sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Mudancas na politica externa: quando tudo parecia possivel - Helena Celestino (O Globo)

Calma pessoal: nenhuma mudança em vista, repito: NENHUMA.
O artigo abaixo, retirado das catacumbas de meus arquivos eletrônicos, reflete apenas um momento de otimismo indevido: quando a candidata sustentável parecia imbatível e já se começava a pensar em uma outra política externa.
O artigo é dessa época, e abaixo dele seguem os comentários de um embaixador, falando da diplomacia do lulo-petismo.
Depois disso os companheiros se recompuseram, esmagaram a trator, a caneladas, a tiros de canhão e a mísseis teleguiados a dita candidata, até conseguir tirá-la do páreo. Depois fizeram o mesmo com o candidato oposicionista. Os mafiosos usaram dos mesmos recursos, insistindo na calúnio, nas mentiras e também no terrorismo eleitoral para conseguir ganhar mais quatro anos de roubos, malfeitos, malversações, deterioração da economia, erosão das instituições e retrocessos mentais.
Enfim, o artigo é de quando se pensava que algo iria mudar.
Não custa sonhar...
Paulo Roberto de Almeida

Diplomacia de oposição
COLUNA
Helena Celestino
O Globo, 07/09/2014

“O Itamaraty poderia ter sido mais valorizado nos últimos anos, foi esvaziado com a partidarização e ideologização da política externa”. A frase de Marina Silva, em destaque no seu programa de governo, soou como música nos ouvidos dos diplomatas brasileiros, a maioria convicta de que a presidente Dilma Rousseff não gosta nada de relações internacionais e tem um olhar atravessado para os punhos de renda que enxerga no ritual da diplomacia. Quatro anos de governo Dilma transformaram o Itamaraty num poço de mágoas por causa das inúmeras trombadas com o Planalto, reforçadas pela decisão de impor uma redução de 40% nas verbas, entendida como sinal de desprestígio.
O programa de Marina é mais verde e tem mais verve, o de Aécio Neves tem uma visão mais comercial e financeira da política externa, mas nesta diplomacia de oposição há muitos pontos em comum.
Política externa, a gente sabe, não elege ninguém. Nem no Brasil nem nos EUA, o país onde cada geração tem uma guerra para chamar de sua. O discurso pacifista de Obama empolgou os americanos, mas provavelmente foram a crise econômica, as milhões de casas retomadas pelos bancos por falta de pagamento e as falcatruas no mercado financeiro que derrotaram os republicanos nas eleições americanas de 2008 e 2012. Não por acaso, o papel do Brasil neste enlouquecido mundo está fora dos palanques, até agora relegado aos palavrosos programas de partido e a uma longa entrevista na revista “Política Externa” — Dilma não mandou resposta às perguntas.
Duas certezas para o próximo governo se a oposição ganhar. As relações com os EUA vão recuperar o espaço perdido, e o Brasil tentará se livrar das correntes pesadas do Mercosul — como define um embaixador. Tentará ficar só com o lado bom de pertencer ao bloco, apostando também em acordos bilaterais e com a União Europeia. “Marina desenha uma política externa mais equilibrada, admitindo que o Brasil tem vários eixos de interesse”, diz ele. Numa tradução livre, significa que acabará o alinhamento automático com os governos de esquerda da América Latina e a paciência irrestrita com a Argentina.
Outra barbada: o verde será a cor dominante no governo se a candidata do PSB for eleita. Marina tem prestígio internacional como ambientalista; na ONU é recebida com reverência, nas Olimpíadas de Londres de 2012 estava ao lado do secretário-geral Ban Ki-moon, reconhecida como uma das personalidades que fazem diferença no mundo. Ela certamente fará da defesa do meio ambiente a marca do Brasil nos fóruns internacionais, um pouco no estilo do presidente Lula quando o Brasil virou referência nos programas contra a fome e de redução de pobreza.
Uma novidade bacana trazida por Marina é a criação de um conselho, nos moldes do British Council, para promover a cultura brasileira e a língua portuguesa no exterior. Num momento em que programações do Itamaraty são canceladas por falta de dinheiro, parece delírio de candidato, mas é o simples reconhecimento do poder do soft power, a capacidade de um país influenciar pessoas e fazer amigos sem recorrer à força. A ideia é dar incentivos fiscais para atividades culturais no exterior, numa espécie de Lei Rouanet com alcance internacional. “ Seria ótimo. A China vem investindo muito nisso, o Brasil também tem muitas iniciativas culturais, mas nada coordenado”, diz o professor Anthony Pereira, diretor do Instituto Brasil no King’s College.
A outra promessa de Marina é obvia, mas sempre reconforta: atualizar as posições do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU e no tratamento dos conflitos regionais. Todo candidato ou recém-eleito faz isso: Dilma, ao assumir, deu uma entrevista ao “Washington Post”, em que contou que o Brasil votaria na ONU a condenação do Irã pelo apedrejamento da adúltera Sakineh — lembram? —, criticando Lula por ter optado pelas relações com o aliado em vez da defesa dos direitos humanos. Depois, o assunto direitos humanos ficou adormecido, e o país acabou de receber os presidentes da China e Rússia na reunião dos Brics sem levantar questões incômodas.
Aécio defende especificamente a missão de paz do Brasil no Haiti — como modelo para uma participação maior do país no mundo — e critica o governo Dilma pela condução do caso do asilo ao senador boliviano Pinto Molina, que teve salvo-conduto negado por Evo Morales e acabou sendo retirado escondido da Bolívia.
Independentemente de quem ganhar a eleição, está na hora de reconhecer a competência técnica e visão estratégica dos profissionais treinados para isso. Quando a política externa vai bem, a imagem do Brasil no exterior nos conforta, o comércio cresce, a solidariedade com países em dificuldades recompensa, os conflitos viram acordos, o cidadão comum se sente acolhido quando precisa de ajuda no exterior.

=========

De:
Enviada: Quinta-feira, 11 de Setembro de 2014 22:50
Para:
Assunto: Artículo de periódico O Globo sobre Itamaraty.

Comentários em alguns aspectos interessantes e válidos. Mas o diagnóstico de Marina, citado pela Helena Celestino (de quem sou leitor " fanático"), sofre de um defeito básico: ignora todos os graves desvios, equívocos e êrros cometidos já durante a era Lula. Foi àquela época que teve início, e de forma por assim dizer dramática, a dita " partidarização e ideologização" de nossa política externa - para o quê, cumpre dizer, não faltaram recursos ao Itamaraty, que foi amplamente "valorizado" em troca de seu então incansável empenho por servir aos desígnios do lulopetismo em questões de política externa. Falo de "lulopetismo" porque sim houve um outro element a distorcer nossa política externa, que foi o da submissão do Itamaraty aos desígnios de engrandecimento, mundo afora, da " persona" de Lula. O charisma de Lula foi, inegavelmente, de valia para os interesses do país em alguns casos.
Isso merece uma avaliação serena e objetiva. Mas o hiperativismo por isso estimulado levou a um excesso de protagonismo nem sempre saudável.
Nem tudo o que era bom para o Presidente resultaria bom para os objetivos do país.
O problema, assim, não é o de proceder-se a uma "revalorização" do Ministério.O que urge é uma ampla reformulação da própria política externa, começando pela revisão de suas bases conceituais e doutrinárias. E incluindo a extinção da dualidade de comando herdada por Dilma de Lula, com a presença, em paralelo ao Chanceler, de um assessor presidencial munido de vôo próprio. Voando mesmo, não poucas vezes, bem mais alto do que o titular do MRE.
A esta altura, com a possibilidade de mudança de rumos em nossa política exterior, é inevitável um voltar de olhos para os últimos quase quatorze anos. Mas as referências à plataforma de Marina - e o que pensam sobre as questões de política externa os outros candidatos - naturalmente requerem reflexão detida sobre o que convém fazer em termos de " aggiornamento" de nossas posturas, e de calibragem de nossa atividade, num mundo que hoje se apresenta substancialmente diferente daquele em que surgiu, e ao longo do tempo desdobrou-se, a era "lulopetista" de nossa política externa.
Há muito mais o que dizer sobre o assunto.
Volto depois ao tema. Se fizer sentido, eu talvez até tente colocar algo a respeito na imprensa.
 [Xxxxx]

Inculta e feia: a lingua sofre sob os companheiros, e recua, como alias a economia, a politica, a moral...

O assunto é antigo mas sempre cabe refrescar a lembrança sobre o festival de besteiras que assola o país, o Febeapá III, ou IV, talvez até V (se computarmos todos os "causos" de linguagem).
O que dizer de tudo isso?
Estupidez, subserviência, patetice, enfim, várias outras coisas.
Por vezes a gente sente vergonha do país.
Em outras vezes a gente cansa...
Paulo Roberto de Almeida

Diplomas terão de flexionar gênero segundo sexo do diplomado

Projeto de lei consumiu cinco anos no Senado e foi sancionado por Dilma Rousseff

por

RIO - No governo da primeira mulher presidente, chamada de “presidenta” nos textos do Planalto, mulheres que se formarem em Engenharia ou Biologia, por exemplo, podem agora exigir: o diploma tem de vir não só com a palavra “engenheira” ou “bióloga”, mas também com “bacharela”. Projeto de lei que consumiu cinco anos de tramitação no Senado, mais outros dois na Câmara, e que acaba de ser sancionado por Dilma Rousseff, determina que instituições de ensino públicas e privadas passem a emitir diplomas e certificados com “flexão de gênero correspondente ao sexo” do diplomado, “ao designar a profissão e o grau”. Para acadêmicos e linguistas, porém, a mudança é inócua, além de confundir o título - de bacharel, mestre ou doutor, por exemplo - com o tratamento à pessoa.

De número 12.605, a lei, de 3 de abril, veio de um projeto de lei de 2005 da então senadora petista Serys Slhessarenko. O texto também determina que quem já se formou pode requerer outro diploma “com a devida correção”.

- É uma perda de tempo e esforço - diz a escritora Ana Maria Machado, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL). - Não estou falando como presidente da ABL, mas como autora. O país tem outras prioridades. Se o objetivo era igualdade de gênero, que se construam creches, para que as mulheres possam trabalhar e ter independência econômica. Que sejam então proibidos nomes como Juraci e Alcione, que a gente nunca sabe se é homem ou mulher.

Além de ter efeito discutível, a mudança é um erro, avalia o acadêmico Evanildo Bechara, do setor de Lexicografia e Lexicologia da ABL:

- A lei confunde título com tratamento. Os certificados e diplomas concedem o título de doutor. Na hora em que você vai tratar o diplomado, é que muda o tratamento para doutor ou doutora conforme o sexo. Dizer que um diploma concede título de mestra é erro de redação. A culpa nem é da presidente, a ideia veio do Congresso; mas faltou orientação a ela. Além disso, nos regimes democráticos os governos não interferem na língua. Quem fez isso foi Mussolini.

- Gênero não tem a ver com sexo - afirma o professor de Língua Portuguesa Sérgio Nogueira. - Não é machismo; a forma masculina, na norma da língua, é neutra. “Todos os presentes no local” não se refere só a homens. Machismo não está na palavra, está na mente da pessoa.

Muro de Berlim: a 25 anos de sua queda, milhoes ainda vivem sob tiranias comunistas - Marion Smith (WSJ)

Não se trata apenas dessas tiranias abjetas, desses despotismos ordinários, dessas ditaduras miseráveis, pois existem, também, muitos comunistas em diversos outros lugares do mundo, aliás no próprio Brasil, gente delirante, que pretende controlar, censurar, dominar, estatizar, conforme seus instintos comunistas e fascistas...
Paulo Roberto de Almeida

The Berlin Wall Fell, but Communism Didn’t
From North Korea to Cuba, millions still live under tyrannous regimes
By  Marion Smith       
Nov. 6, 2014   WALL STREET JOURNAL   

As the world marks the 25th anniversary of the fall of the Berlin Wall on Nov. 9, 1989, we should also remember the many dozens of people who died trying to get past it.

Ida Siekmann, the wall’s first casualty, died jumping out of her fourth-floor window while attempting to escape from East Berlin in August 1961. In January 1973, a young mother named Ingrid hid with her infant son in a crate in the back of a truck crossing from East to West. When the child began to cry at the East Berlin checkpoint, a desperate Ingrid covered his mouth with her hand, not realizing the child had an infection and couldn’t breathe through his nose. She made her way to freedom, but in the process suffocated her 15-month-old son. Chris Gueffroy, an East German buoyed by the ease of tensions between East and West in early 1989, believed that the shoot-on-sight order for the Berlin Wall had been lifted. He was mistaken. Gueffroy would be the last person shot attempting to flee Communist-occupied East Berlin.

But Gueffroy was far from the last victim of communism. Millions of people are still ruled by Communist regimes in places like Pyongyang, Hanoi and Havana.

As important as the fall of the Berlin Wall was, it was not the end of what John F. Kennedy called the “long, twilight struggle” against a sinister ideology. By looking at the population statistics of several nations we can estimate that 1.5 billion people still live under communism. Political prisoners continue to be rounded up, gulags still exist, millions are being starved, and untold numbers are being torn from families and friends simply because of their opposition to a totalitarian state.

Today, Communist regimes continue to brutalize and repress the  hapless men, women and children unlucky enough to be born in the wrong country.

In China, thousands of Hong Kong protesters recently took to the streets demanding the right to elect their chief executive in open and honest elections. This democratic movement—the most important protests in China since the Tiananmen Square demonstrations and massacre 25 years ago—was met with tear gas and pepper spray from a regime that does not tolerate dissent or criticism. The Communist Party routinely censors, beats and jails dissidents, and through the barbaric one-child policy has caused some 400 million abortions, according to statements by a Chinese official in 2011.

In Vietnam, every morning the unelected Communist government blasts state-sponsored propaganda over loud speakers across Hanoi, like a scene out of George Orwell ’s “1984.”

In Laos, where the Lao People’s Revolutionary Party tolerates no other political parties, the government owns all the media, restricts religious freedom, denies property rights, jails dissidents and tortures prisoners.

In Cuba, a moribund Communist junta maintains a chokehold on the island nation. Arbitrary arrests, beatings, intimidation and total  media control are among the tools of the current regime, which has never owned up to its bloody past.

The Stalinesque abuses of North Korea are among the most shocking. As South Korea’s President Park Geun-hye recently told the United Nations, “This year marks the 25th anniversary of the fall of the Berlin Wall, but the Korean Peninsula remains stifled by a wall of division.” On both sides of that wall—a 400-mile-long, 61-year-old demilitarized zone—are people with the same history, language and often family.

But whereas the capitalist South is free and prosperous, the Communist North is a prison of torture and starvation run by a family of dictators at war with freedom of religion, freedom of movement and freedom of thought. President Park is now challenging the U.N. General Assembly “to stand with us in tearing down the world’s last remaining wall of division.”

To tear down that wall will require the same moral clarity that brought down the concrete and barbed-wire barrier that divided Berlin 25 years ago. The Cold War may be over, but the battle on behalf of human freedom is still being waged every day. The triumph of liberty we celebrate on this anniversary of the Berlin Wall’s destruction must not be allowed to turn to complacency in the 21st century. Victory in the struggle again totalitarian oppression is far from inevitable, but this week we remember that it can be achieved.

Mr. Smith is executive director of the Victims of Communism Memorial Foundation in Washington, D.C.

Livre comercio faz progressos... na Asia Pacifico: Brasil e EUA de fora, China lidera - Marcos Troyjo

A China é uma perfeita autocracia no plano polįtico. No plano econômico, ela é mais capitalista que o Vrasil, muito mais livre economicamente, bem mais aberta e amigável a negócios. Brasil e Estados Unidos vão ficar para trás...
Paulo Roberto de Almeida

Alca não, Alcap

Marcos Troyjo

Folha de S. Paulo, Sexta, 7 de novembro de 2014

Ajudada pela conjuntura, a China está prestes a aplicar nos EUA um golpe de mestre em termos de estratégia diplomático-comercial.

Pequim proporá a criação da Alcap (Área de Livre Comércio da Ásia-Pacífico). A iniciativa será formalizada nesta semana na capital chinesa durante a cúpula de chefes de Estado da Apec, bloco que congrega países banhados pelo Pacífico nas Américas, Ásia e Oceania.

Desde o anúncio de que sua política externa promoveria um "pivô para o Pacífico", Washington pouco realizou em termos de sua suposta prioridade diplomática na Ásia. E, agora, esse "timing" da iniciativa chinesa não poderia ser pior para Obama.

Recorrentes tensões no Oriente Médio e na complexa equação Rússia-Ucrânia consomem foco dos EUA que deveria lançar-se sobre a Ásia. Pior ainda, os republicanos acabam de obter importante vitória no Congresso dos EUA, o que atravancará qualquer projeto mais ambicioso de Obama para a política externa.

Com a nova configuração de forças em Washington, dificilmente Obama conseguirá avanços significativos na meganegociação comercial que vem mantendo com a União Européia. No Pacífico, a proposta de um parceria de investimentos e comércio por parte da Casa Branca, que até agora excluía Pequim das conversações, também perderá força.

Países de renda mais baixa no Pacífico sentem-se cada vez mais atraídos ao campo magnético chinês. Além de sediar o futuro banco dos Brics, a China também acaba de lançar uma nova agência para investimentos em infraestrutura na Ásia, que tem tudo para desbancar tradicionais veículos nipo-americanos como o Banco de Desenvolvimento Asiático (ADB). 

Desde sua fundação nos anos 60, o ADB sempre teve um japonês como seu presidente e contabiliza mais de 30% de seu capital no poder decisório de Tóquio e Washington. Reproduz, assim, o ridículo compadrio também observado no FMI e no Banco Mundial, onde a chefia executiva sempre cabe, respectivamente, a um europeu e um norte-americano.

Se Obama insistir em sua visão de integração econômica do Pacífico sem a China, arrisca mostrar-se em confronto comercial aberto com a principal potência econômica da Ásia e segunda maior do mundo. 

Caso aceite embarcar num processo liderado por Pequim, a mera ideia de uma área de livre comércio com a China embrutecerá os mais duros setores protecionistas de empresas e sindicatos nos EUA, cujos interesses encontram-se bem encastelados no Capitólio.

Obama concluirá sua presidência sem consolidar novas áreas de cooperação econômica nos dois oceanos moldadas a partir da liderança dos EUA. Estes aparecerão à opinião pública global como mais protecionistas -- e a China mais aberta a abraçar o livre comércio.

Nesse jogo de xadrez, é intensa a movimentação de potências do Pacífico para inserir-se competitivamente em cadeias de valor. Integrar geometrias comerciais dinâmicas é absoluta prioridade.

As Américas desperdiçaram a oportunidade de desenhar a sua Alca. Já a Ásia, de uma forma ou outra, terá a sua Alcap.

Porque nao se deve aceitar a desonestidade intelectual de votantes esclarecidos - Marcelo Viveiros de Moura

PORQUE NÃO CONSIGO ENGOLIR O VOTO “ESCLARECIDO” EM DILMA

Blog Prosa e Política

 Um texto de Marcelo Viveiros de Moura

marcelo viveirosPrezados,

Eu relutei muito em escrever isso, por várias razões. Em primeiro lugar, porque tenho amigos que são petistas ferrenhos. Pessoas que estudaram comigo, amigos mais recentes, pessoas de quem gosto e que admiro e que já manifestaram o voto “esclarecido” em Dilma.

Em segundo lugar, porque sei que vou atrair para mim uma saraivada de comentários preconceituosos e de discussões acaloradas, muitas vezes irracionais. Entretanto, acho que estamos em um momento crucial para o país e não podemos nos furtar a nos manifestar (enquanto podemos fazê-lo livremente…).

Vou começar dizendo que respeito – e muito! – o voto que chamo de “não esclarecido” em Dilma. É o voto típico do cidadão que no máximo tem o ensino fundamental e é habitante das cidades com menos de 50.000 habitantes, em especial do Nordeste, onde Dilma tem maioria absoluta. Esse cidadão é beneficiário dos programas sociais do Governo e vota com medo de perder esses programas, como martelado pela propaganda petista.

Esse cidadão não entende que independência do Banco Central não vai tirar comida da mesa dele. Esse cidadão acredita que o PSDB vai cortar os programas sociais, vai discriminar pobres, negros e nordestinos e vai piorar a vida dele. Esse cidadão não entende o que é o “mensalão” e o “petrolão” e acha que todo governo é mesmo corrupto. Enfim, esse cidadão acredita que a Marina é vendida aos banqueiros, que o Aécio é um “filhinho de papai” que bate em mulher, que a Dilma é uma gerente eficiente e tudo o mais que o João Santana lhe impinge todos os dias, em programas de televisão caríssimos.

Entretanto eu não respeito – sinto, não respeito, mas acato por amor à democracia – o voto na Dilma do cidadão urbano, das cidades com mais de 500.000 habitantes e nível de escolaridade superior. Os argumentos são muitos.

Em primeiro lugar, desonestidade intelectual. Qualquer um que colabore com essa campanha sórdida que o PT está fazendo de desconstrução dos adversários e de mentiras deslavadas sobre tudo e sobre todos é intelectualmente desonesto.

Eu fico realmente incomodado quando vejo pessoas inteligentes e supostamente esclarecidas tentando defender que o petrolão é a mesma coisa que o aeroporto (vai, faz por pista de pouso!) de Cláudio, que é necessário um “marco regulatório” para a imprensa, que é dominada pela “direita”, que a economia está ruim por conta da crise mundial, que o voto em Dilma é “progressista” e que o voto em Aécio é “conservador” ou “reacionário”.

O “mensalão”, como agora o “petrolão”, têm uma importância crucial neste país. Obviamente, não é a corrupção “comum”, para fazer mais rico o Paulinho, amigo do Lula e convidado do casamento da filha da Dilma. Não é uma empresa comprando a fábrica de videogames do filho do Lula por vários milhões,para depois deixá-la falir. Não, o objetivo dos desvios em uma companhia aberta de economia mista, em que recentemente os trabalhadores foram chamados a investir com o saldo dos seus FGTS é um só: fazer caixa para o partido e para as campanhas eleitorais e corromper parlamentares e governadores (inclusive, aparentemente, do PSDB) para que ajam como o governo quer. Isso é muito, mas muito mais grave do que o Paulinho ficar rico às nossas custas! Isso é um projeto de tomada e manutenção do poder por um grupo e só não vê quem não quer! Isso é corroer as instituições do país para manutenção  de um grupo no poder. Só isso, por si só, seria motivo para a Dilma não ter nenhum voto “esclarecido” e para a população, desta vez com muito mais razão, ir às ruas protestar.

Um partido que teve sua cúpula julgada e condenada pela mais alta corte do país e que, logo depois se vê envolvido em outro escândalo de ainda maior monta, agora de desvio de recursos da maior empresa do país para o mesmo fim não poderia receber um voto “esclarecido” sequer! A menos que sejam daqueles que coadunam da idéia de que os meios justificam os fins e que vale tudo para chegar ao nirvana da esquerda (que coisa mais antiga isso, de direita e esquerda…).

A pista de pouso (sim, porque chamar de aeroporto é até engraçado) de Cláudio chega a ser pueril neste contexto. Pode-se discutir se Cláudio comporta ou não uma pista de pouso de R$ 18 milhões e se o Aécio se beneficia ao pousar lá quando vai para a fazenda da família. Talvez não devesse mesmo ter sido construída.
Mas só o Paulinho está devolvendo aos cofres públicos R$ 70 milhões, meu Deus! Isso para não falar dos bilhões que foram parar (segundo o Paulinho) nos cofres do partido. Comparar uma coisa com a outra é desonestidade intelectual.

Quem elegeu o Paulinho? O acionista controlador, leia-se, a União. Quem era o Presidente do Conselho de Administração na gestão do Paulinho? A atual Presidente da República. Qual é uma das funções do Conselho de Administração? Fiscalizar a gestão dos diretores. Como o Paulinho foi demitido? Ele renunciou e recebeu do acionista controlador agradecimentos penhorados pelos “relevantes serviços prestados”. Cadê a nossa “gerenta”? Ela não sabia? Nunca ficou sabendo que o Paulinho dava dinheiro para o partido dela e para a campanha dela e para comprar apoio para ela? Alguém acredita nisso? Alguém acredita que foi ela que “mandou investigar”? Alguém acha que as combinações de perguntas e respostas na CPI da Petrobrás não é um ataque às nossas instituições e que a “gerentona”, de novo, não sabia que um funcionário do Planalto participou disso?

Agora, se querem comparar o aeródromo de Cláudio com alguma coisa, quer uma comparação que faz sentido? O financiamento à construção do aeroporto de Havana, do metrô de Caracas ou do porto de Mariel. Porque cargas d’água um país que tem o déficit de infra-estrutura que nós temos está financiando a construção de infra-estrutura em outros países? Ah, é para a exportação de serviços das empreiteiras brasileiras e criação de empregos no Brasil, diz a Dilma, são elas que estão sendo financiadas, não o Governo dos países “amigos” (amigos de quem, cara pálida?).

Mas é isso mesmo? Quem é o cliente das empreiteiras? Se a empreiteira recebe o dinheiro do BNDES para construir a infra-estrutura, quem paga o BNDES? Ah, o cliente. Quem é o cliente? Ah, os governos desses países. Alguém acha mesmo que a pujante economia caribenha vai devolver US$ 2 bilhões aos cofres do BNDES? Ou vai-se fazer a mesma coisa que se fez com as ditaduras africanas, ou seja, perdoar a dívida? Ah, mas e o aeroporto de Cláudio? Faça-me o favor, respeite o meu intelecto: prefiro que se faça aeroporto em Cláudio, que é no Brasil do que em Havana, que é em um país estrangeiro. Cláudio fica no Brasil, em Minas Gerais e só vai servir a brasileiros (nem que sejam os da família Tolentino). O aeroporto de Havana só vai servir aos cubanos (aliás, nem a eles, pois eles não podem muito usar o avião).

O marco regulatório para a imprensa é outro assunto interessante. A ideia, diz-se, é cumprir a Constituição de 1988, que proíbe monopólios e oligopólios no setor. Para tanto, é necessário um marco regulatório. Ué, mas existe oligopólio ou monopólio no setor? Onde? Antes de responder, sugiro que leiam com cuidado a definição de oligopólio e monopólio. E se, ainda assim, quiserem considerar que temos um, ou outro, não existe um sistema de defesa da concorrência criado em 1994 exatamente para combater monopólios e oligopólios? Para que serve o CADE?

Ah, então, qual é mesmo o objetivo do marco regulatório? É óbvio que é um só: controlar conteúdo, para que o Bonner e a Miriam Leitão, nas palavras do nosso guia, não falem mal da Dilma na televisão.

A imprensa no Brasil é tão golpista e vendida para a chamada “direita” que aquele sujeito presidente do MTST que defende o aumento da cobertura de celulares nas periferias entre outras pérolas, virou colunista da Folha. Ah, mas isso é só para a Folha posar de moderna, dizem os xiitas do PT, no fundo ela é vendida também. Em outras palavras, querem sim controlar o conteúdo, que eles reputam controlado por outros que não eles.

Crise econômica. Vamos combinar que estamos vivendo uma crise econômica com 7% de inflação (com preços represados) e 0% de crescimento? Não, não podemos combinar isso, pois a turma do PT entende que não há crise, pois não há desemprego e que só não crescemos mais porque a “crise mundial” não deixa. Mas, espera, não é verdade que os EUA cresceram 4%? E a China cresceu “só” 7%? E que o Brasil só cresce mais que, surpresa, Venezuela e Argentina na América do Sul? Que crise mundial é essa?

E quanto ao desemprego? Se a indústria está parada, se o comércio não vende, se as famílias estão endividadas e há, ainda assim uma inflação de 7% por quanto tempo o emprego vai se manter? Alguém já viu manutenção de emprego sem que a economia estivesse rodando?

Ah, mas o governo é desenvolvimentista (outra palavra muito usada, junto com neoliberal quando se fala nos “tucanos”), vai gastar mais do dinheiro que não tem no BNDES para gerar emprego. Por mais incrível que pareça, a Dilma, torturada pela ditadura, segue o modelo que os nossos generais seguiram e que deu na hiperinflação dos anos 80.

Como pode o governo querer fazer girar toda a roda da economia sozinho? Vai continuar a escolher nossos “campeões nacionais”, como o Eike, para investir e dizer que são exemplos de empresários? Vai continuar a gerar emprego exportando dinheiro que não temos para construir infra-estrutura em países periféricos?

Eu gostaria muito que alguém citasse um modelo de país que estamos seguindo. É a Venezuela, Argentina, China, Cuba, Angola, Russia, em que país nos espelhamos no nosso desenvolvimentismo? Que país deu certo com essa receita macroeconômica? Em que condições? O modelo desenvolvimentista é dos anos 50, foi testado no Brasil nos anos 70 e foi um fracasso. No momento, o modelo “desenvolvimentista” conseguiu desenvolver o PIB em 0% e aumentar a inflação para 7%. Sinto, mas o nome disso não é desenvolvimento é estagflação…

O voto em Aécio é “conservador” e “reacionário”. Espera aí! Quem está no governo há doze anos e quer se manter? Conservador é votar no que está aí, é conservar o status quo, não? Querer alternância de poder é ser conservador? Reacionário?

Quem tem o apoio do Collor, do Sarney, do Renan Calheiros? Quem tem o apoio da Marina, do Eduardo Jorge, da família Campos? Quem representa a novidade na política?

Mas os PTistas têm o monopólio da bondade e são progressistas. Meus intelectuais e artistas são melhores do que os seus. O Chico Buarque e o Gregório Duvivier são modernos e progressistas. O Wagner Moura e o Luis Eduardo Soares são reacionários. Poupe-me!

Finalmente, essa falácia de que o Aécio é um filhinho de papai mimado que quer ser Presidente por direito divino. A Dna. Dilma, “enfant de Sion” não é filhinha de papai, porque ela pegou em armas na juventude contra a ditadura e foi torturada (a Miriam Leitão também, mas ela não conta porque segundo o grande guia fala mal da Dilma). O que mais a Dilma fez mesmo?

Que outro cargo, que não fosse indicado por alguém, ela exerceu? Que importância ou protagonismo ela teve até ser chefe da casa civil do Lula e ser alçada reconhecidamente como um “poste” para presidir o Brasil?

O Aécio, jovem, já fazia política no movimento Diretas Já, ao lado do avô que, sim, foi um dos melhores políticos que esse país produziu. O Aécio foi Governador de Minas entre 2003 e 2010, foi Deputado Federal por quatro mandatos, foi Presidente da Câmara dos Deputados e Senador da República, com a maior votação do Estado. Saiu do Governo de Minas com aprovação de 90% da população. Esse é o CV de um “filhinho de papai”? É esse sujeito que o PT demoniza em público, como se fosse um playboy desmiolado? Não há aí preconceito de classe? Só existe preconceito do rico com o pobre no Brasil, não existe preconceito contra o rico neste país?

Por tudo isso, por todo esse discurso falso e ideológico, cujo único objetivo é o poder pelo poder, que eu não respeito o voto “esclarecido” no PT, embora o aceite porque é assim que funciona a democracia e como dizia Churchill, a democracia é o pior regime que existe, exceto por todos os outros (embora eu não ache que a turma do PT vá concordar com essa frase também).

Enfim, desculpem o longo desabafo, mas não quis me furtar a declarar o que eu penso de tudo isso que estamos lendo diariamente nas redes sociais.

Marcelo Viveiros de Moura

Economia companheira fez o Brasil estagnar: pobres e miseraveis aumentaram - Reinaldo Azevedo

Sabem por que a miséria cresceu? Porque o modelo petista morreu! O segundo mandato de Dilma é só um cadáver adiado que procriaReinaldo Azevedo, 6/11/2014

O Brasil elegeu um governo que já nasce morto, infelizmente! O PT não tem mais nada a oferecer ao país. Os dados sobre miséria e pobreza coligidos pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base na Pnad, do IBGE, indicam que, de 2012 para 2013, o número de miseráveis no país cresceu: de 10,081 milhões para 10,452 milhões — um acréscimo de 371.158 pessoas. Os dados estão no site do Ipea, órgão subordinado à Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). O instituto, por orientação da SAE, escondeu esses dados durante a campanha eleitoral alegando que a lei impedia que fossem divulgados. É mentira. Foi só uma trapaçazinha eleitoral.
O que é um miserável? É a pessoa que não tem renda para suprir as suas necessidades calóricas mínimas. O que isso quer dizer? É uma perífrase da fome. Sim, no país de cartão-postal da propaganda eleitoral petista, ainda há quase 11 milhões de famintos.
Segundo o Ipea, o número de pessoas pobres teve uma queda no período: de 30,35 milhões para 28,69 milhões em 2013. O que é um pobre? É aquele que tem o dobro da renda do miserável. Vale dizer: consegue ao menos comer. No país das Alices petistas, pois, há praticamente uma Argentina (perto de 40 milhões), em que quase 29 milhões conseguem ao menos comer — e só — e mais de 10 milhões, nem isso. Onde eles estão? Mais da metade, no Nordeste, que concentra, por isso mesmo, o maior percentual de beneficiários do Bolsa Família e onde o terrorismo eleitoral petista foi mais eficiente. Como escrevi numa coluna da Folha, a culpa não é do Nordeste, é da pobreza.
Mas há outro corte igualmente desagradável para o governo Dilma, que lançou o tal programa Brasil sem Miséria. Segundo esse programa, a linha de corte para definir um miserável, creiam, é R$ 77. Com R$ 78, ele será apenas um pobre… Pois é. Caso se leve esse número em conta, os miseráveis cresceram de 3,6% para 4% e são agora 8,05 milhões de pessoas — 870.784 pessoas a mais.
É claro que, um dia, ainda vamos nos indignar com uma “elite” (né, Lula?) que considera que o sujeito se livra da miséria com R$ 78. Mas vá lá. Volto ao começo. Digo que o país reelegeu um governo já morto porque parece evidente que os mal chamados “programas de renda” (eu acho que o Bolsa Família é assistencialismo necessário, não programa de renda) já deram o que tinham de dar.
É claro que a inflação corroeu parte do ganho dos muito pobres — a velha inflação, tão tolerada pelo governo. Segundo a candidata Dilma, só é possível diminuí-la gerando desemprego, lembram-se? Gênio da raça. Mas há uma questão de fundo: se o país não voltar a crescer a níveis aceitáveis, há pouco a fazer com os miseráveis, com os muito pobres, a não ser tentar expandir ainda mais os programas assistencialistas, aumentando o número de cativos. E, ainda assim, ficarão sujeitos à incompetência gerencial — esta mesma que flertou com a inflação e puniu quem menos tem.
Enquanto o país foi beneficiado por um ciclo da economia mundial que lhe permitiu ancorar o crescimento no consumo — deixando de lado todos os outros fundamentos da economia —, foi possível crescer um pouco e minorar os extremos da miséria. Mas falta muito, muito mesmo!, para vencer a pobreza. O Brasil “de classe média” é uma fantasia estatística. É preciso alargar muito o conceito para chegar a essa conclusão.
O país precisa voltar a crescer. E, até onde a vista alcança, o PT não sabe como fazê-lo sem gerar mais inflação. De maneira realmente desafiadora para a inteligência, tem conseguido o contrário: crescer perto de zero com inflação alta. Dilma foi eleita pelos pobres, como quer o petismo? Como se vê, pior… para os pobres.
A miséria cresceu porque o modelo petista morreu. O segundo mandato de Dilma é só um cadáver adiado que procria, como escreveu o poeta.



quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Shadow diplomacy bolivariana (e bota shadow nisso...): Itamaraty, o ultimo a saber...

Itamaraty questiona Venezuela sobre acordo com MST
VEJA.com, 6/11/2014

O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, chamou na quarta-feira o encarregado de negócios da Venezuela, Reinaldo Segovia, para manifestar a insatisfação do governo brasileiro com as atividades do vice-presidente e ministro para o Poder Popular das Comunas e Desenvolvimento Social, Elías Jaua, no Brasil. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira.
Figueiredo afirmou a Segovia que o governo brasileiro viu com “estranheza” o fato de Jaua ter vindo ao país sem informar e ter tido uma agenda de trabalho, inclusive com assinatura de acordos, e que isso poderia significar uma “interferência nos assuntos internos do país”. Figueiredo cobrou explicações do governo venezuelano.
De acordo com o ministro, o diplomata foi informado de que o Brasil considera que “o fato não se coaduna com o excelente nível das relações entre os dois países”. A decisão de chamar o representante diplomático da Venezuela – o embaixador está viajando – foi conversada com a presidente Dilma Rousseff depois de ter virado notícia o fato de Jaua ter usado seu tempo no Brasil, em que teoricamente estaria acompanhando a mulher em um tratamento médico, para assinar um convênio com o Movimento Sem Terra (MST), além de outras ações relativas a seu cargo de ministro.
A visita silenciosa de Jaua, que não informou o Itamaraty sobre a sua viagem, causou mal-estar no governo brasileiro. Apesar de não ser obrigatório no caso de uma visita particular, seria de praxe um aviso. No caso do ministro venezuelano, que ainda fez algumas atividades de trabalho, a situação ficou ainda pior.
Na terça, a Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou um convite para que Figueiredo dê explicações sobre a passagem do venezuelano pelo Brasil.
De acordo com o jornal, o ex-chanceler do governo Nicolás Maduro esteve no país na última semana de outubro e não fez qualquer comunicado ao governo brasileiro. A embaixada ainda negou que houvesse qualquer comitiva de governo venezuelana no país. O Itamaraty foi informado da chegada dele pela Polícia Federal.

Mal-estar
A situação causou mal-estar no Itamaraty, e diplomatas já falavam que o governo brasileiro questionaria a Venezuela em algum “encontro futuro”. Só ontem, no entanto, Figueiredo pôde conversar com a presidente a respeito de tomar alguma medida mais dura em relação ao caso. A convocação de um embaixador tem um significado forte nos meios, especialmente associada à cobrança de explicações do governo.
Depois de buscar informações, o Itamaraty recebeu como resposta que Jaua teria trazido a mulher para fazer exames no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e os médicos decidiram operá-la imediatamente. Por isso, ele teria decidido trazer para o Brasil os filhos, a sogra e a babá – que acabou presa por trazer uma maleta de Jaua onde havia um revólver.
No entanto, mais tarde, descobriu-se que o ministro venezuelano teve encontros em Curitiba, sobre mobilidade urbana, e assinou um convênio com o MST para “treinamento, organização e conscientização do povo” para a revolução. Segundo o MST, o objetivo do acordo é trocar experiências na área de agroecologia.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...