domingo, 16 de fevereiro de 2025

O jornalismo como história: resenhas de obras nessa intersecção - Paulo Roberto de Almeida

O jornalismo como história: resenhas de obras nessa intersecção

 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Transcrição de resenhas ou artigos relativos a livros e trabalhos da jornalista Maria Helena Tachinardi.

 

        Sou um leitor omnívoro, com uma ênfase muito especial em obras de relações internacionais, de política externa, de política mundial e de história diplomática do Brasil, tendo eu mesmo produzido algumas obras nessas vertentes. Mas sou também um leitor voraz e anotador de livros em todas essas categorias. Minhas resenhas nesses campos acabam de ser objeto de uma postagem minha, como segue nesta ficha de registro: 


4851. “Aventuras erráticas como autor e resenhista de livros”, Brasília, 16 fevereiro 2025, 3 p. Relato de alguns volumes de resenhas coletadas em diversas obras, assim como de livros completos em edições digitais. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/02/aventuras-erraticas-como-autor-e.html); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/127697941/4851_Aventuras_err%C3%A1ticas_como_autor_e_resenhista_de_livros_2025_).

 

        Também acabo de ler, num outro livro, uma frase do grande intelectual brasileiro Alceu Amoroso Lima, talvez mais conhecido como Tristão de Athaíde, sob cujo nom de plume ele publicou inúmeros artigos e crônicas na imprensa diária, da qual também sou um leitor compulsivo (a de boa qualidade obviamente, nacional e internacional). Ele disse o seguinte: 


O jornalismo é a história do presente e a história é o jornalismo do passado. 


        Simplificando, pode ser isso. Pois foi exatamente dentro dessa concepção que produzi – o que é relativamente raro – não uma, mas três resenhas de um livro que se encaixa nessa mesma concepção, como informado a seguir. Como nem todas as resenhas foram tornadas acessíveis nos momentos em que foram publicadas, nem posteriormente, resolvi reuni-las num mesmo bloco formatado, e tornar esses textos disponíveis ao interesse dos leitores eventuais. Por certo, faltam, ainda, muitos outros inéditos que se encaixam na mesma categoria, a da intersecção entre a história e o jornalismo, ou entre a atividade diplomática e a divulgação de textos que possam interessar ao público acadêmico. Fica a relação abaixo, seguida dos textos originais de cada um deles. 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4852, 16 fevereiro 2025, 25 p.

Academia.edu (link: https://www.academia.edu/127698506/4852_O_jornalismo_como_historia_resenhas_de_obras_nessa_interseccao_2025_ ).


 

Relação dos trabalhos de Paulo Roberto de Almeida conectados a obras ou artigos da jornalista Maria Helena Tachinardi:

 

4718. “O jornalismo como história da política externa brasileira”, Brasília, 20 agosto 2024, 2 p. Resenha curta do livro de Maria Helena Tachinardi: Política Externa e Jornalismo (São Paulo: Contexto, 2024, 511 p.). Publicado no Correio Braziliense (28/10/2024; link: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2024/10/6974261-o-jornalismo-como-historia-da-politica-externa-brasileira.html#google_vignette). Relação de Publicados n. 1565.

 

4752. “Como explicar nossa diplomacia ao grande público? Por este livro!”, Brasília, 7 outubro 2024, 2 p. (4999 caracteres). Nova resenha do livro de Maria Helena Tachinardi, Política Externa e Jornalismo. Publicado no jornal O Estado de S. Paulo (12/11/2024; link: https://www.estadao.com.br/opiniao/espaco-aberto/como-explicar-nossa-diplomacia/?srsltid=AfmBOorVbdMEfZReFcbVSyk4a5BZV538b4WcsphySjpUMMoEI34EsWFF). Relação de Publicados n. 1566.

 

4837. “A história recente das relações internacionais do Brasil pelo jornalismo”, Brasília, 28 janeiro 2025, 5 p. Resenha do livro de Maria Helena Tachinardi: Política Externa e Jornalismo (São Paulo: Contexto, 2024, 512 p.) para a revista do Cebri. Em publicação; 

 

Resenhas e artigos mais antigos: 

 

352. “A Guerra das Patentes”, Brasília: 21 junho 1993, 3 p. Resenha do livro de Maria Helena Tachinardi, A Guerra das Patentes: o conflito Brasil x EUA em propriedade intelectual (São Paulo: Editora Paz e Terra, 1993). Publicado, sob o título “Um conflito conceitual”, no Caderno “Ideias/Livros” do Jornal do Brasil (Rio de Janeiro: 26.06.93, p. 4). Relação de Publicados nº 133.

 

355. “As Patentes da Guerra-Fria Brasil-EUA”, Brasília, 6 julho 1993, 3 p. Nova resenha do livro de Maria Helena Tachinardi, A Guerra das Patentes: o conflito Brasil x EUA em propriedade intelectual (São Paulo: Editora Paz e Terra, 1993) destinada ao Caderno “Mais” da Folha de São Paulo (Não publicada). Argumentos incorporados ao trabalho: “A Propriedade Intelectual na Política Exterior e nos Processos de Integração Econômica”.

 

1681. “Negociações internacionais em 2007”, Brasília, 1 novembro 2006, 2 p. Respostas a questões colocadas pela jornalista Maria Helena Tachinardi sobre o panorama das negociações comerciais em 2007. Postado no blog Diplomatizzando (28/05/2011; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/05/sendo-profeta-em-negociacoes.html).

 

1980. “A democracia nos Brics”, Brasília, 25 janeiro 2009, 3 p. Comentários adicionais à questão da democracia nos Brics, para matéria de jornal. Trechos selecionados publicados na matéria: Maria Helena Tachinardi, “Instituições: Estrutura capitalista e sociedade moderna”, In: Valor Especial, Oportunidades de Investimento (março 2009, p. 70-74). Postado no blog Diplomatizzando (12.07.2010; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/07/democracia-nos-brics-paulo-r-almeida.html).

 


Ler a íntegra das matérias neste link  da plataforma Academia.edu:

https://www.academia.edu/127698506/4852_O_jornalismo_como_historia_resenhas_de_obras_nessa_interseccao_2025_ 


Aventuras erráticas como autor e resenhista de livros - Paulo Roberto de Almeida

 Aventuras erráticas como autor e resenhista de livros

 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Relato de volumes de resenhas coletadas em diversas obras, inclusive livros completos.

 


        Ao longo de minha trajetória como escrevinhador de obras várias e diversificadas, efetuei muitas notas e resenhas de livros, a maioria inéditas – ou seja, feitas para consumo próprio –, mas várias publicadas em jornais ou revistas acadêmicas. Na verdade, creio que sou antes um leitor e um anotador de livros, do que propriamente um escritor, título que não ouso exibir pois que me parece muito exagerado. Não cultivo a escrita pela escrita, como muitos aspirantes a alguma academia qualquer, mas pratico a escrita por necessidade de transmitir, justamente, notas de leituras, e trabalhos feitos em torno de minhas atividades principais, bem mais as lides acadêmicas do que as ocupações corporativas na carreira diplomática (onde também me exerci como ghost writer, ou simples redator de ofícios, memorada ou telegramas, atualmente reduzidos a um e-mail, cifrado ou ostensivo).

        Minha obra de resenhista é vasta, e alguma coisa foi publicada ao longo dos anos, como o livro impresso Vivendo com Livros (Paris: Editora Maíra, 1994, 406 p.), na qual efetuei uma antologia pessoal de resenhas escritas nas duas décadas anteriores. Bem mais tarde, providenciei uma nova versão, publicada digitalmente, como informo a seguir:


3557. Vivendo com Livros: uma loucura gentil, Brasília, 29 dezembro 2019, 265 p. Nova coletânea de artigos a partir do livro editado em Paris, em 1994, com eliminação de diversas resenhas. Publicada em formato Kindle (ASIN: B0838DLFL2). Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/12/vivendo-com-livros-uma-loucura-gentil.html) e na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/41459430/Vivendo_com_Livros_uma_loucura_gentil_2019_).Relação de Publicados n. 1331.

 

        Desde essa época, e nas duas primeiras décadas do presente século, colaborei regularmente com a seção “Prata da Casa”, do boletim (depois revista) da Associação dos Diplomatas Brasileiros, consistindo em pequenas resenhas de livros de diplomatas, publicados comercialmente, mas sobretudo pela Fundação Alexandre de Gusmão, pois a maioria das obras dos diplomatas o foi pela Funag, resultado de teses do Curso de Altos Estudos ou outros trabalhos feitos no âmbito do Instituto Rio Branco. A pedido da direção da Funag preparei um volume com todas essas resenhas, uma enorme obra (de quase 700 p.), que deveria ter sido publicada em 2014 (quando eu me encontrava ainda no exterior). 

        Como, por motivos políticos – ainda estávamos no reino dos companheiros – resolveram cortar uma ou duas resenhas, que não se encaixava no espírito da época, o Zeitgeist do lulopetismo diplomático, objetei à ideia, e publiquei eu mesmo essa obra, que foi, e tem sido, um dos meus arquivos mais acessados na minha página da plataforma Academia.edu; para os interessados forneço aqui os links:

2533. Prata da Casa: os livros dos diplomatas, Hartford, 11 novembro 2013, 691 p. Compilação das resenhas mais importantes de livros de diplomatas e acadêmicos de livros da área, com Prefácio, Introdução, Índice Alfabético de Autores e Livros e demais informações de expediente. Enviado à direção da Funag, em novembro de 2013, com sugestão de prefácio pelo seu presidente, em fase de composição.

 

Para que não se perca essa primeira “aventura”, cuja versão diagramada ficou sob a responsabilidade pelo setor de publicações da Funag, mas cuja publicação foi sustada por “ordens superiores”, divulgo aqui a versão original da obra, tal como preparada por mim, e por mim retirada, por obstar à censura. Ela pode ser acessada nos seguintes links: 


1)   Research Gate: https://www.researchgate.net/publication/258499134_2533PrataCasaBookNov11; (divulgado previamente neste link de meu blog Diplomatizzando: http://diplomatizzando.blogspot.com/2013/11/prata-da-casa-os-livros-dos-diplomatas.html).

2)   Academia.edu: https://www.academia.edu/127697074/2533_Prata_da_Casa_os_livros_dos_diplomatas_2013_.

3)   Prata da Casa: os livros dos diplomatas (Hartford: edição para a Funag, 2013, 667 p; não publicada; disponível em Research Gate; 2ª. edição de Autor; 16/07/2014, 663 p.; Academia.edu; Research Gate).

 

        Como o livro não foi publicado na edição completa, pela Funag, providenciei eu mesmo o acesso, em minhas plataformas, nas seguintes versões: 


Academia.edu: https://www.academia.edu/5763121/Prata_da_Casa_os_livros_dos_diplomatas_Edicao_de_Autor_2014_; link direto para download do arquivo em pdf: https://www.academia.edu/attachments/34209509/download_file?s=work_strip&ct=MTQwNzAwODExOCwxNDA3MDExMjI5LDc4NTEwNjY; 

Researchgate.net: https://www.researchgate.net/publication/269701236_Prata_da_Casa_os_livros_dos_diplomatas?ev=prf_pub; DOI: 10.13140/2.1.4908.9601;

Informação: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/07/prata-da-casa-os-livros-dos-diplomatas.html.

 

        As muitas resenhas de livros sobre temas de relações internacionais, de história diplomática ou de relações exteriores do Brasil, continuaram a ser editadas por mim, em formato digital e publicadas em formatos diversos, como informado a seguir, nesta relação: 

Rompendo Fronteiras: a Academia pensa a Diplomacia (Kindle, 2014, 414 p.; 1324 KB; ASIN: B00P8JHT8Y).

Codex Diplomaticus Brasiliensis: livros de diplomatas brasileiros (Kindle, 2014, 326 p.; ASIN: B00P6261X2; Academia.edu; ).

Polindo a Prata da Casa: mini-resenhas de livros de diplomatas (Kindle edition, 2014, 151 p., 484 KB; ASIN: B00OL05KYG).

 

        A irrupção do bolsolavismo diplomático na história da política externa brasileira foi especialmente impactante, para mim, assim como para todos os demais diplomatas (com a possível exceção do chanceler acidental e de alguns poucos profissionais que se dedicaram ao trabalho de desmantelamento de nossas tradições diplomáticas). Para responder ao desafio, passei a publicar diversos livros em formato digital, como informei nesta nota.

4195. “Livros sobre temas da diplomacia brasileira”, Brasília, 5 julho 2022, 6 p. Relação de livros do autor sobre temas de diplomacia brasileira, assim como das compilações de resenhas efetuadas sobre os mesmos temas, em diferentes edições e formatos. Divulgado na plataforma Academia.edu (16/02/2025, link: https://www.academia.edu/127697642/4195_Livros_sobre_temas_da_diplomacia_brasileira_2022_).

 

Os livros mais importantes por mim produzidos nessa fase deprimente da diplomacia brasileira foram os seguintes (na relação acima há links para o acesso a essas obras): 

Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (Brasília: Edição do autor, 2019, 184 p.)

O Itamaraty num labirinto de sombras: ensaios de política externa e de diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2020, 225 p.)

Uma certa ideia do Itamaraty: a reconstrução da política externa e a restauração da diplomacia brasileira (Brasília, 7 setembro 2020, 169 p.)

O Itamaraty Sequestrado: a destruição da diplomacia pelo bolsolavismo, 2018-2021 (Brasília, 1-9 maio 2021, 114 p.)

 

        Essa série foi coroada pelo livro mais recente nesse terreno: 


Apogeu e demolição da política externa: itinerários da diplomacia brasileira (Curitiba: Appris, 2021, 291 p.; ISBN: 978-65-250-1634-4). Informação no link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/06/apogeu-e-demolicao-da-politica-externa_18.html).

 

        O trabalho de resenhista e de escrevinhador continua, como sempre foi o caso.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4851, 16 fevereiro 2025, 3 p.

 

Is this the end of NATO? - Jamie Dettmer (Politico.eu)

Is this the end of NATO?

“We’ve now got an alliance between a Russian president who wants to destroy Europe and an American president who also wants to destroy Europe,” one diplomat said.


MUNICH — U.S. President Donald Trump is a longtime fan of Winston Churchill. But what would Britain’s iconic wartime leader make of the Munich Security Conference in 2025?

“You were given the choice between war and dishonor. You chose dishonor and you will have war.” Those are the words Churchill thundered when then-Prime Minister Neville Chamberlain left this Bavarian city 87 years ago, clutching a piece of paper that turned out to be meaningless. 

Would that be Churchill’s reaction to Trump’s drive to end the war in Ukraine, with terms that Kyiv and its European allies fear will be favorable to Moscow and only mean another bigger war down the road?

The word “appeasement” is on European lips here, and for the more historically sensitive — like Britain’s former Defense Minister Ben Wallace — the echo of Munich circa 1938 seems an obvious reference point.

As they gathered for the summit today, European officials were still reeling from the readout of Trump’s 90-minute phone call with Russian President Vladimir Putin, as well as U.S. Defense Secretary Peter Hegseth’s mid-week remarks in Brussels. For former Lithuanian Foreign Minister Gabrielius Landsbergis, the most overlooked and chilling line that came from Hegseth was his warning that “realities” will prevent the U.S. from being Europe’s security guarantor.

In other words — no U.S. backstop.

Like others, Landsbergis senses an end of an era. “It may well mark the advent of the twilight of NATO,” he said. “Especially when you combine it with what I think Washington will soon announce — the withdrawal of 20,000 U.S. troops from Europe.”

As the Lithuanian spoke with POLITICO in Munich, Hegseth was in Warsaw, foreshadowing a troop draw down and warning already frazzled Europeans that “now is the time to invest because you can’t make an assumption that America’s presence will last forever.”

Much like it’s been in the U.S., the Trump administration’s nonstop, fast-moving shock-and-awe announcements have been overwhelming and disorienting in Europe too — as the strategy is, no doubt, designed to be. Wrong-footing opponents and critics, giving them little time to draw breath and reorient.

And U.S. lawmakers attending the summit have been trying to offer some reassurance to an anxious Europe — though not to much avail.

Among them was Senator Roger Wicker, chairman of the powerful Senate armed services panel, who told POLITICO that Hegseth made “a rookie’s mistake” in Brussels: “I don’t know who wrote the speech — but it could have been written by Tucker Carlson. Carlson is a fool,” he said, soothingly reassuring that there are plenty of serious people around Trump who he heeds.

Wicker also noted that Hegseth had already walked back some of his harsher remarks, but admitted he hadn’t yet done so when it comes to Europe losing the U.S. security guarantee — which undermines NATO’s Article 5 committing alliance members to collective defense.

And it is that line, more than any other, that’s setting European teeth on edge — along with harsh lines like: “Make no mistake, President Trump will not allow anyone to turn Uncle Sam into ‘Uncle Sucker.’

“Trump’s direct approach to Putin, combined with Secretary of Defense Hegseth informing allies in Brussels that the U.S. is preemptively acquiescing to some of Russia’s core demands before talks have even begun is a double blow — not only to Ukraine but to the future of Europe,” remarked Chatham House’s Keir Giles.

 “[Accepting] that the aggressor can retain the territory it has seized in exchange for a plea for peace — the parallels with 1938 could only be clearer if Trump had held up a note and said Mr Putin had assured him he had no further territorial ambitions in Europe.”

Meanwhile, Vice President JD Vance’s Munich speech, focused on criticizing democratic practice in Europe, is doing nothing to ease European qualms — nor those of pro-NATO Americans.

It was received stonily, with only occasional smatterings of applause and a few politely shaking heads, when he started talking about migration as a threat to European civilization. “The threat that I worry the most about vis-à-vis Europe is not Russia. It’s not China, it’s not any other external actor. And what I worry about is the threat from within,” he said.

“Consider the audacity of someone who ran on a ticket with a man who inspired a riot against our Congress in 2020, to come to Europe and say, ‘You guys have got problems with democracy,'” said academic and former U.S. diplomat Michael McFaul. “And we’ve got a constitutional crisis going on right now with executive overreach and the health of American democracy.”

Vance also ignored the elephant in the room — the Ukraine war. “He could have used the speech to clarify their negotiating position and he chose not to. This speech was for people back home, not for people at the summit,” McFaul added. Not that McFaul gives European democracy a clean bill of health — but this was neither the time nor the place for the considerable chutzpah on display, he said.

Three years ago, Russia’s invasion of Ukraine seemed to make NATO more relevant than it had been — gone was the search for a raison d’être in a post-Cold War world. But it was hard here, on the summit’s first day, to shake the feeling that we’re witnessing the start of a cleaving. Sure, the summits during Trump’s first term also had a “U.S. vs. Europe” feel, but his former national security team would smooth things out. Feathers would be ruffled — not plucked.

And for Europe, the U.S. remains the exceptional nation, the indispensable one to summon in times of trouble. Who else is there to turn to now?

Maybe oneself.

Former German diplomat Wolfgang Ischinger told POLITICO that “maybe Europe needed to be tasered,” to be shocked into being more forward-leaning and self-reliant.


His position is that European leaders are partly to blame for the situation they’re now bemoaning. They had ample warning about what the U.S. president’s second term might entail, and yet moved far too slow to increase their own defense spending and share of the transatlantic burden.

Landsbergis’s successor Kęstutis Budrys agrees that Europe has been laggardly. “We are late, really. We have to speed up and show that we have real defense, and that we are ready and capable and trained to fight,” he told POLITICO.

But Budrys hopes this isn’t a “Munich moment” like 87 years ago. “The fact we mention 1938 shows we have an awareness and it is a sign we are seeking to avoid that. Yes, there’s the risk that some elements might be repeated, but we can also see how to avoid it,” he said. And that will require all the allies to share “the seriousness of the situation we are facing,” if they want to preserve NATO.

But others wonder if this is all too late and fear the Trump administration isn’t a friend but a foe. One senior EU diplomat, granted anonymity to speak candidly, said: “We’ve now got an alliance between a Russian president who wants to destroy Europe and an American president who also wants to destroy Europe.”

“The transatlantic alliance is over.”

(Grato a Vitelio Brustolin pelo envio desta matéria)

Trump: o destruidor dos Estados Unidos e o coveiro do Ocidente - Paulo Roberto Almeida

Trump: o destruidor dos Estados Unidos e o coveiro do Ocidente

  

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Nota sobre os efeitos passageiros da ignorância e da idiotice.

 

 

        Uma das leis mais inconsequentes do mundo é, ironicamente, a famosa lei das consequências involuntárias, ou seja, o fato de o promotor da ação acabar criando, suscitando ou provocando o exato oposto do que ele pretendia inicialmente. 

Em certas pessoas, especialmente dotadas e preparadas para expressar sua própria estupidez em toda a sua extensão, essa é uma lei, como diríamos antigamente, matemática.

        Trump exibe, para o gozo fabulístico dos deuses do Olimpo (que brincavam, como se sabe, de desafiar a vanidade dos mortais), essa qualidade, não muito rara nos políticos pretensiosos, de levar ao extremo essa lei feita sob medida para exaltar todas as suas péssimas qualidades, acumuladas ao longo de décadas no exercício contínuo daquele hobby que os americanos chamam de “self-deprecating”, ou seja, a arte de depreciar a si próprio. 

        Acredito que não exista ninguém no mundo da política mundial, nenhum personagem conhecido na história da humanidade, que seja tão desprezado entre as pessoas e políticos sensatos como o personagem laranja que veio para destruir tudo o que os Estados Unidos fizeram de bom nos últimos 250 anos de trajetória do nosso planetinha. (Sim, os EUA fizeram muita coisa de mal, de feio, de terrível, ao longo desses anos, mas, num balanço honesto da história da humanidade desde o século XVIII, o país que se chama a si mesmo, de forma arrogante, de América, exibe uma nota altamente benéfica, começando pelo fato de ter salvo duas vezes a chamada Europa ocidental dos malvados demônios que ela mesma criou ao longo dos dois últimos séculos e meio, sobretudo no decorrer da “segunda Guerra dos Trinta Anos”; a destruição insana da primeira Guerra dos Trinta Anos foi bem antes da fundação do “farol da democracia”).

        Trump sempre foi um trambiqueiro imobiliário especialmente hábil em extorquir dinheiro dos incautos e dos oportunistas que o elegiam para ganhos imediatos de reputação duvidosa; antes eram os próprios americanos que caiam nos seus fabulosos trambiques, mas desde alguns anos Putin, o espião-tirano de funestos antecessores (Stalin e Hitler são dois) soube valer-se de sua burrice fenomenal para extrair vários ganhos apreciáveis em uma carreira de também destruidor de sua própria nação. Trump lhe faz companhia pelo lado involuntário das ações que respondem à famigerada lei, mais comum do que se pensa.

        Depois de destruir vários negócios próprios, Trump se arvorou em salvador-destruidor dos Estados Unidos. Mas não só isso: não contente com a esfera privada dos negócios duvidosos, e francamente desonestos, e de começar a desmantelar o que restava da reputação dos EUA (depois do Vietnã e do Iraque), ele passou a desmantelar o Ocidente, e, podendo, metade do mundo também.

        Por uma dessas ironias da História, o pretenso reconstrutor do poderio da América e o “salvador do Ocidente” (segundo um chanceler acidental que tivemos por aqui) acabou se revelando como o diminuidor dos EUA e o destruidor do que restava da imagem do Ocidente civilizador, antes que os novos mandarins da civilização chinesa consolidassem a boa reputação do antigo Império do Meio.

        Ninguém — nem Hitler — conseguiu, sem alguma grande guerra (até aqui) destruir de maneira tão eficaz a noção de que o Ocidente moderno fosse o herdeiro das melhores qualidades do Iluminismo e do humanismo tenazmente erigidos em modelos ideais de padrões civilizatórios (os palestinos de Gaza que o digam).

        Trump conseguiu, segundo a famosa lei matemática, desmentir qualquer resquício de boas intenções que os impérios ocidentais pudessem ter adquirido para si próprios nos últimos 250 anos (grosso modo, uma história relativamente benéfica, que o historiador escocês Niall Ferguson resumiu em duas de suas obras, Empire, sobre o majestoso império britânico, e Colossus, sobre o envergonhado império americano).

        Tudo que Trump prometeu aos ingênuos e espertalhões que o apoiaram em sua trajetória nacional redundará no exato contrário anunciado por ele: deixará um país mais diminuído e bastante frustrado em suas mais caras ambições: ser grande, forte e poderoso novamente.

        E tudo o que ele intenta fazer em escala mundial será desastroso para a noção já algo desgastada de Ocidente e talvez proveitoso para tiranos à la Hitler (e sabemos de quem se trata) tentarem construir para si próprios.

Trump é bem mais do que um simples “aprendiz de feiticeiro”. Ele corresponde à imagem mais verossimilhante daqueles personagens de romances distópicos, que sonham conquistar o mundo, mas que precipitam catástrofes evitáveis (quando existem adultos na sala). 

        Trump está livre, por enquanto, de pessoas que possam contê-lo nas suas mais loucas empreitadas. Só nos resta esperar que a destruição do seu próprio país o impeça de cavar a sepultura do Ocidente em seu conjunto, que fez obra meritória desde o Aufklärung, cabe reconhecer.

        Se algo de bom foi construído pelo Ocidente nos últimos séculos foi a contenção do despotismo oriental como filosofia de governo, assim como o cristianismo e o budismo foram positivos, como filosofia de vida, desde a preeminência anterior e posterior de algumas crenças bárbaras. 

        Com atrasos e percalços, o humanismo acaba prevalecendo. Trump é apenas um acidente da História, como Hitler já o foi e como Putin já se revelou que o é, atualmente. Passará, como já passaram todos os tiranos, sobretudo porque exibe uma qualidade que os tiranos geralmente não têm: é um ignorante e um idiota, exatamente como prescreve a lei das consequências involuntárias.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4850, 16 fevereiro 2025, 3 p.

Um caso de daltonismo político - Paulo Roberto de Almeida

Um caso de daltonismo político:

Paulo Roberto de Almeida 

A extrema-direita brasileira recebe com elogios e entusiasmo a suposta defesa das liberdades - econômica e de expressão - feitas pelo trio Trump-Vance-Musk, como se eles figurassem no panteão de um novo Iluminismo.

Elude o brutal ataque que eles fazem às instituições que moldaram, desde Bretton Woods e San Francisco, o regime liberal que permitiu o crescimento do bem-estar e o aumento de renda pela economia de mercado dos países os mais diversos, com destaque para aqueles saídos do socialismo e que transitaram para regimes de maiores liberdades econômicas e políticas, sobretudos os da Europa central e oriental (quase todos atualmente na OCDE, na UE e na OTAN), sem esquecer as duas grandes autocracias, Rússia e China, que também abandonaram o totalitarismo e os monopólios estatais e migraram para sistemas de mercado.

A extrema-direita brasileira deve ser miope, ao saudar os novos autoritários.

Paulo Roberto Almeida


Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...