A China voltou a ser a China e isso nada tem a ver com essa história de “socialismo com características chinesas”; tem a ver com a energia do povo chinês para o trabalho e a inovação. Os mandarins chineses são bons administradores, quer eles sejam marxistas ou não; o comunismo é um pequeno parênteses de meros 71 anos, até aqui, numa história milenar de realizações espantosas na história da Humanidade.
É uma história de séculos, nos quais os chineses inventaram TUDO o que a humanidade teve de bom durante centenas de anos, história brevemente interrompida por um imperador idiota que fechou a China por algum tempo e impediu-a de adotar rapidamente inovações de outros povos, falhando na primeira e na segunda revoluções industriais. Ela engatou na quarta e já está na quinta e estará na vanguarda da sexta revolução tecnológica, cultural e científica. Só derrapou na revolução política democrática, mas isso virá a seu tempo.
Assim como ela tem um capitalismo com características chinesas, também terá uma democracia com peculiaridades chinesas, e os arrogantes do Ocidente não têm de lhe dar lições, ainda que possam, e devam, defender direitos humanos em bases universais.
No resto, vale tudo de bom que ela faz para o seu próprio povo e no que ela oferece aos demais povos por meio da cooperação multilateral e bilateral. É no seu interesse próprio? É possível e mesmo provável, mas assim fazem todos os demais países e indivíduos.
E quanto à segurança internacional, cabe examinar na prática qual é a situação mundial, nas condições concretas de um sistema internacional ainda westfaliano e anárquico. A China atua de modo pragmático nessa esfera.
Essa coisa de “armadilha de Tucídides” é uma aberração arrogante de americanos preguiçosos demais para pensar!
Ainda que a China e os chineses não pertençam à nossa tradição cristã ocidental, eles têm alguns poucos milhões de cristãos e os shoppings, ultra modernos, estão repletos de Papais Noel.
Bom Natal aos chineses!
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 24/12/2020
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