O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A ideologia do afrobrasileirismo: uma reacao tardia...

Recebi, em minha caixa da UnB (sim, ainda tenho uma, mesmo depois de anos sem dar aulas naquela universidade bizarra), a mensagem abaixo, que reproduzo tal qual, sem o e-mail de origem (por razões óbvias), que protesta contra um artigo meu de 2004.
Demorou seis anos, portanto, para que alguém resolvesse protestar, defendendo as cores (se ouso dizer) do afrobrasileirismo, essa ideologia que pretende que o Brasil se divide em pretos, de um lado, e todo o resto, do outro, sendo que os pretos (ou negros, ou afrobrasileiros, como voces quiserem), seriam uma "minoria" discriminada.
"Minoria" apenas para os militantes racistas da raça negra -- sorry, mas eles adoram se identificar com a "raça negra", seja lá o que isso queira dizer --, pois, segundo a última PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, 2009-2010) a população autodeclarada como sendo afrodescendente é de 53% por cento do total, ou mais (sempre aumentando, claro, pois muitos estão de olho em políticas discriminatórias a favor deles, com base em cotas raciais e similares).
Bem, não pretendo responder agora ao Marcus, mas vou remeter a meu artigo, e depois retomar o assunto, em algum novo trabalho sobre a ideologia afrobrasileira.
Vale a pena este debate, pois ele é um dos mais importantes da sociedade brasileira contemporânea. Dele depende saber se vamos criar uma sociedade inclusive, verdadeiramente multirracial, misturada, miscigenada -- como aliás já acontece na prática -- ou se vamos caminhar para uma sociedade segmentada em "raças", ou, sendo mais preciso, uma sociedade dividida em pretos, de um lado (e segundo os ideólogos do afrobrasileirismo todo e qualquer mulato é negro por definição), e, do outro, todo o resto da sociedade, amarelos, brancos, levemente avermelhados, acobreados (como os índios, por exemplo), enfim, todo esse povo que não merece receber o rótulo de "afrobrasileiro" e que, portanto, não deve fazer juz a nenhuma política dita de ação afirmativa, na verdade de cunho racista, mesmo tendo de pagar a conta dos anos de escravidão e injustiça que todos nós, não-negros, devemos como reparação aos ditos afrodescendentes.
Disso depende, como eu disse, se vamos viver numa sociedade de Apartheid, ou numa sociedade "normal", o que eles dizem que a sociedade brasileira nunca foi, por ser racista e discriminatória contra os negros mesmo sem reconhecer. Enfim, vocês conhecem toda a argumentação e não preciso me estender agora. Mas prometo voltar...
Paulo Roberto de Almeida

===========

Eis a mensagem recebida: (tal qual)

From: ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| |||||||
Subject: Rumo a um novo Apartheid - Sobre a ideologia Afro-brasileira
Date: 21 de janeiro de 2011 18:49:15 BRST
To: Paulo Roberto de Almeida - UnB

Em primeiro lugar... Não está sendo implantado um apartheid no Brasil. Sempre existiu um Apartheid aqui. No entanto, diferentemente de outros países que são abertamente racistas, o Brasil é um país de falsidades e dissimulações... Tudo aqui é por debaixo dos panos.

Nós afro-brasileiros, temos sido SISTEMATICAMENTE prejudicados ao longo da história desse país. E não adianta nem falar que a exclusão é social e não racial porque, no caso dos afro-brasileiros, é tanto social quanto racial.

As cotas não acirraram o racismo, como muitos afirmaram e desejaram.

Outra coisa:
Você escreveu: ...recuso a qualificação de “afro-brasileiros”...

Quem é você pra recusar ou aceitar alguma coisa... Nós negros é que devemos nos definir da forma que acharmos mais adequada... Você não tem nada com isso!

Como se já não bastasse todos os anos de escravidão, e uma abolição feita de forma a empurrar os negros para as margens da sociedade, mantendo-nos em condições de extrema pobreza, que nos expôs à mortalidade infantil, desnutrição, doenças e mazelas sociais... Ainda temos que esperar que os branquinhos nos digam como devemos nos definir?

Eu sou afro-brasileiro, e ponto final.

Duvido que algum negro já tenha lhe dito que você está errado ao definir-se como “ítalo e luso-brasileiro”... Então, vê se cuida da tua vida!!!

Marcus.


=========

O Marcus protesta contra este meu artigo:

472. “Rumo a um novo apartheid?: sobre a ideologia afrobrasileira
revista Espaço Acadêmico (Ano IV, nº 40, setembro 2004)
link: http://www.espacoacademico.com.br/040/40pra.htm
Relação de Trabalhos nº 1322.

Suponho que ele ainda esteja disponível no mesmo URL, do contrário podem me pedir.

O Marcus está manifestamente com raiva desse meu artigo. Então, em lugar de argumentar contra minhas posições, ele simplesmente me "convida", ou ordena, a ficar fora da discussão:

"Quem é você pra recusar ou aceitar alguma coisa... Nós negros é que devemos nos definir da forma que acharmos mais adequada... Você não tem nada com isso!"

ou no final:

"Então, vê se cuida da tua vida!!!"

Bem, isso pode ser típico da UnB, ou de certos alunos da UnB: em lugar de argumentar com base em regras simples do diálogo socrático, eles colocam logo um monte de !!!s, como se isso fosse um substituto para um debate racional.

Vou responder ao Marcus, e a todos os que pensam como ele, mas não agora.
Por enquanto eu apenas gostaria de dizer o seguinte:

Não vou ficar fora disso, e tenho muito a fazer, além de cuidar da minha vida. Sou um simples brasileiro, como o Marcus, cidadão consciente, como ele parece ser -- embora um tantinho exaltado e dado a repentes de agressividade -- pagador de impostos, como ele certamente é -- pelo menos indiretamente -- e pretendo exercer em toda a plenitude meus direitos de cidadão.
Entre esses direitos se inclui o de contribuir para a construção de uma sociedade inclusiva -- como ele parece também pretender -- sem os laivos do racismo e do Apartheid, uma sociedade que não precise catalogar e carimbar os seus filhos com qualquer rótulo racial ou geográfico, que os una como brasileiros, de preferência miscigenados, misturados, sem uma cor precisa, a não ser aquela cor morena que parece predominar no Brasil (mas isso pode despertar acusações de "etnocídio" em certas áreas, que pretendem a preservação da "raça negra").
Por isso mesmo, vou continuar exercendo meu direito de expressar minha opinião, em toda liberdade, sem constrangimentos de qualquer espécie, e sem ceder a ameaças de quem quer que seja.

Voltarei ao debate Marcus. Aguarde...

Paulo Roberto de Almeida

Precisao nos calculos, nos trilhoes de digitos...

Acho que não precisava tanto para saber o valor exato de Pi, mas sempre tem gente que não se contenta com imprecisões...
O problema seria o que fazer com toda essa certeza...
E atenção, os cálculos ainda não terminaram...
Sabe-se lá se terminarão um dia...
Paulo Roberto de Almeida

Empresário japonês conquista novo recorde mundial por cálculo do Pi
Reuters, 21 de janeiro de 2011

Shigeru Kondo chegou a 5 trilhões de casas do conceito matemático em agosto do ano passado

TÓQUIO - Um empresário japonês de 54 anos, usando um computador construído em casa, calculou o conceito matemático Pi (3,14159) com 5 trilhões de casas em agosto do ano passado e marcou um novo recorde mundial, reconhecido com um certificado pelo Guinness World Records na semana passada.

Shigeru Kondo, engenheiro de sistemas em uma empresa de alimentos em Nagano, no centro do país, calculou a razão da circunferência de um círculo por seu diâmetro e quase duplicou a precisão do recorde anterior, de 2,7 trilhões de dígitos. Ele começou o processo como um hobby.

"Eu realmente quero elogiar meu computador, que fez os cálculos por três meses sem reclamar", disse Kondo ao jornal Chunichi Shimbun. O executivo dividiu a honra com o estudante de ciência da computação dos EUA Alexander Yee, que programou o software e manteve contato com Kondo por e-mail.

Usando peças de armazéns locais e lojas online, o engenheiro montou um computador que conta com dois processadores avançados da Intel e 20 discos rígidos externos. Após 90 dias de processamento ininterrupto, Kondo obteve a sequência de 5 trilhões de números. Ele verificou o resultado com diferentes métodos, o que levou 64 horas adicionais.

O recorde anterior havia sido estabelecido por um consultor de software francês em janeiro de 2010. Calcular um Pi mais preciso, que tende ao infinito, é um desafio para estudiosos há milhares de anos, desde que esse parâmetro foi utilizado no Egito Antigo.

Kondo tenta agora calcular o número com até 10 trilhões de casas. "Se tudo correr bem, devo chegar a esse ponto em julho. Estou realmente ansioso para isso", afirmou.

China: o que vai acontecer em 2011 - McKinsey’s Shanghai office

Esta é a opinião de um "analista empresarial", ou executivo de consultoria, baseado em Shanghai. Pode ser que as coisas sejam diferentes, e a tendência é sempre ser um pouco pior do que as previsões, mas com a China nunca se sabe...
Paulo Roberto de Almeida

What might happen in China this year?
Gordon Orr
McKinsey’s Shanghai office, January 2011

Despite inflation, bankruptcies, and other problems, industrial enterprises should remain highly profitable.

Gordon Orr, a director in McKinsey’s Shanghai office, peers into 2011 and finds ways China may once again surprise the world.

Inflation in food prices will take longer than expected to control. The drivers of inflation are much more structural than cyclical. Indeed, the entire system is now so highly stressed that one snowstorm brings large spikes in food and energy prices as coal runs short. When ice shuts down the roads, as it does today in much of southwestern China, agricultural products simply cannot get to market.

Chinese consumption patterns are shifting as people become wealthier—more meat eating requires more cereals to feed the animals. The food supply chain, running at the limit, is close to breaking, and the pressures this problem creates will lead to further food quality crises. What’s more, price caps won’t be effective in creating a better balance between supply and demand. Rising food prices are a pan-Asian issue: inflation has recently surged in Indonesia (chilies), India (onions), and South Korea (cabbage and now beef as a result of foot-and-mouth disease). China, given its large absolute demand for so many agricultural products, will shape food prices across Asia.

A major second- or third-tier Chinese city will see demonstrations over food price rises, unemployment, or both, on a much larger scale than anything that has occurred in recent years. The demonstrators will probably be satisfied quickly by local action to increase financial support for them and to replace local-government leaders. Yet concerns over copycat actions elsewhere will lead to a nationwide preemptive program to support the urban unemployed.

Middle-class bankruptcies will expand dramatically. Buyers have aggressively bought multiple properties with every penny of free cash flow. All that is needed for a wave of bankruptcies is further interest rate rises (targeting inflation) that result in a blip down in house prices just as mortgage payments rise. We have seen this before across major cities in Asia. The government will probably decide that it cannot bail such people out, as that would be seen as rewarding recklessness among the haves at the expense of the have-nots. There is already significant noise on the Internet to the effect that government leaders are completely out of touch with the true cost of urban housing. These leaders must take material action to show that they are aligned with the hopes of people just getting on the real-estate ladder.

Minimum wages will rise, but productivity gains will outstrip labor costs. The profitability of industrial enterprises remained high at the end of 2010—indeed, higher, in many cases, than it had been a year earlier, despite the minimum-wage increases rolled out in 2010—and will probably remain high. Yet a government seeking to enhance its stature with lower-income workers will find that increasing minimum wages, perhaps by 15 to 20 percent, is an easy lever to pull. Once again, multinationals, especially Asian multinationals, will find themselves being monitored first for compliance. More broadly, 2011 is likely to see further increases in the number of complaints that blue-collar workers bring in the legal system against employers for failure to pay overtime and to give employees the required time off from work.

China’s economic growth will be lower than expected. The rollback of subsidies to consumers will, in 2011, lead to a slow start for consumption, which will never quite catch up during the year. In recent months, for example, automotive purchases accounted for 20 percent of consumption. With the rollback of subsidies, the imposition of quotas in Beijing (and probably other cities), and increased prices for license plates and parking, car sales are likely to plateau if not fall in 2011. This problem will be exacerbated by food price inflation, which will cause lower-income workers to cut back on nonfood and other discretionary expenditures.

China will step up its “invest out” program in the new five-year plan. The government may well seek to double the country’s cumulative outbound investment within the next five years. There will be resistance by governments in some countries (probably in Africa, Eastern Europe, and Latin America) where public opinion is not yet convinced that so much Chinese ownership of key assets is really attractive. This opposition will visibly upset China’s leaders, who may decide to sell the bonds of the reluctant governments and to increase the challenges that enterprises from these nations face in selling to Chinese state entities.

The state will again try to reduce its ownership role in business. If the government relaunches its program to sell off more of its stake in companies, domestic share prices will probably decline or at least remain flat. The program will also soak up much of the liquidity currently supporting Chinese IPOs, thus reducing the ability of entrepreneurs to cash out quickly through them. Also, private-equity firms that have been investing in pre-IPO growth stocks in China may hold on to these investments longer than planned.

Gordon Orr is a director in McKinsey’s Shanghai office.

The fall of the (still) mighty dollar - Barry Eichengreen

Um tema do momento, um grande autor, quase o "romance" do dólar, ou sua biografia não autorizada...
Paulo Roberto de Almeida

The rise and fall of the dollar
The Economist, Jan 20th 2011

Exorbitant Privilege: The Rise and Fall of the Dollar and the Future of the International Monetary System.
By Barry Eichengreen
Oxford University Press; 224 pages; $27.95.
To be published in Britain by OUP next month; £14.99

THE dollar’s ascendance to the rank of world’s most important currency is often remembered as having been slow and gradual, mirroring the decline of sterling and Britain’s historic economic dominance. In fact, it was surprisingly swift. From a standing start in 1914, the dollar had overtaken sterling in international importance by 1925. The first world war played a part, but so did a lesser-known factor. America had surpassed Britain as the world’s largest economic power as early as 1870, but it had a stunted financial system: its banks could not open branches abroad, it had no central bank and panics were common. All these things discouraged international use of the dollar.
This began to change with the creation of the Federal Reserve in 1913, providing stability to the American banking system. Benjamin Strong, the Fed’s de facto leader in its early years, saw how the deep and liquid market for trade acceptances - the IOUs that were used to finance shipments of goods - helped the Bank of England to manage credit conditions. The Fed used its clout to nurture a similar market in America. This hastened the migration of international financial activity from London to New York, and from sterling to the dollar.
Whether the dollar will share sterling’s fate is a common question in geopolitical circles. After all, it is only a matter of time before China’s GDP overtakes America’s. But as Barry Eichengreen shows in a fascinating and readable account of the dollar’s rise and potential fall, reserve-currency status depends on far more than GDP. It is also a function of strategic and military relationships, laws, institutions and incumbency.
Mr Eichengreen, who teaches at the University of California, Berkeley, is an international monetary historian whose research into how the gold standard propagated the Great Depression was the basis for his seminal 1992 book, “Golden Fetters”. His latest work is less about the future of the financial system than its history, and skilfully told history it is too. Mr Eichengreen sprinkles his economics with memorable sketches of economic and political leaders. Jimmy Carter, apparently, handicapped his efforts to reduce Germany’s trade surplus by addressing the more formal Helmut Schmidt, the German chancellor, by his first name.
The book’s title was inspired by Valéry Giscard d’Estaing, France’s finance minister in the 1960s, who once described the enormous benefit America derived from the dollar’s reserve status as its “exorbitant privilege”. The world’s need for dollars lets America borrow at lower cost. American companies are spared the hassle of transacting in another currency. Those suitcases of dollars so beloved of international arms smugglers and drug kingpins all represent interest-free loans to America.
That the world remains so dollar-centric, given America’s shrinking share of world output, is something of an anomaly. This could be explained for most of the post-war period by lack of competition. Japan discouraged international use of the yen for fear of elevating its value and hurting its exports. The presence of the Red Army on West Germany’s borders hung over the Deutschmark, and in any case Germany regarded support of the dollar as an intrinsic part of its military alliance with America.
Mr Eichengreen does not think the dollar is about to be vanquished as sterling was. Rather, he foresees a “multipolar” system of international currencies. Reunification shifted Germany’s priorities from supporting America to binding itself more closely to Europe, resulting in the creation of the first significant competitor to the dollar, the euro. Mr Eichengreen could have devoted more attention to the strains that Europe’s sovereign-debt crisis have placed on the euro. His book is optimistic, noting that political rather than economic imperatives have always driven the euro. Mr Schmidt sold monetary integration to Germany’s sceptical central bank by invoking Auschwitz. Yet Mr Eichengreen’s recent writings betray a pessimism about the euro’s future that is not visible in his book.
And what of China? As was true of America and the dollar a century ago, China’s currency does not enjoy anywhere near the clout that could be expected from the size of the Chinese economy. As with Japan, China has discouraged internationalisation of its currency for fear that inflows of capital would lift its value and curb Chinese exports. It has learned, however, from Japan’s mistakes, and is gradually liberalising the use of its currency. But China is still much further behind than America was in 1914; it will be decades before the yuan rivals the dollar’s leadership.
The chapter on the international financial crisis is an unsatisfying rehash of the usual explanations, such as loose monetary policy, sloppy underwriting and derivatives. Mr Eichengreen underplays the role that China played, through its accumulation of dollars, in financing America’s housing bubble. He thinks the crisis will accelerate the shift to a multipolar currency system, but that the dollar will not collapse. That would take profound economic mismanagement by America itself, in particular, unchecked budget deficits. It was Britain’s dismal economic performance, not the dethronement of sterling, that cost it its great-power status after 1945. “The only plausible scenario for a dollar crash”, Mr Eichengreen concludes, “is one in which we bring it upon ourselves".

Estatisticas da sexta-feira: visitas ao site

Meu medidor gratuito, sempre de visita nas sextas-feiras, me informa sobre o total de visitas a este blog:

Diplomatizzando
-- Site Summary ---
Visits
Total ...................... 147,884
Page Views
Total ...................... 214,396


Meus agradecimentos aos meus leitores habituais e visitantes ocasionais.
Serviços úteis também são fonte de satisfação intelectual.
Paulo Roberto de Almeida

Historia do pensamento economico: grandes autores

Um arquivo importante, para saber da vida e da obra dos grandes economistas:

McMaster University
Archive for the History of Economic Thought
http://socserv.mcmaster.ca/econ/ugcm/3ll3/

"This archive is an attempt to collect in one place a large number of significant texts in the history of economic thought. I have tried to cast my nets as wide as possible including representative texts of all of the major thinkers and schools of thought; and most of the sub-fields of economics. The archive is a work in progress that may never be completed. The field of economic thought is a very large one. The texts are posted primarily for the use of students who might not otherwise have access to these writings. They are to be used strictly for non-commercial educational purposes. There are mirror sites at the University of Bristol (maintained by Tony Brewer) and at the University of Melbourne (maintained by Robert Dixon). There are as well, many other sites that might be of interest." - Rod Hay

Rod Hay passed away suddenly on May 18, 2008 at the age of 60. The Department of Economics at McMaster will maintain this site in his memory. Here is a brief commemoration of his life.

List of Authors Included in this Archive

A
Abbott, Edith
Acton, John
Alison, William
Anderson, James
Andréadès, Andreas
Anonymous
Arbuthnot, John
Aristotle
Asgill, John
Ashley, William James
B
Babbage, Charles
Bacon, Francis
Baden-Powell, B. H.
Bagehot, Walter
Baldwin, Simeon
Ballard, Adolphus
Banfield, Thomas C.
Barber, William J.
Barbon, Nicholas
Barbour, W.T.
Barry, Patrick
Bastiat, Frédéric
Beard, Charles
Beccaria, Cesare
Bentham, Jeremy
Berglund, Abraham
Bisschop, W. R.
Blackie, John Stuart
Blake, William
Böhm-Bawerk, Eugen
Bonar, James
Bosanquet, Bernard
Bosanquet, Charles
Bluntschli, Johann
Boisguilbert
Bolingbroke, Henry St. John
Berkeley, George
Botero, Giovanni
Bradley, Harriett
Bray, John F.
Bryce, James
Bücher, Carl
Buckland, William
Burke, Edmund
Bury, John Bagwell
Byles, John Barnard
C
Cairnes, John E.
Cannan, Edwin
Cantillon, Richard
Carey, Henry
Carlyle, R. W.
Carlyle, Thomas
Cassel, Gustav
Chapman, Sydney
Child, Josiah
Clapham, John
Clarendon, Edward
Clark, Alice
Clark, John Bates
Cobbett, William
Coke, Edward
Coke, Roger
Comte, Auguste
Condillac, Étienne Bonnet de
Condorcet
Commons, John Rogers
Cook, William Wilson
Cooley, Charles Horton
Copeland, Melvin
Croce, Benedetto
Cunningham, William
D
Daggett, Stuart
Dalrymple, John
Davanzati, Bernardo
D'Avenant
Davenport, Frances G.
Davies, A. Emil
Davis, Joseph
Davis, John P.
Decker, Matthew
Defoe, Daniel
Dicey, Albert Venn
Digges, Dudley
Dill, Samuel
Dunbar, James
Durkheim, Emile
Dutt, R. C.
E
Edgeworth, Francis Ysidro
Edwards, George W.
Ellis, Thomas Peter
Elton, Charles
Ely, Richard
F
Ferguson, Adam
Ferguson, William Scott
Fetter, Frank Albert
Fichte, J. G.
Figgis, John
Fisher, Irving
Fiske, John
Fortescue, John
Fortrey, Samuel
Frank, Tenney
Freeman, Edward Augustus
Freund, Ernst
Fustel de Coulanges, Denis
G
Galiani, Ferdinando
Gentleman, Tobias
Gervaise, Isaac
Giblin, L.F.
Gierke, Otto
Gilbart, James William
Goddard, Thomas
Godwin, William
Gomme, George Laurence
Gras, Norman
Gray, Howard Levi
Greeley, Horace
Green, T.H.
Gross, Charles
Grotius, Hugo
Gumplowicz, Ludwig
H
Hale, Mathew
Halliday, William R.
Hammonds, J.L. and Barbara
Haney, Lewis H.
Harrington, James
Harrod, Roy
Hasbach, Wilhelm
Haskins, Charles Homer
Haverfield, Francis John
Hazard, Blanche
Hegel, G.W.F
Heitland, William E.
Hemmeon, Morley
Herbert, Claude-Jacques
Higgs, Henry
Hildreth, Richard
Hobbes, Thomas
Hobhouse, L.T.
Hobson, John Atkinson
Hodgskin, Thomas
Holbach
Hollander, Jacob
Hone, Nathaniel J.
Hornick, Philipp
Hourwich, Isaac
Hull, Charles
Hume, David
Hutcheson, Francis
I
Ihering, Rudolf
Ingram, John Kells
J
Jenks, Jeremiah
Jeudwine, J.W.
Jevons, William Stanley
Jocelyn, J.
Jones, Richard
Joplin, Thomas
K
Kant, Immanuel
Kellog, Edward
Kemble, John
Kennett, R. H.
Keynes, John Maynard
Keynes, John Neville
Klein, Julius
Knapp, Georg Friedrich
Knight, Frank
Knoop, Douglas
Korkunov, Nikolai
Kovalevsky, Maxim
Kropotkin, Petr Alekseevich
Kyrk, Hazel
L
Labriola, Antonio
Lapsley, G.T.
Laski, Harold
Laveleye, Emile
Lauderdale
Law, John
Le Bon, Gustave
Letourneau, Charles
Leslie, T.E. Cliffe
Levett, Elizabeth
Levy, Hermann
Lewis, George Randall
Lieber, Francis
Liefmann, Robert
Liesse, André
List, Fredrich
Lloyd, Henry Demarest
Lloyd, William Foster
Locke, John
Loeb, Isador
M
Macaulay, Catharine
Macgregor, D.H.
Macrosty, Henry
Majumdar, Ramesh Chandra
Maine, Henry Sumner
Maitland, Frederic
Malinowski, Bronislaw
Malthus, Thomas Robert
Malynes, Gerard de
Mandeville, Bernard
Marriott, J.A.R.
Marshall, Alfred
Martyn, Henry
Marx, Karl
Mavor, James
McCosh, James
McCulloch, John Ramsey
McDougall, William
McFadden, Daniel
Menger, Carl
Merriam, Charles
Michels, Robert
Mill, James
Mill, John Stuart
Millar, John
Mises, Ludwig
Misselden, Edward
Monroe, Arthur E.
Montague, Gilbert
Montesquieu, Charles de Secondat
Moore, Henry Ludwell
Moore, Margaret F.
Mun, Thomas
Murray, Alice Effie
Murray, James
N
Nasse, Erwin
Newcomb, Simon
Newton, Isaac
Nicholson, John Shield
Niebuhr, Bartold Georg
North, Dudley
North, Roger
O
O'Brien, George
Oman, Charles
Owen, Robert
P
Paine, Tom
Palmer, Neobard
Pantaleoni, Maffeo
Pareto, Vilfredo
Patten, Simon
Petty, William
Phear, John B.
Pigou, Arthur Cecil
Pirenne, Henri
Pollard, A. F.
Poole, Reginald Lane
Power, Eileen
Priestley, Joseph
Proudhon, Pierre-Joseph
Putnam, Bertha
Q
Quesnay, François
R
Rae, John
Ramsey, Frank P.
Ranke, Leopold
Ravenstone, Piercy
Rees, J. Morgan
Renard, Georges
Ricardo, David
Riesser, Jacob
Roberts, Lewes
Robertston, William
Rogers, Thorold
Roscher, William
Rostovtzeff, Mikhail Ivanovich
Round, Horace
Rousseau, Jean-Jacques
Rowntree, B. Seebohm
Ruskin, John
S
Sargent, Arthur John
Say, Jean-Baptiste
Scherer, James
Schmoller, Gustav
Schumpeter, Joseph
Scott, William Robert
Scrutton, Thomas
Sée, Henri
Seebohm, Frederic
Seebohm, Hugh
Selden, John
Seligman, Edwin
Senior, Nassau William
Sidgwick, Henry
Sigel, Feodor Feodorvich
Simmel, Georg
Sismondi, Jean-Charles-Léonard
Small, Albion
Smith, Adam
Smith, Peshine
Smith, J. Toulmin
Sombart, Werner
Spelman, Henry
Spencer, Herbert
Stephen, James
Stephen, Leslie
Steuart, James
Steward, Dugald
Streightoff, Frank
Stubbs, William
Sumner, William Graham
Swift, Jonathan
Syme, David
T
Tait, James
Tarde, Gabriel
Taylor, Frederick W.
Thomson, Robert Ellis
Tooke, Thomas
Torrens, Robert
Tout, Thomas Frederick
Townsend, Joseph
Toynbee, Arnold
Treitschke, Heinrich Gothard
Tucker, Josiah
Turgot, Anne-Robert-Jacques
U
Unwin, George
Ure, Andrew
V
Vanderlint, Jacob
Van Hise, Charles
Vaughan, Rice
Veblen, Thorstein
Vinogradoff, Paul
Von Halle, Ernst
W
Wakefield, Edward Gibbon
Walker, Amasa
Walker, Francis Amasa
Wallas, Graham
Walras, Léon
Ward, Lester
Weber, Max
Wells, David A.
West, Edward
Westerfield, Ray
Whale, P. Barrett
Whewell, William
Whitaker, Albert Conser
Wicksell, Johan Gustaf Knut
Wicksteed, Phillip Henry
Wieser, Fredrich
Williams, John H.
X
Xenophon
Y
Young, Allyn
Young, Arthur

Acordos de investimento: que falta faz um na Bolívia

No início dos anos 1990, o Brasil assinou diversos acordos de promoção e proteção recíproca de investimentos (APPIs), alguns deles assinados pelo então chanceler de Itamar Franco, que seria também chanceler do presidente "nunca antes".
Pois bem: nunca antes na história deste país, acordos internacionais negociados pelo Executivo sofreram barragem tão explícita, e desonesta intelectualmente, como os APPIs enfrentaram no Congresso nacional, oposição articulada sobretudo pelo PT.
Essa oposição e recusa de acordos de investimento continuou durante todo o governo do "nunca antes", mesmo numa época em que o Brasil já se tinha tornado um grande investidor na América do Sul e esses acordos protegeriam, pelo menos um pouco, nossos ativos e interesses na região (como depois se viu no infeliz caso da nacionalização dos hidrocarburantes na Bolívia, aliás de forma ilegal, mas sem a proteção de um acordo bilateral de investimentos, o que acarretou prejuizos à Petrobras).
A mesma história se repete hoje, no mesmo país, como revela abaixo esta matéria da coluna diária de Cesar Maia.
Infelizes investidores brasileiros: reclamem deste governo que está aí.
Paulo Roberto de Almeida

INVESTIDORES BRASILEIROS NA BOLÍVIA E INSEGURANÇA JURÍDICA!
Cesar Maia, 21/01/2011

1. Empresários brasileiros na Bolívia -em Santa Cruz de La Sierra- têm três linhas de investimentos. Na soja, cujo capital investido (seus ativos) já alcança 1 bilhão de dólares. Exportam soja e óleo de soja. E é soja orgânica. Na pecuária, em gado nelore principalmente. E, finalmente, em mineração.

2. A complexa legislação boliviana termina criando um quadro de insegurança jurídica. Nos últimos meses, com o diesel (usado no refino de cocaína) sendo contingenciado, as compras para tratores, máquinas e caminhões passaram a servir de pretexto para constranger os produtores.

3. As mineradoras nas regiões próximas a fronteira com o Brasil tiveram suas atividades suspensas até nova ordem, acarretando desemprego e imobilização dos investimentos. Um investimento de 80 milhões de dólares em forno, do empresário Eike Batista, foi bloqueado por concorrente. Agora, o governo e o concorrente querem comprar por 5 milhões de dólares.

4. O regime de tributação do Brasil para empresários brasileiros no exterior não leva em conta a tributação já ocorrida na Bolívia. Com isso, as aplicações financeiras dos empresários brasileiros têm que ser feitas nos EUA e não no Brasil, como preferem.

5. Já está na hora das autoridades brasileiras se reunirem com os empresários brasileiros que vivem na Bolívia e depois com o governo boliviano, para dar segurança jurídica aos investidores. E a comissão de relações exteriores de senado se aproximar do problema. E o ministério da agricultura se aprofundar em questão tão delicada.

Da pouca nobre arte de matar pessoas pela incompetencia...

O título do post é meu, mas apenas o título. Todo o resto é matéria de imprensa.
Sem comentários. E precisa?
Paulo Roberto de Almeida

Sob Lula, governo vetou plano anti-desastres no PAC
Blog Josias de Souza, 21/01/2011

Ainda sob a presidência de Lula, o governo elaborou um plano de prevenção contra desastres naturais. Pronto há dois anos, ficou no papel.

Previa a instalação de radares capazes de antever fenômenos climáticos como o excesso de chuvas que produziu mais de 760 mortos na região serrana do Rio.

Orçado em R$ 115 milhões o projeto seria incluído no PAC. Não foi. Tentou-se injetá-lo no PAC2. Mas o ministro Paulo Bernardo, então no Planejamento, vetou.

As informações foram repassadas, nesta quinta (20), a uma comissão do Congresso. Revelou-as Luiz Antonio Barreto (na foto lá do alto).

Ele comanda a Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Demissionário, Luiz Barreto será substituído por Carlos Nobre, pesquisador do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

A saída iminente como que destravou a língua do expositor. Ele contou que, depois de refugado pelos gestores do PAC, o plano anti-desastres foi lipoaspirado.

Sérgio Rezende, então ministro da Ciência e Tecnologia, pediu que Luiz Barreto incluísse o novo sistema num programa do próprio ministério.

Chama-se PCTI (Plano de Ação da Ciência, Tecnologia e Inovação). Em agosto do ano passado, criou-se um grupo de trabalho.

Mexe daqui, revisa dali os técnicos reduziram o investimento de R$ 115 milhões para R$ 36 milhões. Ainda assim, o governo não liberou a verba.

Falando a congressistas que interromperam o recesso para tratar das cheias do Rio, Luiz Barreto declarou-se “indignado” com o ocorrido.

Em tom assertivo, disse que, mesmo com o gasto mais modesto, o sistema de radares terá potencial para evitar a repetição da usina de cadáveres do Rio.

“Se nós gastarmos adequadamente R$ 36 milhões ao longo deste ano, não morre ninguém no ano que vem”, disse.

Luiz Barreto elogiou o substituto Carlos Nobre, escolhido por Aloizio Mercadante, novo ministro da Ciência e Tecnologia.

De resto, disse acreditar que o plano será desengavetado: “A solução existe, não custa um rio de dinheiro e está em boas mãos”.

O mais curioso é que, acossado pelos desastres que pipocaram em vários Estados, o governo viu-se compelido a liberar R$ 780 milhões para socorrer as vítimas.

Mais do que os R$ 115 milhões que seriam sorvidos pelo plano de prevenção de desastres. Muito mais do que os R$ 36 milhões da versão lipoaspirada.

A Grande Transformacao - Kemal Dervis

Kemal Dervis, économiste de la Brookings Institution, à Washington
"Comment redistribuer la nouvelle richesse ?"
Bilan du Monde, 20.01.2011

Dans un entretien accordé au Bilan du monde (en vente en kiosques depuis le 17 janvier), l'économiste Kemal Dervis explique que le rattrapage de l'Occident par les pays émergents est un fait acquis. Mais ce basculement de l'histoire laisse entier le problème des inégalités entre les nations, comme en leur sein.

Les économistes se disputent pour savoir si la bonne santé économique des pays du Sud est encore liée à celle des pays du Nord, ou s’ils ont acquis une dynamique propre qui signifierait, à terme, le déclin de la domination économique occidentale au profit des nouvelles nations émergentes. Quelle est votre opinion ?

Kemal Dervis : En termes de produit intérieur brut (PIB), il y a bien une convergence entre pays avancés et émergents depuis la fin des années 1980 : ces derniers croissent plus vite que les premiers. Mais cela ne devient globalement le cas, en PIB par tête, qu’à partir de 1999, une fois passée la crise asiatique de 1997.

Cette convergence s’accélère à partir de 2008, parce que la crise touche d’abord et plus fortement les pays avancés ; et elle devrait encore s’accélérer dans les cinq années à venir, si l’on en croit les prévisions du Fonds monétaire international, en PIB comme en PIB par tête.

C’est donc une tendance durable et inédite, et non une période intermédiaire, en attendant un rebond spectaculaire des pays avancés ou un ralentissement marqué de la croissance des pays émergents. Nous sommes bel et bien entrés dans une nouvelle ère historique.

Pourtant, les pays émergents aussi ont vu leurs performances érodées par la crise, tout comme les pays avancés.

Certes, mais le découplage concerne les tendances structurelles de la croissance, et non les cycles économiques de court terme. Si l’on élimine les effets de ces cycles des tendances longues, il s’avère que le découplage des taux de croissance intervient dès les années 1980 pour les pays d’Asie de l’Est et du Sud-Est, et à partir de 2000 pour l’ensemble des pays émergents comme pour les pays les moins avancés (PMA, les plus pauvres de la planète). Il y a aussi une plus forte corrélation entre les émergents et les PMA qu’entre les émergents et les pays riches.

A l’inverse, si l’on ne considère que les évolutions cycliques, alors, le couplage demeure, en raison de l’interdépendance croissante entre les économies de la planète, due à la progression des échanges et des flux financiers mais aussi aux facteurs psychologiques : la panique financière, tout comme l’exubérance, est contagieuse.

Comment expliquez-vous cette convergence ?

La technologie travaille désormais en faveur de la convergence, parce que les transferts de technologies sont de plus en plus rapides. La mondialisation a accéléré le rattrapage technologique de beaucoup de pays émergents.

De plus, surtout en Asie, le taux d’épargne y est beaucoup plus élevé que dans les vieilles économies du Nord. Cela leur permet d’investir beaucoup plus, d’importer les technologies à grande échelle et de réaliser des gains de productivité impressionnants. Au cours des dix dernières années, la part de PIB consacrée aux investissements par les pays de l’Asie émergente s’est élevée à 37% en moyenne, contre 20% à 22% dans les autres pays émergents et 18% seulement dans les pays avancés. Ces augmentations de productivité liée à l’investissement et à l’adaptation de technologies importées se développent aussi à l’intérieur d’un même pays, entre les régions, voire entre les entreprises.

Les réserves de productivité demeurent encore très importantes, même en Chine, parce qu’il reste beaucoup de régions et d’entreprises qui pourront suivre l’exemple des régions et des entreprises les plus avancées. Les facteurs démographiques sont aussi un avantage important. Sauf en Chine, la population est plus jeune que dans les pays avancés, et un pourcentage plus élevé de la population peut donc être économiquement actif.

Cela signifie-t-il un déclin des économies occidentales ?

Non, les pays avancés ne vont pas s’appauvrir, mais ils croîtront moins vite, et il sera difficile pour leurs populations, psychologiquement et politiquement, de voir le PIB par tête augmenter trois fois plus vite dans d’autres pays, même si leur niveau de vie moyen restera plus que trois fois supérieur.

Pour la première fois depuis des siècles, les plus grandes puissances économiques mondiales ne seront plus, dans dix ou vingt ans, celles qui auront le plus haut niveau de vie moyen. Cela ne manquera pas de créer des tensions majeures dans l’ordre économique international. Le mouvement du G7 vers le G20 reflète le début de ce rééquilibrage.

Existe-t-il un lien entre ce basculement de la création de richesses et l’accroissement du chômage et des inégalités dans les pays avancés ?

Oui, car l’accélération des échanges entraîne une compétition sur le travail par la baisse des coûts, ce qui engendre des délocalisations et restructurations qui contribuent souvent à une concentration des revenus au sein des économies nationales.

Les nouvelles économies d’échelle et la mondialisation sont plus favorables au capital et au travail qualifié, plus mobiles que le travail peu qualifié. La croissance des inégalités, non seulement au sein des pays avancés, mais aussi dans beaucoup des pays émergents, est le facteur le plus préoccupant de cette nouvelle donne.

Mais il existe des moyens politiques d’y remédier. Après tout, les mêmes forces de la mondialisation et de la diffusion technologique ont touché également l’Europe et les Etats-Unis ; pourtant, la distribution des revenus y est sensiblement différente, surtout avec les pays scandinaves, parce que d’autres aspects entrent en jeu : les institutions, les rapports de forces politiques et sociaux, la façon dont les politiques publiques sont capturées ou pas par des intérêts économiques privés.

Certains économistes "intégristes" du marché sous-estiment l’importance de la politique et de la négociation sociale dans la détermination de la distribution des revenus. Du côté des émergents, on peut également lutter pour une meilleure redistribution : regardez l’exemple du Brésil de Lula qui a réussi à faire baisser les inégalités, bien qu’elles y demeurent élevées !

Mais le rythme de croissance actuel des pays émergents est-il soutenable ?

Beaucoup de variables sont difficiles à prédire. Mais je pense qu’à moyen terme, sur les dix ou vingt prochaines années, les grandes tendances que j’ai évoquées plus haut sont assez claires, bien que, dans chaque pays, des circonstances particulières peuvent freiner ou accélérer le mouvement. La gestion politique de l’équilibre social va jouer un rôle important. Sur le plus long terme, je ne pense pas que, même à l’horizon de la seconde moitié du XXIe siècle, il y aura nécessairement une pénurie de ressources naturelles qui bloquerait la croissance.

Mais nous aurons besoin de technologies révolutionnaires pour protéger le climat et économiser certaines ressources limitées. Et ces technologies ne pourront se développer à temps que si les politiques économiques encouragent leur développement, ainsi que des comportements respectueux de l’écologie de notre planète.

La croissance économique est-elle le seul indicateur à considérer ?

Bien sûr que non, même s’il est important.

Les pays qui ont connu la plus forte croissance de leur revenu national sur la période 1970-2010, par exemple la Chine, ne sont pas forcément ceux qui ont connu la plus forte croissance de leur indicateur de développement humain (IDH, qui inclut des données sur l’espérance de vie, le niveau d’éducation…), comme Oman ou le Népal.

Par ailleurs, le PIB moyen par tête masque souvent une inégalité croissante des revenus à l’intérieur d’un même pays, voire un appauvrissement des groupes les plus vulnérables, souvent lié a l’insuffisance de ce que l’Organisation internationale du travail appelle le "travail décent". Ce qui pose une fois de plus la question de la répartition de cette nouvelle richesse et de la gestion de l’équilibre social. Et cette question n’est pas seulement économique, elle est aussi politique.

Propos recueillis par Antoine Reverchon

"Bilan du monde" 2011. La situation économique internationale. Le Monde, 188 pages, en vente en kiosques 9,95 euros.

Un théoricien et un praticien de l'économie globalisée
Kemal Dervis a rejoint, en mars 2009, la Brookings Institution, un think tank proche du Parti démocrate basé à Washington, où il est vice-président et directeur du "Global Economy and Development Program".
Né en 1949 à Istanbul, d’un père turc et d’une mère germano-néerlandaise, Kemal Dervis a étudié à la London School of Economics et à Princeton.
En 1977, il rejoint la Banque mondiale, où il occupe diverses fonctions jusqu’en 2001, et y gère, en particulier, les programmes de réduction de la pauvreté.
En mars 2001, il est nommé ministre de l’économie dans le gouvernement turc de Bülent Ecevit, où il devra affronter les effets locaux de la crise économique mondiale. Il démissionne en 2002.
En 2005, il prend la direction du Programme des Nations unies pour le développement (PNUD).
Kemal Dervis a notamment publié, avec Ceren Ozer, A Better Globalization : Legitimacy, Governance and Reform (Brookings Institution, 2008).

Le "Bilan du monde"
Le Bilan du monde 2011, édité par Le Monde, en vente en kiosques depuis le 17 janvier, dresse un panorama de la situation économique internationale au cours de l'année écoulée. Une partie thématique analyse les faits marquants de 2010 – la Chine superpuissance, l'euro en crise, le tournant de la rigueur, la peur du déclassement, la guerre des monnaies, etc. – rassemblés dans trois grands chapitres (International, France, Entreprises) et illustrés par une série de portraits (Zhou Xiaochuan, Xavier Musca, Marius Kloppers).
Les journalistes et correspondants du Monde ont été mis à contribution pour le traditionnel "Atlas" de 179 pays, de l'Afghanistan au Zimbabwe. Chaque fiche-pays est accompagnée d'une carte qu'accompagnent des données de base (chef de l'Etat, premier ministre, superficie, population, monnaie, etc.). Des encadrés traitent plus particulièrement des paradis fiscaux, du Kosovo (pas encore reconnu par les Nations unies) ou de la Palestine.

Ce Bilan du monde, enfin, contient un CD-Rom réalisé par Le Monde, en partenariat exclusif avec l'Insee, sur "Les revenus et le patrimoine des ménages".

Bilan du monde 2011, 188 pages, en vente en kiosques 9,95 euros.

Anjos da guarda: virtuais e reais - Paulo R de Almeida

Anjo da Guarda: consiga o seu (virtualmente é mais fácil)
Paulo Roberto de Almeida

Antigamente era aquela dificuldade: a gente precisava disputar o “nosso” anjo da guarda quase no muque, contra a concorrência de outros pretendentes, por vezes um próprio irmão. De fato, todas as nossas avós (enfim, duas, no máximo), tias idosas, até as nossas mães nos instruíam a observar um comportamento exemplar para ter direito a um anjo da guarda particular, algo como um seguro extra em caso de necessidades extremas. Era um problema cumprir esses requisitos estritos, com tanta oportunidade para se fazer bobagens na rua, na ida e na volta da escola, na corrida à padaria para comprar pão e leite, enfim, em qualquer momento e lugar: pular muro para roubar goiaba, esconder uma bola – qualquer bola – de algum menino rico que andasse correndo solta pelas esquinas, tentar praticar algum voyeurismo ocasional...
As promessas de se conseguir um, exclusivo, eram reforçadas em ocasiões especiais: Natal, Paixão de Cristo, Ascensão, até nos momentos de crisma, lava-pés ou qualquer outra festa religiosa. Sempre pairava a promessa e a ameaça: “comporte-se direito, menino, pois o seu anjo da guarda está de olho em você!”. Ops: então, mesmo sem merecer, a gente tinha um alcaguete olhando por cima do ombro da gente, penetrando em nossos cérebros maléficos, desvendando nossas mais soturnas intenções? Mas, se eu justamente não tinha sido comportado a ponto de merecer esse acompanhante gentil, bonzinho, sempre sorridente com seu ar angelical, como é que, assim de repente, ele aparece sem avisar?
Enfim, não me perguntem os detalhes, mas o anjo da guarda era um personagem importante antes das primeiras desilusões religiosas, aí por volta dos doze ou catorze anos, quando a gente recusava toda aquela mitologia cristã e, os menos “alienados”, passávamos a cultuar outros “santos”: Marx, Lênin, Guevara, alguns até o Stalin ou o Mao (tem gosto para tudo...). Os que continuavam aderindo, porém, à liturgia cristã, ainda “guardavam” os seus anjos da guarda particulares, mas estes eram em número cada vez mais escasso, uma raridade ao alcance exclusivo dos mais bem comportados e certinhos. Aparentemente tinha as suas vantagens, pois sempre se podia invocar o personagem com asinhas caso algum perigo rondasse o navegante mais distraído. Em época de exames, também podia ser providencial.

Depois, muito depois – e tem regime militar no meio, redemocratização, hiperinflação, corrupção, enfim problemas velhos e novos – os anjos da guarda saíram de moda, o que pode ser considerado realmente uma pena: eles nunca fizeram mal a ninguém, e estavam sempre disponíveis para ouvir uma súplica. Não se tem certeza de que eles “funcionassem” de fato, mas sempre dava aquela segurança psicológica que não era mais garantida pela família, doravante fragmentada e instável. Chato ter de enfrentar algum desafio qualquer, sem ter um confidente particular e um apoio de tipo espiritual em caso de necessidade. Estávamos irremediavelmente sós, em um mundo hostil...

Pena mesmo, inclusive porque não se tratava de requerer dos anjos da guarda mais do que eles podiam oferecer, num mundo definitivamente secularizado e quase ateu. Os anjos do final do século 20, já não tinham mais o mesmo papel que desempenharam no passado: anunciar grandes mudanças, aparições divinas, libertação dos oprimidos, expulsão do Paraíso ou mesmo, em alguns casos, algumas catástrofes anunciadas de antemão por profetas tidos por malucos. O anjo da anunciação ou, seu contraparte, o anjo vingador combinam com os quadros antigos, um pouco menos com os modernos. No século 20, sem que tal fato tenha a ver com o “Exército da Salvação”, ocorreu uma proliferação de anjos da guarda, protetores das crianças e dos desvalidos, eventualmente de alguns bêbados. Por vezes, como nos desenhos de Walt Disney, eles apareciam em dupla: um anjinho com lira e coroa, de um lado, um diabinho vermelho com sua cauda em ponta de flecha, do outro.
Aparentemente, nos tempos antigos, todo mundo podia aspirar a ter o seu anjo da guarda particular e mesmo, para os crentes de hoje, a promessa não arrefeceu. Enfim, sempre tem gente que não merece. Esse pessoal do “caixa 2” dos partidos políticos, por exemplo, eles certamente devem ter vários, pois nunca vão para a cadeia, mas sinceramente eles não mereciam essa distinção. Cegos e estropiados em geral poderiam ficar com uma quota extra, alocando-se a eles os que retiraríamos desses bandidos dos “recursos não contabilizados”.
De minha parte, deixei de acreditar em anjos muito cedo, mas confesso que uma volta atrás não seria de todo mau, pois que acreditar em sua existência não implicaria, necessariamente, a (re)adesão a uma religião em particular, pois os anjos, como qualquer fenômeno de marketing, prescindem de alguma mensagem espiritual mais elevada. A prova é dada pelo próprio Natal, cada vez menos um festa religiosa, cada vez mais uma festa tout court, com o lado dos presentes e das comilanças suplantando o espírito da natividade e dos valores cristãos.
O que eu esperaria de meu anjo, se ele se materializasse, assim de repente, na minha frente? Deixo de lado o gênero, para não ser acusado de qualquer perversão, e passo imediatamente às qualidades angelicais que imagino possam estar registradas em sua carteira de trabalho. Em primeiro lugar, ele deveria ter olhos vivos e brilhantes e sorriso sempre à mostra, o que significa um bom começo, para empatia recíproca. Depois, eu faria um pequeno teste de conhecimento histórico, para ver se o “meu” anjo conhece seus antecedentes bíblicos e suas várias encarnações ao longo dos tempos. Não sou nada religioso, mas tenho grande respeito pelas religiões e acho que a cultura religiosa é indispensável a qualquer cidadão que se pretenda humanista e iluminista (pode ser uma contradictio in adjecto, mas prefiro assim do que um anjo sem cultura religiosa, pois aí, sim, que seria uma contradição).
Em terceiro lugar, ele precisaria vir animado de uma forte disposição para aguentar discussões filosóficas, debates teóricos, conversas bizantinas (ma non troppo), tertúlias acadêmicas e outros embates intelectuais, com eventuais notas de rodapés e referências bibliográficas acompanhando as legendas ou os “balõenzinhos” de nossas conversas (sim, a cenografia é importante, pois anjos verdadeiros não vivem fora dos cenários adequados: ninguém imagina, por exemplo, um anjo numa mesa de botequim, embora isso não seja impossível). Finalmente, esse candidato a meu anjo particular não poderia ter reivindicações trabalhistas – como férias, décimo-terceiro, licença remunerada e outros direitos conquistados na luta de classes dos últimos dois séculos – ou sequer horário de oito horas e semana de cinco dias. Anjo tem de ser em tempo integral, como corresponde ao sentido de sua nobre missão.
A bem da verdade, acho que já conquistei um anjo particular, mas ele vive em um universo paralelo, numa dimensão própria, ou está protegido por alguma redoma virtual, e com ele falo – ou imagino falar – regularmente, na minha própria imaginação. Tive sorte, claro, e nem tive de procurar muito, já que o meu anjo simplesmente apareceu, numa dessas aparições de tipo bíblico, sem que eu saiba explicar como ou por quê. O “meu” anjo relê cuidadosamente todos os meus textos, esses que eu escrevo in tutta fretta madrugada adentro, ensaios que dão muitas voltas e acabam emergindo num estilo estropiado, vários atentados à gramática, à sintaxe, torturados e tortuosos como se estivessem saindo de um campo de batalha – o que não deixa de ser verdade, pois estou sempre em alguma batalha de ideias – enfim, trabalhos escritos que seriam muito piores do que quando publicados porque, justamente, o meu anjo da guarda particular passou por ali e salpicou o texto de anotações, dúvidas, correções, alertas e outros beliscões virtuais, para ver se eu aprendo, finalmente a conjugar e a combinar os transitivos indiretos.
Enfim, depois de alguns anos de existência virtual, espero que ele não me abandone, dada minha forte propensão ao debate, por vezes interminável, meu espírito altamente crítico e minhas exigências quanto a conteúdo e substância. Nunca aceito o argumento da autoridade – como os anjos devem gostar de invocar – mas apenas a autoridade do argumento, o que me garante, justamente, algumas diatribes com quem se julga autoridade (estrito senso). Meu anjo não pode simplesmente me proteger, ele tem de provar que a relação de custo-benefício indica ser essa a melhor solução em face de recursos escassos e de usos alternativos dos fatores de produção. Ele não pode ser simplesmente espiritual, mas tem de embasar essa espiritualidade num forte substrato de racionalidade, estilo grego, se é que percebem, ou então de acordo com a tradição empirista anglossaxã.
Com tudo isso, o meu anjo não pode ser um chato, como costumam ser alguns “intelectuais” (ou candidatos a tal). Ele também não precisa vir de camisolão – sinceramente ridículo – e dispenso as asas, pois hoje em dia o carro não é uma má opção. Estou pronto a compartilhar com ele a minha biblioteca, mas tenho de avisar que nunca aprendi aramaico, hebraico antigo ou grego, as supostas línguas bíblicas. Pode aposentar a lira, mas adoro saxofone e os ritmos de jazz em geral. Bandolim e chorinho também são aceitáveis, junto com uma boa disposição para ficar acordado madrugada adentro, noites à fio. Minha produção geralmente começa depois da meia noite e vai até onde o corpo e o espírito aguentarem. Algum anjo se habilita? Candidatos munidos de currículo Lattes, por favor...

Para terminar, também tenho anjo da guarda não virtual, ou seja, real, na verdade, não apenas um, mas dois. Dois simpáticos yorkshires que, invariavelmente, na batida das 22hs, vêm me arrancar de minha labuta de computador, para um incontornável passeio de quase uma hora em volta do quarteirão. Eles não respondem muito a minhas questões, e assim me deixam com as notícias do rádio ou as músicas do meu iPod. Independentemente dessas limitações no diálogo, eles correspondem inteiramente ao que se requer de um anjo da guarda: são fiéis, estão sempre ao alcance da mão (e também do chinelo e da barra da calça), mesmo sem exibir asas, que na verdade são substituídas pelo “trote” rápido.
Em face da concorrência, creio que são os melhores anjos da guarda não virtuais disponíveis no mercado. Não recomendo gatos, a despeito de sua limpeza proverbial: eles só pensam em si mesmos e são tão inescrutáveis quanto os caminhos do Senhor. Cachorros são mais compatíveis com nossas necessidades de solidariedade e de companhia. Claro, eles requerem algum investimento inicial no adestramento, sobretudo para não ficar limpando a casa todo dia. Mas, depois disso, eles parecem se comportar melhor do que os anjos da guarda verdadeiros: eles dividem tranquilamente a torta de creme, sem recorrer a esses avisos subliminares de que aquilo não é bom para o seu colesterol... Anjos da guarda verdadeiros estão sempre controlando o seu peso. Cachorros partilham de seus desejos mais secretos por alguma contravenção alimentar.
Salvem os anjos da guarda, virtuais e reais...

Brasília, 20 de janeiro de 2010.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Cultura util: para que serve um boi?

Sim, sim, aquela história: do boi só se perde o berro. Ora, nem isso.
Aprendam um pouco, e surpreendam amigos pouco "bovinos"...
Paulo Roberto de Almeida

Você Sabe Para Que Serve Um Boi?

Muitas pessoas à primeira vista podem achar que a resposta para essa pergunta é óbvia: para produzir carne. A resposta não é tão simples assim... ele serve para produzir carne também, mas são produzidos inúmeros outros produtos a partir de um boi. Muitos desses produtos, nem mesmo os próprios pecuaristas sabem que foram produzidos a partir do produto que ele criou e vendeu ao frigorífico.

Esse é um assunto muito interessante, e com certeza vai surpreender muita gente, pois a maioria das pessoas não tem idéia do que um boi pode originar... Não vamos nem comentar sobre a carne, pois acho que todas as pessoas sabem o destino desse componente.

Vamos então começar pelo componente mais externo do boi: o couro. Além da utilização óbvia para a confecção de sapatos, cintos e roupas, o couro dá origem à gelatina neutra que será usada na indústria alimentícia na fabricação de maria-mole, chiclete, suspiros, recheios, coberturas, iogurtes, sorvetes, cremes, etc. A gelatina neutra também é usada na clarificação de vinho, cerveja e suco de frutas e em produtos dietéticos.

Na indústria farmacêutica ela é utilizada em cápsulas duras ou moles, comprimidos, drágeas, emulsões, óleos, esponjas medicinais, etc. Além disso, ela produz a gelatina fotográfica que é usada em filmes de artes gráficas, papéis fotográficos e filmes radiológicos.

A gelatina hidrolisada é usada em cosméticos, dietéticos, bebidas, alimentos líquidos e em outros processos químicos. A gelatina industrial é usada na fabricação de adesivos, abrasivos, fósforos, capsulação de corantes, etc.

Depois podemos falar de crinas e pelos que serão usadas para produção de escovas de enceradeira, escovas para armas de fogo, escovas para lavagem de garrafas, vassoura de pelo e brocha de pintor. Também são usados em luvas de boxe, poétrix (jóias e próteses). Além disto, são usados nos filtros de ar e óleo combustível dos carros.

O sebo produzido tem utilização na indústria química, nos curtumes, nas industrias de sabão, de cosméticos, indústria alimentícia, de tintas, de explosivos, indústria farmacêutica, indústria de pneus, de lápis, fábrica de velas, etc.

Os cascos e chifres são usados em artesanatos, na formação de madrepérola e pérolas artificiais. O produto da moagem entra na composição do pó de extintor de incêndios, o óleo entra na composição dos óleos da indústria aeronáutica como aditivo no lubrificante dos aviões.

A bílis é usada na indústria química e de bebidas e na indústria farmacêutica, onde os sais biliares entram na composição de remédios digestivos, reagentes para pesquisas e pomadas para contusões.

A mucosa do estômago é usada na indústria de laticínios para a fabricação do coalho. Outras mucosas e glândulas são usadas na industria farmacêutica fornecendo diversas substâncias como insulina, hormônios da reprodução, enzimas digestivas, outros compostos enzimáticos, histamina, heparina, imunoestimulantes, glucagon, oxitocina, somatotrofina bovina (hormônio do crescimento), neurotransmissores, tiroxina (hormônio da tireóide), cerebrosídeos, etc, sendo estas substancias usadas na fabricação de remédios para uso humano.

Além disso tudo, há muitos outros subprodutos aproveitados como, por exemplo: conteúdo rumenal, usado como adubo orgânico e na produção de biogás, farinha de carne e ossos usada na fabricação de rações para cães e gatos, os intestinos são usados na fabricação de fios cirúrgicos, cordas para raquete de tênis, etc.

Dessa forma, não é exagero nenhum dizer que absolutamente tudo do boi é aproveitado, podemos dizer de forma simbólica que até o berro é aproveitado, pois pode ser gravado e utilizado em músicas e trilhas sonoras de filmes e novelas.

A pecuária e o abate de bovinos além de gerar riquezas e empregos diretamente, contribui sobremaneira para o funcionamento de diversos outros setores. Se o abate de bovinos parar haverá paralisação direta de 49 dos mais variados segmentos industriais. A pecuária é, portanto um dos principais geradores de riquezas para o país, e deve passar a ser tratada como tal. Para isso é necessária a mobilização de todo o setor para que todas essas informações cheguem à opinião pública. É para isso que trabalha o SIC, participe você também!

Fonte consultada: folheto elaborado pela APR-MT Associação dos Produtores Rurais do Mato Grosso
Autor: Leandro Bovo, médico veterinário pela UNESP Jaboticabal e Gerente Administrativo do SIC.

http://www.sic.org.br/praqueserve.asp

Malthusianos: nao proliferam mas persistem...

Não existe tribo mais errada, e no entanto tão persistente, quanto a dos malthusianos, de todos os tipos. Os ecologistas atuais são, com raras exceções, os modernos representantes da espécie.
Abaixo um dos melhores artigos que já li sobre a questão nos últimos cem anos (bem, estou contando com folga para pegar os malthusianos do começo do século 20 também).
Paulo Roberto de Almeida

Cornucopianos vs. malthusianos
João Luiz Mauad
Diário do Comércio, 10 de janeiro de 2011 - Opinião - Economia

Paul Krugman publicou, no final do ano passado, um artigo no The New York Times, intitulado “O Mundo Finito”, o qual foi reproduzido por alguns jornais brasileiros, entre eles O Globo e O Estado de São Paulo. Baseado no recente aumento dos preços de algumas commodities no mercado internacional, Krugman vaticinou que, por vivermos num mundo cada vez mais escasso de recursos naturais, precisaremos “mudar gradualmente a maneira como vivemos, adaptando nossa economia e nossos estilos de vida à realidade”. Tal afirmativa resume, com clareza ímpar, o mantra preservacionista.
No início do Século XIX, quando a Terra era habitada por apenas 1 bilhão de pessoas, Thomas Malthus previu que a população mundial cresceria em proporções geométricas enquanto a produção de alimentos e outros recursos não coseguiria acompanhá-la. “A morte prematura visitará a humanidade em breve, que sucumbirá em face da escassez de alimentos, das epidemias, das pestes e de outras pragas”, dizia ele.

Atualmente, vivem no mundo quase 7 vezes mais seres humanos que na época do Reverendo Malthus. Depois da Revolução Industrial e do advento do capitalismo, a humanidade progrediu de maneira excepcional, aprendeu a explorar os recursos naturais de forma muito mais eficiente, a produzir alimentos e distribuí-los como nunca antes na História. E, ao contrário do que sustentam os “malthusianos”, mesmo com todo o progresso econômico havido nos últimos duzentos anos - e graças ao extraordinário avanço tecnológico -, as reservas provadas de petróleo, minério de ferro, carvão e muitos outros recursos só fizeram aumentar.

Apesar de todas as evidências em contrário, entretanto, os “malthusianos” não esmorecem. Em 1968, quando a população mundial era de 3,5 bilhões, o afamado ecologista Paul Ehrlich, um emérito colecionador de prêmios e comendas científicas, escreveu um livro (The Population Bomb) onde previu que, como resultado da superpopulação, centenas de milhões de pessoas morreriam de fome nas próximas décadas. No primeiro Earth Day, em 1970, ele diagnosticou que "em dez anos, toda a vida animal marinha estará extinta. Grandes áreas coasteiras terão que ser evacuadas por causa do mau cheiro dos peixes mortos." Em um discurso de 1971, ele previu que "até o ano de 2000 o Reino Unido será simplesmente um pequeno grupo de ilhas empobrecidas, habitadas por cerca de 70 milhões de famintos."

De lá para cá, a população mundial quase dobrou, e, embora ainda haja problemas sociais graves a resolver, principalmente ligados à pobreza, as previsões alarmistas de Ehrlich jamais se concretizaram. Pelo contrário, a proporção de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza tem diminuído bastante, desde 1970. Mais: pelos dados recentes da FAO, o percentual de subnutridos nos países em desenvolvimento, em relação ao total da população, vem apresentando uma firme tendência declinante há quatro décadas, tendo baixado de 33% em 1970 para 16% em 2004.

Aliás, por falar em Paul Ehrlich, ficou famosa uma aposta feita entre este famoso ambientalista e o economista Julian Simon. Como Krugman, Ehrlich alardeava que, num mundo finito e de população crescente, os recursos seriam cada vez mais escassos e, consequentemente, seus preços cada vez maiores. Em 1980, Simon propôs a Ehrlich a seguinte aposta: Ehrlich escolheria cinco quaisquer produtos naturais para que tivessem seus preços acompanhados por 10 anos. Caso, no final deste período, os preços fossem maiores que em 1980 (corrigidos pela inflação), Ehrlich venceria, caso fossem menores, a vitória seria de Simon.

Ehrlich escolheu cinco metais: cromo, cobre, níquel, estanho e tungstênio. Apostaram então $200 em cada um dos metais, num total de $1.000, usando os preços de 29 de setembro de 1980 como referência. Durante a década de 80, o crescimento populacional do mundo foi de aproximadamente 800 milhões de pessoas - o maior aumento nominal em uma só década da História. Apesar disso, em setembro de 1990, os preços de todos os metais escolhidos por Ehrlich, sem exceção alguma, haviam caído, em alguns casos significativamente. O estanho, por exemplo, era cotado a $8,72 por onça em 1980, contra $3,70 em 1990.

No próximo dia primeiro de janeiro, mais um “malthusiano” terá perdido uma aposta. Cinco anos atrás, John Tierney leu um artigo de Matthew R. Simmons na The New York Times Magazine onde este vaticinava que o preço do barril de petróleo, então na casa dos $65, triplicaria nos cinco anos seguintes e passaria dos $200 durante o ano de 2010. Tierney apostou no contrário.

Em artigo publicado no The New York Times no último dia 27-12-2010, Tierney explica por que ganhou a aposta:

“Novos campos gigantes de petróleo foram descobertos nas costas da África e do Brasil. Novas reservas no Canadá fornecem agora mais petróleo para os Estados Unidos do que a Arábia Saudita. A produção doméstica americana também aumentou ano passado e o Departamento de Energia projeta mais aumentos para as próximas duas décadas.”

“Mas a verdadeira boa notícia é a descoberta de vastas quantidades de gás natural, cujo preço é hoje menos da metade do que era há cinco anos.”
“Pode ser que algo inesperado mude estas boas tendências, mas por enquanto eu diria que o conselho de Julian Simon permanece válido: é fácil fabricar notícias com vaticínios apocalípticos, mas você pode ganhar um bom dinheiro apostando contra elas” .

Artigo publicado pela versão digital folheável do Diário do Comércio em 10/01/2011

A piada da semana, talvez do seculo...

President Hu Jintao said his government remains committed to building "a modern socialist country."

Socialista???!!!
A China!!???
Eles são mais capitalistas do que o Brasil...
Mais um pouco ultrapassam os EUA, não apenas em PIB, mas em capitalismo também...

Incompetencia no MEC-INEP: quando nao se resolve o problema, cria-se outro orgao

Inepto para tratar de suas atribuições próprias, o INEP vai ser desmembrado, e a nova presidente, inepta ou não, pretende criar uma estrutura própria para fazer aquilo que o órgão atual é incapaz de fazer: um simples exame de âmbito nacional.
Era esperado. A burocracia aparelhada, inepta para cuidar dos assuntos correntes, cria uma nova burocracia, a ser devidamente aparelhada também, para deixar de fazer aquilo que o órgão original tampouco foi competente para fazer.
Alguém espera uma solução ao problema? Algum estudante otimista?
É como o caso das enchentes: o governo promete para 2014 um centro de monitoramento de desastres naturais. Até lá morrerão quantos mais?
Paulo Roberto de Almeida

Nova presidente do Inep admite criação de órgão exclusivo para o Enem
Lisandra Paraguassú
O Estado de S.Paulo, 20 de janeiro de 2011

Malvina Tuttman, recém-nomeada para instituto responsável pelo exame, não descarta hipótese, levantada pelo ministro da Educação no ano passado; problemas no sistema de seleção para universidades federais por meio da nota do Enem prosseguiram na quarta

A nova presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), Malvina Tuttman, disse ao Estado que estuda tirar a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) das atribuições do órgão. "Pode acontecer como consequência das avaliações que estamos iniciando, mas ainda não tenho essa resposta", afirmou.

Problemas com o exame e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que usa as notas para selecionar alunos para instituições públicas de ensino superior, derrubaram dois presidentes do Inep em pouco mais de um ano. Malvina, ex-reitora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), foi nomeada anteontem.

A hipótese de se criar um outro órgão para cuidar apenas do Enem foi levantada pelo próprio ministro da Educação, Fernando Haddad, no ano passado.

Segundo Malvina, o principal objetivo do Inep deve ser "o fortalecimento das políticas públicas", disse. "Iremos traçar um plano diretor daqui para frente."

Além do Enem, o Inep é responsável pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), pelos censos da educação básica e superior, pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e pelo Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).

Desde 2009, quando o Enem se tornou instrumento de ingresso em muitas universidades federais, ele passa por problemas. Houve vazamentos, exposição de dados confidenciais dos candidatos, exemplares do exame com questões a menos, falhas sucessivas no sistema de inscrição online, entre outros.

Neste ano, 83.125 vagas estão em disputa pelo Sisu, que encerra até as 23h59 as inscrições. Mas o site do sistema seguia instável ontem, com muitos alunos relatando dificuldades. Segundo o MEC, até as 18 horas haviam sido realizadas 1,5 milhão de matrículas, por cerca de 800 mil estudantes (cada candidato escolhe até duas opções de curso). Mas a cifra não representa 25% de todos os alunos que prestaram o último Enem - foram 3,5 milhões.

Haddad em silêncio. Desde sexta, quando os primeiros problemas foram relatados, Haddad preferiu o silêncio. Nem quando as reclamações aumentaram no domingo ou quando a Justiça determinou a ampliação do prazo de inscrições, Haddad deu explicações. A troca da presidência do Inep foi anunciada em Diário Oficial sem declarações do ministro. Em resposta à crise, Haddad só adiou suas férias, que começariam amanhã, em dois dias.

Justiça. As inscrições no Sisu terminariam anteontem, mas uma decisão judicial ampliou o prazo. Com isso, a abertura de inscrições para o Programa Universidade Para Todos (Prouni) foi adiada para amanhã. Mas pedidos de liminares que buscam a suspensão do Sisu aguardam decisão na Justiça Federal no Ceará e em Pernambuco.

O juiz encarregado no Ceará prometeu um parecer até a tarde de hoje. Lá, defensoria e ministério públicos pedem que os candidatos com as notas do segundo dia de provas anuladas tenham acesso às folhas de respostas e aos argumentos da banca da redação. Estudantes acionaram a Justiça, contestando a explicação do MEC de que a anulação ocorreu não teria sido preenchida na folha de gabarito a cor do caderno de questões recebido - eram quatro cores. Ontem à noite, a primeira liminar foi concedida a uma estudande do Rio (mais informações nesta página). / COLABOROU LUCIANA ALVAREZ

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Itamaraty tambem é cultura (sempre foi, alias...)

Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea

O Ministério das Relações Exteriores informa que estarão abertas, até o dia 25 de março de 2011, as inscrições para o “I Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea”.

O Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea, de periodicidade bianual, concederá prêmios nas áreas de pintura, escultura, fotografia e obras em papel. As obras selecionadas passarão a fazer parte do acervo do Ministério das Relações Exteriores, podendo ser expostas no Palácio Itamaraty e por toda a rede de Embaixadas e Consulados do Brasil no exterior.

O Concurso visa a incentivar a produção brasileira de arte contemporânea e a ampliar sua divulgação no exterior.

Poderão ser inscritas no Concurso quaisquer obras de artistas brasileiros. É vedada, no entanto, a participação no Concurso de membros da Comissão de Seleção e da Comissão Julgadora, bem como de servidores, cônjuges e parentes de primeiro grau de servidores do Ministério das Relações Exteriores.

Cada artista poderá inscrever apenas uma obra no certame. Para inscrevê-la, o interessado deverá enviar ao endereço eletrônico artecontemporanea@itamaraty.gov.br:

I. ficha de inscrição assinada e digitalizada;
II. curriculum vitae com texto descritivo e dez imagens (em baixa resolução) de obras de sua autoria, produzidas nos últimos dois anos;
III. imagem da obra inscrita, com resolução mínima de 300 dpi, em formato TIFF ou JPEG; e
IV. declaração de autoria e propriedade da obra inscrita.

Os valores dos prêmios oferecidos para as áreas de pintura e escultura são:

a) Primeiro lugar: R$ 20.000,00 (vinte mil reais);
b) Segundo lugar: R$ 15.000,00 (quinze mil reais);
c) Terceiro lugar: R$ 10.000,00 (dez mil reais);
d) Quarto lugar: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Os valores dos prêmios oferecidos para as áreas de fotografia e obras em papel são:

a) Primeiro lugar: R$ 10.000,00 (dez mil reais);
b) Segundo lugar: R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais);
c) Terceiro lugar: R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
d) Quarto lugar: R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais).

O edital completo do Concurso está disponível no site www.dc.mre.gov.br – seção “Eventos e Concursos”. Outras informações poderão ser solicitadas à Divisão de Operações de Difusão Cultural do Itamaraty - dodc@itamaraty.gov.br

Paraguai-Brasil-Itaipu: mais um capitulo da novela

Da coluna do ex-prefeito Cesar Maia:

BRASIL X PARAGUAI X ITAIPU!

1. (Asunción – ABC, 17) La flamante presidenta del Brasil, que se dispone a visitar nuestro país en el mes de marzo próximo, envía adelantado al también nuevo canciller de su gobierno, Antonio de Aguiar Patriota, para ajustar los puntos de la agenda de la futura visita. Solamente tienen que hacer memoria y recordar todo lo que Lula prometió y el Gobierno brasileño no cumplió, sea porque fueron promesas engañosas formuladas adrede para dar tiempo al tiempo, sea porque el Congreso brasileño las contradijo. Pero si el Presidente brasileño sabía cuál era el criterio dominante en su Congreso respecto del incremento del pago que con justicia se nos debe dar por adquisición de nuestra energía de Itaipú, no hubiera formulado ningún ofrecimiento.

2. (Folha online, 17) O novo chanceler do Brasil, Antonio Patriota, assegurou nesta segunda-feira que o governo de Dilma Rousseff vai dar "alta prioridade" à ratificação pelo Senado do acordo firmado em 2009 pelo ex-presidente Lula da Silva, que prevê o pagamento de US$ 360 milhões anuais pela venda da energia que corresponde ao Paraguai na usina de Itaipu Binacional. "Como resultado das eleições do ano passado, com a nova composição do Congresso, acredito que este ano será mais favorável à ratificação destes instrumentos. Esperamos em um prazo relativamente breve ter notícias positivas sobre o tema" disse Patriota, após reunir-se durante uma hora com o presidente paraguaio, Fernando Lugo, no Palácio de Governo.

3. (Ex-Blog, 17) Ou seja: continuam a tratar o Congresso como uma correia de transmissão do executivo. No Senado dos EUA, depois de uma declaração dessas da ministra (secretaria de estado), não daria nem para sonhar em tramitar a autorização.

Diplomatas tambem fazem greve... em Israel... (Carta Capital)

Diplomatas israelenses em greve recebem apoio de sindicato brasileiro
Viviane Vaz, de Jerusalém
Carta Capital, 18 de janeiro de 2011

Visita de autoridade militar ao Brasil em fevereiro pode ser cancelada, se a paralisação continuar.

O Sinditamaraty, sindicato que reúne os servidores do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, publicará nos próximos dias um comunicado em apoio aos colegas israelenses em greve por melhores salários desde 27 de dezembro. A iniciativa foi decidida em reunião realizada em Brasília na semana passada. “O salário que os israelenses recebem é de fato irrisório, quanto mais se comparado a outras chancelarias no mundo. Toda a área ligada a segurança do governo é vista com bons olhos, enquanto outras áreas recebem um tratamento com bastante detrimento. Infelizmente eles ainda não conseguiram pensar que relações exteriores é segurança nacional”, ressalta o presidente do Sinditamaraty, João Rafael Chió Serra Carvalho. “Em 1995, fez-se no Brasil uma reforma administrativa na qual se estabeleceu que a diplomacia é uma profissão típica do Estado. Nós ainda estamos aguardando que isso aconteça também em Israel”, disse à Carta Capital o diplomata israelense Leo Vinovezky, que trabalha na embaixada em Brasília.

Em Jerusalém, há quase um mês os diplomatas têm ido à sede da chancelaria com camisetas negras com o alerta em hebraico: “Eu sou um pobre diplomata”. “Vamos ao ministério todos os dias, mas não cumprimos com nosso trabalho em forma de protesto”, explica à reportagem um diplomata israelense. Apesar de a paralisação ter começado em dezembro do ano passado, as manifestações tiveram origem em junho, quando os diplomatas foram trabalhar vestidos com calças jeans e chinelos. Em agosto eles também criticaram o serviço de inteligência, Mossad, por prejudicar os protestos ao aceitarem organizar a visita do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a Atenas. Os diplomatas reclamam que ganham 49% menos dos funcionários do Ministério da Defesa e 80% que os do Mossad.

O vice-presidente da Associação de Diplomatas Brasileiros (ADB), Paulo Roberto de Almeida, explica que por ser uma profissão tradicionalmente aristocrática e elitista, não é comum ver diplomatas em greve. No entanto, ele destaca que a iniciativa não é inédita, principalmente em países de forte tradição sindical como Espanha e Itália. “No caso de Israel, o passado está identificado claramente com a ideia sionista, que é socialista, sindicalista, trabalhista”, diz Paulo Roberto. “Hoje há diferentes partidos, inclusive radicais e religiosos, mas isso não afeta o sindicalismo de Israel, que é profundamente social-democrata e até socialista. Então não é estranho que o movimento sindical também compreenda muitos diplomatas”, conclui.

Leo avalia que não poderia encontrar uma profissão mais fascinante do que a de diplomata, mas que o sonho profissional está se tornando um pesadelo econômico. “Assim como Israel precisa dos melhores soldados na frente de batalha, precisa dos melhores ‘soldados’ com terno e gravata no exterior do país. Mas se (os salários) continuarem assim, muitos jovens israelenses não vão considerar ser diplomatas”, ressalta.

“Um diplomata brasileiro que acaba de entrar no Rio Branco ganha mais do que um diplomata israelense em 30 anos de carreira em Israel”, afirma em Tel Aviv um funcionário israelense que serviu no Brasil, mas prefere não se identificar. No Brasil, o diplomata em início de carreira começa com um salário de R$ 12.413,03. Em Israel, apesar do desafiador trabalho de lutar para melhorar a imagem internacional de um país que desde 1967 passou de vencido a vencedor, os diplomatas iniciam na profissão com US$ 1340 dólares (cerca de R$ 2680). Segundo o sindicalista Hanan Goder-Goldberger, depois de 10 anos de carreira, a remuneração pode chegar a US$ 1600.

Paulo Roberto recorda que até os anos 1990, os diplomatas brasileiros também ganhavam mal no Brasil. “Quando entrei na carreira diplomática, eu não tinha salário para fazer crediário para comprar geladeira, nem tinha como comprar telefone ou carro, que eram caríssimos. Então eu era um diplomata pobre”, lembra Paulo. “Hoje se ganha bem no Brasil”, reconhece. Leo conta que os israelenses por amor à profissão correm de um lado para outro, muitas vezes em transporte público. “Pensamos no trabalho, como fazer de Israel um país mais reconhecido, mais respeitado no mundo, que as pessoas tenham interesse em pesquisar e descobrir”, explica.

Nos últimos 17 anos, os salários dos diplomatas perderam mais de 40% do valor e os profissionais decidiram que desta vez deixarão de “subsidiar” o Estado. De acordo com Hanan, dos 830 funcionários do ministério, 12% vivem abaixo da linha de pobreza, pois não conseguem sustentar uma família com mulher e dois filhos. O sindicalista alertou que se a situação continuar, apenas aqueles cujas famílias abastadas aceitarem sustentá-los poderão exercer a profissão.

O sindicato israelense exige um aumento de 25% para um “serviço diplomático à altura do Estado”. “Nossos diplomatas destacados no exterior estão orientados a não enviar mensagens diplomáticos ao ministério, nem usar trajes de diplomata nas recepções oficiais, nem dar vistos de entrada para Israel”, explicou Goder ao Jerusalem Post. Até o momento, o ministro de Finanças, Nir Reis, apenas concordou em dar uma gratificação de cerca de R$ 1,5 mil, além de um aumento de 6,5% sobre os salários, como também 15% para os que tiverem mestrado e 14,75% para quem tiver mais de seis anos no exterior.

Carta ao premiê

Na quinta-feira passada, vinte embaixadores israelenses pediram a intervenção de Netanyahu para acabar com a greve e “salvar o serviço exterior de Israel”. Os diplomatas veteranos recordaram ao premiê que ele já serviu como embaixador israelense na ONU e como diplomata em Washington e sabe que o serviço exterior é parte da segurança nacional. “Assim como o Estado precisa dos seus melhores homens em altas posições no sistema de defesa, precisa deles no campo diplomático também, que está se tornando mais importante e relevante para a força nacional todos os dias”, disseram os embaixadores em carta aberta direcionada a Netanyahu. Os diplomatas veteranos reclamam que o ministro de Finanças ignora os “salários humilhantes” e destacam que a crise pode levar a sérios prejuízos da posição de Israel no mundo.

A greve já impediu que o país recebesse duas visitas de Estado consideradas importantíssimas para o país: a do presidente russo, Dimitri Medvedev, a da chanceler alemã, Angela Merkel. “Desde 27 de dezembro não preparamos nenhuma visita oficial, quer se trate de personalidades israelenses que vão ao exterior ou de convidados por Israel”, concluiu Goder. Uma importante autoridade do gabinete politico militar de Israel recebeu um convite para vir ao Brasil em fevereiro, mas se a paralisação continuar, corre o risco de ser cancelada.

Bolivia: fuga de cerebros, como era de se esperar

A matéria ilustra como e por que são tão difíceis os negócios em países capturados pelo nacionalismo estatizante, como na Bolívia atual. O mesmo sucede na Venezuela, no Equador e em outros lugares similares...
Paulo Roberto de Almeida

Empreendedor de gás na Bolívia prefere ir para EUA
Marcos de Moura e Souza - de La Paz
Valor Econômico, 19/01/2011

Caso de engenheiro boliviano mostra como é difícil ambiente de negócios do setor no país
O engenheiro Tribor Rakela vê mais oportunidades em Dakota do Norte, que pode se transformar num "novo Texas"
Há pouco mais de um ano, o engenheiro boliviano Tribor Rakela retornava a La Paz depois de 15 anos no exterior. Fundou uma empresa de consultoria para a indústria de energia e tinha a expectativa de que o potencial de gás da Bolívia se traduziria logo em negócios. Apostava também nos sinais de que o governo Evo Morales iria afrouxar as condições para empresas privadas. Mas seu otimismo minguou. As condições não melhoraram para ele nem para as grandes petroleiras que estão operando a meia carga no país desde a nacionalização do setor de hidrocarbonetos em 2006. Na sexta-feira, Rakela embarcou para o Estado americano de Dakota do Norte para prospectar negócios com o gás e conhecer a região que poderá seu novo lar caso nada realmente mude para o setor de energia em sua terra natal.
A história de Rakela e da Rakoil, a empresa que criou com outros dois bolivianos e um venezuelano, é uma síntese das dificuldades enfrentadas pelas companhias que exploram gás na Bolívia. Assim, como esse pequeno empresário de 38 anos, neto de um croata, grandes petroleiras e aguardam uma revisão na lei do gás e condições mais favoráveis para as empresas privadas. Sem essas mudanças, diz Rakela, ele possivelmente não será o único a buscar outros mercados e a engavetar de vez os planos para a Bolívia.

"Era para a nova lei de hidrocarbonetos ter saído há um ano, mas com a eleição do novo Congresso, houve muitas leis que ganharam prioridade e o governo deixou um pouco de lado as discussões sobre as novas regras", diz o empresário. Sua esperança - assim como a de representantes do setor e de especialistas em energia - é de que o governo atenda a algumas demandas do setor. Entre elas, o aumento do preço do barril de petróleo que vigora na Bolívia, de US$ 27,5; um aumento da remuneração das empresas privadas ou a possibilidade de elas passarem a recorrer a um tribunal internacional em caso de litígio com o governo, algo vetado nos contratos atuais.

A julgar pelas declarações feitas do vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, ao Valor na sexta-feira, uma nova lei do gás manterá intactas as condições em vigor.

"O destino da Rakoil está vinculado a essa nova lei", disse o empresário à reportagem na semana passada, em La Paz. "Mas nós não podemos ficar de braços cruzados. Por isso é que estou indo para os EUA. Se as coisas melhorarem aqui, ficamos com os pés na Bolívia. Se a lei que venha a ser aprovada for boa, levamos nosso plano adiante de não apenas atuarmos como consultores, mas também de fundarmos uma petroleira", diz Rakela. "Se a lei não for boa para as empresas, vamos embora."

Rakela parece empolgado com seu plano B. "Há oportunidades muito boas no norte dos EUA, em Dakota do Norte, em Montana, com o gás de xisto. Se as coisas se confirmarem lá, Dakota se transformará em um novo Texas."

Formado em engenharia petroleira na Universidad Mayor de San Andrés, escola pública das mais prestigiadas da Bolívia - onde hoje dá aula -, Rakela conseguiu rapidamente um emprego na Schlumberger, a gigante internacional de prestações de serviços para a indústria de petróleo e gás. Foi então transferido para a Argentina, depois para a Colômbia. Ocupou cargos também no Canadá, México, EUA e Venezuela - uma trajetória semelhante a de muitos colegas de faculdade que fizeram carreira no exterior, diz ele. Ao deixar a empresa para tentar se estabelecer com um negócio próprio na Bolívia, a há um ano e dois meses, Rakela era gerente de operações no país de Hugo Chávez.

A Rakoil - quem tem um pequeno escritório em La Paz e contrata equipe de técnicos à medida que fecha contratos - presta serviços técnicos, de avaliação e fiscalização de poços e estratégias de industrialização. Chegou a fechar um contrato com o governo central exatamente sobre como industrializar o gás, mas com as petroleiras privadas segurando os investimentos, o futuro da consultoria não parece dos mais brilhantes. "Se não sair uma nova lei positiva para o setor, petroleiras grandes poderão também vir a deixar o país ou ficar aqui com pouco pessoal mais experimentado e investimentos contidos. É isso o que se diz no mercado."

Homens sao de Marte, mulheres de Venus, ao que parece...

Pronto, vamos ser novamente bombardeados com aquele besteirol antigo que dizia que a Terra tinha sido habitada por seres vindos do espaço.
Deu no Estadão:

Moléculas essenciais para a vida podem ter vindo do espaço
Nasa descobre evidências de que aminoácidos que formam seres vivos podem ter vindo de asteroides
Estadão online, 19/01/2011

Pensando bem, alguns desses seres ainda continuam entre nós, alheios a tudo o que é terreno, só pensando nas suas pequenas obsessões extra-terrestres, entre elas a volta ao poder...
Paulo Roberto de Almeida

As licoes de Nuremberg, para um publico de hoje

Este extraordinário documentário deveria ser disponibilizado em vários sites e arquivos de audio, se possível com legendas em várias línguas, na medida em que se trata de uma incontornável lição de História.
Ver alguns vídeos no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=dlS60RG9j0o&feature=player_embedded
Paulo Roberto de Almeida

SPECIAL SCREENING OF "NUREMBERG: ITS LESSONS FOR TODAY"
Wilson Center bullettin (18/01/2011)

You are invited to a special screening of an historic and powerful documentary that was made more than 60 years ago but until recently was not shown in the United States. The screening will be held on Monday, January 31, at 6 p.m. at The George Washington University under the auspices of the University’s Provost, Steven Lerman. It will be introduced by one of its producers and followed by a panel discussion that will include faculty experts from GW.

"Nuremberg: Its Lessons for Today" was made shortly after World War II for the U.S. War Department and the U.S. military government in Berlin. The producer, Stuart Schulberg, included footage used by the U.S. prosecutors at the International Military Tribunal in Nuremberg to support their indictments of Nazi leaders as well as footage of the trial itself. The film is not only riveting; it’s also a compelling piece of history. It documents the consequences of Nazi Germany’s unprecedented assaults on Europe and humanity; its attempt to murder all the Jews it could find as well as other civilians; and the ways in which the Allies dealt legally with German officials after the war. The film was shown to German audiences in 1948-49 as part of the Allies’ de-Nazification program. It’s significant that, during the late 1940s, U.S. authorities did not permit the film’s release in the U.S.. This prompted a Washington Post reporter at the time to note that "there are those in authority in the United States who feel that Americans are so simple that they can hate only one enemy at a time. Forget the Nazis, they advise, and concentrate on the Reds.”

Read an excellent, informative review of the film at The Washington Post. (transcrevo abaixo)

The film will be introduced by Sandra Schulberg—the daughter of the film’s producer—who, with Josh Waletzky, restored the original film. The panel discussion will include Provost Lerman as well as GW faculty experts on international law, human rights, the Holocaust and education, and will be followed by questions and comments by the audience.

This event is co-sponsored by GW’s Law School, Elliott School of International Affairs, Honors Program, Graduate School of Education and Human Development, Judaic Studies Program, Gelman Library and Rabin Chair Forum, as well as by the Woodrow Wilson International Center for Scholars.

"Nuremberg: Its Lessons for Today"
Monday, January 31, 6 p.m.
Funger Hall, Room 103
2201 G St. NW
Washington, DC 20052
For inquiries please contact Christopher Diaz

=============

Nuremberg: Its Lesson For Today (Nurnberg und seine Lehre)
By Ann Hornaday
The Washington Post, Friday, October 8, 2010

More than 60 years after it was made, "Nuremberg: Its Lesson for Today" arrives in American theaters as something of a minor miracle.

In 1945, the U.S. prosecutors at the International Military Tribunal made two revolutionary decisions: They commissioned Stuart Schulberg, a filmmaker with the OSS Field Photographic Branch, to create documentaries about Nazi history and atrocities that would be used as evidence in the trial of Nazi war criminals in Nuremberg. And they announced that they wanted the trial itself to be filmed as a document of a new form of transitional justice.

The resulting work was shown in Germany in 1948 and 1949 as part of the greater de-Nazification program. But it was withheld from American audiences (for reasons that have never been clear) until now.

"Nuremberg," a meticulous restoration by Schulberg's daughter Sandra and Josh Waletzky, faithfully preserves the original 1948 documentary, adding new subtitles and a narration by Liev Schreiber.

The intervening decades make the film's messages all the more potent -- and not only in its depiction of how economic insecurity, intolerance and demagoguery can be used to manipulate the most depraved forces of a civilized society. "Nuremberg" also stands as a fascinating record of a nascent international court system, the wages of aggressive war and a country's tentative steps toward coming to grips with its history.

Schulberg's father made "Nuremberg" for the U.S. War Department and the U.S. military government in Berlin, using footage he and his screenwriter brother Budd gathered for the two evidentiary films Supreme Court Justice Robert Jackson requested: a four-hour documentary on the history of Nazism and a one-hour documentary about the concentration camps. Schulberg also had access to 25 hours of the trial itself, which lasted nearly a year. Cobbling together the Nazis' own propaganda footage (some of it shot by Leni Riefenstahl), some postwar footage he himself filmed and the trial testimony, Schulberg created a fascinating collage, juxtaposing the bitter truths of the war -- its lies and cruelties and mass murders -- with scenes of its most notorious architects being confronted about their roles.

It's a tawdry, dispiriting tableau. Viewers will be familiar with some of the most distressing images in "Nuremberg," but Schulberg and his team managed to uncover their own fresh hells, such as a film depicting an early gas chamber, using a car with a long exhaust pipe leading into a small cabin. At the trial, the accused war criminals -- 22 in all, including Hermann Goering, Rudolf Hess, Joachim von Ribbentrop and Albert Speer -- looked alternately bored and disgusted, shielding their eyes from the movie lights with dark sunglasses.

Because "Nuremberg" was aimed primarily at German audiences, some references to German history and institutions will be lost on contemporary American audiences. But the specificity of its mission adds to the allure of a film that possesses a riveting brand of rough, raw immediacy. Seen alongside the equally extraordinary "A Film Unfinished," with its Nazi footage of the Warsaw ghetto, "Nuremberg" provides yet another mesmerizing lesson in how even the most cynical propaganda can be recast in the service of truth. And with terms like "war crimes," "military tribunals" and the "Nuremberg principles" now part of a sometimes overheated political vernacular, this heroically preserved film offers a sobering lesson in where and why many of those ideas were first conceived. The "today" of its original title may be been meant for a different generation, but "Nuremberg" couldn't be more of the moment.

Contains disturbing images of the Holocaust and World War II. In English, French, Russian and German with English subtitles.

========

YouTube list:

Suggestions:

0:52
2000 Nuremberg. trailer
by christopherplummer1
960 views

0:51
Los Juicios de Nuremberg - Trailer
by tomahawk197610
7,431 views

3:39
"Nuremberg" Trailer
by NurembergRestored
1,232 views

2:11
1938 Nazi Party Congress in Nuremberg Amateur Film
by habukt
5,183 views

10:16
Nuremberg- its lesson for today- One of the Mos...
by fairinfowar
565 views

6:43
"Nuremberg: Its Lesson For Today"
by CBSNewsOnline
130 views

10:54
Nuremberg: It's Lessons For Today! The Film The...
by MoxNewsDotCom
5,489 views

1:43
The Wedding Song - Official US Trailer
by StrandReleasing
81,319 views

29:34
Hitler - Mein Kampf (full documentary) Part 1 +...
by Denizzje
1,210,090 views

2:16
A Matter of Size - Official US Trailer
by scibenx
16,602 views

7:33
Boogie Oogie Oogie (Remix).wmv
by luvnhappinezz
7,570 views

0:48
Color Film of Nuremberg, Fall 1945
by RobertHJacksonCenter
9,312 views

2:39
Americans and Religion
by CBSNewsOnline
246 views

2:39
I Like Guns - Steve Lee
by steveleeilikeguns
2,655,618 views

1:36
Rompecabezas
by natsmirnoff
16,914 views

1:33
Trailer OJOS BIEN ABIERTOS
by GlobalFoundation
44 views

1:51
REVOLUCION - trailer
by Celluloiddreams
6,316 views

2:45
O Julgamento de Nuremberg
by 2guerra
10,340 views

2:16
Silverdocs 2010 - MONICA & DAVID official trail...
by silverdocs
7,409 views

2:26
NUREMBERG - Impressions from Albrecht Durer city
by dziaaadu
3,076 views

============

Googlelizing:

Nürnberg und seine Lehre (1946) - IMDb - [ Traduzir esta página ]





Classificação: 6.4/10 - de 12 usuários
Dirigido p/ Pare Lorentz. Estrelando Francis Biddle, Karl Dönitz, Hans Frank. The trial established the "Nuremberg principles" -- the foundation for all subsequent trials for crimes against ... Department's Civil Affairs Division, it was written & directed by Stuart Schulberg, who completed it in 1948. ... Nürnberg und seine Lehre -- Trailer for the 2009 Restoration of Nuremberg: Its Lesson ...
www.imdb.com/title/tt0441889/ - Em cache - Similares
IMDb Video: Nuremberg: Its Lesson for Today - [ Traduzir esta página ]
Description: Trailer for the 2009 Restoration of Nuremberg: Its Lesson for ...
www.imdb.com/video/screenplay/vi4158130457/ - Em cache
Exibir mais resultados de imdb.com
Nuremberg: Its Lesson For Today (Nurnberg und seine Lehre ... - [ Traduzir esta página ]
Nuremberg: Its Lesson For Today (Nurnberg und seine Lehre) ... As documented in the film, the trial established the "Nuremberg principles," laying the ...
www.valleynewslive.com/Global/story.asp?S=13319916
Nuremberg: Its Lesson For Today (Nurnberg und seine Lehre) - Movie ... - [ Traduzir esta página ]
"Nuremberg: Its Lesson For Today" shows how the four allied prosecution teams from the United States, Great Britain, France, and the Soviet Union built ...
nymag.com › Movies - Em cache
Nuremberg: Its Lesson For Today (Nurnberg und seine Lehre) Movie ... - [ Traduzir esta página ]
Nuremberg: Its Lesson For Today (Nurnberg und seine Lehre) info, trailers, and showtime information fast and easy.
tulsa.mrmovietimes.com/.../Nuremberg-Its-Lesson-For-Today-Nurnberg-und-seine-Lehre.html - Estados Unidos - Em cache
Scene - Movie Listings | Tulsa World - [ Traduzir esta página ]
16 Jan 2011 ... Nuremberg: Its Lesson For Today (Nurnberg und seine Lehre) Directed By: Pare Lorentz Theatrical Release Date: 01/01/1900. Run Time: 01:18 ...
www.tulsaworld.com/scene/moviesdetail.aspx?movieid... - Em cache