O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

domingo, 10 de março de 2013

Governo intervencionista assusta empresarios infraestrutura paralisada

Dizem que gato escaldado tem medo de água fria. Parece, ou pode ser...
Não sei se os empresários estão ou não escaldados com este governo e o anterior, mas o fato é que o boca grande anterior se gabava de nunca ter dado tanto lucro aos capitalistas e banqueiros: "eles nunca ganharam tanto dinheiro como neste governo", dizia ele, numa demonstração prática de que dá, realmente, para enganar todo mundo durante algum tempo. Mas tudo o que existe, se esvanece no ar, como diria um desses gurus conhecidos...
Nos tempos do Império, o governo fazia PPPs, ou concessões de ferrovias e outras obras de infraestrutura contra 6% de garantia de juros, que era bem mais que os capitalistas poderiam esperar ganhar aplicando em bônus do governo ou no mercado financeiro, em geral. Parece que funcionou, pois tivemos dezenas de ferrovias e outras obras bancadas inteiramente pelo capital estrangeiro, com a tal de garantia de juros.
Agora, o governo que não é imperial, mas que talvez gostaria de ser, oferece um monte de garantias e ninguém se mexe.
O que significa isso? Apenas uma coisa: falta de confiança...
Paulo Roberto de Almeida 

Novas vantagens, riscos antigos

10 de março de 2013 | 2h 08
Editorial O Estado de S.Paulo
 
As novas vantagens financeiras anunciadas pelo governo às empresas privadas interessadas em participar do programa de concessões em infraestrutura, especialmente em ferrovias, não têm sido suficientes para afastar temores dos grupos empresariais que avaliam sua entrada nesses programas.
É, sem dúvida, atraente para os investidores a antecipação, anunciada pelo governo na semana passada, de 15% da receita esperada pelas concessionárias durante todo o período de concessão, de 35 anos. Igualmente vantajosa para as concessionárias é a regra, conhecida anteriormente, segundo a qual a estatal Valec comprará antecipadamente toda a capacidade de transporte das ferrovias concedidas, assumindo sozinha o risco de comercialização dos serviços ferroviários. Nem com as garantias já conhecidas, porém, grandes grupos estão inteiramente convencidos de que vale a pena correr os riscos implícitos no modelo de concessão apresentado pelo governo.
A antecipação da receita prometida pelo governo começará a ser paga a partir do segundo ano após a assinatura do contrato, se o cronograma de obras estiver sendo cumprido. Trata-se de uma cláusula que poderá ser cumprida sem muitas dificuldades pelas concessionárias, pois é bastante provável que de seu controle participem grandes grupos da área de construção pesada, que já se articulam com empresas especializadas em operações ferroviárias para participar das licitações. Estima-se que, com isso, as concessionárias poderão receber antecipadamente R$ 13,65 bilhões, que serão repassados à Valec pelo Tesouro.
O direito de auferir a receita antecipadamente poderá ser apresentado como garantia junto ao BNDES, nos financiamentos, com juros vantajosos para o financiado, de até 80% dos investimentos das concessionárias.
A compra, pela Valec, de toda a capacidade de movimentação da ferrovia protege as concessionárias do risco de mercado - embora possa resultar em perdas para os contribuintes se a estatal não conseguir comercializar toda a capacidade ou se o fizer por valor inferior ao que pagou. Trata-se, por isso, de uma importante garantia para os investidores.
Nada disso, porém, elimina outros problemas sérios do modelo anunciado pelo governo e que deixam dúvidas em grupos empresariais e investidores a respeito da conveniência de sua participação nesse processo.
Embora afaste o risco comercial das concessionárias, a compra da capacidade de transporte pela Valec traz outro. Trata-se das implicações práticas do enorme poder comercial de que a estatal disporá. A história recente registra diversos casos de uso de estatais pelo governo de acordo com seus interesses políticos. Desse uso resultaram perdas para contribuintes, acionistas ou empresas com as quais as estatais tinham vínculos contratuais. O temor de que experiências como essas se repitam gera alguma insegurança jurídica.
Igualmente preocupante para os investidores é a incerteza, dentro do próprio governo, a respeito da taxa de retorno do empreendimento, variável essencial para a montagem de um programa financeiramente sustentável ao longo do período de concessão. Para forçar a baixa das tarifas, o governo tem comprimido ao máximo a taxa de retorno, o que assusta os investidores. Além disso, tem dado informações contraditórias, ora anunciando uma faixa de variação da taxa, ora anunciando outra.
Do ponto de vista institucional, o que preocupa é como se fará a compatibilização de dois modelos diferentes, o atual, no qual a concessionária tem controle sobre suas linhas - permitindo seu uso por terceiros apenas nos períodos de ociosidade -, e o novo, no qual qualquer interessado poderá transportar sua carga pelas linhas.
Por fim, a inclusão no programa de concessões ferroviárias de trechos que já são ou poderão ser atendidos com mais eficácia pelo transporte rodoviário ou pelo marítimo, como as ligações paralelas à costa nas Regiões Nordeste, Sudeste e Sul, pode tornar esses blocos desinteressantes.
  

Fake mumy, fake stories: os bolivarianos se superam...

A Verdade foi enterrada antes de Hugo Chávez
Jorge Serrão
Alerta Total, 10/03/2013


Talvez por esquizofrenia, deficiência mental ou falta de caráter, aqueles que pensam e agem de maneira burra, radicalóide e sem ética, se dizendo socialistas, comunistas, fascistas, nazistas, etc, costumam atentar contra a Verdade – definida como realidade universal permanente. Mas os bolivarianos exageraram na dose da mistificação na gestão da morte do mito Hugo Chávez Frias.

Nos meios diplomáticos e na área de inteligência militar argentina circula uma informação 1-A-1 acerca dos procedimentos ante e pós fúnebres do Presidente e revolucionário inventor da República Bolivariana da Venezuela. A revelação bombástica é que o corpo exibido, cheio de sigilo e segurança, em um super-caixão lacrado, não é de um ser humano normal, deformado por um terrível câncer. O cadáver seria um boneco de cera. O simulacro de um Chávez “embalsamado”.

A surpreendente descoberta de que o corpo no faraônico féretro bolivariano não correspondia ao Hugo Chávez original foi da “Presidenta” da Argentina Cristina Kirchner. A grande amiga de Chávez estava escalada para fazer o mais emocionado discurso politico do velório. No entanto, Cristina se sentiu enganada no momento em que chegou perto do defunto.

Ficou tão revoltada e contrariada que arranjou uma desculpa esfarrapada para voltar urgentemente a seu país – deixando até sem carona o presidente uruguaio José Mujica, que com ela veio até Caracas.

A explicação bombástica para o retorno súbito de Cristina é relatada pela inteligência militar argentina. Cristina teve um choque emocional quando se viu envolvida na farsa bolivariana montada para o velório de Chávez. Não acreditando no que seus olhos lhe mostravam, Cristina escalou uma oficial ajudante-de-ordens para investigar, de imediato, se não estaria diante de uma “brincadeira de mau gosto com a morte de alguém que lhe era muito querido”.

A oficial argentina interpelou um alto-membro do Exército pessoal de Chávez – que praticamente confessou a armação: ali não estava o corpo original do amado comandante. A militar transmitiu a informação imediatamente para Cristina – que surtou. Saiu esbravejando do Velório para o hotel, avisando que não mais faria o discurso para um boneco. O presidente imposto da Venezuela, Nicolas Maduro, tentou convencê-la do contrário, sem sucesso. Cristina voltou voando para casa.

A Presidenta Dilma Rousseff, que levava o ex Luiz Inácio a tiracolo, foi informada do incidente. Dilma e Lula deram uma breve olhada no caixão de Chávez, conversaram rapidamente com os presentes, e também foram embora o mais depressa possível – alegando coisas urgentes a serem resolvidas no Brasil. A exemplo de Cristina, não quiseram participar da farsa completa do sepultamento daquele que era o líder operacional-militar do Foro de São Paulo (organização que reúne as esquerdas revolucionárias, guerrilheiras ou simplesmente gramcistas na América Latina e Caribe).

História à parte do “boneco de cera” – uma versão completamente não-oficial das exéquias de Chávez -, tudo em torno de sua morte soa como uma grande farsa, digna do mais cínico e mentiroso socialismo bolivariano que transformou a Venezuela em um país em decomposição política, econômica e social. Tudo indica que Hugo Chávez já veio morto de Cuba – onde morreu não de problemas diretamente relacionados ao sarcoma que sofreu metástase.

O que levou Chávez realmente deste para outro mundo foi uma brutal infecção hospitalar, que detonou-lhe o pulmão. Tal fato jamais será admitido oficialmente, já que a lenda-dogma comunista prescreve que a ilha perdida dos irmãos Castro tem “uma das medicinas mais avançadas do mundo”. Caso tivesse se tratado no Brasil – como fizeram Dilma, Lula e o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo -, Chávez poderia estar vivinho da silva... Azar dele que o Hospital Sírio Libanês não aceitou receber milhões para tratar, sem transparência e em “segredo socialista”, do grave caso médico.

Outro fato que a inteligência dos Estados Unidos já deixou bem evidente nos meios diplomáticos. Chávez morreu, provavelmente, no começo de janeiro. O prolongamento mentiroso de sua vida foi apenas uma armação para permitir a inconstitucional posse de Nicolas Maduro, através da geração de um dramalhão popular em torno da torcida pela “salvação” e cura do bem amado mito Chávez.

O problema para o regime venezuelano é que o atraso na revelação da verdade contribuiu para as mentiras aflorassem...

sexta-feira, 8 de março de 2013

A frase do mes: tudo em familia...

É, faz sentido; considerando que os empresários do agronegócio também têm família, mesmo aqueles com casamento entre pessoas do mesmo sexo (o STF já disse que pode, na cidade ou no campo, não importa), então, toda a produção de alimentos é familiar...

Os 194 milhões de brasileiros são alimentados pela agricultura familiar.
Dilma Rousseff, no 11º Congresso Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (CNTTR), em Brasília.

Espirito animalesco (do governo) e instinto de sobrevivencia (dos empresarios)

Parece que o governo ainda não entendeu que o problema não está com os empresários. O problema está com ele mesmo. É ele quem impede os empresários de trabalhar e de ganhar dinheiro, de realizar lucros, de investir, de prosperar e, assim, gerar empregos, renda e riqueza (inclusive alguns impostos para ele). O problema é que o governo cai com as quatro patas encima de empresários, dos trabalhadores e dos consumidores, com sua enorme carga de impostos (na média, mas por baixo, 40% de qualquer coisa, bem ou serviço), e impede que os primeiros tenham dinheiro suficiente para seus investimentos (que também é taxado) e que os trabalhadores tenham altos salários (pois os empresários precisam ter outra folha salarial só para o governo), ou que nós todos, consumidores, compramos  segundo a nossa vontade, já que justamente deixamos dois quintos da nossa renda com ele mesmo. Também tem o fato de que ele não oferece serviços e infraestrutura compatíveis com os impostos que pagamos, e tem a burocracia, a preferência nacional, o protecionismo, a corrupção. Enfim, se o governo fizesse a sua parte, quem sabe os empresários pudessem trabalhar?

Paulo Roberto de Almeida   

Um governo perplexo

08 de março de 2013 | 2h 14

Editorial O Estado de S.Paulo
Tudo vai bem, garante a presidente Dilma Rousseff, mas, por segurança, o governo decidiu chamar os empresários para conhecer suas expectativas, ouvir suas queixas e exortá-los a um esforço maior para aumentar a produção. "Tomar o pulso" foi a expressão usada por uma fonte de Brasília. Em termos mais realistas: dois anos e dois meses depois da posse e com dois anos de estagnação em seu currículo, a presidente e seus ministros estão perdidos. Têm feito sua parte, continuam dizendo, e continuam sem entender por que o empresariado fez muito menos que o esperado. Onde está o tão falado espírito animal? O governo promete mais estímulos, com redução de impostos sobre a cesta básica e desoneração do PIS-Cofins sobre a cadeia produtiva, mas precisa de respostas urgentes. É preciso garantir um desempenho econômico bem melhor na segunda metade do mandato, embora ninguém reconheça oficialmente o fracasso do primeiro biênio. Mais que um dever presidencial, impulsionar o crescimento a curtíssimo prazo tornou-se incontornável missão partidária, nos últimos dias, depois de aberta pelo chefe supremo do partido a campanha da reeleição.
Mais que um sinal de humildade ou de realismo, o convite aos empresários, nesta altura, é um claro indício de perplexidade. A presidente, o ministro da Fazenda e demais componentes da equipe econômica parecem ter dificuldade para entender o fracasso econômico. Mostram alguma percepção do fato, mas ao mesmo tempo tentam negá-lo. O ministro Guido Mantega insiste em apresentar o Brasil como vítima da crise internacional. A presidente, ao contrário, mostra o País como imune aos problemas externos e livre, portanto, do risco de pneumonia quando as grandes potências espirram. Ela e os auxiliares parecem nem mesmo combinar suas falas.
Há alguma verdade, no entanto, no discurso presidencial. A crise global afetou o Brasil muito menos que outras economias. Se a economia derrapou foi por outros problemas, todos criados internamente - embora essa parte da história seja negada ou reconhecida apenas com muitas ressalvas pelas autoridades. Esses problemas foram em parte herdados, em parte agravados e em parte criados pelos atuais ocupantes da máquina federal.
A presidente continua falando sobre os investimentos da União como se fossem uma sequência de sucessos. Usou esse tom mais uma vez, nesta quarta-feira, durante encontro com governadores e prefeitos. Mas o governo é um investidor incompetente e raramente chega a desembolsar 60% do valor previsto no orçamento de cada ano - e a maior parte do dinheiro corresponde a restos a pagar. A maior parte das estatais, ainda sob regime de loteamento, também continua atolada na incompetência, enquanto na Petrobrás há um esforço de reforma gerencial e de recuperação.
A perplexidade do governo diante dos resultados obtidos até agora confirma também sua incapacidade de planejar e até de entender os entraves ao crescimento brasileiro. A presidente adotou desde o ano passado, com mais de um ano e meio de atraso, o discurso a respeito da competitividade. A maior parte da política adotada em dois anos, no entanto, foi destinada a estimular o consumo, como já foi provado tanto pela análise das políticas quanto pelo balanço dos resultados.
Parte do fracasso acumulado nos últimos dois anos é explicável por uma evidente confusão entre planejamento e intervencionismo autoritário. As perdas impostas à Eletrobrás e à Petrobrás, a desmoralização do Banco Central (BC) e as dificuldades para envolver o setor privado nos programas de infraestrutura são consequências dessa confusão. Não por acaso a presidente Dilma Rousseff tem insistido, em seus pronunciamentos, em apresentar o governo como cumpridor de contratos.
Não por acaso a diretoria do BC e outras autoridades têm procurado reafirmar a seriedade e o caráter técnico da política monetária. De alguma forma, a cúpula do governo dá sinais de perceber os problemas e os próprios erros, mas com muita relutância. Enquanto isso, já se foram dois anos e quase um trimestre de mandato presidencial.

Pausa para... choradeira...

Beechcraft vai contestar vitória da Embraer em licitação nos EUA

Presidente da empresa americana disse ter ficado perplexo com a decisão do governo

Reuters |
A empresa americana Beechcraft disse informou que vai protestar formalmente contra a decisão da Força Aérea dos Estados Unidos de conceder um contrato à Embraer para o fornecimento de aviões de ataque leve para uso no Afeganistão.
A fabricante brasileira ganhou, em 27 de fevereiro, a licitação para fornecer 20 aviões de ataque para missões contra-insurgência no Afeganistão.
A Beechcraft, anteriormente conhecida como Hawker Beechcraft, saiu de um processo de concordata no mês passado (fevereiro). A fabricante de aeronaves disse em comunicado que estima que a decisão da Força Aérea afetará cerca de 1.400 postos de trabalho no Kansas e outros Estados americanos.
Representantes da Embraer e da parceira Sierra Nevada não puderam ser imediatamente contatados para comentar o assunto.
Em comunicado, o presidente-executivo da Beechcraft, Bill Boisture, afirmou que sua empresa está "muito perplexa" com a decisão da Força Aérea e que vai encaminhar protesto junto ao U.S. Government Accountability Office, órgão do governo federal que verifica se licitações públicas tiveram irregularidades. Segundo a empresa, há dúvidas sobre eventuais erros cometidos no processo de seleção.
"Simplesmente não entendemos como a Força Aérea pode justificar um gasto adicional de mais de 125 milhões de dólares pelo o que consideramos ser uma aeronave com menos capacidades", disse Boisture.
A Embraer e a Sierra Nevada venceram um contrato inicial de US$ 355 milhões em dezembro de 2011, mas a licitação foi suspensa depois de ser questionada pela Hawker Beechcraft, que perdeu a disputa.
Na sexta-feira (1º), a Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores da Aeroespaciais, que representa mais de 3 mil funcionários ativos e inativos da Beechcraft, pediu para a Força Aérea rever a entrega do contrato à Embraer.

Pausa para... confissoes intimas...

Não minhas, claro, pois minha vida é um livro aberto, aliás, vários abertos ao mesmo tempo...
De quem tem algo de útil a contar para a sociedade...
Paulo Roberto de Almeida

Diário da Dilma – Em terra de saci, qualquer chute é voleio
Revista Piaui, Março de 2013

1º DE FEVEREIRO - Pelas bengalas do Mandela! Fui dar uma olhada na agenda do mês e meu queixo caiu: o Patriota vai me mandar para a Guiné Equatorial!! Capital, Malabo! MALABO!!! O que eu fiz para esse homem me tratar assim?!

2 DE FEVEREIRO - Pé de pato, mangalô, três vezes! É o terceiro telefonema da Ideli hoje. Não atendi nenhum. Ela está se insinuando para passar o Carnaval comigo na Bahia. Disse que está com medo de ir para Santa Catarina por causa dos ataques. Já expliquei que mando a Força Nacional para lá, que ela pode ir tranquila. Para me livrar dela, despacho até o 2º Exército, e ainda peço ajuda à 4ª Frota americana.

3 DE FEVEREIRO - Em viagens internacionais, o Ney Latorraca faz a mala com dez dias de antecedência. É dessa eficiência que preciso.

4 DE FEVEREIRO - Risco de apagão, aumento da gasolina, polêmica em Belo Monte. Os deuses conspiram para me aproximar do Lobão.

Fui ao Show Rural de Cascavel, no Paraná. É isso que dá colocar Gleisi na Casa Civil.

5 DE FEVEREIRO - Gracinha me contou que vai sair na avenida. Fiz cara de paisagem. Precisa ter muito peito para sair na avenida depois dos resultados da Petrobras. Mas cada um com seu cada um. Se ao menos servir para ela prender aquele cabelo.

6 DE FEVEREIRO - Fiz uma sessão de cinema aqui em casa para os filhos e netos dos ministros. É como diz o conhecido ditado búlgaro: “Quem meus filhos agrada, minha boca adoça.” Uma gracinha de filme, Tainá. Eu adorei! Tarde fofa!

Coitado do Marco Aurélio. Foi operado do coração aqui em Brasília. É um destemido!

7 DE FEVEREIRO - Tá confirmado! Vou para a Bahia no Carnaval! A Base Naval de Aratu vai ficar pequena! Cara, caramba, cara, cara ô!

Brinquei que ia deixar a chave da Nação para o Rei Momo. Em oito minutos, apareceram dezessete parlamentares do PMDB sambando com uma coroa na cabeça. Em terra de saci, qualquer chute é voleio.

8 DE FEVEREIRO - Já está tudo arrumado para o nosso tradicional Baile do Toma Lá Dá Cá. Mamãe e titia arrumaram fantasias de Nina e Carminha. Gabrielzinho vai vestido de Pibinho. Se alguém aparecer com a máscara do Joaquim Barbosa, está demitido. Eu botei uns óculos escuros redondinhos, uma roupa branca, domei o topete e fiquei a cara do Psy. “Oppan Gangnam Style!”

10 DE FEVEREIRO - Estava dançando um frevo esperto quando vieram me dizer que o Lobão estava na linha. Fui pega de surpresa, tropecei e quebrei o dedão.

11 DE FEVEREIRO - De tédio é que eu não morro. O Gilbertinho me acorda cedo para dizer que o papa renunciou. Fiquei besta! Nunca tinha ouvido falar que papa podia renunciar. Não sei se devo me pronunciar. O que eu posso dizer? Vai com Deus, meu filho. Acho que não é esse o tom da coisa.

12 DE FEVEREIRO - Comecei a mascar chiclete. João Santana acha que me dá um ar menos intelectual, mais povão, com um toque de rebeldia.

13 DE FEVEREIRO - Tem coisa mais descolada que presidenta de Crocs vermelhos? Para melhorar, esse sapatinho furadinho, coisa fofa, não fica roçando no curativo que titia fez no meu dedão. Me apeguei.

14 DE FEVEREIRO - Aprendi, finalmente, a fazer bola com chiclete.

15 DE FEVEREIRO - Depois de tanto jornal repetir que o papa é pop, fiquei com a bela obra do Humberto Gessinger na cabeça. Hoje, num despacho com o Patriota, sapequei: “Minha vida é tão confusa quanto a América Central. Por isso não me acuse de ser irracional.” Disse que ia usar na próxima Assembleia Geral da ONU. Precisava ter fotografado a cara que ele fez.

Esse meteorito na Rússia só pode ser coisa do Zé Dirceu. O homem anda amargurado com a falta de apoio da KGB.

18 DE FEVEREIRO - A Ideli, que vive se fazendo de prestativa para provar que tem serventia, deu uma checada na Wikipédia e veio me dizer que existem três Guinés. Vão me mandar logo para a piorzinha delas! Nem português eles falam por lá. É espanhol! A princípio, pensei que fosse coisa do Joaquim Barbosa ou da Veja. Mas agora estou achando que foi o Temer mesmo. Ele deve estar doidinho para assumir logo essa porcaria e bem que se beneficiaria se eu pegasse uma boa malária. Onde estão os movimentos sociais que não saem em minha defesa? Ficam perdendo tempo com essa mala da Yoani, enquanto eu desapareço no coração das trevas?

19 DE FEVEREIRO - Vetei a pobreza extrema.

20 DE FEVEREIRO - Acordei às cinco da manhã e fiquei enrolando brigadeiro para a festa de 10 anos do PT. Lula disse que sou muito centralizadora. Mas será que a militância saberia deixar a borda crocante?

Malan fez 70 anos. Por que esses tucanos envelhecem tão bem? Será que são os bons vinhos? E eu aqui com o Guido, que a cada dia fica com mais cara de maître de restaurante de aeroporto.

21 DE FEVEREIRO - Estou atrás de um mapa para ver onde fica essa Guiné Equatorial. Preciso fazer a mala e nem sei o que levar. Equatorial deve ser um calor de fritar ovo no asfalto. Meu pé incha tanto com o calor…

22 DE FEVEREIRO - Isso aqui é feio como Canapi e quente feito Maceió. O presidente é dono até da carroça de cachorro-quente. Renanzinho ia se sentir em casa. Daqui vou para a Nigéria. Patriota não chega até a próxima reforma ministerial.

24 DE FEVEREIRO - Ufa. De volta para casa. Coisa boa! É domingão de Oscar! Comprei duas caixas de Guaraviton para não dormir e um potão de sorvete de pistache. Daqui não saio nem que me digam que o Lula se filiou ao PSDB. Já pus meu pijaminha de Les Mis para torcer pelo filme. Russell Crowe cantando à beira do abismo me comoveu demais.

25 DE FEVEREIRO - Sonhei que era a Yoani e estava no meio do Congresso da UNE. Os militantes mais exaltados já me atiravam tomos de O Capital quando Lobão apareceu. Ele vestia a boina de Che Guevara e com um só grito calou a multidão. Amanheci estremecida.

26 DE FEVEREIRO - Ideli não confessa, mas anda torcendo pelo Berlusconi nos bastidores. O homem tascou um beliscão na Merkel que quase provocou a Terceira Guerra Mundial. Ideli identificou no gesto uma virilidade sensual que só tinha visto antes no Mitt Romney.

27 DE FEVEREIRO - É a terceira vez que digo para o Sarney que não tenho nenhuma influência no Vaticano. Affe

Linguas Sem Fronteiras: o medidor da Wikipedia (The Economist)

Alguém saberia dizer quantas centenas de milhares de artigos foram escritos, ou figuram, em Português na Wikipedia?
Este artigo da Economist sequer menciona a última flor do Lácio... (e o galego?).
Paulo Roberto de Almeida

Languages on the internet

The keenest Wikipedians



WILLIAM GIBSON once said "The future is already here—it's just not very evenly distributed." I'd include Wikipedia, the wonderful, sprawling, open-source and free online encyclopaedia, as part of the future. It also seems to be quite unevenly distributed.
Take a look at the crazy distribution of articles and users among the world's languages. In just five languages does Wikipedia have more than 1m articles: English, German, French, Italian and Dutch. One of these is obviously an outlier: Dutch is spoken by only around 20m people. According to Eurostat, fully 100% of Dutch students are studying English, and anyone can tell you that the Dutch are keen and fluent English-speakers, while Dutch-speaking Flemings usually speak good French. This is strong evidence, with a nod to our earlier posting on the "underwear language", that people are strongly attached to their own languages even when they speak other languages well.
The next order of magnitude carries more surprises. In the box of Wikipedias with more than 100,000 articles fall obvious world languages like Russian, Arabic and Chinese. But this box also includes several languages that do not have their own state, like Spain's Galician, Basque and Catalan—more evidence that people in these regions, even if they can read Spanish, often prefer their own anyway. But even weirder, among stateless languages, are two that have no ethnic nation associated with them at all. It's not entirely surprising that Esperanto, an invented language, has 176,792 articles. Anyone familiar with the Esperanto community (such as Arika Okrent) can tell you how active it is. But Volapük? This much less well-known invented language can claim 119,091 articles in Wikipedia. for what one Village Voice writer claimed were 20 living speakers. Volapük has more articles than Hindi, with its 180m-odd speakers. I can only guess that someone has auto-translated most of those 119,091 articles into Volapük. As for Hindi, this could be a partial exception to the rule that people strongly prefer their own language. Despite a large written tradition in Hindi, it seems likely that many Hindi-speakers read Wikipedia in English.
Languages in the 10,000+ category are similarly ordered to surprise. We now see many dialects and languages with few monoglots, and probably exactly zero people who are literate only in the dialect: how many speakers of Alemannic (13,708 articles) are unable to read standard German? How many Piedmontese readers (who can browse 59,303 articles) cannot read Italian (1,012,838)? Allemanic and Piedmontese rank with languages with tens of millions of speakers, like Javanese (82m speakers, 43,122 articles).  As we continue down the list, we see many deeply underserved languages: Xhosa, Nelson Mandela's native language, has 8m speakers but just 146 articles on Wikipedia. At the very bottom of the page, we find hopeful but neglected Herero, for which someone has created a homepage but no articles at all.
Of course the number of articles isn't the only measure we should look at. Volapük is listed as having only 46 active users and zero images. And Wikipedia calculates a "depth" for each language, a measure of how often articles are edited and a discount for how many short "stub" articles there are (and so a rough proxy for quality). Scanning the list, we see that Hebrew, Arabic, Persian and Turkish are much "deeper" than the bigger German or Italian Wikipedias. I'd be fascinated to know exactly why that is, but it must have something to do with how many topics raise controversy in that neighbourhood, even about basic questions of fact.
The "depth" score is calculated by dividing by the total number of articles, so a language with many articles and few edits will have a lower depth than a language with fewer articles with the same number of edits. The deepest Wikipedia? English, with 4.2m articles, is being edited constantly, and emerges as the clear winner. Another manifestation of its unstoppable global march.

Se puder confortar... (Dalai Lama interview with Economist)

Unrest in Tibet

The views of a Marxist demon

THE Dalai Lama jokes, in his broken English, that these days, “demon peacefully sleeping”. He playfully puts his hands up by his head to make horns with his fingers; a mocking reference to the word he says Chinese officials have used to describe him. But since the leader of Tibetan Buddhism officially retired from politics in August 2011, he has kept up a hectic schedule; touring foreign countries and giving Buddhist teachings around India where he lives. And although he insists now that he has given up holding regular meetings with officials from Tibet’s government-in-exile, he remains a figure of crucial political importance to his troubled homeland (see our story in this week's issue).
“This life…now service at least in the field of Tibetan struggle, now already end,” he told The Economist in a reception room at his residence in the town of Dharamsala in the Himalayan foothills. This would be a disappointment to many of the Tibetans who queue up to see him. At the age of 77, and in hearty spirits, the Dalai Lama gives the impression of being as keenly interested in, and painfully aware of, conditions in Tibet as he ever was. He insists that he is now—and will be for the rest of his life—engaged in promoting “human values”, “religious harmony” and a dialogue between Buddhism and modern science. But the wave of self-immolations in Tibet, mainly in the two years since he announced his retirement (see our post on Analects, February 15th), has kept him at the centre stage of Tibetan politics.
The Dalai Lama denies that he has encouraged these “drastic acts” (107 of them, resulting in 88 deaths, according to Tibetan exiles). But to China’s anger, he has not condemned them and has publicly said prayers for the victims. In Tibet, he explains, “the majority of the people have a lot of resentment”. He dismisses China’s assertions that the self-immolators have often set fire to themselves for non-political reasons (see, for example, this description by Xinhua, China’s state-run news agency, of how alcoholism and family strife appeared to have led to one such suicide). “These self-burned people, not drunk, not family problem”, he says. “I met some Tibetans. I think many of them, either their parents or grandparents were killed, or arrested and died in prisons, or gulags. So you see the resentment not just recently happened. No.” Chinese leaders, he says, fail to understand this.
The Dalai Lama blames the self-immolations on increasingly tight religious and cultural controls in Tibet. In some areas local officials from China’s ethnic-Han majority have made it more difficult for Tibetans to learn their own language in school, he says. He describes the self-immolations as a “very sensitive political matter”. But he says that his retirement and what he alleges is China’s tendency to “manipulate” his words, have encouraged him to “remain completely silent”. Lobsang Sangay, the government-in-exile’s prime minister who took over the Dalai Lama’s political duties, is blunter. “The message from inside, when someone does self-immolation, is that the number one concern is the return of the Dalai Lama. They want to die, not live as political prisoners under China,” he told The Economist. (Mr Sangay, an American-educated former academic, insists that “political responsibility is with me”, but says he does have “personal” meetings with the Dalai Lama, who offers his experience.)
A growing sense in Tibet that the Dalai Lama is highly unlikely ever to return to his homeland may well be one of the reasons for the spate of immolations. If he dies in exile, the Dalai Lama has said he will likely be reincarnated in the “free world” (see, for example, this interview in 2009 with CNN). This implies that Tibetans will have little chance of seeing the next Dalai Lama in Tibet either, unless huge political change occurs there. The Dalai Lama scoffs at attempts by the Chinese government in recent years to claim a role in the approval of reincarnations (an obvious attempt, say exiles, to lay the groundwork for rejecting the legitimacy of any Dalai Lama chosen outside China and for installing one whom the Chinese authorities believe they can control). “I jokingly said, firstly Chinese communists must accept theory of reincarnation, then second the Communist Party should recognise Chairman Mao Zedong’s reincarnation, then Deng Xiaoping’s reincarnation, then logically show an interest in Dalai Lama’s reincarnation”, says the Dalai Lama with a laugh. With an equal measure of mirth (apparently aimed at showing his own ability to accommodate the party’s faith), he says: “As far as social-economic theory is concerned, I am still a Marxist, not capitalist. That’s not secret.”
The Buddhist leader says he remains committed to a statement he made in September 2011 (see here for the full text) that he will consult other lamas and lay Tibetans about the reincarnation issue when he is “around ninety”. If people feel then the institution of the Dalai Lama is no longer relevant, then it will be abolished, “no problem”, he said, noting that the pope had recently broken with 600-year-old Catholic tradition by resigning. “I think best thing is like pope sort of system”, he says. But the Dalai Lama also says that he regards Tibetans inside Tibet as his “boss”. Given the reverence widely held in Tibet for the institution, it would seem unlikely that there would be calls for it to end. “Morally speaking, I cannot say you should do this, you should not do this,” he says.
The Dalai Lama says he does see some “positive things” in China. He describes meeting a Tibetan monk recently who told him about how “hundreds” of Han Chinese sought his blessings as he toured around China. He speaks of growing demands for political reform among Chinese, including Wen Jiabao, who will step down as prime minister in a few days (though as we reported in 2010, scepticism about Mr Wen’s ability or determination to change anything has long abounded). “Voice of change, of freedom, democracy, rule of law, now these voice[s] are growing year by year”, he says. “Overall picture: this is change, becoming more realistic.” And as China changes, he says, the Tibetan issue will be solved “easily”. If only Tibetans were as optimistic.

Se puder divertir, adocando...

QUANDO SE TEM DOUTORADO
O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum, (Linneu, 1758), isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e arestas retilíneas, os quais configuram pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto, que ocorre no líquido nutritivo da alta viscosidade, produzido nos órgãos especiais existentes na Apis mellifera (Linneu, 1758) . No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em conseqüência da pequena capacidade de deformação que lhe é peculiar.

QUANDO SE TEM MESTRADO
A sacarose extraída da cana de açúcar , a qual ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino e apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em conseqüência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.

QUANDO SE TEM GRADUAÇÃO
O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e apresentando-se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal tem similaridade com o sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.

QUANDO SE TEM ENSINO MÉDIO
Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor agradável do mel, porém não muda
de forma quando pressionado.

QUANDO SE TEM ENSINO FUNDAMENTAL
Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio ou flexível.

Quando não se tem estudo
Rapadura é doce, mas não é mole, não!

Se puder ajudar...

Técnica do empalhamento para uso dos neófitos...

Como um animal é empalhado?

por Yuri Vasconcelos
Mundo Animal,  s.d.
 
A taxidermia - nome técnico do empalhamento de animais - é um sofisticado processo onde só a pele do animal é aproveitada. O couro é usado para "vestir" um manequim de poliuretano, parecido com esses que a gente vê nas vitrines de lojas. No passado, porém, não era assim. O animal era aberto, suas vísceras retiradas e, no lugar delas, era colocado algodão, juta ou palha - daí a palavra empalhamento, hoje fora de uso. O manequim de poliuretano começou a ser usado nos anos 50 e oferece duas vantagens: é mais resistente ao ataque de insetos e possui uma anatomia idêntica à do bicho. "Em tese, animais taxidermizados dessa forma duram para sempre. Mesmo com as técnicas mais rudimentares já existem animais com 300 anos", diz o taxidermista Luiz Carlos Mendes Antunes, do Museu de Zoologia da USP. Acompanhe, a seguir, como é feito o "empalhamento" de uma onça-pintada, o maior felino do Brasil.
Passo-a-passo para a eternidade
O "empalhamento" de um animal deve começar até 24 horas após sua morte. Depois desse tempo sua carne começa a apodrecer
1. O primeiro passo é fazer uma máscara mortuária de gesso do bicho. Ela fornece uma imagem tridimensional da cara do animal e é uma cópia perfeita de suas feições, mostrando todos os detalhes de seu rosto
2. Em seguida, com uma fita métrica, o taxidermista tira as principais medidas do animal, como a circunferência do abdome, o comprimento total do nariz à cauda, a largura da cabeça e a distância do nariz ao olho, entre outras
3. Com uso de arames e apoios, o animal é congelado na posição em que será "empalhado". Quando ele estiver durinho e na postura correta, é hora de fazer uma cópia do corpo numa fôrma de gesso
4. A partir do molde de gesso, é feito outro molde de resina. Ele será empregado na fundição do manequim de poliuretano. Se necessário, o taxidermista esculpe detalhes finais na peça, que será vestida com a pele depois
5. Paralelamente à fabricação do manequim, é feita a retirada da pele, única parte aproveitada - órgãos e carcaça são descartados. Retirado o couro, ele é curtido em banhos ácidos que dissolvem resquícios de sujeira e gordura, evitando que apodreça
6. O passo seguinte é a retirada da endoderme, uma fina membrana interna colada à pele. Feito isso, o couro é banhado com um produto químico preservativo e é engraxado para ganhar flexibilidade
7. Olhos, nariz, orelhas, boca, língua e até a cauda são fakes. Os olhos são feitos de vidro, a cauda, de poliuretano flexível, e as orelhas, nariz e língua, de plástico poliestireno. Todas essas próteses são fixadas no manequim antes da pele
8. A etapa final é vestir o manequim com a pele. Ela é encaixada e fixada com uma cola especial. Depois, é costurada. Os pontos são dados em locais de difícil visualização, como na parte inferior da barriga, para que o bicho pareça o mais real possível.

Politica Comercial: retorno aos anos 1980? - Marcelo de Paiva Abreu

Parece que, no terreno da política comercial, já voltamos aos anos 1980, senão a décadas ainda anteriores.
Ufa! Ainda bem! Imaginem se tivessemos seguido a Argentina em direção dos anos 1960 e 1970, quando a situação ainda era pior.
Resta saber se vamos segui-la, também, em direção dos anos 1930, no que se refere a controles dos fluxos de capitais e restrições e manipulações cambiais. Mais um pouco e se verá...
"Una sombra pronto seras / Una sombra y nada más..."
Paulo Roberto de Almeida

Protecionismo sem 'afobação subalterna'

Marcelo de Paiva Abreu *
O Estado de S.Paulo, 4/03/2013

A política comercial brasileira voltou à baila no debate público nas últimas semanas em vista de desenvolvimentos no cenário internacional e, também, na política nacional. A disposição de EUA e União Europeia de darem início a negociações visando a um acordo comercial suscitou especulações sobre os rumos da atual política comercial brasileira. O máximo que se obteve como reação do governo foram a declaração de que a política comercial seria "cautelosa" diante da iniciativa de Washington e Bruxelas e a afirmação de que, no Planalto, o assunto foi visto "sem afobação subalterna". Paralelamente, o prematuro início da corrida eleitoral para a sucessão de Dilma Rousseff ensejou manifestações na oposição que sugeririam que a abertura comercial poderia jogar papel relevante no programa do candidato do PSDB, Aécio Neves. Esses desdobramentos devem ser analisados à luz dos fatos correntes e do retrospecto do governo FHC quanto ao tema.

A alegação governamental sobre a cautela que cercaria a política comercial não pode ser levada a sério. O que caracteriza a atual política comercial, fora jogadas de efeito e defesa comercial à outrance, não é a cautela, mas a paralisia em relação a qualquer postura ativa. Gira, de fato, em torno do Mercosul. E, em contraste com o que ocorria na década de 1990, quando a integração regional alavancava a abertura do mercado brasileiro, hoje os parceiros do Mercosul, especialmente a Argentina, levam o Brasil a reboque em processo de gradativo fechamento da economia. Além disso, sendo - ou pretendendo ser - união aduaneira, o Mercosul tolhe a possibilidade de negociações com outros parceiros comerciais, pois a resistência argentina em abrir o mercado é ainda maior do que a brasileira.

A combinação de protecionismo e protagonismo levou a tentativas frustradas de incluir discussões cambiais no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Novos instrumentos de proteção foram mobilizados, tais como o IPI discriminatório penalizando importações de autoveículos. Velhos instrumentos, como metas de conteúdo local, adquiriram importância em outros setores, notavelmente na compra de equipamentos e serviços para exploração e processamento de petróleo e gás.

Quanto a juras liberalizantes da oposição, que poderiam sugerir a inclusão do tema no programa de governo proposto pelo candidato do PSDB, vale a pena recordar o que ocorreu em 1993-2002. Depois da implementação do cronograma de redução tarifária em 1993 e algumas reduções tarifárias corretivas em 1994, no quadro da implementação do Plano Real, a abertura comercial foi sendo revertida e, depois, congelada. Em 1995, com o crucial apoio político de José Serra, então ministro do Planejamento, foi implementado o regime automotivo que, depois de inúmeras peripécias - aumentos tarifários, quotas de importação e derrota na OMC -, resultou em concessões tarifárias beneficiando importações de montadoras já instaladas no Brasil. E não houve redução significativa da média que se aplica a toda a estrutura tarifária.

Infelizmente, em paralelo, não foi possível chegar a um acordo de integração hemisférica, que poderia ter servido como sinal da efetiva crença do governo nos méritos da liberalização comercial. Embora o tema tenha sido puerilmente politizado pelo PT, o acordo não foi possível essencialmente porque os EUA não se dispuseram a fazer concessões que pudessem compensar as eventuais contrapartidas brasileiras.

Sempre pode ser argumentado que os problemas associados à estabilização e ao racionamento energético seriam necessariamente prioritários e que fez sentido deixar a política comercial em segundo plano. Mas a verdade é que amplos segmentos do PSDB, especialmente em São Paulo, endossaram a reversão seletiva da abertura. E o resto do governo achou que a briga não valia a pena. Estes segmentos simpáticos ao protecionismo ainda têm grande influência no partido. É difícil imaginar sua conversão tardia à crença nas virtudes do liberalismo.

Seria desejável que a abertura fizesse parte do programa de governo do principal partido de oposição. Mas para fazer não é suficiente dizer, ou mesmo querer, é preciso poder.

Reverter o protecionismo é a forma eficaz de enfrentar as dificuldades competitivas acarretadas pela apreciação cambial induzida pelo sucesso na exportação de commodities. Com proteção alta, serão perpetuadas as notórias dificuldades competitivas da indústria. Mas o protecionismo é uma crônica doença brasileira. Há resistência disseminada em aceitar que não faz sentido proteger a qualquer preço a produção doméstica diante das importações. Para que fosse rompida a coesão do bloco protecionista no início da década de 1990 foram requeridos dois ingredientes: descalabro econômico e o terremoto político que resultou na excêntrica eleição de Collor. Para promover a retomada da abertura comercial sem tais choques, seriam necessárias virtudes cívicas que fizessem prevalecer o interesse coletivo sobre os interesses setoriais e que não parecem disponíveis no momento. A esperança de que tal reversão ocorra em qualquer cenário político é, infelizmente, remota.
* Marcelo de Paiva Abreu é doutor em Economia pela Universidade de Cambridge e professor titular no Departamento de Economia da PUC-Rio.

Hugo, I (e unico?); ou "Peron No Muere", 2

Ufa! Até que enfim: 60 anos depois de Evita, a América Latina, finalmente, retoma a religião dos embalsamados.
E nós que pensávamos que ficaríamos de fora do circuito turístico-necrófilo das visitas a tiranos embalsamados, como já existe na Rússia e em diversas paragens da Ásia, estávamos obviamente enganados.
A América Latina, ainda bem, se rende a esse costume benéfico, que sempre pode render dólares a mais no balanço de pagamentos, e muitos pirulitos, garrafas d'água e retratos dos cadáveres vendidos na porta de mausoléus faraônicos, e retoma o espetáculo da devoção política-fundamentalista. Estávamos precisando dessa última demonstração de modernidade e de gratidão.
Vamos passar a figurar nos guias turísticos dos necrófilos anônimos, e logo, logo, assim que o mausoléu gigantesco, faraônico, ficar pronto em Caracas, multidões vão se espremer para contemplar a cara brilhante do comandante. Teremos voos charter a partir do Brasil para os companheiros que choram a perda do guia espiritual (e financiador eventual).
Comovente...
Paulo Roberto de Almeida

07/03/2013 às 21:36
Os comunas fazem questão de oprimir como um pesadelo o cérebro dos vivos

Os comunistas e esquerdistas de maneira geral são tão materialistas, mas tão materialistas!, que não se despedem deste mundo nem mortos. Nicolás Maduro, o presidente ilegal e ilegítimo da Venezuela, anunciou que o corpo de Chávez será embalsamado — “como o de Lênin”, ele foi claríssimo. As honras fúnebres durarão sete dias.

Que coisa! Alguns esquerdistas xexelentos de Banânia (os há não xexelentos?) dizem aqui e ali que a direita já foi muito melhor! Referem-se sempre, claro! a pessoas mortas — não sei se vocês entendem a sutileza de pensamento… Pode ser. Mas e a esquerda, hein? Tá bom! Nunca foi muito melhor, mas talvez já tenha sido menos pior, hehe.

Chávez embalsamado? O farsante cucaracha vem numa sequência de outras múmias homicidas, todas comunas: Lênin, Stálin, Kim Il Sung, Ho Chi Min, Mao Tse-Tung… Os vampiros morais ficam lá, expostos, com a sua face de cera. Curioso, não é?, quando nos lembramos que o comunismo é oficialmente ateu…

Como não recuperar as palavras quase iniciais de Marx em “O 18 Brumário”? Reproduzo:
“Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha, e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos. E, justamente quando parecem empenhados em revolucionar-se a si e às coisas, em criar algo que jamais existiu, precisamente nesses períodos de crise revolucionária, os homens conjuram ansiosamente em seu auxilio os espíritos do passado, tomando-lhes emprestado os nomes, os gritos de guerra e as roupagens (…)”

Notem: os líderes comunistas foram embalsamos no período ainda da Guerra Fria. Exceção feita à Coréia do Norte, onde Kim Il-Sung ainda é tomado como referência incontrastável e a quem se atribuem verdadeiros milagres, as outras múmias não são mais do que atração turística hoje em dia. Repetir, em pleno século 21, o embalsamamento de um líder para que sirva de objeto de culto dá conta da degradação intelectual e moral a que chegou a política na Venezuela.

Vejam estas três imagens.
(...)
(http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/os-comunas-fazem-questao-de-oprimir-como-um-pesadelo-o-cerebro-dos-vivos/)

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A comissão de frente do Bloco dos Bufões Bolivarianos capricha na pose de quem virou órfão e viúvo de uma vez só
Augusto Nunes, 7/03/2013

Branca Nunes

Três titulares absolutos da comissão de frente do Bloco dos Bufões Bolivarianos começaram já nesta quarta-feira, na Venezuela, o aquecimento para o último desfile puxado por Hugo Cháves. No primeiro ensaio, a argentina Cristina Kirchner combinou o vestido preto-angústia com a maquiagem de Viúva-de-Tango. Sócio recente do clube dos liberticidas, o uruguaio Jose Mujica já aprendeu que é proibido usar gravata. Logo o Tupamaro-de-Fusca aprenderá que também paletó é coisa de burguês.

Sabe disso há muito tempo o boliviano Evo Morales, informa o blusão que virou uniforme de presidente e acaba de ganhar um novo adereço: apareceu na concentração em Caracas enfeitado pelo rosto de Che Guevara. Como atesta a foto, tanto o Lhama-de-Franja quanto seus parceiros capricham na pose de quem foi golpeado simultaneamente pela viuvez e pela orfandade. Estocadas nos cantos dos olhos, lágrimas furtivas estão prontas para descer ao som dos cliques que denunciam fotógrafos em ação.

A dor simulada pelos canastrões de longo curso é mais convincente do que a esboçada por Nicolás Maduro, fantasiado de bandeira venezuelana dois ou três metros atrás. Há alguns anos, o sucessor do bolívar-de-hospício era motorista de ônibus. Nomeado vice-presidente por Hugo Chávez, agora pilota um país. Sabe que precisa ficar triste, mas a euforia não para de pedir passagem e a alma hesita entre o pranto e a gargalhada. Caçula da turma, o bolívar-de-picadeiro tem muita coisa a aprender com os mestres que completam o grupo de elite.

Além da trinca à beira do caixão, a comissão de frente inclui a dupla brasileira Lula e Dilma, o iraniano Mahmoud Ahmadinejad, o cubano Raúl Castro, o nicaraguense Daniel Ortega, o equatoriano Rafael Correa, o paraguaio Fernando Lugo, o hondurenho Manuel Zelaya e outras maravilhas da fauna permanentemente em guerra contra o estado democrático de direito, os Estados Unidos e o Código Penal. (Se soubessem o que significa a expressão muito frequente no Rio dos tempos de Nelson Rodrigues, seria fascinante conferir a reação dos enlutados fora-da-lei ao berro perturbador: “Olha o rapa!”)

Para que o homenageado pudesse ser visto pela multidão em companhia dos melhores amigos, o herdeiro Maduro prolongou o velório por mais sete dias e revogou o enterro. Numa urna de vidro, o corpo embalsamado ficará  exposto à visitação pública pelos próximos anos, décadas ou séculos. Logo aparecerão devotos jurando que foram curados pelo milagreiro imortal. Se forem muitos, é improvável que Hugo Chávez resista à tentação de ressuscitar para um agradecimento de pelo menos cinco horas.

Ele merece. A plateia também.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Triste Fim de Policarpo Albalino Bolivariano (com perdao de Lima Barreto)

Decadente, Alba caminha para a desintegração Luiz Raatz
O Estado de S. Paulo, 6/03/2013

A morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, preocupa os países da Aliança Bolivariana das Américas (Alba), grupo criado por ele para projetar sua influência regional, em 2004. Sem seu principal ideólogo, o bloco caminha para a agonia.
"Não vejo futuro para Alba. Ela foi criada sob uma condição ideológica anticapitalista e anti- imperialista, mas o sonho de Chávez não se cumpriu", disse ao Estado o cientista político Carlos Romero, da Universidade Central da Venezuela, especialista em política externa venezuelana.
Sem Chávez, a legislação venezuelana determina que novas eleições presidenciais sejam convocadas. O candidato do chavismo será o vice-presidente, Nicolás Maduro, escolhido definitivamente por Chávez como seu sucessor meses antes de sua morte. A oposição, provavelmente, deverá organizar novas votações primárias para definir seu candidato.
Mesmo que Maduro consiga manter o chavismo no poder sem seu carismático padrinho político, o bloco está condenado, acreditam analistas. "A Alba não foi eficaz em seu modelo de integração. O grupo não tem consenso sobre o que deve fazer", acrescentou Romero. "Muitos países, como a Bolívia, têm se aproximado dos EUA. Outros países caribenhos pequenos, como Dominica, votaram de maneira distinta da Venezuela em organismos internacionais."
Sem Chávez, o protagonismo da esquerda "bolivariana" deve ser requisitada pelo presidente do Equador, Rafael Correa. "Corrêa é ambicioso, mas não tem os recursos abundantes dos quais Chávez dispunha", disse o presidente do Diálogo Interamericano, Michael Shifter.
O presidente equatoriano ganhou, neste ano, os holofotes ao conceder asilo diplomático ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que vive há nove meses na Embaixada do Equador em Londres. Antes da última cirurgia de Chávez, Correa o visitou em Cuba e informou a imprensa sobre o início da operação.
Com uma mudança de governo em Caracas, no entanto, países pequenos da América Central, como a Nicarágua, do sandinista Daniel Ortega, Antígua e Barbuda, Dominica e São Vicente e Granadinas manteriam seus subsídios petrolíferos.
"A questão do petróleo é uma política de Estado. Se Maduro assumir ou a oposição ganhar novas eleições, não imagino que haverá grandes mudanças", disse o analista venezuelano.
Farc. As boas relações com a Colômbia, tumultuadas durante o mandato de Álvaro Uribe, mas retomadas com Juan Manuel Santos, devem se manter. Nos últimos anos, Chávez extraditou e colaborou com a prisão de guerrilheiros em território venezuelano. "Essa questão é política de Estado", disse Romero.
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A revolução depois de Hugo
Mac Margolis
O Estado de S. Paulo, 6/03/2013

Se em vida Hugo Chávez mobilizou multidões com suas exortações ao "libertador" Simón Bolívar e ao socialismo "do século 21", o que dizer da morte do presidente venezuelano? Coronel, comandante, companheiro e príncipe-palhaço, o líder bolivariano preencheu um espaço imenso no imaginário na Venezuela - e talvez em toda a América Latina. Após os quase 14 anos em que governou soberano, praticamente inconteste, sua repentina ausência deixa órfãos seus milhões de aliados.
Uma amostra do tamanho do vazio foi a cúpula de emergência da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), em dezembro, quando líderes dos Estados-membros do bloco reuniram-se em Caracas um dia depois da quarta e última cirurgia de Chávez em Havana. A pauta única: O que será de um dos experimentos político-sociais mais ousados do Hemisfério Ocidental ocorridos nos últimos 50 anos?
A angústia em Caracas atesta tanto a força do chavismo - que criou raízes em oito países no Ocidente - quanto também seu maior fracasso. A clamada revolução bolivariana tem exatamente o tamanho do seu fundador. Socialismo crioulo? Absolutismo com assistencialismo? Ditadura com aval das urnas? Independentemente de1 como se define o movimento, seu desenho e modelagem dependiam desde sempre da cabeça e dos caprichos de seu patriarca e mais ninguém. A Venezuela de Chávez era o socialismo de uma pessoa só.
Já na era pós-Chávez, ninguém arrisca dizer. Enquanto ainda agonizava o comandante, as apostas giravam em torno de três nomes. Um é do vice-presidente Nicolás Maduro, chavista "rojo rojito" e amigo do peito de Cuba.
No mesmo gabarito está o líder da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, com trânsito fácil entre os militares. Ainda há o ex-vice e atual chanceler, Elias Jaua, que perdeu as eleições regionais em Miranda, Estado matriz da maior esperança oposicionistas, para o opositor Henrique Capriles.
Em comum, os três chavistas ostentam a lealdade feroz a seu líder. E só. Quanto aos atributos de Chávez - visão, carisma, lábia, oportunismo e mão de ferro - todos deixam a desejar. Qualquer desfecho imaginável para o pós- chavismo passa impreterivelmente por uma negociação entre os três.
Ainda assim, não será fácil. Chávez deixou uma pegada enorme nas Américas. Com a crise galopante em Cuba e a doença do velho Fidel Castro, o venezuelano consolidou-se como herdeiro autorizado do desgastado socialismo latino. Mais notável, o chavismo prosperou justamente quando sua força motriz já caducara. Quando assumiu o governo, em 1999, o imperialismo ianque clássico e a ditadura militar à moda antiga, que tanto turbinaram a revolução castrista, já eram páginas viradas. Ensaiaram uma reprise na pele de George W. Bush, cuja inépcia e antipatia global Chávez conseguiu explorar ao máximo, para o aplauso geral. Sim, a democracia e o capitalismo de mercado despontaram como apostas vencedoras da região, convertendo até líderes da outrora esquerda (Lula, Alan Garcia, o uruguaio José Mujica) em paladinos da responsabilidade fiscal. Mesmo assim, Chávez resistia e conseguia imprimir e fortalecer sua pegada antigringos, capitalizando o descontentamento com a exclusão e as falhas do novo momento.
Graças à demografia e ao desenvolvimento, a América Latina emplacou uma temporada impressionante de mudança e melhoramento. A taxa de pobreza não sumiu, mas despencou. A distância entre ricos e pobres, sempre abismai, também encolheu. Fica para os estudiosos a missão de explicar porque o canto do bolivarianismo ganhou ouvidos ao mesmo tempo em que a pobreza encolheu mais e as classes médias latinas avançaram tanto.
Sim, os programas sociais do chavismo, bancados por petrodólares, ajudaram. Mas a ascensão dos excluídos foi a tendência em toda a região, onde de 2003 a 2010 a renda média latino-americana cresceu 30% e 73 milhões atravessaram a linha pobreza. Foi a combinação de políticas de mercado temperada por programas sociais - uma receita lu- lista e não bolivariana - que alçou a historicamente anêmica classe média brasileira à maioria. E não foram as missiones chavistas, mas os inovadores programas de transferência condicional de renda (a Bolsa Família brasileira, o Chile Solidário e o Oportunidades do México) que se tornaram tecnologia modelo de combate à pobreza latina, estudada e replicada no terceiro mundo afora.
Na balança, o PIB dos oito países da Alba, de US$533 bilhões, representa modestos 11% do PIB latino-americano, de $5,6 trilhões, segundo o Banco Mundial.
A urgência da reunião dos aliados em Caracas, que nada mais foi que a disputa antecipada de herdeiros da partilha do espólio do patriarca, explica-se. As dúvidas são existenciais. Que fará Cuba se for cortado o envio de mais de 100 mil barris de petróleo por dia para ilha? E Nicarágua, que recebeu de bondade US$ 609 milhões em petróleo venezuelano, equivalente a 10% de seu PIB de 2011? Como fica Bashar Assad, o déspota sírio, cuja sobrevida se deve, em boa medida, aos petroleiros venezuelanos, que ignoraram o bloqueio internacional?
A conta não é apenas econômica. A lacuna deixada por Chávez inclui todo um estilo de governança que impulsiona o carisma e força eleitoreira do grande líder para desbastar as instituições democráticas. Assim, uma vitória nas urnas "autorizou" Chávez a reescrever a Constituição, lotear os tribunais com magistrados amigos, intimidar a mídia independente e retalhar os distritos eleitorais - para garantir o domínio completo.
Mas tudo dependia da vara de condão do comandante. Chávez mantinha sua ascendência sobre as tendências bolivarianas com uma mistura entre cacetadas e confeites. Comprou lealdade, distribuindo benesses à hierarquia chavista - os "boligarcas" - que se serviram de sobras de orçamentos opacos e alheios à fiscalização. Era a corrupção do século 21. E ainda desequilibrava os potenciais rivais, passando-lhes descomposturas em praça pública, no seu programa dominical, o Alô, Presidente, e até demitindo-os ao vivo por seus deslizes.
A alta-costura do chavismo só não contava com a mortalidade. Desde meados de 2011, quando, enfim, divulgou-se o câncer do líder, a sorte da Venezuela mudou. Analistas, militantes políticos, chavistas e milicianos - todos na Venezuela viraram oncologistas. Pois, conforme as palavras astutas de Moisés Naím, a revolução bolivariana passou a depender mais da biologia do que da ideologia. Agora, depende de uma ciência bem menos exata e muito mais imprevisível. A disputa é entre rivais no seio do chavismo, cada qual de posse de um pedaço do legado bolivariano, mas nenhum com o cacife ou muito menos a aura do líder original.
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Um caudilho singular e de muitas faces
Demétrio Magnoli
O Estado de S. Paulo, 6/03/2013

Depositei minha esperança no tempo. Seu ventre enorme abriga mais esperanças do que os acontecimentos do passado - e os eventos do futuro devem ser superiores aos do passado." Hugo Rafael Chávez Frías apelou, como ; sempre, a Simón Bolívar para abrir o discurso aos venezuelanos no qual comunicou que se submetera a uma : cirurgia de remoção de um tumor pélvico, em Havana, em junho de 2011. O ventre do tempo, mesmo enorme, não tinha espaço suficiente para as esperanças incomensuráveis do caudilho. Chávez deixa o mundo dos vivos quatro cirurgias e uma reeleição depois. Na derradeira partida para Cuba, pela viatransversa da nomeação de um sucessor, ele final- I mente disse a seus concidadãos a verdade sobre o câncer que o destruía.
Nas democracias de massas, quando se trata da saúde, da doença e da morte, espera-se dos estadistas nada menos que a transparência absoluta. Chávez, porém, nunca acreditou na noção "burguesa" do interesse público. A sua vida estava consagrada a algo diferente: uma missão histórica. Por coerência, uma qualidade da qual não carecia, a doença e a morte precisavam se subordinar ao mesmo imperativo. O segredo férreo sobre o tipo de câncer, a opção desastrosa pelo tratamento em Cuba, a encenação eleitoral da cura e da reabilitação inscrevem-se na lógica política que marca o chavismo com um sinete singular. Como regra, caudilhos são líderes destituídos de ideologias. Chávez foi, sob esse aspecto decisivo, um caudilho especial.
A visão de mundo de Chávez não surgiu pronta da leitura de algum livro, mas evoluiu ao longo de uma trajetória em três etapas. O primeiro Chávez emergiu após o golpe frustrado de 1992, na roupagem do condotttieri nacionalista, antiamericano, hipnotizado pelos mitos românticos de Bolívar e do ex-presidente Cipriano Castro (1899-1908) - este, um caudilho extravagante, ganhou essa alcunha de "Bruto Louco" do ex-secretário de Estado americano Elihu Root por desafiar o presidente Theodore Roosevelt.
Moldado em parte pelo pensamento do sociólogo argentino Norberto Ceresole, o chavismo original flertava com o antissemitismo e almejava construir um Estado autoritário, de   traços fascistas. Sua meta histórica era a restauração da Grã-Colômbia, ou seja, a reunificação geopolítica de Venezuela, Colômbia e Equador.
O chavismo de segunda água organizou-se em 1999, no alvorecer do mandato presidencial pioneiro, quando o caudilho rompeu com Ceresole e aproximou-se de outro sociólogo, o alemão Heinz Dieterich, um obscuro professor no México que alcançou notoriedade com o conceito do "socialismo do século 21". A expressão significa, essencialmente, capitalismo de Estado.
Nos anos seguintes, Chávez iniciou um programa de nacionalizações, controles de preços e "missões sociais" e concluiu um pacto estratégico com Cuba. Criou a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), converteu a petroleira PDVSA em aríete de política externa e engajou-se no financiamento dos governos de Bolívia, Equador, Nicarágua e Honduras.
Na versão chavista, o sonho bolivariano de unidade da América hispânica foi traduzido como um projeto de unificação da América Latina sobre o alicerce da Grã-Colômbia. Durante a etapa ascendente da "revolução bolivariana", o líder venezuelano qualificou a Colômbia como " Israel da América Latina", "um Estado terrorista subordinado ao governo dos EUA", e apostou suas fichas na guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
"O Ayacucho deste século é a Colômbia", proclamou Chávez no seu discurso mais aventureiro, referindo-se à Batalha de Ayacucho, de 1824, um triunfo decisivo do general Sucre na guerra de Bolívar contra os espanhóis. A falência militar das Farc, evidenciada em 2008, assinalou o encerramento da fase ofensiva da política externa do caudilho venezuelano.
Da derrota no referendo constitucional de 2007, que coincidiu com a ruptura com Dieterich, surgiu um terceiro Chávez. A reinvenção ideológica já se esboçava desde a reeleição, no ano anterior, quando o caudilho anunciou a decisão de substituir a coalizão de partidos chavistas por um Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSITV). A ideia não era dele, mas do trotskista britânico Alan Woods, um novo confidente e crítico feroz do "socialismo do século 21". Woods propunha a radicalização socialista da "revolução bolivariana".
Em tese, o PSUV deveria cumprir a função de organização revolucionária de massas, corrigindo o traço caudilhesco do regime chavista, que se equilibrava sobre uma coleção de máfias lideradas por burocratas e militares ligados ao condottieri. Na prática, o partido incorporou à sua máquina diversas facções chavistas, reproduzindo no seu interior o sistema de arbitragem política típico do caudilhismo.
Palimpsesto é o manuscrito várias vezes reescrito, pela superposição de camadas sucessivas de texto que não recobrem totalmente as camadas anteriores, de modo que a escritura mais recente mantém relações complexas com as precedentes. O chavismo é uma doutrina de palimpsesto que mistura a Pátria Grande bolivariana, os impulsos românticos do nacionalismo, um visceral antiamericanismo e os dogmas do marxismo.
O bizarro caldo ideológico resultante não apontou um rumo, mas conservou as portas abertas para as opções táticas do caudilho. Nos últimos dois anos, sob os impactos combinados dos fracassos econômicos, do crescimento da oposição e da batalha de Chávez contra o câncer, a "revolução bolivariana" . quase estancou, frustrando suas correntes mais radicais.
"Chávez une o que é diverso: o povo", explicou Aristóbulo Istúriz, um dirigente do PSUV, sintetizando a natureza do caudilhismo. A obsessão chavista pela reeleição presidencial ilimitada não refletia um apego excepcional do condottieri pelo poder, mas a sua aguda percepção da fragilidade da "revolução bolivariana".
Nos primeiros, gloriosos tempos do chavismo, o regime patrocinou a publicação de uma edição de centenas de milhares de exemplares do Quixote de Cervantes para distribuição gratuita entre os venezuelanos. Dom Quixote descreve sua missão como a destruição da injustiça - mas a injustiça definitiva é a morte. Chávez sabia que não tinha o direito de morrer pois, sem ele, não há chavismo nem "revolução bolivariana".

A frase (bolivariana) da semana: Bolivar himself...

Bolivariana no sentido estrito, não seu arremedo chavista, que aliás parece ter sido visado preventivamente na frase de Bolívar, o verdadeiro.
Será que essa frase figura nas Obras Completas de Simón Bolivar, que Chávez certamente deve ter mandado compor, imprimir e distribuir a milhões de exemplares?
Dúvida! Mas não resta dúvida de que esta frase vem bien à propos...


Si un hombre fuese necesario para sostener el Estado, este Estado no debería existir, y al fin no existiría.
Simón Bolívar, 20 de Janeiro de 1830

Noticias de outro continente...

Atenção, se você for a Bombai, ou Mumbai, como os indianos preferem, cuidado com os leopardos soltos na periferia...
Isso me lembra aquela velha piada dos três leões que escaparam do zoológico, e cada um tentou se esconder em algum lugar: dois foram logo recapturados, mas o terceiro sobreviveu durante longos meses dentro de um armário numa repartição pública e só foi capturado depois que comeu o servidor de cafezinho. Na Índia o serviço público deve funcionar nas mesmas bases...
Paulo Roberto de Almeida
Inde
A Bombay, la plus grande ville du pays, se déroule une guerre de l'espace entre les habitants et les animaux sauvages qui bordent la ville. La capitale économique indienne est l'une des mégalopoles les plus peuplées au monde, avec près de 20 millions d'habitants, et le manque de logement est tel que plus de la moitié d'entre eux vivent dans des habitations informelles.
Des bidonvilles qui ont commencé à s'étendre jusqu'à l'intérieur d'une énorme forêt nationale qui jouxte Bombay, et où vivent une vingtaine de léopards. Mais durant les sept derniers mois, six personnes, dont des petits enfants, ont été tués par des léopards. Aujourd'hui, les autorités essaient, tant bien que mal, de gérer la coexistence entre les deux espèces de mammifères pour faire cesser cette hécatombe.

Noticias de certo continente...

A gente sempre se surpreende com as manchetes do dia:

 Ansa Latina (Itália) – Rousseff organiza frente contra golpe en Venezuela
Uau? Um golpe estava em curso? Então é preciso salvar o país dos conspiradores...

Venezolana de Televisión – Patriota: Chávez es un líder que quedará en la memoria de los venezolanos
Disso não existe a menor dúvida: HC é inesquecível...

El Nacional (Venezuela) – Aseguran que Maduro no puede ser candidato si ejerce como vicepresidente
Ops, os conspiradores se agitam; vamos fazer uma frente contra o golpe...

BBC (Reino Unido) – Chávez era "el mesías", según Ahmadinejad
Vamos ter de descobrir agora os fundamentos teológicos do novo culto...

Reuters (Reino Unido) – Una Cuba conmocionada empieza a imaginar el futuro sin Chávez
Uh, lá, lá: a mesada vai diminuir agora...

E assim vamos indo...
Sexta-feira tem mais...

Historia economica da América Latina: Jose Antonio Ocampo, Luis Bertola

Um livro a ser comprado, lido, anotado...

The Economic Development of Latin America since Independence
José Antonio Ocampo, Luis Bertola

Over the past decade macro-economic stability and the rise of China and India have brought unprecedented economic growth to Latin America—and with it a flood of investment and praise from analysts. Has the region overcome the historical structural constraints that have led to the booms and busts of the past?
In his new book José Antonio Ocampo, with co-author Luis Bertola, includes original research and empirical data on trade and free trade agreements, capital flows, Latin America’s insertion into the global economy, human developmet and inequality, and the impact of these patterns and structures for the region’s future.

Qusndo Chavez ainda nao era Chavez... - Mario Machado Filho

Simpática crônica dos tempos em que FHC ainda era "El Maestro", e quando Chávez, já socialista, mas cauteloso, ainda não tinha desembrulhado seu patético socialismo do século 21.
Mario Machado escreve muito bem, mas é muito sincero para fazer um militante de causas fundamentalistas. Espírito libertário, sabe avaliar com precisão a realidade contemporânea.
Estamos sempre conectados, pelas linhas invisíveis do espaço virtual...
Paulo Roberto de Almeida 

O dia que apertei a mão de Chávez
Mario Machado
Coisas Internacionais,  05 Mar 2013 10:54 PM PST

A notícia da morte de Chávez tomou de assalto o noticiário e as redes sociais, não faltam opiniões, análises e até mesmo as sempre presentes piadas de humor negro. Ao saber da notícia, naturalmente comecei a pensar no que escreveria. Bom, decidi compartilhar com vocês a lembrança que veio imediatamente a minha cabeça.

Aquela foi uma manhã completamente atípica no bloco K, da Universidade Católica de Brasília, havia uma corrente elétrica no ar, todos estavam ouriçados, a maioria por que as aulas terminariam mais cedo, outros por que haviam sido convidados para estar na audiência do discurso que faria o presidente Venezuelano Hugo Chávez Frias, que acabará de conduzir uma série de consultas populares que estavam a gerar uma grande polarização em seu país. Não era ainda o Chávez socialista do século XXI, afinal estávamos no ano 2000 e o barril de petróleo era cotado na casa dos USD 29.00.

Chávez ainda não era um “household name”, ou seja, não se conhecia tanto o homem, ou eu teria optado por lanchar antes do discurso, que eu não imaginei que duraria tanto. O bloco K foi esvaziado naquela manhã, homens da Polícia Federal e dezenas de seguranças venezuelanos de Chávez ocuparam as entradas, o aparato parecia exagerado, havia alguns poucos manifestantes que pediam solidariedade de Chávez com as FARC, eram dias em que o Plano Colômbia acirrava ânimos.

Todos já estavam no auditório do nosso prédio, mas que não era mais nosso, naquela manhã pertencia a alta cúpula dos dirigentes da Católica, jornalistas venezuelanos e brasileiros se acotovelavam na porta sinal inequívoco que o convidado de honra havia chegado.

Cumprida as formalidades do cerimonial público, começou a fala de Hugo Chávez. “É um caudilho, um milico que quer calar a imprensa” me disse uma moça do movimento estudantil, que anos mais tarde se renderia ao bolivarianismo.

O homem sabia entreter uma platéia, era agradável, envolvia os estudantes, foi acessível e gentil no trato, sua retórica já era de alta octanagem, inflamatória por excelência arrancou aplausos ao denunciar os planos de internacionalização da Amazônia – esse eterno fantasma na mentalidade brasileira – e fez relatos sobre como os recursos do petróleo seriam malversados pelos oligarcas e que seu país possuía 80% da população na pobreza. Ele falou dos laços Brasil e Venezuela e de como tinha F.H.C como “El maestro”.

Ao terminar sua fala Chávez – como bom político – dedicou um pouco de seu tempo para tirar fotos cumprimentando os estudantes. E logo foi cercado por repórteres de sua terra natal que queriam saber de algum assunto urgente do dia, na comoção que isso causou aproveitei pra ficar entre os seguranças dele que talvez tenham sido levados a acreditar por conta do terno que eu vestia e do meu porte físico que eu era um segurança brasileiro, quando o presidente esteve em minha frente estendi a mão e recebi um aperto de mão efusivo e uma mensagem que não lembro bem, mas era algo como o futuro pertence a vocês.

Eu ainda tinha 19 anos e era um tanto imaturo e me deixei levar pela pompa e circunstância de estar na presença de um chefe de Estado e acabei por tietar um homem que hoje representa o contrário de tudo que eu acredito, mas são essas experiências que pouco a pouco vão construindo o rumo de nossas vidas.

Não sei, realmente não sei se essa história é pertinente a única certeza que tenho que os eventos daquele dia 31 de agosto de 2000 ajudaram a solidificar meu desejo de percorrer essa tortuosa estrada de ser analista de Relações Internacionais.
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Para algumas considerações sobre a situação venezuelana, clique aqui.

*Post dedicado ao meu bom amigo Bruno Amário e sua prodigiosa habilidade de encontrar reportagens antigas na internet.