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terça-feira, 14 de março de 2017

A CAMEX e a politica de comercio exterior - Rubens Barbosa (OESP)

A CAMEX E O INTERESSE NACIONAL
Rubens Barbosa
O Estado de S. Paulo, 14/03/2017

Ao assumir o governo no ano passado, o Presidente Michel Temer promoveu mudanças importantes na área de comércio exterior. A Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil), a Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) e o Comitê Executivo de Gestão (Gecex)  passaram para o Ministério das Relações Exteriores e a presidência do Conselho de Ministros passou para a presidência da República.
O comércio exterior tem papel fundamental para assegurar aumentos sustentados de produtividade baseados em políticas de modernização interna e externa que passam necessariamente por um aprofundamento da inserção do Brasil no mundo. Previsibilidade, transparência e simplificação de procedimentos na área de comércio exterior são prioridades. Além desses elementos, melhorias do ambiente de negócios exigem reformas ou ações específicas relacionadas a uma série de políticas internas – trabalhista, tributária, previdenciária, ambiental, financeira, creditícia, entre outras – que afetam a competitividade das empresas. As principais deficiências encontram-se em questões relativas a documentações, licenciamentos, tributos e comércio exterior. Basta citar que hoje há em vigor mais de 6.200 licenças não automáticas de importação, que representam custos adicionais para os agentes. Segundo relatório da OCDE sobre Indicadores de Facilitação de Comércio no Brasil, reformas abrangentes na área de facilitação de comércio reduziriam os custos incorridos pelos agentes de comércio em 14,5%. Essa é a agenda central da CAMEX e de sua contribuição para o fortalecimento do comércio exterior e a retomada do crescimento.
Ao assumir a Secretaria-Executiva da CAMEX no ano passado, o Ministério das Relações Exteriores buscou dotá-la dos instrumentos necessários para fazer face à ambiciosa agenda de crescimento e inserção internacional determinada pelo novo  governo.  Hoje, a secretaria-executiva possui equipe diversificada, contando com cerca de 20 servidores públicos de várias carreiras, entre diplomatas, analistas de comércio exterior, gestores, economistas do IPEA, analistas em regulação, entre outros. Foi criado um núcleo econômico que visa a preencher lacuna para ampliar o apoio na CAMEX no que se refere aos impactos econômicos dos temas para deliberação da colegiado e permitir que, progressivamente, se possa mensurar e avaliar o custo-benefício das diversas medidas nele adotadas, algo inédito e em sintonia com a criação do Comitê de Monitoramento e Avaliação de Politicas Públicas, do Ministério do Planejamento. Também foi criado um núcleo de investimentos, em consonância com o fortalecimento do tema na agenda do órgão.
Por orientação do Conselho, a secretaria-executiva também promoveu uma análise da política de defesa comercial, que redundou na decisão de proceder a uma avaliação de interesse público no caso de prorrogações de direito antidumping. A secretaria-executiva também vem trabalhando no exame do regime de ex-tarifários para bens de capital e avaliação e revisão do perfil tarifário e dos procedimentos para alterações de tarifas no Mercosul. A secretaria-executiva da CAMEX desempenhará a função de ombudsman de investimentos diretos, prevista nos Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimentos assinados pelo Brasil.
O MDIC tem aspirações legítimas de recuperar poder decisório e de coordenação na área de comércio exterior.
Por tudo o que se disse acima, seria um equivoco mudar novamente o arranjo institucional atual e retirar do MRE a coordenação da secretaria-executiva. O processo de modernização e fortalecimento da secretaria, que promoveu a diversificação de seus servidores e o reforço técnico do colegiado seria interrompido afetando a ampla agenda de trabalho em curso, capaz de acomodar toda a gama de temas tratados pela CAMEX. É preciso garantir ao setor privado previsibilidade na condução dos temas de comércio exterior, o que não se coaduna com uma nova mudança decorridos oito meses de um projeto cujos resultados apenas agora começam a aparecer e que envolveu a mobilização importante de recursos materiais e humanos.
A tentativa frustrada do MDIC de recuperar a CAMEX, ao invés de se reduzir a uma disputa burocrática, pode constituir oportunidade para uma reflexão mais profunda sobre o papel da CAMEX. O MDIC continuou a presidir o Comitê Consultivo do Setor Privado e o Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações (Cofig) e dois comitês criados recentemente, o Comitê Nacional de Facilitação de Comércio (Confac) e o Comitê Nacional de Investimentos (Coninv), junto com o Ministério da Fazenda. Em uma solução de compromisso, a  presidência do importante Comitê Executivo de Gestão (Gecex) poderia voltar ao MDIC.  Contrariamente à percepção de que a CAMEX foi transferida para o MRE, o MDIC continuaria a presidir ou copresidir quatro dos cinco comitês. O MRE preside um e copreside outro. E o MF copreside um.
Restaria decidir a questão da Presidência do Conselho Ministerial da CAMEX. A Casa Civil deveria continuar a presidir o Conselho Ministerial. A exemplo do que ocorre nos EUA, a CAMEX, vinculada diretamente à  Presidência da República, facilita a arbitragem de decisões que envolvem visões muitas vezes divergentes das diversas pastas envolvidas.
           Com isso, o impasse ficaria superado e, mais importante, do ângulo dos agentes econômicos, o comércio exterior passaria a ter um nível decisório mais elevado. Do ponto de vista institucional, parece de interesse do governo e do empresariado privado manter o equilíbrio criado com a mudança feita no governo. A estrutura existente  permite ao governo Temer manter uma condução compartilhada do comércio exterior e tratar do que mais importa, que é avançar nos temas concretos da agenda de competitividade.

Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Emb. Rubens Barbosa full speed: GloboNews Painel (3/10) e Roda Viva (5/10): let's roll...

Que fôlego: 

Painel/ GloboNews

O Embaixador Rubens Barbosa participará do programa GloboNews Painel para debater:

"A Crise Econômica e a Inserção do Brasil no Mercado Internacional"
Sábado, dia 03, 23hs e Domingo, dia 04, 11:05hs e 19:05hs

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Roda Viva/ TV Cultura

O Embaixador Rubens Barbosa participará do programa Roda Viva para debater:

"Os aspectos externos da crise: Comércio exterior e política externa"

Segunda-Feira, dia 05, 22hs
Reprise na madrugada de sexta-feira, ou seja, de quinta para sexta-feira à 00:30h

quarta-feira, 8 de abril de 2015

O protecionismo brasileiro, em todos os seus estados - Otaviano Canuto

QUÃO FECHADA PARA O COMÉRCIO É A ECONOMIA BRASILEIRA?
Otaviano Canuto e associados 
Voxeu, Nº 122 - Janeiro/Março de 2015
 
Embora tenha se tornado uma das maiores economias do mundo, o Brasil continua a figurar entre os países mais fechados, se considerarmos a participação das exportações e das importações no PIB. Este texto argumenta que isso não pode ser explicado apenas pelo tamanho da economia brasileira. Isso se deve, antes, à maior confiança depositada na integração doméstica das cadeias de valor nacionais em oposição à participação em redes globais de produção. Uma maior abertura comercial poderia promover ganhos de ficiência e ajudar o Brasil a enfrentar seus desafios de produtividade e de competitividade.
De acordo com as medidas tradicionais de penetração comercial no nível macro (participação das exportações e importações no PIB), o Brasil é uma economia    extremamente fechada.  No país, essa proporção era de apenas 27,6% em 2013 – uma das mais baixas no mundo. Notavelmente, a abertura comercial do Brasil está muito aquém da de seus pares entre os BRICS, nos quais a proporção do comércio em relação ao PIB chegou a pelo menos 50% nos últimos anos. O tamanho do Brasil é muitas vezes usado para explicar o escasso grau de abertura do país. Como a comparação com outras grandes economias já indica, esse argumento não se sustenta diante de um exame mais criterioso. Embora seja verdade que as grandes economias tendem a apresentar menores coeficientes de exportação e importação em relação ao PIB, isso não consegue explicar os níveis excepcionalmente baixos de penetração comercial observados no Brasil.

Leia o artigo aqui: 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Ebook: Conferencia Os Rumos da Politica de Comercio Exterior do Brasil - FGV-SP

É com grande satisfação que o CCGI – Centro do Comércio Global e Investimento da EESP/FGV, com o apoio da FIESP, CINDES, ABCI e Valor Econômico divulgam o e-book da

Conferência Os Rumos da Política de Comércio Exterior do Brasil
realizada dia 09 de setembro de 2014.

Durante a Conferência foram debatidos os principais pontos de uma proposta de agenda de Política de Comércio Exterior. Foram apresentados dados sobre as oportunidades a serem exploradas, resultados de modelagem de possíveis acordos e dados sobre a posição do Brasil com relação às cadeias globais de valor. Finalmente, foram discutidas medidas que possam gerar os ajustes necessários tanto em termos de atuação diplomática, quanto de reformulação da estrutura do comércio exterior do Brasil.

O e-book é composto pelo programa, minuta dos painéis e apresentações dos palestrantes, e está disponível para download no site do CCGI:

http://ccgi.fgv.br/en/confer%C3%AAncia-os-rumos-da-pol%C3%ADtica-de-com%C3%A9rcio-exterior-do-brasil

Vera Thorstensen
CCGI

CONFERENCIA OS RUMOS DA POLÍTICA DE COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL
O superávit do comércio exterior brasileiro mostra declínio desde 2006. Caiu de US$ 46 bilhões em 2006 para US$ 2,5 bilhões em 2013, podendo apresentar déficit em 2014. 
Algumas razões são apresentadas para esse declínio: a crise econômica de 2008, que paralisou a economia global, sem que até hoje tenha ocorrido recuperação significativa nas grandes economias; a reorientação da economia chinesa, que resultou em taxas menores de crescimento, diminuindo a demanda por commodities, os principais produtos exportados pelo Brasil; a perda de competitividade global dos produtos industrializados brasileiros, cuja participação decresceu significativamente nas exportações de nosso país.
No entanto, uma visão mais aguda do quadro ajuda a detectar questões outras que poderiam explicar a atual perda de fôlego do comércio exterior brasileiro.
Além das questões de Custo Brasil, carga tributária, encargos trabalhistas e câmbio, debate-se, nos meios acadêmicos, se a perda de ímpeto do comércio não seria consequência da opção do País pelo multilateralismo, em detrimento dos acordos preferenciais de comércio, e pela ênfase no comércio Sul-Sul, fragilizando a alternativa Norte-Sul, que envolve os países desenvolvidos, com o consequente distanciamento das cadeias globais de valor. 
Diante desse quadro, o CCGI – Centro do Comércio Global e Investimento da EESP/FGV propõe a realização da Conferência Os Rumos da Política de Comércio Exterior do Brasil em que serão debatidos os principais pontos de uma proposta de agenda. Serão apresentados dados sobre as oportunidades a serem exploradas, resultados de modelagem de possíveis acordos, bem como a posição do Brasil com relação às cadeias globais de valor. Finalmente, serão discutidas medidas que possam gerar os ajustes necessários tanto em termos de atuação diplomática, quanto de reformulação da estrutura do comércio exterior do Brasil. 
O E-book com o programa, minutas e apresentações pode ser conferido AQUI.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Conferencia da FGV-SP sobre comercio exterior do Brasil - Vera Thorstensen

CONFERÊNCIA  OS RUMOS DA POLÍTICA DE COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL
Data: Quinta – 11/09/2014
Local: Auditório da FGV
Das 9h00 as 17h00

O superávit do comércio exterior brasileiro mostra declínio desde 2006. Caiu de US$ 46 bilhões em 2006 para US$ 2,5 bilhões em 2013, podendo apresentar déficit em 2014.

Algumas razões são apresentadas para esse declínio: a crise econômica de 2008, que paralisou a economia global, sem que até hoje tenha ocorrido recuperação significativa nas grandes economias; a reorientação da economia chinesa, que resultou em taxas menores de crescimento, diminuindo a demanda por commodities, os principais produtos exportados pelo Brasil; a perda de competitividade global dos produtos industrializados brasileiros, cuja participação decresceu significativamente nas exportações de nosso país.

No entanto, uma visão mais aguda do quadro ajuda a detectar questões outras que poderiam explicar a atual perda de fôlego do comércio exterior brasileiro. Além das questões de Custo Brasil, carga tributária, encargos trabalhistas e câmbio, debate-se, nos meios acadêmicos, se a perda de ímpeto do comércio não seria consequência da opção do País pelo multilateralismo, em detrimento dos acordos preferenciais de comércio, e pela ênfase no comércio Sul-Sul, fragilizando a alternativa Norte-Sul, que envolve os países desenvolvidos, com o consequente distanciamento das cadeias globais de valor.

Diante desse quadro, o CCGI – Centro do Comércio Global e Investimento da EESP/FGV, com o apoio da FIESPCINDESABCI e Valor Econômico, propõe a realização da Conferência Os Rumos da Política de Comércio Exterior do Brasil em que serão debatidos os principais pontos de uma proposta de agenda. Serão apresentados dados sobre as oportunidades a serem exploradas, resultados de modelagem de possíveis acordos, bem como a posição do Brasil com relação às cadeias globais de valor. Finalmente, serão discutidas medidas que possam gerar os ajustes necessários tanto em termos de atuação diplomática, quanto de reformulação da estrutura do comércio exterior do Brasil.

Questões a serem debatidas:
1) Por que o superávit comercial brasileiro perdeu fôlego nos últimos anos?
2) Qual o peso da crise global nessa perda?
3) Qual o impacto da diminuição do ritmo de desenvolvimento da China?
4) Qual o peso da perda de competitividade dos produtos industrializados?
5) Como se tem comportado o setor de serviços?
6) O que significa participar das cadeias globais de valor?
7) Por que as exportações de bens industrializados perderam competitividade global?
8) Quais as vantagens da opção do Brasil pelo multilateralismo?
9) Os tratados de comércio preferencial podem ser uma alternativa válida?
10) Há conflito entre a opção multilateralista e a opção por acordos comerciais?
11) Há contradição entre o Brasil manter boas relações Norte-Sul e Sul-Sul?
12) Se os EUA e a União Europeia assinarem o TTIP, como o Brasil será afetado?
13) Qual o potencial de comércio no âmbito dos BRICS?
14) Há vantagens no Brasil se aproximar da Aliança do Pacífico?
15) O Mercosul, hoje, é uma vantagem ou um peso para o Brasil?

O programa segue abaixo, e está disponível no site http://ccgi.fgv.br/eventos.

Por favor, confirme seu interesse em participar enviando um e-mail com seus dados (nome e número de documento de identificação) para:

Fernanda Bertolaccini – fernanda.bertolaccini@fgv.br
CCGI – ccgi@fgv.br


PROGRAMA

CONFERÊNCIA OS RUMOS DA POLÍTICA DE COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL

Abertura e Painel 1
Dados e Fatos: um retrato do Brasil nas correntes internacionais de comércio
Objetivo: Apresentar um quadro atual dos fluxos, origens e destinos das exportações e importações brasileiras. Examinar a participação da agricultura, indústria e serviços no comércio, e o porquê da perda da competitividade brasileira. Comparar custos mão de obra, energia, tributários e de infraestrutura com os de outros parceiros internacionais do Brasil.

Presidente – Yoshiaki Nakano
Acadêmico - Ricardo Markwald – Funcex
Carlos Abijaoldi – CNI
Tatiana Palermo – CNA
Mauro Laviola – AEB

Coffee Break

Painel 2
Brasil: as estratégias possíveis - sul-sul ou sul-norte?
Objetivo: Debater as vantagens e desvantagens da atual Política de Comércio Exterior do Brasil. Examinar como reforçar o multilateralismo da OMC com os ganhos dos acordos comerciais. Debater quais seriam as opções para acordos comerciais: sul-sul, sul-norte, sul-leste ou sul-oeste. Analisar os impactos para o Brasil dos Mega-Acordos Comerciais (TTIP e TPP) e o enfraquecimento da OMC. Discutir se o Mercosul é hoje uma oportunidade ou uma camisa de força para o comércio. Indagar sobre as opções do Brasil para a América do Sul, e se a Aliança do Pacífico representa uma ameaça da China na região. Questionar o que representam os BRICS e como podem atuar para resgatar a posição central da OMC.

Presidente: Embaixador Luiz Felipe de Seixas Correa
Acadêmico – Vera Thorstensen – FGV SP
Aluisio Lima Campos – American University School of Law
Ronaldo Costa – MRE
Tomas Zanotto – FIESP
Sandra Rios – Cindes

Painel 3
O Brasil nas cadeias globais de valor: custos e oportunidades de se conectar às cadeias
Objetivo: Apresentar a posição do Brasil nas cadeias globais. Debater quais setores industriais e de serviços tem potencial para integrar-se e beneficiar-se das cadeias globais de produção. Indagar qual é o papel dos serviços na agregação de valor das cadeias. Examinar quais seriam os programas de uma plataforma de inserção do Brasil nessas cadeias. Analisar qual a relação dos acordos de comércio com o fortalecimento das cadeias. Para fortalecer as cadeias, quais seriam os mais relevantes parceiros comerciais do Brasil?
Presidente – Professor Celso Lafer (a confirmar)
Acadêmico – Lucas Ferraz – FGV SP
Renato Baumann – IPEA
Paulo Estivallet Mesquita – MRE
Lia Vals Pereira – FGV-Rio
Roberto Caiuby Vidigal

Brunch

Painel 4
A voz do setor produtivo
Objetivo: A formulação de uma nova Política para o Comércio Exterior deve contemplar os anseios dos diversos segmentos produtivos envolvidos no comércio internacional.
Presidente – Embaixador Fernando de Mello Barreto
Representante da ABIT
Representante da ABIQUIM
Representante da ANFAVEA
Representante da ABIA
Representante da ABIMAQ
Representante da ABINEE
Representante da IBA
Representante da UNICA

Painel 5
Uma nova estrutura para uma nova Política de Comércio Exterior
Objetivo: Debater como reformular a estrutura governamental, de forma a dar coordenação e suporte a nova Política de Comércio Exterior. Examinar reformas necessárias do ponto de vista estrutural e de instrumentos de Política.
Mediador: Sergio Leo
Clodoaldo Hugueney (a confirmar)
Rubens Barbosa
Alessandro Teixeira
Samuel Pinheiro Guimarães
Regis Arslanian

sábado, 19 de julho de 2014

Rumos do comercio exterior no Brasil - conferencia na FGV-SP (11/09/2014)

O comércio exterior do Brasil tem rumos? Eles foram definidos, estão claros, estamos perdidos?
Em todo caso, observamos um nítido retrocesso nos últimos anos, tanto em termos de orientações, quanto de composição, de competitividade, de respeito pelas normas multilaterais, de simples defesa dos compromissos firmados sob o Mercosul, por exemplo, se não for falta completa de bom senso.
Dá para consertar?
Talvez...
Metade, ou mais, do povo que vai abaixo, pode tentar, mas ainda assim seria preciso um governo que agisse de forma coerente e consentânea com os interesses dos agentes econômicos que produzem e que exportam no Brasil, o que não é certo que ocorra com o atual, mais movido por ideologias e políticas bizarras do que pelo simples bom senso.
Quando se fala de política de comércio exterior estamos falando de atitudes em face do relacionamento externo do Brasil, que têm a ver com nossa competitividade agrícola, industrial, em serviços e em inteligência de comércio exterior, que não é apenas promoção comercial, mas uma definição ampla e clara do que queremos, do que necessitamos, para onde desejamos ir.
No governo atual parece claro: vamos ser avestruzes, nos fechar, ter uma política defensiva, no máximo fazer promoção comercial num sentido claramente ideológico: passar a mão por cima de todas as arbitrariedades comerciais e políticas da Argentina no Mercosul, e sair por aí promovendo uma tal de política Sul-Sul, canhestra, caolha, irracional, simplesmente ridícula.
Uma conferência como essa é muito bem vinda, por permitir debater todos esses problemas e apontar soluções.
Elas são fáceis de serem implementadas?
Provavelmente não, pois o governo, a quem cabe uma série de definições nessa área, é um monstrengo desgovernado e sem rumo (o conceito é apropriado, portanto, mas não parece se adaptar muito bem ao que faz o governo atualmente, que parece uma barata tonta).
Se houver soluções, elas serão implementadas pelo governo?
Dificilmente, não apenas porque falta tempo a esse governo, mas porque ele não sabe o que fazer...
Em todo caso, trata-se de uma excelente ocasião para debater alguns dos mais importantes problemas não apenas do comércio exterior, mas das políticas públicas em áreas econômicas relevantes para os destinos do país.
Meus parabéns aos organizadores.
Paulo Roberto de Almeida

CONFERENCIA OS RUMOS DA POLÍTICA DE COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL E LANÇAMENTO DO CCGI COMO WTO CHAIR
Data: Quinta – 11/09/2014
Local: Auditório da FG
Av. 9 de Julho 2029
Das 9h00 as 17h00

 O superávit do comércio exterior brasileiro mostra declínio desde 2006. Caiu de US$ 46 bilhões em 2006 para US$ 2,5 bilhões em 2013, podendo apresentar déficit em 2014.
Algumas razões são apresentadas para esse declínio: a crise econômica de 2008, que paralisou a economia global, sem que até hoje tenha ocorrido recuperação significativa nas grandes economias; a reorientação da economia chinesa, que resultou em taxas menores de crescimento, diminuindo a demanda por commodities, os principais produtos exportados pelo Brasil; a perda de competitividade global dos produtos industrializados brasileiros, cuja participação decresceu significativamente nas exportações de nosso país.
No entanto, uma visão mais aguda do quadro ajuda a detectar questões outras que poderiam explicar a atual perda de fôlego do comércio exterior brasileiro.
Além das questões de Custo Brasil, carga tributária, encargos trabalhistas e câmbio, debate-se, nos meios acadêmicos, se a perda de ímpeto do comércio não seria consequência da opção do País pelo multilateralismo, em detrimento dos acordos preferenciais de comércio, e pela ênfase no comércio Sul-Sul, fragilizando a alternativa Norte-Sul, que envolve os países desenvolvidos, com o consequente distanciamento das cadeias globais de valor.



Diante desse quadro, o CCGI – Centro do Comércio Global e Investimento da EESP/FGV, com apoio do Valor Econômico propõem a realização da Conferência Os Rumos da Política de Comércio Exterior do Brasil em que serão debatidos os principais pontos de uma proposta de agenda. Serão apresentados dados sobre as oportunidades a serem exploradas, resultados de modelagem de possíveis acordos, bem como a posição do Brasil com relação às cadeias globais de valor. Finalmente, serão discutidas medidas que possam gerar os ajustes necessários tanto em termos de atuação diplomática, quanto de reformulação da estrutura do comércio exterior do Brasil.

Este evento inaugura as atividades da Cátedra OMC no Brasil atribuída ao CCGI – Centro de Comércio Global e Investimento da EESP-FGV. 

Questões a serem debatidas:
1) Por que o superávit comercial brasileiro perdeu fôlego nos últimos anos?
2) Qual o peso da crise global nessa perda?
3) Qual o impacto da diminuição do ritmo de desenvolvimento da China?
4) Qual o peso da perda de competitividade dos produtos industrializados?
5) Como se tem comportado o setor de serviços?
6) O que significa participar das cadeias globais de valor?
7) Por que as exportações de bens industrializados perderam competitividade global?
8) Quais as vantagens da opção do Brasil pelo multilateralismo?
9) Os tratados de comércio preferencial podem ser uma alternativa válida?
10) Há conflito entre a opção multilateralista e a opção por acordos comerciais?
11) Há contradição entre o Brasil manter boas relações Norte-Sul e Sul-Sul?
12) Se os EUA e a União Europeia assinarem o TTIP, como o Brasil será afetado?
13) Qual o potencial de comércio no âmbito dos BRICS?
14) Há vantagens no Brasil se aproximar da Aliança do Pacífico?
15) O Mercosul, hoje, é uma vantagem ou um peso para o Brasil?

O programa preliminar segue abaixo.
Por favor, confirme seu interesse em participar enviando um e-mail com seus dados (nome e número de documento de identificação) para:
Fernanda Bertolaccini – fernanda.bertolaccini@fgv.br
CCGI – ccgi@fgv.br
Vera Thorstensen
Coordenadora do CCGI
Centro do Comércio Global e Investimento, EESP - FGV                       

PROGRAMA
CONFERÊNCIA: OS RUMOS DA POLÍTICA DE COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL
Abertura
9h00 – 9h30
LANÇAMENTO DA CATEDRA OMC
Representantes do CCGI, da EESP-FGV e da OMC

Painel 1
9h30 – 10h45
Dados e Fatos: um retrato do Brasil nas correntes internacionais de comércio
Objetivo: Apresentar um quadro atual dos fluxos, origens e destinos das exportações e importações brasileiras. Examinar a participação da agricultura, indústria e serviços no comércio, e o porquê da perda da competitividade brasileira. Comparar custos mão de obra, energia, tributários e de infraestrutura com os de outros parceiros internacionais do Brasil
Palestrantes convidados:
Presidente – Yoshiaki Nakano
Acadêmico - Ricardo Markwald – Funcex
Debatedor – Sandra Rios – CINDES
Daniel Godinho – SECEX
Carlos Abijaoldi – CNI
Tatiana Palermo – CNA
Mauro Laviola – AEB

Coffee Break
10h45 – 11h00

Painel 2
11h00 – 12h15
Brasil: a ideologia da opção sul-sul ou o pragmatismo da opção sul-norte?
Objetivo: Debater as vantagens e desvantagens da atual Política de Comércio Exterior do Brasil. Examinar como reforçar o multilateralismo da OMC com os ganhos dos acordos comerciais. Debater quais seriam as opções para acordos comerciais: sul-sul, sul-norte, sul-leste ou sul-oeste. Analisar os impactos para o Brasil dos Mega-Acordos Comerciais (TTIP e TPP) e o enfraquecimento da OMC. Discutir se o Mercosul é hoje uma oportunidade ou uma camisa de força para o comércio. Indagar sobre as opções do Brasil para a América do Sul, e se a Aliança do Pacífico representa uma ameaça da China na região. Questionar o que representam os BRICS e como podem atuar para resgatar a posição central da OMC.
Palestrantes convidados:
Presidente: Embaixador Luiz Felipe de Seixas Correa
Acadêmico – Vera Thorstensen – FGV SP
Debatedor – Aluisio Lima Campos – American University
Ronaldo Costa – MRE
Pedro Passos – IEDI
Tomas Zanotto – FIESP
Roberto Rodrigues – GV AGRO

Painel 3
12h15 – 13h30
O Brasil nas cadeias globais de valor: custos e oportunidades de se conectar às cadeias
Objetivo: Apresentar a posição do Brasil nas cadeias globais. Debater quais setores industriais e de serviços tem potencial para integrar-se e beneficiar-se das cadeias globais de produção. Indagar qual é o papel dos serviços na agregação de valor das cadeias. Examinar quais seriam os programas de uma plataforma de inserção do Brasil nessas cadeias. Analisar qual a relação dos acordos de comércio com o fortalecimento das cadeias. Para fortalecer as cadeias, quais seriam os mais relevantes parceiros comerciais do Brasil?
Palestrantes convidados:
Presidente – Professor Celso Lafer
Acadêmico – Lucas Ferraz – FGV SP
Debatedor – Renato Baumann – IPEA
Paulo Estivallet Mesquita – MRE
José Serrador – Embraer
Luiz Fernando Furlan
Roberto Caiuby Vidigal

Brunch
13h30 – 14h30

Painel 4
14h30 – 15h45
A voz do setor produtivo
Objetivo: A formulação de uma nova Política para o Comércio Exterior deve contemplar os anseios dos diversos segmentos produtivos envolvidos no comércio internacional.
Palestrantes convidados:
Mediador – Jornalista
Representante da ABIT
Representante da ABIQUIM
Representante da ANFAVEA
Representante da ABIA
Representante da ABIMAQ
Representante da ABINE
Representante da IBA

Painel 5
15h45 – 17h00
Uma nova estrutura para uma nova Política de Comércio Exterior
Objetivo: Debater como reformular a estrutura governamental, de forma a dar coordenação e suporte a nova Política de Comércio Exterior. Examinar reformas necessárias do ponto de vista estrutural e de instrumentos de Política.
Palestrantes convidados:
Mediadora – Vera Thorstensen
Clodoaldo Hugueney
Rubens Barbosa
Alessandro Teixeira
Samuel Pinheiro Guimarães
Eduardo Gianetti da Fonseca
Sergio Amaral

terça-feira, 15 de julho de 2014

Eleicoes 2014: o comercio exterior na plataforma dos candidatos

Presidenciáveis prometem ampliar o comércio com parceiros internacionais

Tradicionalmente, a política externa não tem a mesma prioridade que os assuntos domésticos em campanhas presidenciais. Sob esse aspecto, poucas são as diferenças entre uma e outra diretriz dos programas de governo de Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). O que se destaca é que, desta vez, diante do baixo crescimento da economia brasileira, os três candidatos prometem a ampliação do comércio e dos investimentos do Brasil com os parceiros internacionais e não deixam de mencionar a necessidade de fortalecimento do Mercosul.
Presença em grandes fóruns
Aécio defende uma política externa conduzida com base nos princípios da moderação e da independência. Critica a ideologização das relações do Brasil com os países da América do Sul. Sem citar nomes, ele dá a entender que a aliança com os chamados bolivarianos — Venezuela, Bolívia e Equador — deve ser revista.
O tucano não cita a integração Sul-Sul, iniciada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao contrário de Dilma e Campos. Defende a expansão do comércio com países desenvolvidos e em desenvolvimento, e dá um importante sinal ao mercado: deve flexibilizar a norma do Mercosul que impede que países do bloco negociem, sozinhos, acordos comerciais em separado. O PT não pretende rever a regra, e o PSB admite fazer isso, caso realmente seja necessário.
Os três candidatos afirmam que trabalharão para aumentar a presença do Brasil nos grandes fóruns internacionais. Aquecimento global, direitos humanos, paz, democracia e segurança na internet estão entre os temas mais mencionados. Campos e Aécio prometem valorizar o Ministério das Relações Exteriores.
A crise entre Brasil e EUA, causada pela informação de que órgãos de inteligência americanos espionam cidadãos brasileiros, incluindo a presidente da República, é aproveitada no programa de Dilma. “Queremos construir mecanismos que protejam todas as formas de comunicação — a internet, em particular — assegurando a privacidade da cidadania, das empresas e dos governos”, diz um trecho do capítulo do PT que trata de política externa.
Fonte: O Globo

terça-feira, 1 de julho de 2014

Brasil, contas externas: deterioracao da balanca comercial - Banco Itau

A despeito da relativa melhoria no mês de junho, a tendência é preocupante.
Mais uma herança maldita?
Paulo Roberto de Almeida 

BRASIL - Balança comercial apresenta superávit em junho

O mês de junho teve superávit comercial de US$ 2,4 bilhões, abaixo das nossas expectativas e do consenso do mercado (US$ 2,9 bi e US$ 2,75 bi, respectivamente). As exportações somaram US$ 20,5 bi apresentando um crescimento de 1,2% frente a maio (após ajuste sazonal) e as importações somaram US$ 18,1 bi, mostrando um recuo de 2,6% frente a maio.
Em relação ao mesmo período do ano passado, controlando pelo número de dias úteis, houve recuo nas exportações (-3,2%) e nas importações (-3,8%). No primeiro semestre de 2014, a balança comercial acumula déficit de US$ 2,5 bilhões, ligeiramente inferior ao déficit de US$ 3,1 bilhões observado nos primeiros seis meses de 2013.
Nas exportações, o destaque positivo ficou por conta dos básicos que reverteram a tendência recente de queda e apresentaram crescimento de 9,5% na média diária em comparação com junho de 2013. Essa melhoria foi puxada pelas vendas de petróleo bruto, carne suína e bovina, soja (farelo e grão) e café. Os manufaturados, por sua vez, recuaram 19,3% em relação ao ano passado, com o destaque negativo sendo novamente nas vendas de automóveis de passageiros e autopeças cujo principal mercado é a Argentina. Os semimanufaturados também registraram novamente retração (-1,9%).
As importações ex-combustíveis recuaram 2,8% em relação a maio (com ajuste sazonal), revertendo a alta que havia sido observada no mês anterior, em um movimento consistente com a moderação da atividade econômica esperada no segundo trimestre desse ano. Após o ajuste sazonal, observou-se redução mensal das importações em quatro das cinco categorias de uso. As compras de bens de capital, bens intermediários, bens de consumo não duráveis e duráveis, recuaram 1,1%, 7,8%, 0,2% e 4%, respectivamente.
As importações de combustíveis e lubrificantes, por sua vez, somaram US$ 3,3 bilhões em junho, um aumento de 43,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, parte do aumento das compras de combustíveis e derivados foi compensada pelo aumento das exportações de petróleo bruto. No mês o saldo comercial de petróleo bruto foi ligeiramente superavitário em US$ 59 milhões.
Em relação ao comércio com os principais parceiros, continua destacando-se a redução das exportações para a Argentina que no primeiro semestre já recuaram 20% em relação ao mesmo período de 2013. As exportações para os Estados Unidos e para a China, por outro lado, vem compensando parte dessas perdas e avançaram no ano 10,5% e 4%, respectivamente.
Em suma, o saldo comercial de junho, apesar de um pouco abaixo das expectativas, mostrou melhora em relação aos meses anteriores. As exportações continuam em queda em comparação com 2013, mas a redução das importações compensou parte dessa retração. Esperamos resultado ligeiramente superavitário na balança comercial em 2014.

Julia Gottlieb
Economista

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Querida: encolheram o global trader! Como isso foi acontecer?

Não foi por acaso: deixaram ligada a máquina de extração tributária que inviabiliza qualquer competitividade empresarial, aumentaram o poder regulatório do ogro estatal que pretende dirigir não só operações de mercado como o próprio capitalismo, e continuaram a ser tão incompetentes quanto sempre foram.
Foi isso!
Paulo Roberto de Almeida

DÉFICIT COMERCIAL DO BRASIL COM A EUROPA AUMENTA MAIS DE 10 VEZES EM UM ANO!

(Estado de SP, 19) 1. O déficit do Brasil com a Europa aumenta mais de dez vezes em apenas um ano e os produtos nacionais perdem espaço no mercado europeu. Dados divulgados ontem (18), pela União Europeia –UE-  apontam que o Brasil é o país emergente que sofreu a maior queda de vendas para o mercado da UE em 2013 e passou a ser o único membro dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), com o qual a Europa terá superávit no ano.

        
2. De acordo com os dados da Eurostat, as exportações do Brasil para a Europa até setembro deste ano registraram uma queda de 15%, caindo de 26 bilhões de euros para 22 bilhões. A redução fez com que o Brasil fosse superado pela Índia e Coréia do Sul, vendo sua posição cair da oitava para a décima colocação entre os fornecedores de bens para o mercado europeu.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Comercio exterior, na ladeira declinante - Rolf Kuntz

No comércio exterior, o buraco dos erros políticos

Rolf Kuntz
O Estado de S. Paulo, 03/08/2013

O Brasil só precisa conseguir um superávit comercial de US$ 4,99 bilhões em cinco meses – média mensal de US$ 998 milhões – para encerrar o ano com o saldo zerado, o pior em 13 anos, mas, ainda assim, muito melhor que o acumulado nos últimos sete meses. Nada mais fácil, se os preços e o volume de vendas de commodities ajudarem, se a indústria se tomar mais competitiva e os ventos forem mais favoráveis no mercado internacional. O entusiasmo criado pelos últimos números da indústria, com crescimento de 1,9% de maio para junho, combina com essa aposta. Olhados com um pouco mais de atenção, no entanto, os dados justificam alguma cautela: a produção industrial está apenas voltando aos níveis de 2011. Não se deve esquecer o tombo do ano passado. Da mesma forma, convém olhar com mais cuidado as cifras da balança comercial. São mais feias do que podem parecer à primeira vista.
O resultado oficial de janeiro a julho inclui, na coluna da receita, US$ 2,81 bilhões de exportações fictícias de plataformas para extração de petróleo. Foram US$ 380 milhões só no mês passado. Em sete, meses, esse tipo de operação ficou no segundo lugar na lista de vendas de manufaturados. Situou-se logo abaixo de automóveis de passageiros (US$ 2,99 bilhões) e logo acima de óleos combustíveis (US$ 2,1 bilhões) e de autopeças (US$ 2,05 bilhões). Só há um problema nessa classificação. O Brasil de fato produz e exporta veículos, óleos, autopeças e aviões (US$ 1,81 bilhão), mas as plataformas são contabilizadas sem necessidade de embarque e sem a realização efetiva de uma operação comercial. Sua “exportação” é apenas uma formalidade para reduzir a tributação sobre equipamentos do setor petrolífero. A operação é legal, mas sua inclusão na balança de comércio distorce as contas. Sem essa receita fictícia, o rombo teria chegado a US$ 7,8 bilhões.
O país, segundo a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres, ainda poderá ter um saldo positivo este ano, embora muito menor, certamente, que o de 2012 (US$ 19,41 bilhões). O resultado é em grande parte explicável, disse a secretária, pelas operações com petróleo e derivados. Foi um déficit de US$ 15,44 bilhões, 270,31% maior que o de um ano antes. A observação pode parecer razoável, mas o problema da conta petróleo está longe de ser acidental ou passageiro. No ano passado, o rombo, no mesmo período, havia sido 164,26% maior que o de janeiro a julho de 2011. Também isso é conseqüência da política econômica.
O cardápio da política econômica permanece quase invariável com pequenas mudanças para pior


As importações de combustíveis e lubrificantes têm aumentado porque a Petrobrás deixou de produzir petróleo e derivados em volumes suficientes. Isso resulta do estilo de gestão adotado no governo anterior, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva subordinou a estatal a seus objetivos políticos. A alardeada autossuficiência nunca foi muito além do marketing presidencial.
O acúmulo de erros minou as finanças e a capacidade produtiva do grupo. Houve investimentos mal planejados, prioridades mal escolhidas, controle de preços e uso da empresa como instrumento de uma política industrial voluntarista. As correções iniciadas pela atual administração tiveram efeitos até agora limitados. A política de preços, apenas atenuada nos últimos tempos, causou danos enormes à produção de etanol, porque o álcool se tomou proporcionalmente mais caro.
O mau estado das contas externas mais uma vez reflete os grandes erros da política econômica. As exportações de produtos básicos e semimanufaturados somaram 60,2% da receita comercial acumulada nos sete meses. A participação dos manufaturados cresceu ligeiramente, de 36,8% para 37,5% (o resto da conta corresponde às chamadas operações especiais). Mais uma vez, portanto, o Brasil se caracterizou como fornecedor de commodities e pagou um preço pesado por isso. Pela média diária, houve redução de 1,6% na receita dos básicos e de 6% na de semimanufaturados.
Esse efeito foi particularmente sensível em julho, quando os preços de 12 das 22 principais commodities foram menores que os de um ano antes. Os valores desses bens são normalmente mais afetados pelas oscilações da demanda que os preços dos manufaturados. Mas a diplomacia comercial, ao desprezar acordos com os mercados mais desenvolvidos, tornou o Brasil mais dependente da América Latina para as vendas desses produtos.
Também na região os produtores chineses vêm tomando espaços dos brasileiros. Nada parece mais natural. Basta levar em conta a baixa qualidade dos acordos comerciais firmados até com os vizinhos e as condições de competição, minadas pelo encarecimento da produção, pelo alto custo do investimento e pelo ambiente -incluído o sistema de transportes – altamente desfavorável aos negócios. A atenção maior ao consumo que à produção afeta a balança comercial desde 2007, quando as importações começaram a crescer mais que as exportações.
Nem o aparente arrefecimento da inflação justifica maior otimismo. Com a pioradas contas públicas, pressões inflacionárias continuarão forçando o Banco Central a manter juros elevados. Mudanças no cenário global complicam o quadro. A alta do dólar é mais um fator de elevação de preços e o financiamento externo tende a ficar mais difícil.
Enquanto isso, o cardápio da política econômica permanece quase invariável com pequenas mudanças para pior. Enquanto ministros da área econômica encenam um corte de gastos de R$ 10 bilhões – tesourada no vento, na maior parte -, a presidente se dispõe a liberar R$ 6 bilhões para amansar uma base parlamentar indócil. A eleição continua dominando as atenções do governo, como se todo o resto, incluída uma economia de uns R$ 4,5 trilhões (cerca de US$ 2,2 trilhões), pudesse esperar.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Comercio exterior, noticias ruins em todas as frentes...

Argentina y Brasil aislados en acuerdo contra protecionismo
El Observador (Uruguai), 2/07/2013

Rechazan extender hasta 2016 compromiso del G-20 para de no afectar comercio e inversiones

Brasil y Argentina están aislados en el G-20, grupo de las economías desarrolladas y emergentes, en su rechazo de extender hasta 2016 un compromiso para que los países no adopten medidas que afecten el comercio y las inversiones.

Desde 2008, en cada cumbre de líderes del G-20, el grupo de naciones que representan el 90% de la producción mundial se compromete a rechazar el proteccionismo. Ese pacto se renovó en Los Cabos (México), el año pasado, hasta final de 2014, incluyendo la promesa de retroceder en caso de cualquier nueva medida proteccionista adoptada con anterioridad.

Para la cumbre de septiembre en San Petersburgo, Rusia, en la mesa de negociaciones está la propuesta de extender el compromiso por otros dos años, en medio del reconocimiento de que la economía global no salió de la crisis, continúa debilitada y el comercio internacional se expande lentamente.

El compromiso es importante desde el punto de vista político, a pesar de que siempre fue un fracaso. La Organización Mundial de Comercio (OMC) muestra que en los países del G-20 se implementaron más de cien medidas restrictivas al comercio en los últimos siete meses. Brasil siempre resistió al compromiso de “standstill”, conforme el vocabulario de la OMC. Esta vez la posición brasileño sorprendió a los negociadores al menos por dos razones. Por un lado, Brasil se aísla con Argentina en una situación que se ve como desnecesaria y que alimenta fricciones, cuando el propio ministro de Economía brasileño, Guido Mantega, anunció recientemente que ahora, con el real desvalorizándose, planea reducir algunos aranceles de importación para aliviar el costo de sectores industriales.

Además, el brasileño Roberto Azevedo, nuevo director general de la OMC, deberá ser uno de los mayores defensores del entendimiento anti-proteccionismo. Azevedo participará en San Petersburgo de su primer G-20 con el mismo discurso de cualquier jefe de la OMC, de que el comercio puede ser un motor de crecimiento y una fuente de fuerza para la economía global, y no ser visto como una fuente de inestabilidad y tensión.

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Argentina cai no ranking de exportadores para o Brasil
Clarín (Argentina), 2/07/2013

Segundo os dados de julho, a Argentina foi superada pela Nigéria entre os principais exportadores para o mercado brasileiro. Agora, a Argentina está no quarto posto. Em julho, o País registrou déficit com o vizinho, apesar das barreiras comerciais que afetam também produtos brasileiros.

O ranking dos principais vendedores para o Brasil agora é assim: China, Estados Unidos, Nigéria e Argentina.

Em julho, enquanto a China e os Estados Unidos exportaram mais de US$ 3 bilhões para o Brasil, a Nigéria marcou US$ 1,8 bilhões e a Argentina quase US$ 1,5 bilhões. 

O aumento da compra de petróleo nigeriano, por parte do Brasil, foi um dos principais motivos para este novo quadro.

As exportações argentinas para o Brasil representaram, em julho, 6,5% do total importado pelo Brasil - principal sócio comercial argentino.

São dados da consultoria Abeceb, de Buenos Aires, com base nos números do Ministério brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de primeiro de agosto.

Por sua vez, o déficit comercial argentino, de quase US$ 400 milhões com o Brasil corresponde a seu já histórico resultado na relação bilateral, de acordo com análise da Abeceb.

Em termos gerais, o comércio bilateral registrou aumento de 18,7% em julho em relação ao mesmo mês de 2012, com um total de US$ 3.3 bilhões.

O resultado foi, porém, deficitário para a Argentina porque as importações feitas pelo País, do Brasil, aumentaram, mas suas exportações para o mercado brasileiro não responderam o mesmo ritmo.

De acordo com o estudo da Abeceb, o déficit de julho corresponde a uma questão “estrutural do comércio”.

Vale recordar que a moeda brasileira, o real, está valorizada na comparação com o peso argentino - o que tradicionalmente foi preocupação do setor industrial argentino que temia e teme que um real desvalorizado tire a competitividae dos produtos nacionais.

Em julho, as compras argentinas do Brasil subiram 25,2% em relação ao mesmo mês de 2012 – sendo de cerca de US$ 1,8 bilhões.

Já as exportações argentinas para o mercado vizinho foram de pouco mais de US$ 1,4 bilhões –  11,3% acima do que foi registrado em julho de 2012.  As duas economias estão em processo de menor crescimento, segundo dados oficiais do Brasil e de acordo com previsões do setor privado argentino.

Entre os principais produtos desta balança comercial destacam-se os que compõem o setor automotivo.

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Brésil : Le commerce extérieur se dégrade, baisse des exportations
Les Échos (França), 2/07/2013

Le Brésil a accusé en juillet un déficit commercial pour le quatrième mois depuis le début de l'année, selon des statistiques publiées jeudi qui laissent craindre un solde négatif pour l'ensemble de 2013 - une situation que le pays n'a plus connue depuis plus d'une décennie.

Le déficit des échanges extérieurs s'est monté à 1,897 milliard de dollars (1,44 milliard d'euros) le mois dernier, alors que huit économistes interrogés par Reuters tablaient en moyenne sur un excédent de 480 millions.

Le Brésil, gros exportateur de matières premières comme le soja ou minerai de fer, avait enregistré un excédent de 2,39 milliards en juin.

Depuis le début de l'année, le pays a accumulé un déficit commercial de 4,989 milliards de dollars, à comparer à un excédent de 9,9 milliards sur les sept premiers mois de 2012.


Les exportations pâtissent à la fois de la baisse de valeur des produits brésiliens et d'une demande plus faible à l'étranger. Les importations, à l'inverse, sont restées robustes malgré la dépréciation de la monnaie brésilienne face au dollar.

domingo, 2 de junho de 2013

Farm subsidies benefit members of the Congress - Wall Street Journal

Corey Bowles
The Wall Street Journal, June 1, 2013

Fifteen members of Congress received federal agricultural subsidies in 2012, according to data released Friday, mostly from a program that could soon be eliminated by legislation now before the Senate.
The federal payments to the lawmakers—13 Republicans and two Democrats—ranged from $339 to Rep. Randy Neugebauer (R., Texas) to $70,574 to Rep. Stephen Fincher (R., Tenn.). The data were released by the Environmental Working Group, a liberal research group, based on an analysis of data released by the U.S. Department of Agriculture.
Associated Press
Rep. Doug LaMalfa (R., Calif.), left, speaks with Rep. Cheri Bustos (D., Ill.), right, before a May House Agriculture Committee hearing on the farm bill under consideration.
The payments to all but two of the lawmakers were well above the average of $604 paid to the lowest-subsidized 80% of farmers between 1995 and 2012, the group said. The group eliminates the largest 20% of farm payments in its average, saying their size skews the result. Agricultural subsidies are awarded based on a farm's acreage and crop yields of previous years.
Most of the lawmakers got the payments because either they or their spouse owns an interest in a family farm. The farm owned by Mr. Fincher and his wife, Lynn, is in Halls, Tenn.
The release of the data comes as Senate lawmakers look to start floor debate this coming week on a farm bill that authorizes $1 trillion in spending over 10 years and reauthorizes a range of federal agricultural policies, including payments and subsidies to farmers, as well as funding for renewable energy and conservation programs.
The Senate bill would end direct payments to farmers, a decades-old program that sends money to certain farmers regardless of their farm's current crop yield, market prices or the farmer's economic circumstances.
The Senate bill envisions many farmers shifting to federal crop-insurance programs, which generally provide protection against adverse weather conditions, such has floods or drought. A small but growing number of farmers also purchase insurance providing protection against loss of revenue.
Backers of the bill say this would lead to a more market-based system, where farmers receive federal assistance when times are tough.
The lion's share of spending authorized in the bill would go to nutrition programs for lower-income Americans, known as food stamps. A clash between the House and Senate over the nutrition funding seems likely, as the Senate would pare the cost of the program by $4 billion over a decade, compared with $20 billion in cuts approved by the House Agriculture Committee.
Mr. Fincher and another House Republican who received farm payments, Rep. Doug LaMalfa of California, are members of the agriculture panel. Both voted for the House version of the farm bill, including the food-stamp cut, when the panel considered it in May. Like the Senate legislation, the House bill would wind down direct payments to farmers while making changes to other programs offering support to farmers.
According to the Environmental Working Group data, Mr. LaMalfa received $62,857 in federal farm-subsidy payments last year, the second-highest amount of any lawmaker.
In a statement released by his office, Mr. Fincher said that farm programs are "in need of major reform. I voted immediately to remove direct payments." A spokesman for Mr. LaMalfa said the lawmaker has long opposed the farm-subsidy system and voted to end direct payments.
Sen. Michael Bennet (D., Colo.), one of two Democratic senators to receive farm payments, got $2,107 last year, according to the group's data. A spokesman for Mr. Bennet said the senator donated the money to charity.
The figures from the Environmental Working Group don't include federal payments toward farmers' cost of crop insurance, which isn't released publicly by the federal government.
This is the first time the group released data for a single year. Previously, it released data cumulatively for subsidies received by lawmakers since 1995.
Write to Corey Boles at corey.boles@dowjones.com
A version of this article appeared June 1, 2013, on page A4 in the U.S. edition of The Wall Street Journal, with the headline: Lawmakers' Farm Subsidies Draw Focus.