Atenção: este blog não tem a nada a ver com sexualidade (ele sequer tem problemas sexuais) e jamais pretendeu se meter em assuntos que não são da sua alçada, como esses que são objeto do post abaixo. Ele apenas se ocupa de ideias, se possível inteligentes, e de problemas reais de políticas públicas.
Ocorre, porém, que o capitalismo constitui, sim, um dos temas habitualmente debatidos aqui. Aliás, nem deveria ser objeto de discussão, pois o capitalismo simplesmente existe, sem precisar pedir permissão a ninguém. Apenas ocorre que, numa sociedade capitalisticamente atrasada, como a brasileira, ele é objeto de contestação intelectual, o que já é um absurdo, mas vá lá: acadêmicos alienados ainda praticam o "tiro ao capitalismo" como um de seus esportes habituais.
Pois eu achei curioso, como leio nessa declaração abaixo, que o capitalismo, já responsável por tantos malefícios causados à humanidade, ao meio ambiente e à saúde mental das pessoas, em geral, seja acusado de também provocar alguma forma de "repressão sexual". Pelo menos é o que se pode depreender desta afirmação:
"Denunciamos o sistema patriarcal e capitalista que oprime as mulheres."
Nos meus tempos juvenis, entre as leituras de todo tipo que eu fazia, já me encantei com os trabalhos -- que hoje reconheço dementes e não fundamentados -- de Wilhelm Reich, para quem, justamente, o capitalismo -- especificamente em sua forma fascista -- era um sistema repressivo e castrador, que inibia a livre expressão da sexualidade das pessoas, especialmente dos trabalhadores.
Que coisa! A gente lutando contra a mais-valia e também tinha que se preocupar com os efeitos do capitalismo sobre a ereção. Bem, espero que as lésbicas, como no chamamento abaixo, possam lutar contra os maus efeitos do capitalismo sobre sua legítima expressão sexual.
Em todo caso, desejo um bom encontro a todos e a todas!
PS: Aqui cabe uma nota de caução. Antigamente a gente se referia a todos e a todas, baseando-se na premissa de que existiam dois sexos, como sempre figuram nos formulários-padrão; ali não tem escolha, você só pode clicar em "male" ou "female". Mas isso deve ser agora considerado tremendamente redutor: apenas duas opções??!! Esses formulários deveriam ter várias opções, com todas essas letras que o pessoal escreve: GLBTS, ou GBLT, ou GLTs (confesso que não sei) ou outras que vocês quiserem...
Paulo Roberto de Almeida
Entidades promovem Dia Nacional da Visibilidade Lésbica
Muitas atividades acontecem esta semana no país para comemorar o 29 de agosto, Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, instituído em 1996, em referência ao I SENALE – Seminário Nacional de Lésbicas, ocorrido no Rio de Janeiro. Em 2003, durante o V SENALE, realizado em São Paulo, as lésbicas reafirmaram essa data e decidiram realizar atividades em todo o País. Desde então, ano a ano, crescem em número e qualidade as ações pela visibilidade lésbica.
Para a Marcha Mundial das Mulheres, o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica é um momento para o resgate “da luta das lésbicas e bissexuais nos movimentos feministas, mistos e LGBT. Denunciamos o sistema patriarcal e capitalista que oprime as mulheres. Denunciamos a heteronormatividade (a imposição da heterossexualidade como norma e padrão da sociedade). Lutamos por nossas alternativas políticas e pelo fim da discriminação a da violência contra as lésbicas e bissexuais baseada na sexualidade”. A MMM, além de levar de divulgar o Dia da Visibilidade, também convida a todos que reconhecem o direito à diversidade a juntar-se às ações do dia 29 colocando panos coloridos em suas janelas.
A Liga Brasileira de Lésbicas realiza no domingo, 29 de agosto, roda de conversa e apresentação de peça teatral, em São Paulo. A roda começa às 14 horas e tem como tema “Visibilidade Lésbica em suas diferentes matizes”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.