Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 18 de maio de 2016
Itau Macroeconomica: a ultima analise de Ilan Goldfajn?
LatAm Talking Points - Chilean Central Bank expectedly on hold
Talk of the Day, May 18, 2016
Chile
As unanimously expected, the central bank left its policy rate unchanged at 3.50% at its monthly monetary policy meeting. The press release retained the same tightening bias issued in last month’s decision. The central bank has now been on hold for five consecutive months following the start of a short and discontinuous tightening cycle in the final quarter of 2015. The press release highlighted that inflation expectations remain anchored at 3% in the two-year policy horizon. Inflation is expected to remain above 4% for some months to come (4.2% in April). In spite of the weaker activity performance in March, the central bank sees activity growth in the 1Q16 above that envisioned in the 1Q16 Inflation Report (which forecasted growth between 1.25% and 2.25% for this year). The press release indicated the monetary policy normalization would continue at a pace that will depend on incoming data, in line with the IPoM guidance. We expect the central bank to undergo a prolonged pause, holding the policy rate at 3.5% throughout this year and 2017. We expect inflation to continue to gradually decelerate towards the central bank’s 3.0% target on the back of a wide output gap and the stabilization of the currency at current levels. ** Full story here.
Brazil
The new Finance Minister Henrique Meirelles announced positions in the Finance Ministry and the Central Bank. Meirelles indicated Ilan Goldfajn as the new Central Bank Governor. Before occupying the position as Central Bank Governor, Goldfajn’s name needs to be approved by the Senate’s Economic Affairs Committee. Until then, Alexandre Tombini remains as Central Bank Governor. In the Finance Ministry, Carlos Hamilton was nominated the Secretary of Economic Policy, Mansueto de Almeida as Secretary of Economic Monitoring (Seae) and Marcelo Caetano as the Secretary of Social Security.
According to FIESP, São Paulo state industry employment declined 1.0% m/m in April. With this result, we maintain our forecast of a destruction of 70k formal jobs (Caged) in April (consensus: -53k), which means a destruction of 170k jobs in seasonally adjusted terms.
According to trade data released by Funcex, terms of trade increased 0.9% m/m in April. Exported quantity declined 1.5% m/m, less than in the previous month. In contrast, imported quantity increased by 2.4% m/m.
After closing, the BCB announced that it will auction up to 20,000 reverse FX swaps contracts (USD 1 billion) on today.
Colombia
While the leap-year effect favored activity in February, religious celebrations in March had the reverse effect. Overall, manufacturing activity in 1Q16 was resilient (5.7% year over year), while retail sales were weak (1.2%), dragged down by the durable component. The expanding operations at the Cartagena oil refinery are still lifting manufacturing activity. Going forward, manufacturing will continue to be favorably affected by oil refining, but that will likely be offset by weak growth in Colombia’s trade partners for non-traditional products and slowing domestic consumption. In the months ahead, retail sales are likely to continue fragile, as indicated by low consumer confidence levels, due to lower real wages and tighter monetary policy. We expect activity to slow this year as low oil prices hit capital expenditures in the sector, higher interest rates reduce credit growth and elevated inflation reduces real wages. That said, the expanding operations of the Cartagena refinery and the investments associated with the 4G PPP will curb the slowdown. We see GDP growth of 2.5% for this year, down from the 3.1% in 2015. ** Full story here.
Consumer confidence remains low in April. Think-tank Fedesarrollo's consumer confidence for April came in at -13.0 points (0 = neutral level), compared to the +8.2 points in the 2015 corresponding period. The indicator has been below the neutral level since the start of the year and this is the lowest April recording in since 2002. As a result, consumer confidence was -18.0 in the quarter ending in April (+8.2 in the equivalent period in 2015). The breakdown has consumer expectations at -6.3 points (+8 one year ago), completing four consecutive months in negative territory. Consumer confidence is dragged down by the expectation for the economy over the next 12 months (-31.5). Meanwhile, it was lifted by the expectation that personal economic situation in the next year will improve (+26.3). Consumers view the current economic conditions in poor light at -23.1 points (+8.5 in April 2015). The weak consumer confidence comes in light of higher interest rates, high inflation and a gradually loosening labor market. Retail sales grew a weak 1.2% in 1Q16 (2.7% in 2015 and 7.5% in 2014), and the low confidence levels hint that a rebound is unlikely in the near future. We expect GDP growth of 2.5% this year, down from the 3.1% for 2015.
Argentina
Central bank cut 75bps the 35-day lebac rate to 36.75%. This is the second reduction after posting 38% for more than one month. As we expected, the CB is cutting the rate as the core inflation starts to show moderation.Core inflation in April fell to 2.8% from 3.5% in March and 3.9% average in December-February.
Macro Research - Itaú
Ilan Goldfajn - Chief Economist
Momentos decisivos da historia do Brasil: o xeque-(quase)mate de Moro - Autor desconhecido
Acredito que, junto com a "República de Curitiba" -- ou seja, o pequeno grupo de bracos do MPF do Paraná (e de alguns outros lugares também), da PF e o juiz Sérgio Moro --, nós, coxinhas anônimos, ou seja, a cidadania ativa, consciente e crítica, que saímos aos milhões nas ruas das capitais e muitas cidades do país nos últimos dois anos, também somos responsáveis pela extraçõs dos mafiosos do poder.
Paulo Roberto de Almeida
Moro e a jogada de mestre!
Entendam uma coisa, amigos: política é um jogo, e o Juiz Sérgio Moro deu xeque mate!
Moro apertou Lula, mas não o prendeu, preferiu grampear o telefone do barbudo, e assim colocou em sinuca não apenas a Lula, mas arrastou Dilma pro mesmo chiqueiro!
Jogada de mestre: assuste o chefe da quadrilha, prenda seus amigos, deixe-o apavorado, mas não o prenda rapidamente, deixe-o solto o suficiente para que no desespero, venha a comprometer os comparsas.
Graças a jogada de Moro, Lula acabou de sepultar o mandato de Dilma, com o grampo divulgado, o mandato de Dilma dura enquanto durar o processo de Impeachment e Lula está com o pé na cadeia.
Política é um jogo e Moro é um jogador espetacular!
O Juiz Sergio Moro mostra que além de ser extremamente competente, é um ESTRATEGISTA!
Se tivesse prendido o Lula há um mês, teria havido uma comoção nacional. Ele vem “fritando aos poucos a imagem” e desconstruindo o mito, para dar o bote quando este estiver na lona.
No dia da nomeação do agora ex-ministro Lula, ele abre o sigilo da Lava Jato e expõe todo o lamaçal.
Esse senhor não para de me surpreender positivamente.
Se tivesse se antecipado e prendido o Lula antes da nomeação, estaríamos assistindo uma enorme
manifestação petista, MST, etc e Lula seria vítima.
Mas ele foi além.
Agora, ele acendeu o estopim que vai derrubar o governo Dilma junto com o Lula e ainda de quebra,
colocou o Supremo numa sinuca que, não tenho dúvidas derrubará o Foro privilegiado.
Incrível um juiz Federal com visão de fazer inveja a qualquer profissional do ramo.
Que entre para a história e nos devolva o Brasil!
“Vamos deixar algumas coisas claras !
1 – Quem está conduzindo a Lava-Jato não é o PSDB, o Aécio ou o Fernando Henrique: são o Ministério Público e
a Polícia Federal (e tudo observando as instâncias constitucionais até a chancela definitiva do STF – cuja quase totalidade dos juízes foi indicada pelo PT).
2 – Quem está fazendo acusações e dando subsídios para as investigações não é o DEM, a Globo nem a CIA, quem está entregando a gangue são os antigos comparsas dos delinquentes.
3 – Quem vai levar Lula pra cadeia (e quiçá boa parte de sua família) não é a Veja, o Danilo Gentili nem o Bolsonaro.
Lula irá pro xilindró por ter infringido vários artigos do Código Penal Brasileiro (e ter se achado mais esperto do que de fato é).
4 – Quem irá catapultar Dilma da presidência da República não serão os coxinhas, os fascistas nem as Forças Armadas: essa senhora será destituída do cargo pelo rigor da Lei e pela esmagadora maioria de brasileiros que não compactuam com a bandalheira.
RESUMINDO:
(autor desconhecido)
Ted Goertzel on Brazilian crisis and the impeachment - Brazil.com (May 16, 2016)
Paulo Roberto de Almeida
The Ritual Sacrifice of Brazilian President Dilma Rousseff
Instead, the 367 deputies who supported impeachment said they were saving their families, their communities and their nation from the abyss into which Brazil had fallen. The 137 who defended her mostly argued that the sanctity of the presidential term should be respected, and that she wasn't as bad as a lot of the others.
The deputies fumed righteous anger, but many also seemed fearful, not just for their country but for themselves. This fear was understandable since many are under investigation by the Federal Police for corruption. Eduardo Cunha, the Leader of the Chamber who orchestrated the session, was himself removed from office by the Supreme Court a few days after the impeachment vote.
The mass psychology driving the spectacle in Brasilia has been little explored. Psychoanalyst Tales Ab'Sáber recently published a short volume about Dilma Rousseff and one about her patron, Luiz Inácio Lula da Silva. Ab'Sáber's extended essays are works of cultural criticism and historical commentary with only occasional psychoanalytic insights. But they are a beginning.
Lula and Dilma are polar opposites in terms of popularity. Lula was the most popular president in the history of Brazilian public opinion research and Dilma was the least popular. They are also opposites in personality type: Lula is gregarious, outgoing and charismatic. Dilma is stern, lacking in charisma, and prone to lashing out angrily at signs of disagreement.
Dilma had never run for political office but had served in several appointed positions in state and federal government. Lula selected her as his chief of staff when José Dirceu, his longtime close associate, was forced to resign and take the rap for corruption scandals. Dilma and the whole country were surprised when Lula decided he wanted her to be the Workers Party candidate for the presidency in 2010.
Lula had served two terms and was ineligible to serve again, so he nominated Dilma as a place-holder. This avoided an intraparty struggle over succession, and the possibility that a new charismatic leader might emerge to take Lula's place. At the time, Lula was so popular that journalists observed he could have elected a post to the presidency. This observation was repeated so frequently that Dilma found it necessary to publicly assert that she was not a post.
Lula's popularity had much to do with the economic boom during his presidency, sustained by high commodity prices. But there was more to it than that. Ab'Sáber describes Lula's role in the Brazilian national psyche as "a leader chosen by destiny whose ultimate strength comes from a transcendent, divine source…. In generic psychoanalytic terms it is the magical thinking of a child who does not understand the realistic constraints of his parents' thinking."
In Ab'Sáber's view, Lula's "first charismatic imaginary, the object of the transference from the heterogeneous and socially significant public that sustained him was that of the good savage, civilized and civilizing, antibourgeois because of his position in the class structure, but with the practical social, economic and political knowledge lost to the theoretical left locked in the ivory tower of the university." (All translations are my own.)
Lula was raised by an impoverished single mother, became a lathe mechanic and union leader and the first Brazilian president from the working class. But once he put aside strident socialist rhetoric to get elected, he was warmly welcomed by all social classes as a transformational leader who would bring Brazil into the modern age. His slogan was "Lula: Peace and Love."
Ab'Sáber uses Lacanian psychoanalytic terminology to describe the process by which Lula softened the harsh slogans of his neo-Marxist past. Ab'Sáber's jargon is too difficult for a direct translation, but as best I understand it he says that in a process Lacanians call foreclosure (forclusion in French), problems are not repressed outright but reframed to be less threatening. Thus, misery becomes poverty, the proletariat becomes the middle class, and mammoth fortunes become income inequality.
In other words, Lula rephrased problems so they were less threatening. This worked well as long as the economy was booming. Brazil did especially well during the global financial crisis of 2008 because its large state sector protected it from the worst of the downturn. But a Keynesian stimulus has to be followed by a cutback when the crisis subsides.
Dilma and the Workers Party didn't accept that. They were smug and overconfident, they thought they could continue to run up debt and fill the bulging bureaucracy with their minions. Their profligate spending and mismanagement led to massive street demonstrations by youth frustrated by high prices and lack of opportunity.
Dilma got narrowly re-elected in 2014 by denying the seriousness of the crisis caused by the fall of commodity prices and by borrowing massive funds from state banks in violation of the fiscal responsibility laws. As soon as she was re-elected she effectively admitted that the opposition had been right and that cutbacks were needed. People were angry at having been deceived by an unfeeling bureaucrat
The economic crash that followed would have taxed the popularity of any president, but Dilma was especially vulnerable. In Ab'Sáber's view, on a psychological level Lula had much in common with his social democratic predecessor, Fernando Henrique Cardoso. Both are conciliatory leaders who seek consensus. Dilma is more authoritarian, concerned with projecting strength.
Ab'Sáber believes she is more similar, as a psychological type, to the military president Ernesto Geisel. He says she also had something in common psychologically with José Serra, the social democrat who ran against her 2010. Serra is more of a technocrat than a schmoozer. But as a technocrat Serra has the great virtue of being highly competent with much stronger qualifications in economics than Dilma. Serra has also proven himself politically as a mayor and governor in São Paulo.
This raises the question of why Lula selected Dilma in the first place, when so many more experienced politicians were available. At the time it was suspected that he planned to run things from behind the scenes, using her essentially as a chief of staff. But that didn't happen; he left her on her own to run things and went traveling around the world, even before he had to be treated for throat cancer.
Ab'Sáber speculates that Dilma may have been a mother image to Lula whose own mother had taken care of him so well when his father abandoned the family. Perhaps he felt that the country would be safe in her hands. The experienced Workers Party politicians Lula might have chosen were mostly men. But Ab'Sáber concedes that "it is difficult, even for an analyst, to believe that such traditional and prosaic psychoanalytic motives could have had such an impact on public history."
Dilma herself has remarked that she was a strong woman surrounded by fluffy (fofos) men. But if so, this was her choice, since there are certainly plenty of strong men she could have selected to work with her. Perhaps, as a woman insecure in a role beyond her level of experience or competence, she compensated by being authoritarian and dismissive of others. At the end, she tried to save herself by bringing Lula back into the government, appointing him to the role she had held, chief of staff. But the Supreme Court blocked the appointment on the grounds that Lula was under investigation for personal corruption related to his beach house.
The impeachment of Dilma was a sorry spectacle because she is apparently personally honest and many of her persecutors certainly are not. But Dilma's cheating on the fiscal responsibility laws is actually worse for the country than accepting personal payoffs or "tips" as the Brazilians call them.
Without fiscal responsibility, Brazil could easily slide back into the quagmire of hyperinflation and dysfunctionality. As President of Brazil, and as former president of the national oil company, Dilma has a heavy burden of responsibility for the massive corruption uncovered by the Federal Police and the courts.
Lula could also have been impeached for the systematic payoffs to congresspersons during his administration. But he was popular and his chief of staff, José Dirceu, took the rap for him. For Lula, the buck stopped with Dirceu. The leaders of the Dilma impeachment, many of whom were former allies abandoning a sinking ship, hope it will stop with Dilma.
References:
Tales Ab'Saber, Lulismo: carisma pop e cultura anticrítica. Amazon Kindle Edition, 2015.
Tales Ab'Saber, Dilma Rousseff e o ódio político. Amazon Kindle Edition, 2015.
Ted Goertzel and Paulo Roberto de Almeida, eds., The Drama of Brazilian Politics from 1815 to 2015. Amazon Kindle Edition, 2015.
Ted Goertzel, Ph.D., has retired as professor in the Sociology Department at Rutgers University in Camden, N.J. He is the author of a biography of Fernando Henrique Cardoso, available in English and in Portuguese. He is best reached by email at tedgoertzel@gmail.com and his WEB page can be found at http://crab.rutgers.edu/~goertzel/
The Ritual Sacrifice of Brazilian President Dilma Rousseff:
http://brazzil.com/23942-the-ritual-sacrifice-of-brazilian-president-dilma-rousseff
terça-feira, 17 de maio de 2016
Manifestacoes politicas a partir de 2013, movimentos "sociais" - Raul Sturari e Paulo Roberto de Almeida (IDP, 18/05, 19:30hs)
Atendendo a um gentil convite do Professor Danilo Porfirio, meu grande amigo (que eu chamo de "Pancho Villa do Direito", mas apenas por grande semelhança física, não por usar armas, ou apenas as do Direito), não pude dizer não para fazer uma palestra-debate sobre velhos e novos movimentos ditos sociais, juntamente com Raul Sturari, outro grande amigo, companheiro dos tempos de planejamento estratégico até dez anos atrás.
Não me considero especialista nesses velhos e novos animais da planície dos protestos nas ruas e praças, especialmente nos anos recentes (inclusive por ter estado fora do Brasil até poucos meses antes).
Mas, como já fui um ativista de passeatas, nos velhos tempos do regime militar, quando a gente protestava contra a ditadura, o imperialismo, o Rockefeller e outros "inimigos de classe", espero poder trazer alguns argumentos sensatos a um debate que geralmente costuma ser pautado pelo maniqueismo dos protagonistas.
Na verdade, eu teria gostado de ter um desses defensores dos ditos "movimentos sociais" para saber como é que eles conseguem ignorar o mar de corrupção, o oceano de patifarias, o desastre econômico, e se concentrar naquela história do "golpe".
Enfim, não haverá, portanto, o contraditório, mas seremos objetivos ainda assim.
Amanhã de noite, 18/05/2016, em Brasilia, no IDP (Instituto de Direito Público, na 607 Sul, L2), as às 19:30hs
Não paga nada, só a gasolina ou a passagem do transporte público...
Diplomacia do Foro de Sao Paulo - Gilberto Simoes Pires (Ponto Critico)
Ponto Crítico, XIV - 384/15 - 17/ 05/ 2016
CARTILHA
Seguindo à risca o que manda a cartilha do Foro de São Paulo, os governos -bolivarianos-, que integram a organização comunista latinoamericana estão repudiando o Impeachment da terrorista-mentirosa Dilma Rousseff e, por consequência, não reconhecem o novo governo brasileiro, com Temer a frente.
COMUNISMO LATINO
Quem emitiu a mensagem "sobre o golpe do estado parlamentário e judicial no Brasil", que conta com apoio irrestrito da Venezuela, El Salvador, Nicarágua, Bolívia, Equador, etc., foi o governo de Cuba, país-modelo do plano elaborado pelo Foro de São Paulo que apoia e implementa a instalação do COMUNISMO LATINO.
MANOBRAS
A mensagem, que denuncia as "manobras da oligarquia" e a "contraofensiva reacionária" e informa que "Dilma, Lula, o PT e o povo do Brasil contam e contarão sempre com toda a solidariedade de Cuba" foi enviada à vários dirigentes de organismos internacionais, como Organização Internacional do Trabalho, Organização Mundial do Comércio, Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Secretaria da ONU, Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Organização Mundial da Saúde, União Internacional de Telecomunicações, UNAids, Programa da ONU para o Desenvolvimento e para o Programa da ONU para o Meio Ambiente, Secretaria da Convenção sobre Mudanças Climáticas, Organização da Conferência Islâmica, membros do alto escalão do governo suíço e dezenas de outros diplomatas.
CORRUPÇÃO
Ora, é possível que muitos destes dirigentes, por afinidade e fidelidade ideológica, se coloquem em defesa do COMUNISMO LATINO. Entretanto, na medida em que forem sendo informados do quanto o Brasil foi roubado e saqueado por atos de corrupção promovidos pelo PT, com Lula e Dilma a frente, aí o apoio vai minguar naturalmente. Afinal, quem aplaude governos corruptos é porque aplaude a corrupção e/ou age da mesma forma.
POSTURA DO MINISTRO JOSÉ SERRA
O que mais gostei foi a postura do novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, que não perdeu tempo e emitiu, no dia seguinte ao Impeachment, notas à imprensa repudiando as críticas da União das Nações Sul-americanas (Unasul) e governos da Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua. Nota 10, ministro.
ROMPIMENTO COM O FORO DE SÃO PAULO
Mais: fiquei com a sensação de que a postura do ministro Serra é uma declaração de rompimento definitivo do Brasil com o Foro de São Paulo. Com isto é de se esperar que o Brasil se abra para novos e importantes acordos comerciais. Tomara.
NÚMERO ENORME DE PROBLEMAS
Se todos os ministérios tomarem decisões, rápidas, firmes e objetivas como estas, as chances do país dar certo em tempo menor do que o previsto começa a ganhar corpo. É certo que a quantidade de problemas criados ao longo desses últimos 13 anos impõe muito trabalho e grande dificuldade para contornar a situação. Entretanto, ações efetivas têm o poder de aumentar a esperança.
Debate sobre acordos de investimento no Uniceub: 25/05/2016
Debate sobre os novos Acordos de Cooperação e de Facilitação dos Investimentos do Brasil
Auditório da Biblioteca — Uniceub
Em 2015, o Brasil assinou 6 acordos sobre a proteção dos investimentos internacionais — chamados de Acordos de Cooperação e de Facilitação dos Investimentos (ACFI) —, com Angola, Mozambique, Malawi, Colômbia, México e Chile. Os acordos atinentes à proteção dos investimentos protegem de forma recíproca os investimentos internacionais entre países signatários. O modelo de acordo proposto pelo Brasil tem o mérito de ser original em comparação com os mais ou menos 3.000 tratados bilaterais sobre a promoção e a proteção dos investimentos que coloram o universo do Direito Internacional dos Investimentos. Ora, a originalidade não isenta os ACFI de críticas. Sob um foco jurídico, político e econômico, esse debate ressaltará os aspectos interessantes e úteis bem como os elementos criticáveis dos ACFI brasileiros.
Debatedores:
Senhor Pedro Mendonça Cavalcante (Itamaraty)
Professora Michelle Ratton Sanchez Badin (FGV-SP)
Professor Paulo Roberto de Almeida (Uniceub)
Professor Nitish Monebhurrun (Uniceub)
Moderadora:
Professora Alice Rocha da Silva (Uniceub)
Epitafio do lulopetismo diplomático - Paulo Roberto de Almeida (OESP)
Epitáfio do lulopetismo diplomático
Os lulopetistas retiraram credibilidade à política externa e à própria diplomacia profissional, em primeiro lugar, pelo alinhamento canhestro a regimes de esquerda na região, numa demonstração de anti-imperialismo anacrônico e de antiamericanismo infantil (existiam motivos atrás disso, o Foro de São Paulo, uma organização de fachada que permite aos comunistas cubanos controlar correias de transmissão no Hemisfério). Houve um tempo em que o Brasil parecia dispor de vários ministros de Relações Exteriores, sendo um ironicamente designado de “chanceler para a América do Sul”, um apparatchik do partido, amador em assuntos externos, mas dispondo de grande poder para impor posturas contrárias ao interesse nacional, contra as opiniões mais sensatas da diplomacia profissional.
Não faltou sequer certa dose de traição aos interesses do País, como revelado em episódios lastimáveis da diplomacia partidária, como a expropriação ilegal e indevida de ativos nacionais em países vizinhos, ou até a tentativa, felizmente frustrada, de fazer organismos externos interferirem em nossa política interna, todos a partir de atropelos dos lulopetistas aprendizes de feiticeiro na agenda internacional do Brasil, que teria ficado em melhores condições nas mãos dos diplomatas profissionais.
O desmantelamento dos objetivos comerciais e econômicos do Mercosul, e sua transformação em mera tribuna política, sem nenhum efeito sobre seu fortalecimento enquanto parceiro internacional confiável, foi outra das lamentáveis “realizações” dos lulopetistas: o Mercosul se desqualificou, quando não abandonou por completo sua participação em negociações regionais ou plurilaterais em prol da abertura econômica, liberalização comercial ou inserção em cadeias mundiais de valor. O apoio concreto a duvidosos regimes esquerdistas – quando não ditaduras abertas – constituiu o aspecto mais histriônico, e nefasto, dessa política externa bizarra, aliás, em total desrespeito a normas constitucionais e em contradição completa com nossas tradições diplomáticas (como a interferência nos assuntos internos de Honduras, por exemplo). Tudo isso minou a credibilidade da nossa política externa e da diplomacia profissional.
O isolamento econômico do Brasil não foi algo improvisado, mas, sim, resultou de concepções anacrônicas em matéria de políticas industriais ou comerciais, que recendem a um bolor desenvolvimentista de décadas passadas, o qual, todavia, os lulopetistas sempre admiraram pelo seu lado estatista e dirigista, com raízes no protecionismo comercial e na proteção de uma “indústria infante” (a automobilística, por exemplo), que ainda não terminou de ser criança, mesmo passados 60 anos. Regras de conteúdo local e de discriminação tributária, como condição de acesso ao mercado interno, não estão apenas em contradição com regras do Gatt-Organização Mundial do Comércio (OMC), mas realimentam velhos sonhos soviéticos de “socialismo num só país”, no nosso caso transformado em perfeito exemplo de “stalinismo industrial”, ou seja, uma indústria isolada do mundo.
O renascimento da política externa num novo governo terá de rever todas essas posturas anacrônicas do lulopetismo diplomático, indignas de nossas melhores tradições profissionais nessa área. A restauração da credibilidade externa do Brasil começa pela dupla superação da doença infantil do esquerdismo terceiro-mundista, traduzido na míope “diplomacia Sul-Sul”, e da obsessão pela busca de “parceiros estratégicos”, um fantasmagórico grupo de “anti-hegemônicos” (na concepção dos lulopetistas), cada um, na verdade, cuidando de seu interesse próprio no cenário mundial. O fim do autoisolamento econômico e comercial passa, por sua vez, pela reversão completa das medidas adotadas nos últimos anos, começando por colocar novamente na agenda os objetivos prioritários inscritos no artigo 1.º do tratado do Mercosul, ou então a concessão de liberdade a cada membro para negociar acordos de liberalização comercial com os parceiros mais prometedores. A indústria brasileira não precisa tanto de proteção e subsídios quanto de abertura e competição, à condição que ela deixe de ser esmagada por uma carga tributária tão extorsiva quanto imoral.
A política externa lulopetista isolou o Brasil do mundo e retirou credibilidade à sua diplomacia profissional ao partir de pressupostos completamente equivocados, em alguns casos deliberadamente voltados para prestar serviço a obscuros clientes externos, que nada tinham que ver com os nossos interesses nacionais. O Itamaraty precisa ser restaurado em seu papel fundamental de assessoria competente, essencialmente técnica, na formulação das diretrizes presidenciais em matéria de política externa, sem nenhum vezo partidário ou ideológico.
Afastados apparatchiks partidários – que, aliás, romperam com métodos de trabalho obrigatórios na diplomacia profissional, como o registro documental de cada ação empreendida –, o Brasil poderá recuperar sua credibilidade externa e reinserir-se produtivamente na economia mundial.
Não era sem tempo!
*Paulo Roberto de Almeida é diplomata de carreira e é professor no Uniceub (Brasília)
Site: www.pralmeida.org
Blog: http://diplomatizzando.blogspot.com
domingo, 15 de maio de 2016
Um anarco-diplomata fala sobre a diplomacia em tempos não convencionais - Paulo Roberto de Almeida
Livre comércio: quem pode ser contra? - Paulo Roberto de Almeida (Academia Liberalismo Economico)
Livre comércio: quem pode ser contra?
- Paulo Roberto de Almeida
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Todos os políticos sensatos afirmam ser – por vezes, enganosamente – a favor do livre comércio; mas, de fato, praticam o mais deslavado protecionismo. Eles o fazem sob o argumento de que “a teoria é perfeita, mas na prática não funciona”; na verdade, geralmente, eles estão apenas atrás de reeleição no seu curral eleitoral, eventualmente ameaçada se a competição estrangeira destruir muitos empregos localmente.
É compreensível que a lógica (inatacável) do livre comércio – evidenciada desde o início do século 19 pelo economista britânico David Ricardo, proponente da tese das vantagens comparativas relativas – não seja muito compreensível ao cidadão comum (com perdão pela redundância): pessoas sem maior instrução econômica – ou sem um conhecimento mais acurado da história – não conseguem compreender que comprar produtos mais baratos do exterior sempre será melhor do que se tentar fazer tudo localmente, empregando os fatores nacionais na produção de bens para os quais os países, ou seus atores microeconômicos, dispõem de vantagens comparativas relativas, uma vez que, deste modo, a renda aumentará para todos os parceiros no negócio, tanto exportadores, quanto importadores. O cidadão comum só consegue ver a “perda” dos empregos locais, ou a “transferência” de renda para o exterior, deixando de perceber os benefícios evidentes da especialização produtiva segundo a dotação (não estática) de fatores. Como se diz comumente: o comércio nunca é um jogo de soma zero, ou seja, só uma das partes pode ganhar, em detrimento da outra; todos sempre ganham no exercício totalmente livre de trocas voluntárias.
É menos compreensível que políticos, em geral cidadãos mais educados do que a média – ops, talvez não em todos os países… –, sejam contra o livre comércio, já que eles (ou os seus assessores) estariam em condições de comprovar o quanto o livre comércio contribui para o aumento dos índices de produtividade, para os níveis de competitividade e, portanto, para a geração de riqueza nacional, medidos direta ou indiretamente quanto aos seus resultados de médio e de longo prazos. Mas talvez não se possa pedir a políticos que sejam sempre racionais e coerentes com a realidade.
É menos compreensível ainda, ou talvez não seja racionalmente admissível, que economistas inteligentes se posicionem contra o livre comércio, quando, mesmo decidido unilateralmente, ele só traz benefícios aos países que o praticam. Como dito acima, os argumentos contra o livre comércio por parte de ‘economistas’ não são de natureza econômica, mas de ordem essencialmente política. Mesmo um economista reputado inteligente como Paul Samuelson produziu um ‘teorema’ e caiu na esparrela de opor-se ao livre comércio sob a justificativa de que ele diminuía os salários dos trabalhadores menos qualificados… nos Estados Unidos (sic!). Ele provavelmente não mediu o aumento da renda – ou seja, do poder de compra, da capacidade aquisitiva – desses mesmos trabalhadores na vigência do livre comércio. Em outros termos, ainda que o livre comércio provoque pressão baixista sobre os salários dos trabalhadores menos qualificados, eles adquirem uma “renda extra” ao poderem adquirir bens e serviços mais baratos, eventualmente de melhor qualidade também, quando importados.
Talvez os economistas que procedem como Samuelson tampouco querem, a exemplo dos políticos oportunistas, ser acusados de contribuir para a perda de empregos nacionais, ou para o aumento do déficit comercial, seja lá o que for mais importante. Mas nada explica a construção de argumentos aparentemente sérios contra o livre comércio, quando essa oposição causa, objetivamente, perda de renda nacional, perda de oportunidades de especialização produtiva – e, portanto, de ganhos de produtividade em setores com demanda externa potencialmente maior – e perda de nichos de integração na economia internacional, a maior provedora possível de tecnologias inovadoras, know-how, capitais e receitas de exportação. Não se pode esquecer que, por definição, a soma do conhecimento externo sempre será maior do que qualquer conhecimento interno, mesmo para a maior e mais poderosa economia nacional (o que é evidente pelos dados de licenciamento tecnológico e de registro de patentes).
O livre comércio, aliás, é um pouco como a tecnologia: destrói alguns empregos localizados, setorialmente e temporariamente, ao mesmo tempo em que cria novos empregos, em setores mais avançados e geralmente de melhores salários. Pode ocorrer, claro, que as perdas sejam mais amplas, de mais longa duração, e que os novos empregos não sejam, localmente, de mais alta remuneração. Mas isto se deve a outros fatores causais, talvez externalidades negativas ainda não revertidas pela economia nacional, e não propriamente aos mecanismos do livre comércio, que sempre tendem a produzir ganhos de renda na economia como um todo.
Sendo isso verdade – e não vejo argumentos contrários a essas ideias que sejam racionalmente defensáveis – é surpreendente que o livre comércio não seja ainda mais disseminado – ou seja, universal e unilateral – do que os poucos exemplos parciais, quase em formato de arquipélago ou de colcha de retalhos, dos acordos que podem ser legitimamente classificados sob essa rubrica e como tal registrados na OMC. Com efeito, a maior parte dos acordos ditos de livre comércio são, na verdade, de liberalização comercial, deixando ainda largas frações das economias nacionais – geralmente agricultura e indústrias intensivas em trabalho – ao abrigo da concorrência estrangeira. Na verdade, como já dizia outro economista britânico, John Stuart Mill, mais importante do que a simples troca de mercadorias, o que o livre comércio mais promove – aliás o simples ato de comerciar, independentemente das condições – é o intercâmbio de “ideias”, que estão sempre embutidas em quaisquer produtos.
O outro argumento – de natureza política, sublinhe-se mais uma vez – que busca refrear o avanço dos acordos de livre comércio é o de que seus ganhos (ou perdas), do ponto de vista da renda dos cidadãos, seriam muito pequenos e difusos (ou seja, disseminados por toda a sociedade); ao passo que seu impacto negativo é geralmente concentrado numa indústria ou num setor específico, podendo produzir, portanto, efeitos devastadores numa cidade ou numa região inteira. Se isso é verdade, políticos responsáveis deveriam ser a favor do livre comércio, já que os ganhos (ou perdas) para a economia e a sociedade como um todo são incomensuravelmente maiores do que o argumento do foco concentrado, por definição parcial e limitado a uma parte apenas da economia ou da sociedade.
Um simples cálculo de contabilidade nacional permitiria comprovar que o efeito de uma tarifa elevada ou de uma salvaguarda – mesmo temporária – sobre um produto ou serviço qualquer oferecido em competição a um similar nacional, é muito mais relevante do que os custos setoriais e limitados do livre comércio, por vezes em dígitos de milhões, contra simples dezenas ou centenas de milhares. Da mesma forma, os empregos perdidos (ou não criados) pela ausência de livre comércio são mais relevantes, no plano da qualidade e dos vencimentos, do que os poucos empregos preservados temporariamente pela sanha de algum político protecionista.
Este é, finalmente, o último argumento em favor do livre comércio: os empregos assim ‘salvos’, estão irremediavelmente condenados, pois que eles não poderão se manter indefinidamente num mundo irremediavelmente globalizado (mas, de certa forma, ele sempre o foi, pelo menos para as economias de mercado). A indústria assim protegida corre um risco ampliado de, mais cedo ou mais tarde, perecer completamente, quando não se lhe oferece a oportunidade (e a chance) de enfrentar a concorrência pela qualificação tecnológica, pela reconversão produtiva, pela inovação incremental.
A América Latina é uma região que, ao longo da história, produziu alguns dos argumentos mais esgrimidos por economistas, políticos, simples acadêmicos, contra o princípio e a prática do livre comércio. Desde o imediato pós-Segunda Guerra, o economista argentino Raúl Prebisch, então diretor-geral da Comissão Econômica da ONU para a América Latina (Cepal), com sede em Santiago, disseminou sua tese quanto à “deterioração das relações de troca”, uma construção baseada na crença, a partir de estatísticas selecionadas arbitrariamente, de que os países em desenvolvimento exportadores de matérias primas sempre perderiam contra os países desenvolvidos exportadores de manufaturas, pois que as primeiras, argumentava ele, tendiam a ter seus preços reduzidos no comércio internacional, ao passo que os segundos sempre ganhariam com a venda de produtos industrializado.
Desse “intercâmbio desigual” se deduzia a necessidade de industrialização – o que é absolutamente aceitável – mas também de projetos, a serem negociados nos foros internacionais, no sentido de “corrigir” os mercados de commodities pelos seus efeitos depressivos sobre os seus preços, com o que se passou à elaboração de acordos setoriais (café, cacau, açúcar, estanho, etc.) para diferentes matérias primas livremente transacionadas desde sempre visando à estabilização e manutenção de preços de referência (com quotas, estoques reguladores e outros mecanismos intervencionistas). O Brasil, inclusive, é um país “pioneiro” nesse tipo de intervenção, desde as primeiras medidas, no início do século 20, de “defesa do café”, das quais resultaram processos em cortes de Nova York contra a “manipulação dos mercados”.
Não existem, repito, argumentos racionais, economicamente defensáveis, contra o livre comércio; tudo o que se disser contra ele tem causas e fundamentação essencialmente políticas. Ainda aguardo o teorema que irá provar o contrário, eu e David Ricardo…
- Assuntos: Comércio Internacional
Sobre o Autor
Paulo Roberto de Almeida
Souza Dantas, Dom Quixote nas Trevas - Fabio Koifman, na Casa Stefan Zweig (Petropólis, 21/05)
A Casa Stefan Zweig convida para o evento:
SOUZA DANTAS, QUIXOTE NAS TREVAS
Palestra de Fabio Koifman, historiador, no âmbito da Semana dos Museus.
Sábado, 21 de maio de 2016, 15h30, na CASA STEFAN ZWEIG, Rua Gonçalves Dias 34, Petrópolis.
Mais de mil vidas salvas durante a Segunda Guerra Mundial: o embaixador Luiz Martins de Souza Dantas, que representava o Brasil na França ocupada, arriscou seu posto emitindo vistos irregulares, muitas vezes contrariando ordens expressas do governo Vargas. Autor do livro Quixote nas Trevas: o embaixador Souza Dantas e os refugiados do nazismo, o historiador Fabio Koifman faz palestra no próximo sábado, 21 de maio, às 15h30, resgatando esse grande exemplo de iniciativa individual.
Entre outros, Souza Dantas ajudou a salvar o diretor polonês Zbigniew Ziembinski, que viria a se tornar um dos maiores nomes do teatro brasileiro, o empresário cultural Oskar Ornstein, que trouxe para o Rio de Janeiro nomes como Marlene Dietrich, Nat King Cole e Frank Sinatra para o Maracanã, o químico Fritz Feigl e sua mulher, a incorporadora Regine Feigl.
Luiz Martins de Souza Dantas é um exemplo do esquecimento histórico de que são vítimas tantos brasileiros notáveis. Foi considerado um dos mais importantes e competentes diplomatas brasileiros, se não mundiais, da primeira metade do século XX.
A pesquisa relativa ao embaixador Souza Dantas foi resultado de três anos de pesquisa e estudos. Fundamentou-se em mais de 7.500 documentos reproduzidos, 30 horas de entrevistas gravadas e dezenas de depoimentos. A pesquisa de Koifman localizou 475 portadores de visto concedidos por Souza Dantas, graças ao estudo sistemático das listas de passageiros de navios que chegaram ao Brasil vindos da Europa entre junho de 1940 e fevereiro de 1942.
Refratário à vaidade, Dantas não deixou nenhum registro ou arquivo pessoal. Tratou sua vida particular com estrita discrição. A publicação de Quixote nas trevas resgata a importância desse grande brasileiro, considerado um “justo entre as nações”.