segunda-feira, 6 de maio de 2019

O chantecler confundiu alhos com bugalhos - Mailson da Nobrega

Blog de Mailson da Nobrega, 12 de abr de 2019 , 12h48

PRODUTIVIDADE OU MEDIOCRIDADE

Produtividade ou mediocridade
A economia cresce pela conjugação de três elementos: o investimento, o emprego da mão de obra e a produtividade. O segundo pode ser desdobrado em dois: a mão de obra propriamente dita e o capital humano, isto é, o estoque de conhecimentos e os atributos sociais e de personalidade do trabalhador — incluindo a criatividade —, adquiridos com a educação e a experiência.
A produtividade é o principal desses três elementos. Tem a ver com eficiência, cujo aumento permite produzir mais com os mesmos recursos. Para Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia, “a produtividade não é tudo na economia; a longo prazo, é quase tudo”. Ela não costuma, todavia, ser valorizada entre nós como fonte básica do crescimento econômico. Muitos desconhecem o seu papel.
Em aula magna no Instituto Rio Branco, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que éramos o país de maior crescimento quando tínhamos como principal parceiro os Estados Unidos. Isso teria mudado quando essa posição foi assumida pela China. “De fato, a China passou a ser o grande parceiro comercial do Brasil e, coincidência ou não, tem sido um período de estagnação do Brasil.”
Na verdade, esses dois momentos se explicam essencialmente pelo desempenho da produtividade. É o que está escrito no livro Anatomia da Produtividade no Brasil (Editora FGV, 2017). O crescimento da produtividade no período 1950-1980 alcançou 4,2% anuais, enquanto se expandiu 0,6% ao ano nas três décadas posteriores, ou seja, um sétimo apenas. O Brasil cresceu muito ou pouco em função do desempenho da produtividade. O ministro confundiu alhos com bugalhos.
O medíocre crescimento da economia teria sido pior sem a China, cuja demanda por nossas commodities explica os expressivos superávits que passamos a exibir na balança comercial (58,3 bilhões de dólares em 2018), o que equivale a ganhos de produtividade. O decorrente fortalecimento do balanço de pagamentos nos permitiu minimizar os efeitos da crise financeira global de 2008.
Não vamos “vender nossa alma” à China, como disse o ministro, mas precisamos ampliar as nossas vantajosas relações comerciais. Se a reforma da Previdência ocorrer, o desafio seguinte será o de ganhar produtividade.
Quatro ações são essenciais: (1) elevar os investimentos em infraestrutura, particularmente a de transporte, para melhorar a operação da logística; (2) promover uma reforma tributária para eliminar o caos da tributação do consumo, mediante a instituição de um tributo nacional sobre o valor agregado (IVA), em substituição à confusão do ICMS, do ISS, do PIS e da Cofins; (3) gradativamente, abrir a economia para expor a indústria à competição internacional, o que incentivará a busca de eficiência; e (4) melhorar a qualidade da educação, de modo a incrementar a produtividade do trabalhador brasileiro, que representa 20% da produtividade do trabalhador americano. Sem isso, nosso desempenho econômico será igual ou inferior ao atual, com graves efeitos no emprego e na renda dos brasileiros.
Publicado em VEJA de 17 de abril de 2019, edição nº 2630

Neste dia na historia: nascimento de Karl Marx

Ao contrário do que diz a matéria, Marx não era um economista, a despeito de tentar ser, mas nunca conseguiu. Ele se tornou. no máximo, um filósofo social, mas jamais um economista. Exerceu seus talentos com teses pré-concebidas sobre o desenvolvimento da economia de mercado, e nunca conseguiu entender o capitalismo. Sua teoria da "mais valia" é uma fraude completa, e não recebe uma mínima consideração de economistas sérios. Só se estuda a mais valia nas faculdades de humanidades gramscianas, brasileiras e estrangeiras. Não tem nenhuma importância para a vida moderna, ou até a do capitalismo no século XIX.
O que não o impediu de se tornar uma das grandes referências na construção da sociologia moderna, com Saint Simon, Proudhon, Tocqueville, Comte, até chegar nos contemporâneos: Simmel, Spencer, os franceses Emile Durkheim, Marcel Mauss, o alemão Max Weber, e obviamente Raymond Aron.
Por acaso, eu que sou sociólogo (pelo menos titulado, embora nunca tenha exercido profissionalmente, a não ser por breves períodos como professor em mestrado de sociologia), também sou um pouco (ou muito) marxista, pois é impossível ser sociólogo sem ser também marxista.
Acho que foi por isso que fui defenestrado do IPRI pelo chantecler: ele devia achar que eu estava disseminando marxismo cultural no Itamaraty. Com muita honra, chantecler...
Paulo Roberto de Almeida

Nasce Karl Marx

Nasce Karl Marx
Em suas obras, Marx obtém uma perspectiva muito mais abrangente e adequada da dinâmica social capitalista (Foto: Wikimedia)
O pensador e economista alemão Karl Marx nasceu em uma família de classe média, na cidade de Tréveris na atual Alemanha, no dia 5 de maio de 1818. Sua mãe Henri Pressburg (1771–1840) era judia holandesa e seu pai, Herschel Marx (1759–1834), um advogado e conselheiro de Justiça.
Aos 17 anos, Marx foi para a faculdade de Direito na Universidade de Bonn. Na universidade ele ficou noivo de Jenny von Westphalen, a filha do Barão von Westphalen. No ano seguinte, Marx foi para a tradicional Universidade de Berlim, onde ele ficou por quatro anos. Nesta época, ele se interessou pelas ideias do filósofo Hegel. Em Berlim, Marx ingressou no Clube dos Doutores, que era liderado por Bruno Bauer.
Impedido de seguir uma carreira acadêmica, ele virou, em 1842, redator-chefe da Gazeta Renana (Rheinische Zeitung), um jornal da província de Colônia; conheceu Friedrich Engels neste mesmo ano, durante visita dele a redação do jornal. Em 1843, Marx conheceu a Liga dos Justos (que mais tarde iria se tornar a Liga dos Comunistas).
Integrante de um grupo de jovens que tinham afinidade com a teoria pregada por Hegel (Georg Wilhelm Friedrich, um dos mais importantes e influentes filósofos alemães do século XIX), Marx começou a ter mais familiaridade com os problemas econômicos que afetavam as nações quando trabalhava como jornalista.
Dedicado desde a juventude ao estudo da Economia Política, disciplina fundada no século XVII, na Inglaterra das revoluções burguesas, Marx contou com o estímulo e a colaboração de seu grande amigo Friedrich Engels (1820-95). Juntos escreveram vários textos; e na maturidade Engels continuou ajudando Marx em alguns pontos de sua grande obra sobre a economia moderna.
Em suas obras, Marx obtém uma perspectiva muito mais abrangente e adequada da dinâmica social capitalista. Em o “Manifesto Comunista” de 1848, ele faz o diagnóstico eloquente do tempo instituído pelo capital: “Essa subversão contínua da produção, esse abalo constante de todo o sistema social, essa agitação permanente e essa falta de segurança distinguem a época burguesa de todas as precedentes. Dissolvem-se todas as relações sociais antigas e cristalizadas, com seu cortejo de concepções e de idéias secularmente veneradas; as relações que as substituem tornam-se antiquadas antes de se consolidarem. Tudo o que era sólido e estável se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado.”
Desiludido com as mortes de sua mulher (1881) e de sua filha Jenny (1883), Karl Marx morreu no dia 14 de março de 1883. Foi então que Engels reuniu toda a documentação deixada por Marx para atualizar “O Capital”.

domingo, 5 de maio de 2019

Junto com a diplomacia teologica, a diplomacia da canelada (FSP)

Bolsonaro exerce diplomacia da canelada na América Latina

Brasileiro parece distante de liderar uma possível guinada à direita na região

Em 2007, Lula disse aos jornais argentinos que Néstor Kirchner era “uma bênção extraordinária” e que a continuidade de sua gestão era “extremamente importante para a integração regional”. O petista dava os braços a outros políticos de esquerda para conquistar um papel de liderança na América Latina.
Na eleição daquele ano, Néstor lançou Cristina Kirchner, que saiu vitoriosa da disputa. Agora, a ex-presidente tenta voltar ao poder sob a oposição obstinada de Jair Bolsonaro.
A aliança esquerdista foi turbinada pela prosperidade econômica da época, graças à alta do petróleo e de outras matérias-primas. A diplomacia brasileira lubrificou ainda mais a relação, com financiamentos generosos. Os tempos mudaram, e o Brasil joga seu peso em outra direção.
Bolsonaro aposta numa onda de direita, escorado em sua própria eleição e na parceria com Donald Trump. A diferença é que sua diplomacia usa a truculência como método, tem pouco poder econômico e abusa das lentes ideológicas que sua chancelaria adora denunciar.
Nos últimos dias, o presidente atacou três vezes a possível volta de Cristina à Casa Rosada. “Peço a Deus que não aconteça”, afirmou. A candidata peronista carrega oito acusações de corrupção, mas lidera as pesquisas para a eleição de outubro.
Enquanto metia o bedelho na disputa, Bolsonaro fazia festa com um acordo comercial diminuto com os argentinos. Na sexta (3), ele foi às redes sociais para celebrar a abertura do mercado vizinho ao abacate brasileiro. A fruta representa só 0,007% das exportações do país.
O presidente dá outras caneladas internacionais violentas. Em meio à escalada da tensão na Venezuela, ele voltou a flertar com uma ação armada no país: “Quando acaba a saliva, entra a pólvora”.
Ainda que a América Latina vire à direita, Bolsonaro parece longe de liderar essa guinada. O chileno Sebastián Piñera, que nada tem de esquerdista, distanciou-se do brasileiro. Ele não gostou do entusiasmo com as ditaduras militares da região.  

Goldman Sachs: o desastroso desempenho economico do Brasil em 4 decadas

Goldman Sachs sobre crescimento do Brasil: ‘Duas décadas perdidas em 40 anos’

Avanço tem sido uma ‘desilusão absoluta’
Para banco, problemas são estruturais
Defendeu realização de reformas fiscais
O Banco Goldman Sachs divulgou, em comunicado, preocupações acerca da provável década perdida do Brasil em 2010 Divulgação/Goldman Sachs
03.maio.2019 (sexta-feira) - 20h49
atualizado: 05.maio.2019 (domingo) - 8h22

O banco Goldman Sachs encaminhou relatório nesta 6ª feira (3.mai.2019) aos clientes do banco alertando para o quadro conjuntural da economia brasileira.
De acordo com Goldman Sachs, o avanço da economia doméstica tem sido uma “desilusão absoluta”, segundo o qual não é consequência, apenas, da forte recessão pela qual o país passou em 2014 e 2015.
Segundo o banco, a renda real per capita desapontou nos últimos 4o anos. Com isso, a instituição financeira prevê que, na década de 2010, o Brasil provavelmente verá 1 declínio do PIB Per Capita, repetindo a trajetória da década de 1980.
Goldman Sachs, no entanto, estabelece diferenças da conjuntura econômica global entre as décadas de 1980 e 2010. Enquanto na 1ª a desaceleração do crescimento esteve relacionada ao cenário exterior, o forte recuo econômico observado na 2ª é oriunda de erros da política econômica interna, passando pelo agravamento do cenário fiscal.
“De fato, em relação aos pares, o crescimento do Brasil apresentou 1 desempenho inferior durante a década atual (2011-18) do que durante os anos 80”, diz o comunicado.
Em quadro comparativo com décadas anteriores, o Banco Goldman Sachs revela preocupação com o desempenho econômico da década de 2010 Reprodução/Goldman Sachs
O banco também comentou mais cedo sobre o resultado da produção industrial nacional, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apontou para queda, em março, de 1,3%.

Ciclos preocupam

Em uma 2ª abordagem, Goldman Sachs menciona o comportamento de ciclos econômicos após períodos de crise, os quais, historicamente, são seguidos por taxas robustas de crescimento, representadas, graficamente, pela letra ‘V’.
No entanto, o banco afirma que, no caso brasileiro, a recuperação da economia brasileira, ainda que superficial, dá-se graficamente pelo formato ‘U’.
Goldman Sachs menciona a retomada econômica do país, que ocorre de maneira lenta e gradual, em meio à balança comercial positiva, inflação abaixo do centro da meta estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), e a taxa Selic administrada, há mais de 1 ano, no menor nível histórico.
Apesar de ciclos econômicos, normalmente, apresentarem projeção em ‘V’, o problema estrutural da economia brasileira impede a recuperação do quadro Reprodução/Goldman Sachs

Problemas são estruturais

Segundo Goldman Sachs, o atual cenário macroeconômico do país pode ser observado de maneira estrutural e não cíclica.
Em alerta, o banco disse que se o Brasil “não conseguir abordar questões de solução fiscal de médio prazo e complementá-las com reformas estruturais de longo alcance para abrir a economia” a década de 2020 poderá ser perdida também.
“Em nossa avaliação, se o país não conseguir abordar questões de solução fiscal de médio prazo e complementá-las com reformas estruturais de longo alcance para abrir a economia, aumentar o baixo estoque de capital físico e melhorar a eficiência- produtividade geral – a próxima década poderia tornar-se perdida também. Nesse caso, o Brasil não perderia apenas mais uma década, mas renunciaria a meio século”, disse o banco. 

Mini-reflexao sobre a crescente rejeição do Brasil nas relações internacionais - Paulo Roberto de Almeida

Uma preocupação pessoal com os espaços diminuídos para contatos, negócios e cooperação internacional em virtude da rejeição que vem experimentando o atual governo no que tange não só nossa imagem, mas igualmente as possibilidades de expandir nossas interações e intercâmbios com parceiros externos:

Depois do “custo Ernesto Araujo”, que significa restrições a negócios e exportações brasileiras derivadas da postura deformada em diversas áreas da política externa — como o Oriente Médio, por exemplo, uma vez que se tomou partido por Israel nos diversos conflitos que assolam a região —, temos de agregar um novo custo, “Ricardo Salles”, dada a postura anti-ambientalista do patético ministro do Meio Ambiente (que obviamente cumpre desígnios superiores), em vista do verdadeiro boicote que entidades científicas, universidades, organizações ambientalistas e mesmo governos podem fazer a negócios e contatos com o Brasil e suas entidades correspondentes, inclusive o próprio governo Bolsonaro. 
Esqueçam acordo UE-Mercosul, esqueçam grandes projetos de cooperação: estamos condenados à rejeição em diversas áreas de real interesse nacional. Esses dois custos “ministeriais” nada mais são do que o reflexo do custo maior que se chama “governo aloprado da Bolsofamiglia” e seus gurus associados.
Ou seja, o país está tendo menores possibilidades no cenário mundial atual com o tipo de governo que temos.
Quase se pode parodiar um famoso filme de ficção científica de Hollywood:
“Honey, I shrink the kids!”.
Traduzindo para o nosso ambiente:
“Queridos, encolhemos o país!”

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 5 de maio de 2019

Sou parte do Uniceub, desde 2004; aniversario da instituicao

Parece que foi ontem. 
Tomar a decisão de erguer os pilares do conhecimento não foi tarefa fácil. Enquanto a capital crescia e fervia de novidades, estávamos determinados a sustentar os sonhos de quem chegava à cidade pronto para vencer desafios.
Sentimos o sabor do tempo. Uma doce jornada que trouxe mais de 100 mil alunos em 51 anos de história, com aquele frio na barriga que só o futuro causa na gente. Comemoramos hoje a dedicação de pessoas que acreditaram e acreditam em um mundo melhor. 
Obrigado por nos ajudar a firmar cada um destes pilares.  Somos excelência em Educação Superior porque tivemos a sua convicção e o seu empenho ao nosso lado. 
Celebre muito esse aniversário com a gente.
Você é parte fundamental dessa festa! 

sábado, 4 de maio de 2019

Dia do diplomata: diplomacia teologica e intervencao nos assuntos internos de outros Estados

Independentemente da diplomacia "teológica" – absolutamente inédita nos anais da diplomacia brasileira – e dos pruridos "subfilosóficos" sobre uma nova categoria de ideólogos, que seriam os "tautólogos" (não se espantem: se trata de personagens de um dos romances distópicos do chantecler), o importante a reter nesta matéria e na substância dos pronunciamentos do presidente sobre a política interna argentina – o que contraria frontalmente nossos dispositivos constitucionais e até as boas práticas diplomáticas – é a tentativa do dito chantecler de contornar a evidente infração cometida pelo presidente contra normas mínimas de nossas relações internacionais, como a não interferência nos assuntos internos dos outros países, por exemplo. Parece que o presidente não foi devidamente instruído pelos seus subassessores internacionais.
Paulo Roberto de Almeida

Em discurso, chanceler compara Bolsonaro a Jesus Cristo

Em discurso na cerimônia de formatura dos novos diplomatas do Instituto Rio Branco, o chanceler Ernesto Araújo elogiou o presidente Jair Bolsonaro, comparando-o a Jesus Cristo, e se emocionou diversas vezes, chegando até a chorar. Em referência ao presidente da República, que estava presente na cerimônia, Araújo citou trecho do Evangelho que diz que "a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular". No Evangelho, a pedra angular simboliza Jesus Cristo.
"A pedra que os órgãos da imprensa rejeitaram, a pedra que os intelectuais rejeitaram, que os especialistas rejeitaram... Essa pedra tornou-se a pedra angular do edifício do novo Brasil", completou o chanceler.
Citando a homenageada da turma de 30 formandos do Instituto Rio Branco, Aracy Guimarães Rosa, Araújo disse que "diplomacia não significa ficar em cima do muro, nem ficar assistindo em cima do muro esperando ver quem ganha e aí aderir ao vencedor". "Diplomacia precisa ter sangue nas veias", disse.
Ainda fazendo menção à Aracy, que no período nazista salvou a vida de dezenas de judeus, Araújo disse que se solidariza aos que sofrem perseguição política atualmente "na Venezuela e em todos os lugares do mundo".
Ao se dirigir aos formandos, o ministro de Relações Exteriores afirmou que o governo luta por renovação e que Bolsonaro admitiu os diplomatas nessa "causa" de maneira inédita. Também orientou os formandos a "pensarem" e "não terceirizarem informações aos meios de comunicação".
"Nenhum presidente da República valorizou mais o papel do Itamaraty do que o senhor, nenhum teve visão mais clara sobre o papel da política externa para a transformação nacional", elogiou o chanceler ao dirigir-se a Bolsonaro.
Araújo contou que, recentemente, Bolsonaro enviou a seguinte mensagem: "enquanto não faltar água no mar, não deixaremos de lutar". Ele frisou que esse sentimento do presidente o anima. "Temos a oportunidade única de mudar o Brasil e transformá-lo em uma grande nação."
Venezuela
Sobre a crise no país vizinho, o chanceler afirmou que o Brasil ajudou "de maneira decisiva a criar uma marcha irreversível de democracia na Venezuela". Também lamentou pessoas que, segundo ele, torcem a favor "da tirania e do cinismo" no país vizinho apenas por torcer contra o governo Bolsonaro, mencionando entre essas pessoas setores da imprensa.
Depois do evento, Araújo afirmou aos jornalistas que o líder opositor venezuelano Juan Guaidó não foi derrotado no último dia 30 ao convocar a população para pressionar Nicolás Maduro. A interpretação de Araújo foi que houve "avanço" no processo e que a pressão diplomática dos países do Grupo de Lima já fez efeito no país vizinho.
"No Grupo de Lima, hoje, nós queremos deixar muito claro o fato de que o que aconteceu no dia 30, no dia 1º, não é de forma nenhuma uma derrota desse ímpeto pela liberdade, pela democracia. Ao contrário, isso exige que a comunidade internacional continue trabalhando, como vem trabalhando", disse.
O ministro afirmou que os países que apoiam o autoproclamado presidente interino da Venezuela se esforçam para não deixar ser criada uma narrativa, "que seria falsa", de um retrocesso no processo. Ele enfatizou que houve "um avanço" e que é preciso discutir novos elementos de pressão diplomática sobre a Venezuela.
Argentina
Araújo negou que o presidente Jair Bolsonaro apoie a reeleição de Mauricio Macri na Argentina, mas destacou que há uma preocupação do chefe do Planalto com uma eventual eleição de Cristina Kirchner no país vizinho.
"Apoio acho que não é bem a questão. Acho que é simplesmente esse nosso compromisso com achar uma pauta, já temos uma pauta muito intensa com o governo Macri", disse o ministro após almoço com diplomatas formando do Instituto Rio Branco, no Itamaraty.
Ele destacou que Bolsonaro deixou bem claro sua "preocupação" com um retorno de um regime anterior na Argentina. O chanceler afirmou ainda que o governo brasileiro espera desenvolver a relação "independentemente do governo" daquele país.

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Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...