quinta-feira, 12 de março de 2020

Brasil, o Horror: um artigo contundente de Jorge Henrique Cartaxo

 Jorge Henrique Cartaxo
  • Política Real, a Agência da Política Regional, 12/03/2020 09h04 - https://politicareal.com.br/colunas/jorge-henrique-cartaxo/581952/brasil-o-horror#.XmpS1iJz7OI.whatsapp

    Brasil, o horror

    Bolsonaro e Lula, considerados os sujeitos mais populares do País, são fétidos

    A imagem de Debret( foto: arquivo do colunista)
    O gesto temerário do presidente Jair Bolsonaro convocando os brasileiros para as anunciadas manifestações do próximo domingo contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, fez acender os candeeiros dos veneradores das formalidades da democracia brasileira.
    Como gosto de lembrar: o Brasil é um feriado, já nos alertava o genial Nelson Rodrigues.  Nas últimas semanas, entre coronavírus e queda nas bolsas, enfatiotados beletristas iluministas e neoiluministas da hora inundaram a Nação com suas cantilenas ofertadas às  virtudes da democracia e suas instituições.
    É evidente que ninguém quer – ou pelo menos a maioria expressiva dos brasileiros – a volta de um governo autoritário. Ditaduras e violências institucionais só atendem à injustiça, ao crime e à arrogância do soba de plantão. Mas precisamos assumir que nossas instituições “democráticas “, a saber Congresso e Supremo Tribunal Federal, há muito são disfuncionais. O Congresso, desde a redemocratização em 1984, vem numa crescente toada decadente. Este Congresso, os últimos Congressos, já não dialogam com a Nação há décadas. O Parlamento é apenas uma casa de negócios,  sujos negócios.  O Poder Judiciário é um horror em todos os sentidos. Faz tudo menos Justiça. O Supremo Tribunal Federal, em particular, é um insulto ao cidadão brasileiro que, a propósito, é uma ficção social, politica e jurídica. Não há cidadania no Brasil. Simples assim!
    Bolsonaro e Lula, considerados os sujeitos mais populares do País, são fétidos. Lula, o malandro federal, fruto da sopa ideológica brasileira que pôs na mesma panela parte da Igreja Católica, o general Golbery, o SNI e a boçalidade da nossa academia autoproclamada proprietária da virtude, mostrou ser apenas o capitão do mato da maior gangue do planeta Terra. Bolsonaro é o homem sórdido, cínico, primário, tosco, risível, o magneto dos sentimentos mais sombrios que habitam os deserdados de valores,  da sorte e do destino.  Mas, para nosso arrepio, Lula e Bolsonaro são hoje o espírito do povo brasileiro, essa boiada magra em disparada entre pastos secos e grotas.
    Tudo isso sob o comando horripilante de endinheirados – porque não temos e nunca tivemos uma elite digna desse nome – que saqueiam a Nação com desassombro desde sempre, colocando nos Palácios serviçais da injustiça e obreiros da corrupção sob o manto de governantes, parlamentares e juízes.
     De fato, as manifestações de domingo com o apoio da presidência da República, não são o melhor caminho, até porque, pelo menos até agora, caminho não há. Mas é urgente que assumamos que nossas instituições não existem e nem funcionam de fato. Temos que refunda-las antes que seja tarde. Bolsonaro não tem e não terá forças para impor uma ditadura no Brasil. Quando muito,  afundar junto com os escombros das nossas instituições de fachada. Esse é o maior perigo.

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