Um trabalho antigo, mas ainda válido, pois que "revisionista" em relação a certa literatura consagrada, e que configurou um dos meus primeiros trabalhos de historiografia econômica da diplomacia brasileira.
Eu tinha praticamente esquecido esse trabalho, um dos primeiros que fiz na historiografia da diplomacia econômica do Brasil - para participar de um projeto começa nos anos 1080 por Ricardo Seitenfus, no momento em que eu começava a pesquisar a ordem econômica internacional desde Bretton Woods – e preparei essa contestação fundamentada ao mito de que teríamos sido "alinhados incondicionais" dos EUA durante todo o pós-guerra. A diplomacia NUNCA foi entreguista, a despeito de que alguns diplomatas possam ter sido excessivamente pró-americanos (eram os únicos que poderiam nos fornecer o que precisávamos: combustíveis, máquinas, capitais). Os "entreguistas", mas no seu interesse "nacional", eram os comerciantes importadores e outros setores da economia vinculados estreitamente aos EUA, o que também é legítimo: tínhamos, entre os diplomatas, desde marxistas até liberais, mas todos tinham de seguir as instruções de governo (ou seja, dos lobbies cercando o presidente).
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 30/12/2020
223. “A Diplomacia do Liberalismo Econômico: As relações econômicas internacionais do Brasil durante a Presidência Dutra”, Montevidéu, 05 janeiro 1992, 61 p. Versão revista do trabalho n. 208, sobre a diplomacia econômica no imediato pós-guerra. Publicado em José Augusto Guilhon de Albuquerque (org.), Sessenta Anos de Política Externa Brasileira (1930-1990), Volume I: Crescimento, modernização e política externa (São Paulo: Cultura Editores associados, 1996), p. 173-210. Relação de Publicados n. 197.
NOVA EDIÇÃO: “A diplomacia do liberalismo brasileiro”, in José Augusto Guilhon de Albuquerque, Ricardo Seitenfus, Sergio Henrique Nabuco de Castro (orgs.), Sessenta Anos de Política Externa Brasileira (1930-1990), 2a. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006; vol. 1: Crescimento, Modernização e Política Externa, p. 211-262. Relação de Publicados n. 647.
Disponível na plataforma Academia.edu, link:
A DIPLOMACIA DO LIBERALISMO ECONOMICO
AS RELAÇÕES ECONOMICAS INTERNACIONAIS
DO BRASIL DURANTE A PRESIDENCIA DUTRA
Paulo Roberto de Almeida
Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas.
Mestre em Economia Internacional pela Universidade de Antuérpia.
Professor de Sociologia Política na UnB e no Instituto Rio Branco.
Sumário:
Introdução
1. O Governo Dutra: um paradigma do modelo associado ?
I. O Mundo Restaurado...e Dividido
2. Guerra e democracia: das Nações Unidas ao grande cisma
3. A reorganização econômica do mundo no pós-guerra
4. O desenvolvimento econômico sacrificado pela guerra fria
II. A Diplomacia do Liberalismo Econômico
5. Redemocratização política e ortodoxia econômica no Brasil
6. A "abertura econômica" do liberalismo
7. A diplomacia econômica durante o Governo Dutra
8. A grande ilusão americana
9. O mito da relação especial
Conclusões
10. Liberalismo ma non troppo
Fontes
Bibliografia
[Trabalho preparado para o projeto de pesquisa coletiva "Sessenta Anos de Política Externa Brasileira (1930-1990)", desenvolvido conjuntamente pelo Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais do MRE e o Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo. Publicado como “A Diplomacia do Liberalismo Econômico”, in José Augusto Guilhon de Albuquerque (org.), Sessenta Anos de Política Externa Brasileira (1930-1990), Volume I: Crescimento, modernização e política externa (São Paulo: Cultura Editores associados, 1996), pp. 173-210. Relação de Trabalhos nº 223. Relação de Publicados nº 197]
[Montevidéu, 2ª versão, revista: 27/09/1991;
3ª versão, final: 05/01/1992]
Ler a íntegra neste link:
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