O papel do asno na sociedade brasileira
(semana 01)
Sérgio Buarque, no seu magistral Raízes do Brasil, dizia que, no Império, no engatinhar da nossa pedagogia, não se falava em ensinar ou educar as crianças, mas, sim, em desasnar os pequenos. Acreditava-se que os primeiros passos da educação era arrancar os meninos da condição animalesca que a infância os relegava.
Muito evoluímos desde então para saber que nem são as crianças tão ignóbeis, nem os asnos tão animalescos. O asno, o nosso carinhoso burro, não é o grande malandro da praça, mas é a primeira força motriz estruturante de nossa sociedade. Que meu amigo Synésio me perdoe, mas sua obra Navegantes, Bandeirantes e Diplomatas não fez justiça a esses nobres colegas. Foi no lombo de jumentos, burros, asnos e mulas que ampliamos as fronteiras deste país, que construímos nossa economia e que consolidamos nossas fronteiras.
O ávido leitor deve estar se questionando: “Mas Ministro Ereto, por que tantos elogios a este nobre?”. Ora, amigo leitor, é-me essencial elogiar esta nobre besta para que eu possa pedir perdão pelo vocabulário que me falta ao descrever nossa diplomacia atual. Falta-me intelecto para descrever as bravatas atarantadas de Ernesto. E, por esta razão, peço desculpas às nobres bestas, pois utilizarei seus epítetos para descrever estes quase dois anos de desgoverno, entre eleição e concretização nefasta, e de seu psicopata-chanceler ou chanceler-esquizofrênico, como prefiram.
Explico. Venho por meio deste declarar-me ombudsman da psicose de Ernesto e dos poucos, muito poucos, que com ele compactuam. Imbuído da tradição e do valor não só de meus contemporâneos, mas também dos diplomatas que me precederam e daqueles que hão de reconstruir o Itamaraty quando o bolso-olavismo vier a se esvair no tempo, relatarei periodicamente minhas impressões sobre esta nova idade das trevas acéfala.
Em nome de um Itamaraty ereto, reflitam.
Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN
2 comentários:
Caro Paulo Roberto,
Aposentada mas ainda ligada fico acompanhado horrorizada o descaminho da nossa diplomacia.
Gostaria de acompanhar este cronista....
Abracos
Ines Soares
Confio no cronista para dar um tom 'rir pra não chorar' aos textos :)
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