Mantega envia carta a EUA, Chile e Colômbia e pede para adiar eleição no BID
Um dos técnicos mais respeitados do país, Goldfajn foi indicado para concorrer ao comando do BID pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes
Raquel Landim, da CNN
11/11/2022 às 11:40
O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, enviou uma carta a representantes dos governos americano, chileno e colombiano pedindo para adiar a eleição para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), marcada para o dia 20 de novembro, apurou a CNN.
No caso dos Estados Unidos, o documento foi entregue a secretária do Tesouro Janet Yellen.
Conforme pessoas que tiveram acesso à carta, Mantega diz falar em nome da equipe econômica do novo governo e afirma que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva gostaria de indicar outro candidato. Hoje, o candidato brasileiro à presidência do BID é o economista e ex-presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.
Um dos técnicos mais respeitados do país, Goldfajn foi indicado para concorrer ao comando do BID pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes, que passou por cima de divergências pessoais ao optar pelo seu nome.
O BID é uma instituição multilateral responsável por US$ 12 bilhões em empréstimos para governos na América Latina.Embora Mantega tenha enviado a carta e conte com apoio de setores do PT, a oposição ao nome de Ilan não é consenso na aliança em torno de Lula.
Aliados da senadora Simone Tebet, da deputada eleita Marina Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin apoiam o economista. Além de suas posições liberais em economia, Goldfajn também é conhecido pela atuação em projetos de defesa da Amazônia.
A movimentação desses setores do PT, no entanto, provocou descontentamento em Washington. Não deve ser suficiente para adiar a eleição, mas ameaça a vitória do candidato brasileiro, que parecia garantida.
Fontes que acompanham o processo dizem que, se ficar claro que existe uma divisão no Brasil, os Estados Unidos preferem apoiar o candidato do México, Gerardo Esquivel.A CNN procurou a equipe do presidente eleito Lula e aguarda um posicionamento. Procurado, Ilan Goldfajn prefere não se pronunciar neste momento.
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