quinta-feira, 19 de junho de 2014

Eleicoes 2014: dissensoes internas (como diriam os stalinistas) no partido totalitario

Política

Lula isola Dilma de reunião da campanha e irrita presidente

Ex-presidente aproveitou encontro ao qual não estava presente fiel escudeiro de Dilma para falar de estratégias eleitorais, segundo jornal

Veja.com, 19/06/2014
A presidente Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva
A presidente Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva (AFP)
Fiel escudeiro da presidente Dilma Rousseff e integrante do comando da campanha da petista à reeleição, o ex-chefe de Gabinete do Planalto Giles Azevedo foi excluído de reunião em que o ex-presidente Lula discutiu estratégias eleitorais com coordenadores de campanha do PT. E o clima ficou tenso nos bastidores do partido, informa reportagem desta quinta-feira do jornal Folha de S. Paulo.
Azevedo é apontado na sigla como “os olhos e ouvidos” da presidente. Justamente por isso, sua exclusão do encontro irritou Dilma, que só foi informada da reunião depois que ela já havia acontecido. De acordo com o jornal, estavam presentes ao encontro o presidente do PT, Rui Falcão, o tesoureiro da campanha, Edinho Silva, o ex-ministro Franklin Martins e o marqueteiro João Santana.
O tema da reunião, da qual participaram trinta pessoas há cerca de dez dias, era a conjuntura econômica do país. Aproveitando-se da presença dos coordenadores de campanha, contudo, Lula decidiu estender a conversa para a eleição. Interlocutores petistas ouvidos pelo jornal acreditam que a ideia era discutir mais à vontade as mudanças que Lula julga necessárias na campanha.
Fontes ouvidas pela Folha confirmam que a reunião provocou mal-estar entre Dilma e seu antecessor. Integrantes do partido afirmam, porém, que Dilma recebeu a notícia da reunião de maneira distorcida – e que Lula tentava apenas “apaziguar” as divergências entre os responsáveis pela campanha. A relação entre a presidente e Lula tem sofrido alguns abalos. Ele já criticou a postura da afilhada política diversas vezes em público. “Já falei para a Dilma que ela não pode ser chefe da Casa Civil, mas, sim, presidente da República. Tem que delegar. Tem que ser mais líder e menos general”, afirmou Lula em reunião com empresários.
O ex-presidente tem feito críticas a Dilma também entre seus interlocutores. Em maio, Lula teve de negar que estivesse pensando em disputar o pleito deste ano – e respaldou a candidatura de Dilma em encontro do partido. Sendo o PT um partido conhecido por tendências e correntes dissonantes internas, isso não significou que a pressão de parte da sigla pelo retorno do ex-presidente tenha sido sepultada. 

Em materia de ofensas, Lula deve ser campeao - Elio Gaspari


O ódio ao PT e o ódio do PT

Elio Gaspari
O Globo, 18/06/2014

Lula tem toda razão. Existe uma campanha de ódio contra o PT. Esqueceu-se de dizer que existe também uma campanha de ódio do PT. Uma expôs-se no insulto à doutora Dilma na abertura da Copa.
Argumente-se que o grito foi típico da descortesia dos estádios. O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, influente aliado do candidato Aécio Neves, endossou-o durante um evento do tucanato: “O povo mandou ela para o lugar que tinha que mandar.”
Essa é a campanha de ódio contra o PT. Ela pode ser identificada na generalização das acusações contra seus quadros e, sobretudo, na desqualificação de seus eleitores. Nesse ódio, pessoas chocadas pela proteção que Lula e o partido deram a corruptos misturam-se a demófobos que não gostam de ver “gente diferenciada” nos aeroportos ou matriculada nas universidades públicas graças ao sistema de cotas.
O ódio do PT é outro, velho. Lula diz que nunca se valeu de palavrões para desqualificar presidentes da República. Falso. Numa conversa com jornalistas, chamou o então presidente Itamar Franco de “filho da puta” e nunca pediu desculpas.
O ódio petista expôs-se em situações como a hostilização ao ministro Joaquim Barbosa num bar de Brasília e na proliferação de acusações contra o candidato Aécio Neves na internet. Se a rede for usada como posto de observação, os dois ódios equivalem-se, e pouco há a fazer.
Lula antevê uma campanha eleitoral “violenta”, pois a elite “está conseguindo despertar o ódio de classes”. Manipulação astuciosa, recicla o ódio do PT, transformando-o no ódio ao PT.
Leia a íntegra em O ódio ao PT e o ódio do PT
Elio Gaspari é jornalista.

Crise da divida argentina: los hermanos desplomados


A presidente da Argentina, Cristina Kirchner (Eduardo Di Baia/AP)

América Latina

Juiz ordena execução de dívida e Argentina sinaliza calote

Cristina Kirchner acena para o público durante um comício em Buenos AiresSuspensão de medidas cautelares pela Justiça americana nesta quarta impede pagamento de parcela em 30 de junho, diz Ministério da Economia argentino

Veja.com, 18/06/2014
Em um comunicado publicado na noite desta quarta-feira, o Ministério da Economia argentino afirmou que não pagará a próxima parcela da sua dívida a credores americanos que vence em 30 de junho, no caso conhecido como "fundos abutres", com origem na moratória decretada em 2001. O calote anunciado se refere inclusive aos credores que aceitaram a reestruturação da dívida. A decisão foi tomada, segundo o ministério, depois da Corte de Apelações de Nova York ordenar, na tarde desta quarta, a suspensão de medidas cautelares junto com a execução do pagamento de 1,33 bilhão de dólares aos investidores que não aceitaram o acordo e entraram na Justiça. 
A medida, assinada pelo juiz federal Thomas Griesa, é uma consequência da decisão da Suprema Corte dos EUA, que na segunda-feira rejeitou um recurso do governo argentino. Segundo Griesa, o veredicto da instância superior anula a suspensão, ditada por ele mesmo em 2012, da aplicação de medidas cautelares conhecidas como "ordens pari passu" – regra que determina que o pagamento aos credores da dívida reestruturada deve ocorrer simultaneamente ao dos demais investidores.
De acordo com o comunicado do governo argentino, "as ordens 'pari passu' impedem a Argentina de efetuar no próximo 30 de junho o pagamento dos títulos da dívida a seus credores reestruturados a menos que, em simultâneo, pague a totalidade do reclamado pelos fundos abutre". Pelas contas da Argentina, o valor total devido pode subir do 1,33 bilhão de dólares – cujo pagamento a Justiça americana determinou – para cerca de 15 bilhões de dólares, pois a jurisprudência permite que todos os investidores busquem receber os juros.
Calote – O anúncio da suspensão do pagamento contraria o que disse a presidente Cristina Kirchner após a derrota sofrida na Suprema Corte americana. Em discurso transmitido em rádio e TV, ela garantiu que o país honraria a dívida pública. Cristina, no entanto, criticou os valores exigidos pelos fundos de hedge que detêm papéis da dívida do país. "A Argentina não tem por que ser submetida a esta extorsão", já que a decisão "envolve todo o sistema financeiro internacional", disse a presidente.

ENTENDA O CASO

A briga do governo argentino com os fundos holdouts, ou "abutres", tem origem no calote histórico da Argentina de sua dívida em 2001. Após o default, o governo argentino negociou a troca de títulos em 2005 e em 2010, o que permitiu que o país postergasse sua dívida. Com isso, em torno de 93% dos títulos da dívida foram trocados.  No entanto, credores do fundo NML Capital - os chamados "fundos abutres" - não aceitaram a proposta do governo argentino e exigem o pagamento da dívida. 
A proposta de Cristina é que o país arque com os 1,5 bilhão de dólares em juros devidos aos fundos que compraram títulos da dívida argentina nos anos 2000. A Argentina argumenta que o governo teria dificuldades para pagar os detentores de títulos na íntegra e, ao mesmo tempo, reestruturar sua dívida. Os detentores da dívida contestam essa avaliação, dizendo em sua própria ação judicial que há evidências apresentadas em instâncias inferiores de que a Argentina poderia pagar o montante – as reservas do país somam 28 milhões de dólares, mas o governo não deseja vê-las reduzidas a menos da metade. 
A Argentina está tentando evitar o pagamento integral a credores liderados pelos fundos de hedge Aurelius Capital Management e NML Capital Ltd, unidade do Elliott Management Corp, que compraram os títulos da dívida pública na esperança de receber o valor devido. 

Nunca antes no Brasil? Provavelmente - palestra na UnB (26/04)

Transcrevo novamente aqui um post anterior, sobre a palestra que dei na UnB em rápida incursão ao Brasil no final de abril. Apenas agora consigo ver o vídeo de minha própria palestra: o som e a imagem estão muito ruins, mas dá para entender 80% digamos assim.
Em todo caso, tem também um texto que escrevi rapidamente no avião para essa oportunidade, que resume o essencial de minhas ideias, além de remissões a outros textos ou palestras ainda mais antigas sobre o mesmo tema.
Sempre nos achamos pior falando do que escrevendo, o que é natural, mas cabe a cada um julgar...
Paulo Roberto de Almeida

(nunca antes mesmo...)

Filmado e inserido no YouTube (link: https://www.youtube.com/watch?v=ciay-PkUenQ).

Publicado em 26/04/2014
Encontro do Grupo de Estudos Liberais Lobos da Capital - 24/04/2014

GRUPO DE ESTUDOS LIBERAIS LOBOS DA CAPITAL convida a todos para a palestra "Tempos não convencionais: a economia e a política do Brasil como nunca antes vistas" com o diplomata Dr. Paulo Roberto de Almeida. O objetivo do evento foi discutir o estado da (des)"união" brasileira, depois dos 12 anos de governo do atual partido que está no poder e da deterioração das instituições e da academia no País nesse período.

O diplomata Paulo Roberto de Almeida é Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas e Mestre em Planejamento Econômico pelo Colégio dos Países em Desenvolvimento da Universidade de Estado de Antuérpia. Ele também escreve no seu bastante acessado blog pessoal "Diplomatizzando"(http://diplomatizzando.blogspot.com.br/) cuja leitura frequente sempre é recomendada.

Esquema da palestra e linkagem ao texto unificado

Paulo Roberto de Almeida
Palestra na UnB: 24/04/2014, 19hs
Em voo, de Bradley a Atlanta, e a Brasília, 17-18/04/2014

Esquema da palestra:
1. Na economia, a herança bendita da agricultura
2. Na política, a mentalidade sempre atrasada das elites
3. A história virtual das tentativas comunistas e do autoritarismo brasileiro
4. Do golpe à ditadura: acidentes de percurso
5. Nossas elites continuaram seu percurso de atraso mental
6. E as novas elites: quem são elas, o que fazem elas?
7. Nova classe, novo pensamento, nova língua, como nunca antes...
8. Existe saída do fascismo corporativo já instalado entre nós?

----------------

Textos que guardam relação com o diagnóstico feito acima:

2035. “De la Démocratie au Brésil: Tocqueville de novo em missão”, Brasília, 10 agosto 2009, 10 p. Resumo de relatório da missão ao Brasil empreendida por Alexis de Tocqueville, a pedido do Banco Mundial, para determinar a situação do Brasil em termos de democracia e de economia de mercado. Antecipa relatório detalhado, que poderá ser preparado na categoria dos clássicos revisitados. Publicado na Espaço Acadêmico (ano 9, n. 103, dezembro 2009, p. 130-138; ISSN: 1519-6186; http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/8822/4947). Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 33, dezembro 2009).  Postado no blog Diplomatizzando (12/07/2011; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/07/tocqueville-de-novo-em-missao-o-brasil.html). Relação de Publicados n. 939.

2116. “O Direito, a Política e a Economia das Relações Internacionais do Brasil: Uma abordagem não-convencional”, Brasília, 19 fevereiro 2010, 8 p.; revisto 20.03.2-10. Texto suporte para palestra-debate na abertura dos cursos de Direito, Ciência Política, Economia e Relações Internacionais da UnB, no dia 22.03.2010. Postado no site pessoal (www.pralmeida.org/05DocsPRA/2116PalestraDebateAcadem.pdf). Revisto em 25/03/2010 em Lisboa, para publicação, sob o título de “A coruja de Tocqueville: fatos e opiniões sobre o desmantelamento institucional do Brasil contemporâneo”, em Espaço Acadêmico (ano 9, n. 107, abril 2010, p. 143-148; ISSN: 1519-6186; link: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/9800/5484). Relação de Publicados n. 958.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Nunca Antes na Diplomacia...: deve ser verdade...; capas e sumario

Acabo de receber da Editora Appris, as últimas provas do meu livro, como abaixo. Ainda faltam ficha catalográfica e ISBN, e finalização da capa, mas acredito que o material composto já está quase pronto para rodar.
Espero tê-lo disponível em pouco tempo, mas não poderei fazer qualquer lançamento, a não ser virtual.
Paulo Roberto de Almeida


Nunca Antes na Diplomacia...
ensaios sobre tempos não convencionais na política externa

Paulo Roberto de Almeida
Curitiba: Editora Appris, 2014
Sumário:
Prefácio, Embaixador Rubens Antônio Barbosa
As ideias e as práticas da diplomacia brasileira nos últimos 20 anos
Introdução, Paulo Roberto de Almeida

2. As relações internacionais do Brasil em perspectiva histórica
3. Processos decisórios na história da política externa brasileira
4. A política da política externa: as várias diplomacias presidenciais
5. Duas diplomacias em perspectiva: a profissional e a engajada
6. As novas roupas da diplomacia regional do Brasil
7. Uma nova arquitetura diplomática?: mudanças na política externa
8. Pensamento e ação da diplomacia engajada: uma visão crítica
9. Nunca antes na diplomacia: balanço e avaliação
10. Uma política externa exótica: seus efeitos institucionais
11. A opção preferencial pelo Sul: um novo determinismo geográfico?
12. Uma grande estratégia para o Brasil?
13. O Barão do Rio Branco: o que ele fez, então?; o que faria, agora?

Referências

A elite branca apela para ofensas? Algo de podre no reino dos companheiros - Milton Simon Pires

Parece que o Brasil não é mais o que era, embora os estádios sempre foram hors-concours em matéria de xingamentos...
Paulo Roberto de Almeida

ESPÍRITOS DA ESCURIDÃO

Milton Pires

Quando assumiu a Presidência da República em 2003, o Partido dos Trabalhadores (PT) deu início a uma revolução no país. Não interessa aqui detalhar, minuciosamente, quais os aspectos desse processo. Interessa apontar qual sua “causa motora”..qual o seu “anima”..seu “princípio vital” ou se quiserem – seu espírito. Afirmo, pois, que aquilo que movia o PT em 2003 em nada difere dos princípios da esquerda do século XX e aponto em primeiro lugar a ideia de “começar do zero”..de “passar o país a limpo” que fez com que o PT considerasse velho, corrupto e ultrapassado tudo aquilo que o antecedeu na história política da nação. Tomado o poder, tudo precisava ser derrubado e reconstruído...tudo havia que ser pensando novamente ou simplesmente inventado para um novo Brasil..para um “novo mundo sem medo de ser feliz”..O resultado disso, todos sabemos: não sobrou “pedra sobre pedra” (a não ser de crack) da cultura e do pensamento brasileiros. Nossa razão adoeceu, nosso capacidade crítica sumiu e iniciou-se uma verdadeira época da escuridão..um período de mau gosto estético e de relativismo moral que permitiram ao Partido-Religião acabar para sempre com a ideia de oposição. O PT nunca teve ou terá oposição; tem inimigos – o conceito é completamente diferente.
Ainda que dentro da sociedade brasileira nunca tenha desaparecido por completo a percepção daquilo que o PT fez com a política, o mesmo não se pode afirmar com tanta segurança a respeito daquilo que ele fez com a cultura..daquilo que ele fez com a moral e com os mais simples conceitos de disciplina, hierarquia e decoro.
O dia 12 de junho de 2014, data da abertura da Copa do Mundo no Brasil, viverá – como diria Roosevelt – na história da infâmia, segundo os petistas. “Nunca antes na história desse país” 63.000 pessoas, ao vivo e numa transmissão para o mundo inteiro, disseram a um presidente da república aquilo que Dilma Rousseff teve que ouvir no Estádio do Itaquerão em São Paulo. Antes daquilo que ela escutou, ir ao estádio era “coisa do povo”..era uma alegria de brasileiro pobre que, tomando sua cervejinha de domingo, poderia ir ao Maracanã na realização do sonho socialista. Depois do que aconteceu, Lula vem a público dizer que no Itaquerão só havia “burgueses” e que foi da diferença de classes e do preconceito que partiram as ofensas à presidente !
Por uma questão de respeito ao leitor, não vou descrever o que o público disse à Dilma naquela tarde. Não me interessa saber a que classe pertenciam as pessoas que estavam no Estádio nem se havia ou não pobres entre elas. Interessa afirmar que a primeira mandatária do país e representante de uma organização criminosa que tentou comprar todo Congresso Nacional, que destruiu toda universidade brasileira, que recebe traficantes com honras de chefes de estados, que matou prefeitos e ameaçou juízes...que bateu em professores e importou médicos cubanos..merecia e continua merecendo escutar aquilo que escutou..
O dia 12 de junho, presidente Dilma-Lula, há de entrar para História do Brasil e deixa aos senhores a duríssima lição..a inquestionável prova de que os senhores podem nos obrigar a votar, os senhores podem ter o dinheiro dos nossos impostos, podem nos processar e até mesmo nos prender tirando a nossa liberdade, mas vocês, jamais vão ter nosso respeito! Não podem ter do povo brasileiro aquilo que vocês mesmo tiraram dele: a capacidade de respeitar qualquer coisa..a simples noção de mérito e o princípio básico de respeito a cargos e instituições. Calem-se pois e não venham à imprensa com declarações que recordam as falsas virgens e que remetem aos pudores desconhecidos por aqueles que arrancam crucifixos das paredes e se masturbam em público com a estátua de Nossa Senhora.
Mantenham-se, ordeno eu, todos os petistas..todos aqueles que aparelharam, roubaram, fraudaram e corromperam a sociedade brasileira..todos aqueles que atentaram contra a inocência da infância, que abusaram dos ideais da juventude e que exploraram a doença da velhice no seu mais absoluto silêncio..Calem-se todos os que diziam antes que “a voz do povo é a voz de Deus” e que agora o peito inflam para falar em decoro, respeito ao cargo e educação perante à televisão..Voltem todos vocês, seus malditos, ao lugar onde habitam os espíritos inferiores..os Espíritos da Escuridão..


Porto Alegre, 14 de junho de 2014.

Consequencias Economicas da Argentina (do seu calote da divida mais exatamente) e da Suprema Corte americana

Diz o velho ditado que a Justiça tarda, mas não falha, o que é altamente duvidoso no caso do Brasil: ela é mais do que tardia (8 anos, em média, para a resolução de um caso, o que indica que pode ir até 16 anos), e geralmente falha também, como se pode ver pelo casos dos quadrilheiros mafiosos do partido totalitário, que provavelmente vão continuar aparecendo como vítimas de um sistema politizado (o que não deixa de ser verdade, cada vez mais).
Mas a Justiça americana costuma ser rápida e implacável: o bandido do Ben Maddoff, que roubou bilhões, em menos de seis meses foi condenado a apenas 150 anos de cadeia. Poderia ser mais...
Agora é a Argentina, que pensou escapar impune do maior calote da história financeira.
Pois é: as consequências são mundiais e a Argentina entra na história econômica pelos dois lados, mas pouco gloriosamente.
Trata-se de uma coisa boa para o mundo: banqueiros e países emprestadores deixarão de ser tão irresponsáveis...
Paulo Roberto de Almeida 

Argentina’s Debts: US Supreme Court Sets New Ground Rules for Sovereign Debt Management Worldwide

by 
Petersen Institute of International Economics, June 17th, 2014
On Monday, June 16, the US Supreme Court rang the curtain down on two key parts of the drama surrounding Argentina and its creditors, which had dragged on since the country’s debt default in 2001. First, the Court refused [pdf] to review decisions by the federal appeals court for the Second Circuit in New York, ordering Argentina to pay creditors holding defaulted bonds in full whenever it pays its new restructured bonds. The next payment on the restructured bonds is scheduled for June 30. Second, in a separate case involving the same parties, argued before the Supreme Court in April, the Court ruled 7–1 to let creditors subpoena banks for information about Argentina’s assets around the world—even if these assets later turn out to be immune from seizure by the courts.
The opinion was written by Justice Scalia[pdf] Justice Ginsburg was the lone dissenter. Justice Sotomayor took no part in either decision. The first decision pointedly ignored interventions by Brazil, France, Mexico, Euroclear, the Jubilee Movement, and Nobel Laureate Joseph Stiglitz, among others. The second decision rejected arguments by the United States about the potential harm of allowing creditors unfettered discovery.
The two decisions together highlight the limits of US courts’ tolerance of foreign governments using sovereignty to avoid their contracts. However the decisions do not guarantee that the creditors would be paid. Instead, they bless a debt enforcement regime that relies on sanctioning third parties who deal with the sovereign in default. This new regime is based on the idea that dealing with a defaulted sovereign will become so risky and expensive that it is simply not worth it. As a result, the country will become a financial pariah, unable to do basic financial business outside its borders. In sum, the decisions leave the prevailing system for sovereign debt management badly shaken. What happens between Argentina and its creditors from now on is not nearly as important as the way in which the international financial system adapts to the new reality.
In this new reality, governments trying to restructure New York–law debt contracts have less scope to threaten default. In the past, a government could tell creditors that if they did not accept its restructuring offer, they could be stuck in default without recourse. After the Supreme Court refused to disturb the Second Circuit decisions, a government launching a debt restructuring should expect creditors who refuse to try blocking payments to the participating creditors. Participating creditors will worry that their payments might be blocked, and will seek compensation for the risk. Pending litigation against Grenada may limit this risk to a subset of debtors, but not yet.
After the Supreme Court decisions, financial market service providers have become sovereign debt enforcement agents. Clearinghouses, banks, trustees, and fiscal agents in and outside the United States dealing with a government in default under its New York debt contracts should expect orders and subpoenas targeting the sovereign’s assets and activities anywhere and everywhere.
Creditors who previously held unenforceable debt now have a promising tool to sanction a defaulting sovereign, though this does not guarantee that they will collect what they are owed. If dealing with a sovereign in default is a headache for market participants, many will avoid it, or will charge more for it. The result is an effective boycott. It becomes so costly for a sovereign to live a normal financial life outside its borders that it just pays up. As with any boycott, the pain threshold is in large part a function of domestic politics.
In sum, Argentina and its most determined creditors have destabilized the sovereign debt management system, which has relied on informal customs, ad-hoc problem solving, and sovereign immunity in lieu of sovereign bankruptcy. It remains unclear how the system will adapt to a world where sovereign debt is enforceable, albeit indirectly, by threatening to harm a wide range of third parties.
To be sure, Argentina and its creditors will keep fighting smaller battles in the lower federal courts for the next few months. These will have to do with timing (when will the court order payments to holdout creditors?) and Argentina’s attempts to get around the injunction to keep paying the restructured bonds—something President Cristina Fernandez de Kirchner promised to do again in her speech reacting to the decision. The timetable has become much more compressed. Federal courts at all levels have lost patience. The trial judge may now require Argentina to pay everyone by June 30 or soon thereafter, with no appetite to intervene to protect Argentina up the appellate chain. There is similarly no indication that US courts would allow Argentina to reroute its bond payments outside the United States to avoid the injunctions. The sympathy well ran dry a long time ago. All the third parties who might help Argentina do the rerouting have been warned.
In the past, Argentina had threatened to default on all its debt rather than pay the holdouts. It might still do so, though the damage to its economy would be enormous. The government’s recent settlements with investors in utilities and other creditors suggest that Argentina is more likely to settle with the bond holdouts as well. It would be hard-pressed to settle with the plaintiffs in the one case decided by the courts, however. They are owed less than $1.5 billion, while leaving close to $15 billion in similarly situated holdout debt hanging. Any deal would have to reassure the markets that all the holdout litigation is put to bed—which means settling closer to $15 billion in claims, rather than $1.5 billion. Argentina’s reserves were under $30 billion [pdf] in April, which means that any large settlement would have to be in bonds. Such a transaction would take time to design and execute, and Argentina is just about out of time.
Perhaps most important, there is no time for a face-saving political transition that would allow the current president to exit the stage and for her successor to do what she had sworn not to. The time pressure might raise the risk of inadvertent default.
Financial market service providers may in the future change their contracts and policies to limit the risk of getting caught up in another Argentina-style mess. They could demand more indemnities from governments and their creditors, but these would not be too useful when the government is in default. The better way is to refuse to handle contracts exposing them to litigation, and to have clear exit procedures if the risk materializes.
Meanwhile, the International Monetary Fund (IMF), the G-7 governments, and others in the official sector should rethink their reliance on sovereign immunity for sovereign debt restructuring. The most likely policy response will be to encourage more contract reform, to limit opportunities for Argentina-style disruption. The IMF plans a paper on contract reform shortly (a companion paper on debt restructuring policy was discussed last week). A major trade group has floated a contract reform proposal within the past year. More may come. As with any contract change, transition looms large. It is implausible that all sovereigns will exchange all their outstanding bonds for ones with new, less vulnerable terms. Thus the fallout from Second Circuit decisions will continue until the existing debt stock runs off.
On the other hand, courts in the United Kingdom, Belgium, and elsewhere are in a bind. They are not bound by the US decisions, but cannot ignore the highest court in the United States blessing a contract interpretation and a remedy that might conflict with their own jurisprudence[pdf] or, in the case of Belgium, with national legislation shielding the Euroclear system [pdf] from the kinds of remedies issued by the New York courts. It will be interesting to see how they resolve the conflicts.
The next month or two will bring more noisy Argentina news. But the full ramifications of Argentina’s crisis and default for the global financial system are coming into focus at long last. We have a glimpse of the sovereign debt world after Argentina[pdf] It is a world fraught with uncertainty, perhaps more so than at any time since the early 1990s. On the other hand, the Supreme Court decisions also present an opportunity for market participants and policymakers to design a better framework for sovereign debt management, one that does not rely entirely on unenforceable contracts.
A version of this essay was posted on Credit Slips.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...