O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Krugman: um keynesiano insolvente, 1 (mas isso parece redundancia...)

Pois não é que aconteceu?!
O homem ganhou UM MILHÃO DE DÓLARES de Prêmio Nobel, dos suecos, e em lugar de fazer um investimento sólido, com algum austríaco, foi logo comprar um apartamento de luxo em Manhattan! Onde já se viu, para um acadêmico que atacava os ricos e os famosos?
Será por isso que ele passava todo o seu tempo, no New York Times, reclamando dos republicanos, e pedindo para o Ben Bernanke soltar mais dinheiro para ajudar na recuperação da economia, será que era tudo motivado por sua catastrófica situação pessoal?
Pode ser. Em todo caso, declarando falência, ele vai ter de passar todas as suas contas, inclusive de cartão de crédito, sob supervisão de algum economista republicano, que raiva hem?!
Dá para acreditar que ele foi tão néscio assim?
Precisamos seguir  essa história...
Paulo Roberto de Almeida

Paul Krugman Declares Personal Bankruptcy
The Daily Currant, March 06, 2013

Economist and columnist Paul Krugman declared personal bankruptcy, following a failed attempt to spend his way out of debt.

In a Chapter 13 filing to the United States Bankruptcy Court in the Southern District of New York, lawyers for Krugman listed $7,346,000 in debts versus $33,000 in assets.

The majority of his debts are related to mortgage financing on a $8.7 million apartment in lower Manhattan, but the list also includes $621,537 in credit card debt and $33,642 in store financing at famed jeweler Tiffanys and Co.

The filing says that Krugman got into credit card trouble in 2004 after racking up $84,000 in a single month on his American Express black card in pursuit of rare Portuguese wines and 19th century English cloth

Rather than tighten his belt and pay the sums back, the pseudo-Keynesian economist decided to "stimulate" his way to a personal recovery by investing in expenses he hoped would one day boost his income.

Cockroaches and Creditors

Between 2004 and 2007 Krugman splurged on expensive cars, clothes, and travel in hopes that the new lifestyle would convince his bosses at the New York Times to give him a giant raise.

"They say always dress for the job you want," Krugman explains. "So I thought maybe if I showed up in $70,000 Alexander Amosu suits they would give me ownership of part of the company. If I had only been granted a sliver of the New York Times Co., I could have paid everything back."

Even after he realized an equity stake was not going to happen, Krugman continued to spend wildly hoping his bling and media appearances would increase demand for his personal brand and lift his book sales.

His biggest mistake came in 2007, when at the height of the financial bubble he decided to invest in high-end real estate in New York City. His multi-million dollar apartment lost 40 percent of its value just months after its purchase, and has been underwater ever since.

"You'd think a Nobel Prize winning economist could recognize a housing bubble," says Herman Minsky, a retired television executive who purchased Krugman's home at a huge discount. "But hey, I'm not complaining."

Conscience of a Fraud
Krugman, a renowned trade economist, joined the New York Times as a columnist in 2000. Since the start of the financial crisis he as used the platform to argue vociferously for what he terms Keynesian deficit spending.

However, Keynes did not advocate using debt financing to stimulate the economy. Rather, he argued that government should save in the good times and spend in the bad.

Through his lawyer, Bertil Ohlin, Krugman explains that despite his travails with spending and debt in his personal finances, he stands by his pseudo-Keynesian policies.

"I still defend my analysis that on the macroeconomic level sovereign debt crises can be fixed by increasing government borrowing to lift aggregate demand. I admit, however, that on the microeconomic level this strategy has failed spectacularly."

Pausa para... wine tasting (ok, not only tasting)...

Estoque para uma semana, em foto de Carmen Lícia, que ganhou o Limoncello só para ela...

www.carmenlicia.org

Loucuras bolivarianas (conseguiram eleger o papa)

Tem coisas nas quais eu não acreditaria, se não lesse, se não visse, com estes olhos que um dias...etc, se eu não constatasse diretamente, do que são capazes os bolivarianos...
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Por exemplo: que Chávez tenha influenciado na eleição do papa, disso não tenho a menor dúvida. Chávez é capaz de tudo, vivo ou morto.
Aliás, não se sabe, ainda, se ele será embalsamado, ou não.
O comitê central do PSUV ainda não decidiu: por isso resolveram botar uns gelinhos no caixão do Chávez até decidir. Com o calor que faz naquelas paragens caribenhas, é até preciso mais que uns gelinhos: talvez um bloco inteiro de gelo. O problema para embalsamar, depois, é que o corpo vai estar duro, e aí será preciso passar um pouco num forno, para amolecer.
Do que são capazes esses bolivarianos....
Tem coisas que a gente não acredita, não é mesmo?
Paulo Roberto de Almeida

Maduro atribuye elección de Papa latino a ayuda de Chávez (+Video)

Emen
HOY 04:20 p.m. | Nicolás Maduro, presidente encargado de Venezuela, atribuyó a una pequeña ayuda de Chávez, la elección del primer Papa latinoamericano, el Cardenal Jorge Mario Bergoglio.

Sobre o novo papa, Francisco - John Allen Jr.

Este blog não tem nenhuma preferência religiosa, e, no mais das vezes, é completamente indiferente à religião, salvo quando a religião não é indiferente à política, à vida em sociedade, às relações internacionais, à economia, enfim a qualquer aspecto relevante da modernidade. E ela não é.
A Igreja, e os homens que a dirigem, suas ideias, suas pregações e ações, são tremendamente importante no mundo, qualquer que seja a dimensão que se queira dar às mensagens da Igreja e de seus representantes.
Ou seja, mesmo sendo um irreligioso completo, definitivo, não sou indiferente ao que pensa, fala, faz a Igreja, qualquer Igreja, mas sobretudo a Católica. Não se pode negar, por exemplo, a tremenda influência que o papa Wojtilla, mais conhecido como João Paulo II, teve na derrocada do comunismo. Foi um papel relevante, sob qualquer aspecto. De fato, que uma "ideologia" de dois mil anos tenha conseguido vencer uma de apenas 150 anos, e pretendidamente moderna, ou "social", testemunha da importância da Igreja e da religião no mundo moderno.
E o fato de que a maior parte dos países islâmicos, no mundo, seja relativamente atrasada, com muitos problemas no tratamento da mulher, com recaídas recorrentes no arcaísmo institucional, no reacionarismo jurídico, no atraso educacional, testemunha também que a religião pode ser um fator relevante, também, no encaminhamento das questões sociais e políticas. Existe algum país islâmico que seja avançado, onde as mulheres sejam liberadas, que tenha contribuído decisivamente para os progressos científicos e tecnológicos do mundo? Pode ser, mas não conheço muitos, talvez nenhum. Mas conheço países que, ao retornarem para a sharia, ao aderirem a versões estritas dos ensinamentos corânicos -- como o Paquistão, por exemplo -- podem ter chegado ao limiar do que se designa por um Estado falido. Na Nigéria do norte, outro exemplo,  se cometem crimes atrozes contra comunidades cristãs, ou simplesmente não muçulmanas. E o Irã é uma teocracia ditatorial, regressiva, opressiva.
Enfim, apenas por estas considerações, é que posto aqui uma informação sobre o novo papa.
Apenas para deixar meus leitores bem informados.
Desfrutem...
Paulo Roberto de Almeida

A Igreja de Francisco I, o jesuíta, está profundamente comprometida com os pobres e com os que me mais sofrem, mas também com a doutrina
Reinaldo Azevedo, 13/03/2013
Abaixo, reproduzo o texto de autoria de John Allen Jr., jornalista do site americano National Catholic Reporter (http://ncronline.org/). Ele fez um perfil de todos os papáveis. Seu texto sobre Jorge Mario Bergoglio, publicado no dia 10 deste mês, é excelente. Lembra, entre outras coisas, que o então arcebispo de Buenos Aires foi alvo da fúria de Cristina Kirchner por ter criticado a lei que permite a adoção por homossexuais — segundo ele, uma forma de discriminação contra as crianças. A presidente da Argentina o acusou de cultivar preconceitos medievais. Também no que diz respeito ao aborto e à contracepção, o papa Francisco I é um fiel seguidor da orientação oficial da Igreja.

*
Enquanto não há pesquisas de opinião para estabelecer quem tem mais musculatura como candidato ao papado, o conclave de 2013 tem pelo menos uma medida objetiva a mais que o de 2005: o desempenho anterior. Muitos dos cardeais vistos como candidatos agora estavam também disponíveis da última vez, e alguém que teve força há oito anos poderia ser um competidor novamente. Por essa medida isolada, o cardeal Jorge Mario Bergoglio, de Buenos Aires (Argentina), merece alguma atenção.

Depois que a poeira da eleição de Bento XVI assentou, vários repórteres identificaram o jesuíta argentino como o principal desafiante do então cardeal Joseph Ratzinger. Um eleitor disse, depois, que o conclave teve “um quê de corrida de cavalos” entre Ratzinger e Bergoglio, e um diário anônimo do conclave que circulava entre a mídia italiana em setembro de 2005 indicava que Bergoglio chegou a receber 40 votos na terceira votação, a que ocorreu imediatamente antes daquela em que Ratzinger cruzou a linha dos dois terços e se tornou papa. Embora seja difícil dizer o quanto se pode levar isso a sério, o consenso geral é de que Bergoglio foi realmente um candidato de peso no último conclave. Ele chamou a atenção dos ortodoxos do Colégio de Cardeais como um homem que conseguiu segurar os avanços das correntes liberais entre os jesuítas, enquanto para os moderados era um símbolo do compromisso da Igreja com o mundo em desenvolvimento.

Ainda em 2005, Bergoglio marcou muitos pontos como um intelectual dedicado, que estudou teologia na Alemanha. Seu papel de liderança durante a crise econômica argentina deu polimento à sua reputação de ser a voz da ponderação e fez dele um potente símbolo do que os custos da globalização podem representar para o mundo pobre. A proverbial simplicidade pessoal também exerceu inegável atração – é um príncipe da Igreja que escolheu viver em um apartamento simples em vez de habitar um palácio episcopal, que abriu mão da limusine com motorista e prefere usar o transporte público, e que cozinha suas próprias refeições.

Outra medida da seriedade de Bergoglio como candidato é a campanha negativa feita em torno dele há oito anos. Três dias antes da abertura do conclave de 2005, um advogado argentino da área de direitos humanos entrou com uma ação em que Bergoglio era apontado como cúmplice no sequestro de dois padres jesuítas, em 1976, sob o regime militar que então vigorava no país. Bergoglio negou terminantemente a acusação. Houve também uma campanha por e-mail, que parece ter sido orquestrada pelos confrades jesuítas que conheciam Bergoglio dos tempos em que ele foi provincial da ordem na Argentina. Segundo a campanha, “ele jamais sorria”.

Dito isso tudo, o fato é que Bergoglio definitivamente esteve sempre no radar. É claro que está oito anos mais velho agora, e que, aos 76, já está fora da faixa etária que muitos cardeais consideram ideal. Além disso, o fato de não ter conseguido transpor a barreira do número de votos necessário da última vez pode convencer alguns cardeais de que não vale a pena voltar a tentar. Ainda assim, muitas das razões que levaram membros do colégio a tomá-lo como sério candidato oito anos atrás ainda estão de pé.

Nascido em Buenos Aires, em 1936, Bergoglio é filho de um ferroviário que emigrou de Turim, na Itália, para a Argentina, onde teve cinco filhos. O plano original do cardeal era ser químico, mas, em vez disso, ele ingressou em 1958 na Companhia de Jesus para começar os estudos preparatórios para a ordenação sacerdotal. Passou boa parte do início da carreira lecionando Literatura, Psicologia e Filosofia, e muito cedo era visto como uma estrela em ascensão. De 1973 a 1979 foi provincial dos jesuítas na Argentina.

Depois disso, em 1980, tornou-se o reitor do seminário no qual havia se formado. Eram os anos do regime militar na Argentina, quando muitos sacerdotes, incluindo líderes jesuítas, gravitavam em torno do movimento progressista da Teologia da Libertação. Como provincial jesuíta, Bergoglio insistiu em um mergulho mais profundo na tradição espiritual de Santo Inácio de Loyola, ordenando que os jesuítas continuassem seu trabalho nas paróquias e atuassem como vigários em vez de se meterem em “comunidades de base” e ativismo político.

Embora os jesuítas sejam, em geral, desencorajados de receber honrarias eclesiásticas, especialmente fora de seus países, Bergoglio foi nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992, e depois sucedeu o adoentado cardeal Antonio Quarracino, em 1998. João Paulo II fez Bergoglio cardeal em 2001, designando-lhe a igreja romana que leva o nome do lendário jesuíta São Roberto Belarmino.

Ao longo dos anos, Bergoglio se aproximou tanto do movimento Comunhão e Libertação, fundado pelo padre italiano Luigi Giussani, que às vezes discursava no grande encontro anual do grupo, em Rimini, na Itália. Ele também chegou a divulgar os livros de Giussani em feiras literárias na Argentina. Isso acabou gerando consternação entre os jesuítas, uma vez que os ciellini, como são chamados os adeptos do movimento, já eram vistos com os principais opositores do colega jesuíta de Bergoglio em Milão, o cardeal Carlo Maria Martini. Por outro lado, isso tudo é parte do apelo de Bergoglio, um homem que pessoalmente se divide entre os jesuítas e os ciellini e, em maior escala, entre os reformistas e os ortodoxos da Igreja.

Bergoglio apoiou o ethos de justiça social do catolicismo latino-americano, inclusive com robusta defesa dos pobres. “Vivemos na parte mais desigual do mundo, que tem crescido muito, mas que pouco tem feito para reduzir a miséria”, afirmou ele durante um encontro do episcopado latino-americano em 2007. “A injusta distribuição de renda persiste, criando uma situação de pecado social que clama aos céus e que limita as possibilidades de uma vida plena para muitos de nossos irmãos.” Ao mesmo tempo, ele tende mais a se empenhar pelo crescimento em graça pessoal do que por reformas estruturais.

Bergoglio é visto como um ortodoxo inflexível em matéria de moral sexual e como convicto opositor do aborto, da união homossexual e da contracepção. Em 2010 ele afirmou que a adoção de crianças por gays é uma forma de discriminação contra as crianças, o que lhe valeu uma reprimenda pública por parte da presidente argentina Cristina Kirchner. Ao mesmo tempo, ele demonstra sempre profunda compaixão pelas vítimas da aids; em 2001, por exemplo, visitou um sanatório para lavar e beijar os pés de 12 pacientes soropositivos.

Bergoglio também marca pontos por sua apaixonada reposta ao atentado a bomba ocorrido em 1994 no prédio de sete andares que abrigava a Associação Mutual Israelita Argentina, em Buenos Aires. Foi um dos maiores ataques a alvos judeus já registrados na América Latina e, em 2005, o rabino Joseph Ehrenkranz, do Centro para a Compreensão Judaico-Cristã, ligado à Universidade do Sagrado Coração em Fairfield, no estado norte-americano de Connecticut, louvou a liderança de Bergoglio para superar a dor do episódio. “Ele estava muito preocupado com o que havia ocorrido”, disse Ehrenkranz. “Tinha vivido a experiência.”

Apesar disso, depois do conclave de 2005 alguns cardeais admitiram inocentemente duvidar de que Bergoglio realmente tivesse a forja e a força necessárias para liderar a Igreja universal. Mais que isso, para muitos dos não latino-americanos Bergoglio era um número desconhecido. Uns poucos relembraram de sua liderança no Sínodo de 2001, quando ele substituiu Edward Egan, de Nova York, como relator do encontro porque o cardeal norte-americano teve de voltar às pressas para casa para ajudar as vítimas dos atentados terroristas de 11 de setembro. Naquela ocasião, Bergoglio deixou uma impressão basicamente positiva, mas pouco marcante.

Bergoglio pode ser fundamentalmente conservador em muitas questões, mas não é um defensor dos privilégios do clero ou um homem insensível às realidades pastorais. Em setembro de 2012, ele disparou um ataque contra os padres que se negavam a batizar crianças nascidas fora do casamento, classificando a recusa como uma forma de “neoclericalismo rigoroso e hipócrita”.

As chances de Bergoglio em 2013 repousam em quatro pontos.

O primeiro, e mais básico, é que ele teve grande apoio da última vez, e alguns cardeais podem pensar em uma nova tentativa agora.

Segundo, Bergoglio é um candidato que traz consigo o Primeiro Mundo e o mundo em desenvolvimento. É um latino-americano de raízes italianas que estudou na Alemanha. Como jesuíta, é integrante de uma comunidade religiosa internacionalmente confiável, e sua ligação com o movimento Comunhão e Libertação faz dele parte de outra rede global.

Terceiro, Bergoglio ainda é atraente diante da usual divisão da Igreja, angariando com seu afiado senso pastoral, sua inteligência e sua modéstia pessoal o respeito tanto dos ortodoxos quanto dos moderados. Ele também é visto como uma alma genuinamente espiritualizada e um homem de profunda oração. “Somente alguém que tenha encontrado a misericórdia, que tenha sido agraciado com a ternura da misericórdia, está feliz e em paz com Deus”, disse Bergoglio em 2001. “Eu peço aos teólogos presentes que não me enviem ao Santo Ofício ou à inquisição; no entanto, forçando um pouco as coisas, ouso dizer que o lugar privilegiado do encontro é a bondade da misericórdia de Cristo sobre meus pecados.”

Quarto, ele é também visto como um evangelista bem-sucedido. “Temos de evitar a doença espiritual de uma Igreja autorreferente”, disse recentemente. “A verdade é que, quando se sai às ruas, como fazem todos os homens e mulheres, acidentes acontecem. No entanto, se a Igreja se fechar em si mesma, se torna ultrapassada. Entre uma Igreja que sofre acidentes lá fora e outra adoecida pela autorreferência, não tenho dúvidas em preferir a primeira.”

Na contramão, há razões para acreditar que a janela de oportunidade para Bergoglio alcançar o pontificado já se fechou.

Afinal, ele está oito anos mais velho que em 2005 e, aos 76 , seria apenas dois anos mais jovem do que era Bento XVI quando se tornou papa. Especialmente nos calcanhares de uma renúncia papal fundamentada nos problemas da idade e da exaustão, muitos cardeais podem se recusar a eleger alguém tão idoso por temer que isso exponha a Igreja a um novo choque.

Em segundo lugar, embora fosse um sério concorrente em 2005, o fato é que ele não conseguiu atrair apoio suficiente para superar a barreira de dois terços dos votos necessários para a eleição. Especialmente no que se refere aos 50 cardeais que estiveram presentes no último conclave, o clima tende a ser de ceticismo quanto à possibilidade de resultados diferentes desta vez.

Terceiro, as dúvidas sobre a resistência de Bergoglio espalhadas nos últimos oito anos podem agora ser argumentos ainda mais corrosivos, dado que a habilidade para governar e manter sob controle a burocracia vaticana parece ser o item mais importante nas listas dos eleitores. Embora Bergoglio integre muitos departamentos do Vaticano, inclusive a Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos e a Congregação para o Clero, ele nunca trabalhou realmente dentro do Vaticano, e podem surgir preocupações sobre sua capacidade para controlar o lugar.

Um quarto obstáculo é a ambivalência padrão quanto aos jesuítas no alto escalão, tanto dentro quanto fora da ordem. Esse pode ter sido o fator a frear o avanço de Bergoglio da última vez, e nada mudou no cálculo desde então.

Que Bergoglio se coloca novamente como candidato parece óbvio. Um escritor italiano, citando um cardeal anônimo, disse, no dia 2 de março, que “quatro anos de Bergoglio seriam suficientes para mudar as coisas”. Levando em conta seu perfil, no entanto, Bergoglio parece destinado a cumprir um importante papel neste conclave – se não como rei, será como fazedor de reis.

Tradução: Maria Sandra Gonçalves

John Allen Jr. é um dos mais experientes vaticanistas da atualidade. Jornalista do site norte-americano National Catholic Reporter (http://ncronline.org/), ele também colabora com o canal de televisão CNN e com a National Public Radio norte-americana. Allen é autor de vários livros sobre a Igreja Católica, incluindo duas biografias de Bento XVI, uma delas escrita quando Joseph Ratzinger ainda era cardeal. Duas de suas obras foram traduzidas para o português: Opus Dei, mitos e realidade, de 2005, e Conclave, de 2002, em que ele descreve os rituais que envolvem a sucessão do papa e apontava vários favoritos para assumir o posto após a morte de João Paulo II.

Governo incompetente cria rentismo petrolifero: o caso do pre-sal

Um dia, uma história real, objetiva, correta, da imensa lambança, incompetência e irresponsabilidade, que esse governo incompetente fez em torno da questão do pré-sal terá de ser escrita, sobre o que me parece constituir não apenas um equívoco, mas um crime econômico, um crime contra o país.
Transformaram uma nação extratora de commodities e produtora de produtos básicos, com alguma indústria, em uma nação de rentistas populistas e aproveitadores, com uma indústria periclitante e um atraso mental inacreditável.
Quando os incompetentes sobem ao poder, corremos esse tipo de risco, que vai ser pago por todos nós e até por nossos filhos e netos. As consequências desses atos nefastos vão perdurar por muito tempo. E não são apenas erros econômicos, e sim ganância na renda do petróleo, legal e ilegal...
Paulo Roberto de Almeida

A crônica anunciada da ganância desmedida

13 de março de 2013 | 10h 44
Opinião - José Neumanne *
 
O óbvio desinteresse da presidente Dilma Rousseff em impedir a derrubada de seus vetos à lei que regula os royalties do petróleo tem muitas razões mais do que podem pressupor seus aliados amuados que governam Estados produtores prejudicados - em especial Sérgio Cabral (PMDB), do Rio. Ora, direis, se ela tem (e se orgulha disso) maioria folgada no Congresso, como se permite aceitar passivamente a aparente desmoralização de sua autoridade com uma rebelião maciça de Estados que antes não participavam da divisão do bolo que promete ser generoso, embora isso não tenha nenhuma sustentação técnica, ética ou jurídica?

A questão parece complexa, mas não é. Ao contrário, tem duas respostas muito evidentes e muito simples. A primeira é que vale tudo pela reeleição e brigar por compromissos passados quando o futuro está em jogo não parece inteligente. Então, a primeira explicação é eleitoral: nas democracias, especialmente naquelas que dependem exclusivamente de eleições, já que as instituições funcionam mal, como é o caso da nossa, nenhum governante é louco de desperdiçar votos preciosos que o manterão no poder. E há outra explicação - esta ancorada em passado recente. A reivindicação de Estados que não produzem petróleo, e nunca produziram, de partilhar com produtores em igualdade de condições os royalties (que não são impostos nem esmolas, mas compensações financeiras pela exploração de produtos extraídos em seu território) nunca foi feita antes. Por que, então, agora tomou a avassaladora forma de um autêntico tsunami? É simples: porque o problema nunca foi antes trazido à baila!

Tudo começou em 2008, quando, no governo Lula, do qual Dilma era dignitária de altíssimo coturno, a Petrobrás anunciou a descoberta de grandes jazidas de óleo cru nas profundas camadas de pré-sal sob nossas águas territoriais. "Deus não nos deu isso para que a gente continue fazendo burrice. Deus nos deu um sinal. Mais uma chance para o Brasil", disse Lula a uma plateia eufórica.

Ali começou um processo deletério, chamado pelo coleguinha Merval Pereira, colunista de O Globo e membro da Academia Brasileira de Letras, de "a politização do pré-sal". Em sua coluna de sábado passado, Pereira citou o especialista Adriano Pires, da consultoria Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBE). Para Pires, "o ex-presidente, ao anunciar a descoberta do pré-sal, politizou todas as decisões que foram tomadas no setor de petróleo dali para a frente, e, com isso, surgiram várias vítimas dessa atitude populista. As principais foram a Petrobrás, os produtores de etanol e o Estado". Sob o entusiasmo com a descoberta foi soterrado o projeto de biocombustíveis e congelado o preço da gasolina.

Na sexta-feira 8 de março, outra colunista do Globo, Miriam Leitão, que tem descrito com lucidez a lambança que os governos Lula e Dilma fizeram no setor energético em geral e no petrolífero em particular, não apelou para metáforas, mas pôs o dedo diretamente na ferida oculta: "União criou o conflito", disparou logo no título. E justificou essa dura constatação: "Quando o governo Lula decidiu mudar a lei do petróleo, ele estava convencido de que a receita iria aumentar muito com o pré-sal. Mas isso está cada vez mais distante e incerto".

A relação entre o anúncio da descoberta da panaceia para fazer o Brasil saltar da condição de emergente para o Primeiro Mundo e a catástrofe da Petrobrás foi tema de um texto arrasador assinado por Consuelo Dieguez na revista Piauí de setembro do ano passado. No artigo, o comunista baiano Haroldo Lima, que presidiu a Agência Nacional do Petróleo (ANP) no governo Lula e foi retirado do cargo por Dilma, fez uma autocrítica demolidora, ao velho estilo stalinista, afirmando que os resultados catastróficos da Petrobrás não foram produzidos pela vontade do ex-presidente Sérgio Gabrielli, mas pelos votos fiéis à proposta populista de Lula, inclusive os dele e de Dilma.

De acordo com Lima, Lula e Dilma impuseram à ANP a decisão de jogar no lixo o marco regulatório de 1997, que flexibilizara o monopólio da estatal nacional do petróleo. O novo marco regulatório passou a exploração de concessão para partilha. Justiça seja feita, ao sancionar essa lei no fim do mandato, Lula vetou todos os artigos que desrespeitavam contratos já firmados com concessão. Ou seja, antecipou o que Dilma faria no ano passado, mas terminou sendo desautorizado na semana anterior pela maioria dos parlamentares, representando Estados de olho fixo na fortuna anunciada.

A ganância desmedida dos Estados não produtores atropela tudo, inclusive a História. Desde o embargo da Arábia Saudita, o aumento do preço do petróleo no mercado mundial vem enchendo as burras da Venezuela. Ainda na extinta democracia, enterrada por Hugo Chávez, sob a presidência de Carlos Andrés Pérez, outdoors espalhados pelas ruas de Caracas prometiam que o produto seria "semeado". A impropriedade geológica (petróleo não se planta, extrai-se) não salvou o país vizinho das imensas dificuldades econômicas em que continua vivendo. A elite corrupta que comandou o liberalismo idílico foi substituída pelo milico progressista e a situação só piorou. Apesar do preço ascendente de seu produto único, a Venezuela, "o país potencialmente mais rico do mundo", na definição de Mario Vargas Llosa em artigo publicado no Estado domingo, convive "com a inflação, a criminalidade e a corrupção mais altas do continente, um déficit fiscal, que beira a 18% do PIB"...

O Brasil não chegou aí. Mas a Petrobrás foi submetida a uma degradação absurda: seu lucro no ano passado foi 36% menor que o de 2011, seu valor de mercado caiu para 65,5% do patrimônio e o fruto da campanha "o petróleo é nosso" despencou do segundo para o oitavo lugar no ranking mundial das petroleiras. Na América do Sul, perdeu o topo para uma empresa colombiana. E alguém tem ideia do destino dos R$ 107 bilhões da "maior capitalização da história do capitalismo", em 2010?

* José Neumanne é jornalista, poeta e escritor.

Hermanos pero no mucho: Argentina trata mal a Vale

Mais prejuízos impostos pelo 'risco Argentina'
Editorial O Globo, 13/03/2013

A extrema condescendência com que a diplomacia brasileira trata "hermanos" em geral e a Argentina em particular não pode ser seguida por empresa privada com responsabilidade na defesa do patrimônio dos acionistas. A Petrobras já teve uma refinaria expropriada na Bolívia, por exemplo, e nada foi feito em resposta. Com a Vale, privatizada há tempos, a história é outra.
O anúncio feito pela empresa da suspensão do investimento no projeto de potássio Rio Colorado, na província argentina de Mendoza, é resposta adequada a uma série de obstáculos colocados por autoridades do país vizinho diante da Vale.
Orçado em US$ 6 bilhões, dos quais US$ 1 bilhão já executado, o maior investimento privado da história argentina, o Rio Colorado tem, ou tinha, grande importância para a empresa, o Brasil - por ser muito dependente de fertilizantes importados - e também para Buenos Aires.
Mas a cultura antinegócios em vigor no país vizinho e o enorme descuido no relacionamento com o Brasil - apesar de todo o discurso da Casa Rosada em contrário - forçaram a Vale a suspender os investimentos e, assim, eliminar 6 mil empregos num país em crise.
O "risco Argentina", país já colocado à margem do mercado financeiro internacional, não para de subir. Há questões específicas em torno do projeto Rio Colorado. Aliado da presidente Cristina Kirchner, o governador de Mendoza, Francis Peréz, chegou a suspender as obras sob a alegação de que a Vale não havia cumprido acordos para contratar fornecedores e mão de obra locais.
Existem, ainda, dificuldades decorrentes da situação geral da economia do país, como o controle na remessa de divisas, um empecilho para a Vale. Pedidos de flexibilização foram negados.
E acrescenta-se ao cenário geral de crise uma grande insegurança institucional e jurídica, mortal para qualquer investimento, em especial um projeto desta magnitude.
O governador de Mendoza apenas repete o estilo intervencionista do governo peronista de Cristina K. Não é acidente de rota o caso da Vale. Derivam da mesma cultura política a pressão sobre grupos independentes de imprensa e um projeto da Casa Rosada de reforma da Justiça que visa a subordinar os tribunais ao Poder Executivo, objetivo de apurado pedigree chavista.
A trombada no campo dos negócios privados coincide com mais uma confusão diplomático-comercial, esta sobre o acordo automotivo entre os dois países. A Casa Rosada quer eliminar dispositivo do acordo para evitar que, a partir do segundo semestre, haja liberdade nas trocas de veículos e peças. E quer que o novo regime brasileiro para o setor preveja investimentos na Argentina.
O momento é especial para o Brasil enfim demonstrar que sabe defender interesses nacionais. Como há muito tempo não endurece este jogo, seus parceiros latino-americanos, em especial os bolivarianos e assemelhados, fazem o que bem entendem, sem qualquer cuidado.

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Balde furado

13 de março de 2013 | 10h 21
CELSO MING - O Estado de S.Paulo
 
A suspensão do projeto de potássio Rio Colorado que a Vale do Rio Doce colocava em desenvolvimento na Argentina dá uma ideia do tamanho do risco econômico, político e até mesmo jurídico, para investidores e parceiros, em que vai desembocando o governo de Cristina Kirchner.
A Vale já investiu no empreendimento US$ 2,2 bilhões. Teria oficialmente de desembolsar mais US$ 4 bilhões - número virtual, uma vez que os problemas da Argentina transformaram o projeto em balde furado. Pelos cálculos da Vale, hoje exigiria ao menos mais US$ 11 bilhões.
É fácil compreender a escalada dos custos. A inflação real da Argentina está em torno dos 28% ao ano, mas o governo não reconhece mais do que 9,9%. Em compensação, para garantir o apoio dos sindicatos, concorda com reajustes salariais destinados a recompor o poder aquisitivo do trabalhador muito mais próximos da inflação real. (A Vale tem 4 mil funcionários em Mendoza, onde está a mina de potássio.) Preços e tarifas já controlados de longa data agora estão congelados por determinação do truculento secretário do Comércio Interior, Guillermo Moreno.
O câmbio é outra anomalia. Para deter a corrida aos dólares, o governo de Cristina Kirchner restringiu drasticamente a troca de moedas por empresas e pessoas comuns. O câmbio paralelo (blue) ostenta cotação 54% mais alta (brecha) em relação ao câmbio oficial - veja no Confira.
As empresas (como é o caso da Vale) que têm de aportar dólares destinados ao investimento enfrentam perdas enormes nas trocas no câmbio oficial. Em contrapartida, seus custos em pesos argentinos disparam. Hoje, nenhum projeto de investimento se viabiliza.
Com o crédito externo cortado desde o supercalote de 2001, a Argentina ainda obtinha generoso comprador para seus títulos: o então presidente Hugo Chávez, da Venezuela. Mas a economia venezuelana, em franca deterioração, já não vinha permitindo extravagâncias do tipo, agora, com a morte do chefe que queria e podia tudo, ficaram ainda mais difíceis.
Para continuar o projeto Rio Colorado, a Vale pediu alto volume de "compensações" cambiais, fiscais e financeiras que o governo da Argentina não quer conceder, aparentemente por crer que os pode arrancar do BNDES e do governo Dilma - que se mostra cada vez mais tolerante com os despropósitos dessa ordem.
O surrado argumento de que é preciso ter paciência com a Argentina - algo que a diretoria da Vale, que lá enterrou US$ 2,2 bilhões, já perdeu - não faz sentido diante da falta de sinais de que um dia, próximo ou mais distante, a situação se reverta. Ao contrário, as condições econômicas só tendem a piorar por inconsistência dos fundamentos. Quaisquer cenários futuros apontam para acirramento da insegurança econômica e jurídica, seja a que pretexto for. Na semana passada, por exemplo, pequena refinaria da Petrobrás em Bahía Blanca foi interditada por inesperada decisão judicial.
Vale e Petrobrás não são as únicas empresas que perdem bilhões em consequência da política da Argentina e da tolerância brasileira. O Brasil não tem sido capaz de negociar novos tratados comerciais com outros países e outros blocos econômicos porque seus compromissos no Mercosul exigem que arraste junto o peso morto argentino. E isso prejudica as empresas brasileiras que não conseguem ampliar o mercado externo.

Politica economica esquizofrenica, a todo vapor - Adolfo Sachsida + Editorial Estadao

Desde algum tempo, o governo vem usando isenções tributárias para, supostamente, estimular o consumo -- pensando que faz política anticíclica de corte keynesiano -- e para, ainda mais supostamente, "reduzir a inflação".
Meu amigo Adolfo Sachsida demonstra o absurdo desse tipo de recurso enganoso, totalmente inefetivo ou inócuo, e vagamente "generoso", aos olhos dos incautos e alienados.
Para retomar aquela coisa do Lincoln, um personagem que sofreu recente desgaste ao ter um pilantra se comparando com ele indevidamente, temos a mesma situação: alguém está tentando enganar algumas pessoas durante algum tempo, mas no Brasil é possível enganar muitas pessoas durante muito tempo...
Paulo Roberto de Almeida

A Assombrosa Falta de Compreensão do Processo Inflacionário por parte do Governo e da Imprensa 

Adolfo Sachsida Opiniões

Um blog dedicado à liberdade, quarta-feira, 13 de março de 2013


Entre junho e julho do ano passado eu fiz uma série de entrevistas com vários economistas. Todos respondiam ao mesmo conjunto de perguntas. A última pergunta era: “O governo parece estar usando política tributária para controlar a inflação. Você acredita que isso seja verdade? Se for verdade, concorda com isso? Por quê?

Obviamente nenhum dos entrevistados concordava com essa política absurda (que reflete muito mais um controle de preços do que um combate a inflação). Em especial vejam só a resposta do economista Irineu Evangelista de Carvalho Filho:
Usar política tributária para conter inflação me parece uma das idéias mais estúpidas que podem ser concebidas em política econômica, portanto eu não acredito que o governo brasileiro esteja fazendo isso”.

Até o meio do ano passado era difícil ao governo reconhecer que usava política tributária para combater inflação. Afinal, essa é uma idéia estúpida. Mesmo os economistas não alinhados tinham dificuldade de acreditar que o governo estava cometendo este tipo de infantilidade econômica. O tempo passou, e desde o final do ano passado vejo o governo defendendo abertamente o controle da inflação por meio de desonerações tributárias. O que é incrível é que a imprensa aceitou esse absurdo. Mesmo na CBN vemos comentaristas econômicos comentando o uso da política tributária para combater inflação como sendo algo trivial e correto. ERRADO!!! Isso é estupidez econômica.

Inflação é a perda de poder aquisitivo da moeda. Quando o governo abaixa os impostos para combater inflação ele NÃO ESTÁ COMBATENDO INFLAÇÃO!!! Está combatendo as consequências do processo inflacionário (aumento de preços), mas não sua origem (perda de valor da moeda). Vamos dar um exemplo. Quando você compra uma barra de chocolate por 5 reais, no fundo você está pagando pelo chocolate e por um conjunto de bens públicos (pois o imposto embutido no preço está financiando a compra desses bens públicos). Isto é, você estaria pagando pelo chocolate e por uma aspirina (que seria comprada com seu imposto e dada num hospital público).

Quando o preço do chocolate sobe para 6 reais isso é um reflexo da perda de valor da moeda. Quando o governo reduz o imposto do chocolate para obrigar o preço voltar aos 5 reais ele NÃO COMBATEU A INFLAÇÃO!!! Note que agora seus 5 reais compram apenas o chocolate (e não mais o chocolate e a aspirina como antes). Ou seja, o poder de compra da moeda caiu, mesmo que o preço do chocolate tenha permanecido inalterado.

O truque é que essa manobra tributária ENGANA os índices de preço tais como o IPCA. Se o índice de preços aqui fosse calculado SEM IMPOSTOS isso mostraria o truque do governo para toda sociedade. Esses truques do governo enganam a população, pois maqueiam o verdadeiro valor da inflação.

Repito: política tributária NÃO COMBATE INFLAÇÃO, apenas maqueia os índices de preço!!! E muito me surpreende que a imprensa, e os economistas, não estejam denunciando essa manobra que além de absurda é burra!!!

Cubazuela ou Venecuba?: uma mesma inteligencia para dois paises (ou um e meio...)


Afirman que Cuba envía a más de 2 mil agentes para apuntalar a Maduro

El diario español ABC, en su página digital, afirma que estos efectivos, que se encargarían del control electoral, se suman a unos 46 mil colaboradores cubanos que viven oficialmente en el país, para garantizar la revolución chavista.

EL UNIVERSAL (Caracas), miércoles 13 de marzo de 2013  01:05 PM
 
Madrid.-Cuba jugó fuerte en la gestión política de la enfermedad de Hugo Chávez y ahora está volcada en asegurarse de que el proceso electoral beneficia a Nicolás Maduro. Además del alrededor de 46.000 colaboradores cubanos que oficialmente viven en Venezuela, todos con la misión se garantizar la revolución chavista, La Habana está enviando un destacamento de agentes para el control electoral, que podría llegar a los 2.500 efectivos, de acuerdo con información de inteligencia salida de la isla.

Estamos aquí para ratificar nuestra entrega; si hasta ahora lo estábamos dando todo, ahora estamos dispuestos a dar hasta nuestras vidas, nuestra sangre si fuera preciso por esta revolución , proclamó la semana pasada Roberto López, jefe de las misiones cubanas en Venezuela, cuando una representación de estas rindió honores ante el cadáver de Chávez, señala el diario español ABC.es.

De la continuidad del chavismo depende la pervivencia del régimen cubano. Los 100.000 barriles diarios de petróleo que Venezuela envía a su aliado suponen 3.700 millones de dólares al año. Cuba no los paga directamente, sino que básicamente devuelve el favor con sus 46.000 ciudadanos que en Venezuela oficialmente trabajan como médicos, maestros, preparadores físicos... Unos servicios que Caracas paga extrañamente caro.

Todo eso es una tapadera que esconde el control que Cuba tiene de Venezuela , asegura un anterior alto cargo de la estructura de poder chavista emigrado a Estados Unidos, que mantiene el anonimato para evitar represalias contra su familia.

El centro de operaciones de la inteligencia cubana, el G2, está en la sede que en Caracas tiene la agencia de noticias cubana Prensa Latina , denuncia.

Esta persona indica que el control cubano es absoluto , desde el mando en la expedición de los documentos nacionales de identidad a la gestión de los registros oficiales de todo tipo: de propiedad, mercantiles... Todos los datos informatizados de los ciudadanos venezolanos se manejan desde Cuba , dice.

Las dimensiones de esa supervisión foránea han sido apuntadas con frecuencia en los medios. The Economist , por ejemplo, identificó hace dos años a Bárbara Castillo, exministra cubana, como alguien con un poder mayor que los propios ministros venezolanos, según testigos presenciales.

Los jefes cubanos son una estructura paralela a la que las propias autoridades venezolanas tienen que dar cuenta, también en el Ejército o la Judicatura , apunta la fuente antes mencionada, que corrobora el caso de Bárbara Castillo. También asegura tener conocimiento de la rendición de cuentas que el actual ministro de Defensa, Diego Molero, estuvo realizando ante instancias cubanas sobre militares afectos y desafectos en su anterior puesto como responsable de la contrainteligencia de Miraflores (el palacio presidencial).

Agentes cubanos se han venido ocupando, además, de la función de guardaespaldas de las figuras institucionales más importantes del país, comenzando por el propio Hugo Chávez. Estos días se ha visto a su inseparable jefe de seguridad personal cubano desfilando junto al féretro.

La cifra exacta de cubanos en Venezuela se ignora. En alguna ocasión La Habana ha hablado de 65.000 personas. La más reciente es la de 46.000, ofrecida en la Asamblea Nacional venezolana. Pero dado el secretismo de parte de sus operaciones es difícil dar crédito a cualquier número. el respetado historiador y exministro Simón Alberto Consalvi, fallecido el lunes, incluso llegó a hablar de 100.000.

Según el diario, su llegada comenzó a producirse a partir de la firma en octubre de 2000 del primero de los más de 150 acuerdos suscritos desde entonces entre Cuba y Venezuela, inaugurando lo que muchos han denominado como Cubazuela . Dos países, una sola nación , dijo Fidel Castro en 2005. Con una sola bandera , añadió Chávez. Y Castro apostilló: somos venecubanos .

En abril de 2001 llegaron los primeros 6.000 médicos para el programa llamado Barrio Adentro, que hoy oficialmente alcanza los 30.000 efectivos. Se trata de la prestación sanitaria a las clases más populares venezolanas. Médicos, enfermeras y otro personal llegado de Cuba residen en esos mismos barrios. El control de datos personales en los ambulatorios y esa presencia capilar garantiza el control ideológico y electoral del grueso de los potenciales votantes del chavismo.

Nos sentimos doblemente comprometidos y hemos asumido esta triste eventualidad con mucha disciplina, con mucho deseo de seguir adelante apoyando al pueblo venezolano y en todos los procesos que se avecinan , declaró uno de los médicos a la cadena nacional TeleSur, reseña el diario español es su página digital.

Brasil-EUA: Receita e IRS: unidos jamais serao vencidos...

Os dois braços fiscais dos dos maiores países do hemisfério ocidental unem esforços para bisbilhotar a vida financeira dos cidadãos e as atividades empresariais nos dois países, reciprocamente.
Nada como uma colaboração desse tipo para tapar todos os buracos que as empresas utilizam para tentar escapar, pelo menos um pouco, desses abraços custosos dos seus leões respectivos.
Unidos, jamais serão vencidos, e como...
Paulo Roberto de Almeida

Acordo vai permitir que Receita fiscalize empresas brasileiras nos EUA
 
 
Foi publicado nesta terça-feira (13/3) no Diário Oficial da União, o decreto legislativo que aprova o texto de um acordo entre os governos brasileiro e norte-americano para o intercâmbio de informações tributárias, que foi celebrado entre os dois países em 20 de março de 2007.
Segundo informou a Receita Federal, após sancionado pela presidenta Dilma, o acordo permitirá que o fisco dos Estados Unidos faça consultas sobre cidadãos norte-americanos que estejam no Brasil, podendo ocorrer o mesmo com cidadãos brasileiros naquele país. A aprovação do texto é uma antiga reivindicação da Receita Federal, que passará a fiscalizar melhor empresas brasileiras nos Estados Unidos e, inclusive, combater a lavagem de dinheiro. Esses acordos são comuns entre países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que vinha cobrando a participação brasileira, informou a Receita. Pelo decreto ficam sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar em revisão do referido acordo.

A frase da semana: os estudantes e a língua (ao molho pardo...)

Não é verdade que estudantes brasileiros tenham dificuldade com língua estrangeira.

Aloysio Mercadante, ministro da Educacao (da Educacao???)

terça-feira, 12 de março de 2013

Governo federal inicia producao de cabrinhas, bodinhos, boizinhos...

Pelo menos é isto que eu entendo desta frase:

“O governo federal está atento a isso, só não posso recuperar o rebanho ainda enquanto tem seca, se não vão morrer outra vez. Mas eu quero assegurar ao agricultor, ao pequeno proprietário, aquele que teve a sua cabrinha morta, o seu bodinho, o seu boizinho… eu quero assegurar que governo federal vai recompor isto”.

É ou não é?
Vivendo e aprendendo...
Paulo Roberto de Almeida 

Banco Central beato (como o Vaticano?) - Rolf Kuntz

A inflação, o Banco Central e os lírios do campo
Rolf Kuntz
O Estado de S.Paulo, 12/03/2013

Olhai os lírios do campo. Essa bela exortação, a mais poética do Sermão da Montanha, bem poderia abrir a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando os dirigentes do Banco Central (BC) decidiram, de novo, depender da Providência, em vez de atacar a inflação. Nada altera esse fato, nem mesmo a nova linguagem da nota oficial distribuída na quarta-feira à noite. O comitê, segundo o comunicado, vai “acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos”.

Acompanhar os fatos para definir a política é seu papel, com ou sem a intenção ─ ou a esperança ─ de manter a taxa por um período prolongado. Os fatos foram acompanhados e nada se fez, por mais de um ano, para atenuar as pressões inflacionárias. Agora uma nova pergunta é inevitável: para tomar suas próximas decisões, o pessoal do Copom levará em conta as pressões efetivas, visíveis no dia a dia, ou olhará simplesmente os índices de preços administrados pela intervenção do governo? Sem essa intervenção, os indicadores acumulados até fevereiro já teriam estourado o limite superior da banda ou estariam muito perto disso. Não há sequer, nessa história, a contrapartida do crescimento econômico facilitado pela política monetária. A inflação elevada é pura perda.

Toda a política seguida a partir do fim de agosto de 2011 foi baseada em apostas erradas. Erros de previsão são parte do jogo. A insistência no erro é outra história. Pode ser uma demonstração de fé: em algum instante a intervenção divina resolverá os problemas. Nos mercados, a interpretação foi mais prosaica: a presidente da República mandou baixar os juros, sua ordem foi seguida e a autonomia operacional do BC foi pelo ralo. Os erros das apostas são bem conhecidos.

Primeiro, esperava-se uma acomodação dos preços agrícolas, num cenário de estagnação internacional.  As cotações oscilaram, de fato, mas voltaram a subir, por mais de um motivo, e as pressões se intensificaram no segundo semestre de 2012. Esse fato foi reconhecido pelo BC. Segundo, a redução de juros foi justificada também com a expectativa de austeridade fiscal. Esse foi um ato de fé especialmente notável. Sem surpresa para as pessoas razoavelmente informadas, essa expectativa foi igualmente desmoralizada pelos fatos.

Desmoralizada parece uma palavra perfeitamente justificável, quando se considera a escandalosa maquiagem das contas federais. Quem apostar em gestão financeira mais cautelosa e responsável em 2013 também perderá, mas, neste caso, ninguém poderá sequer fingir surpresa.

Curiosamente, o pessoal do Copom há muito tempo identifica sinais de risco no mercado de mão de obra, com desemprego baixo e aumento constante da massa de rendimentos. Mas a expansão do crédito, visível a olho nu e comprovada oficialmente, mês a mês, em relatórios do próprio BC, tem merecido menor preocupação.

De toda forma, os responsáveis nominais pela política monetária agiram por longo tempo como se nada preocupante ocorresse nos mercados. Isso reforçou a suspeita, para dizer o mínimo, de serem outros os responsáveis reais. Como pensar de outra forma, quando se apresenta o corte de juros como conquista política e quando o Executivo interfere repetidamente na formação de preços ─ da gasolina, da eletricidade e de tantos bens de consumo?

A mais recente façanha desse tipo foi a redução da conta de energia elétrica. Não se pode atribuir o barateamento da eletricidade a um aumento da oferta ou a uma elevação da produtividade do setor. Todo o efeito foi produzido por uma decisão fiscal tomada no Palácio do Planalto. O resultado começou a aparecer há algumas semanas e já foi bem visível no IPCA-15, divulgado em 22 de fevereiro, e no Índice de Preços ao Consumidor da Fipe-USP, publicado nesta segunda-feira.

Com a redução da conta de energia, o IPC-Fipe subiu 0,22% em fevereiro. Teria subido praticamente o dobro, 0,43%, sem o efeito da eletricidade mais barata. A medida oficial de inflação, o IPCA, também foi afetada pelo corte da conta de eletricidade. O índice aumentou 0,60% no mês passado, bem menos que em janeiro (0,86%), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As contas de energia ficaram 15,17% menores em fevereiro, “refletindo boa parte da redução de 18% do valo das tarifas em vigor a partir de 24 de janeiro”, segundo o relatório divulgado. Só essa redução tirou 0,48 ponto do IPCA. Mesmo assim, a alta acumulada em 12 meses chegou a 6,31%, bem perto do limite superior da margem de tolerância.

Energia mais barata é um benefício para o consumidor, principalmente se for sustentável, mas política antiinflacionária é assunto muito diferente. Desonerações, mesmo quando bem executadas, afetam os índices de forma temporária, porque deixam intactos os fatores de pressão (como o aumento do crédito e o gasto público excessivo, por exemplo).

A Fundação Getúlio Vargas já advertiu: está-se esgotando, nos indicadores, o efeito da redução da conta de energia. Isso já se nota no IPC-S, atualizado semanalmente e sempre relativo a um período de quatro semanas. Na primeira quadrissemana de março, o aumento geral foi de 0,52%. Havia ficado em 0,33% no fechamento de fevereiro. A deflação registrada no item “habitação”, onde se inclui o custo da energia, diminuiu de 1,28% para 0,58% entre os dois períodos. Outras desonerações (da cesta básica, por exemplo) poderão frear a alta dos índices, nos próximos meses, mas sempre de forma temporária e sem mudar as condições propícias à inflação. Alguns preços poderão cair, mas a tendência geral, sem outras ações, será mantida. O pessoal do BC sabe disso e seria injustiça imaginar o contrário.

Resta ver se a próximas decisões serão baseadas nas condições efetivas do mercado, na evolução mais ou menos benigna de índices administrados ou, mais uma vez, na preferência pela contemplação dos lírios do campo.