terça-feira, 14 de maio de 2024

A escravidão africana desde a Antiguidade - Alberto da Costa e Silva (A Manilha e o Libambo)

 Um pequeno trecho do livro do grande africanista brasileiro, embaixador Alberto da Costa e Silva, para aqueles que acham que a escravidão africana começou com os malvados europeus, que agora deveriam pagar, junto com o presidente Lula, em seu nome próprio, uma "dívida histórica" em benefício de "nossos irmãos africanos da atualidade". 

Alberto da Costa e Silva:

A Manilha e o Libambo: a África e a escravidão de 1500 a 1700 

Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira,  2002

Manilha é um bracelete de metal; libambo é uma cadeia de ferro usada para prender escravos pelo pescoço. 

A primeira notícia sobre escravos na África é de uma estela egípcia do faraó Sneferu (4ª. Dinastia, 2.680 aC), anunciando a captura de 7.000 escravos durante uma expedição militar à Núbia. A escravidão é muito comum no mundo antigo, e a base da economia; Estrabão fala da conceituada classe dos comerciantes de escravos. 

Na Grécia clássica, numa população de 315.000 pessoas, cerca de 115.000 seriam escravos; Atenas, então com 155.000 habitantes, tinha 70.000 escravos. Escravos vinham de toda parte, inclusive da África; em dois episódios da Odisséia o herói Ulisses vai ao Egito para capturar mulheres e crianças; um autor anônimo do séc. I dC fala da escravidão em seu texto “Périplo do mar Eritreu”; da mesma forma Cosmas Indicopleustes, no relato de sua visita à Etiópia (séc. VI dC); há relatos de núbios servindo no exército persa de Xerxes. 

Mosaicos e esculturas romanas representam africanos exercendo atividades como gladiadores, artistas de circo e criados pessoais. Também na Antiguidade barcos indianos faziam transporte de escravos trazidos da África; no século VI há relatos de escravos negros na Indonésia e na China.

(...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.