O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Twilight of gay people in Sao Paulo?: numeros decepcionantes

Quando postei aqui a previsão de um grande jornal paulista conservador -- OK, todo mundo sabe que se trata do Estadão -- a manchete anunciando a previsão de que a parada gay em SP estimava contar com 3 milhões de gays, estava apenas admirado do número de gays e simpatizantes que se mobilizam para.... para o que mesmo?
Ah, sim: "orgulho gay"!
Bem, não sei bem o que é isso, pois eu tenho orgulho apenas de minhas leituras, de minhas produções intelectuais, enfim, daquilo que me faz um pouco melhor e que pode, eventualmente (via docência e publicações), fazer a humanidade ficar um pouco melhor do que ela é, atualmente, por exemplo, diminuindo o grau de estupidez humana e ajudando naquilo que eu chamo de elevação espiritual da humanidade.
Mas, confesso que não tenho nenhum orgulho de ser homem -- OK, branco da elite, já sei, infeliz por não pertencer a nenhuma minoria... -- ou de ser brasileiro, ou ser mais baixo do que poderia ser, ou de ter mais peso do que deveria ter... enfim, esses são dados da natureza, ou do meu mau (ou bom comportamento), nada mais do que isso.
Não entendo, assim, como alguém pode fazer passeata para exibir seu "orgulho gay". Mas se é um "dado da natureza", por que o orgulho?
Por que as pessoas não podem ser gays normalmente, sem incomodar ninguém, bloquear o trânsito, colocar aquelas roupas ridículas que alguns colocam, apenas para exibir seu "orgulho" com algo que não podem mudar?
Recebi um ou outro comentário, a favor e indiferente, mas não pretendia alimentar o debate.
Até que surge esta nova matéria, que me indica, talvez, que essa coisa de passeata por causas ridículas já está passando de moda, cansando as pessoas.
Eles fazem passeata porque estão massacrando gays por aí?
OK, mas isso é caso de polícia, e não acho que se tenha de ter orgulho ou despeito por qualquer coisa...

Evandro Spinelli e Cristina Moreno de Castro
Filha de S.Paulo, 11/06/2012

A 16ª edição da Parada Gay de São Paulo, um dos principais eventos turísticos da cidade, reuniu ontem 270 mil pessoas, de acordo com o Datafolha — 65 mil delas fizeram o percurso inteiro do evento. Pela primeira vez na história, a manifestação teve uma medição de público com caráter científico. O Datafolha inaugurou o método em maio na 28ª Caminhada da Ressurreição, procissão católica por ruas da zona leste da capital. Segundo o instituto, nenhum evento similar no mundo tem medição científica de público. Em alguns países, ele é estimado a partir do lixo produzido. Em outros, pela concentração de pessoas ao longo da parada — este método, no entanto, não leva em conta o público flutuante.
A organização e a Polícia Militar não divulgaram estimativas. Ao fim do evento, porém, o trio elétrico da diretoria da Associação da Parada do Orgulho GLBT anunciou que “com certeza” o ato atingiu público de 4 milhões. A parada saiu do Masp às 13h40, após a execução do hino nacional e discursos da senadora Marta Suplicy (PT) e Fernando Quaresma, presidente da associação. O último trio chegou à praça Roosevelt, no centro, às 18h13.

A universidade brasileira se tornando mais estupida? Provavelmente

O ato corajoso desse engenheiro é digno de elogios. Eu também não gostaria de fazer parte de um clube, de uma associação, de um grupo qualquer ao qual pertencessem pessoas com as quais eu não gostaria de me relacionar, e cujo caráter é amplamente questionável.
Paulo Roberto de Almeida 


Devolução de Diploma à UFF que concedeu honoris causa ao “Doutor” Lula

Roberto de Sousa Salles, Reitor da Universidade Federal Fluminense, comunico que enviei para você nesta data, 7 de maio de 2012, por Sedex (código para rastreamento SI375026628BR), o meu diploma de Engenheiro Industrial Metalúrgico outorgado por essa universidade, anexado a carta no seguinte teor:

Anexado à presente, devolvo a essa universidade, aos seus cuidados, o meu diploma de Engenheiro Industrial Metalúrgico outorgado por essa universidade. Esse diploma foi motivo de grande orgulho para mim, desde quando o conquistei e recebi, até o dia 4 de maio de 2012, quando essa universidade, sub sua regência, outorgou o título de Doutor Honoris Causa a Luiz Inácio “Lula” da Silva.
Não aceito ser bacharel por uma universidade que, por um lado, é tão rigorosa ao selecionar e diplomar seus alunos e, por outro lado, outorga alegremente o título de Doutor Honoris Causa a um indivíduo que ao longo de toda a sua vida pública tem demonstrado reiteradamente profundo desprezo pela educação formal.
Sem levar em conta aspectos éticos e políticos da história desse indivíduo, entendo que qualquer reitor de qualquer universidade que outorgar a ele qualquer título honorífico estará debochando de todos aqueles que concorreram a vagas, cursaram faculdades e se diplomaram nessa universidade. A Universidade Federal Fluminense praticou, sob a sua regência, um ato de vassalagem voluntária que denigre a história da universidade e diminui o mérito de todos que nela conquistaram algum título respeitando a educação formal e se dedicando ao estudo e à aquisição de conhecimento.
A História mostra que muitas pessoas e até mesmo povos inteiros já foram submetidos a vassalagem involuntária. A História mostra também que muitos resistiram e lutaram bravamente contra essa vassalagem involuntária e, independentemente do sucesso ou do fracasso dessa luta, o simples fato de terem resistido e lutado os honra. A grande maioria se acomodou e isso não constitui uma desonra – apenas faz parte da natureza humana. A verdadeira desonra é a vassalagem voluntária – que caracteriza uma minoria que ainda não entendeu e não representa a verdadeira natureza humana.
Preste vassalagem em seu próprio nome. Não envolva a universidade e o seus corpos docente e discente passados, presentes e futuros nos seus atos de vassalagem. Se quer se dar ao desfrute de espojar diante de quem quer que seja, tenha a coragem de fazê-lo em seu próprio nome, sem arrastar no chão a toga da Universidade Federal Fluminense.
Receba, senhor Reitor, o meu profundo pesar e a mais plena reprovação por esse ato.

República Federativa do Brasil, 7 de maio de 2012

Avelino Rui de Oliveira Taveiros, professor da Escola de Engenharia Industrial Metalúrgica de Volta Redonda, é Engenheiro Industrial Metalúrgico formado na  Décima Terceira Turma da UFF.

O mundo se tornando mais estupido? Certamente, os idiotas aparecem...

Não tenho nenhuma dúvida, agora, de que o mundo está se tornando mais estúpido, graças ao aumento do número de idiotas que conseguem se comunicar pelos modernos meios, e se tornam mais eloquentes, mais ofensivos na expressão de sua estupidez. Assim está plenamente respondida a pergunta que eu fazia alguns anos atrás:

  • Está aumentando o número de idiotas no mundo?

  • E isso se deve, fundamentalmente, ao fundamentalismo religioso, com perdão pela redundância. São os criacionistas, moderna encarnação da intolerância religiosa e da mais abstrusa crença nos livros religiosos, que estão levando o mundo ao retrocesso, talvez parcial, talvez temporário, mas ainda assim uma tragédia para os progressos da ciência no mundo.
    Observem, porém, que o criacionismo não está em contradição com a teoria da seleção natural -- este no nome correto para a evolução darwiniana -- e cabe perfeitamente no seu esquema explicativo.
    Com efeito, o darwinismo não postula uma evolução linear, progressiva e progressista, sempre numa única direção, para o melhor e o mais aperfeiçoado do ponto de vista qualitativo, ou supostamente mais racional.
    Longe disso. O que o darwinismo e a teoria da evolução postulam é que as espécies vão se adaptando aos desafios do meio, e às oportunidades criadas pelo meio -- e pelos acidentes naturais -- para sobreviver, se expandir, dar origem a novas espécies.
    O velho fundamentalismo bíblico, que postulava uma explicação ingênua, baseada inteiramente e literalmente na Gênese para explicar a origem do mundo e a criação das espécies, tinha sido eliminado, por inadequado, dos livros escolares. Agora surgiu uma nova variante, mais preparada tecnicamente, mais sofisticada, e que oferece aos ingênuos, e aos idiotas, uma "explicação" mais "convincente" sobre o mundo, o que os tranquiliza. Isso é darwinismo, e seleção natural.
    Algumas espécies "estúpidas" de dinossauros sobreviveram a outras, supostamente mais fortes ou preparadas, por simples acaso da natureza, antes que outros acidentes eliminassem gregos e goianos saurópodes do mapa da terra. Isso é darwinismo.
    Hoje temos espécies de estúpidos literais sobrevivendo e se expandindo, graças aos recursos da internet, o que permite aos idiotas alcançarem outros idiotas, e os convencerem de que estão "certos" numa escala antes inimaginável.
    O que é preocupante é que os idiotas influenciem os manuais escolares, o que vai inviabilizar os progressos científicos de outros idiotas que se deixarem convencer por eles.
    Isso não é irrecuperável ou fatal, pois a ciência e a racionalidade sempre vão prevalecer, mas que no curto prazo isso atrasa um país, isso atrasa.
    O Brasil é a prova viva disso, quando temos a idiotice do criacionismo também fazendo progressos por aqui. Mas, antes, muito antes, tivemos uma idiotice maior ainda, que continua fazendo progressos: a tal de pedagogia do oprimido, que Paulo Freire, um fundamentalista pouco pedagógico, criou e disseminou por milhares e milhares de pedagogas freireanas pelo Brasil e pelo mundo afora.
    Estamos totalmente na teoria darwiniana e na seleção natural. Para desgosto nosso, dos racionais e científicos, os idiotas estão dominando parcialmente o mundo.
    Um dia passa, mas o mal já está feito, como na Coréia do Sul, como evidenciado na matéria abaixo do Le Monde.
    Paulo Roberto de Almeida 


    Offensive anti-Darwin en Corée du Sud


    J'ai brièvement signalé, il y a quelques jours sur Twitter, un sondage sur l'implantation des idées créationnistes dans les cerveaux américains, en me disant que ce énième rappel d'un phénomène fort connu ne méritait pas plus que d'être signalé en passant. J'ai sans doute eu tort. J'aurais dû consacrer un billet entier à ce sondage car si les médias finissent par se lasser de parler des créationnistes (un peu comme il finissent par ne plus traiter les attentats meurtriers en Irak que dans des brèves routinières), cela constitue une victoire supplémentaire pour ces négationnistes de la science. Ce sondage Gallupdisait donc que 46 % des Américains pensaient que l'homme avait été créé, tel qu'il est aujourd'hui, par Dieu il y a moins de dix millénaires. Un résultat extrêmement stable car, depuis trente ans, ce chiffre évolue dans une fourchette comprise entre 40 et 47 % de la population. A ces 46 %, il faut ajouter sans barguigner la grosse frange (32 %) imprégnée de néo-créationnisme, qui croit dans la version de l'histoire plus subtile selon laquelle l'homme est bien le fruit d'une évolution mais que celle-ci a été guidée par Dieu, lequel a mené des formes de vie moins "avancées" à l'aboutissement magnifique qu'est Homo sapiens.
    Au final, il ne sont que 15 % à penser que la présence actuelle de l'homme sur Terre ne doit rien à Dieu. Il est vrai que le contexte religieux américain n'aide pas, quand on voit qu'un influent télévangéliste texan, John Hagee, se permet d'ordonner aux athées de quitter le pays. Autre exemple : en avril, le Tennessee est devenu, sous la pression du lobby créationniste, le deuxième Etat (après la Louisiane) autorisant les enseignants à proposer en classe des substituts à l'évolution darwinienne, sous le prétexte d'aider les élèves à juger "de manière objective des forces et des faiblesses des théories scientifiques existantes". En faisant mine d'oublier que l'évolution en biologie est un phénomène avéré et non une simple hypothèse...
    La croisade des créationnistes américains ne s'arrête pas aux frontières de leur propre pays. Je ne l'apprends que maintenant grâce à un article publié par Naturemais, en Corée du Sud, une offensive anti-Darwin a porté ses fruits au mois de mai. Une pétition lancée par la Society for Textbook Revise (STR, que l'on pourrait traduire par Société pour la révision des manuels) a demandé le retrait des références à l'évolution darwinienne dans les livres scolaires. Le mois dernier, le ministère sud-coréen de l'éducation, de la science et de la technologie a révélé que de nombreux éditeurs allaient suivre cette pétition qu'il leur avait transmise et publier des versions révisées de leurs manuels. Ne figurerait notamment plus le schéma ci-contre montrant l'évolution du cheval au cours des temps, alors qu'il s'agit d'un excellent exemple du processus évolutif. Comme l'explique le correspondant de Nature à Séoul, le STR a comme objectif affiché sur son site Internet de supprimer des manuels scolaires"l'erreur" que constitue à ses yeux l'évolution, ce afin de "corriger" la vision que les élèves ont du monde qui les entoure. Il fait aussi campagne pour que ne soient plus mentionnées l'idée de l'évolution de l'espèce humaine et les magnifiques observations des becs de pinsons des Galapagos par Darwin, qui l'aidèrent à formuler ses idées sur la spéciation et la sélection naturelle.
    Quel rapport avec les créationnistes américains ? Le STR est en fait une émanation de la Korea Association of Creation Research (KACR), une organisation chrétienne (le christianisme est une des deux principales religions en Corée du Sud) qui constitue elle-même la branche sud-coréenne de l'Institute for Creation Research(ICR). L'ICR a été créé en 1970 au Texas par une des figures les plus importantes du créationnisme américain de la deuxième moitié du XXe siècle, Henry Morris. Cet ingénieur spécialiste de l'hydraulique se fit remarquer en co-écrivant, avec John Whitcomb, ce qui devint un best-seller chez les chrétiens fondamentalistes américains : The Genesis Flood. Paru en 1961, ce livre voulait démontrer qu'il n'y avait pas de désaccord véritable entre la science et une lecture littérale de l'épisode biblique du Déluge : celui-ci pouvait parfaitement s'expliquer, à condition évidemment de remettre en cause les méthodes de datation des roches ainsi que les connaissances sur la géologie et les fossiles. Vendu à 300 000 exemplaires et traduit en plusieurs langues (dont le coréen), The Genesis Flood a été le point de départ du renouveau créationniste, en montrant que la science pouvait "s'adapter" à la religion.
    Le but officiel de l'ICR (et aussi de la KACR) est de s'appuyer sur des personnes au profil scientifique (chercheurs ou ingénieurs) afin de monter des soi-disant programmes de recherche, comme par exemple sur l'âge de la Terre : les 4,5 milliards d'années de notre planète sont en effet difficilement compatibles avec ce que dit la Bible... De la même manière, il est assez succulent de voir les contorsions réalisées pour prouver que l'Univers lui-même n'a que quelques milliers d'années. En réalité, l'objectif principal de ces "recherches" consiste à instiller le doute sur la validité des méthodes scientifiques et leur  meilleure cible, c'est bien entendu la jeunesse. D'où l'offensive menée en direction des établissements et des programmes scolaires par les créationnistes de tout poil, aux Etats-Unis mais aussi en Corée du Sud où ils n'ont, semble-t-il, rencontré aucune véritable résistance... Pour terminer, je vais reprendre, tellement elle est d'actualité, la citation de la journaliste américaine Katherine Stewart, que j'avais donnée dans un précédent billet : "Les nouveaux négationnistes de la science semblent dire que si vous ne pouvez pas faire taire la science, vous devriez faire taire les écoles."
    Pierre Barthélémy (@PasseurSciences sur Twitter)

    Este dia na Historia: Acordo de ajuda EUA a URSS em 1942

    De fato, a ajuda que os Estados Unidos deram à Grã-Bretanha, pelos land-lease agreements de agosto de 1941, junto com a declaração das "nações unidas", seguidas, pouco depois, pela ajuda que ambos os países começaram a dar à União Soviética, invadida pela Alemanha hitlerista em junho de 1941, foram essenciais, eu diria mesmo absolutamente indispensáveis para retornar o curso da guerra na Europa entre 1941 e 1942. Sem essa ajuda, a Grã-Bretanha talvez tivesse sucumbido ao poder nazista e a URSS também talvez tivesse deixado de existir, em face da mais formidável máquina de guerra criada pelo homem até aquele instante.
    A URSS deve sua sobrevivência, ou seja, o regime comunista, unicamente à ajuda ocidental, sem a qual ela teria sucumbido e desaparecido nas dobras da história. Teria sido um mundo diferente, mas talvez um mundo dominado durante muito mais tempo pelo III Reich, que se teria tornado assim mestre absoluto da Eurásia, o continente duplo que domina o mundo. Mesmo os EUA teriam dificuldade em vencer alemães e japoneses sozinhos, ou levariam muito mais tempo, e a um custo humano inimaginável.
    Falando em custos humanos, a única coisa, repito, a única coisa de que Stalin poderia dispor, à sua livre disposição, eram homens, que ele não hesitou em sacrificar terrivelmente. Basta ver, por exemplo, o diferencial de mortos DE GUERRA, entre a Alemanha e a URSS: 5,2 milhões, para a primeira, e 27 milhões para a segunda, de um total geral da guerra que chega a 62 milhões de mortos (dos quais "apenas" 273 mil para os EUA).
    Em todo caso, esses acordos de ajuda, abaixo comentados, significaram a derrota do nazismo, em 3 anos, e a sobrevivência do comunismo soviético por mais 50 anos, ou duas gerações que tiveram de suportar um regime de escravidão humana quase tão desumana quanto o nazismo...
    Paulo Roberto de Almeida 

    Soviet And Britain Sign War And Peace Pact; Molotoff And Roosevelt Plan For 2D Front; Army Fliers Blasted Two Fleets Off Midway



    U.S., Soviet Agree

    Russian, Here Secretly, Maps War Action in 1942 With President

    Lease Pact Signed

    Provides Reciprocal Aid and Plans for a 'Better World'

    U.S., Russia Agree On Actions In War

    By W.H. LAWRENCE
    Special to The New York Times, June 12, 1942

    RELATED HEADLINEA 20-Year Treaty:Mutual Aid Agreement Bars Separate Peace and Annexations: Japan Not Covered: Pact Based on Atlantic Charter Is Hailed by King and Kalinin
    Molotoff's London-U.S. Trip Was Best-Kept War Secret
    No Secret In Pact, British Are Told:Commons Cheers the News of Open Treaty--Agreement Is Hailed as Peace Safeguard
    Big Bombers Won:Routing Japanese Task Force June 4 Vital in Pacific Victory: Carriers Targets: Enemy's Invasion Ships Met and Pounded First Far West of Island
    OTHER HEADLINESStrong Nazi Drive Fought In Ukraine:Russians Report Fierce Battle at Kharkov--Sevastopol Siege Gains Little
    'Gas' Ration Unit Is Doubled To Tide Over 2 Weeks More:Emergency Period Is Extended From June 30 to July 15--OPA Says Time Is Needed to Train for Permanent Plan: Jones Beach Buses Not Curbed by ODT
    House Committee Raises Travel Tax:Doubles Transport Impost, Adds to Cigarette and Cigar Levies--125 Million Gained
    Young Deck Crew Destroys U-Boat:Freighter Gets 3d, Perhaps 5th, Raider Sunk in Caribbean--2 Allied Vessels Lost
    Bir Hacheim Falls to Axis in Libya; Free French Retire After 16 Days
    If in Doubt, Put It Out
    War News Summarized
    Washington, Friday, June 12--The United States and Russia have reached a full understanding on the "urgent tasks of creating a second front in Europe in 1942," and have signed a master lease-lend agreement providing reciprocal defense aid and designed to create "a new and better world" after victory is won, it was announced officially yesterday.
    A White House announcement at midday was the first public revelation that Vyacheslaff M. Molotoff, Soviet Foreign Commissar, had flown secretly to the United States and in several conferences with President Roosevelt and other political and military leaders of the United States Government between May 29 and June 4 had achieved unity on these three main propositions:
    1. The urgent tasks of creating a second front in Europe in 1942.
    2. Measures for increasing and speeding up the supplies of planes, tanks and other kinds of war materials from the United States to the Soviet Union.
    3. Fundamental problems of cooperation of the Soviet Union and the United States in safeguarding peace and security to the freedom-loving peoples after the war.
    "Link in Solidarity Chain"
    At midnight the State Department announced that Secretary of State Cordell Hull and Maxim Litvinoff, the Soviet Ambassador, had signed a master lease-lend pact, which was described as "an additional link in the chain of solidarity being forged by the United Nations in their twofold task of prosecuting the war against aggression to a successful conclusion and of creating a new and better world."
    "The agreement reaffirms this country's determination to continue to supply in ever- increasing amounts aid to the Soviet Union in the war against the common enemy," the State Department announcement said. "The agreement also provides for such reciprocal aid as the Soviet Union may be in a position to supply. But no matter how great this aid may prove to be, it will be small in comparison with the magnificent contribution of the Soviet Union's armed forces to the defeat of the common enemy."
    Washington's two agreements with the Soviet Union were disclosed shortly after similar pacts between the Russians and the British had been announced to the House of Commons by Anthony Eden, British Foreign Secretary, with whom Mr. Molotoff had negotiated secretly before visiting the United States. The Anglo-Soviet agreements included an identical reference to the establishment of a second front and a twenty-year mutual assistance pact against "Hitlerite Germany."
    Japan Not Mentioned
    Neither announcement in Washington mentioned discussions of Russian cooperation in the war of the United States and Great Britain against Japan, with whom Soviet Russia remains at peace, but it was pointed out that no announcement would have been likely under the circumstances even if discussions had taken place. But the master lease-lend agreement, making no mention of the fact that Russia was warring against the Germans and not the Japanese, provided that "the government of the Union of Soviet Socialist Republics will continue to contribute to the defense of the United States of America and the strengthening thereof and will provide such articles, services, facilities or information as it may be in a position to supply."
    Neither Washington nor London indicated just how soon an American-British expeditionary force could be expected to make a landing on the Nazi-held Continent of Europe to recapture lost territory from the Germans and provide a "diversion front" to which German troops, now pressing against Russia, would have to be sent.
    The White House also said that the President and Mr. Molotoff had agreed on measures "for increasing and speeding up the supplies of planes, tanks and other kinds of war materials from the United States to Soviet Russia." It was learned on good authority that Mr. Molotoff carried back to Moscow a new schedule of American lease-lend shipments, replacing the Moscow protocol, which expires June 30.
    It was understood that the new aid schedule placed greater emphasis on finished military mat & eacute;riel, especially tanks and bombers, than the agreement negotiated in October by the Harriman-Beaverbrook mission, which provided primarily for supplies of raw materials.
    Looking toward victory over the Axis, the President and Mr. Molotoff also found unity on "the fundamental problems of cooperation of the Soviet Union and the United States in safeguarding peace and security to the freedom-loving peoples after the war."
    An important feature of the master lease-lend pact was its acceptance of Secretary Hull's battle for the principle of free world trade as an important means of preventing future wars.
    Article VII of the Russian-American agreement, substantially like that signed earlier by Great Britain and China, was as follows:
    "In the final determination of the benefits to be provided to the United States of America by the Government of the Union of Soviet Socialist Republics in return for aid furnished under the Act of Congress of March 11, 1941, the terms and conditions thereof shall be such as not to burden commerce between the two countries, but to promote mutually advantageous economic relations between them and the betterment of world-wide economic relations.
    "To that end they shall include provision for agreed action by the United States of America and the Union of Soviet Socialist Republics, open to participation by all other countries of like mind, directed to the expansion, by appropriate international and domestic measures of production, employment and the exchange and consumption of goods, which are the material foundations of the liberty and welfare of all peoples; to the elimination of all forms of discriminatory treatment in international commerce and to the reduction of tariffs and other trade barriers; and, in general, to the attainment of all the economic objectives set forth in the Joint Declaration made on Aug. 14, 1941, by the President of the United States of America and the Prime Minister of the United Kingdom, the basic principles of which were adhered to by the government of the Union of Soviet Socialist Republics on Sept. 24, 1941.
    "At an early convenient date conversations shall be begun between the two governments with a view to determining, in the light of governing economic conditions, the best means of attaining the above-stated objectives by their own agreed action and of seeking the agreed action of other like-minded governments."
    Other Provisions of Pact
    Other provisions of the lease-lend pact were:
    1. The United States will continue to supply the Soviet Union with war articles, war services and war information authorized by the President.
    2. The Soviet Government will reciprocate with as much aid "as it may be in a position to supply."
    3. The Soviet Government will not transfer lease-lend aid to another country or permit its use by non-Soviet officials or employes without the permission of the President.
    4. The Soviet Government will pay American patent holders when asked to do so by the President.
    5. The Soviet Government will return to the United States lease-lend military equipment desired by this government after the war.
    6. The Soviet Government will receive credit for the war aid it has given this government in determining after the war the benefits it is to provide the United States for lease-lend held.
    7. The agreement supersedes all previous lease-lend agreements between the two countries.
    Nye Cool to Second Front
    Congressional reaction to the agreement between the United States Government and Russia generally was good, although the pre-war leaders in opposition to the President's foreign policy urged caution in opening a second front in Europe, and one of them, Senator Gerald P. Nye of North Dakota, chided "others of our allies" for not opening "a second front before this time." Senator Nye added that "we've got a front or two of our own that we are needing to devote ourselves to most energetically."
    Senator Burton K. Wheeler of Montana, another opponent of the President, said he hoped that "we don't attempt an invasion until we're prepared," but he was in favor of doing "everything we can to get war tools and tanks to Russia now that she's our ally in this war."
    Senator Tom Connally of Texas, chairman of the Senate Foreign Relations Committee, who was among the few officials invited to meet with Mr. Molotoff while he was here, spoke approvingly of the agreement, declaring that the United States must give Russia "every possible aid and assistance in defeating the enemy." He said that Mr. Molotoff's visit here "was very helpful in creating unity between our countries in the prosecution of the war." He said the closest contact and understanding in regard to military operations, "including the ultimate establishment of a western front," was of vast importance to both countries.
    Tydings for Project
    Other comment included:
    Senator Millard E. Tydings of Maryland: "If the military people deem it wise, it certainly looks sensible to me."
    Senator William H. Smathers of New Jersey: "I think a second front ought to be opened immediately--the quicker the better. I don't see any sense in having our troops and the British sitting on the British Isles. I'm in favor of opening a second front as soon as the military experts think it advisable."
    Representative Carl Vinson of Georgia, chairman of the House Naval Affairs Committee: "This is good news; it is to be earnestly hoped that the United Nations can at the earliest possible date open a second front in Europe. I have been of the opinion for some time that the combined resources of England and the United States should be hurled against the Axis by opening up a second front. It is imperative that this be done immediately, for I am of the opinion it will insure victory to the Allied nations."
    Senator Lister Hill of Alabama: "The most momentous and critical place in the whole world battle line is the war on the Russian front. The Molotoff agreement is extremely gratifying."
    Senator Carl A. Hatch of New Mexico: "I am in hearty agreement with supplying all the equipment we can to our Allies. I want a second front opened just as quickly as possible, consonant with military preparedness."
    Wheeler Asks About Peace
    Senator Wheeler: "I feel we should do everything we can to get war tools and tanks to Russia now that she's our ally in this war. I am glad to note that the President and Mr. Molotoff have come to an understanding in helping to maintain peace after the war. What the people would be interested to know is what steps, if any, have been taken to bring about peace. I hope the President and Mr. Molotoff come to an agreement similar to the one that Russia and England entered into--that Russia was not asking territorial aggrandizement and would not in the future interfere with the internal affairs of other nations, as Eden says. I hope that the United States will not attempt an unsound invasion of Europe. I hope we don't attempt an invasion until we're fully prepared. The people of the United States want no Dunkerques."
    Senator Richard B. Russell of Georgia: "A second front is going to have to come to win the war. We should open it as soon as it is possible from a military point of view--without the possibility of a second Dunkerque."

    domingo, 10 de junho de 2012

    Gastos com saude no Brasil, em comparacao internacional - Andre Medici


    No dia 6 de junho - o Estadão publicou o artigo "Quanto o Brasil deve Gastar em Saúde", onde o especialista André Medici utiliza alguns dados
    mostrando qual a situação do gasto em saúde no Brasil em relação ao mundo e à América Latina. 
    O artigo do Estadão pode ser visto neste link:

    Em seu blog Monitor de Saúde (http://www.monitordesaude.blogspot.com), o mesmo especialista complementa estas comparações com gráficos e tabelas que podem dão
    algumas evidências do que figura no artigo, além de outros temas.
    Vale a pena conferir. 
    É só clicar neste link:

    A tragedia educacional brasileira: piorando em todos os níveis, do pre ao pos - Simon Schwartzman

    Um artigo do conhecido especialista em educação, precedido de um comentário pessoal de meu amigo Mauricio Dias David: 



    Simon Schwartzman é um dos mais respeitados sociólogos brasileiros. E um grande especialista em educação. Esteve também um período à frente do IBGE, nos anos 90. Tudo o que o Simon escreve merece uma reflexão atenta. Faz alguns anos, em um almoço em uma tarde de sábado na casa da Ana Célia e do Antonio de Barros Castro, em Itaipava, êle me comentou a sua receita para o sucesso da sua administração à frente do IBGE : " agi como uma rainha da Inglaterra, constituí uma boa diretoria de técnicos e procurava interferir o mais mínimo possível na administração da instituição". Adequados preceitos, cuja sabedoria se ressalta ainda mais em uma época de administrações intervencionistas em que o "professor" tal ou qual ( fico indignado quando tal qualificativo é usado fora do seu contexto de homem dedicado à propagação do saber...) é glorificado por muitos por ficar apontando "campeões nacionais" aqui e acolá... Mas voltando ao texto do Simon, sua leitura é proveitosa e incita à reflexão. Mas as suas conclusões são assustadoras ( pelo menos para quem se preocupa com o futuro da educação pública no Brasil) : " o mais provável é que as universidades federais continuem a se esgarçar, com greves sucessivas e piora nas condições de trabalho dos professores e de estudo para os alunos, abrindo espaço para que o setor privado ocupe cada vez mais o segmento de educação superior de qualidade, como ocorreu no passado com o ensino médio.". Previsões assustadoras e ameaçadoras, justamente no momento em que o nosso País vive jornadas cruciais para a definição do papel da educação, da pesquisa e da inovação na definição do futuro que nos será permitido construir...
    Mauricio Dias David

    Posted: 09 Jun 2012 03:25 PM PDT
    A greve das universidades federais não é um evento isolado, mas parte de um processo que, infelizmente, tem tudo para acabar mal. Para entender, é importante lembrar que, diferentemente da maioria dos outros países da América Latina, o Brasil nunca teve grandes universidades nacionais abertas para todos que concluem o ensino médio, e optou, desde o início, por universidades seletivas, abrindo espaço para o crescimento cada vez maior do ensino superior privado, que, com seus cursos noturnos, de baixo custo e sem vestibulares difíceis, acabou atendendo à grande demanda por ensino superior de pessoas mais pobres e sem condições passar nos vestibulares e estudar de dia, que o setor público não atendia. Hoje, apesar do esforço do governo federal em aumentar a matrícula em suas universidades, 75% dos estudantes estão do setor privado.
    Com um setor público pequeno e seletivo, as universidades brasileiras conseguiram criar um corpo de professores de tempo integral e dedicação exclusiva, desenvolver a pós-graduação e criar muitos cursos de qualidade, coisas que quase nenhum outro país da região conseguiu. Mas, como parte do serviço público, elas possuem um sistema homogêneo de contratos de trabalho, regras e promoção de professores e programas de ensino que não tomam em conta o fato de que elas são, na verdade, muito diferentes entre si – algumas têm programas de qualidade de graduação e pós-graduação em áreas dispendiosas como engenharia e medicina e fazem pesquisas relevantes, enquanto outras simplesmente copiam os modelos organizacionais, as regras de funcionamento e os custos das primeiras, com muito pouco de sua cultura institucional e conteúdos. Com a generalização dos contratos de tempo integral e a estabilidade dos professores, os custos subiram, sem mecanismos para controlar a qualidade e o uso adequado de recursos, que variam imensamente de um lugar para outro, independentemente de resultados.
    Na década de 90, com Paulo Renato de Souza como Ministro da Educação, houve algumas tentativas de colocar esta situação sob controle, introduzindo um sistema de avaliação de resultados (o provão), vinculando parte do salario dos professores ao número de aulas dadas, e tentando introduzir legislação dando às universidades autonomia não somente para gastar, mas também para assumir a responsabilidade pelo uso eficiente dos recursos públicos através de orçamentos globais, e tentando fazer valer a prerrogativa do governo federal de escolher reitores a partir das listas tríplices selecionadas pelas universidades. Estas políticas encontraram grande resistência, os orçamentos globais nunca foram instituídos, o “provão” na prática só afetou alguns segmentos do setor privado, e o conflito entre as universidades e o governo no episódio da nomeação do reitor da UFRJ, em um tempo em que os salários não aumentavam, mobilizou grande parte dos professores, alunos e administradores das universidades federais contra o Ministério da Educação e o governo Fernando Henrique Cardoso.
    Nos primeiros anos do governo Lula as relações das universidades federais com o governo passaram por um período de lua de mel: tudo era concedido, e nada era cobrado. A gratificação de docência foi incorporada aos salários, que passaram a crescer graças à melhora da economia e do aumento geral dos gastos públicos; o “provão” foi substituído por um pretencioso sistema de avaliação, o SINAES, que demorou em se organizar e continuou sem afetar as instituições federais; e a nomeação dos reitores eleitos internamente pelas universidades se transformou em regra. Para atender à demanda crescente por educação superior, o governo comprou vagas no setor privado com o Prouni, em troca de isenção de impostos, aumentando cada vez mais a proporção de estudantes no setor privado. Ao mesmo tempo, o governo iniciava uma política de expansão do acesso às instituições federais, primeiro com a introdução de cotas raciais e sociais, depois com a criação de novas instituições e a abertura de novas sedes das universidades existentes, e finalmente com o programa Reuni que, em troca de mais recursos, exigiu que as universidades federais praticamente duplicassem o número de vagas abrindo novos cursos, sobretudo noturnos, e aumentassem o número de aulas dadas por professor. Ao mesmo tempo, os antigos centros federais de educação tecnológica, os CEFETs, foram transformados em Institutos Federais de Tecnologia e equiparados às universidades em termos de custos e prerrogativas. Segundo dados do INEP, o gasto por aluno do governo federal passou de 9 mil reais ao ano em 2001 para 18 mil em 2010, acompanhando a inflação. Como o número de alunos do sistema federal duplicou nestes dez anos, devendo estar hoje em cerca de um milhão, os custos do sistema aumentaram na mesma proporção em termos reais, embora o número de formados tenha aumentado pouco. Só o programa REUNI custou 4 bilhões de reais, metade para investimentos e outra metade que passou a se incorporar ao orçamento das universidades federais.
    Esta política de expansão acelerada não obedeceu a nenhum plano ou avaliação cuidadosa sobre prioridades, abrindo instituições aonde não havia demanda, admitindo alunos antes de existirem os edifícios e instalações adequadas, forçando as universidades a criar cursos noturnos e contratar mais professores mesmo quando não haviam candidatos qualificados, e sobretudo sem preparar as universidades para lidar com alunos que chegavam do ensino médio cada vez menos preparados. Ao mesmo tempo, a necessidade de contenção de gastos do governo Dilma tornou impossível atender às expectativas de aumento salarial dos professores, gerando um clima generalizado de insatisfação revelado pela greve.
    É possível que a greve leve a algumas concessões salariais por parte do governo federal, como costuma acontecer, mas o efeito mais visível deste tipo de movimento é o de prejudicar os estudantes e professores mais comprometidos com o estudo e pesquisa, levando à desmoralização das instituições, sem que as questões de fundo sejam tocadas. A principal questão de fundo é a impossibilidade de o setor público continuar se expandindo e aumentando seus custos sem modificar profundamente seus objetivos e formas de atuação, diferenciando as instituições dedicadas à pesquisa, à pós-graduação e ao ensino superior de alta qualidade, que são necessariamente mais caras e centradas em sistema de mérito, das instituições dedicadas ao ensino de massas em carreiras menos exigentes, que é onde o setor privado atua com custos muito menores e qualidade pelo menos equivalente. Esta é uma tese que provoca enorme reação nas instituições federais e os sindicatos docentes, que querem sempre continuar iguais e niveladas por cima em seus direitos, embora esta nivelação não exista em relação aos resultados. Mas a conta, simplesmente, não fecha.
    Uma diferenciação efetiva exigiria limitar os contratos de trabalho de tempo integral e dedicação exclusiva às instituições que consigam demonstrar excelência em pesquisa, pós-graduação e formação profissional; introduzir novas tecnologias de ensino de massas e à distancia, aumentando fortemente o número de alunos por professor; e criar mecanismos efetivos que estimulem as instituições a definir seus objetivos, trabalhar para eles, e receber recursos na proporção de seus resultados. Um exemplo do que poderia ser feito é o processo de Bologna que está ocorrendo na Europa, que cria um primeiro estágio de educação de superior de massas de três anos, com muitas opções, e depois as instituições se especializam em oferecer cursos avançados de tipo profissional e científico conforme sua vocação e competência. É necessário, também, criar condições e estimular as instituições federais a buscar recursos próprios, inclusive cobrando anuidades dos alunos que podem pagar. Esta diferenciação exigiria que as universidades federais fossem muito mais autônomas e responsaveis pelos seus resultados do que são hoje, sobretudo na gestão de seus recursos humanos e financeiros, o que se torna impraticável quando os salários dos professores são negociados diretamente entre os sindicatos e o Ministério da Educação e as tentativas de diferenciar benefícios e financiamento em função do desempenho são sistematicamente combatidas.
    Se nada disto for feito, o mais provável é que as universidades federais continuem a se esgarçar, com greves sucessivas e piora nas condições de trabalho dos professores e de estudo para os alunos, abrindo espaço para que o setor privado ocupe cada vez mais o segmento de educação superior de qualidade, como ocorreu no passado com o ensino médio.
    (Simon Schwartzman)

    Ode ao jumento - Gilles Lapouge

    Um verdadeiro hino de amor ao jumento, tanto o francês, quando o jegue brasileiro. No Brasil, já saíram em defesa do jumento brasileiro ao se aventar a hipótese de serem exportados os simpáticos animais para a China, para fins, digamos, alimentares. Para quê? Bastou isso para deslanchar um movimento de solidariedade e de oposição a esse ignóbil ato de comércio exterior.
    Aqui, o conhecido jornalista francês, correspondente do Estadão na França, sai em defesa do mais útil animal de toda a história humana.
    Será verdade?


    Ao jegue, com carinho

    Submisso e glorioso, resignado e irredutível, é como se ele nos olhasse, compadecido, e dissesse: 'Não se preocupe. Vai passar'

    Gilles Lapouge
    Estado de S.Paulo, 10 de junho de 2012
    Está na hora de lembrar dos jumentos. Os jornais falam muito do Festival de Cannes, do aquecimento global, do naufrágio da Grécia, mas aos jumentos quase ninguém se refere. O cavalo é mais favorecido. É sempre o foco da atenção pois tem elegância, brilho. Domingo vai às corridas, onde caminha gingando como uma estrela de cinema. Os homens usam belas calças e as mulheres lindos chapéus para montar nele.
    O jumento não tem a mesma presença. É chamado de "burro" e de "asno". Palavras ofensivas. Tem cor de estopa. É desnutrido. Por que esse rosário de afrontas? Se eu fosse jumento, faria um motim. Brigitte Bardot falou recentemente dos jumentos, os do Brasil. Ela ficou furiosa ao saber que o Rio Grande do Norte, visando a criar uma nova fonte de renda, teria aceitado exportar 300 mil jumentos por ano para a China para nutrir as indústrias alimentícias e cosméticas desse país. Eu compartilho da cólera de Brigitte.
    A rarefação dos jumentos nos campos - no Nordeste brasileiro, no sul da França, mesmo na Palestina - sempre me pareceu uma desgraça. Fizemos tanta coisa juntos, eles e nós - as pirâmides, as minas, as rodas d'água, as catedrais, a agricultura...
    O jumento também transformou uma desvantagem em mérito. Ele sofre de um problema de vértebras: tem uma a menos. Mas, como é dono de um espírito dócil, aceitou esse infortúnio, que lhe dá pavor de correr e lhe tira o fôlego quando o dono o faz trotar. Na verdade, ele transforma essa fraqueza em força. Como suas vértebras dorsais são bastante desenvolvidas, seu dorso é saliente e seus rins são fortes. Essa constituição singular se ajusta à sela, de madeira ou de couro.
    Todas essa inferioridade e a maneira com que ele teve de assumi-la compuseram o destino do jumento. Ele não é bom para correr e não sabe galopar. Em compensação é ótimo para puxar charrete, mover as rodas que trazem a água para a superfície no deserto, carregar feixes de trigo e sacos de terra e pedra. É bom também para descer ao fundo das minas de carvão, onde, muitas vezes, de tanto viver no escuro, acaba ficando cego.
    O jumento participou de todas as aventuras do homem. Suou por nós. Perdeu seu fôlego por nós. Morreu sob nossos golpes. E, quando os engenheiros inventaram o motor de explosão, a moto, o trator e o caminhão, adeus jumento! Adeus, velho servidor! Vamos vendê-lo para a China para que as pessoas o comam. Nós o jogamos como se joga uma roupa esgarçada, uma gilete sem corte. Adeus, velho amigo, mas você não serve para mais nada!
    Gosto muito dos jumentos do Nordeste brasileiro. Venho testemunhando sua derrota há 40 anos. E vi esta aberração: motos ruidosas, nauseabundas, perigosas, substituindo jumentos para cercar os rebanhos, em meio a um atroz odor de combustível. Em 1974 fiz uma longa viagem pelo Nordeste do Brasil. Sozinho. Fui de cidade em cidade, ao acaso, segundo meu desejo, em ônibus que rodavam 10, 12 horas por dia. Os jumentos já começavam a desaparecer, mas ainda eram numerosos. Faziam parte da paisagem nordestina. Quando chegava aos vilarejos assolados pela seca, eu ia cumprimentá-los. Eles me lembravam aqueles jumentos que conheci e amei na minha infância, não no Brasil, mas na França, nas montanhas austeras e pedregosas da Provença. Eu falava com os jumentos de João Pessoa ou de Epitácio Pessoa. Temos boas lembranças em comum, os jumentos do Nordeste e eu. Hoje, quando atravesso esses lugares ermos, em meio à barulheira dos caminhões e das motos, procuro por todo o lado as orelhas, as belas orelhas sensíveis, e elas sumiram.
    Eu respirava seu odor. Olhava seus grandes olhos melancólicos e era como se um tapete mágico me conduzisse de volta aos tempos felizes da infância. Foi nessas longas noites no Nordeste que compreendi por que tanto amava os jumentos. Do outro lado do mundo, encontrei os mesmos animais, tão bonitos, tão fortes, tão resignados. Como seus congêneres da Provença, os pequenos jumentos do Nordeste se aproximavam de mim e cheiravam minhas mãos. Eles gostavam do meu cheiro, e eu do deles. Certas noites, nesse longo périplo solitário entre Salvador e Natal, Recife e Terezinha, sentia uma certa angústia pelo fato de estar só. Então ia ver os jumentos. Tínhamos este ponto em comum: detesto a solidão, os jumentos, também. Se um jumento está sem companhia, fica infeliz. Entedia-se a ponto de parecer que pode morrer de tédio.
    O jumento não é só corajoso e útil: também tem caráter. Apesar de sua cortesia e indulgência com relação às loucuras e vilanias dos homens, jamais transige em questão de princípios. Na Bíblia, uma jumenta impediu que seu senhor, o adivinho Balaam, bloqueasse a passagem do povo de Israel quando este se aproximava da Terra Prometida. Naquele dia, os homens estiveram muito perto do desastre. Se a jumenta não tivesse dado uns bons coices em Balaam, os judeus jamais teriam continuado sua epopeia e isso teria provocado uma grande confusão na Bíblia, na história religiosa e em toda a História. Teríamos que começar tudo do zero. E Deus, como iria se sair dessa?
    Em recompensa, o jumento teve o privilégio de aquecer com seu sopro o Menino Jesus na manjedoura. O jumento também teve a honra de servir de montaria para Cristo quando Ele entrou em Jerusalém, antes da Paixão. Jesus ficou muito emocionado e marcou o dorso do jumento com um sinal da cruz. Na Provença nós chamamos de "cruz de Santo André". Fiquei comovido ao encontrar nos jegues do Nordeste o mesmo sinal da cruz.
    O jumento é bem considerado pelos deuses. Enquanto os homens o condenam ao insulto, ao desprezo, à pancada e ao trabalho perpétuo, as sociedades religiosas têm consideração com ele. A história santa está repleta de jumentos. A Bíblia o cita 133 vezes, um recorde entre os animais. Em Josué, ficamos sabendo que o jumento foi montado por judeus da mais alta sociedade, príncipes e damas. Cada patriarca tinha seu jumento. Abigail, que vai ao encontro de David, sela seu jumento (Samuel, 25) Zorobabel, depois da Babilônia retorna a Jerusalém montado no dele. Sansão, quando 3 mil filisteus o atacam, usa uma queixada de jumento para revidar e os mata.
    O jumento vai do Velho Testamento para o Novo. Jesus escolheu um burrico, não um cavalo, para entrar em Jerusalém. Em Roma, os pagãos ridicularizavam a religião cristã por causa de sua amizade com os jumentos. Um pouco mais tarde, encontramos muitos místicos cristãos no Egito que se entregavam a penitências terríveis: viver sentados na ponta de uma coluna de pedra, numa árvore, quase imersos num pântano ou então se mantendo de tal modo imóveis que os pássaros faziam ninho em suas mãos. Os pagãos se divertem com esses fanáticos. E os chamam de "jumentos".
    É verdade que mesmo em países cristãos os jumentos foram às vezes maltratados. Na Espanha, quando Isabel, a Católica, mandava queimar uma feiticeira, esta era amarrada nua num burro para que, à pena de morte, se adicionasse o suplício de partir da vida no dorso de um animal desprezado e obsceno. Na França os professores durante muito tempo colocavam um chapéu de asno na cabeça dos maus alunos. Por toda parte o jumento foi relegado ao desprezo e à injúria. Ao longo da história (salvo nos países do Oriente Médio), ele esteve no mais baixo nível da sociedade. Pior: foi sempre o bode expiatório dos mais humildes, o doméstico dos domésticos, o escravo dos escravos, o proletário dos proletários.
    Alguns intelectuais foram em seu socorro. Victor Hugo escreveu, no fim da vida, um imenso poema glorificando o jumento. O grande historiador Michelet sublinhou o papel do burro na história dos homens, e o grande naturalista Buffon defendeu o jumento contra o cavalo. O filósofo da Renascença Giordano Bruno, último homem queimado pela Inquisição, em 1600, fez do jumento um modelo de espírito e erudição. Os sábios que acompanharam Napoleão Bonaparte no Egito, em 1798, montavam jumentos. Quando a tropa foi atacada pelos mamelucos, os oficiais franceses gritaram: "Protejam os jumentos no centro". No geral, pintores e poetas amam o jumento. Os cabalistas judeus descobriram que a palavra "jumento", em hebraico, tem as mesmas letras que a palavra "matéria". E concluíram que o jumento é "o mestre dos segredos do universo". Têm razão. O jumento entende tudo: se é idiota, é idiota como O Idiota de Dostoievski, o príncipe Muichkine - que é genial porque, se não compreende as coisas corriqueiras, compreende, por outro lado, as mais obscuras.
    O jumento sabe tudo. Ele não trota nas mesmas paisagens que nós. Apenas aparenta compartilhar nossos caminhos, quando na realidade está em outro lugar, vem de outro lugar, vai para outro lugar. Ele atravessa educadamente nossa geografia sem fazer ruído para não nos perturbar, mas na verdade não caminha no mesmo passo que nós. Somente os poetas compreenderam a nobreza do jumento. Na França, no início do século 20, Francis Jammes escreveu uma oração para eles. É tão bela e luminosa que eu vou citá-la:
    Prece para chegar ao Paraíso em Companhia dos Jumentos
    Quando for a hora de ir a vosso encontro, meu Deus, fazei com que seja num dia em que o campo esteja brilhando em festa. Pegarei meu bastão e pela grande estrada irei, e direi aos jumentos, meus amigos: sou Francis Jammes e vou para o paraíso, porque não existe inferno na terra do Bom Deus. Eu lhes direi: venham pobres animais queridos, que com um brusco movimento de orelhas se livram das moscas, dos golpes e das abelhas. Que eu apareça diante de Vós entre esses animais que amo tanto porque baixam a cabeça docemente e juntam as pequenas patas de uma maneira tão gentil que dá pena. Meu Deus, fazei com que eu chegue até Vós com esses jumentos. Fazei com que os anjos nos conduzam em paz pelos riachos ensombreados em cujas margens tremulam cerejeiras, e fazei com que nessa morada das almas, sob vossos divinos olhos, eu me assemelhe aos jumentos, cuja humildade e doce pobreza se refletirão na limpidez do amor eterno.
    Certamente, com o passar do tempo e dos milênios (ele está entre nós há 5 mil anos) o jumento começa a entender que as coisas não vão muito bem para ele, mas não se revolta. Sua tática é sutil. O cérebro humano não a alcança. O jumento é submisso e glorioso ao mesmo tempo, resignado e irredutível, escravo e soberano, vencido e vencedor. Ele dá cambalhotas nas primaveras onde não já não estamos. Encontrou obstáculos e os contornou. Ele se salvou do tempo. Sobre seus belos cascos, trota nas pradarias onde as horas não soam.
    Se o espancamos, ele nos olha com um olhar incrédulo e belo. Não fica com raiva. Tem pena de nós. Não nos culpa, só nos observa. Ele gostaria de nos ajudar a ser menos vingativos. E nos consola de nossas maldades. "Não se preocupe", parece dizer, arreganhando os beiços, "não é sua culpa. Você é assim, mas isso vai passar. É um mau momento, uma má eternidade. Depois, você vai ver, tudo será melhor."
    Durante a 1ª Guerra Mundial, em Verdun, inúmeros soldados foram mortos e enterrados. Inúmeros jumentos também foram mortos, mas não foram enterrados. Há alguns anos, um pintor de Auvergne (região montanhosa no centro da França onde há muitos jumentos), Raymond Boissy, manifestou sua indignação. E propôs que um monumento fosse erigido aos mortos, um monumento ao Jumento Desconhecido (como há em Paris o Túmulo do Soldado Desconhecido).
    É uma ótima ideia. Aqueles jumentos, o Exército francês os fez vir de barcos do Magreb, do Marrocos, porque os jumentos dessa região são pequenos, dóceis e muito fortes. Eram capazes de transportar 150 quilos de obuses. Rastejavam nas trincheiras levando munição para os soldados que se encontravam em casamatas e fortins. Claro, os alemães descobriram e seus artilheiros bombardearam os ventres dos pequenos jumentos marroquinos. Foi uma carnificina. Aqueles que sobreviveram e retornaram às linhas francesas, contentes de reencontrar seus senhores, estavam feridos. Então foram abatidos. 150 mil jumentos foram mortos em Verdun.
    O solo de Verdun está repleto de valas comuns de jumentos. Ali eram jogados os cadáveres desses animais tão gentis, suas pequenas coxas quebradas, as pequenas patas rígidas, seus olhos, tão belos, tão indulgentes, tão resignados. Como não chorar? / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

    Argentina: sempre recuando para os erros passados...

    Não se podia mesmo esperar outra coisa: o mais incrível é a vocação dos dirigentes argentinos de cometer os mesmos erros econômicos várias vezes seguidas.
    Inconsciência? Memória fraca? Arrogância?
    Seja como for, os argentinos vão novamente pagar um alto preço pelos erros de seus dirigentes...
    Paulo Roberto de Almeida 

    Argentina dólares

    Argentina: medidas cambiarias aceleran la salida de dólares de los bancos

    dolares
    Infolatam/Efe
    Buenos Aires, 10 de junio de 2012
    Las claves
    • Las nuevas normas restringieron el acceso de muchos inversores al mercado cambiario formal, lo que hizo resurgir los circuitos informales de compraventa de divisas, un mercado ilegal donde el precio del dólar es entre un 25 y un 30 % más caro que el oficial.
    • Mientras en el mercado oficial, el dólar cerró el viernes a 4,5 pesos por unidad, en el mercado informal, según publicaron medios locales, se comercializó a entre 5,9 y 6 pesos por dólar.

    Los errores que explican la protesta

    El análisis
    Joaquín Morales Solá
    “¿Descomprimirá la caída de Reposo la revuelta de sectores sociales? Las cacerolas fueron mayoritariamente eyectadas de las cocinas por la economía y por los dólares, no por Reposo. El Gobierno tiene reservas reales en el Banco Central por 36.000 millones de dólares; es mucho dinero… El problema es la desconfianza y la inflación que el Gobierno ignora”. (La Nación. Argentina)
    Las restricciones a la compra de dólares en Argentina y la posible “pesificación” de algunas operaciones económicas aceleraron en las últimas semanas el retiro de depósitos en dólares de los bancos.
    Según datos publicados por la prensa local, en la última semana de mayo la salida de dólares de los bancos ascendió a un promedio diario de 120 millones de dólares, frente a una media diaria de 100 millones en la semana previa.
    El fenómeno coincide con un incremento en las restricciones a la compra de divisas impuestas por el Fisco en noviembre pasado para contener la fuga de capitales.
    En la práctica, las nuevas normas restringieron el acceso de muchos inversores al mercado cambiario formal, lo que hizo resurgir los circuitos informales de compraventa de divisas, un mercado ilegal donde el precio del dólar es entre un 25 y un 30 % más caro que el oficial.
    Según el economista Ramiro Castiñeira, de la consultora Econométrica, en mayo el Gobierno llevó los “cupos” para la compra de dólares en bancos y casas de cambio “a cero” si el “fin” de la operación es el atesoramiento (ahorro personal).
    “Solo acceden al mercado cambiario, y con restricciones, importadores o quienes cancelen deuda externa, entre otros”, dijo hoy el experto en un informe.
    El diagnóstico coincide con el de la consultoraAnalytica, que en un informe señaló que al cerrarse “el grifo para el atesoramiento” “se instaló definitivamente la percepción de que el dólar es un bien escaso y que avanza la pesificación de la economía”.
    “Este escenario, sumado a la falta de una comunicación oficial clara y consistente, derivó en una suerte de histeria colectiva que alimentó la corrida al dólar paralelo”, afirmó la consultora.
    Así, mientras en el mercado oficial, el dólar cerró este viernes a 4,5 pesos por unidad, en el mercado informal, según publicaron medios locales, se comercializó a entre 5,9 y 6 pesos por dólar.
    “Cuanta más improvisación ve la gente en el Gobierno, más quiere comprar dólares y más sube esta fiebre por el dólar”, dijo a Efe Orlando D’Adamo, director del Centro de Opinión Pública de la Universidad de Belgrano, cuyo último sondeo marca los controles cambiarios como la principal razón del deterioro de la imagen de la presidenta argentina, Cristina Fernández.
    Por su parte, Castiñeira señaló que las nuevas restricciones no solo incrementaron la brecha entre el mercado oficial y el paralelo, sino también que los proyectos de “pesificación” de algunas operaciones en moneda extranjera, como las inmobiliarias, “renovaron temores y dispararon una nueva corrida sobre los depósitos privados en dólares”.

    A frase da semana - Winston Churchill

    Especialmente adaptada para os companheiros no poder: 


    Men occasionally stumble over the truth, but most of them pick themselves up and hurry off as if nothing happened.
    Winston Churchill