sexta-feira, 5 de abril de 2019

Mourao: o presidente NÃO acidental - Marina Dias (FSP)

Prezados Senhores

Por que o general Mourão não interpelou judicialmente o Olavo de Carvalho?

Olavo de Carvalho sugere que Mourão planeja dar um golpe em Bolsonaro

“Estará o Mourão planejando livrar-se do Bolsonaro e usar a eleição dele como mera camuflagem para dar ares de legalidade eleitoral a um golpe militar?”, pergunta o “guru” da família do presidente.
Agora o Steve Bannon faz esses comentários. É tudo muito estranho! 
Cabe lembrar que o general Mourão ficou conhecido pregando um golpe militar e atualmente, num passe de mágica, se transformou em um anjo conciliador das colocações mais radicais do Bolsonaro.
Mourão conversa com a CUT, braço sindical do PT e de Lula.
Assunto para refletir.
Ricardo Bergamini

'Mourão quer mostrar que está preparado se Bolsonaro falhar', diz ex-estrategista de Trump

Steve Bannon critica postura antagônica de vice-presidente e afirma que general deveria renunciar ao cargo

4.abr.2019 às 16h26 
Marina Dias/Folha
WASHINGTON

Estrategista da campanha que elegeu Donald Trump à Casa Branca, Steve Bannon afirma que o vice-presidente brasileiro, o general Hamilton Mourão, tenta se mostrar preparado para assumir o Planalto caso Jair Bolsonaro não dê certo no comando do governo.
Bannon, que participou da visita de Bolsonaro a Washington no mês passado, diz ser inaceitável um vice-presidente manter postura antagônica ao governo. E acrescenta: se tiver princípios, honra e decência, Mourão deve renunciar ao cargo e migrar para a oposição.
"O vice-presidente está tentando mostrar que está preparado se Bolsonaro falhar. E isso não é aceitável. Não é aceitável por ser alguém do governo. Se quiser fazer isso, Mourão deveria renunciar amanhã de manhã e ir para a oposição", afirmou à Folha. 
"Se ele não acha que pode falar a voz do governo, se é um homem de princípios, honra e decência, deveria renunciar e ir para a oposição."
A declaração de Bannon, que se tornou um dos conselheiros de parte da ala ideológica do governo brasileiro, ocorre na véspera da chegada de Mourão aos EUA e em meio a forte crise política no Planalto, que não consegue articular uma base aliada sólida no Congresso.
O vice-presidente desembarca em Boston nesta sexta-feira (5) para participar da Brazil Conference, evento organizado por alunos brasileiros das universidades de Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Technology). 
Na cidade, tem encontros com pensadores de esquerda, como Mangabeira Unger, ex-ministro de Lula, além de imigrantes brasileiros—agenda que Bannon classificou como "um tapa na cara do governo".
O roteiro de Mourão nos EUA incomodou aliados de Bolsonaro. Eles avaliam que os compromissos reforçam a tese de que o vice está tentando se firmar como figura plural e dissonante de Bolsonaro. 
Mourão tem se colocado do outro lado do tabuleiro nas principais polêmicas do governo. Na mais recente, enquanto o presidente e seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, insistiam na ideia de que o nazismo foi um movimento de esquerda, Mourão disparou: "De esquerda é o comunismo, não resta nenhuma dúvida".
Após a passagem por Boston, o vice-presidente brasileiro segue para Washington, na segunda-feira (8), pouco mais de 20 dias após Bolsonaro ter se encontrado com Trump na capital.
Para Bannon, a proximidade das visitas de um presidente e um vice de um mesmo país é incomum nos EUA e tem gerado dúvidas entre políticos e empresários locais.
"Estou chocado que um militar não está seguindo o comando central do governo. É muito estranho ter uma pessoa do governo vindo para os EUA e marcando seus próprios compromissos. Nos outros países isso não acontece, especialmente porque tivemos uma grande delegação aqui e muito foi feito."
Na passagem pelos EUA, Bolsonaro conseguiu apoio de Trump para o ingresso do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e o status de aliado extra-Otan para o país.
Ainda há dúvidas entre os analistas sobre a concretude desses acordos, mas o governo os viu como um trunfo.
Líder do The Movement, grupo que promove a direita nacionalista e populista no mundo, Bannon saiu da Casa Branca em 2017, depois que seu nome foi citado em um livro sobre o governo chamando um dos filhos de Trump de "traidor" —o ex-assessor nega.
Hoje Bannon diz ser um "observador" do Brasil e tem estreitado laços com o filho caçula de Bolsonaro, Eduardo, que ganhou mais projeção em questões de política externa após a visita do presidente aos EUA. O ex-estrategista de Trump também se aproximou de Filipe Martins, assessor da Presidência para assuntos internacionais.
1.    Esta semana, o jornal britânico "Financial Times" publicou um artigo no qual chamava Mourão de "moderado" — opinião rechaçada por Bannon. Para ele, vice quer ser o "homem dos globalistas", mas é visto como um "palhaço" nos EUA.
"Ele absolutamente não é [moderado]. Bolsonaro, Ernesto e Guedes [Paulo Guedes, ministro da Economia] estão fazendo um movimento para cumprir tudo o que prometeram: reforma da Previdência, política externa. Não há surpresas no que Bolsonaro está dizendo", disse.
"O vice-presidente estava na campanha e se comprometeu com todo o programa de Bolsonaro. Por que isso mudou nos cem primeiros dias de governo? Isso machuca o Brasil e o povo brasileiro."
Em Washington, Mourão tem encontro com empresários e em centros de pesquisa. Ele ainda tenta marcar reunião com o vice-presidente americano, Mike Pence, e com parlamentares.
Quando esteve na cidade, Bolsonaro não conseguiu se encontrar com integrantes do Congresso, que estava em recesso, e cumpriu agenda mais restrita ao encontro de pessoas ligadas a seu campo ideológico conservador.

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