Nunca antes, naquele país, se tinha chegado a tal situação.
Mas nunca se deve dizer nunca antes, pois deve haver precedentes, em certas ditaduras, por exemplo.
Mas, constrangimentos à imprensa não são exclusivos de ditaduras; algumas "democracias" também podem cair na tentação.
Paulo Roberto de Almeida
Jornal ‘Primera Hora’ deixa de circular na Venezuela por falta de papel
- A publicação, da mesma editora do ‘El Nacional’, não será impressa por pelo menos dois meses
CARACAS - A falta de papel na Venezuela fez uma nova vítima. O jornal gratuito “Primera Hora”, da mesma editora do “El Nacional”, vai parar de circular por pelo menos dois meses. De acordo com o “El Nacional”, 13 publicações já deixaram de ser impressas.
“Depois de oito anos e nove meses na rua, Primera Hora, o primeiro diário gratuito de Caracas, deixa de circular”, diz um comunicado assinado pelo editor. “Primera Hora não foi capaz de escapar da crise que enfrenta a imprensa escrita pela falta de divisas para compra de papel.
A decisão reflete um novo esforço da editora para garantir a circulação do “El Nacional”, um dos maiores jornais do país.
- Pelo menos nos próximos 60 dias, (o Primera Hora) não poderá acompanhar seus leitores para que o ‘El Nacional’, com paginação drasticamente reduzida, faça economias para sobreviver o maior tempo possível - disse Alba Sánchez , uma das diretoras.
Em janeiro, o editor do “El Nacional” Miguel Henrique Otero havia antecipado a gravidade da situação.
- Desde maio do ano passado, não recebemos nada de papel. Só nos resta material para um mês de impressão.
O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) culpa o Centro Nacional de Comércio Exterior por não permitir que os meios de comunicação comprem dólar para adquirir insumos no exterior.
Jornais latino-americanos vão publicar reportagens escritas por venezuelanos
- Veículos afiliados ao GDA, à Andiarios e ao PAL criaram o grupo Somos Todos Venezuela para compartilhar conteúdo
RIO - Os cada vez mais frequentes ataques do governo da Venezuela contra jornalistas e meios de comunicação, em particular contra os jornais diários, colocam em xeque a liberdade de imprensa na Venezuela.
A adoção de regulações restritivas de liberdade de informação; o fechamento de cadeias de TV nacionais e internacionais; a negativa a outorgar divisas para a importação de papel e o conseguinte fechamento de 12 jornais e a diminuição do número de páginas de dezenas de outros; a imposição de sanções administrativas, judiciais e fiscais contra os meios; a desqualificação permanente a jornalistas e veículos; e o uso desmedido e arbitrário do poder para impor uma voz única e silenciar as vozes críticas levaram a que, na prática, os cidadãos venezuelanos estejam impedidos de exercer seu direito de estarem informados.
Diante da gravidade da situação, e conscientes de que sem liberdade de imprensa não há democracia, diversos jornais latino-americanos afiliados ao Grupo de Diários América (GDA) — entre eles O GLOBO —, à Associação de Editores de Diários e Meios Informativos (Andiarios) e ao Grupo de Jornais Latino-Americanos (PAL) decidiram publicar, pela próxima semana, uma página diária com reportagens escritas pelos jornais da Venezuela.
Essa iniciativa busca expressar a solidariedade da imprensa latino-americana com a imprensa venezuelana e mostrar ao governo da Venezuela que a imprensa do mundo inteiro se manterá firme na defesa da liberdade de expressão e do direito de os cidadãos receberem informação.
em http://oglobo.globo.com/mundo/jornais-latino-americanos-vao-publicar-reportagens-escritas-por-venezuelanos-11807734#ixzz2vLSab66P
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