Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sábado, 20 de abril de 2013
Deficit no comercio de texteis: adivinhem qual vai ser a resposta?
Mentiras oficiais, verdades oficialescas - Jose Roberto Guzzo
Vesguice mental dos decisores politicos em economia - Editorial Estadao
Timidez contra a inflação
Chefe da quadrilha quer continuar chefiando a quadrilha (dinheiro ele tem...)
COLUNA ESPLANADA
Dirceu inicia maratona de luxo para se defender
Condenado como operador do mensalão, ex-ministro do governo Lula começou um roteiro que o levará para quatro capitais para defender-se da condenação
Amante do presidente tinha vida de rainha... (Veja, O Globo)
Por exemplo, por que "influência que desfrutava com o ex-presidente Lula"???
Por que não chamar as coisas pelo nome: a amante do presidente desfrutava de vantagens indevidas?
Simples assim, não é?
Paulo Roberto de Almeida
Veja - A ameaça de Rose
Rosemary Noronha se hospedou em embaixada em viagem não oficial, diz revista
- O Globo, 20/04/2013
- Relatório de comissão especial da Presidência pede que ex-funcionária seja investigada por suspeita de enriquecimento ilícito
- Advogados negam acusações e pedem a anulação da sindicância, por entender que houve “cerceamento da defesa”
- SÃO PAULO. A ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, usou sua influência para se hospedar na embaixada do Brasil em Roma, na Itália, em viagem não oficial, segundo relatório da comissão especial da Presidência da República obtido pela revista “Veja”.Denunciada no fim do ano passado pelo Ministério Público Federal (MPF) por formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva, Rosemary foi alvo de investigação solicitada pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que ao ter acesso ao relatório determinou a instauração de processo administrativo contra a ex-funcionária e recomendou que o Itamaraty apurasse o episódio.Técnicos responsáveis pela produção do documento também recomendaram que Rose seja investigada por suspeita de enriquecimento ilícito, crime que os advogados da ex-servidora, Fábio Medina Osório e Aloísio Zimmer Júnior, negam ter ocorrido. Eles também sustentam que viagens e contatos de sua cliente “tiveram natureza legítima”.E-mails obtidos pela Presidência mostram que Rosemary foi convidada pelo então embaixador do Brasil na Itália, José Viegas, a ficar hospedada no Palazzo Pamphili com o marido, em viagem realizada em 2010.Com ajuda da Controladoria-Geral da União, os técnicos do governo apuraram que a ex-chefe de gabinete não estava a trabalho em Roma, de acordo com o relatório. Por isso, entenderam que a estada nas dependências diplomáticas poderia ser considerado um caso de apropriação particular do patrimônio público e recomendaram ao Itamaraty a apuração do episódio.À revista, o ex-embaixador do Brasil na Itália, José Viegas, disse que não poderia “discriminar quem chega com dinheiro público ou privado” à embaixada.Depoimentos de funcionários, mensagens eletrônicas trocadas por Rose e registros em agendas e livros de visitantes do escritório da Presidência da República em São Paulo trazem indícios de que a funcionária usava a influência e a intimidade que desfrutava com o ex-presidente Lula para obter vantagens indevidas, de acordo com a revista. O relatório também aponta que Rosemary usava o carro oficial da Presidência para compromissos pessoais, como ir ao dentista, médico, levar filhos e amigos a compromissos particulares.Advogados de Rose, Osório e Zimmer conseguiram recentemente a suspensão de depoimentos que seriam coletados no processo, para que tivessem acesso aos autos e colhessem informações “necessárias ao direto de defesa de Rosemary”, informaram ao GLOBO neste sábado. Eles pediram a anulação da sindicância, por entender que houve “cerceamento de defesa” de Rose.— Rosemary não foi ouvida na sindicância, na medida em que camuflaram sua condição de investigada, chamando-a de testemunha e, com isso, negaram acesso aos autos por parte do anterior defensor constituído — afirmaram, mencionando a Súmula 14 do STF, que garante ao advogado ter acesso amplo a elementos de prova documentados em procedimento investigatório e que diga respeito ao exercício do direito de defesa.Os defensores criticaram, ainda, o vazamento “de dentro do próprio do governo federal” de informações que eles consideram “distorcidas para os meios de comunicação social agredirem a imagem de Rosemary”.Investigação realizada pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal, no âmbito da Operação Porto Seguro, mostrou que Rose patrocinou lobbies e ajudou uma quadrilha que vendia pareceres a empresários, em troca de vantagens. De acordo com a PF e o MPF, a ex-funcionária usou sua influência para falsificar um atestado de capacidade técnica para a empresa New Talent, do marido e, com isso, a empresa conseguiu um contrato de R$ 1,1 milhão com uma subsidiária do Banco do Brasil.
Los Hermanos; fazendo seu trabalho habitual...
Queda é fruto das barreiras comerciais e baixo crescimento da Argentina, do recuo de quase 45% na exportação de combustível e da falta de competitividade da indústria brasileira
Quadrilheiros e corruptos no limiar da cadeia...
Paulo Roberto de Almeida
ITEM II DA DENÚNCIA. QUADRILHA (ART. 288 DO CÓDIGO PENAL). ASSOCIAÇÃO ESTÁVEL E ORGANIZADA, CUJOS MEMBROS AGIAM COM DIVISÃO DE TAREFAS, VISANDO À PRÁTICA DE VÁRIOS CRIMES.
O extenso material probatório, sobretudo quando apreciado de forma contextualizada, demonstrou a existência de uma associação estável e organizada, cujos membros agiam com divisão de tarefas, visando à prática de delitos, como crimes contra a administração pública e o sistema financeiro nacional, além de lavagem de dinheiro.
Essa associação estável – que atuou do final de 2002 e início de 2003 a junho de 2005, quando os fatos vieram à tona – era dividida em núcleos específicos, cada um colaborando com o todo criminoso, os quais foram denominados pela acusação de (1) núcleo político; (2) núcleo operacional, publicitário ou Marcos Valério; e (3) núcleo financeiro ou banco Rural.
Tendo em vista a divisão de tarefas existente no grupo, cada agente era especialmente incumbido não de todas, mas de determinadas ações e omissões, as quais, no conjunto, eram essenciais para a satisfação dos objetivos ilícitos da associação criminosa.
Condenação de JOSÉ DIRCEU DE OLIVEIRA E SILVA, DELÚBIO SOARES DE CASTRO, JOSÉ GENOÍNO NETO, MARCOS VALÉRIO FERNANDES DE SOUZA, RAMON HOLLERBACH CARDOSO, CRISTIANO DE MELLO PAZ, ROGÉRIO LANZA TOLENTINO, SIMONE REIS LOBO DE VASCONCELOS, KÁTIA RABELLO e JOSÉ ROBERTO SALGADO, pelo crime descrito no art. 288 do Código Penal.
CAPÍTULO III DA DENÚNCIA. SUBITEM III.1. CORRUPÇÃO PASSIVA. CORRUPÇÃO ATIVA. PECULATO. LAVAGEM DE DINHEIRO. AÇÃO PENAL JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE.
1. Restou comprovado o pagamento de vantagem indevida ao então Presidente da Câmara dos Deputados, por parte dos sócios da agência de publicidade que, poucos dias depois, viria a ser contratada pelo órgão público presidido pelo agente público corrompido. Vinculação entre o pagamento da vantagem e os atos de ofício de competência do ex-Presidente da Câmara, cuja prática os réus sócios da agência de publicidade pretenderam influenciar.
Condenação do réu JOÃO PAULO CUNHA, pela prática do delito descrito no artigo 317 do Código Penal (corrupção passiva), e dos réus MARCOS VALÉRIO, CRISTIANO PAZ e RAMON HOLLERBACH, pela prática do crime tipificado no artigo 333 do Código Penal (corrupção ativa).
PERDA DO MANDATO ELETIVO. COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES E FUNÇÕES. EXERCÍCIO DA FUNÇÃO JURISDICIONAL. CONDENAÇÃO DOS RÉUS DETENTORES DE MANDATO ELETIVO PELA PRÁTICA DE CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PENA APLICADA NOS TERMOS ESTABELECIDOS NA LEGISLAÇÃO PENAL PERTINENTE.
1. O Supremo Tribunal Federal recebeu do Poder Constituinte originário a competência para processar e julgar os parlamentares federais acusados da prática de infrações penais comuns. Como consequência, é ao Supremo Tribunal Federal que compete a aplicação das penas cominadas em lei, em caso de condenação. A perda do mandato eletivo é uma pena acessória da pena principal (privativa de liberdade ou restritiva de direitos), e deve ser decretada pelo órgão que exerce a função jurisdicional, como um dos efeitos da condenação, quando presentes os requisitos legais para tanto.
(...)
5. No caso, os réus parlamentares foram condenados pela prática, entre outros, de crimes contra a Administração Pública. Conduta juridicamente incompatível com os deveres inerentes ao cargo. Circunstâncias que impõem a perda do mandato como medida adequada, necessária e proporcional.
6. Decretada a suspensão dos direitos políticos de todos os réus, nos termos do art. 15, III, da Constituição Federal. Unânime.
7. Decretada, por maioria, a perda dos mandatos dos réus titulares de mandato eletivo.
Tem muito mais crimes, patifarias, roubalheiras, fraudes, mentiras e outras maldades descritas no Acordão publicado, num verdadeiro festival de bandalheiras por parte da tropa que assaltou o poder no Brasil.
Ver aqui: http://www.stf.jus.br/arquivo/djEletronico/DJE_20130419_074.pdf
Falta ainda o chefe de todos, ele mesmo que vocês já sabem quem é...
Paulo Roberto de Almeida
sexta-feira, 19 de abril de 2013
A Previdencia ja' quebrou: so' falta juntar os cacos - Ricardo Bergamini
Ricardo Bergamini
19/04/2013
Cansado de rebater estudos demonstrando que a previdência social não gera déficit, resolvi montar um modelo que despreza conhecimentos econômicos profundos, ou de alto nível de saber e conhecimento, necessitando apenas de conhecimentos de nível primário ou de primeiro grau.
Vou analisar apenas o regime dos servidores públicos da União, onde existe a maior distorção, e por ser o maior gerador de déficit do sistema.
Todas as premissas utilizadas são com base nos números divulgados pelo Ministério do Planejamento relativos ao ano de 2012.
1) Em dezembro 2012 existiam 1.235.709 servidores federais ativos (civis, militares e intergovernamentais*) que custaram ao Tesouro Nacional o montante de R$ 123,2 bilhões.
2) Em dezembro 2012 existiam 1.015.333 servidores federais inativos (aposentados e pensionistas – civis e reformados, reservas e pensões – militares e intergovenamentais*) que custaram ao Tesouro Nacional o montante de R$ 81,3 bilhões.
3) Com base nos números acima podemos chegar a duas conclusões de nível primário ou de primeiro grau:
3.1) Em dezembro 2012 existia uma relação de 1,22 servidores federais ativos para 1,00 servidores federais inativos. Número obtido dividindo-se 1.235.709 ativos por 1.015.333 inativos. Aí reside a primeira distorção do serviço público federal montando através de várias distorções e privilégios gerados de longa data, podendo citar alguns deles, tais como: aposentadoria precoce dos políticos, e de várias outras atividades e a aberração das pensões para filhas de militares (no ano de 2012 os gastos com pessoal militar foi de 40,82% com ativos e 59,18% com inativos - reserva, reforma e pensão), dentre muitas outras distorções.
3.2) A segunda conclusão primária ou de primeiro grau é a de que a União gastou 65,99% do correspondente aos salários dos servidores federais ativos com o pagamento dos servidores federais inativos. Número obtido dividindo-se os gastos com servidores federais inativos de R$ 81,3 bilhões pelos gastos com servidores federais ativos de R$ 123,2 bilhões.
4) Com base no acima colocado podemos chegar a conclusão, sem masturbação mental ideológica, e de forma incontestável de que a União necessita do correspondente a 65,99% dos gastos com salários dos servidores ativos para pagar os servidores inativos. Como, em média, os servidores federais ativos, inativos e pensionistas contribuem com 11% dos seus salários para o fundo do Regime Próprio de Previdência da União, ficam faltando 54,99% dos gastos correspondentes aos salários dos servidores federais ativos para fechar a conta da orgia pública federal, que são pagos pelo Tesouro Nacional (POVO), quando na verdade a parte patronal (Governo) legal para o fundo do Regime Próprio de Previdência da União seria de apenas 22% dos gastos correspondentes aos salários dos servidores federais ativos, conforme abaixo demonstrado:
Demonstrativo do RPPS da União – Fonte MF – Base: R$ Bilhões
Benefícios Pagos aos Servidores Militares (Reserva, Reforma e Pensão): (23,2)
Benefícios Pagos aos Servidores Civis da União (Aposentadorias e Pensões): (58,1)
Total de Benefícios Pagos aos Servidores Inativos da União: (81,3)
Contribuição Patronal (União): 13,5
Contribuição dos Servidores Civis Ativos da União: 7,1
Contribuição dos Servidores Militares Ativos da União: 2,0
Contribuição dos Servidores Inativos da União: 1,8
Contribuição dos Servidores Pensionistas da União: 0,6
Total de Contribuições Recebidas no RPPS da União: 25,0
Total de Déficit Previdenciário Gerado no RPPS da União: (56,3)
Como acima demonstrado o governo além da parte patronal legal de R$ 13,5 bilhões teve que cobrir o déficit previdenciário de R$ 56,3 bilhões, totalizando gastos de R$ 69,8 bilhões, ou seja: na realidade o governo participou com 56,65% (legal e déficit) dos gastos com pessoal ativo e os servidores (ativos e inativos e pensionistas) com 9,34% dos salários dos ativos para pagamento dos inativos e pensionistas.
*Nota: Intergovernamentais: Ex-Territórios e DF: - Nº de Empregados de outras esferas de Governo pagos com recursos do Ministério da Fazenda.
Ricardo Bergamini
Assedio moral (e sexual): ainda pendente uma conclusao
Claudio Humberto, 18/04/2013
FONTENELLE RESPONDE À SEGUNDA ACUSAÇÃO DE ASSÉDIO MORAL
Parece ter sido apenas uma manobra para ajudar o assunto a cair no esquecimento o anúncio do ministro Antônio Patriota (Relações Exteriores), há mais de duas semanas, do envio de uma comissão de ética para investigar as graves acusações de assédio moral e até de assédio sexual contra o embaixador Américo Fontenelle, cônsul-geral do Brasil em Sidney (Austrália) e seu adjunto, Cesar Cidade. O Itamaraty já adiou essa providência pelo menos duas vezes, desde que a comissão foi anunciada oficialmente, em 3 de abril. Antes de ser premiado com o posto australiano, Fontenelle também foi alvo da mesma acusação quando chefiou o consulado-geral em Toronto (Canadá), mas o caso acabou em pizza - exatamente como o diplomata afirmou que aconteceria, segundo funcionários, aos gritos, jactando-se de sua ligação ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, mensaleiro condenado a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal.
Assédio foi revelado há dois meses - O chanceler Antonio Patriota anunciou que enviaria a Sidney uma comissão de ética composta de três servidores do Serviço Exterior Brasileiro (um conselheiros e dois administrativos) para promover "diligências complementares" sobre o caso. Enquanto isso, o embaixador Fontenelle passou boa parte de suas férias em Brasília, entre março e abril, circulando com desenvoltura nos principais gabinetes do Itamaraty e em festinhas. O embaixador Roberto Abdalla foi enviado a Sidney, após o escândalo ter sido revelado na coluna Claudio Humberto há mais de dois meses, em 14 de fevereiro. Abdalla foi encarregado de promover "levantamento preliminar", mas os seus desdobramentos são mantidos a sete chaves por ordem do ministro Antônio Patriota, segundo funcionário do seu gabinete.
Sindicato critica desinteresse do MRE - A leniência pode ser tão perigosa quanto o assédio. Em seu site, o Sinditamaray, que representa os servidores da Casa, divulgou em seu site uma nota em que estranha o desinteresse do Ministério das Relações Exteriores (MRE) no assunto: "Iinexistem, até o momento, medidas práticas para apurar os fatos. É de se perguntar: quais os motivos que levam a Instituição a contemporizar a solução de denúncias tão graves que, no caso de Américo Fontenelle, são reincidentes? O que justifica tanto silêncio, tantas manobras diversionistas e protelatórias? Não teria nada a perder quem, no exercício de cargos de chefia, atua com tanto corporativismo? O fato é que a sociedade, os servidores do MRE, em particular, têm expectativa de que esses fatos nunca mais se repitam e, ainda, que os responsáveis, sejam punidos."
Departamento de Escadas e Corredores: a geografia politica peculiar do Itamaraty
O humilhante Departamento de Escadas e Corredores
Por Pedro Luiz RodriguesBlog de Claudio Humberto, 18/04/2013
O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Nelson Pellegrino (PT-BA), vai pedir esclarecimentos ao Itamaraty sobre matéria que o Correio Braziliense de hoje publica, sob o título “Itamaraty tem pelo menos 17 diplomatas fantasmas”.
Nesse sentido, Pellegrino encaminhará ofício ao Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Antonio Patriota, manifestando o desejo de ouvir depoimento na Comissão do Subsecretário-Geral responsável pela área administrativa (considerando que o Itamaraty está com um recém-empossado Secretário-Geral).
Os nomes desses 17 diplomatas foram apresentados pelo Correio como se responsáveis fossem pela situação - sem dúvida absurda e inaceitável - de receber salários dos cofres públicos sem a correspondente contrapartida em trabalho.
Pellegrino sabe que muitos dos nomes listados pelo Correio não estão - ou não permaneceram por longo tempo - no chamado DEC (Departamento de Escadas e Corredores) por vontade própria dos diplomatas. Para esses funcionários graduados, o estágio prolongado no limbo funcional representa, ao contrário, uma verdadeira humilhação.
Ninguém, no Itamaraty, vai para as Escadas e Corredores pelo prazer de vagar nas sombras. Ficam sem lotação porque a Administração do Itamaraty assim o decide, e ponto final. Não recebem explicações. São simplesmente postos de molho, em alguns casos se eternizando nessa inaceitável situação, onde - atenção TCU - funcionários recebem sem trabalhar.
Períodos curtos de transição entre sair de um cargo e assumir outro são naturais na carreira diplomática, inclusive porque devem ser cumpridas certas imposições constitucionais, como a exigência da sabatina dos futuros embaixadores na Comissão de Relações Internacionais do Senado Federal. Mas outra coisa é a prática sistemática de se escantear funcionários altamente qualificados por razões não muito claras.
No depoimento à Comissão, o representante do Itamaraty poderá tentar explicar, também, por qual razão diplomatas experimentados, em alguns casos embaixadores com notável lista de serviços prestados ao Brasil, ao retornar ao Brasil foram colocados numa sala que se conhecia como “Jurassic Park”, onde ficavam sentados sem definição clara do que fazer. Alguns se rebelaram, outros preferiram antecipar a aposentadoria. Alguns aceitaram postos que, claramente, estão muitos pontos abaixo de sua reconhecida competência.
Não surpreendem, por razões como essa, as críticas que vem o Itamaraty recebendo da sociedade pela condução de nossa política externa nos últimos anos. Não surpreende também que as relações com os países da América do Sul – região fulcral de nossa política externa – estejam submetidas ao crivo de assessor, no Palácio do Planalto.
Além do limbo, outra técnica de manter afastados os diplomatas não-amigos, não-subservientes ou que não compartilham da ideologia no poder, é a do cozimento em banho-maria. A estes prometem um cargo no Brasil, ou um posto no exterior. Depois desprometem, com a maior naturalidade, como se tivessem tratando com moleques. Mais tarde, dá-se o Vaticano para o amigo graduado, ou Havana ou Genebra para o irmão deste ou aquele.
Ofereça-se aos integrantes da lista publicada um cargo compatível com sua hierarquia na carreira, no Brasil ou no exterior e, asseguro que nenhum deles continuaria no limbo.
A verdade é que o setor de administração de pessoal do Itamaraty, sob a responsabilidade da Subsecretaria-Geral do Serviço Exterior, já há tempos perdeu o controle da situação.
So' pensa naquilo; o resto que se lixe...
A sucessora ensaiou descer do palanque mas o falastrão obrigou-a a mobilizar os marqueteiros mentirosos e ficar no palanque o tempo todo, atropelando, gramática, sintaxe, estilo e concordâncias verbais, pronominais, de gênero, número e grau, torturando a lógica até se tornar inteligível (aliás, sem sequer se preocupar com lógica, de resto inexistente, por total incapacidade de concatenar sujeito, verbo e complemento), mas parece que é assim que vamos ter de aguentar, sem administração, mas com circo e pão embolorado o tempo todo.
Valha-me Nossa Senhora da Boa Forma (e de todas as outras formas)...
Paulo Roberto de Almeida
Não para em Brasília
Esta semana começou com campanha. Já na segunda-feira, a presidente, que tinha apenas despachos internos em sua programação naquele dia, deixou o Palácio da Alvorada às 10 horas em carro descaracterizado, isto é, sem identificação da Presidência. Foi a um estúdio a 10 quilômetros do Palácio do Planalto, onde ficou mais de uma hora gravando sua participação no programa partidário do PT, cuja íntegra vai ao ar no dia 9 de maio e cujas inserções diárias serão veiculadas a partir do próximo dia 27. Em seguida rumou para Belo Horizonte, onde passou o resto da tarde e o dia seguinte fazendo campanha de palanque, escoltada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Belo Horizonte é o reduto principal de Aécio Neves, pré-candidato tucano à Presidência. O evento era mais um seminário para celebrar os dez anos do PT no governo federal, mas seu objetivo escancarado era confrontar Aécio, que já acusou Dilma, mineira, de ser uma "estrangeira" em Minas. No dia seguinte, a presidente entregou unidades do programa Minha Casa, Minha Vida em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, discursando como se a eleição fosse amanhã.
Já é difícil de dizer onde termina a presidente e onde começa a candidata. Como as condições da economia podem ameaçar uma reeleição que parecia tranquila, apesar da alta popularidade da presidente, Lula apressou-se a antecipar o calendário eleitoral e tirou Dilma do gabinete, colocando-a no palanque. Obediente, a presidente vestiu o figurino populista e saiu a prometer mundos e fundos, inclusive ocupando para isso o horário nobre em cadeia nacional obrigatória de rádio e TV. Nesses pronunciamentos, que mais pareciam comícios, nos quais Dilma tratou de atacar "aqueles que são sempre do contra", a presidente anunciou medidas que tinham o objetivo de reduzir os preços da cesta básica e baratear as contas de luz. "Não descuido um só momento do controle da inflação", bradou a presidente, referindo-se às críticas provocadas pela escalada de preços.
Há já algum tempo que Dilma, carregando seu saco de bondades - que inclui a doação de retroescavadeiras e motoniveladoras para municípios com até 100 mil habitantes -, saiu em périplo por regiões do País onde possíveis candidatos oposicionistas são fortes o bastante para representar dificuldades à sua reeleição. Somente neste ano, mais da metade de suas viagens foi para o Nordeste, onde o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), desponta como estrela ascendente e incômoda.
Apesar de ser da coalizão de Dilma, Campos está construindo sua candidatura com base em críticas ao governo, dizendo que "é possível fazer mais". Além disso, embora o PT tenha avançado na região, seus candidatos foram derrotados em diversas capitais e em cidades importantes na eleição municipal de 2012. Então, tome promessas eleitoreiras: em meio a mais uma grande seca no Nordeste, Dilma anunciou um pacote de R$ 9 bilhões. Não importa que a maior parte desse dinheiro fosse "velha", isto é, que se tratasse de verbas já empenhadas e de benefícios já existentes. O que importa é o impacto do número vistoso, feito sob medida para a propaganda de João Santana.
No segundo semestre, o foco de Dilma deverá ser São Paulo, Estado que é uma obsessão de Lula. O Planalto torce para que, até lá, as medidas cosméticas para estimular a economia tenham surtido algum efeito, ao menos o suficiente para que possa ser convertido em capital eleitoral, graças à prestidigitação marqueteira de um governo que tem tomado suas decisões exclusivamente de olho nas urnas.
quinta-feira, 18 de abril de 2013
O Brasil que recua: MEC pede menos formacao de professores (combina...)
Agora querem implementar o padrão medíocre para todos os brasileiros...
Combina...
Paulo Roberto de Almeida
Lei tira exigência de pós-graduação para novos professores de federais
Fabio Takahashi
Folha de S.Paulo, 18/04/2013
Uma lei de iniciativa do governo federal que entrou em vigor no mês passado determinou que as universidades federais não podem mais exigir nos concursos para professor os títulos de mestre ou doutor dos candidatos. Na prática, quem só tiver diploma de graduação pode agora disputar todas as vagas abertas nas universidades. Até então, esses candidatos eram aceitos como exceção.
Após ser procurado pela Folha, o governo afirmou ontem que pretende alterar novamente a regra, para que as instituições possam voltar a exigir diploma de pós-graduação, como condição primordial para a inscrição. O governo ainda não sabe, porém, se mandará um projeto de lei ao Congresso ou se editará medida provisória. Dirigentes de universidades disseram à Folha que o Executivo não tinha a intenção de proibir a exigência de mestrado ou doutorado. Houve um erro no projeto, segundo eles, só percebido quando as universidades consultaram suas áreas jurídicas para abrir os concursos.
A mudança, porém, já trouxe resultados práticos. A Federal de Santa Catarina, por exemplo, está selecionando 200 professores com diploma de graduação (inicialmente, exigia doutorado). Na Federal de Pernambuco, os departamentos de física e de química decidiram suspender os processos por discordar da nova regra.
Dolce far niente dos diplomatas ou incongruencias do Itamaraty?
João Valadares
Correio Braziliense, 18/04/2013
O Ministério das Relações Exteriores argumenta que os embaixadores sem lotação representam "uma espécie de estoque" para missões internacionais |
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) abriga em sua estrutura uma categoria de pelos menos 17 diplomatas que recebem altos salários, mas não dão expediente. São três embaixadores, cinco ministros de segunda classe, oito conselheiros e uma primeira-secretária que ganham salário médio de R$ 20 mil e, no entanto, não têm lotação. Por mês, a pasta gasta, sem contar benefícios indiretos, aproximadamente R$ 326 mil. Todos têm passaporte diplomático e alguns deles até apartamentos funcionais em áreas nobres de Brasília. Muitos dos chamados "encostados do Itamaraty" não põem os pés no MRE há anos.
O caso do ministro de segunda classe Mario Grieco chama a atenção. Ele recebe salário de R$ 20.729,81, mas não trabalha desde 2006. O mais grave: apenas em julho do ano passado, o MRE descobriu o caso, e só em agosto de 2012 fez um memorando sugerindo uma lotação. No entanto, segundo o próprio Itamaraty, ainda não há definição. Até lá, o funcionário segue sem local de trabalho. Na lista, há três embaixadores. Carlos Eduardo Sette Câmara, com salário de R$ 21.447, não tem lotação. Em 2011, realizou apenas uma missão. Em 2012, outra. E só. Desde novembro do ano passado, não precisa ir ao ministério. A justificativa oficial do Itamaraty é que ele aguarda sabatina do Senado para ser nomeado embaixador em Nassau, nas Bahamas.
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O embaixador Eduardo Botelho Barbosa recebe R$ 19.420, mas não trabalha desde janeiro. Ele também aguarda sabatina do Senado para ser nomeado embaixador em Argel. Também não há data específica para a nomeação. Outro colega, Carlos Augusto Rêgo Santos Neves, atuou em Moscou, Londres e Porto, e hoje está em processo para se aposentar. Mas até chegar esse dia, ele pode ficar em casa sem receber nenhum tipo de sanção por não trabalhar.
Publicacao digital muda as regras do jogo entre autores e editoras (WSJ)
- PORTUGUESE
- The Wall Street Journal, March 12, 2013, 8:40 p.m. ET
Era digital muda conceito de sucesso literário
Por ALEXANDRA ALTER
O livro de suspense pós-apocalíptico "Wool", de Hugh Howey, já vendeu mais de meio milhão de exemplares e gerou mais de 5.260 comentários no site da Amazon. Howey já recebeu mais de US$ 1 milhão em royalties e vendeu os direitos para o cinema para Ridley Scott, o diretor do filme "Alien" .E a Simon & Schuster ainda nem lançou o livro.
Em um negócio raríssimo no setor editorial, a Simon & Schuster comprou os direitos para a publicação impressa de "Wool" (Lã, em tradução livre), permitindo que Howey conserve os direitos para o livro eletrônico. Em 2011, Howey lançou "Wool" por conta própria, como romance em capítulos, e adotou uma atitude inusitada ao recusar-se a vender os direitos para a publicação digital. No ano passado, ele rejeitou ofertas de mais de US$ 1 milhão por parte de diversas editoras, até chegar a um acordo com a Simon & Schuster, de mais de US$ 500.000, apenas para o livro impresso.
"Eu já estava ganhando, sozinho, mais de US$ 1 milhão, por isso foi fácil recusar", diz Howey, de 37 anos, que abandonou a faculdade e trabalhou como capitão de iate, operário da construção e empregado de livraria antes de começar a publicar seus próprios livros. "Eu pensei: 'Como vocês vão conseguir vender seis vezes mais do que eu estou vendendo agora?'"
Editoras que antes ignoravam os autores independentes agora tentam furiosamente seduzi-los. No ano passado, mais de 60 autores independentes fecharam contratos com editoras tradicionais. Vários ganharam adiantamentos de mais de US$ 1 milhão. Alguns negociaram acordos que lhes permitem continuar a vender livros eletrônicos por conta própria, incluindo autores de livros românticos como Bella Andre e Colleen Hoover, que já venderam mais de um milhão de exemplares cada.
Os acordos que só cobrem o livro impresso continuam raríssimos. Poucos editores querem abdicar do segmento que mais cresce na indústria. Nos EUA, as vendas de livros eletrônicos para adultos, de ficção e não-ficção, cresceram 36% nos primeiros três trimestres de 2012, em comparação com o ano anterior. Em contraste, as vendas de livros em brochura para o mercado de massa encolheram 17% nesse período, e os livros de capa dura caíram 2,4%, segundo relatório recente da Associação Americana de Editores.
Os interessados no setor de publicação vão observar atentamente a experiência de "Wool", agora que as vendas começaram nos Estados Unidos. A Simon & Schuster lançou ao mesmo tempo uma edição em brochura e outra em capa dura, competindo diretamente contra a edição digital de Howey.
"Teríamos preferido possuir todos os direitos, mas vimos que isso não ia acontecer", diz o diretor geral e editor da Simon & Schuster, Jonathan Karp. "Foi uma circunstância muito incomum."
"Wool" se tornou um sucesso viral no fim do ano passado, poucos meses depois que Howey começou a publicar a série em cinco partes na Amazon. O romance se passa em um futuro pós-apocalíptico, onde alguns milhares de seres humanos restantes vivem em um silo subterrâneo gigantesco, de 144 andares. Os casais que querem ter um filho precisam entrar num sorteio; os bilhetes só são distribuídos quando alguém morre. Os cidadãos que infringem a lei são mandados para fora do silo, onde morrem sufocados no ar tóxico. Os que são enviados para morrer são obrigados a limpar a sujeira dos sensores digitais que transmitem imagens granuladas da paisagem em ruínas para uma tela dentro do silo. As imagens se destinam a lembrar aos moradores que o mundo fora do silo é mortal; mas alguns começam a suspeitar que seus líderes estão mentindo sobre o que há lá fora e de que modo o mundo acabou em ruínas.
"Wool" chegou ao mercado bem quando o setor de entretenimento estava procurando algum outro sucesso com um conceito distópico bem elaborado, tal como "Jogos Vorazes", trilogia de Suzanne Collins para jovens adultos, ou o romance pós-apocalíptico de vampiros "A passagem", de Justin Cronin.
O formato em série ajudou a criar interesse e expectativa entre leitores compulsivos, que ficavam desesperados para ler a continuação. Ao mesmo tempo, o preço de US$ 0,99 facilitava a compra por impulso de cada capítulo. "Wool" foi o livro que ganhou mais resenhas favoráveis na Amazon em 2012, com uma classificação média de 4,8 estrelas em um total de cinco. O romance parece interessar tanto homens como mulheres, e vem atraindo tanto fãs de ficção científica como o público geral, tal como aconteceu com "Jogos Vorazes".
Howey já demonstrou ser implacável para negociar e muito habilidoso no marketing. Ele enviou cópias gratuitas de "Wool" para blogueiros e autores de resenhas de livros do Goodreads, site de mídia social para leitores ávidos. Já de início, as resenhas entusiasmadas incentivaram mais gente a dar uma chance ao livro, e os comentários viraram uma bola de neve. Hoje "Wool" já tem mais de 12.500 avaliações e cerca de 2.200 resenhas no Goodreads. Howey também incentivou os fãs a produzirem representações artísticas e ficcionais situadas no universo de "Wool"; seus leitores já criaram capas de livros e escreveram pequenos romances com suas próprias versões da história. Ele recrutou 30 fãs ardorosos para serem leitores "beta", que revisam, de graça, as primeiras versões de seus livros.
A origem
Howey foi criado na zona rural da Carolina do Norte, filho de um agricultor e de uma professora. Na adolescência, devorava livros populares de ficção científica e sempre teve uma imaginação fértil. Ele estudou física e inglês na universidade Charleston College, mas abandonou os estudos no primeiro ano para viajar de barco pelas Bahamas. Trabalhou como capitão de iate, carpinteiro e técnico de uma empresa de áudio e vídeo.
Quatro anos atrás, ele decidiu tentar a vida como escritor. Ele estava desempregado e tinha uma ideia para um romance sobre um jovem piloto de espaçonave que viaja pela galáxia em busca do pai desaparecido. Ele vendeu o livro, "Molly Fyde and the Parsona Rescue", a uma pequena editora do Estado americano de Indiana por menos de US$ 1.000. As vendas foram escassas, mas ele continuou tentando. Depois de arranjar um emprego em uma livraria universitária, continuou escrevendo em todas as suas horas livres, de dia ou de noite.
"Wool" começou como um conto, que Howey escreveu rapidamente, em três semanas. Em julho de 2011 ele o colocou à venda na Amazon por US$ 0,99. Dentro de três meses a história já tinha vendido 1.000 cópias. Howey ficou abismado.
Os leitores imploraram por uma continuação, e em novembro Howey lançou a segunda parte. Nesse mês ele vendeu mais de 3.000 cópias. No mês seguinte lançou mais duas partes e vendeu cerca de 10.000 cópias no total. Em janeiro, lançou o capítulo final, por US$ 2,99, e publicou as cinco partes em um só volume, por US$ 5,99. Nesse mês ele vendeu, em conjunto, 23.000 cópias de todas as edições. "Wool" disparou na lista de best-sellers de ficção científica na Amazon. Howey largou o emprego.
Os agentes literários começaram a cortejá-lo. A maioria queria vender os direitos para as versões impressa e digital pelo lance mais alto. Howey não se interessou. Uma agente, Kristin Nelson, disse que ele não deveria ceder os direitos digitais, mas que ela poderia ajudá-lo a vender os direitos para outros países e para cinema e TV. Ele assinou com ela em janeiro do ano passado, e eles já venderam a série para 24 países. Os direitos para publicação em português foram adquiridos pela editora Intrínseca e o livro deve ser lançado no Brasil em junho.
Nelson também enviou "Wool" para editoras americanas, e recebeu algumas ofertas de menos de US$ 500.000. Howey recusou. Através da plataforma de autopublicação da Amazon, ele já estava recebendo 70% dos direitos autorais, que lhe davam uns US$ 40.000 por mês. A maioria das editoras oferecem ao autor 10% a 15% do preço de venda de um livro digital.
Nessa época Howey começou a vender versões de seus livros para os leitores eletrônicos Nook e Kobo, da Barnes & Noble, BKS -1.00% e também pela loja iTunes da Apple. Um agente da United Talent Agency começou a oferecer os direitos de filmagem. Três estúdios deram lances pelo livro. Os direitos acabaram ficando com a 20th Century Fox e a produtora de Ridley Scott, diretor dos grandes sucessos de ficção científica "Alien" e "Blade Runner, o Caçador de Andróides", que pagaram US$ 500.000. O roteirista e diretor independente J. Blakeson está escrevendo o roteiro.
Com esses acordos no bolso Howey, que nessa época estava ganhando US$ 120.000 por mês, encontrou-se com cinco editores em Nova York. Mas apenas uma reunião correu bem, feita com Karp, o diretor da Simon & Schuster. Howey insistiu em um acordo de coedição, onde ele ficaria com os direitos para versões digitais e a Simon & Schuster com os direitos para livros impressos, em brochura e capa dura. Karp foi evasivo e disse que entraria em contato.
No meio do ano, as vendas digitais de "Wool" dispararam. Howey continuou a escrever e publicar novos livros por conta própria. Nessa época, a agente dele recebeu um e-mail de Karp, perguntando se ele ainda aceitaria um acordo apenas para os livros impressos.
A Simon & Schuster agora precisa transformar esse sucesso digital (Howey continua vendendo 50.000 versões eletrônicas por mês) em um grande sucesso de vendas como livro impresso tradicional.
"Muitas coisas que normalmente nós costumamos ensinar aos autores, Hugh foi esperto o suficiente para fazer sozinho", diz Richard Rhorer, responsável pelo marketing da Simon & Schuster no exterior.
Howey acaba de voltar de uma turnê pela Europa, onde "Wool" recentemente chegou às listas de best-sellers. Ele começa a se sentir mais como um autor estabelecido. "A indústria editorial está mudando tão rápido que todos nós somos especialistas do mesmo nível", disse. "Estamos todos tentando desvendá-la."
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Sacrebleu!: olhaeuai, por uma vez, concordando totalmente com o governo...
Por uma vez (e espero que seja mais), estou concordando totalmente com o governo.
Comemorem, minha gente, pois não vai durar muito. Logo vão dar um jeito de conçertar a fraze...