quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Corrupcao mafiosa petista: tentando desmentir o indesmentivel

Mafiosos e mentirosos compulsivos, como o grande apedeuta são assim: wuerem construir sua versão da história. Aqui, o porta-voz do chefe da quadrilha cumpre a sua função: continuar mentindo.
Vou continuar denunciando...
Paulo Roberto de Almeida 
O ex-ministro Gilberto Carvalho, que foi espião de Lula no governo Dilma, abriu novamente seu saco de asneiras. Avesso aos fatos, como todo petista, disse que o petrolão - pasmem! - não passa de um complô para prejudicar a candidatura de Lula. Saquinho, por favor:

Faz tempo que estão no terreno das fábulas as tentativas petistas de desvincular a imagem do partido dos sucessivos escândalos nos quais diversos potentados da legenda se envolveram até a medula, na última década. Contra todas as evidências, essas versões zombam da inteligência alheia quando atribuem as bandalheiras a conspirações de entidades diabólicas como "a mídia" e "os rentistas", todos, claro, inimigos do "povo" - aquele que os líderes do PT julgam encarnar. Mas, como a provar que a capacidade petista de fantasiar não tem limites, o ex-ministro Gilberto Carvalho conseguiu criar uma versão que deixaria constrangida até a criativa boneca Emília - personagem de Monteiro Lobato que, quando tinha de justificar suas travessuras, abria a "torneirinha de asneiras".
Segundo Carvalho disse a militantes do PT, em uma reunião testemunhada pelo jornal O Globo, as diversas evidências de que o monumental esquema de corrupção na Petrobrás foi urdido para abastecer os cofres do partido e de outras legendas governistas não passam de uma tentativa de criminalizar os petistas com vista a prejudicar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência em 2018.
Em sua cândida versão, esse complô serve para esconder o fato de que os verdadeiros protagonistas do escândalo da Petrobrás não são os petistas nem os funcionários da estatal que serviram ao esquema, e sim as grandes empreiteiras.
O despudorado desvio de dinheiro para os partidos que lotearam a Petrobrás - chamado singelamente por Carvalho de "contribuição política" - não passa de um "pequeno capítulo do grande crime que é todo o processo do acerto entre as empresas que fazem seu cartel, como fizeram no Metrô de São Paulo e fazem na Petrobrás". Assim, os únicos criminosos no caso são as "empresas que se unem e corrompem funcionários de uma estatal para auferir lucros, fazer lavagem de dinheiro".
Para entender o que quer Gilbertinho, como Lula o chama carinhosamente, é preciso lembrar que o ex-ministro nunca fala por si, pois sempre foi porta-voz do ex-presidente. Portanto, é Lula quem se manifesta quando Carvalho fabula - razão pela qual tudo deve ser visto na perspectiva da eleição presidencial de 2018, pois, como se sabe, a única coisa que importa para o PT e para Lula é a manutenção do poder.
A estratégia é atribuir a "criminalização" do PT aos interessados em eximir os empreiteiros e em enxovalhar dirigentes petistas com o objetivo de atingir a candidatura de Lula. Com o conhecimento de quem integra um partido que se especializou em destruir reputações, Carvalho denunciou a existência de um plano concreto da oposição para esse fim.
"Tem uma central de inteligência disposta a fazer o ataque definitivo ao PT e ao nosso projeto popular", disse Carvalho aos militantes, acusando os conspiradores de pretender indispor o partido com a classe média. "Não vamos subestimar a capacidade deles para nos criminalizar, nos identificar com o roubo, para nos chamar de ladrões." Para o ex-ministro, a intenção "deles" é isolar o PT e "inviabilizar a candidatura do Lula, seja judicialmente, seja politicamente".
Carvalho disse que faz parte da operação que visa a levar o PT para "as barras dos tribunais" a recente inclusão do ex-ministro José Dirceu nas investigações da Operação Lava Jato. O petista, que cumpre pena por ter protagonizado o caso do mensalão, recebeu pagamentos de empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobrás em troca de "consultoria". Para Carvalho, "o envolvimento do Zé agora, de novo, é tudo na mesma perspectiva", isto é, tem o objetivo de colocar "na cabeça do povo" que "a corrupção nasce conosco e, por isso, não temos condição de continuar governando o País".
Considerando que a derrota do partido seria a derrota "dos mais pobres, dos excluídos" - o que dá a exata dimensão da arrogância lulopetista -, a palavra de ordem de Lula, vocalizada por Carvalho para a tigrada, é "não baixar a cabeça" e não se "acadelar" - senha inequívoca para partir para o ataque, usando as armas que os petistas manejam muito bem. Afinal, como não se cansa de afirmar o nosso personagem, "nós não somos ladrões". (Estadão).

Indonesia e seus principios de poder: soberania, independencia economica, carater cultural distinto - comentários

O novo governo da Indonésia proclamou, em declaração formal, seus novos princípios de atuação.
Eles são três, e eu indico abaixo com simples comentários a respeito:

1) Soberania política: creio ser absolutamente dispensável tal tipo de declaração, tal manifestação principista, sequer a invocação da questão. Tem-se como dado inerente a qualquer Estado, mesmo o mais humilde, o mais pobre, o mais periférico, o exercício da soberania, que se exerce na prática, naturalmente, e dispensa qualquer declaração ou repetição. Reiterações dessa "coisa" pode ser um desconforto psicológico ou uma dúvida quanto a seus atributos próprios.

2) Independência econômica: Algo inatingível, irracional, e até prejudicial, a qualquer país, em qualquer época, e qualquer circunstância. A melhor situação, de maior bem-estar, é sempre a interdependência econômica, segundo velhos princípios ricardianos, de acordo com a total liberdade dos agentes diretos da prosperidade nacional. Qualquer obrigação estatal de "independência" é ilusória e constrangedora das liberdades econômicas, ou seja, torna o Estado e os cidadãos mais pobres, e menos inseridos na riqueza e na diversidade da economia global. Por definição primária, a soma de realizações, inovações e acumulação de riqueza no plano mundial é, e sempre será, bem maior e mais diversificada do que qualquer desempenho nacional, certo? Então, esqueça isso.

3) Caráter cultural distinto: Todo país é resultado de uma história complexa e contraditória, com aportes de seu próprio povo -- o que sempre será distinto de qualquer outra identidade cultural -- e de outros povos, via importações, imigrantes, turismo, internet, etc. Afirmações culturais são próprias do povo, da comunidade, não atributos do Estado. Ele não precisa se meter com cultura, pois não é o seu terreno próprio. Dispensável a afirmação, portanto...

Paulo Roberto de Almeida

Petrobras: o prejuizo deve ser pelo menos o dobro do que anunciam

Inacreditáveis companheiros (ou melhor: era isso mesmo que se esperava): os roubos começaram logo depois que assumiram o poder, e não pararam mais. Roubaram durante todo o tempo, em tão larga escala que não se pode nem quantificar.
Qualquer valor que apresentarem, tenha certeza: é o dobro, ou o triplo, ou mais ainda, do que o anunciado...
Algum dia se saberá toda a extensão dos desmandos, da roubalheira?
Dificilmente...
Paulo Roberto de Almeida

Um balanço para colecionador

Editorial O Estado de S.Paulo
29 Janeiro 2015 | 02h 05
Não é para acreditar. Esta advertência, em letras grandes, ficaria muito bem no alto do balanço divulgado na madrugada de ontem pela Petrobrás. Depois de 12 horas de reunião, o Conselho de Administração decidiu publicar as demonstrações do terceiro trimestre, já muito atrasadas, para evitar a antecipação de vencimento de US$ 17,6 bilhões de dívidas. O relatório saiu sem a baixa das perdas causadas pela pilhagem da empresa - objeto de investigação da Operação Lava Jato - e, naturalmente, sem a garantia dos auditores. Quase inimaginável, é obra para colecionador. É uma dupla raridade - pela falta do aval de um escritório de auditoria e por ser desacreditado pela direção da empresa. A presidente da companhia, Graça Foster, gastou a maior parte de uma entrevista para explicar por que os números apresentados ao público destoam da realidade.
Mesmo sem registrar o saque denunciado pelos delatores e ainda sob investigação, as contas mostram resultados medíocres. O lucro líquido para os acionistas, de R$ 3,09 bilhões no terceiro trimestre de 2014, foi 38% inferior ao de um ano antes. O ganho antes do pagamento de juros, impostos e dividendos, de R$ 11,73 bilhões, ficou 28% abaixo do contabilizado entre julho e agosto de 2013. Mesmo esses valores, apesar de indicarem mau desempenho, provavelmente ocultam uma realidade bem mais feia. Não há como acreditar em um relatório publicado apenas para cumprir tabela, e com muito atraso, e como tentativa formal de atender a uma exigência de credores.
O balanço saiu sem a baixa das perdas simplesmente porque ninguém soube como registrá-las. As investigações indicaram desvios muito grandes e os valores são estimados, mas faltam informações para uma apresentação contábil satisfatória. Com base no trabalho de firmas internacionais contratadas para cuidar do problema, foi possível calcular alguns desvios. Tentou-se confrontar o "valor justo" de uma parte importante dos ativos com os valores contabilizados. Para uma parte dos ativos, o valor registrado foi R$ 88,6 bilhões maior que o "justo". Do lado oposto, com registro abaixo do adequado, foi encontrada uma diferença de R$ 27,2 bilhões.
Os ativos selecionados para exame corresponderam a um total de R$ 188,4 bilhões, pouco menos de um terço do imobilizado total, de R$ 600,1 bilhões. Feitas as contas, faltaram, no entanto, informações para individualizar as causas das diferenças - os pagamentos indevidos e as fraudes cometidas nos vários contratos com fornecedores de bens e de serviços. Os contratos ocorreram entre 2004 e abril de 2012.
A análise contábil conduzida até agora serviu essencialmente para confirmar - talvez de forma incompleta - a enorme extensão dos prejuízos causados à companhia. Parte dos danos foi causada em operações muito citadas, como a compra da refinaria americana de Pasadena e a construção da Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco. Mas os contratos envolveram muitas outras operações.
O número e a importância das empresas investigadas na Lava Jato dão ideia da amplitude dos acordos de propina e de desvios. Parte relevante da história só será conhecida quando houver mais informações sobre o envolvimento de políticos e de partidos. Por todos os dados conhecidos, o escândalo da Petrobrás é muito diferente dos casos clássicos de corrupção nas empresas. Mais que um problema empresarial, é um fato político e assim os historiadores deverão registrá-lo.
Falta saber se a publicação de um balanço reconhecidamente inexato bastará para satisfazer aos credores e evitar a antecipação de vencimentos. Mas até esse problema, apesar de sua relevância, parece pequeno diante do estrago causado à maior empresa nacional pelo estilo de política implantado no Brasil em 2003. Não há como explicar essa história sem levar em conta a apropriação partidária da máquina do Estado, o seu loteamento e a sua utilização para fins estritamente privados, incluídos, naturalmente, os objetivos eleitorais. O mais preciso dos balanços jamais será suficiente para contar essa história.

Delano Roosevelt, traficante de opio? - Delancey book excerpt



delanceyplace header

Today's encore selection -- from The Imperial Cruise: A Secret History of Empire and War by James Bradley. Whether Caribbean rum, Prohibition-era bootlegging, or Chinese opium, more than a few American and European fortunes have been alleged to come from unexpected sources:

 

"On March 17, 1905, one of the most significant weddings in American history took place in a house in New York City at 8 East 76th Street, between Madison and Fifth avenues. At 3:30 p.m., [President Theodore Roosevelt's daughter] Miss Alice Roosevelt -- serving as a bridesmaid dressed in a white veil and holding a bouquet of pink roses -- opened the ceremony as she proceeded down the wide stairs from the third floor to the second-floor salon. The bride -- her cousin Eleanor Roosevelt --followed, and behind her was President Theodore Roosevelt, who would give his niece away to the bridegroom, his fifth Cousin Franklin Delano Roosevelt.

 

"Eleanor wore a pearl necklace and diamonds in her hair, gifts from Franklin's rich Delano relatives. Even though Franklin had never made much money himself, Teddy knew that he would be able to care for his new wife: FDR was heir to the huge Delano opium fortune.

 

"Franklin's grandfather Warren Delano had for years skulked around [China's] Pearl River Delta dealing drugs. Delano had run offices in Canton and Hong Kong. During business hours, Chinese criminals would pay him cash and receive an opium chit. At night, Scrambling Crabs -- long, sleek, heavily armed crafts -- rowed out into the Pearl River Delta to Delano's floating warehouses, where they received their Jesus opium under the cover of darkness. The profits were enormous, and at his death Delano left his daughter Sara a fortune that she lavished on her only son.

 

"The Delanos were not alone. Many of New England's great families made their fortunes dealing drugs in China. The Cabot family of Boston endowed Harvard with opium money, while Yale's famous Skull and Bones society was funded by the biggest American opium dealers of them all-the Russell family. The most famous landmark on the Columbia University campus is the Low Memorial Library, which honors Abiel Low, a New York boy who made it big in the Pearl River Delta and bankrolled the first cable across the Atlantic. Princeton University's first big benefactor, John Green, sold opium in the Pearl River Delta with Warren Delano.

 

"The list goes on and on: Boston's John Murray Forbes's opium profits financed the career of transcendentalist Ralph Waldo Emerson and bankrolled the Bell Telephone Company. Thomas Perkins founded America's first commercial railroad and funded the Boston Athenaeum. These wealthy and powerful drug-dealing families combined to create dynasties."

 

 

The Imperial Cruise: A Secret History of Empire and War
Author: James Bradley 
Publisher: Back Bay Books
Copyright 2009 by James Bradley
pages: 289-290

If you wish to read further: Buy Now

 

 




If you use the above link to purchase a book, delanceyplace proceeds from your purchase will benefit a children's literacy project. All delanceyplace profits are donated to charity.

Red


About Us

Delanceyplace is a brief daily email with an excerpt or quote we view as interesting or noteworthy, offered with commentary to provide context.  There is no theme, except that most excerpts will come from a non-fiction work, mainly works of history, are occasionally controversial, and we hope will have a more universal relevance than simply the subject of the book from which they came. 

To visit our homepage or sign up for our daily email click here 
To view previous daily emails click here.
To sign up for our daily email click here.

Republica policialesca do Brasil, mais um Estado fascista? - Vc ja denunciou o seu suspeito?

Inacreditável Brasil: eu sabia que já eramos um Estado fascista, mas dizia assim para reforçar o argumento em torno do ambiente intrusivo, controlador, corporatista, que vem sendo criado paulatinamente entre nós por órgãos que nos ditam regras até em nossas atividades pessoais, como Receita, Anvisa e outros rebentos do fascismo embrionário.
A lei 9.613, citada no comunicado e no formulário, criou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras e visava reprimir o crime de lavagem de dinheiro. Ela não dispunha, originalmente, dessa obrigação de denúncia de "atividades suspeitas" por parte de profissionais que prestam serviços de consultoria econômica.
Em 2013,  o governo companheiro criou, através do Conselho Federal de Economia e dos Corecons, uma obrigação policialesca de denúncia de qualquer atividade suspeita e a obrigatoriedade de guardar por cinco anos registros pormenorizados de toda e qualquer operação, mesmo a compra de um simples chiclete por um cliente. O texto da resolução do Conselho Federal de Economia está aqui: http://www.cofecon.org.br/dmdocuments/Atos-Normativos/Res/2013/Res-2013%2816%29.pdf
Mais ainda, os economistas precisam declarar todo ano que não sabem nada, preenchendo um formullário de "não ocorrência". Do contrário poderão ser considerados coniventes. Confesso que eu não sabia que já tinhamos virado de fato um Estado policialesco, com uma Stasi e tudo o mais.
Senão, o que seria essa obrigação determinada abaixo aos economistas prestadores de serviços a pessoas físicas ou jurídicas, e que estão na obrigação de delatar atos e fatos suspeitos em suas atividades profissionais, sob as penas da lei se não o fizerem?
Se eles não sabem de nada, são obrigados, ainda assim, a completarem um boletim de não ocorrência, pois se depois alguma autoridade descobrir algo de uma pessoa que você não denunciou, como economista, você também pode incorrer em algum crime tipificado na legislação indicada.
Ou seja, você não tem o direito de ser distraido, muito ocupado, simplesmente desatento às ações perversas de algum cliente seu. Não existe a opção de não saber: você é obrigado a declarar que não sabia, do contrário o órgão policialesco deduz que você sabia e não quis denunciar.
É ou não é a Stasi, em carne e osso?
Acho que de fato já viramos um Estado fascista...
Paulo Roberto de Almeida

Aviso recebido da COAF

Termina no próximo dia 31 de janeiro o prazo para que os Conselhos Regionais de Economia recebam dos Economistas (tanto pessoas físicas como jurídicas que prestam serviços de Economia e Finanças) a comunicação de não ocorrência de fatos suspeitos nas atividades de seus clientes em 2014. A determinação foi estabelecida pela Resolução 1.902, de 2013, nos termos do inciso III do Artigo 11 da Lei Nº 9.613, de 3/3/1998.
A Resolução estabelece que as pessoas físicas e jurídicas deverão "avaliar a existência de suspeição nas propostas e/ou operações de seus clientes, dispensando especial atenção àquelas incomuns ou que, por suas características, no que se refere a partes envolvidas, valores, forma de realização, finalidade, complexidade, instrumentos utilizados ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam configurar sérios indícios dos crimes previstos na Lei 9.613/98 ou com eles relacionar-se".
Em caso de ter conhecimento de atividades que despertem suspeitas, os Economistas ou empresas prestadoras de serviços de Economia e Finanças devem comunicar o fato ao Conselho de Atividades Financeiras (COAF) no site www.coaf.fazenda.gov.br. As informações prestadas são protegidas por sigilo.
No caso de não ter conhecimento de atividades suspeitas, o economista ou empresa prestadora de serviços deve realizar, anualmente, um comunicado de não ocorrência.
O prazo para envio da informação ao Corecon vai até o dia 31 de janeiro e o formulário pode ser acessado no link disponível abaixo. A não comunicação torna a pessoa ou empresa sujeita às punições previstas no artigo 12 da Lei 9.613/98.
Segue o link para acessar o formulário:

COMUNICAÇÃO AO COAF VIA CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA .
Pessoa Física

Eu,____________________________________________________________________________, Economista, devidamente registrado (a) no CORECON- SP,  sob número ____________, e cumprindo determinação contida nos §§3º e 4º, do Artigo 3º, da Resolução COFECON Nº 1.902, de 28/11/2013, nos termos do inciso III do Artigo 11 da Lei Nº 9.613, de 3/3/1998,  venho COMUNICAR A NÃO OCORRÊNCIA de fatos ou suspeições no decorrer do exercício de _____.
 Local e data: ___________________________, _______/_______/________.

____________________________________________________________
Nome 
_____________________________________________________________
Assinatura

As primeiras revistas cientificas (ou porque a Europa saiu na frente) - Carlos Fioravanti (Pesquisa Fapesp)

Os primeiros journals

Publicações especializadas em ciência começaram a circular há 350 anos na França e Inglaterra
CARLOS FIORAVANTI | 
Pesquisa Fapesp, n. 227 | Janeiro de 2015
Tweet about this on TwitterShare on Google+Share on FacebookShare on LinkedIn

© JOURNAL DES SAVANTS
Capa da primeira edição da revista francesa depois chamada Journal des Savants
Capa da primeira edição da revista francesa depois chamada Journal des Savants

Um boletim de 12 páginas com o título de Journal des Sçavans chegou às mãos dos moradores de Paris no dia 5 de janeiro de 1665. Dois meses depois, em 6 de março, saía em Londres o primeiro número da Philosophical Transactions. Eram as primeiras revistas científicas da Europa – mais tarde chamadas genericamente de journals –, que desde então sofreram numerosas mudanças para se adequar às circunstâncias, ao tempo e às transformações da ciência. As duas circulam até hoje.
O primeiro número de Le Journal des Sçavans, com oito itens, dos quais sete eram resenhas de livros, foi publicado quase dois anos antes da fundação da Academia Real de Ciências da França. Depois chamada Journal des Savants (savant significa estudioso ou sábio), a revista oferecia notícias sobre avanços da ciência – a exemplo da primeira transfusão de sangue na França, em 1667 – e das artes, decisões do governo e da Igreja, resenhas de livros e obituários, entre outros tópicos. Seu primeiro editor foi Denis de Sallo, conselheiro do Parlamento de Paris, advogado, escritor e homem de confiança de Jean-Baptiste Colbert, ministro das Finanças do rei Luís XIV.

© ROYAL SOCIETY
Capa da primeira Philosophical Transactions, da Royal Society
Capa da primeira Philosophical Transactions, da Royal Society

Le Journal des Savants viveu com o patrocínio real até 1701, parou de circular em 1792 – durante a Revolução Francesa (1789-99) – e foi retomado e reorganizado em 1816, centrando-se em literatura. A revista foi mantida com recursos do governo federal e depois do Instituto de França, que reúne as principais instituições acadêmicas francesas. Uma das integrantes do instituto, a Académie des Inscriptions et Belles-Lettres, assumiu a publicação a partir de 1909. Nesse mesmo ano a revista publicou um relato do geógrafo francês Paul Vidal de La Blache, mencionando as regiões montanhosas do sul do Brasil. Inicialmente semanal, o periódico é semestral desde 1992.
A inglesa Philosophical Transactions, desde o início maior e mais abrangente que a similar francesa, depois também mudou de nome para Philosophical Transactions of the Royal Society. O uso da palavra Philosophical se refere a natural philosophy (filosofia da natureza), o equivalente ao que depois se tornaria conhecido como ciência. Portanto, o título poderia ser traduzido livremente, hoje, como transactions of science ou “operações de ciência”. O primeiro número – de 16 páginas e 11 itens, entre eles relatos sobre lentes, anéis de Júpiter, um minério de chumbo da Alemanha, um bezerro deformado e o uso de relógios de pêndulos para determinar a longitude no mar – foi editado por Henry Oldenburg, primeiro secretário da Royal Society, criada quatro anos antes. Diplomata e filósofo, Odenburg iniciou a prática da revisão por pares (peer review), enviando um artigo para análise de especialistas antes de publicá-lo.

© ROYAL SOCIETY
Ilustração de um eclipse lunar relatado em 1665
Ilustração de um eclipse lunar relatado em 1665

Desde o início com periodicidade mensal, a revista se propunha a registrar, certificar (por meio da revisão por pares), disseminar e arquivar os avanços da ciência. O plano editorial deu certo, e o periódico publicou alguns trabalhos fundamentais para a ciência, como a teoria de Isaac Newton sobre a luz e as cores, em 1672. Os trabalhos de outros cientistas ingleses importantes, como Robert Boyle, James Clerk Maxwell, Charles Darwin e, mais recentemente, Stephen Hawking, também saíram na Philosophical Transactions. Em 1887 a revista cresceu e foi dividida em duas. A primeira trata das ciências físicas, a Philosophical Transactions of the Royal Society A: Physical, Mathematical and Engineering Sciences; a segunda, das biológicas, Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences.
A revista mais antiga da Royal Society publicava as cartas entre os membros da associação ou a eles encaminhadas. O primeiro relato sobre o Brasil foi uma carta, com a data de 1º de janeiro de 1731. Tinha sido escrito por Jacob de Castro Sarmento, médico judeu português que havia se refugiado em Londres, para o então secretário da Royal Society, Cromwell Mortimer, descrevendo os diamantes encontrados em Serro do Frio, em Minas Gerais. Uma exposição aberta em dezembro de 2014, em cartaz até junho de 2015, é uma das atividades promovidas pela Royal Society para marcar os 350 anos da revista.

A frase da semana: o capitalista companheiro como profeta exemplar...

Um dia a minha companhia de petróleo, AGX, vai valer o mesmo que a Petrobras.
Eike Batista

Bem, não exatamente como ele pretendia, mas verdadeiro, assim mesmo...
Profeta com a ajuda dos companheiros mafiosos, claro...
Paulo Roberto de Almeida

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...