O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

domingo, 22 de março de 2015

Blog Diplomatizzando: estatisticas da semana - o Grande Idiota da Educacao brasileira na frente

Apenas transcrevendo os mais acessados:

EntryPageviews
618








329








250








206








190








181








173








171








165








146

Ministro paralelo (verdadeiro) das Relacoes Exteriores: 120 viagens, 30paises, e contando...

Sem palavras. Mas precisa?
Paulo Roberto de Almeida
Dilma e o tirano Raúl Castro: inauguração do porto de Mariel.
Quanto mais se mexe no lodaçal do petrolão, mais perto de Lula chega a Operação Lava Jato. A bandalheira se estende à África - tão acariciada pelo "palestrante" Lula -, à Angola, ao Uruguai, além da construção do Porto de Mariel, em Cuba, pela Odebrecht (patrocinadora do tiranete). Ah, e devagarinho a coisa vai chegando também ao BNDES. Não, Dilma não comerá o peru de Natal no Palácio do Planalto:


O doleiro Alberto Youssef também atuava em países da América Latina e da África, entre eles Cuba, Uruguai e Angola - regiões onde o ex-ministro José Dirceu prestava consultoria internacional para empreiteiras do cartel investigado pela Operação Lava Jato. É o que mostra a lista de cerca de 750 contratos apreendida em seu escritório, em São Paulo, em abril do ano passado.

Em Cuba, a lista de Youssef registra negócio nas obras do Porto de Mariel com a Olex Odebrecht Logística e Exportações, braço administrativo no exterior da Construtora Norberto Odebrecht - responsável pela obra e alvo das investigações da Lava Jato por cartel e corrupção. O valor do contrato negociado pelo doleiro, segundo o registro, foi de R$ 3,6 milhões, referente a cotação de tubos. O contrato data de 2010. A construtora nega irregularidades e relação com Youssef.

Há ainda referências a negócios no Uruguai, Costa Rica, Argentina, Equador e Angola.
A força-tarefa da Lava Jato considera a lista o mapa dos negócios feitos por Youssef, entre 2009 e 2012, em nome da empresa de tubo Sanko Sider - alvo de ação penal -, por meio da qual o doleiro ocultava dinheiro de propina. A Sanko serviu para desvios nas obras da Refinaria Abreu e Lima, via empresas de fachada de Youssef.
O doleiro pode ter recebido, no total, são R$ 11 bilhões em comissões. Na planilha, para cada projeto destacado há um cliente vinculado, geralmente uma grande construtora, e para cada cliente há um cliente final, quase sempre empresas públicas, como a Petrobrás e algumas empresas privadas.
O juiz federal Sérgio Moro considerou a lista prova de que os crimes do doleiro transcenderam a estatal petrolífera.
Cruzamento. Investigadores da Lava Jato cruzam agora os negócios de Youssef nesses países da América Latina e África com os serviços de consultoria prestados pela empresa JD Assessoria, do ex-ministro José Dirceu, que passou a ser investigada no final do ano passado por suspeita de ter prestado falsas consultorias para ocultar o pagamento de propina.
A JD trabalhou para empresas do cartel que atuava na Petrobrás em países onde Youssef também buscou negócios. Cuba é um deles. A função de Dirceu seria “abrir portas”, o que incluiria a intermediação de encontros entre autoridades estrangeiras e empresas brasileiras que pretendiam fazer negócio no exterior.
A JD foi contratada pela Engevix Engenharia, uma das investigadas pela Lava Jato, por exemplo, para abertura de negócios em Cuba e no Peru.
Defesa. O ex-ministro informou, via sua assessoria de imprensa, que os serviços prestados em Cuba e outros países foram legais. Informou que fez cerca de 120 viagens ao exterior a trabalho, percorrendo cerca de 30 países. “A relação comercial com as empresas não guarda qualquer relação com contratos na Petrobrás sob investigação na Operação Lava Jato”, diz nota publicada no blog do ex-ministro José Dirceu. (Estadão).

Ministerio paralelo das Relacoes Exteriores: a promocao comercial da JDassociados

Eis como as relações com a Venezuela eram, e são, absolutamente privilegiadas no governo companheiro: o acesso direto aos donos do dinheiro, ou seja, os dirigentes políticos, era fonte de lucros, legítimos e ilegais, aos envolvidos numa trama suja de decisões arbitrárias. Só recebe que pertence, é associado, ou paga à máfia.
Paulo Roberto de Almeida

Folha Política, quinta-feira, 19 de março de 2015


Construtora arrematou contrato milionário com Chávez após pagamento a Dirceu

Imagem: Reprodução / Redes Sociais
A construtora paranaense Consilux consta da lista de empresas que pagaram pelos serviços da consultoria JD Assessoria, do ex-ministro José Dirceu. Em 2012, a empreiteira pagou 1,04 milhão de reais pelos serviços do petista. Neste mesmo ano, arrematou um contrato de mais de 200 milhões de dólares com o governo de Hugo Chávez para construir 5.000 unidades do programa de moradias populares Misión Vivienda, similar ao Minha Casa Minha Vida.

O site da revista Veja teve acesso a um documento da Receita Federal que analisou a movimentação financeira da empresa de Dirceu, a JD Assessoria. A quebra de sigilo foi determinada pela Justiça em janeiro, após indícios de que empreiteiras citadas na Operação Lava Jato e que participaram do megaesquema de fraudes em contratos com a Petrobras repassaram dinheiro para o ex-ministro. O documento mostra que o petista faturou 29 milhões de reais com a consultoria entre 2006 e 2013 e, deste valor, 8 milhões foram pagos por empresas citadas no petrolão.

A Consilux é uma empresa de porte médio com sede em Curitiba. Contudo, até ganhar seu primeiro contrato na Venezuela, em 2006, suas atividades se restringiam a comercializar radares e lombadas eletrônicas para municípios brasileiros - em especial a capital paranaense. Na esteira dos acordos de cooperação firmados entre o então presidente Lula e Hugo Chávez, em 2005, o governador do Paraná, Roberto Requião, promoveu um encontro bilateral em Caracas entre empresários do Estado e o governo chavista. Dali surgiu a oportunidade para que a construtora diversificasse sua atuação justamente em território estrangeiro. A empresa, que até então não atuava na área da construção civil, arrematou um contrato de 200 milhões de dólares para construir 5.000 moradias do Misión Vivienda.

Até 2011, ano do primeiro pagamento da Consilux a Dirceu, no valor de 87.600 reais, as coisas na Venezuela não iam nada bem. O projeto das 5.000 moradias estava emperrado e quatro loteamentos estavam paralisados. Não bastassem os problemas burocráticos, o governo de Hugo Chávez havia congelado repasses à Consilux e devia cerca de 100 milhões de reais à empresa - os congelamentos chegaram a durar mais de seis meses. Trabalhadores das obras fizeram vigília e greve de fome em frente à Embaixada do Brasil em Caracas, afirmando que salários e benefícios estavam atrasados.

Em 2012, contudo, as coisas começaram a andar. A construtora não só fechou mais um contrato de construção de 5.000 casas para o mesmo programa, também com valor de 200 milhões de dólares, como também foi citada pelo próprio Chávez em um de seus intermináveis discursos em defesa dos programas habitacionais financiados com o dinheiro da petroleira estatal PDVSA. Naquele ano, os pagamentos a Dirceu cresceram para 1,04 milhão de reais. Em 2013, ano em que o mensaleiro foi condenado e preso, os pagamentos da Consilux foram de 100.000 reais.

Representantes da Consilux não foram localizados pela reportagem para comentar os serviços prestados por Dirceu. Contudo, em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada em 2012, o executivo brasileiro da empresa em Caracas, Espartano da Fonseca, afirmou que os atrasos nos pagamentos e o risco político não eram necessariamente um problema para a empresa na Venezuela. A mudança de governo, sim."O cenário político só pode intervir se houver mudança do presidente. Caso contrário, não", disse o executivo. Neste contexto, a morte de Hugo Chávez não trouxe grandes sobressaltos. Antes de suceder o caudilho, Nicolás Maduro era chanceler - e uma de suas principais atribuições como tal era "cuidar" dos empresários de países "amigos", como o Brasil, a China, o Irã e outros parceiros.

sábado, 21 de março de 2015

Financial Times: Brasil no ponto de nao retorno? - Samantha Pearson

Brazil: At breaking point
Samantha Pearson
Financial Times, March 20, 2015 6:52 pm

With Petrobras mired in a corruption scandal, President Rousseff hopes an economic boost will lift flagging ratings

Demonstrators rally to protest against the government of president Dilma Rousseff in Copacabana Beach in Rio de Janeiro, Brazil on 15 March, 2015.
Thousands of demonstrators wearing the yellow-green national colours protested Sunday in several cities of Brazil against president Dilma Rousseff, who is facing a complex economic panorama and a political corruption scandal.

Brazilians on Copacabana beach in Rio de Janeiro protest over the government of President Dilma Rousseff, below, and a corruption scandal involving state energy company Petrobras
Emilio Pastore normally spends the weekend visiting his elderly parents or taking a quiet bike ride in the countryside around São Paulo. But last Sunday the 50-year-old systems analyst printed out a banner with the slogan “no more lies” and took to the streets for the first protest of his life.

The multibillion-dollar corruption scandal engulfing state-controlled oil company Petrobras and President Dilma Rousseff’s ruling coalition was too much to bear, he says.

 “Corruption has escalated from random cases to a state strategy — it now seems to be the official source of party funds, from the small-town mayor all the way up to the nation’s president,” he says. “We’ve had enough.”

Among the 1m protesters who joined him on São Paulo’s Paulista Avenue, a woman in her eighties waved a poster calling for the president to “go away”, while chanting crowds draped in Brazilian flags guzzled down beer and popcorn. This is what Brazilians, albeit in their own festive and non-confrontational way, look like when they reach breaking point. “It’s one thing for Brazilians to vote in an election; it’s another thing to take to the streets,” says Fernando Schüler, a political scientist at Insper, a Brazilian business school.

Faced with recession, decade-high inflation, poor public services, a fiscal crisis, water shortages and possible energy rationing, even the most tolerant Brazilians have found it hard to stomach allegations that up to $10bn was stolen from Petrobras to pay bribes and fund political campaigns while Ms Rousseff was chair of the company’s board.

Hundreds of thousands joined protests across Brasília, the country’s capital, and 25 other states on Sunday, making the demonstrations the biggest since those that preceded the impeachment of President Fernando Collor de Mello over corruption in 1992. “We are seeing a shift in the nature of political risk surrounding Brazil,” says Rafael Cortez, a political scientist at Tendências, a consultancy. Ms Rousseff now faces becoming a “lame-duck president” only three months into her second term, he says.

With calls for Ms Rousseff’s own impeachment and a Datafolha poll this week ranking the leftwing leader as the most unpopular president since Mr Collor de Mello, it may appear that history is repeating itself. However, while Ms Rousseff’s approval rating will probably drop below the current 13 per cent as the economy further deteriorates, the world’s second-largest emerging market has come too far to return to the dark days of its past, says João Augusto de Castro Neves of Eurasia Group.

Austerity measures introduced by Joaquim Levy, Brazil’s new market-friendly finance minister, are expected to put the economy — forecast to contract 0.8 per cent this year — on a path back to growth by 2016. Meanwhile, the emergence of the Petrobras scandal in March last year is itself credit to the growing independence of Brazil’s judiciary and public prosecution service.

“There has been undeniable progress . . . despite the feeling that we are back to square one,” says Mr Castro Neves.

Towering above Rio de Janeiro’s historic centre, the concrete Jenga-style building that houses Petrobras’s headquarters has gained an almost mythical status over the past year. After all, what happens within its grimy slatted walls over the next two months could decide Brazil’s immediate future.

Chart

If Petrobras cannot calculate the company’s losses from corruption and convince its auditors PwC to sign off its annual financial statements by the end of May, the world’s most indebted oil major faces technical default. After the company missed third-quarter reporting deadlines, Moody’s says it “does not yet see any assurance that audited statements will be available by any particular date”. Missing the May deadline would break the covenants on its $137bn of debt, prompting a possible bailout and further fiscal deterioration, says Nymia Cortes de Almeida at the rating agency, which downgraded the company to junk in February.

For much of the past decade, some former executives at the New York and São Paulo-listed company allegedly colluded with the country’s top politicians and construction firms to cream up to 3 per cent off Petrobras contracts. This cash, often siphoned off through Swiss bank accounts, was used to pay bribes and finance political campaigns, claim prosecutors. Foreign contractors including Rolls-Royce have also been accused of making illicit payments.

While prosecutors had identified $800m of kickbacks by January, the final amount stolen is likely to be about $10bn given the alleged 3 per cent figure, the time periods involved and the size of Petrobras, which accounts for 10 per cent of all investment in Brazil, says André Gordon of the Amec shareholder association and founder of asset managers GTI.

It is a case that has both appalled and fascinated Brazilians, much like the improbable plots of the country’s soap operas. Many have rejoiced over the authorities’ battle against impunity, devouring media reports on the construction bosses who remain detained in police cells. But fascination has often given way to despair, as it did this week over allegations that Mr Collor de Mello also received cash in the scheme. He has denied the claims.

“There is a sensation that the country is being systematically robbed by the political apparatus,” says Mr Schüler, adding that the investigation comes only a year after politicians were jailed over the Mensalão vote-buying scandal. While that scheme was allegedly operated between 2003 and 2005 by advisers to the then-president Luiz Inácio Lula da Silva, Ms Rousseff’s mentor, he denied any knowledge of it and never faced formal charges.

If the amounts of money involved in the Petrobras scandal are staggering, it is at least partly because there was so much money sloshing through Brazil during the commodity boom, analysts say. In the year since prosecutors arrested Paulo Roberto Costa, their first Petrobras executive-turned-informant, 103 people have been indicted and 33 members of Ms Rousseff’s Workers’ party (PT) and coalition allies are under investigation by the Supreme Court.

While the president has denied any involvement in the scheme and the PT says all the donations were legal, opposition parties have called for Ms Rousseff to be investigated, as critics claim she was either complicit or incompetent.

But impeaching a president is not easy, says Diego Werneck, a law professor at FGV, an academic institution. “Losing the confidence of the people is not enough,” he says. There would have to be evidence she committed a crime, preferably one during her current mandate that resulted in her personal enrichment, he says.

Whatever her faults, the president has never shown much interest in the trappings of wealth. On a trip to Uruguay this month, Ms Rousseff was pictured in a local supermarket buying milk and groceries after reportedly cancelling a dinner date with ministers.

As a Marxist guerrilla in the 1960s, Ms Rousseff probably never imagined that she would depend on a Chicago-trained former banker for survival. During last October’s election, her party demonised the banks. However, her finance minister Mr Levy is now considered the best hope for Brazil’s recovery and that of Ms Rousseff’s own career.

After winning re-election by one of the narrowest margins in Brazilian history, Ms Rousseff made a surprise policy U-turn by hiring Mr Levy and proposing a series of benefit cuts and tax hikes. While Brazil recorded its first primary budget deficit in more than a decade in 2014, Mr Levy has promised a surplus this year of 1.2 per cent of gross domestic product in a bid to restore credibility and attract investment.

Such efforts are long overdue. Like other emerging markets, Brazil has suffered from the end of the commodities supercycle, but years of overspending and state interventionism are also to blame for signs of stagflation. The Petrobras scandal, which has already led to job losses and paralysed the industry, will probably hurt the economy further.

Persuading voters of the need to cut spending at a time when Brazil’s public services are suffering will be a hard sell, analysts say. Horror stories abound about the country’s health services. This week dentists in Brasília posted a video that went viral of them removing 15 maggots from a girl’s gums.

Eurasia’s Mr Castro Neves says the fiscal agenda is still viable, given Ms Rousseff’s recent conciliatory efforts to bring ministers from other parties into her inner circle. The bigger challenge will be political reform — finding a way to remove the structural incentives for corruption and restore Brazilians’ faith in their leaders, analysts say.

During a heated session in Congress on Wednesday, education minister Cid Gomes branded the PT’s allies a bunch of opportunists, yelling out he would rather be considered impolite than an “extortionist”. It was a rare moment of frankness that struck a chord with the disillusioned Brazilians who took to the streets on Sunday.

But in a sign of how far Brazil still has to go to regain their trust, Mr Gomes was promptly fired.

Brazil president's troubles multiply
Mar 18, 2015 - 5:54 pm

The popularity of Brazil's president Dilma Roussef has plummeted only months after she was re-elected in the face of a floundering economy, mass street protests and a corruption scandal. Gideon Rachman discusses what went wrong with Jonathan Wheatley and Samantha Pearson.
http://www.ft.com/intl/cms/s/0/391623f2-ceea-11e4-893d-00144feab7de.html#axzz3UxfevQpC

Os Mesquita e os momentos decisivos da Historia do Brasil: estariamos prestes a assistir mais um?

Uma notinha saída hoje no site O Antagonista me deixou com várias pulgas atrás de pelo menos duas orelhas (as que eu tenho, mas eventualmente atrás de várias outras também, as de vocês), e por isso eu a transcrevo de imediato, para depois comentar:

O que fazia Thomas Traumann com o Estadão?

O que fazia o ministro Thomas Traumann, no último dia 11, uma quarta-feira, num almoço no restaurante Le Jardin, no Clube de Golfe, com a cúpula do jornal "O Estado de S. Paulo"?
Pedindo a cabeça de um jornalista "incômodo", em troca de propaganda oficial, uma das suas especialidades?
Pedindo emprego, numa premonição do que viria a ocorrer com a divulgação do seu relatório interno repleto de ilegalidades?

Leiam também os Comentários, o que eu sempre leio, a despeito de muito palavrão e certas ideias malucas: http://www.oantagonista.com/posts/o-que-fazia-thomas-traumann-com-o-estadao#comentarios

Meus comentários (PRA):
Os Mesquitas não são uma família qualquer (mas nem sei quais Mesquitas estavam nesse almoço, ou quais jornalistas), e o Estadão não é um jornal qualquer. Eles estão atrás, ou juntos, como quiserem, de alguns episódios memoráveis de nossa história, algumas vezes como protagonistas, em outras como sofredores, ou vítimas:

1) a fundação da nossa república pela força das armas (não eles), mas pela via da opinião republicana no jornal A Província de São Paulo (eles);
2) as revoltas da classe média e do Partido Democrático Paulista contra o Estado oligárquico;
3) a revolução constitucionalista de São Paulo, em 1932, contra o governo provisório autoritário;
4) a fundação da USP, em 1934;
5) a oposição ao golpe do Estado Novo, e o exílio imposto a família, em 1937;
6) a volta à democracia em 1945;
7) a desconfiança precoce contra o prefeito caspento de São Paulo (Jânio Quadros) e o governador corrupto (Adhemar de Barros), e a oposição a ambos e à República Sindical do governo Goulart;
8) o Basta a Goular e o apoio ao golpe de 1964;
9) a denúncia da deriva militar do regime de 1964 e a censura do governo contra o jornal;
10) o Basta ao governo militar e a redemocratização, em 1984-85;
11) a desconfiança precoce do fraudador Collor, e do embusteiro Lula, em 1989-92;
12) a oposição sempre sensata à República Sindical dos companheiros, desde 2002-2003;
13) E agora Mesquitas? Dialogando com os companheiros, almoçando com o inimigo?

Sinceramente, não sei o que acontece, se um simples episódio de contato entre jornalistas e um simples menino de recados dos companheiros no poder, ou se alguma grande negociata obscura...

Como já escrevi a um leitor deste meu blog, o problema não são as estruturas, o "sistema" ou as leis; o problema são os homens e seu caráter.
O fato é que capitalistas (e os Mesquitas são supostamente capitalistas) são os que têm dinheiro, e os políticos são os que detem o poder regulatório, e assim podem fazer e desfazer fortunas e oferecer oportunidades para grandes ganhos, para ambas as partes.
Eu coloco tudo isso no plano puramente individual: não tem nada a ver com o sistema, com o capitalismo ou com qualquer tipo de socialismo, tudo tem a ver com o caráter das pessoas.
Paulo Roberto de Almeida 
Hartford, 21/03/2015

Petrolao: o verdadeiro tesoureiro dos petralhas (nao o oficial) e porque andou solto por ai e fica em silencio

Transcrevendo, para registro da história, uma estória a todos os títiulos deplorável, e não por causa dos dois personagens que ousam desmentir os dois jornalistas, e que até agora se recusam a dar entrevista sobre o caso, mas por um terceiro personagem que, como evidenciado na matéria, não merece a roupa que veste, roupa essa que lhe foi servida para fazer isso mesmo que faz...
Paulo Roberto de Almeida

Primeiro a notícia original de O Antagonista (falta verificar a data, que tenho nomeu computador)

 Matando a cobra e mostrando o pau
O Antagonista

No contexto da Operação Lava Jato, uma das perguntas que permaneciam sem resposta era por que Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, foi solto por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal – e, depois, teve novo pedido de prisão preventiva negado por obra do mesmo Teori, que convenceu Gilmar Mendes e Carmen Lúcia a segui-lo na decisão.

Afinal de contas, está mais do que provado que Renato Duque, homem de José Dirceu e do PT, era um dos principais engenheiros do propinoduto que sangrou a estatal.

O Antagonista apurou com três fontes de alto escalão, para chegar à resposta. Renato Duque não está livre por falha de argumentação do juiz Sergio Moro e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como pensam alguns. Esse foi apenas o pretexto. Renato Duque está livre por causa de Lula.

A prisão de Renato Duque, em novembro do ano passado, fez com que a sua mulher entrasse em desespero. Sem poder contar com José Dirceu, pato manco depois do mensalão, ela recorreu a Paulo Okamotto, o faz-tudo de Lula. Para acalmá-la, Okamotto afirmou que a situação se arrumaria num curto espaço de tempo, mas ela lhe disse que não cairia nessa conversa. Que, se fosse necessário, teria como reunir provas suficientes para provar que Lula sabia e participara do esquema do petrolão.

Diante da ameaça, Okamotto disse a Lula que ele deveria encarregar-se da questão pessoalmente. Lula encontrou-se com a mulher de Renato Duque e tentou persuadi-la de que o seu marido ficaria na prisão menos do que se imaginava. Em vão. Ela voltou a afirmar que implicaria o ex-presidente no escândalo, se Renato Duque não fosse libertado rapidamente.

Acuado, Lula pediu ajuda a um ex-ministro do STF de quem é muito amigo. Ele se prontificou a socorrer o petista. O melhor caminho, disse o ex-ministro do STF a Lula, era procurar Teori Zavascki.

Foi o que o amigo de Lula fez: marcou um encontro com Teori Zavascki, para lhe explicar como era urgente que Renato Duque fosse solto, porque, caso contrário, Lula seria envolvido “injustamente” num escândalo de proporções imprevisíveis para a estabilidade institucional. Teori Zavascki aquiesceu. Avisado pelo amigo ex-ministro do STF, Lula comunicou à mulher de Renato Duque que tudo estava resolvido

Foi assim que Renato Duque, passados pouco mais de quinze dias após a sua prisão, viu-se do lado de fora da carceragem da Polícia Federal em Curitiba

# # # # #

Carta Aberta de Paulo Okamotto em resposta ao blog O Antagonista

Senhores Diogo Mainardi e Mario Sabino,

Vivemos em um país democrático e, nele, as pessoas podem falar o que quiserem e até ganhar dinheiro com isso. É condenável, porém, que publiquem notícias falsas e deliberadamente caluniosas, como os senhores fizeram no blog O Antagonista em matéria intitulada “Renato Duque está solto a pedido de Lula”.

As informações contidas na matéria são completamente inverídicas, tanto no que me diz respeito quanto ao ex-presidente Lula. O que, aliás, os senhores comprovariam se tivessem tido a dignidade de me perguntarem antes, frente a frente, diretamente, o que queriam saber.

Mas não o fizeram, preferindo publicar injúrias não só contra nós, mas também contra o Supremo Tribunal Federal.

Paulo Okamotto – Presidente do Instituto Lula

# # # # #

Resposta do blog O Antagonista

Senhor Paulo Okamotto,

Vivemos em um país democrático, apesar das tentativas autoritárias dos governos do PT de cercear a liberdade de opinião e expressão, e, nele, certas pessoas podem falar o que quiserem contra a imprensa independente e até ganhar dinheiro público com isso, proveniente de estatais administradas pelo Partido dos Trabalhadores.

É condenável, porém, que essas pessoas publiquem notícias falsas e deliberadamente caluniosas, como ocorre nos blogs sujos patrocinados tanto pela administração Lula como pela administração Dilma.

As informações contidas na matéria “Renato Duque está solto a pedido de Lula” são completamente verídicas, confirmadas por fontes insuspeitas de quaisquer crimes.

No entanto, propomos ao senhor e ao ex-presidente Lula que tenham a dignidade de nos conceder uma entrevista, frente a frente, olho no olho, para que, além de darem a sua versão sobre o fato reportado por nós, esclareçam nossas poucas dúvidas a respeito dos seguintes assuntos: mensalão, a acusação de que o senhor ameaçou Marcos Valério de morte, petrolão, uso abusivo de cartões corporativos da Presidência da República, atuação de Rosemary Noronha como lobista, sucesso empresarial de Lulinha, financiamentos do BNDES a empreiteiras com contratos em países africanos, as ligações com o grupo JBS/Friboi e a ameaça de usar a turma do Stedile para promover um banho de sangue no país.

Agradecemos antecipadamente a atenção,

Diogo Mainardi e Mario Sabino
===========

Agora a notinha suplementar:

Bomba-relógio prestes a explodir

O Antagonista, 21/03/2015

Renato Duque só rompeu o mutismo na CPI da Petrobras para negar um episódio relatado, duas semanas atrás, em O Antagonista: o de que sua mulher procurou Lula e Paulo Okamotto para exigir a soltura do marido.
Lauro Jardim, na Veja desta semana, publica a seguite nota:
“A mulher de Renato Duque, Maria Auxiliadora, é uma bomba-relógio prestes a explodir, na avaliação de quem conhece o casal”.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Operacao Lava a Jato - Ricardo Bergamini

Operação Lava Jato da Polícia Federal
Ricardo Bergamini, 20/03/2015

Na década de 1980 fui executivo financeiro da IESA - Internacional de Engenharia S/A, empresa onde conheci o meu amigo pensador Paulo Rabello de Castro (palestrante de economia), que é uma das empresas investigadas pela operação lava jato. Posso afirmar que não há nada de novo no que já era feito naquela época, ou seja: fazer parte de um clube de empresas para participar do rodízio, colocar um “over price” nos contratos e a cada recebimento de fatura repassar o valor do “over price” para uma empresa de consultoria indicada pelo contratante (na minha época eram empresas que aprovavam a qualidade da obra denominada de teste de aceitação). Cabe lembrar que: essa prática era adotada por todas as empresas estatais e governos e não existe outra forma de trabalhar já que a regra era institucional.

A regra era tão institucional que o presidente da IESA na época era o Dr. Sérgio Franklin Quintela, que hoje é um dos membros do conselho de administração da Petrobrás.

Quanto a Petrobrás sugiro pesquisar artigos do jornalista Paulo Francis, escritos na década de 90, onde sempre denunciou para o vento a corrupção na Petrobrás. Por isso o CAZUZA foi muito feliz ao afirma que o Brasil era um museu de grande novidade, ou seja: todos diariamente nos indignamos com fatos antigos e repetitivos (anões do orçamente, Carlinhos Cachoeira e a Delta, etc).

Como toda a minha vida profissional foi vivida dentro da área financeira das empresas e dos bancos poderia escrever um livro sobre corrupção.

Temos que admitir que vivemos em um país com deformação cultural do cinismo e da hipocrisia, haja vista que todos criticam a sonegação de impostos, ao mesmo tempo em que todos sabem que não há como manter nenhuma atividade econômica sem sonegar impostos.

Para encerrar o meu depoimento devo dizer que concordo plenamente com senhor Paulo Roberto Costa (ex- Diretor da Petrobrás) quando afirma em seu depoimento que não existe doação legal para partidos e políticos. Inexoravelmente todas tem como origem a corrupção. O resto é debate de bêbados. Diga-se de passagem, não podemos nos esquecer que foram as mesmas palavras ditas pelo Paulo Cesar Faria tesoureiro do Collor m 1992. Mais uma vez o museu de grandes novidades.

QUE DEUS TENHA PIEDADE DA ABISSAL ESCURIDÃO E ESTUPIDEZ COLETIVA REINANTE NO BRASIL

Ricardo Bergamini

Brasil-Venezuela: negocios entre companheiros, com ganhos arriscados... - BBC

Los suculentos negocios que atan a Brasil con Venezuela
BBC News, 18/03/2015

Brasil nunca ocultó que veía en la Venezuela socialista de Hugo Chávez un mercado atractivo para sus empresas.
“La presencia de Venezuela en el Mercosur (…) abre oportunidades a varios emprendimientos”, dijo la presidenta brasileña, Dilma Rousseff, cuando dio la bienvenida al país vecino y rico en petróleo al bloque regional, en julio de 2012.
Y varios números sugieren que la apuesta brasileña rindió sus frutos.
Sólo el año pasado, el gigante sudamericano tuvo en su intercambio comercial con Venezuela un superávit de US$3.450 millones.
Para Brasil ese saldo positivo fue a contramano de su balanza comercial total, que el mismo 2014 registró su primer déficit anual en lo que va de este siglo.
Expertos como Oliver Stuenkel, profesor de relaciones internacionales en la Fundación Getulio Vargas, con sede en São Paulo, calculan que las empresas brasileñas tienen contratos en Venezuela por unos US$20 mil millones.
“Brasil obtuvo muchos beneficios económicos (en Venezuela) a lo largo de los últimos 15 años y el chavismo era un socio comercial confiable. Chávez y (su sucesor Nicolás) Maduro dieron preferencia a las inversiones brasileñas”, indicó Stuenkel a BBC Mundo.
Pero esa relación enfrenta desafíos inéditos ahora que Venezuela pasa crecientes problemas económicos, tensiones políticas y surgen reclamos de una actitud más firme de Brasil ante el gobierno “amigo”.
“Cuestión interna”
Hasta ahora la administración de Rousseff evitó criticar directa y públicamente a Maduro, lo que contrasta con la actitud de Estados Unidos, otro actor clave en el hemisferio y socio comercial importante de Caracas.
El presidente estadounidense, Barack Obama, declaró a Venezuela una amenaza para la seguridad nacional y ordenó sanciones contra siete altos funcionarios de ese país.
En cambio, Brasil ha medido sus palabras sobre Venezuela desde el arresto el mes pasado del alcalde de Caracas, el opositor Antonio Ledezma, acusado por el gobierno de Maduro de participar de un supuesto plan para derrocarlo.
La Cancillería brasileña primero señaló que acompañaba “con gran preocupación la evolución de la situación en Venezuela”. Pero la propia Rousseff calificó el arresto de Ledezma como una “cuestión interna” de ese país.
Unos días después, Itamaraty emitió otro comunicado sobre Venezuela que afirmó que “son motivos de creciente atención medidas tomadas en los últimos días, que afectan directamente partidos políticos y representantes democráticamente electos”.
Al igual que lo hizo el año pasado tras las manifestaciones antigubernamentales que fueron reprimidas en Venezuela, Brasil llamó a retomar “el diálogo” en el país, a través de la Unión de Naciones Sudamericanas (Unasur) y el apoyo del Vaticano.
Grupos defensores de los derechos humanos como Human Rights Watch y Amnistía Internacional han criticado la posición de Brasil —el primero la calificó de “tímida”— ante la “prisión arbitraria” de opositores y otros abusos que afirman que se cometen en Venezuela.
Y opositores brasileños acusaron al gobierno de Rousseff de ser “cómplice” de Maduro y actuar en función de vínculos ideológicos con las autoridades vecinas.
Sin embargo, Stuenkel calificó esta visión como “simplista”.
“La cuestión económica (en Venezuela) es más importante que cualquier factor político”, sostuvo. “El comportamiento brasileño hasta hoy fue principalmente pautado por intereses económicos”.
Pero, ¿cuáles son exactamente esos intereses?
Puentes, usinas y deudas
Las empresas brasileñas tienen un abanico amplio de actividades en Venezuela: desde la colocación de alimentos y otros bienes de consumo en un mercado con serios problemas de escasez, hasta grandes obras de infraestructura.
La constructora Odebrecht, por ejemplo, tiene una docena de proyectos en Venezuela, incluida la ampliación del metro de Caracas, el tendido de un puente de 11,4 kilómetros sobre el Lago de Maracaibo (al oeste del país) y el desarrollo de la central hidroeléctrica Tocoma (al este).
Por otra parte, la lista de productos brasileños exportados a Venezuela es extensa: las carnes bovinas tienen un peso destacado, pero también hay leche, azúcar, medicamentos, maquinarias, champú, afeitadoras…
El propio gobierno brasileño ha buscado empresas brasileñas que abastezcan productos básicos a Venezuela para aliviar la crisis, tras al menos dos pedidos personales de Maduro a Rousseff, informó el diario Folha de S.Paulo el martes.
No obstante, las dificultades de los importadores venezolanos para obtener dólares ha provocado importantes atrasos de pagos a los exportadores brasileños, mientras que empresas brasileñas instaladas en el país vecino también tuvieron problemas para enviar fondos a la matriz.
La Cámara de Comercio Venezuela-Brasil calculaba a comienzos de año que esos atrasos sumaban US$5.000 millones. Pero un funcionario venezolano que habló en condición de anonimato por tratarse de un tema sensible dijo a BBC Mundo que la cifra podría llegar al doble.
Welber Barral, exsecretario brasileño de Comercio Exterior y socio de la consultora Barral M Jorge, señaló que los atrasos varían según del ramo del exportador y que a clientes suyos del área de los alimentos “les están pagando”.
Sin embargo, indicó que los atrasos que hubo en general y los problemas de liquidez que causó a Venezuela el desplome del precio del petróleo provocaron una reciente contracción del comercio bilateral.
Las exportaciones brasileñas a Venezuela cayeron 47% en los dos primeros meses de este año respecto al mismo período de 2014, mientras el superávit del intercambio se redujo 53%.
La situación parece preocupar al gobierno de Rousseff, que estudió plantearle a Venezuela que las exportaciones brasileñas tengan como garantía el petróleo de la estatal PDVSA o sus derivados, para "desmonetizar" el comercio, informó el diario brasileño Valor Económico a fines de enero.
Pero Barral dijo a BBC Mundo que eso sería insuficiente, ya que Brasil produce el mismo tipo de petróleo que su vecino. “Brasil no tiene qué importar” de Venezuela, resumió.
Con crecientes dificultades políticas y económicas también en Brasil —que incluyen un creciente descontento social doméstico, una devaluación de más de 20% del real ante el dólar este año y una inflación a 12 meses que en febrero llegó al máximo en una década— muchos creen que lo último que quiere Rousseff es más inestabilidad en Venezuela.
“No se puede decir que el impacto de un colapso venezolano afectaría apenas algunos sectores de la economía brasileña”, dijo Stuenkel. “En la situación actual, con tantas noticias negativas, sería otro factor que afectaría de manera muy negativa el cuadro”.

Retratos Sul-Americanos: Perspectivas brasileiras sobre História e Política Externa - Elisa de Sousa Ribeiro e Camilo Negri (coords.)

Clique para abrir visualização expandida

RETRATOS SUL-AMERICANOS: PERSPECTIVAS BRASILEIRAS SOBRE HISTÓRIA E POLÍTICA EXTERNA: Camilo Negri e Elisa de Sousa Ribeiro (coordenadores) [eBook Kindle]

Elisa de Sousa Ribeiro , Camilo Negri

Não há informações de preço disponíveis.






Descrições do Produto

Descrição do produto

ÍNDICE

A AMÉRICA LATINA NA ORDEM ECONÔMICA MUNDIAL, DE 1914 A 2014
Paulo Roberto de Almeida

AS ESTRATÉGIAS DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS PARA A AMÉRICA LATINA
Henrique Carlos de Oliveira de Castro e Sonia Ranincheski

“CLÁUSULAS DEMOCRÁTICAS” E TRANSCONSTITUCIONALISMO NA AMÉRICA DO SUL: UMA ANÁLISE BASEADA NA RUPTURA INSTITUCIONAL NO PARAGUAI
Carina Rodrigues de Araújo Calabria e Felipe Neves Caetano Ribeiro

O DESAFIO ESTÁ LANÇADO: O BRASIL EM BUSCA DA INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA SUL-AMERICANA (2000-2010)
Helen Miranda Nunes

PARADIGMAS DA ATUAÇÃO BRASILEIRA NO MERCOSUL
Elisa de Sousa Ribeiro e Felipe Pinchemel Cotrim dos Santos

RECOMPENSA, HONRA, SUBMISSÃO: VERSÕES DA ENTRADA DO BRASIL NA SOCIEDADE DAS NAÇÕES
Mariana Yokoya Simoni

DA HESITAÇÃO À AFIRMAÇÃO: A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA PARA A REGIÃO PLATINA NA 2ª CHANCELARIA DE PAULINO JOSÉ SOARES DE SOUZA (1849-1853)
Hugo Freitas Peres

A INTERVENÇÃO BRASILEIRA DE 1851 NO URUGUAI: CONDICIONANTES, OBJETIVOS E RESULTADOS
Rafael Braga Veloso Pacheco

INTEGRAÇÃO E DIREITO AO DESENVOLVIMENTO NA AMÉRICA DO SUL
Alex Ian Psarski Cabral e Cristiane Helena de Paula Lima Cabral

LISTA DE AUTORES (CURRÍCULO ACADÊMICO RESUMIDO)

Alex Ian Psarski Cabral
Doutorando em Direito Público Internacional pela PUC de Minas Gerais. Mestre em Ciências Jurídico-Internacionais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Portugal.

Carina Rodrigues de Araújo Calabria
Doutoranda pela Universidade de Manchester. Mestre em Direito, Estado e Constituição pela UnB. Graduada em Relações Internacionais (FIR) e em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda (UFPE).

Cristiane Helena de Paula Lima Cabral
Doutoranda em Direito Público Internacional pela PUC de Minas Gerais. Mestre em Ciências Jurídico-Internacionais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Portugal.

Elisa de Sousa Ribeiro
Doutoranda e Mestre em Ciências Sociais com especialidade em Análise Comparativa das Américas pelo Centro de Pesquisa e Pós-Graduação Sobre as Américas da UnB. Bacharel em Direito pelo UniCEUB.

Felipe Neves Caetano Ribeiro
Diplomata. Mestre em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília. Graduado em Direito pela PUC de Goiás.

Felipe Pinchemel Cotrim dos Santos
Diplomata. Mestre em Direito Internacional pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne. Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia.

Helen Miranda Nunes
Mestre em Relações Internacionais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Graduada em Relações Internacionais pela PUC do Rio de Janeiro.

Henrique Carlos de Oliveira de Castro
Doutor e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Realizou pós-doutorado na École des hautes études en science sociales (Paris, França).

Hugo Freitas Peres
Diplomata. Mestrando em Relações Internacionais na Universidade de Brasília e graduado em Relações Internacionais no Centro Universitário Curitiba.

Mariana Yokoya Simoni
Diplomata. Doutoranda em Relações Internacionais pela UnB, Mestre em Ciências Sociais pelo Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas (CEPPAC/UnB), e bacharel em Relações Internacionais pela UnB.

Paulo Roberto de Almeida
Diplomata. Doutor em Ciências Sociais, Mestre em Planejamento Econômico. Foi professor no Instituto Rio Branco e na Universidade de Brasília, diretor do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI).

Rafael Braga Veloso Pacheco
Diplomata. Graduado em Direito pela Faculdade de Direito Milton Campos, em Belo Horizonte.

Sonia Ranincheski
Doutora em Sociologia com ênfase em Estudos Comparados Sobre As Américas pela UnB, Mestre em Ciência Política pela UFRGS e graduada em História pela mesma universidade. Tem Pós-Doutorado em Sociologia na École de Hautes Études en Sciences Sociales (EHSS), Paris, França.


Detalhes do produto

  • Formato: eBook Kindle
  • Tamanho do arquivo: 806 KB
  • Número de páginas: 254 páginas
  • Uso simultâneo de dispositivos: Ilimitado
  • Idioma: Português
  • ASIN: B00U6XPZAQ

Revista Meridiano 47: numero especial sobre os 20 anos da OMC, chamada de artigos

Call for Papers – Bulletin Meridiano 47, Special Issue on the 20th Anniversary of the WTO

In the twentieth anniversary of the World Trade Organization (WTO) initial sessions (1995), Boletim Meridiano 47 welcomes submissions to a special edition on the organization and its role in the international economic system firstly designed in Bretton Woods (1944). One of the many products of the Uruguay Round’s multilateral trade negotiations (1987-1994), a process that launched many multi and plurilateral agreements among which stands out the WTO constitutive agreement, the WTO is the successor of the GATT. An agreement that symbolizes also a compromise following the debacle of the International Trade Organization previously designed in Havana’s Conference for Trade and Employment (1947-1948), besides having stemmed from a provisional agreement in Geneva (1947), GATT alone, during roughly half a century, had to play the leading role in the international trade system. Until the downfall of the socialist sphere and the increasing incorporation of new agencies into the international labor division, GATT paved the way for the adoption of Uruguay’s institutional revamp that led to the creation of an entire organizational structure – what originally was not included in Punta del Este’s mandate (1986).
The WTO might be underscored as the single most relevant instrument to the progressive international trade liberalization in non-discriminatory bases, as well as to the emergence of new norms in areas formerly outside the less ambitious GATT, such as the understanding on dispute settlements, trade & investments and intellectual property. Although the Doha Round is yet to be concluded, the WTO, which is currently under the general direction of a Brazilian diplomat, remains one of the main pillars of the liberal order initially conceived in Bretton Woods.
‘The WTO and the challenges of the Multilateral Trade System’, Boletim Meridiano 47’s special edition welcomes articles on manifold aspects of the WTO, its history, its rules, and diverse analytical stances, be them on the institution itself or on themes regarding its operation. The edition counts with guest editors such as Professor Paulo Roberto de Almeida (Brazil’s Ministry of External Relations; Centro Universitário de Brasília, UNICEUB) and Professor Rogério de Souza Farias (University of Chicago), and is to be published in late August, 2015.
The editors welcomes manuscripts to this issue, under the guidelines of the journal http://www.meridiano47.info, which encompasses the limits of 3500-4000 words, in English or Portuguese, to be submitted until July 15th 2015.

Desigualdades na América Latina: licoes da Historia - Seminario no Intal-BID

Um resumo muito interessante, inclusive com gráficos esclarecedores, sobre um problema persistente, que revela todo o fracasso das elites (ou seria um sucesso?) na permanência das iniquidades distributivas, ou seja, a (não) distribuição de renda.
Vale a pena ler o resumo todo e acessar as contribuições individuais.
Paulo Roberto de Almeida 
Desigualdade na América Latina: lições da história
Gabriel Kessler
BID-INTAL, 20/03/2015
Quais são os ensinamentos que uma visão de longo prazo sobre a desigualdade na América Latina nos oferece? [1] Sem dúvida muitos, e vários deles de grande utilidade para pensar os desafios do presente. Estas são algumas das conclusões decorrentes da leitura das apresentações realizadas no seminário “A inequidade na América Latina a longo prazo”, organizado pelo BID, pelo Banco Mundial e pela Cepal no auditório do Instituto para a Integração da América Latina e do Caribe (BID-Intal) em Buenos Aires, de 3 a 5 de dezembro de 2014. Entre outras contribuições, a perspectiva temporal nos permite observar o peso que variáveis como a educação, a política tributária, a propriedade da terra, a configuração das elites, as diferentes estratégias econômicas e os fatores demográficos e naturais tiveram sobre a equidade, ao mesmo tempo que nos permite discernir o que aconteceu com as desigualdades de classe, gênero e étnicas ao longo da história. Neste artigo, baseado nas principais descobertas de um grupo de trabalhos apresentados no seminário, em primeiro lugar se fará referência à controvérsia central sobre a história da desigualdade da região e às mais recentes contribuições apresentadas a esse respeito. A seguir, será analisada em perspectiva temporal a evolução das desigualdades de gênero e étnicas. E, por último, se abordará um exemplo de trajetória de longo prazo da desigualdade, finalizando o artigo com algumas reflexões sobre o uso da história para ajudar a pensar os desafios do presente.
 Ler o artigo em sua integralidade, neste link.







Sauvas freireanas a caminho da extincao? Hummm, nao sei, mas vamos tentar...

Nos anos 1920, Monteiro Lobato, que lutava contra a "natureza" -- ah, essa madrasta... -- na sua fazenda de Taubaté, e que até abandonou a agricultura para se tornar definitivamente urbano e jornalista, dizia o seguinte:
"Ou o Brasil acaba com as saúvas, ou a saúva acaba com o Brasil".
Claro, nessa época, o Brasil era essencialmente agrícola, e tinha uma agricultura super-hiper atrasada, ainda com aquele Jeca Tatu capinando a roça, com a sua enxada, e tentando se livrar da saúva e do bicho do pé.
Pois bem, o Brasil se livrou das saúvas. Êpa; não o Brasil, só a agricultura.
As saúvas estão belas, ricas, fortes, mais pujantes do que nunca.
Elas se mudaram todas para o MEC e para as faculdades de Pedagogia, e sobrevivem e se disseminam, com esse estupor da desinteligência nacional que é o método Paulo Freire, que não é um método, apenas um panfleto rastaquera, vagabundo e idiota, que está acabando com a educação brasileira.
Pois eu digo: ou o Brasil acaba com as saúvas freireanas, ou vai acabar. A educação já está perdida, e vai demorar décadas para melhorar.
Abaixo, alguém me lembrou uma antiga postagem que vale a pensa relembrar...
Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Paulo Freire e a miseria educacional brasileira: subsidios para um debate

Como o assunto foi aqui levantado, por um interlocutor curioso, e como eu sou curioso o suficiente para pesquisar, e também para indagar, recebi duas contribuições a respeito, que coloco à disposição dos interessados.
Paulo Roberto de Almeida
Vale a pena ler o que é o método Paulo Freire
Blog Tomatadas, maio 2014
Embora muito se fale sobre o dito "Método Paulo Freire" de ensino, a opinião pública sabe bem pouco sobre no que isso consiste. Em grande parte, tal situação se dá pelo fato de que Paulo Freire e os propagandistas desse método não se preocuparam muito em explicá-lo, restringindo-se quase o tempo todo à denúncia da dita "educação bancária" e à repetição do mantra "educar é um ato político". 
Nesse contexto, não deixa de ser proveitoso ler o livrinho O que é método Paulo Freire, de Carlos Rodrigues Brandão. O autor é um discípulo de Freire que participou das primeiras experiências de aplicação desse método, em 1961, no interior do Nordeste. A proposta do livro é explicar tais experiências passo a passo, tendo em vista que "[...] em alguns livros de Paulo Freire e de outros educadores, são poucas as páginas sobre o método e, não raro, elas estão escondidas em algum 'anexo'" (Brandão, 1984, p. 14). Na seção final do livro, o autor explicita que, em realidade, as reflexões metodológicas ocupam um lugar pequeno na obra freiriana: "quem voltar aos livros que Paulo Freire escreveu vai notar que, de propósito, falei muito do que ele fala pouco e pouco do que ele fala muito" (Idem, p. 111).
Ora, essas citações já evidenciam que, como dizem os críticos de Freire, esse autor e seus seguidores não se preocupam muito com a educação em si mesma, e sim em fazer da educação um instrumento de luta política contra o capitalismo. E o livro de Brandão, precisamente por se concentrar na descrição do método, acaba por fornecer elementos que corroboram as críticas lançadas contra as propostas freirianas. Neste texto, vou destacar apenas a crítica relativa à falta de originalidade do tal método.
Como era e como ficou 
O historiador David Vieira sugere, com base numa boa revisão bibliográfica, que os procedimentos que compõem o dito "Método Paulo Freire" eram empregados na alfabetização de adultos, já em 1915, pelo missionário Frank Charles Laubach (1884-1970). Ao ser enviado numa missão religiosa para as Filipinas, Laubach precisava elaborar uma escrita para a língua maranao e, ao mesmo tempo, alfabetizar as pessoas nessa língua para que pudessem estudar a bíblia. Assim, ele "[...] adaptou um antigo método de ensino norte-americano, de reconhecimento das palavras escritas por meio de retratos de objetos familiares do dia-a-dia da vida do aluno, para ensinar a leitura da nova língua escrita. A letra inicial do nome do objeto recebia uma ênfase especial, de modo que o aluno passava a reconhecê-la em outras situações, passando então a juntar as letras e a formar palavras".
Ora, o trabalho de alfabetização realizado por Freire e seus seguidores consistia basicamente nos seguintes passos - embora Brandão repita várias vezes que o método era modificado a cada vez que o empregavam:
    eles faziam uma pesquisa sobre o cotidiano dos alunos para selecionar os "temas geradores" e as "palavras geradoras"
    usavam desenhos e fotos para estimular discussões em grupo sobre esses temas (por exemplo, os problemas de habitação, alimentação e outros na favela onde os alunos moravam)
    apresentavam uma palavra geradora, como "favela", "tijolo" ou "salário", por meio de um slide
    em seguida, eram apresentados slides com as "famílias fonêmicas" de cada sílaba (no caso de "favela", começava-se mostrando "fa - fe - fi - fo - fu", depois "va - ve - vi - vo - vu", etc.)
    posteriormente, os alunos eram estimulados a criar palavras combinando todas as sílabas dispostas numa "Ficha de Descoberta", isto é, num quadro com todas as famílias fonêmicas relacionadas à palavra geradora (Brandão, 1984, p. 70-72).
Qual é a originalidade disso em relação ao que Laubach e outros já faziam desde muitas décadas? Brandão não se detém em discutir o que haveria de original no trabalho realizado com Freire, mas, ao tratar dos critérios empregados para a seleção das palavras geradoras, explica o seguinte:
Ora, no Método Paulo Freire entra um critério que, se não é novo, apareceu repensado. [...] aqui, as palavras não são só um instrumento de leitura da língua; são também instrumentos de releitura coletiva da realidade social onde a língua existe, e existem os homens que a falam e as relações entre os homens. Portanto, as palavras precisam servir para as duas leituras e os seus critérios de escolha são três, dois deles usuais em outros métodos, o outro, novo e renovador:
1º) a riqueza fonêmica da palavra geradora;
2º) as dificuldades fonéticas da língua;
3º) a densidade pragmática do sentido (Idem, p. 30-31).
A novidade do tal método estaria na forma de aplicar o terceiro critério, portanto, já que os dois primeiros, referentes à sintaxe e à semântica, foram importados de outros métodos e aplicados basicamente do mesmo modo. E no que consiste a inovadora maneira freiriana de aplicar o critério pragmático? Brandão esclarece que este diz respeito ao "[...] maior ou menor teor de conscientização que a palavra traz em potencial, ou conjunto de reações socioculturais que a palavra gera na pessoa ou grupo que a utiliza" (Idem, p. 31).
Nesse sentido, Brandão acaba reconhecendo que os elementos propriamente técnicos do tal "Método Paulo Freire" foram herdados de outros que já existiam, e que a grande novidade estava em selecionar as palavras que fossem mais úteis para direcionar as discussões em grupo de modo tal a "conscientizar" os alunos, sendo que "conscientização" deve ser entendida como sinônimo de "compreensão de mundo" (Idem, p. 39 – itálicos no original).
Falando com franqueza, não parece lícito atribuir a Paulo Freire a invenção de um método de ensino que leva seu nome se ele se serviu de métodos já existentes e apenas mudou a forma de aplicar um dos critérios de seleção de palavras geradoras de maneira a combinar o trabalho de alfabetização de adultos com doutrinação ideológica de esquerda! E isso considerando especialmente que o critério pragmático, ao contrário dos dois primeiros (que são totalmente importados), não tem nenhuma relação direta com as operações cognitivas que constituem o ato de ler. Não admira que Freire falasse tão pouco de método em seus livros...
Diálogo enviesado
É claro que alguém poderia objetar que, embora Brandão admita que as palavras geradoras são selecionadas propositalmente pelo seu potencial de uso como instrumentos de "conscientização", não há como predeterminar o resultado das discussões feitas com os alunos, o que invalidaria ou ao menos relativizaria a crítica de que se estaria fazendo doutrinação ideológica disfarçada de diálogo. Contudo, eu expliquei no texto Paulo Freire e a "educação bancária" ideologizada como funcionam de fato essas discussões em grupo: o professor freiriano apresenta uma única via para explicar as situações relatadas pelos alunos, que é a ideologia em que ele acredita. Assim, o aluno é deixado na ignorância sobre a existência de pesquisas que explicam as situações de pobreza, desigualdade, problemas urbanos e ambientais, entre outros, fora do universo teórico e ideológico do professor!
Em suma, é muito forçado dizer que existe um "Método Paulo Freire" de ensino, pois o que esse autor fez foi apenas transformar métodos de alfabetização bastante antigos num processo de doutrinação ideológica que se dá por meio de diálogos nos quais o aluno, deixado na ignorância de explicações alternativas e mais sofisticadas, não tem poder nem espaço para contestar os "novos saberes" que lhe são apresentados.
Paulo Freire: pobreza intelectual, dogmatismo e amor assassino 
Quando o jornalista José Maria e Silva publicou uma crítica contundente ao mal chamado "Método Paulo Freire", na Gazeta do Povo, esse jornal publicou também textos de freirianos para apresentar o famoso "outro lado da questão" - muito embora os freirianos não proponham apresentar visões de mundo diferentes aos seus alunos, conforme se vê pela leitura de Pedagogia do oprimido (Freire, 1987). 
Mas o que chama a atenção nessas respostas é que os seguidores de Freire, na verdade, não respondem! Primeiro, eles usam o argumento de autoridade, dizendo que Freire é o patrono da educação brasileira e que trabalhou nesta e naquela instituição de prestígio. Depois, repetem a velha cantilena de que o método de ensino que leva o nome dele teria tido resultados impressionantes, ignorando o fato de os críticos desse método, como Silva, alegarem que os resultados efetivos ficaram muito aquém da propaganda. Por fim, citam uma ou duas passagens da obra de Freire sobre a educação ser um "ato político" e sobre a importância de tornar o estudante "sujeito de si mesmo". E param por aí! Em nenhum momento eles procuram formular uma resposta específica para as críticas elaboradas contra o, vá lá, "pensamento" de Paulo Freire. Repetem a velha fórmula de propaganda do tal método como se esta já contivesse resposta para qualquer crítica, e está feito. 
  
Por que fogem do debate? Em parte, é claro, para tirar proveito do fato de que a imagem de Paulo Freire como grande educador e suposto inventor de um revolucionário método de alfabetização de adultos já está fortemente entranhada entre os professores e na opinião pública. Mas a razão oculta está no fato de que qualquer tentativa séria de defender as ideias freirianas implica ter de admitir que estas não têm nenhuma base científica e nem mesmo racional!
Em vez de ciência, fé ideológica
A melhor maneira de constatar isso é ler a obra freiriana, como os livros Pedagogia do oprimido e Pedagogia da autonomia, ambos já citados neste blog, que se caracterizam por um simplismo de ideias constrangedor. Mas quem quiser ganhar tempo e ir direto a um trabalho freiriano que deixa essa falta de fundamentação bem explícita pode recorrer ao livrinho O que é método Paulo Freire, comentado no post anterior. Após descrever os procedimentos que compõem o método de alfabetização de adultos aplicado por Freire e seus seguidores já em 1961, o autor, Carlos Rodrigues Brandão, escreve o seguinte:  
Às vezes é muito difícil falar sobre as ideias que deram origem ao Método Paulo Freire, porque elas são muito simples e algumas pessoas precisam complicá-las.
Na verdade Paulo Freire não tem sequer uma teoria pedagógica definitiva. Ele tem um afeto e a sua prática. Por isso fica difícil teorizar a seu respeito, sem viver a prática que é o sentido desse afeto. Por isso é fácil compreender o que ele tem falado e escrito, quando se parte da vivência da prática do compromisso que tem sido, mais do que sua teoria, a sua crença (Brandão, 1984, p. 102).
O que se vê nessa passagem da conclusão do livrinho é o reconhecimento de que Paulo Freire e seus seguidores não têm como justificar a suposta eficácia do tal método, já que os seus escritos consistem apenas em ideias simples embaladas por palavras atraentes, como "afeto". Nesse sentido, Brandão fornece a melhor comprovação da pertinência das críticas lançadas contra a pobreza intelectual de Paulo Freire. 
De fato, José Maria e Silva, no artigo citado, afirma que Pedagogia do oprimido não passa de um panfleto político e de um "manual de autoajuda marxista" exatamente por causa da pobreza das ideias ali expostas. De modo similar, Sol Stern afirma que essa obra nem ao menos pode ser considerada um trabalho sobre educação, já que ignora todos os temas importantes nessa área do conhecimento ao longo do século XX, tais como avaliações, padrão de ensino, currículo escolar, o papel dos pais na educação, entre outros, e se perde em "platitudes marxistas". E Brandão, ao reconhecer que não há mesmo nenhuma teoria ou argumento racional que fundamente esse ou qualquer outro trabalho de Freire, vê-se forçado a desqualificar críticas como essas da seguinte forma:
Como discutir com os termos complicados da ciência um educador cuja ideia-chave é o amor? 
Procure, leitor, folhear de alma limpa os escritos dele. Aos olhos ferozes dos tecnocratas do poder e da educação, pode ser que tudo aquilo não passe de uma espécie de poesia pedagógica, tão edificante quanto inviável. E aos seus olhos? (Brandão, 1984, p. 103).
Trata-se aí de uma óbvia desqualificação intelectual daqueles que acusam o simplismo dos escritos freirianos mediante a estratégia de associar os críticos ao rótulo odioso de "tecnocratas do poder e da educação". E, pior ainda, Brandão procura manipular as emoções de seus leitores ao enfeitar sua exposição com palavras bonitas, como "amor", e pedir-lhes que folheiem a obra de Freire com "alma limpa", pois assim dá a entender que uma obra edificada sobre o "amor" só pode ser compreendida por quem deixar a razão de lado e se entregar a uma apreciação igualmente emocional do que está lendo! 
As ideias de Paulo Freire são simplistas e dogmáticas, já que não têm justificativa racional, e só podem ser admiradas por quem não leu seus escritos ou por aqueles que leram esse material imbuídos das mesmas ideologias superficiais do autor e do seu mesmo ideal de fazer da educação um instrumento de doutrinação a serviço do socialismo. A quem duvidar disso, proponho que aprecie, de "alma limpa", a seguinte passagem de Pedagogia do oprimido, também citada por Silva, na qual o amoroso Paulo Freire elogia os fuzilamentos praticados pela revolução cubana.
A revolução é biófila, é criadora de vida, ainda que, para criá-la, seja obrigada a deter vidas que proíbem a vida (Freire, 1987, localização 99).
Postagens relacionadas
- - - - - - - - - - -
BRANDÃO, C. R. O que é método Paulo Freire. 7. ed., São Paulo: Brasiliense (Coleção Primeiros Passos, v. 38), 1984.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed., Rio de Janeiro: Paz & Terra, (Coleção O Mundo, Hoje, v. 21), 198