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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Dia do professor e da professora, uma singela homenagem pelo dia 15 de outubro - Verly Campos

Um texto singelo, mas altamente emotivo, e sobretudo fiel, um retrato de uma educação que se foi para nunca mais voltar...
Paulo Roberto de Almeida

15 de outubro, dia do professor e da professora
Verly Campos
13/10/2014

Eu tive a felicidade de contar com excelentes professores durante toda a minha vida. Do ensino primário ou fundamental e, até, a universidade sempre houve, em meus períodos escolares, alguns professores excepcionais. Seria injusto se escrevesse os nomes dos meus queridos mestres e das minhas queridas professoras, pois foram tantos e correria o risco de esquecer alguns.
Lembro-me em 1949 e 1950, a primeira professora quantas coisas me ensinou que até hoje são muito úteis. Depois, guardo ainda a caderneta escolar dos anos 1951 e 1952 com a melhores notas, salvo a nota em procedimento do último mês, imposto pela diretora por desavença nossa. Um absurdo à parte. Depois foi a vez do ginasial de que, hoje, faria parte do fundamental. Também ali tive excelentes professores e alguns foram êmulos para que eu prosseguisse nos estudos. Já na capital, nos anos 1960, fiz parte do segundo grau no Colégio Municipal que contava com os melhores professores do país. Fiz, de 1963 a 1965,  o curso técnico de agrimensura, de onde, ainda hoje, apresento ao meu filho professores daqueles tempos. Na universidade tive os melhores mestres que abriam minha mente para um estágio de vida bem melhor como pessoa.
Volto aos tempos de criança. Naqueles anos, especialmente no interior, ainda não se comemorava a semana da criança com tanto destaque como hoje, porém, o dia 15 de outubro era sagrado: O DIA DA PROFESSORA. Naquela ocasião, na cidade de Pompéu, interior de Minas Gerais, só existiam professoras, do gênero feminino.
Foi num mês de outubro de 1952, que por lá apareceu um músico que marcou a nossa vida: Mozart Bicalho e seu violão elétrico. Um show nunca visto na minha vida até então. E foi ele quem no palco do Cine Teatro Marabá, recém inaugurado cantou para nossas professoras: “Professoras brasileiras, é linda vossa missão. Muitos cantos muitas flores e também muita alegria. São pequenos os louvores para a glória desse dia. “Professoras pompeanas, nós queremos vos saudar; por estas lutas insanas, Deus vos há de abençoar”. Depois vinha um refrão bem amplo: “Viva o Brasil, nossa pátria amada, viva o Brasil, terra abençoada.”
E mais não ficou na minha memória. O que recordo é que todos nós sentíamos um tremendo orgulho de nossas mestras. No período escolar, estudávamos a vida das primeiras mestras da cidade: Mestra Don’Ana, Mestra Pequenina, ficaram gravadas.
Lembrarei sempre da Dona Olga Maciel Garcia, Dona Eldira Campos, Dona Maria de Lourdes, Dona Dejanira Chagas, Dona Elza Tavares e Dona Zizinha, apenas para citar algumas das melhores professoras do meu tempo de aluno no Grupo Escolar Jacinto Campos.
Atualmente, no entanto, a situação está um tanto diferente. Hoje, pela manhã, quando fazia minha caminhada, escutei, sem querer, o lamento de uma professorinha, sobre o desrespeito que a elas têm os alunos de hoje. É claro que são as exceções. Porém é lastimável.
Há, na atividade do magistério um verdadeiro sacerdócio. Os professores e professoras, diferentemente de tantas outras profissões, se obrigam a uma presença constante diante dos mesmos alunos que poderiam ser seus filhos ou irmãos. E ali fazem das tripas o coração para transmitir o que sabem e estimular os alunos a irem muito além.
Minha proposta é que os pais conversem com os filhos e retomem a linha de pensamento antiga de respeito e consideração com aquelas abnegadas pessoas – hoje homens e mulheres – que se submetem ao rigor de ensinar e despertar a sede de saber nas crianças, jovens e adultos.
Viva o dia dos professores e professoras que constroem a base do futuro de nosso país.

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