Addendum:
Depois de postado o que vai abaixo, recebi uma correção, de um colega de farda, que segue in fine.
Publico ambos, pois creio que tanto a matéria incorreta, quanto sua correção são indicativos do estado de espírito que reina no país atualmente.
Paulo Roberto de Almeida
É O COMANDANTE MILITAR DO SUL.
Senhores e senhoras,
Circula na Internet um e-mail que atribui ao General Mourão, Comandante Militar do Sul, declarações feitas durante a cerimônia do Dia do Soldado, em Porto Alegre, no dia 25 próximo passado, segundo as quais, ele teria citado a existência de "muitos inimigos internos que impedem nosso caminho rumo ao progresso e à democracia", concluindo que "se enganam aqueles que nos julgam desprevenidos ou despreparados: ELES QUE VENHAM!", ao que a tropa teria respondido: "SERÃO DERROTADOS!".
As palavras do General Mourão aos seus comandados não foram essas. Tratando-se da cerimônia do Dia do Soldado, na qual se homenageia a figura do Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro, o General Mourão ressaltou o papel do Marechal Luís Alves de Lima e Silva que venceu revoltas internas e concedeu a anistia aos rebelados, garantindo a pacificação do País em momentos difíceis, concluindo que o Exército Brasileiro, inspirado em seu patrono, cumpre a sua missão constitucional amparado na História. Ao final de suas palavras, o General Mourão, numa saudação militar, bradou: "ELES QUE VENHAM!" No que foi respondido pela tropa: "POR AQUI NÃO PASSAM!", a célebre frase proferida pelo então Coronel Emílio Luís Mallet, Comandante do 1o Regimento de Artilharia a Cavalo, na abertura da Batalha de Tuiutí, em 24 de maio de 1866, na Guerra da Tríplice Aliança - frase muito usada pelos artilheiros (como é por origem o General Mourão) desde os tempos da Academia Militar.
Não é possível precisar como e porque as palavras do General Mourão foram distorcidas, ficando a critério de cada um inferir o para quê. Frise-se que o General Mourão não precisa de intérpretes, porta-vozes ou defensores, por que ele é senhor de suas palavras, apoiado numa sólida tradição de serviço ao Exército e ao País, não me cabendo, portanto, qualquer desses papéis. Cumpro apenas o dever de esclarecimento, alertando para uma inverdade que se volta contra um amigo e para o absurdo de aceitarmos a versão de que um general do último posto do Exército Brasileiro viesse a se manifestar na contramão do espírito que norteia a Instituição ao longo de sua história.
O desrespeito não foi só ao General Mourão, foi também, e acima de tudo, ao Exército, e ao Brasil.
Abraço fraterno,
Sérgio Paulo Muniz Costa