O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A estupidez monumental de Piketty - Peter Schiff

O autor deste artigo, um capitalista de sucesso e sem vergonha de sê-lo, argumenta que o economista francês que quer tirar dos ricos para dar aos pobres é motivado basicamente pela inveja.
Pode ser.
Mas a conclusão que eu tiro da leitura deste artigo é que ele é um estúpido fundamental, já que sua "solução" para o problema da desigualdade -- que eu não considero um problema, obviamente, apenas uma faceta da condição humana -- apenas criaria mais problemas, e não representaria solução alguma.
Em todo caso, leiam com atenção.
Quem quiser ler no original, siga este link: http://finance.townhall.com/columnists/peterschiff/2014/06/02/pikettys-envy-problem-n1846197/page/full
Paulo Roberto de Almeida

O problema de inveja de Piketty

Portal Libertarianismo, 10 de junho de 2014
Não há dúvida de que o novo livro de Thomas Piketty, Capital in the 21st Century (tradução livre, Capital no Século XXI) despertou a atenção do mundo. Na verdade, o fenômeno Piketty (o equivalente econômico à Beatlemania) tem em alguns aspectos se tornado uma história maior do que as ideias em si. Contudo, a popularidade do livro não é de todo surpreendente quando você considera que sua premissa central – como a redistribuição radical de riqueza criará uma sociedade melhor – sempre teve entusiastas (muitos dos quais instigaram revoltas e revoluções). O que é surpreendente, todavia, é que as ideias absurdas contidas no livro possam atrair tantas pessoas que supostamente são inteligentes.
Antes do século XX, o impulso da redistribuição foi refreado somente pelo poder incontestável das classes dominantes e, em menor medida, pelas restrições morais e prática contra o roubo. Karl Marx driblou as objeções morais sob o argumento de que os ricos se tornavam ricos somente por meio do roubo, e que a eliminação da propriedade privada era a chave para o crescimento econômico. No entanto, os resultados funestos das revoluções comunistas do século XX levaram os ventos das velas dos redistribucionistas. Depois dessa derrota, novas ideias eram necessárias para salvar a causa. As 700 páginas de Piketty aparentemente preencheram essa lacuna.
Qualquer pesquisador político dirá que a batalha das ideias é ganha ou perdida nos primeiros 15 segundos. A principal conquista de Piketty não reside na importância do seu livro, ou na sua análise de séculos de estatísticas sobre renda (a qual mostrou sinais de desgaste), mas sim na proposição de uma ideia sedutora e emocionalmente simples: que os ricos enriqueceram porque o retorno sobre o capital investido (r) é geralmente duas a três pontos percentuais maiores anualmente do que o crescimento econômico (g). Portanto, as pessoas com dinheiro para investir (os ricos) sempre enriquecerão, num ritmo mais rápido, do que todas as outras pessoas. O livre mercado, portanto, é uma via de mão única em direção ao crescimento da desigualdade.
Como Piketty vê a riqueza em termos de ganhos de soma zero (alguém enriquece empobrecendo a outrem), ele acredita que o sofrimento das massas aumentará até que esse ciclo seja quebrado por meio de: 1) destruição de riqueza que ocorre durante a guerra ou depressão (o que empobrece os ricos) ou 2) redistribuição de riqueza alcançada por meio da tributação sobre a renda, a riqueza e a propriedade. E embora Piketty pareça admirar os resultados alcançados pela guerra e a Depressão, ele não as defende como políticas. Restam os tributos, os quais deveriam ser majorados o suficiente para evitar as altas rendas e a riqueza sob forma de herança.
Antes de demolir o núcleo de sua tese, devemos nos maravilhar com a absurdidade de sua premissa. No seu livro, ele declara “para aqueles que trabalham para viver, o nível de desigualdade nos Estados Unidos é provavelmente maior do que em qualquer outra sociedade em qualquer momento do passado”. Dado que a igualdade é seu padrão de medida de prosperidade econômica, isso significa que ele acredita que os Estados Unidos é provavelmente o pior lugar possível para uma pessoa não rica ter nascido. Essa é uma declaração muito arrogante. E é verdade, em um sentido muito superficial e limitado. Por exemplo, de acordo com a Forbes, Bill Gates é US$ 78 bilhões de dólares mais rico do que o norte-americano mais pobre. Encontrar outro exemplo de tal disparidade monetária pode ser difícil. Contudo, a riqueza é medida de forma muito mais eficiente de outras formas, através do padrão de vida, particularmente.
Por exemplo, acredita-se que o romano mais rico que existiu até hoje foi Crassus, um proprietário de terras do 1º século antes de Cristo. Em um momento quando uma fatia de pão era vendida por 1/2 de um sestércio, Crassus tinha um valor líquido estimado de 200 milhões de sestércios, ou cerca de 400 milhões de fatias de pão. Hoje, nos Estados Unidos, onde uma fatia de pão custa cerca de US$ 3, Bill Gates poderia comprar cerca de 25 bilhões deles.  Então, quando medida em termos de pão, Gates é mais rico. Mas essa é praticamente a única categoria onde isso é verdade.
Crassus vivia em um palácio que teria estado além da compreensão de muitos romanos. Ele consumia alimentos exóticos e vinhos finos até se saciar, tomava banhos quentes todos os dias, e tinha seu próprio grupo de servos, criados, cozinheiros, artistas, massagistas, artistas de teatro e músicos. Seus filhos possuíam tutores privados. Se a temperatura aumentasse muito, ele era carregado em um veículo privado até sua casa de praia, tendo servos abanando-o 24 horas por dia. Em contraste, os romanos mais pobres, se não estavam acorrentados a remos ou gladiando com feras selvagens na arena, provavelmente estariam trabalhando pesado nos campos comendo nada mais do que pão, se houvesse pão, é claro. Ao contrário de Crassus, eles não tinham acesso a uma dieta variada, saúde, educação, diversão ou água encanada.
Por outro lado, veja como Bill Gates vive em comparação com os norte-americanos mais pobres. A pia usada por ambos é notavelmente similar, e ambos disfrutam de água corrente quente e fria. Gates certamente tem acesso a alimento e plano de saúde de melhor qualidade, mas os norte-americanos não morrem de fome ou caem mortos nas ruas por causa de doenças, além de terem muito mais para comer do que meramente pão. Para entretenimento, Bill Gates provavelmente liga a TV e assiste aos mesmos programas que os norte-americanos mais pobres assistem, e quando a temperatura se eleva, ele liga o ar-condicionado, algo que muitos norte-americanos pobres também podem fazer. Obviamente que virar hambúrgueres no McDonald´s não é algo agradável, contudo, é muito melhor do que ser um escravo de uma galera. A mesma disparidade pode ser detectada em outros momentos da história, de Kublai Khan a Louis XIV. Monarcas e a nobreza alcançou riqueza inimaginável enquanto era cercada de pobreza atroz. A mesma coisa acontece hoje em lugares como a Coréia do Norte, onde Kim Jong-un vive em esplendor enquanto seus cidadãos literalmente morrem de fome.
Desemprego, enfermidades ou deficiências não são sentenças de morte nos Estados Unidos como eram em outros lugares no decorrer da história. Na verdade, é possível ganhar até mais sem trabalhar. Mesmo assim, Piketty quer que acreditemos que a desigualdade nos Estados Unidos hoje é pior do que em qualquer outro lugar na história. Se você pode engolir esse abacaxi, acho que você está preparado para aceitar tudo mais que ele quer servir.
Todos os economistas, independentemente de sua orientação política, reconhecem que o aumento do capital produtivo é essencial para o crescimento econômico. Somos tão bons quanto as ferramentas ao nosso dispor. Alimento, roupas e moradia são muito mais abundantes hoje em relação a 200 anos atrás porque o capital na forma de equipamentos torna os processos da agricultura, manufatura e construção muito mais eficientes e produtivos (apesar das regulamentações governamentais e dos tributos que diminuem essa eficiência). Piketty tenta mostrar que foi além de Marx, reconhecendo os problemas das economias planificadas.
No entanto, ele acredita que o Estado deveria estipular limites sobre a quantidade de riqueza que os capitalistas podem reter dos frutos de seu trabalho. Para fazê-lo, ele imagina alíquotas de imposto de renda que se aproximariam de 80% sobre rendas acima de US$ 500 mil, combinada com uma alíquota anual de 10% sobre a riqueza existente (em todas as suas formas: propriedades, artes, propriedade intelectual, etc). Para ser efetiva, ele argumenta que esses tributos confiscatórios deveriam ser impostos globalmente de forma que as pessoas ricas não pudessem transferir seus ativos para outras partes do mundo, fugindo, assim, da tributação. Ele admite que essas transferências podem na verdade não aumentar a arrecadação tributária, as quais poderiam ser usadas, supostamente, para ajudar os pobres. Em vez disso, ele afirma que a questão principal é simplesmente evitar que as pessoas ricas permaneçam ricas ou que enriqueçam.
Dado que seria ingenuidade presumir que os ricos continuariam a trabalhar e investir no nível atual uma vez que tivessem de encarar as barreiras impostas por Piketty, ele claramente acredita que a economia não sofreria nada com isso. Dado o esforço que é demandado para se obter o lucro e o valor que todo mundo coloca sobre o seu tempo livre, provavelmente todos aqueles empreendedores simplesmente decidirão que 100% de esforço por um retorno de 20% não vale a pena.  Piketty realmente acredita que a economia seria beneficiada se os Steve Jobs e os Bill Gates do mundo simplesmente decidissem parar de trabalhar tão logo fizessem meio milhão de dólares?
Como ele considera a riqueza herdada como o pecado econômico original, ele também advoga políticas tributárias que colocarão um fim nela. O que essa medida alcançaria? Se impedirmos a possibilidade de transferir dinheiro ou propriedade a crianças, as pessoas bem sucedidas tenderão a gastar em serviços de luxo (viagem e entretenimento) do que poupar e se planejar para o futuro. Enquanto a maioria dos economistas modernos acredita que a poupança é prejudicial já que reduz o gasto corrente, ela é, na verdade, o capital que financia o crescimento econômico de longo prazo. Ademais, negócios gerenciados com vistas ao longo prazo tendem a oferecer valor incremental à sociedade. Colocar os filhos nos negócios da família também gera valor, não somente para os acionistas, mas para os consumidores. Contudo, Piketty preferiria que os empresários fechassem as portas antes que seus filhos crescessem e fizessem parte do negócio. Como, exatamente, isso beneficia a sociedade?
Se a renda e a riqueza são cortadas, as pessoas com capital e rendas acima desse limite não terão incentivos para investir ou emprestar dinheiro. Acima de tudo, porque correr o risco quando quase todo o retorno seria perdido em tributos? Isso significa que existirá menos capital disponível para ser emprestado aos negócios e indivíduos. A consequência direta será o aumento das taxas de juros, prejudicando o crescimento econômico. Os tributos sobre a riqueza exercerão pressão altista similar sobre as taxas de juros, através da redução dos volumes de capital que estão disponíveis para empréstimo. Pessoas ricas saberão que qualquer riqueza não gasta será tributada em 10% anualmente, de forma que somente os investimentos com retorno maior do que 10%, por uma margem ampla o suficiente para compensar o risco, deveria ser considerado. Essa é uma grande barreira.
A falha principal nos seus argumentos não é moral, ou mesmo computacional, mas sim lógico. Ele nota que o retorno do capital é maior do que o crescimento econômico, todavia falha em considerar comm o capital “gera” benefícios para todos. Por exemplo, é fácil ver que Steve Jobs recebeu bilhões pelo desenvolvimento e venda de produtos da Apple. Tudo o que você precisa fazer é verificar a conta bancária dele. Contudo, é muito mais difícil, se não impossível, medir o benefício muito maior gerado pelas suas ideias na sociedade. Isso é perceptível se você fizer as perguntas corretas. Por exemplo, quanto alguém teria de pagá-lo para que você, voluntariamente, não usasse a Internet por um ano? Provavelmente, a maioria dos americanos escolheria um valor superior a US$ 10.000 dólares. Isso por um serviço que muitas pessoas pagam menos do que US$ 80,00 mensais (às vezes é até grátis, se você consumir uma xícara de café). Esse diferencial é a “matéria escura” que Piketty não consegue identificar, porque nem mesmo se importa em procurar.
De alguma forma, nas várias décadas de sua pesquisa, Piketty negligenciou o fato de que a Revolução Industrial reduziu a desigualdade como um todo. Os camponeses, que tinham estado presos na agricultura de subsistência por séculos, se encontraram com possibilidades econômicas muito maiores dentro de poucas gerações. Então, enquanto a sociedade feudal era dividida em alguns grupos que eram muito ricos e as massas que eram miseravelmente pobres, o capitalismo criou a classe média pela primeira vez na história e permitiu a possibilidade de real mobilidade econômica.  Como subproduto, alguns dos empreendedores mais bem sucedidos obtiveram as maiores fortunas vistas até então. No entanto, Piketty somente dá importância aos extremos. Isso porque ele, e seus seguidores, são impulsionados muito mais pela inveja do que pelo desejo do sucesso. No mundo real, todavia, onde a inveja não é comestível, o padrão de vida é o que realmente importa.
// Tradução de Matheus Pacini. Revisão de Ivanildo Terceiro. | Artigo Original

Sobre o autor

Peter Schiff
Peter David Schiff (23 de março de 1963) é um autor, empresário e comentarista financeiro dos Estados Unidos. Schiff é o CEO e chief global strategist da corretora de valores Euro Pacific Capital Inc.

Historia do pensamento economico alemao e do ensino da economia na Alemannha, de 1812 a nossos dias

Transcrevendo uma postagem da lista de História do Pensamento Econômico, que frequento, sobre uma base de dados que me parece altamente interessante:

Dear colleagues,

Those of you who read German and are interested in the institutional history of economics might want to have look at a new webpage that I created with a team of students on the history of the economics faculty at today's Humboldt University in Berlin. It entails, next to a series of short texts, a searchable database of all courses ever given since the foundation of the university in 1812 (about 20.000), ranging from early cameral sciences, over the historicist and inter-war period, national socialism, GDR, to today. The more prominent scholars are Schmoller, Sombart, Stackelberg, Kuczynski, and Uhlig, but many others (1200) less known economists can be traced by their teaching activities, and, if available, short biographies and photographs.


Cordial wishes,

Till Düppe
Professeur adjoint
Département des sciences économiques
École des sciences de la gestion
Université du Québec à Montréal
Pavillon des Sciences de la gestion
315, rue Sainte-Catherine Est, local R-5610
Montréal (Québec), H2X 3X2, Canada

Téléphone: (514) 987-3000 5577#

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Seria a Receita Federal um orgao cientifico? Existem fundadas duvidas a respeito...

Embora a Receita Federal possua funcionários competentes, computadores poderosos, metodologia avançada de extorsão de renda e riqueza dos cidadãos e das empresas, não tenho certeza de que ela possa aspirar ao status de órgão imparcial, ou objetivamente científico.
Ela é, de todos as agências públicas, aquela que mais se aproxima da definição de fascismo corporativo, e todas as suas ações, cientificamente embasadas ou não, se destinam a extorquir, no limite da exaustão, os cidadãos e as empresas.
Sua filosofia é muito parecida com a de Mussolini: No Estado tudo, fora do Estado nada. Tudo pelo Estado, nada contra o Estado.
Assim ela trabalha, assim ela atua.
Será que sua revista "científica" aceitaria um artigo sobre o seu próprio fascismo "científico"?
Paulo Roberto de Almeida

Receita Federal lança revista de artigos científicos
Servidores e pesquisadores poderão publicar trabalhos. Interessados deverão enviar os textos até o dia 01 de agosto
A Receita Federal lançou hoje a sua primeira revista de artigos científicos destinada ao incentivo, à produção e à difusão de trabalhos científicos de autoria de servidores e de pesquisadores. Com periodicidade semestral, a Revista tem por finalidade: incentivar a produção de trabalhos de conteúdos relevantes pelo corpo funcional da Receita Federal e por pesquisadores externos e promover a discussão crítica, a abordagem interdisciplinar e a difusão de ideias por meio de trabalhos acadêmicos confeccionados com rigor técnico, na forma de artigos, resenhas de livros, jurisprudência comentada, estudos e inovações normativas.

A Revista possui perfil aberto às mais diversas abordagens teóricas e metodológicas, inclusive a textos que versem sobre gestão organizacional, temas relativos à Educação Fiscal e à História da Administração Tributária Federal no Brasil.

A publicação será oferecida ao público nos formatos digital e impresso, ficando a versão digital disponível no endereço eletrônico da Receita Federal. Os periódicos impressos (até 4.000 exemplares) serão distribuídos gratuitamente a órgãos e instituições federais, estaduais e municipais, conforme definição do Conselho Editorial. O periódico contará com cinco seções:

· Institucional, estudos ou divulgações;
· Artigos;
· Jurisprudência comentada;
· Inovações normativas;
· Resenhas de livros.

Serão aceitos trabalhos em português, inglês e espanhol. Os interessados deverão enviar os textos até o dia 01 de agosto de 2014. Os artigos deverão ser encaminhados para o seguinte endereço eletrônico: revistareceitafederal.df@receita.fazenda.gov.br

Normas e submissão de artigos, clique aqui:

Versão do Edital em inglês.

Versão do Edital em espanhol.

Ditaduras sempre querem mudar a historia, para controlar as mentes: falham invariavelmente...

A liberdade sempre encontra uma maneira de se expressar, mesmo reprimida duramente por ditadores, tiranos, demagogos, fraudadores da história, que também existem entre nós, mesmo que não tenham comandado massacres de pessoas, como na Rússia, na China, na Coreia do Norte, na Alemanha de Hitler, em várias outras ditaduras.
No Brasil, os fraudadores querem reescrever a história do passado, para controlar a do presente e moldar a do futuro. Vão falhar, como todos os outros.
George Orwell já descreveu as técnicas.
Sempre existe um espírito rebelde que rompe o silêncio, a mentira, a fraude...
Paulo Roberto de Almeida

Fahrenheit 1989: China Erases Memories of Tiananmen

By  in Beijing
Der Spiegel, June 11, 2014
Photo Gallery: Remembering TiananmenPhotos
REUTERS
Twenty-five years ago, the Chinese army violently suppressed protests on Tiananmen Square. To this day, Beijing uses pressure, censorship and money to stifle all attempts to commemorate the seminal incident in an up-and-coming China.
Hu Yaobang, 73, a reformer and one of the few politicians the Chinese have ever genuinely worshiped, died on April 15, 1989. As the party leaders who had toppled him from his position as general secretary two years earlier carried him to his grave, some 100,000 students gathered on Tiananmen Square and demanded Hu's rehabilitation. The incident marked the beginning of the revolutionary events of 1989 in faraway Beijing.
On the evening after Hu's death, his son asked his friend Zhang Lifan, a historian, to document the coming days and weeks. He told Zhang that members of the Hu family were too exhausted to do it themselves.
Today Zhang, who was 38 at the time, is one of China's leading intellectuals. He had 300,000 followers until last November, when censors shut down his blog. Zhang is a tall, kind and playful, 63-year-old man. When he is searching for a word or a memory, he tilts his head to one side and presses his left hand to his forehead. He wears a silver skull ring, a memento mori given to him by a Buddhist monk.
In the weeks following April 15, 1989, Zhang would become far more deeply involved in the events that were unfolding than he might have suspected on the evening after Hu Yaobang's death. He has waited almost a quarter of a century to publish part of his memoirs and talk about his experiences publicly.
"I felt cold on the morning of the funeral," he says. "There were thousands of demonstrators outside, while inside the building supreme leader Deng Xiaoping, that 84-year-old who had had his hair dyed once again, was stomping around like some angry young man. I was standing right next to him. He was determined and ready for a fight."
In the spring of 1989 Deng, who had fallen out of favor twice during the Cultural Revolution, saw his life's work being threatened: the economic opening of China under party dominance. "He knew that he would not experience a third comeback," says Zhang. "That fear led to the suppression of the unrest on Tiananmen."
'Enforced Amnesia'
During the Cultural Revolution in the late 1960s, tens of thousands of academics, artists and writers were banished or even beaten to death. "I knew what sort of trouble words could get me into," says Zhang, "and I had stopped keeping a diary years earlier." Nevertheless, he agreed to accept the request from Hu's family. "Historians rarely have the opportunity to witness an event that shapes history."
It was indeed an event that made history. Europe is marking the 25th anniversary of an important turning point in 2014. While Germany commemorates the fall of the Berlin Wall, the countries of the former Eastern bloc are celebrating their liberation from communism. But China's leaders see no reason to commemorate the protests that began at their palace gates and swept into the streets for the first time in 1989. The country's name still identifies China as a people's republic today, and according to its history books, nothing of any significance happened there 25 years ago. When the number "1989" is typed into Baidu Baike, a Chinese version of the online encyclopedia Wikipedia, one of the responses reads: "1989 is the number between 1988 and 1990."
The leadership isn't just ignoring an anniversary. In fact, it has erased the incident from the collective memory, despite its profound impact on China's current intellectual elite. Sinologist Frank Dikötter describes the government's policy as "enforced amnesia". Authoritarian countries, of course, have a habit of dismissing historic facts.
Ironically, though, China's Communist Party takes its version of history very seriously. Party officials constantly invoke history in their speeches, and since 1989 dozens of professorships in history have been established, days of remembrance have been introduced and countless conferences have been held. "To forget history is treachery," states an anthology of contributions to one of these conferences.
Nevertheless, the party quashes any attempt to force it to face up to its own history, one that includes the hundreds killed in the Tiananmen massacre and the millions who died in mass campaigns during the years under former leader Mao Zedong through the land reform, the "Giant Leap Forward" and the Cultural Revolution.
Unparalleled Negation
Even among authoritarian countries, China's negation of its own contemporary history is historically unparalleled. In the 25 years since Tiananmen, the country has not only taken off economically, but has also experienced a cultural explosion. And yet China's publishing houses and film studios, along with its universities, think tanks, museums and Internet companies, are producing culture devoid of much of its own history. China's version of Ray Bradbury's dystopian novel "Fahrenheit 451" could very well be called Fahrenheit 1989, a society in which the regime has deleted all unpleasant memories, so that millions of young Chinese today have no idea what happened on Tiananmen Square.
A week after the memorial service for Hu Yaobang, Zhang Lifan received a second request, this time from the government. Then Soviet President Mikhail Gorbachev had been invited to visit Beijing, but the regime didn't want his reception to be tainted by thousands of people protesting outside. Men like Zhang, a lecturer at the Beijing Academy of Social Sciences at the time, knew the students. The government asked him to serve as an intermediary.
"Weeks earlier, I had met and debated with students in a student apartment in Dasuzhou Alley," says Zhang. On a day in May, 25 years later, he and his wife are searching for the apartment near Tiananmen where he met with the students. But their search is unsuccessful. Like most buildings near the Gate of Heavenly Peace (Tiananmen Gate), those in Dasuzhou Alley are now occupied by party officials and their families. There are high walls, imposing portals and security cameras everywhere. When Zhang stops walking for a moment and points to where the apartment was, a couple emerges from a crowd of tourists and photographs him. It's obvious that they are plainclothes agents.
Zhang, undeterred, continues his account: "I spent days rushing back and forth between Tiananmen Square and the office of the United Work Front, which was supposed to communicate with the students. I didn't get much sleep."
Division in Both Camps
He noticed signs of divisions in both camps from the very beginning, says Zhang. In the government, he explains, the reformers were losing ground to the hawks. Among the students, the thousands of new demonstrators arriving every day were applying growing pressure on the core group, which had persevered on Tiananmen Square from the beginning and was willing to negotiate a withdrawal.
Shortly before martial law was imposed, Zhang guided one of the government's chief negotiators through the checkpoints to the demonstrators' main tent.
"We all sat on the ground, and one of the student leaders introduced the chief of the delegation to his people. 'This here is Yan Mingfu of the Workers' Front,' he said, 'a good man from the system. Listen to what he has to say, and give the reformers a chance.' But then Yan Mingfu kicked him. It was already dangerous at the time to be called a 'reformer'."
On the next day, May 19, the demonstrators voted on a bus whether to clear the square. The outcome was negative. "I ran over to the official in charge. He was surprised, because he thought the government had been given different signals," says Zhang. That evening, the students requested another meeting with the government, and Zhang took them to see the official. "The tone had changed radically within a few hours. Now the official asked: 'What else is there to discuss? Go back and see what's on TV."
Premier Li Peng had gone on television to declare martial law. "That put an end to my mission," says Zhang. "I was disappointed by both sides, because I knew what a historic opportunity had now been lost."
Immediate Efforts to Obfuscate the Massacre
On the night of June 3, 1989, the army advanced on Tiananmen Square. Hundreds of protestors who couldn't have imagined that the soldiers would obey orders to open fire died in Beijing, and hundreds more were killed outside the capital. The exact death toll is unknown to this day. Efforts to obfuscate the massacre began immediately after it had occurred.
Many of the prominent student leaders managed to flee abroad. Those demonstrators who were arrested disappeared into prisons for months or even years, and many were sentenced to death. Those who publicly declared their solidarity with the protestors, like a few prominent journalists, were demoted or fired. Party leader Zhao Ziyang who, as Zhang later discovered, had requested his and other academics' assistance, was deposed and placed under house arrest. He died in 2005.
But the determining factor in the disappearance of the Tiananmen massacre from China's public memory was the way the regime dealt with the hundreds of thousands of sympathizers in Chinese schools and universities -- the 1989 generation, which now forms the core of China as a cultural nation.
"Sometime that fall, we were summoned by the academy," says Zhang. "We were told to sit in a circle and deliver our reports. When it was my turn, they said: 'Comrade Zhang Lifan! What have you done?' In response, I asked: 'Is that a question or an order?' It was an order, and of course I had done more than anyone else."
Life after Tiananmen
He says he received daily visits from the police after that. The interrogations became increasingly harsh, and Zhang feared that he would be arrested any day. "Instead, the mood suddenly shifted. University grants and conference and research budgets increased, and academia blossomed," he recalls.
Throughout the country, historians began writing entire libraries full of essays and books about China's humiliation in the opium wars, the history of Marxism and the rise of the Chinese nation under the Communist Party. "Most of its was completely worthless from an academic standpoint, and it didn't hold up as a historical narrative, either."
Zhang continued to work for a period of time. "I still remember what I said in parting: You and I, we no longer belong in the same wok. We no longer fit together." Since then, he has been writing his blog and occasionally publishing a book or an essay, such as his memories of the funeral of Hu Yaobang published last year in the magazine Yanhuang Chunqiu, which prompted complaints to the editors by government censors. "Those who do not participate in writing the official account of this country's history have to think very carefully about what they are writing and how much of a risk they are taking," says Zhang.
Since the suppression of the Tiananmen uprising, the power of the Communist Party has relied on four pillars, writes China expert Minxin Pei: robust growth, sophisticated repression, state-sponsored nationalism and co-opting of social elites.
China's intellectuals play a key role in this power structure, voluntarily or involuntarily. They benefit from the economic boom more than most Chinese, and they are both victims of the censorship and surveillance state and authors of a powerful account of the greatness of the nation, the rise of the party and victory over China's enemies -- an account that excludes all mention of the disasters and mountains of bodies littering the country's history.
Oliver Stone: Deal with Your History
In mid-April, on the 25th anniversary of the death of reformer Hu Yaobang, Beijing's cultural establishment listened to what one of the biggest fans of China among the West's creative classes, the history-obsessed US director Oliver Stone, had to say. He had been invited to speak about cooperation between Hollywood and the Chinese film industry at the Beijing International Film Festival.
Stone's message was unheard of, at least publicly. Before any meaningful cooperation between Hollywood and China's studios could take place, he said, the country would have to finally come to terms with its historical material. "Mao Zedong has been lionized in dozens and dozens of Chinese films, but never criticized," he told them. "It's about time. You got to make a movie about Mao, about the Cultural Revolution. You do that, you open up, you stir the waters and you allow true creativity to emerge in this country."
He could understand Beijing's studio heads avoiding subjects like Tibet or unrest in the Xinjiang region, he said. "But not your history, for Christ's sake."
The audience applauded.

A opiniao da semana: embaixador acha que Brasil pode ajudar...

Primeiro a notícia, e a opinião:

O Brasil está preparado para dar uma grande contribuição às Nações Unidas e à comunidade internacional sobre o combate da violência sexual como arma de conflitos.

A opinião é do embaixador britânico em Brasília, Alexander Ellis. 

Agora o comentário:
Certamente, o Brasil tem duas grandes contribuições a oferecer nestes casos, cada uma sugestão de duas grandes personalidades que entendem do assunto, por já terem assumido altos cargos na administração pública.

A primeira vem de um político corrupto, aliado preferencial dos companheiros, procurado pela Interpol, e que já deveria estar há muito tempo na cadeia, que disse, quando era governador de São Paulo, ou prefeito da capital:
"Estupra mas não mata".

A segunda é da ex-ministra do Turismo, atualmente na (in)Cultura que, a propósito dos atrasos nos aeroportos -- isso foi muitos anos atrás, agora eles ficaram piores -- que a atitude certa para a vítima era esta:
"Relaxa e goza."

Edificante, não é?
A ONU vai ficar satisfeita com a contribuição brasileira ao combate à violência sexual...
Paulo Roberto de Almeida

O "ras-le-bol" dos brasileiros com a Copa - Virginie Jacoberger-Lavoué (Valeurs Actuelles)

MONDE
 Valeurs Actuelles, 
Mercredi 11 Juin 2014 

Mondial : le ras-le-bol brésilien


A Sao Polo, devant le stade où s'ouvrira la Coup du monde. Pour veiller au maintien de l'ordre, les militaires et 170 000 policiers sont mobilisés. Photo © AFP
Football. La Coupe du monde, du 12 juin au 13 juillet, devait être l’occasion de montrer le fort potentiel de cette puissance émergente. Mais au pays du “futebol”, l’économie chancelle, sur fond de fronde sociale et d’insécurité…
Le Brésil rêve encore d’un Mondial historique qui allégerait le poids des déceptions. L’espoir ne dissipe cependant pas le doute. Au pays du foot roi, la Coupe du monde est devenue impopulaire avant même son coup d’envoi, ce 12 juin, et son premier match (Brésil-Croatie) organisé dans le stade Arena Corinthians, à São Paulo.
Selon un sondage Datafolha, à trois semaines de l’événement, moins de la moitié des Brésiliens (48 %) étaient encore favorables à l’organisation de la Coupe dans leur pays. Ils y croyaient majoritairement en 2008 (79 %). Première ville sous les projecteurs, São Paulo, capitale économique du pays (30 % de son PIB, 22 millions d’habitants avec sa périphérie), accueille six matchs du Mondial, qui devrait attirer sur place au moins 600 000 touristes étrangers — dont 17 000 Français. Quelque 3,3 millions de visiteurs brésiliens sont attendus. Ils vont se déplacer dans un pays continent (16 fois la France en superficie, 203 millions d’habitants) pour se rendre dans les douze villes hôtes. Neuf milliards d’euros ont été investis avec une facture publique faramineuse qui choque les Brésiliens. Le pays est-il prêt pour autant ? Le Mondial fait apparaître un État qui a accumulé les retards avec un amateurisme parfois tragique (huit morts sur les chantiers des stades, contre deux lors de la dernière Coupe en Afrique du Sud).
Selon Associated Press, trois stades du Mondial (São Paulo, Natal et Porto Alegre) étaient encore sources d’inquiétude pour la Fifa à quinze jours de l’événement, alors que Curitiba, un temps menacé de “carton rouge”, donnait enfin matière à satisfaction. Principal grief : des préparatifs à la va-vite. « Le Brésil est un champion de l’improvisation, mais on ne peut faire des miracles », reconnaît un urbaniste. « Il y a un potentiel de risque, parce qu’on n’a pas tout testé », a lâché Jérôme Valcke, secrétaire général de la Fifa.
On s’inquiète encore pour les télécommunications et les liaisons wi-fi dans les stades — quand ce n’est pas l’électricité —, dans un pays réputé vulnérable à une cyberattaque.
Certains projets d’envergure comme le train Rio de Janeiro-São Paulo ont été purement et simplement abandonnés. Cette voie, qui aurait permis de relier deux pôles de compétitivité du Brésil, figurait parmi les promesses de la présidente Dilma Rousseff lors de l’attribution de la Coupe, en 2007. On croyait alors au miracle économique de ce pays émergent, avec une croissance à 5,7 %. Anémique depuis trois ans, celle-ci est tombée à 2,3 % l’an passé et les prix flambent, entraînant le désenchantement de la population…
La Coupe du monde devait être l’occasion de transformer les infrastructures qui font défaut et laisser en héritage de meilleurs aéroports, de nouvelles lignes de métro, de bus… Là aussi, le bilan est accablant. À moins d’une semaine du Mondial, une partie de l’aéroport de Brasília est inondée. À Recife, la passerelle prévue pour rejoindre le métro de l’aéroport n’a pas vu le jour. Le nouveau terminal à l’aéroport de Fortaleza est finalement improvisé… sous une tente !
Les Brésiliens se sentent d’autant plus trahis par ce Mondial qu’on leur présente maintenant la facture. « Ces couacs et les investissements jugés faramineux alimentent le mécontentement. Les Brésiliens acceptent difficilement de voir des investissements publics s’orienter vers des infrastructures dont ils bénéficieront peu ou pas », analyse Fernando Rodrigues, éditorialiste à Folha de S.Paulo. Ces jours-ci, la présidente Dilma Rousseff, dont la réélection est en jeu en octobre, n’affirme plus que son pays « va assurer la Coupe de toutes les Coupes ». Elle attaque bille en tête la Fifa pour non-recours à des fonds 100 % privés. Son objectif est à présent de contenir la vague de mécontentement. Ces derniers jours, la situation s’est encore tendue. Après les conducteurs de bus de plusieurs villes, dont Rio de Janeiro, les employés du métro de São Paulo avaient entamé une grève illimitée suspendue le 9 juin. Les autorités craignent la reprise des troubles qui s’étaient produits en pleine Coupe des confédérations en juin 2013, sur fond de colère contre les dépenses du Mondial, alors que les services publics (santé, éducation…) sont en déshérence. Le risque de paralysie des transports n’est pas à écarter si ces mouvements s’amplifient.
« Ces dernières semaines, la contestation s’est ravivée. Sur les réseaux sociaux, le mot d’ordre est “Não vai ter Copa” [Il n’y aura pas de Coupe, NDLR], les Brésiliens sont excédés de la gabegie de l’État et veulent faire entendre leurs revendications en cette année électorale », remarque un informaticien prêt à manifester...Lire la suite dans le numéro disponible en kiosque le jeudi 12 juin...

Decreto bolivariano: a tentativa de golpe do partido totalitario - Fernao Lara Mesquita

Graças ao colega e amigo Orlando Tambosi:

Acorda, imprensa! O golpe está a caminho.

Artigo de Fernão Lara Mesquita, na Folha (11/06/2014), conclama o jornalismo a despertar da letargia e atentar para o golpe do PT contra a democracia. O próximo passo será o desmonte da própria imprensa. Bene, boa parte dos jornalistas - principalmente os ligados à Fenaj e às escolinhas de comunicação - é cúmplice dos ataques ao Estado de Direito. Que os proprietários dos jornais, pelo menos, acordem:

Um golpe contra a democracia está em curso desde o último dia 26 de maio e a circunstância que o torna mais ameaçador do que nunca antes na história deste país é a atitude de avestruz que a imprensa tem mantido, deixando de alertar a população para a gravidade dessa agressão.

O decreto nº 8.243, assinado por Dilma Rousseff, que cria um "Sistema Nacional de Participação Social", começa por decidir por todos nós que "sociedade civil" deixa de ser o conjunto dos brasileiros e seus representantes eleitos por voto secreto, segundo padrão universalmente consagrado de aferição da legitimidade desse processo, e passa a ser um grupo indefinido de "movimentos sociais" que ninguém elegeu e que cabe ao secretário-geral da Presidência, e a ninguém mais, convocar para examinar ou propor qualquer lei, política ou instituição existente ou que vier a ser criada daqui por diante em todas as instâncias e entes de governo, diretas e indiretas, o que afeta também os governos estaduais e municipais hoje na oposição.

Apesar da violência desse enunciado, a maioria dos jornais e televisões do país nem sequer registrou o fato. E mesmo os que entraram no assunto depois vêm diluindo o tema no noticiário como se não houvesse nada com que seus leitores devessem se preocupar. Prossegue a sucessão de manchetes em torno do golpe de 1964, mas para o de 2014 o destaque é próximo de zero. Nenhum critério jornalístico justifica isso.

Esse decreto é, na verdade, um excerto do Terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), que o PT já tentou impor antes ao país também por decreto --nas vésperas do Natal de 2009, no apagar das luzes do governo Lula--, mas que, graças à forte reação da imprensa e consequente mobilização da opinião pública, foi obrigado a abortar.

O PNDH-3 contém 521 propostas que, além da revogação da Lei de Anistia, que passou "no tapa" depois que a imprensa comprou a ideia do governo de que a prioridade nacional é voltar 50 anos para trás e não correr 50 anos para a frente, institui "comissões de direitos humanos" nos Legislativos para fazer uma triagem prévia das matérias que eles poderão ou não processar; impõe a censura à imprensa; obriga a um processo de "reeducação" todos os professores do país; veda ao Judiciário dar sentenças de reintegração de posse de propriedades "rurais ou urbanas" invadidas, prerrogativa que se torna exclusiva dos "movimentos sociais"; desmonta as polícias estaduais para criar uma central única de comando de todas as polícias do país, e vai por aí afora.

Ciente de que tal amontoado de brutalidades jamais será aprovado pelo Legislativo, o PT está tratando de fazer com esse Poder o mesmo que fez com o Judiciário. Os juízes não dão as sentenças que queremos? Substituam-se os juízes por juízes "amigos". Um Legislativo eleito pelo conjunto dos brasileiros jamais transformará essas 521 propostas em lei? Substituam-se os legisladores por "movimentos sociais" amestrados sob a tutela da Presidência da República...

O argumento de que esse é o jeito de forçar o Congresso a reformas não é honesto. Para forçar reformas que o povo deseje, existem instrumentos consagrados tais como o do voto distrital com recall, que arma as mãos de todos os eleitores para demitir na hora os representantes que resistirem ou agirem contra a sua vontade. Este tipo de participação, sim, opera milagres estritamente dentro dos limites da democracia. Substituir os representantes eleitos por "representantes" que ninguém elegeu tem outro nome: chama-se golpe.

Depois da rendição do Judiciário com a renúncia de Joaquim Barbosa, só sobra a imprensa. E os feriados da Copa farão com que só haja pouco mais de meia dúzia de sessões legislativas completas em junho e julho somados. Depois é véspera de eleição. É bom, portanto, que ela desperte já dessa letargia, pois não haverá segunda chance: está escrito no PNDH-3 que a imprensa é a próxima instituição nacional a ser desmontada.

Catolico e Libertario? Pode Sim! - Joel Pinheiro

O Papa parece que anda sendo mal aconselhado. Ou então não aprendeu economia, nem história econômica. Parece flutuar naquela mixórdia de economia da teologia da libertação que não leva a lugar nenhum. Só a mais atrasos na América Latina e em outros lugares.
Essa teologia econômica da Igreja Católica é um atraso mental.
Ainda bem que temos liberais para corrigi-la.
Paulo Roberto de Almeida


LESA-MAJESTADE
0

Católico e Libertário? #PodeSim!



Com a eleição de Francisco ao papado, que trouxe consigo ventos de mudança, vieram também os ventos da teologia da libertação. Francisco está longe de ser um radical dessa ala do pensamento católico, mas é parte dela, e foi nela que teve sua formação. Ela é marcada pela preocupação com a justiça social e com a crítica ao que vê como a causa da pobreza e da desigualdade: o mercado.
Fiel à cartilha, o cardeal Maradiaga, hondurenho muito próximo ao papa, disse num discurso em Washington que Catolicismo e a crença libertária no livre mercado são incompatíveis. Em seu lugar, devemos dar ao Estado mais poder sobre a sociedade e mais recursos, de forma que ele redistribua a riqueza. O libertário, segundo ele, é alguém que não se importa com os pobres. É uma grande infelicidade ver pastores da maior religião do mundo tentando impor a seus fieis uma posição política, qualquer que ela seja. Pior ainda é ver que sua argumentação está cheia de caricaturas.
Maradiaga não é exceção na Igreja. Lembremos, por exemplo, que o papa Paulo VI – em sua encíclica Populorum Progressio – conclamou os países ricos a pagarem mais impostos para ajudar os países pobres. Enquanto houvesse um pobre no mundo, os ricos não deveriam aproveitar sua riqueza.
Não é, contudo, só a esquerda católica que tem problemas com a economia de mercado. Da segunda metade do século 19 para cá, que é quando os papas começaram a publicar encíclicas mais voltadas a questões sociais (encíclicas que, juntas, são a base da chamada “Doutrina Social da Igreja”), as ideias liberais não estiveram em alta. A primeira dessas encíclicas, chamada Rerum Novarum, do papa Leão XIII, é até bem liberal para os padrões de hoje em dia; e mesmo na época marcava uma mudança de rumo do papado, abandonando o reacionarismo radical e tentando dialogar com o mundo moderno. No fim do século 20, João Paulo II deu uma notável guinada liberal ao revalorizar a importância do empreendedorismo e da necessidade de se facilitar a criação e as trocas econômicas.
Cardeal Oscar Rodriguez Maradiaga, de Honduras
Cardeal Oscar Rodriguez Maradiaga, de Honduras
De resto, vemos flertes com o fascismo, reiteradas condenações ao Ocidente capitalista. E sempre, em todos os casos, muita ingenuidade: a crença de que a pobreza – ou a exclusão social – é um mal que deve ser curado com a redistribuição, com leis pesadas, com o Estado intermediando as relações econômicas, e com muita condenação aos ricos, outra tradição do pensamento católico. A crítica de D. Maradiaga, embora inspirada pela Teologia da Libertação, tem raízes antigas, até milenares.
“Todas as riquezas vêm da iniquidade, e a menos que um perca, outro não pode ganhar. Portanto me parece verdadeira a opinião comum de que o homem rico ou é injusto, ou é herdeiro de um injusto.” Quem o disse? Marx? Engels? Guevara? Nada. A frase é de S. Jerônimo, santo do século 4. Só que uma opinião que é compreensível no século 4, muito antes dos homens sonharem em fazer ciência econômica, não é desculpável hoje em dia…
Se D. Maradiaga tivesse se preocupado em estudar, saberia que os libertários se interessam sim pelo bem dos pobres, e que não, não propõem a caridade privada como grande solução da pobreza. Propõem, isso sim, um caminho oposto ao dele. O caminho para a prosperidade não é o de tirar de quem produz e dar a quem não produz, e sim o de dar a quem não produz as condições institucionais para que possa produzir. Os pobres não são uma massa inerte de mãos estendidas esperando comida do céu; são seres humanos plenamente capazes de produzir (aliás, já produzem em alguma medida) e que precisam de um ambiente que favoreça sua ambição e facilite sua ascensão.
Compare a riqueza dos EUA, um país que, ainda que de forma bem imperfeita, desenvolveu-se com base na livre iniciativa, e a pobreza de uma Honduras, país que amarga sob um Estado pesado e continua na miséria (ao contrário de vizinhos mais liberais da América Central). O discurso mais enfático de ajuda aos pobres tem sido muito bom em perpetuar a pobreza. Onde se ouve mais falar em justiça social: no Mercosul ou na Aliança do Pacífico? E qual deles tem tido mais sucesso no combate à pobreza?
Apesar das notas antiliberais, existe todo um outro lado para a tradição de pensamento católica. Aliás, falar em “tradição de pensamento católica” assim, no singular, é omitir a enorme variedade que se esconde sob ela. Especialmente a partir da Idade Média, essa tradição originou também diversos conceitos importantes até hoje no pensamento liberal. Foi o pensamento católico medieval que reabilitou a figura do comerciante e justificou seu lucro, malvistos na Antiguidade.
Ele cometeu um erro gritante: a condenação absoluta dos juros; mas mesmo esse erro deu origem a discussões que foram importantes para clarear diferenças importantes: juro é diferente de remuneração por lucros cessantes, de remuneração do risco, do lucro de investimento, etc. Foram os escolásticos católicos da Idade Média os primeiros a formular os rudimentos do que viria a ser a ciência econômica: o entendimento claro, por exemplo, de que tabelar preços durante um período de escassez apenas piora a escassez, pode ser encontrado já no século 13. Foram eles também que solidificaram a ideia de que o preço justo é o preço definido pelo mercado num determinado lugar e sob determinadas circunstâncias, e que portanto, está sujeito a mudanças se as circunstâncias mudarem. Por fim, algumas figuras da teologia moral medieval foram as primeiras a se interessar pela figura do empreendedor, e a pensar as virtudes que ele requer.
Preços, lucros, juros, câmbio, direitos, os limites do poder real, a propriedade privada; tudo foi objeto de estudo de teólogos, e muitos deles chegaram a conclusões razoavelmente liberais. No campo do Direito, acadêmicos da Escola de Salamanca, no auge do Império espanhol, declaravam que a Coroa não tinha o direito de desapropriar e escravizar os indígenas no Novo Mundo; conclusão que obviamente não foi seguida, mas que permanece como um motivo de orgulho. Outro autor da época, Juan de Mariana, concluiu que qualquer súdito podia matar uma autoridade que praticasse impostos abusivos…
Mais tarde, no século 18, autores católicos na França e na Irlanda ajudaram a desenvolver a ciência econômica que começava a nascer. No século 19, um católico liberal como Fredéric Bastiat via na ordem do mercado uma harmonia divina, e o Lorde Acton buscava conciliar sua fé com um mundo aberto e cosmopolita. A tradição católica conta com muitas potencialidades liberais.
No nível da alta hierarquia, contudo, essas potencialidades foram, via de regra, ignoradas, e vemos quase sempre a defesa de uma ordem iliberal. A Igreja adotou uma postura paternalista para com suas “ovelhas”, querendo resolver tudo em reuniões de chefes de Estado, impondo ao povo suas decisões. Era assim para defender o Antigo Regime, e continua sendo assim para defender a economia quase socialista. Bento XVI chegou a defender a criação de uma autoridade mundial para regular as sociedades. Há também, decerto, a percepção de que uma visão econômica mais de esquerda pega bem para a imagem da instituição, tão desgastada em outras frentes.
Não é de hoje que membros importantes da Igreja opinam sobre questões econômicas e buscam fechar questões polêmicas, ainda que de forma esparsa. Basta lembrar que a Igreja condenou, por séculos, toda e qualquer forma de cobrança de juros. Até o século 18 há papas fulminando contra os males da usura. Como esse exemplo atesta, ela errou feio no passado, e pode errar no futuro.
É perfeitamente natural que a Igreja queira guiar seus fieis em questões econômicas e sociais, e não se espera de papas tratados com grande profundidade ou rigor; não é o papel deles. O problema é pegar essas manifestações – guiamentos para um grande público pouco formado – e pretender que elas sejam definitivas para quem se interessa pelo tema; daí é só ridículo. Sejamos claros: todas as encíclicas papais sobre questões sociais só têm a importância que têm porque foram escritas por papas; consideradas em si mesmas não têm nenhuma grande contribuição ao conhecimento. Querer limitar o pensamento social católico às opiniões expressas nessas encíclicas é selar o certificado de mediocridade a qualquer tentativa de contribuição católica a essas discussões.
Católico pode ser libertário; diversos já são e o foram. Alguns membros do alto clero podem chiar (não todos! Há variedade de pensamento também na Cúria), mas em questões econômicas e políticas a autoridade não importa. Se a liberdade é ou não é boa para os pobres, não são as credenciais de um cardeal, ou mesmo de um papa, que decidirão.
Joel Pinheiro

Joel Pinheiro é libertário de boa estirpe, anarquista de coração e algum dia ainda será filósofo. Assina a coluna Lesa-Majestade.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Alba: ja ouviu falar? Sabe se tem resultados economicos? Tudo nebuloso...

Com exceção dos petrodólares de Chávez, agora menos abundantes, não se sabe exatamente o que terá produzido a Alba, além de discursos, muitas reuniões, abundante transpiração e muito pouca inspiração.
Um dia, quem sabe?, algum acadêmico sério, em lugar de fazer artigos sobre a materialidade da Alba, com base apenas em discursos e na propaganda do próprio monstrengo criado por Chávez, faz uma análise séria dessa coisa, vendo quais fluxos de comércio ela criou -- além da exportação de petróleo venezuelano subsidiado, claro --, quais investimentos propiciou, que negócios impulsionou e qual integração real, de fato, ela criou, pois não existem evidências, quaisquer evidências concretas, que ela tenha servido para alguma coisa.
Não vale só alinhar cooperação entre órgãos estatais ou alguns dados de comércio, pois este pode existir na ausência de quaisquer acordos, e a primeira obedece a ordens políticas, ou seja, é arbitrária e casuística.
Deve-se demonstrar quais fluxos adicionais de comércio foram criados com e a partir da Alba, com base em acordos de liberalização tarifária, de preferência aduaneira, de harmonização de regras para os negócios  e outros aspectos. Tenho a impressão de que as descobertas serão decepcionantes.
Qual é o acadêmico sério que vai fazer isso?
Até agora só tenho encontrado artigos louvando a Alba, com base nos discursos dos seus próprios dirigentes, que são altamente suspeitos.
Paulo Roberto de Almeida

ALBA

Consejo Político del ALBA aborda situación en Venezuela y temas económicos

CARACAS (VENEZUELA) 10/6/2014.- EFE/SANTI DONAIRE
Infolatam/Efe
Caracas, 10 de junio de 2014
Las claves
  • Jaua señaló que uno de los puntos de la reunión es una explicación del ministro venezolano de Interior, Miguel Rodríguez Torres, sobre "el proceso de intento de derrocamiento violento por parte de la oposición venezolana al Gobierno", así como los "planes magnicidas" contra el presidente Nicolás Maduro.
  • También se hará una evaluación de las reuniones de países afectados por las empresas trasnacionales, que hará Ecuador, que denuncia una "agresión" de la petrolera estadounidense Chevron, y los avances de la Zona Económica ALBA-Petrocaribe, acuerdo firmado en diciembre pasado.
El Consejo Político de la Alianza Bolivariana para los Pueblos de América (ALBA) instaló su XIII reunión en Caracas con una agenda que incluye la situación que vive Venezuela y los proyectos del grupo en materia económica.
“Este Consejo Político del ALBA en primer lugar ha sido convocado como un gesto de solidaridad de nuestros hermanos de la Alianza Bolivariana con Venezuela, con el pueblo venezolano con el derecho del pueblo venezolano a vivir en paz y a ser respetado en su independencia, en su soberanía”, dijo el canciller venezolano, Elías Jaua, al instalar la reunión.
Jaua señaló que uno de los puntos de la reunión es una explicación del ministro venezolano de Interior, Miguel Rodríguez Torres, sobre “el proceso de intento de derrocamiento violento por parte de la oposición venezolana al Gobierno”, así como los “planes magnicidas” contra el presidenteNicolás Maduro.
El canciller aludió así a una denuncia del gobernante Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) sobre la existencia de un plan para generar desestabilización y sacar a Maduro del poder, mediante las protestas en las calles, un supuesto intento de golpe de Estado ya abortado y un presunto intento de magnicidio.
El PSUV argumentó esos planes en una serie de correos electrónicos supuestamente pertenecientes a políticos de la oposición y que éstos han denunciado como falsos.
Estas denuncias se produjeron a punto de cumplirse cuatro meses de las protestas contra el Gobierno de Nicolás Maduro, que han dejado un balance oficial de 42 muertos, más de 800 heridos y cientos de causas abiertas.
El ministro venezolano señaló que también darán detalles a los miembros del consejo que forman los cancilleres del ALBA la “política de injerencia” de voceros del Gobierno y del Congreso de Estados Unidos en los asuntos internos de Venezuela.
En materia de asuntos relacionados con la agenda del ALBA, se revisarán de los avances del tratado constitutivo del ALBA-TCP (Tratado de Comercio de los Pueblos), y la planificación de las reuniones cumbre y eventos en el marco de la celebración el 14 de diciembre de los 10 años de fundación de la organismo.
También se hará una evaluación de las reuniones de países afectados por las empresas trasnacionales, que hará Ecuador, que denuncia una “agresión” de la petrolera estadounidense Chevron, y los avances de la Zona Económica ALBA-Petrocaribe, acuerdo firmado en diciembre pasado.
Jaua destacó que el ALBA-TCP tiene “grandes desafíos y grandes retos después de haberse convertido en una referencia para la integración política y social” en el continente.
“Ahora el ALBA tiene como propósito también avanzar en algo que es fundamental para el sostenimiento de la paz y la independencia, que es el desarrollo económico productivo y complementario de nuestros países”, dijo.
También subrayó el apoyo a la próxima Cumbre Extraordinaria del G-77 más China, que tendrá lugar en Bolivia el fin de semana.
La ALBA está formada por Antigua y Barbuda, Bolivia, Cuba, Dominica, Ecuador, Nicaragua, Santa Lucía, San Vicente y las Granadinas y Venezuela