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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

domingo, 3 de março de 2013

Protecionismo sempre e' um mau negocio (2) - conteudo nacional irracional

As empresas nacionais podem cobrar 25% acima de uma concorrente estrangeira. Isso é o que o governo determina, caro leitor. Ou seja, você vai estar pagando um quarto a mais do preço de qualquer produto, para proteger uma suposta produção nacional.
Já a Petrobras é obrigada a se abastecer no mercado local, mesmo pagando mais caro por isso, e tendo um produto ou serviço de qualidade inferior...
Isso é o que o governo determina.
Claro, o dinheiro não é dele, mas de todos nós...
A burrice de tais políticas é característica de quem ocupa o governo...
Paulo Roberto de Almeida

Petrobras e o ‘item nacional’
Ramona Ordoñez e Bruno Rosa
O Globo, 1/03/2013

Estatal pede à ANP redução das exigências de conteúdo nacional em 43 itens. Agência e ministério negam.
Petrobras quer rever conteúdo local na 11ª Rodada
Estatal pede à ANP redução de exigência nacional em 43 itens, mas agência e ministério descartam mudanças

RIO e LONDRES A Petrobras encaminhou à Agência Nacional do Petróleo (ANP) carta na qual afirma que a indústria nacional não terá condições de cumprir o percentual de conteúdo local mínimo exigido pelo órgão para as atividades de exploração e desenvolvimento da produção nas áreas que serão oferecidas na 11ª Rodada de licitações que acontecerá em maio próximo. É a primeira vez que a Petrobras questiona publicamente os índices de conteúdo nacional impostos pela política do governo federal para a indústria petrolífera.
Na carta enviada durante a consulta pública do pré-edital da próxima rodada da ANP, a Petrobras solicita a redução de 43 itens para a exploração e a produção de petróleo e gás em terra e em águas rasas e profundas, citando a falta de capacidade do país. "Foram identificados que os percentuais do conteúdo local mínimo de alguns itens e subitens não são possíveis de serem atendidos pelo mercado fornecedor local".
Segundo o pré-edital da ANP, o afretamento de sondas para águas profundas e rasas (de 100 metros a 400 metros) para exploração e produção deve ter conteúdo local mínimo de 10%. Para produção offshore, 85% das árvores de natal (conjunto de válvulas que controlam a produção, na cabeça do poço) precisam ser nacionais. Em terra, esse percentual sobe para 90%. Também no caso da exploração em terra, o afretamento de sondas deve ser 90% nacional.
A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard disse ao GLOBO que não haverá mudanças:
- Conteúdo local é uma política de governo. Cabe à Petrobras e à ANP implantá-la.
A executiva acha prematuro discutir mudanças no índice de conteúdo local.
- Assim como não posso analisar a Petrobras por essas dificuldades momentâneas, não posso avaliar a cadeia de fornecedores de bens e serviços por uma situação momentânea.
O Ministério de Minas e Energia (MME) também descartou mudanças.
A Petrobras explicou que, em alguns itens, os certificados de conteúdo nacional já emitidos pelos fabricantes estão com percentuais abaixo dos valores estabelecidos no pré-edital e, por isso, recomendou à ANP uma nova análise. A estatal esclareceu que sua preocupação é em relação a possíveis multas que poderá sofrer caso o mercado nacional não consiga atender os percentuais. Garantiu que não há risco de atrasos e destacou não existir indicativo de incapacidade nacional a médio e longo prazos.
A presidente da Petrobras, Graça Foster, está na China, negociando com a estatal Sinopec uma parceria para completar as obras das refinarias Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará. (Colaborou Vivian Oswald, correspondente)

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