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domingo, 20 de novembro de 2022

Um parêntese que se fecha - Paulo Roberto de Almeida

Um parêntese que se fecha

  

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

Nota sobre a questão ainda não explicada do apoio de milhões de brasileiros a um psicopata que desgovernou o país por quatro anos.

  

Desde outubro de 2018 até este final de 2022, o Brasil terá vivido o mais horripilante parêntese de toda a sua história: ignorância, maldade, boçalidade, esquizofrenia, negacionismo, instinto assassino, desprezo por pobres, índios e progressistas em geral, tudo isso em doses concentradas e maléficas.

Parêntese fechado, não sei se valerá a pena remoer ou tentar achar uma explicação, não exatamente a propósito do depravado que desgovernou o país durante 4 anos, mas em torno das razões exatas que levaram tantos milhões de brasileiros a seguir o psicopata perverso, responsável por milhares de mortes “excedentárias” na pandemia, o monstro que destruiu a cultura e a educação, o armamentista que deixa um legado de mortos adicionais pelos próximos anos, o corrupto que destruiu instituições de luta contra a corrupção, o destruidor de florestas, o indutor direto da morte de indígenas, o indiferente aos pobres e famintos, o amigo de torturadores e mentiroso contumaz, enfim, a grande questão está em saber como tantos brasileiros, além dos ignorantes e recalcados, puderam seguir e continuar apoiando o animal que agora segue calado na sua jaula dourada. 

Como se chegou a isso? A sociedade brasileira foi contaminada pelo mesmo vírus que atingiu a população alemã 90 anos atrás, e que continuou seguindo o psicopata monstruoso até a sua própria destruição? Como isso foi acontecer, e ainda se manifesta?

Essa é a única questão que interessa responder. Quanto ao nosso psicopata boçal, ele merece a cadeia pelos seus crimes, e todo o nosso desprezo. Esse parêntese está fechado, mas permanece aberto o da transformação inacreditável do caráter de parte significativa da sociedade que decidiu sustentar o insustentável.

Esta é uma questão ainda em aberto para mim. Continuará aberta até que eu encontre uma explicação razoável.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4276: 19 novembro 2022, 1 p.


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