Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 15 de maio de 2013
A universidade brasileira no pantano: revalidacao de diplomas estrangeiros - Joaquim Miranda
A China perdeu a paciencia com seu enfant terrible? - Financial Times
terça-feira, 14 de maio de 2013
Entre o conformismo e a lucidez - Rodrigo Constantino
Inflacao ou desvalorizacao dos doutorados Honoris Causae?
Quando doutorados honoris causa são distribuídos a go-go, às pencas, sem qualquer critério de qualidade e excelência acadêmica, apenas e tão somente, pura e simplesmente, por razões da mais baixa política, podemos ter certeza de uma coisa: essas universidades estão caminhando aceleradamente para a mediocridade acadêmica e a mais explícita demagogia sectária.
Que vergonha deve sentir algum cientista famoso, que passou a vida em laboratórios, lutando para fazer alguma grande contribuição para a humanidade, ao ver que um político mentiroso recebe, não um ou dois, mas oito doutorados HC juntos?
Está na hora de devolver o seu, e pedir para não se juntar aos novos recipiendários em qualquer cerimônia oficial.
A América Latina confirma suas piores expectativas...
Paulo Roberto de Almeida
O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá na próxima quinta-feira (16/05), em Buenos Aires, com a chefe de Estado argentina, Cristina Kirchner e, no dia seguinte, receberá título de Doutor Honoris Causa de oito universidade do país.
Na quinta-feira, na Argentina, às 18h30, Lula participará em Buenos Aires da inauguração da UMET (Universidade Metropolitana do Trabalho), junto com Cristina. Na manhã do mesmo dia, em Mendoza (oeste do país), o ex-presidente fará uma palestra em evento da multinacional Telefônica.
Na sexta-feira, às 10h30, o chefe de Estado brasileiro receberá, no Senado argentino, títulos de doutor Honoris Causa de oito instituições de ensino superior no país: Universidad Nacional de Cuyo; Universidad Nacional de San Juan; Universidad Nacional de Córdoba; Universidad Nacional de La Plata; Universidad Nacional de Tres de Febrero; Universidad Nacional de Lanús; Universidad Nacional de San Martín; e Flacso (Facultad Latino-americana de Ciencias Sociales).
Durante seus dois mandatos consecutivos (2003-2007 e 2007-2011), Lula incentivou as relações entre Brasil e Argentina e desenvolveu uma grande amizade com o ex-presidente Néstor Kirchner, morto em 2010, ex-marido e antecessor de Cristina.
Imperios e ditaduras costumam cair por motivos mais prosaicos quegrandes batalhas
Kirchner pediu a empresários que comprassem veículos de imprensa
Afirmação foi feita por Miriam Quiroga, ex-secretária e amante do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, em depoimento à Justiça nesta terça-feira
Miriam Quiroga (Reprodução)A ex-secretária e amante de Néstor Kirchner, Miriam Quiroga, disse à Justiça argentina nesta terça-feira que ouviu o ex-chefe pedir a seus colaboradores que comprassem veículos de comunicação. Miriam compareceu a um tribunal em Buenos Aires escoltada por policiais e prestou depoimento por mais de quatro horas. Ela afirmou ter presenciado uma reunião de Kirchner com os empresários kirchneristas Cristóbal López e Rudy Ulloa Igor - que foi motorista do presidente antes de se tornar empresário. No encontro, Néstor Kirchner pediu claramente aos colaboradores: “comprem veículos”, contou.Segundo o jornal Clarín, a ex-secretária mencionou reuniões do ex-presidente com outros dois empresários aliados, Lázaro Báez e Enrique Eskenazi, ex-dono da petrolífera YPF. Também prometeu entregar "agendas e cd’s" que comprovam as informações. Miriam virou testemunha na investigação sobre uma possível associação ilícita entre empresários e funcionários do governo, depois de uma entrevista concedida ao programa Periodismo para Todos (Jornalismo para Todos) - um dos poucos programas da TV aberta na Argentina que ainda ousam informar a população sobre as irregularidades do governo.No programa, ela contou que, quando trabalhava na Casa Rosada, via o presidente receber sacolas de dinheiro oriundo de operações ilegais. Segundo ela, Cristina Kirchner "sabia de tudo". Citando fontes judiciais, o Clarín informou que este tema não foi abordado na audiência desta terça, porque é objeto de outro processo.Lázarogate - Báez, pivô do escândalo apelidado de “Lázarogate”, compareceu inesperadamente à justiça em Santa Cruz nesta terça para rejeitar as acusações contra ele. “Como pessoa de bem que sou, vim da forma mais enérgica rejeitar essas afirmações”, disse. “Visto que minha honestidade, minha conduta empresarial e minhas relações foram colocadas em dúvida, venho me colocar à disposição desta jurisdição para poder dar explicações que possam esclarecer de uma vez por todas que eu não participei da realização de qualquer ato fora da lei”.Lázaro Báez, sócio do casal Kirchner em negócios imobiliários e dono de uma empreiteira que realizava obras públicas em Santa Cruz, província que é reduto político dos Kirchner, é acusado de lavagem de dinheiro, superfaturamento de obras públicas e evasão de divisas.
Politica economica no Brasil: relaxe e... deixe deteriorar - Celso Ming
Rédeas frouxas
Até agora, o governo vinha garantindo que observaria o superávit primário (sobra de arrecadação para pagamento da dívida) da ordem de 3,1% do PIB (cerca de R$ 156 bilhões). Mas o secretário do Tesouro, Arno Augustin, já passou o recado de que o governo pretende gastar mais e, nessas condições, desistir, ao menos provisoriamente, desse superávit.
Já no ano passado, os tais 3,1% do PIB passaram por manobras contábeis esquisitas que, na prática, baixaram o superávit para 2,4% do PIB. Preocupado com a paradeira da economia, a decisão de sacrificar a austeridade parece irremediavelmente tomada.
Trata-se de grave erro, por duas razões. Primeira, porque o diagnóstico do governo está equivocado e o problema que procura resolver com mão mais solta deve se agravar. Segunda, porque a deterioração fiscal tira capacidade do governo de fazer políticas. Mas isso precisa de mais explicação.
O diagnóstico da área econômica é de que há falta de demanda por bens e serviços, que deve ser atacada com estímulos ao consumo. Essa percepção está errada, o consumo está forte. As vendas ao varejo avançam à velocidade de 7% ao ano, o mercado de trabalho aquecido assegura reajustes de salário acima de sua produtividade e o crédito cresce a 17% ao ano.
É a oferta que não acompanha a demanda - e não o contrário -, porque o sistema produtivo vai perdendo competitividade. O resultado é o aumento da inflação e das importações. Quer dizer, a elevação das despesas públicas não acaba com a distorção.
Esse ponto de vista equivocado é reforçado por um keynesianismo torto, que busca destravar o sistema produtivo por meio da gastança. Lá no governo, eles preferem chamar de políticas anticíclicas.
Quanto mais frouxas forem as rédeas do governo, menos espaço passa a ter para outras políticas. Não dá para baixar os juros, porque a inflação não deixa. Não dá para desvalorizar a moeda (aumentar as cotações do dólar) para conferir mais competitividade à indústria, também porque a inflação não deixa. E não dá para incrementar os investimentos do setor público porque a expansão das despesas correntes (gastos de custeio) não deixa sobras (poupança).
Em outras palavras, em vez de tirar flexibilidade de ação, a condução equilibrada das contas públicas aumenta a força e a capacidade de realização do governo. Essa não é a única vantagem. Contas públicas equilibradas e baixo nível de endividamento dão previsibilidade à economia e estimulam investimentos privados.
Não é por acaso que, apesar dos reiterados apelos, o governo Dilma não vem sendo capaz de liberar o chamado espírito animal do empresário brasileiro, que o levaria a desengavetar projetos de expansão e de contratação de mão de obra.
Pausa para... CULTURA, em dobro, ou quadruplo: Vargas Llosa na TV Cultura
Panorama do emprego no reino de Liliput - Editorial Estadao
Mantega reinventa o emprego
A tese apresentada a parlamentares do PT, na quinta-feira, pode servir à campanha eleitoral de um governo preocupado sobretudo com eleições. Mas o ministro ainda terá algum trabalho para garantir respeitabilidade acadêmica a suas ideias inovadoras. Não basta a inventividade, como ele deveria ter aprendido quando recorreu à contabilidade criativa para fechar as contas federais.
A oscilação do emprego na indústria de transformação desmente componentes importantes do discurso oficial, mas a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda parecem desconhecer esses dados. Em março, o número de ocupados no setor de transformação foi 0,2% maior que em fevereiro, mas 0,6% menor que um ano antes. O número de empregados no primeiro trimestre foi 1% inferior ao do período entre janeiro e março de 2012. Em 12 meses o contingente diminuiu 1,4%. Os números são do IBGE. A abertura de vagas de um ano para cá dependeu, portanto, principalmente de outros segmentos. São, na maior parte dos casos, atividades menos envolvidas na absorção e na difusão de tecnologia e na criação dos chamados empregos de qualidade.
Apesar disso, o quadro geral mantém-se razoável, especialmente quando se observa a situação internacional. Seria muito pior se as demissões na indústria de transformação refletissem mais precisamente as condições econômicas do setor. Há um mistério aparente nessa história, mas algumas observações bastam para tornar o cenário menos estranho.
Em primeiro lugar, estímulos ao consumo têm contribuído para manter alguns segmentos da indústria em movimento e para sustentar seu quadro de pessoal. Esses estímulos têm sido insuficientes, no entanto, para estimular um maior empenho na produção e para afetar positivamente outras áreas da indústria.
Em segundo lugar, empresas têm preferido manter seu pessoal pela combinação de dois motivos muito compreensíveis. Demissões custam muito e, além disso, quem demitir poderá encontrar dificuldade para preencher as vagas depois, se a economia voltar a crescer. Falta mão de obra qualificada e a escassez ficará mais grave, se muitas empresas decidirem contratar.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) chamou a atenção para esses pontos, em estudos divulgados recentemente. Isso ajuda a explicar, também, os ganhos reais obtidos pelos trabalhadores nas negociações dos últimos anos. Há desequilíbrio no mercado.
Em resumo: 1) a criação de empregos tem dependido de estímulos de curto alcance, isto é, insuficientes para gerar crescimento sustentável; 2) boa parte das vagas tem resultado na criação de ocupações de baixa qualidade; e 3) a preservação de quadros na indústria tem sido motivada, em boa parte, por um dado negativo para a economia brasileira - a escassez de mão de obra qualificada e até, como já havia indicado a Confederação Nacional da Indústria, pela falta de pessoal preparado para receber treinamento na fábrica.
Esse dado reflete a política educacional do Partido dos Trabalhadores (PT). O governo dedicou-se a facilitar de forma eleitoreira o acesso a faculdades e negligenciou a formação indispensável à atividade produtiva. Recentemente o discurso oficial começou a valorizar a educação técnica. Já seria bom se o governo cuidasse mais da educação fundamental. Mas sua maior realização nesse campo foi a defesa da frase "os menino pega os peixe" como padrão aceitável de linguagem.
Hotel Brasil: La Paz (tarifas modicas; interessados, se inscrever)
SENADOR BOLIVIANO COMPLETA UM ANO ASILADO NA EMBAIXADA DO BRASIL EM LA PAZ SEM SALVO CONDUTO!
No próximo dia 28 de maio, o Senador Pinto completará um ano de asilo na Embaixada do Brasil em La Paz. O asilo foi-lhe concedido por razões políticas. O Governo boliviano não aceita essa caracterização de asilo. Mas, pelas convenções sobre o assunto, cabe ao Brasil caracterizar o asilo e à Bolívia conceder a autorização para o parlamentar deixar a sede da Missão diplomática brasileira. O impasse está desgastando as relações entre os dois países. Para esse desgaste também concorrem os 12 torcedores do Corinthians detidos em Oruro.
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China so' cresceu 7,7pc; oh, que horror!
April Growth in China Fails to Impress
By BETTINA WASSENER
The New York Times, May 13, 2013
HONG KONG — Chinese factory activity and retail sales picked up a notch in April, according to data released on Monday. But expansion remained underwhelming, analysts said, reinforcing the conclusion that the once surging Chinese economy is making a long-term transition toward slower growth.
Industrial output, the National Bureau of Statistics said, expanded 9.3 percent from April of last year, compared with the 8.9 percent reading in March, while retail sales grew 12.8 percent, compared with 12.6 percent in March. Analysts cautioned that the improvements did not represent a substantive pickup in growth and that the momentum in the Chinese economy remained muted.
Fixed-asset investment, an important engine of economic growth, grew 20.6 percent in the first four months of the year, but the figure was lower than analysts had forecast.
“This is not the start of a rally. It is a sputtering whimper as momentum continues to fade,” Xianfang Ren and Alistair Thornton, economists at IHS Global Insight in Beijing, said in a research note.
Although they emphasized that “fading momentum is not the same as collapsing growth” and that the government would probably be able to engineer full-year gross domestic product growth of more than 7.5 percent this year, they added, “we feel the risks remain firmly on the downside.”
The data suggest that the Chinese economy is stabilizing, Helen Qiao, chief economist for Greater China at Morgan Stanley, said at a news briefing. But “the question remains whether the growth recovery is sustainable or not” and how long the current softness will last, she said.
The figures released on Monday were the latest in a series of disappointing indicators from the Chinese economy in recent weeks. Data released last month showed that the economy had expanded 7.7 percent in the January-to-March quarter, compared with the same period last year. Analysts expected 8 percent. Two surveys of purchasing managers in the manufacturing sector showed that April activity was disappointing, thanks in large part to weakness in new orders for exports. And last week, the Canton Fair, China’s biggest export event, announced that export orders placed at the spring session had fallen 1.4 percent from a year ago.
In part, the weakness stems from the euro zone’s festering debt crisis and austerity measures, which have eroded the ability and desire of European customers to spend, hurting exports from China. Rising wages in China and a gradually appreciating currency have also started to erode the country’s international competitiveness.
China is putting its own brakes on the economy with reforms that are likely to ensure that the double-digit expansion rates of much of the last three decades are over. Aware that the economy cannot continue to grow on the strength of exports and heavy industry alone, Beijing has begun to steer China toward growth focused on domestic demand and urbanization. While that should help raise living standards and productivity, it will also mean slower growth, analysts say.
At the same time, Beijing is trying to keep a lid on risk like the expansion in local government debt, which some analysts worry could turn sour, and lending activity outside the regulated banking system. Such so-called shadow banking has been growing rapidly in the last few years and has become an important source of financing for companies and local governments. But shadow banking is relatively opaque and loosely regulated, and it carries greater credit risk, analysts warn.
Moody’s underlined the concerns about shadow banking in a report released on Monday. The credit ratings agency welcomed recent regulatory steps to tighten controls and restrict the growth of shadow banking, but, it said, “The opacity associated with shadow banking products and the threat of loss and contagion outweigh their potential benefits in terms of diverting riskier borrowers from the formal banking system.”
Cortem-lhes as maos, e os pes....; onde estamos?
Foi no Portugal moderno -- sim, o primeiro Estado moderno da Europa -- a dispor de uma legislação consequente com a gravidade do crime.
Devo esta a meu amigo Paulo Werneck, pesquisador de coisas impossíveis.
Acho que funcionaria, hoje também...
Paulo Roberto de Almeida
Paulo Werneck
Blog Guardamoria, 13 May 2013
Afonso II, terceiro rei de Portugal, reinou de 1211 a 1223.
Fonte:Wikipedia
Menos belicoso que seu pai, D. Sancho I, e que seu avô, D. Afonso I, o famoso Afonso Henriques, fundador do estado português, dedicou-se a organizar o reino e deu atenção à legislação.
Desenvolveu talvez o primeiro conjunto de leis portuguesas, as quais são as mais antigas dentre as contidas nas Ordenações del Rei Dom Duarte, nome dado a uma compilação de legislação, da qual restam poucas cópias, feita para o uso pessoal desse que foi o décimo primeiro rei de Portugal.
Das leis de Afonso II, que pouco tem a ver com o tema deste blogue, extraí apenas uma lei, que reprime a falsificação de metais preciosos e de moeda, medida necessária para o desenvolvimento do comércio.
Constitucom xxiiij que pena deuem auer os que falsam moeda ou prata
Se o noso moedeiro ou outro falsar moeda . E desto forem ueençidos talhem-lhe os pees E as maãos E perca quanto ouuer E esto meesmo estabellecemos nos ouriuezes que se trabalham de falsar o ouro E a prata mesturando-lhes algũa outra cousa ou doutra guisa.
A leitura é algo difícil para quem não está acostumado: os caracteres "j" e "u" podem ter o valor de "i" e "v", conforme o contexto; as letras maiúsculas servem para marcar a pontuação; a grafia é bem diferente da atual; até mesmo o significado das palavras pode ser traiçoeiro... Atualizando apenas a grafia, temos:
Constituição xxiv que pena devem haver os que falseiam moeda ou prata
Se o nosso moedeiro ou outro falsear moeda . E disso forem vençidos talhem-lhe os pés E as mãos E perca quanto houver E esto mesmo estabelecemos nos ourives que se trabalham de falsear o ouro E a prata misturando-lhes alguma outra cousa ou doutra guisa.
Atualizando a sintaxe e semântica, temos:
Lei XXIV: Da pena aplicável aos falsificadores de moedas, ouro e prata.
Se um cunhador oficial ou outro qualquer falsificar moeda, e por isso for condenado, deve ter os pés e as mãos amputados, e perder todos os seus bens. A mesma pena deve ser aplicada aos ourives que falsificarem ouro e prata misturando, misturando-lhes alguma outra coisa ou de qualquer outra forma.
Era bem arriscado ser falsificador naquela época...
Observação: essa lei foi referenciada no "Additamentos e Retoques á Synopse Chronologica", da seguinte maneira:
Reinado do Senhor D. Affonso II
Era 1229 (An. 1211)
Leis feitas nas Cortes de Coimbra, em que o mesmo Snr.
...
23ª Que fossem punidos os que fazem moeda falsa; ou falsificão ouro, ou prata.
...
Fonte:
PORTUGAL. Ordenações del-Rei Dom Duarte. Pag. 52. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1988.
RIBEIRO, João Pedro. Additamentos e Retoques á Synopse Chronologica. Pag. 4. Lisboa: Academia Real das Sciencias de Lisboa, 1829.
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segunda-feira, 13 de maio de 2013
China-Japan clash: Gilbert Rozman (FPRI)
Nao existem intelectuais no Brasil: Milton Simon Pires
CORRUPCAO DA GROSSA: ufa! nao e' no Brasil...
Ainda bem que aqui as coisas são diferentes...
Ou fiderentes?
Paulo Roberto de Almeida
O jornalista que é a maior dor de cabeça de Cristina Kirchner
- Janaína Figueiredo
- O Globo, 13.05.2013
- Escândalos de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo empresários amigos da presidente estão entre revelações feitas por Jorge Lanata em programa de TV
bRICS?: Um dos BRICS falha no destino glorioso da sigla: adivinhe qual...
Um Bric sem rumo e sem estratégia
Os estragos impostos à Petrobrás, agora forçada a desinvestir para fazer caixa, bastariam para mostrar o ponto fraco da avaliação de O’Neill. Mas a coleção de provas é muito maior e é enriquecida, dia após a dia, pelo empenho do governo em demolir os fundamentos da economia brasileira. A piora das contas externas, a erosão fiscal, a tolerância à inflação e a estagnação dos investimentos são indisfarçáveis.
O esforço de recuperação da Petrobrás pela nova administração apenas começou. A empresa realizou maus investimentos, negligenciou a produção, perdeu dinheiro com preços controlados e foi convertida irresponsavelmente em instrumento de política industrial. Para cumprir integralmente esse papel seria forçada a deixar seus objetivos empresariais em plano inferior. O aumento da importação de combustíveis e lubrificantes – de janeiro a abril 28,4% mais que em igual período do ano passado – é uma das consequências desses erros. A decisão de vender a participação de 20% em seis blocos exploratórios no Golfo do México é outra. Isso é apenas parte do desinvestimento necessário.
A autossuficiência no setor de petróleo, alardeada no tempo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é agora prevista para 2020. Deixou de constar do repertório de bravatas oficiais. Mas a expansão das importações da Petrobrás é só um dos componentes negativos da balança comercial. Erros semelhantes aos cometidos na gestão da estatal ocorreram em muitas outras áreas.
Os itens mais importantes de uma política de longo prazo foram substituídos por ações eleitoreiras e pela distribuição de favores a favoritos da corte. Gastou-se muito para salvar algumas empresas em dificuldades – só as escolhidas, é claro. Sem critério estratégico, aplicaram-se bilhões na formação de grandes vencedores nacionais, em alguns casos com notáveis prejuízos. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nunca errou tanto. Ao mesmo tempo, a infraestrutura entrou em colapso. Pequenos apagões – alguns nem tão pequenos – tornaram-se rotineiros, afetando às vezes vários Estados. O setor de transportes entrou em pane, mesmo depois da faxina parcial no ministério em 2011. Neste ano, mais uma vez o agronegócio teve dificuldade para embarcar seus produtos, enquanto navios se enfileiravam ao largo e importadores ameaçavam cortar encomendas.
No ano passado o investimento em máquinas, equipamentos, construção civil e obras de infraestrutura foi 4% menor que em 2011. Governo e empresários projetam para este ano um aumento, mas, ainda assim, o total investido provavelmente ficará abaixo de 20% do produto interno bruto (PIB), muito abaixo do mínimo necessário para desatolar a economia, A meta oficial é algo em torno de 24%, mas esse nível, segundo projeção do governo, só deve ser alcançado em mais ou menos cinco anos.
A perda geral de eficiência e de competitividade é evidente no comércio exterior. Entre janeiro e abril o País faturou US$ 71,47 bilhões com a exportação, 3,1% menos que no primeiro quadrimestre do ano passado, pelas médias diárias. Enquanto isso, o valor importado, US$ 77,62 bilhões, foi 10,1% maior que o de igual período de 2012, pelo mesmo critério. O saldo comercial, um déficit de US$ 6,15 bilhões em quatro meses, é de longe o pior em muitos anos e produzido basicamente por erros cometidos internamente.
O Brasil tem perdido espaço em seus principais mercados, incluídos China, Estados Unidos, União Europeia e Argentina, embora esses países tenham aumentado suas importações totais. Ao mesmo tempo, concorrentes estrangeiros continuam conquistando fatias do mercado brasileiro, apesar das barreiras criadas pelo governo.
O aumento do déficit em transações correntes é uma das consequências da erosão do saldo comercial. O buraco formado em 12 meses passou de 2,05% do PIB em março de 2012 para 2,93% um ano depois. Não é um desastre, mas a piora é rápida e a tendência é clara. Basta ver o descompasso entre exportação e importação de mercadorias.
Do lado fiscal, o governo proclamou a decisão de jogar as metas de superávit primário para segundo plano, em troca de uma política anticíclica. Mas isso é coisa de governos sérios e disciplinados: economizar nos tempos bons e gastar mais quando a economia fraqueja. O padrão brasileiro é outro. Consiste em gastar sempre, por motivos políticos e porque o Orçamento é cada vez mais engessado. O recente anúncio da nova orientação pelo secretário do Tesouro, Arno Augustin, apenas oficializa o abandono da responsabilidade fiscal e a opção pela farra nas finanças públicas. Quanto às desonerações, são uma coleção de remendos mal feitos e desarticulados. Política tributária é outra coisa.
A irresponsabilidade fiscal é irmã da tolerância à inflação. Quem quiser negar essa tolerância terá de explicar por que o governo mantém desde 2005 a meta de 4,5% com a escandalosa margem de dois pontos. Países emergentes com governos respeitáveis têm adotado metas bem mais severas. Ainda é preciso esperar para saber se o recente aumento de juros pelo Banco Central foi o início de uma mudança. Por enquanto, o mais seguro é duvidar.