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terça-feira, 14 de março de 2023

Jornalistas russos contra a guerra e a ditadura de Putin (G1, O Globo)

 Em Brasília, jornalistas russos ligados a instituições que ganharam o Nobel da Paz pedem posição mais firme do Brasil contra a guerra

G1 - Globo
13 de março de 2023


Dois jornalistas russos, Pavel Andreyev e Kirill Martynov, de instituições que foram laureadas com o Nobel da Paz estão no Brasil para falar com autoridades sobre a guerra na Ucrânia e pedir uma posição mais firme do Brasil em relação à Rússia.

Pavel Andreyev é da organização de direitos humanos Memorial, ganhadora do Nobel no ano passado, e Kirill Martynov do jornal independente "Novaya Gazeta", que foi premiada em 2021.

Um terceiro jornalista russo, Konstantin Eggert, participa da viagem aos países latinos como um mediador dos eventos.

Os jornalistas estão em uma série de viagens pela América Latina organizada pela União Europeia. Depois de passarem por Uruguai e Argentina, chegaram a Brasília nesta semana.

O grupo ainda se reuniu com a Assessoria Especial de Assuntos Internacionais, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, com o Itamaraty e com parlamentares. Na sequência, o grupo vai a São Paulo e segue para o Chile, última parada na América do Sul.

Em entrevista à TV Globo, eles dizem acreditar que o Brasil pode ter um papel influente na resolução do conflito.

"Eu acho que todo país no mundo -- e um país tão importante como o Brasil, que é muito respeitado na área dos direitos humanos e democracia, que é algo que perdemos totalmente na Rússia durante os últimos anos sob o presidente Putin --, eu acho que toda democracia forte no mundo tem que compartilhar mensagens fortes para o presidente russo, [de que] esse tipo de guerra é inaceitável", afirmou Martynov.

"Eu entendo as ideias que o Brasil tem sobre ter relações normais com todos os países no mundo, isso é totalmente compreensível pra mim, mas ao mesmo tempo eu acho que ninguém pode ter relações normais com pessoas que sempre quebram as regras", disse.

Pavel Andreyev, da Memorial, acredita que o Brasil deveria ampliar sua participação na dissolução do conflito.

"Eu acho que o papel do Brasil deveria crescer, mas devem entender que "paz a qualquer preço" também não é aceitável, porque sem resolver as questões de direitos humanos não será possível manter essa paz. Então os interesses dos dois países devem ser discutidos", disse. "Eu acho que é muito importante que todos os países prestem atenção a esse tópico para pressionar o Kremlin a ir para a mesa real das discussões pela Paz."



Atualmente, a atuação dos jornalistas é feita de fora da Rússia. Eles falaram da pressão que sofreram enquanto atuavam no país natal e disseram que a única opção que consideraram possível foi o autoexílio. "Em março de 2022, nós tínhamos que escolher entre ir pra prisão e parar de trabalhar como jornalistas, ser totalmente silenciados, ou ir para o exílio e trabalhar de um país diferente", disse Kirill Martynov. "Optamos pela segunda opção, estamos no exílio."

Ele explica que o seu jornal, o "Novaya Gazeta", ainda tem repórteres que atuam de maneira anônima na Rússia que enviam informações anônimas para a equipe que atua no exterior. Kirill Martynov atua na Letônia, de onde coordena a operação.

"Nós publicamos histórias do exterior e tentamos levar informações de volta para os russos, porque esse é o único jeito que temos de informar nosso povo sobre o que realmente acontece no nosso país." 

Já a Memorial, organização internacional de defesa dos direitos humanos fundada na Rússia em 1989, foi banida da Rússia em 2022 por uma decisão da Suprema Corte, mesmo ano em que foi reconhecida pelo Nobel. A alegação foi o descumprimento da lei sobre "ação de agentes estrangeiros".

A Rússia aprovou uma lei que obriga sites com alguma influência de países ou instituições estrangeiras a colocarem banners em toda publicação avisando de ação de agentes estrangeiros. A lei se tornou ainda mais restrita no final do ano passado, e recebeu mais críticas de organizações de defesa dos direitos humanos e liberdade de imprensa.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Lula quer fortalecer relações com um violador da Carta da ONU e perpetrador de crimes de guerra - Guilherme Mazui, Gustavo Garcia (G1, O Globo)

 Lula diz que conversou com Putin e que Brasil busca 'mundo sem fome e com paz'

Presidente eleito utilizou rede social para relatar contato com o presidente da Rússia. Putin teria desejado um 'bom governo' ao petista e manifestado interesse no 'fortalecimento' da relação.

Por Guilherme Mazui e Gustavo Garcia, g1 — Brasília
O Globo, 20/12/2022

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (20) que conversou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e que o Brasil busca o diálogo com todos os países em "busca de um um mundo sem fome e com paz".

De acordo com o petista, Putin teria desejado a ele um "bom governo" e manifestado interesse no "fortalecimento" da relação Brasil-Rússia.

"Conversei hoje [terça] com o presidente russo Vladimir Putin, que me cumprimentou pela vitória eleitoral, desejou um bom governo e o fortalecimento da relação entre nossos países. O Brasil voltou, buscando o diálogo com todos e empenhado na busca de um mundo sem fome e com paz", escreveu Lula em uma rede social.

Putin já havia reconhecido a vitória de Lula na eleição presidencial de outubro deste ano (relembre no vídeo abaixo).

Um dia após o segundo turno, em 31 de outubro, o presidente russo escreveu: "Espero que, trabalhando juntos, possamos garantir o desenvolvimento de uma cooperação russo-brasileira construtiva em todas as esferas".

A Rússia é um importante parceiro comercial do Brasil. Os dois países integram o Brics com Índia, China e África do Sul. O Brics é um bloco de países com economias emergentes.

Putin manteve boa relação com os presidentes do Brasil nas últimas décadas. Inclusive, recebeu o presidente Jair Bolsonaro (PL) em fevereiro, pouco antes do começo da invasão militar à Ucrânia.

Guerra da Ucrânia
Após vencer as eleições, Lula recebeu os cumprimentos de Putin e do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Ao longo do ano, o petista deu declarações criticadas por autoridades ucranianas e tem reiterado a necessidade de se buscar uma saída pacífica para a guerra que se alonga há 10 meses.

Lula, inclusive, já declarou que pretende debater a situação do conflito na viagem que deve fazer ao EUA em 2023, quando terá um encontro com o presidente Joe Biden.

30 minutos de conversa
O g1 apurou que conversa de Lula e Putin por telefone durou cerca de 30 minutos. Putin acenou com a possibilidade de receber Lula em Moscou no próximo ano ou de se encontrar com o presidente brasileiro durante algum evento internacional.

Putin não virá à posse de Lula em 1º de janeiro. A representante russa será Valentina Matvienko presidente do Conselho da Federação Russa.

A assessoria de Lula não informou se a guerra na Ucrânia foi um dos temas discutidos com Putin.


domingo, 6 de novembro de 2022

Economia brasileira: direita e esquerda querem furar (e furam) o teto de gastos (G1, Estadão)

 Teto de gastos foi 'furado' cinco vezes no governo Bolsonaro; veja a lista

Impacto das mudanças chega a R$ 236,5 bilhões, segundo cálculos da Instituição Fiscal Independente.

 

Por G1, 04/11/2022

 

Matéria completa clique abaixo:

 

https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/11/04/teto-de-gastos-foi-furado-cinco-vezes-no-governo-bolsonaro-veja-a-lista.ghtml 

 

TCU vê precedente em crédito extraordinário; Pacheco apoia a saída

 

A edição de crédito extraordinário seria um plano B à aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição, que depende de complexa negociação no Congresso Nacional 

 

Estadão Conteúdo05/11/22

 

Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) veem precedente para o uso de crédito extraordinário para cobrir o Auxílio Brasil de R$ 600 e despesas de outros programas já em curso e sem verbas previstas no Orçamento de 2023. A edição de crédito extraordinário seria um plano B à aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição, que depende de complexa negociação no Congresso Nacional.

 

Segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o tribunal autorizou a abertura de créditos extraordinários em casos similares, como em consulta feita em 2016 pelo então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), sobre a possibilidade de medidas provisórias para cobrir despesas de programas já existentes que não estavam no Orçamento.

 

Correção da tabela do Simples e do MEI pode retirar R$ 66 bi em receitas

 

Na época, o governo de Michel Temer (MDB) foi autorizado a cobrir por esse tipo de crédito despesas obrigatórias da Justiça do Trabalho, auxílio para a Olimpíada do Rio e subsídios para o BNDES, que não tinham receitas correspondentes no Orçamento aprovado.

 

No acórdão, o TCU diz que “é cabível a abertura de crédito extraordinário quando a insuficiência de dotação puder potencialmente acarretar a descontinuidade de serviços públicos essenciais”.

 

A PEC aumenta a dependência do Centrão e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas é considerada o melhor caminho por alguns técnicos por poder ser aprovada ainda neste ano, o que faria Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomar posse já com as despesas previstas. Segundo cálculos da equipe de transição, os gastos fora do teto seriam de R$ 160 bilhões, podendo chegar a R$ 200 bilhões.

 

O senador eleito Wellington Dias (PT-PI), porta-voz do novo governo na questão orçamentária, disse que a equipe estuda como a alternativa a abertura do crédito extraordinário, mas está “fixada” na PEC.

 

Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prefere a abertura do crédito extraordinário a mexer na Constituição – seria a sexta alteração no teto de gastos (as outras cinco foram no governo Bolsonaro). “Se houver alternativa que seja medida provisória através de crédito extraordinário, para que tudo isso seja implementado, evidentemente que não mexer na Constituição seria melhor”, afirmou ontem, à GloboNews.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Russofobia, o outro efeito devastador da Guerra de Putin - Sandra Cohen (G1)

RUSSOFOBIA, O OUTRO EFEITO DEVASTADOR DA GUERRA DE PUTIN

Por Sandra Cohen 

Especializada em temas internacionais, foi repórter, correspondente e editora de Mundo em 'O Globo'

G1, 3/04/2022

Guerra na Ucrânia faz aumentar “russofobia” no mundo


As forças russas comandadas por Vladimir Putin avançam na Ucrânia na mesma proporção em que cresce a russofobia contra a diáspora espalhada pelo Ocidente, num fenômeno semelhante ao que vivenciou a comunidade muçulmana após os atentados de 11 de Setembro.

Atos hostis aos expatriados chegam ao extremo do contrassenso. Estudantes enfrentaram boicotes e foram excluídos de palestras em universidades na República Tcheca, onde vivem 50 mil russos. O deputado conservador Tom Tugendhat, que preside o Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Comuns, defendeu a expulsão dos cidadãos russos do Reino Unido.

A onda de cancelamentos tem efeitos devastadores na cultura. Filmes russos foram banidos de festivais; artistas, de exposições que já estavam programadas, disseminando, desta forma, a ideia de que o russo comum é o verdadeiro inimigo.

Nem Dostoiévski, que morreu há 141 anos e foi preso sob acusação de conspirar contra o Czar Nicolau I, escapou da censura: a Universidade Bicocca achou por bem suspender o curso de quatro aulas que o escritor Paolo Nori daria sobre a obra do autor russo.

O objetivo da reitoria era evitar confusão pelo momento tenso, mas a medida atraiu tanta polêmica que a universidade acabou por voltar atrás e manter o curso. O Carnegie Hall e o Metropolitan Opera de Nova York anunciaram que não apresentarão mais artistas que apoiaram Putin.

 “Um novo macarthismo está perseguindo a América: o cancelamento,  ou ameaça de cancelamento, de artistas, músicos e atletas russos”, atestou o economista Tyler  Cowen, colunista da Bloomberg, ao referir-se à perseguição de simpatizantes do comunismo que foram banidos da cena cultural dos EUA na década de 1950. “Há alguma evidência clara de que boicotar artistas russos fora da Rússia vai ajudar a Ucrânia?” questionou.

Para os muçulmanos esta relação com o Ocidente é familiar e teve no 11 de Setembro de 2001 um divisor de águas. A chamada Guerra ao Terror e atentados terroristas em capitais europeias desencadearam sentimentos de desconfiança e medo do Islã e, por consequência, atos violentos e discriminatórios contra a comunidade, que se intensificaram nas duas últimas décadas e se enraizaram nos discursos políticos.

O sentimento antirrusso se misturou com estereótipos e aversão ao comunismo disseminados durante a Guerra Fria. Pouco mudou em relação ao momento atual. Uma pesquisa realizada para a ABC News e o Washington Post após a invasão da Ucrânia revelou que 80% dos americanos veem a Rússia como hostil ou inimiga dos EUA, o maior índice registrado em 40 anos.

O “frenesi russofóbico” relatado na semana passada pelo chanceler Sergei Lavrov, durante a Conferência sobre o Desarmamento da ONU, juntava no mesmo contexto, e de forma intencional, as ações do Ocidente para deter a Rússia e o ódio aos cidadãos russos. 

A generalização é tóxica, mas interessa a Putin: mistura os interesses do Kremlin e os da população russa, que não teve a mínima ingerência na invasão da Ucrânia, criando, assim, uma realidade paralela à guerra que se desenrola há duas semanas.


segunda-feira, 14 de março de 2022

O Brasil continua a poupar a Rússia, em nome de um legalismo imoral - status da Rússia na OMC (G1, TV Globo)

 O chanceler Carlos França quer uma coisa impossível: consenso na OMC, isto é, incluindo a Rússia, sobre a retirada do status de economia de mercado para o país, de forma a habilitar uma solução legal. Ele sabe que isso não vai acontecer. Em determinadas ocasiões, países soberanos fazem aquilo que é digno, que é moralmente justificável, não o que está na letra dos tratados (que aliás podem ser modificados).

Por outro lado, foi o próprio G7 que colocou a Rússia como economia de mercado, no summit de Kananakis, no Canadá, em 2001, MUITOS ANOS antes que ela estivesse habilitada a ingressar no Gatt-OMC. Nesse mesmo ano, depois de 14 anos de negociações, a China era admitida no Gatt-OMC, mas nunca obteve o status de economia de mercado, o que ela é, muito mais até do que outros membros da OMC.
Paulo Roberto de Almeida

Ministro critica países que rebaixaram status comercial da Rússia de forma unilateral e cobra decisão coletiva
Carlos França (Relações Exteriores) disse que sanções deveriam ser tomadas após discussões na Organização Mundial do Comércio. Medida unilateral enfraquece interesse do Brasil, afirmou.

Por Luiz Felipe Barbiéri e Kellen Barreto, G1 e TV Globo — Brasília
14/03/2022 12h58

O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, criticou nesta segunda-feira (14) a decisão de países que integram a Organização Mundial do Comércio (OMC) de rebaixar o status comercial da Rússia de forma unilateral, sem discussão no âmbito da entidade.

O Canadá foi o primeiro país a revogar o status comercial de "nação mais favorecida" da Rússia. Na última sexta-feira (11), O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que seguirá o mesmo caminho junto com o G7 – grupo das nações mais industrializadas do mundo.

A decisão abre caminho para aumentar as tarifas sobre produtos russos, que estarão sujeitos a uma taxa de 35% ao chegar nesses países.

O ministro deu uma aula magna nesta manhã para os estudantes do curso de relações internacionais do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) em Brasília.

França disse que a decisão unilateral dos países de embargar produtos russos o preocupa e cobrou discussões no âmbito da entidade antes da formalização das medidas.

“O Canadá fez isso [rebaixou o status comercial], outros seguiram, não tenho a lista extensiva. Mas isso me preocupa, porque essa era uma decisão que, penso eu, ficava melhor tomada se fosse dentro do sistema multilateral de comércio”, afirmou.

O chanceler declarou ainda que essas sanções deveriam ser adotadas após uma deliberação coletiva do organismo internacional.

“Isso [uma decisão multilateral] não ocorre, e eu não acho que isso faça bem pro sistema multilateral de comércio nem para os interesses de um país como Brasil, que tem justamente no multilateralismo a sua força”, destacou França.

https://g1.globo.com/mundo/ucrania-russia/noticia/2022/03/14/ministro-critica-paises-que-rebaixaram-status-comercial-da-russia-de-forma-unilateral-e-cobra-decisao-coletiva.ghtml

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Refugiados do Afeganistão no Brasil: uma história feliz, depois de 5 meses de espera - Paula Lago (G1-SP)

 Afegão que desde maio tentava voltar para SP consegue visto para a família e chega ao Brasil: 'Muito bom estar em casa de novo'


Após meses de incerteza e medo, Masood, Lina e Sobhan estão na capital paulista e planejam como irão reestruturar a vida e reiniciar do zero.

Por Paula Lago, g1 SP — São Paulo
07/12/2021 05h53  Atualizado há 2 horas

Mesmo usando máscara, é possível perceber o sorriso do afegão Masood Haibibi, de 29 anos, enquanto conversa à vontade na sala de um apartamento no Centro de São Paulo. O comerciante que, em maio, tinha ido até o país natal planejando passar dois meses e viu a estada ser ampliada para cinco meses contra a sua vontade, finalmente, conseguiu o que queria desde o começo do ano: trazer a família para o Brasil.

O g1 acompanha a história da família desde agosto, quando o grupo extremista islâmico Talibã tomou o poder no Afeganistão, obrigando os cidadãos a ficaram trancados em suas casas.

Ele, a mulher, Lina, de 23 anos, e o filho, Sobhan, de 4 anos, desembarcaram no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, na última sexta-feira (3) após um longo voo de 21 horas. “Estamos cansados ainda, mas muito bem. Meu filho está diferente, mais tranquilo. Lá ele só ficava em casa, aqui pode sair, passeamos pela Avenida Paulista no domingo… Ele e minha esposa adoraram, acharam tudo muito bonito. Sobhan adora brincar, está mais solto. Está muito feliz.”

Para este retorno, que teve direito a faixa de boas-vindas, flores e balões, acontecer, eles contaram com o apoio de muitas pessoas: mais de 50 mil assinaram uma petição da plataforma Change Brasil ao Itamaraty que solicitava a concessão de vistos humanitários a Lina e Sobhan. Masood já tem visto brasileiro, e os da família foram concedidos após cerca de um mês do pedido oficial.

De acordo com o Itamaraty, desde 3 de setembro, quando entrou em vigor a portaria que concede esse tipo de autorização de entrada ao país a “afegãos, apátridas e pessoas afetadas pela situação de grave ou iminente instabilidade institucional ou de grave violação de direitos humanos ou do Direito Internacional Humanitário no Afeganistão”, foram concedidos 380 vistos humanitários.

Marcelo Ferraz, especialista em campanhas da Change Brasil, destaca o engajamento das pessoas à causa. “A gente conseguiu fazer com que a história deles se tornasse pública, e a luta deles chegasse ao conhecimento das pessoas.”

Com os passaportes prontos, Masood e família precisavam do dinheiro para as passagens, já que suas contas bancárias foram confiscadas pelo governo talibã. Uma campanha de arrecadação foi criada e reuniu, até o momento, R$ 24 mil, mas o afegão acabou aceitando que uma amiga doasse as passagens para ele e a família virem logo ao Brasil. O valor obtido com a vaquinha será destinado à compra dos bilhetes aéreos para os familiares que estão no Irã à espera de permissão para virem também. “Quando eles conseguirem o visto, vão precisar usar esse dinheiro”, explica.

Covid e talibãs
Masood sentiu na pele dois acontecimentos que terão destaque nas retrospectivas de 2021: primeiro, os pedidos de visto para a esposa e o filho virem morar em São Paulo foram negados pela Embaixada devido ao pico de Covid-19 no Brasil e, depois, em agosto, os talibãs derrubaram o governo e impuseram um novo com uso da força e da violência. O comerciante contou que tiroteios são frequentes.

Ele conta que foram cinco meses de incerteza, angústia e medo até que, em outubro, surgiu a chance de comprar passagens para o Paquistão e, de lá, batalhar pelos vistos e pelas passagens para o Brasil.

“Queria sair o mais rápido possível do Paquistão. Quando você está em um país esperando a hora de sair, quando você não vai ficar lá, é muito difícil tudo. Você tem que pagar hotel, despesas, tudo, todo dia. É muito difícil, se você não tem dinheiro”, conta Masood.

Mas ele acredita que as tensões ficarão em 2021 e que 2022 será um bom ano para a sua família. “Quero reiniciar a vida aqui, é muito difícil quando você vai para um país em que você não tem nada. Tem de começar do zero, conseguir trabalho, minha esposa precisa aprender português o mais rápido possível e precisamos arranjar uma escola para o meu filho. Mas estou feliz e vamos correr para conseguir tudo isso.”

O comerciante conta que vendia tapetes em São Paulo e também trabalhava como técnico em informática em uma empresa, mas agora não sabe se vai conseguir trabalhar com as mesmas coisas. “Vou ter de conseguir um trabalho rápido, para conseguir manter minha família. E podemos contar com amigos”, afirma.

E podem mesmo. Além da ajuda da amiga com as passagens e do apoio de quem colaborou com a vaquinha, Masood tem um “pai” brasileiro: o farmacêutico Ricardo José de Souza conta que adotou informalmente como filho o afegão logo que se conheceram.

É no apartamento dele que a família mora agora e por onde Sobhan corre pelos cômodos com um macaco de pelúcia ou se diverte com um celular. “Quando você tem conexão com um país, fica mais fácil”, afirma Massod. “Agora vamos nos reorganizar. É muito bom estar em casa de novo.”

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/12/07/afegao-que-desde-maio-tentava-voltar-para-sp-consegue-visto-para-a-familia-e-chega-ao-brasil-muito-bom-estar-em-casa-de-novo.ghtml

domingo, 23 de maio de 2021

Investimento no Brasil tem pior década em 50 anos - Darlan Alvarenga (G1)

Uma das tragédias brasileiras: o baixo investimento, o que gera baixas taxas de crescimento, ao lado dos ganhos medíocres de produtividade geral, ademais da má qualidade da educação de massa, da mediocridade geral das nossas elites, da corrupção política endêmica e da instabilidade jurídica animada até pelas cortes superiores. Não creio que o Brasil possa crescer vigorosamente no futuro previsível.

Por Darlan Alvarenga, G1 

https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/05/20/investimento-no-brasil-tem-pior-decada-em-50-anos-taxa-do-pais-deve-ser-uma-das-menores-do-mundo-em-2021.ghtml

Na média dos anos 2011-20, o indicador ficou em apenas 17,7% do PIB (Produto Interno Bruto), evidenciando as dificuldades orçamentárias do setor público e também a fraqueza dos gastos das empresas com máquinas e equipamentos, infraestrutura, construção e inovação. 

O levantamento dos pesquisadores Juliana Trece e Claudio Considera, antecipado ao G1, mostra que a taxa de investimentos apresentou em 2020 uma pequena elevação, fechando o ano em 16,4%, contra 15,3% em 2019 – mas ainda distante do patamar de 2013 (20,9%) e da média de 21,9% dos anos anos 70 e 80

Em meios às incertezas relacionadas à pandemia do coronavírus e com a situação fiscal do país, sobretudo o elevado endividamento do governo, a pesquisadora avalia que o "cenário não é animador", mas afirma que a reversão do atual quadro é fundamental "para que o PIB possa voltar a crescer a taxas mais robustas e com isso, possibilitar a redução da taxa de desemprego". 

"Já estamos há 4 décadas em queda. Cada vez está diminuindo mais, e o Brasil nunca teve uma taxa de investimento alta como em outros países. Então isso é extremamente preocupante", afirma ao G1 Juliana Trece.

A economista explica que a elevação da taxa de investimento em 2020 foi uma espécie de falso positivo, uma vez que só ocorreu porque os investimentos medidos pela formação bruta de capital fixo (FBCF) tiveram uma queda menor do que a do PIB no ano passado: um recuo de 0,8% ante um tombo de 4,1% da economia brasileira

A taxa de investimentos apura tudo o que se investe em máquinas, bens duráveis, aumento da capacidade produtiva, construção civil, infraestrutura, além de produtos de propriedade intelectual como pesquisa e desenvolvimento, software e banco de dados. O avanço deste componente do PIB é considerado fundamental para que o país consiga acelerar a retomada econômica e um crescimento mais sustentável e contínuo. 

Países emergentes investem mais que o dobro do Brasil

O estudo mostra que os países emergentes investem mais que o dobro do Brasil e que a média dos países da América Latina e Caribe também tem sido superior à brasileira

"Em termos de comparação internacional, a situação brasileira ainda não teve alteração significativa. Em 2020, aproximadamente 87% dos países do mundo apresentaram uma taxa de investimento maior que a do Brasil", destacam os autores.

Com base nas projeções do FMI para 2021, a pesquisadora aponta que 89% dos países do mundo (152 países dentro de uma amostra de 171 países) devem apresentar taxas de investimento maiores que o Brasil neste ano. 

O FMI projeta uma taxa de investimento de 15,4% do PIB para o Brasil em 2021, de acordo com as estimativas divulgadas em abril, bem abaixo da média global (26,7%) e do índice médio das economistas emergentes (33,2%). 

Na China, a previsão e de uma taxa de 43,7% do PIB. Na Índia, de 30,1%. Nos Estados Unidos, de 21,6%. Na América do Sul, o investimento deve chegar a 21,1% no Peru e a 20,1% no Chile. Até a Argentina, que também enfrenta há anos uma forte crise econômica, deve apresentar uma taxa maior que a do Brasil, com 16,9%. 

Apenas 18 países possuem projeção de taxa de investimento menor ou igual à brasileira em 2021

Veja abaixo a lista: 

Construção perde peso nos investimentos

Na análise dos componentes da taxa de investimentos, o estudo mostra que o segmento que mais encolheu no país foi a construção, que inclui também as grandes obras de infraestrutura nas áreas de energia, transportes e saneamento. 

Segundo o estudo, a forte redução da contribuição desse componente é a principal explicação para a contração da taxa de investimentos na última década. 

A construção apresenta historicamente o maior peso nos investimentos; porém, esta representatividade vem encolhendo desde a virada do século, se aproximando dos investimentos em máquinas e equipamentos. Em 2020, praticamente não houve diferença entre os dois componentes. 

Veja no gráfico abaixo: 

"A construção as obras de infraestrutura estão em decadência há muito tempo e isso liga um alerta porque é um setor que emprega muita gente. Investir nesse segmento é importante não só para a atividade econômica mas também em termos de retomada do mercado de trabalho", afirma a pesquisadora.

Redução do investimento público

O encolhimento dos investimentos em construção e infraestrutura é explicado principalmente pelo colapso dos orçamentos governamentais e, por consequência, pela redução dos investimentos do setor público. 

Levantamento recente do economista Manoel Pires, coordenador do Observatório de Política Fiscal do Ibre/FGV, mostrou que a taxa de investimentos públicos caiu quase que pela metade ao longo da última década, passando de 4,56 do PIB% em 2010, para 2,58% em 2020. Em 2017, atingiu a 1,75% (nível mais baixo já registrado no país) e em 2019 ficou em 1,95%. 

Os investimentos diretos do governo federal representaram no ano passado apenas 0,23% do PIB, atingindo um nível próximos das mínimas registradas entre 2003 e 2004. As estatais federais contribuíram com 1,15%, seguidas pelos investimentos dos municípios (0,75%) e dos estados (0,45%). 

"A tendência de gastos com investimentos no governo federal é preocupante, pois não parece haver nenhuma tendência de estabilização ou reversão da compressão iniciada em 2015 e que torna os desembolsos insuficientes para repor a depreciação do estoque da capital fixo público", avaliou Pires. 

Investimento privado travado

Embora o país tenha ficado mais dependente da participação do setor privado, uma retomada da economia puxada pelo investimento privado, como defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, é vista como improvável ou insuficiente para acelerar o crescimento do Brasil. 

"É uma sinuca de bico. Sabemos das dificuldades do setor público, mas o investimento privado também está bem travado dado o cenário de incerteza elevada, não só política e econômica, como também da pandemia. Acho muito difícil ter um investimento mais forte via o segmento privado", afirma Trece.

Ela destaca ainda que problemas estruturais que se arrastam há décadas, como a baixa produtividade brasileira e o histórico de instabilidade política e de recessões nas últimas décadas, também são fatores que afugentam investidores, sobretudo estrangeiros. 

"Por que o investidor vai escolher investir aqui se ele pode investir em outro lugar que talvez vai dar mais segurança? Tem essa ideia de que as reformas vão ajudar. Acredito que pode ter sim um peso, mas não tem muito como pensar em reformas neste momento de pandemia. É por isso que o investimento público seria essencial, pelo menos de início, para dar um 'start' e tentar dar uma acelerada na economia", diz. 

 

Perspectivas para 2021

Com base nos dados do Monitor do PIB da FGV, o estudo projeta que a taxa de investimentos ficou em 17,1% no 1º trimestre de 2021. 

A economista destaca, porém, que o cenário para o ano ainda é de muita incerteza e que o ritmo de recuperação da economia e da melhora da confiança de empresários e consumidores irá depender muito do controle da pandemia.

"Vai depender muito realmente de como a economia evoluir e se ela vai só evoluir. Se a vacinação der uma acelerada e as pessoas voltarem a uma certa normalidade, e a atividade também, isso poderá influenciar numa recuperação mais rápida do PIB. Mas acredito que a taxa de investimento terá um ritmo ainda muito baixo", avalia Trece.

De acordo com a última pesquisa Focus do Banco Central, a média das projeções do mercado é de um crescimento de 3,45% para a economia brasileira em 2021. Na terça-feira, o Ministério da Economia elevou de 3,2% para 3,5% sua expectativa de alta para o PIB em 2021, citando o cenário global mais favorável e bons resultados da atividade brasileira no começo deste ano, a despeito do fim do auxílio emergencial. 

"A manutenção da agenda de consolidação fiscal e das reformas estruturais possibilitarão que a continuidade da expansão econômica se mantenha, assim como a redução estrutural da taxa de juros e elevação da produtividade", avaliou o ministério. 

 Em 2020, a economia brasileira tombou 4,1%, registrando a maior contração desde o início da série histórica do IBGE, iniciada em 1996, o que levou o Brasil a sair da lista das 10 maiores economias do mundo.


quarta-feira, 25 de novembro de 2020

A China e as obsessões anti-China da família presidencial - Ricardo Bergamini - Pedro Henrique Gomes (G1)

 Balança Comercial: Argentina e China saldo positivo para o Brasil de US$ 29.2 bilhões. Estados Unidos negativo de US$ 3,1 bilhões.

Ricardo Bergamini

1 – Até setembro de 2020 o Brasil exportou US$ 156,5 bilhões e importou US$ 114,3 bilhões, gerando um saldo na balança comercial positivo para o Brasil de US$ 42,2 bilhões.

 

2 – Até setembro de 2020 o Brasil exportou para a nossa inimiga China comunista US$ 53,4 bilhões e importou US$ 24,6 bilhões, gerando um saldo na balança comercial positivo para o Brasil de US$ 28,8 bilhões.

 

3 - Até setembro de 2020 o Brasil exportou para a nossa inimiga Argentina comunista US$ 5,9 bilhões e importou US$ 5,5 bilhões, gerando um saldo na balança comercial positivo para o Brasil de US$ 0,4 bilhão.

 

4 - Até setembro de 2020 o Brasil exportou para o nosso “amigo do peito” Estados Unidos US$ 15,2 bilhões e importou US$ 18,3 bilhões, gerando um saldo  na balança comercial negativo para o Brasil de US$ 3,1 bilhões.

 

5- Até setembro de 2020 a China e Argentina, inimigos comunistas do Brasil, deixaram um saldo positivo para o Brasil de US$ 29,2 bilhões, e o “amigo do peito” Estados Unidos um saldo negativo de US 3,1 bilhões.

 

Embaixada da China repudia postagem que Eduardo Bolsonaro publicou e depois apagou

 

Deputado disse que Brasil apoia aliança global para um 5G 'sem espionagem da China'. Segundo nota da embaixada, falas do filho do presidente caluniam país asiático.

 

Por Pedro Henrique Gomes

G1 — Brasília, 24/11/2020

Embaixada da China no Brasil chama de 'infundadas' postagens feitas por Eduardo Bolsonaro

 

A embaixada da China no Brasil afirmou em nota divulgada nesta terça-feira (24) que são “infundadas” e “solapam” a relação entre os dois países mensagens publicadas em uma rede social pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

 

O deputado escreveu na noite desta segunda-feira (23) — e depois apagou nesta terça — mensagem sobre o 5G, a internet móvel de quinta geração. Na mensagem, dizia que o governo brasileiro declarou apoio a uma “aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”.

 

Brasil apoia proposta dos Estados Unidos contra a China no 5GA implementação da tecnologia 5G vuma disputa entre China e Estados Unidos. O governo norte-americano acusa as empresas chinesas de espionagem. A China diz que os Estados Unidos utilizam a questão da soberania nacional para prejudicar empresas chinesas.
“O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo Donald Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”, escreveu Eduardo Bolsonaro na noite da segunda-feira (23).
Segundo o deputado, a aliança pretende proteger os países participantes de invasões e violações às informações particulares de cidadãos e empresas.
“Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”, disse Eduardo Bolsonaro. 

Em nota, a embaixada da China no Brasil afirmou que as declarações de Eduardo Bolsonaro seguem "os ditames dos Estados Unidos de abusar do conceito de segurança nacional para caluniar" o país asiático e cercear as atividades de empresas chinesas.

 

“Isso é totalmente inaceitável para o lado chinês e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento. A parte chinesa já fez gestão formal ao lado brasileiro pelos canais diplomáticos”, diz o texto da embaixada.

 

De acordo com a nota, EUA buscam uma "hegemonia digital exclusiva" por meio de bloqueio à empresa chinesa Huawei.

 

“Os EUA têm um histórico indecente em matéria de segurança de dados. Certos políticos norte-americanos interferem na construção da rede 5G em outros países e fabricam mentiras sobre uma suposta espionagem cibernética chinesa, além de bloquear a Huawei visando alcançar uma hegemonia digital exclusiva. Comportamentos como esses constituem uma verdadeira ameaça à segurança global de dados”, complementou a embaixada.

 

Nesta terça, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, foi indagado por jornalistas sobre o assunto. Os repórteres perguntaram se o Brasil entrou na aliança Clean Network a fim de evitar a espionagem chinesa, como havia afirmado o deputado Eduardo Bolsonaro. Faria não quis responder. Disse apenas: “Liga para o Eduardo”.

 

O ministro deu a declaração depois de se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, acompanhado do relator na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) do edital do 5G e de conselheiros da agência. O órgão criará o edital para o leilão das ondas onde a rede operará.

 

Na disputa com a China pela 5G, EUA prometem investimentos no Brasil

 

Na nota, os representantes chineses também disseram que as falas do deputado são "infundadas" e "indignas" com o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e que os fatos comprovam que a China é "amiga e parceira do Brasil" e que a cooperação entre os dois países "impulsiona o progresso e traz benefícios para os dois povos".

 

A embaixada disse que o governo chinês incentiva empresas chinesas a operar com base em ciência, fatos e leis e se opõe a qualquer tipo de especulação e difamação injustificada contra empresas chinesas.

 

Para a representação diplomática da China, as declarações de Eduardo Bolsonaro não refletem o pensamento da maioria da população brasileira e prejudicam a imagem do Brasil.

 

“Instamos essas personalidades a deixar de seguir a retórica da extrema-direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China e a amizade sino-brasileira, e evitar ir longe demais no caminho equivocado, tendo em vista os interesses de ambos os povos e a tendência geral da parceria bilateral. Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”, diz o texto.