vitória que organização não envie missão ao país
  • Reunião termina sem decisão sobre como responder à crise
WASHINGTON — Devido à divergência entre seus membros, o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) terminou uma reunião de oito horas na madrugada de sexta-feira sem chegar a um acordo sobre o texto de uma declaração política e convocar chanceleres para analisar a crise na Venezuela. As deliberações serão retomadas nesta manhã e, na quarta-feira, os países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) se reunirão no Chile para tratar novamente da situação no país, onde 20 pessoas morreram em um mês de violentos protestos antigoverno. Para o chanceler venezuelano, Elias Jaua, no entanto, o fato de não ter sido considerado o envio de uma missão da organização ao país é considerado uma vitória.
— Nosso povo tem que estar satisfeito pelo respeito, amor e admiração que semeou Hugo Chávez por nosso país e esse amor semeado na América Latina teve uma nova colheita, rechaçando qualquer tipo de intervenção na pátria de Simón Bolívar — disse Jaua, que em entrevista à Telesur ressaltou o apoio recebido dos países latino-americanos, destacando o do Brasil e lembrando que em 2002 o governo brasileiro enviou combustível diante de uma crise que o país atravessava.
O apoio dos blocos da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) e Caricom ao governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, determinou que nem fosse contemplada a possibilidade de se convocar os chanceleres da OEA para discutir a resposta conjunta da organização, nem o envio de uma missão de observação, duas opções que haviam sido duramente criticadas pelo presidente Maduro durante os atos de homenagem do aniversário de um ano da morte de Hugo Chávez.
O embaixador da Venezuela, Roy Chaderton, classificou os objetivos da OEA de “intervencionistas”.
— O que está claro é que eles foram bem-sucedidos em retardar propósitos intervencionistas dos organizadores deste Conselho — afirmou Chaderton, depois de uma maratona de reuniões a portas fechadas que começou por volta das 17h30 e terminou na madrugada desta sexta-feira.
O embaixador panamenho Arturo Vallarino disse no final da jornada que uma quantidade substancial de países membros considerou prematura sua solicitação de convocar os chanceleres do continente para analisar a situação na nação sul-americana, pelo que se pôs de lado essa ideia para se concentrar em uma declaração proposta pela Bolívia.
Mas o diplomata panamenho indicou que não se chegou a um acordo sobre nenhum dos cinco pontos incluídos no texto boliviano e atribuiu o fracasso ao fato da Venezuela e seus aliados terem rejeitado uma proposta peruana para que o secretário geral da OEA desse continuidade ao diálogo que o presidente Nicolás Maduro iniciou com alguns setores da oposição.
— O que dá conteúdo à resolução é a proposta do Peru de dar seguimento através do secretário-geral, mas eles têm rejeitado — indicou Vallarino.
Os três governadores da oposição se ausentaram de uma reunião convocada no mês passado por Maduro como protesto pela prisão do líder da oposição Leopoldo López, que consideram ilegal.
A sessão começou com quase quatro horas de atraso depois de uma votação em que se decidiu mantê-la a portas fechadas. A embaixadora americana Carmen Lomellin qualificou como inaceitável que este hemisfério fique calado, que não fale por meio de sua instituição mais importante sobre o que ocorre na Venezuela.
As deliberações acontecem enquanto em Caracas um agente da Guarda Nacional e um civil morreram baleados em meio a um violento confronto entre vizinhos e grupos armados em motocicletas que tentavam retirar uma barricada, o que eleva para 21 o número de mortos nos protestos contra o governo de Maduro.
Chanceleres da Unasul discutirão crise na Venezuela
Os ministros das Relações Exteriores dos países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) se reunirão em Santiago na próxima quarta-feira, na ocasião da posse da presidente eleita Michelle Bachelet, e aproveitarão para discutir o impasse político na Venezuela. .
- Haverá uma reunião de chanceleres da Unasul, mas para ter essa iniciativa primeiro consultaremos o governo venezuelano por cortesia - anunciou na quinta-feira o presidente do Equador, Rafael Correa.
Correa ressaltou que a Venezuela “é um país soberano” e que “dentro dos protestos há pessoas que recebem financiamento exterior, visando desestabilizar o governo legítimo de Nicolás Maduro”.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/paises-aliados-maduro-impedem-resolucao-da-oea-11809211#ixzz2vLR8yPTY 
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Uma mao lava a outra: companheiros e companheiros banqueiros...

Mais um pouco, vai ter retribuição, mas o STF pode complicar a operação...
Enfim, nada que não possa ser feito através dos -- como era mesmo o nome? -- "recursos não contabilizados"...
Afinal de contas, não existem quadrilhas, nem verdadeiros crimes para essas coisas triviais...
Paulo Roberto de Almeida


Me dá um dinheiro aí
Coluna Carlos Brickmann
(COLUNA EXCLUSIVA PARA A EDIÇÃO DOS JORNAIS DE DOMINGO, 9/ MARÇO/ 2014


No Carnaval, os grandes vencedores, no quesito "Cadê o Meu?", foram mais uma vez os bancos, num grandioso desfile patrocinado pelo Governo Federal. O dinheiro dos nove milhões de aposentados já estava em poder dos bancos na sexta-feira, 28 de fevereiro. O Governo transformou a segunda-feira de Carnaval, dia útil, em mais um feriado, exclusivo para o sistema financeiro. E o pagamento dos aposentados, que deveria começar a sair na segunda, foi liberado apenas a partir do dia 6. Nem vamos fazer as contas: só imagine quanto os bancos puderam faturar no overnight, aplicando o dinheiro que não era deles mas estava em seu poder. Por menor que seja a taxa, multiplicada por nove milhões é dinheiro.

Por que a segunda-feira de Carnaval deixou de ser dia útil? O INSS explicou que o calendário de 2014 foi fechado em 2013. E daí? Daí, nada. Em 2013, como em 2000, como em 1956, a segunda-feira de Carnaval cai na segunda-feira. E, a menos que mude de nome, continuará caindo na segunda todos os anos. Enfim, só há uma explicação: se os bancos podiam ganhar mais algum, por que tirar dos banqueiros, que como se sabe quase não têm lucro, a chance de faturar de novo?

A segunda de Carnaval virou feriado e assim o primeiro dia útil do mês, para recebimento, passou para a quinta, 6. Já as contas que venceram no dia 5 continuaram vencendo no dia 5; os aposentados que paguem juros nos empréstimos consignados, nos cartões, nos financiamentos. Mais uma vez, ganham os bancos. Na guerra do Governo contra a pobreza, a pobreza está perdendo de goleada.

Bandeira branca
Mas, para que não se diga que os bancos faturam apenas graças ao auxílio do Governo, segue uma demonstração de que eles também sabem, sozinhos, descobrir o caminho do bolso dos incautos.

De acordo com levantamento do Idec, Instituto de Defesa do Consumidor, as anuidades de cartões de crédito subiram em um ano, em média, o triplo da inflação. O banco que mais elevou preços atingiu inacreditáveis 85%; houve quem elevasse a anuidade em 50%. Dos seis maiores bancos do país, só dois - ambos estatais, pertencentes ao Governo Federal - não elevaram as anuidades: Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Uma leitura de noticiario da e sobre a regiao pode ser deprimente...

Percorrer apenas os headlines já representa um sofrimento intelectual. Imaginem, então, os que são obrigados a viver essa realidade?
Os coniventes, azar deles. Os contrariados, a minha solidariedade, mas de vez em quando é preciso ter coragem para dizer a verdade...
Paulo Roberto de Almeida

InfoRel, Relações Internacionais e Defesa

Brasília-DF, 07 de março de 2014 - 20h11

Brasília - A Saab, empresa sueca fabricante do caça Gripen NG, foi das t rês finalistas - Boeing com o F-18 e Dassault com o Rafale - a que ofereceu mais em termos de transferência de tecnologia, fator determinante para a sua escolha em dezembro no Programa FX-2. Foi o que revelaram o Comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, e o presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), responsável pelo projeto, brigadeiro José Augusto Crepaldi Affonso.


Defesa
Exército e Saab fecham contrato para sistema de mísseis terra-ar

O sistema adquirido por R$ 30 milhões é operado por 19 países nos cinco continentes

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Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...