Eu sempre falei a mesma coisa, sem ter os números precisos (e acredito que este economista tampouco os tenha), mas a ordem de grandeza deve ser mesmo em torno do 10% do volume de reservas: ou seja, se as reservas estão em 280 bilhões de dólares e se aproximam rapidamente de 300 bilhões, como afirma o ministro da Fazenda, então isso representa um custo de 28 a 30 bilhões de dólares, o que faz, aproximadamente, 50 bilhões de reais, bem mais, portanto, do que o anunciado pelo economista.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, segundo a matéria, que o Brasil deve fazer isso mesmo: “Nós temos um custo de fato, mas é melhor pagar este custo do que ter uma economia mais vulnerável”.
Isso é um absurdo um governo, que já investe pouco, jogar 1,5% do PIB apenas para manter reservas exageradamente elevada não está fazendo uma economia menos vulnerável. Está apenas dilapidando recursos nacionais com reservas desnecessárias que na verdade estão financiando o governo americano.
O Tesouro americano agradece, mas nós, brasileiros, poderíamos passar sem essa.
Paulo Roberto de Almeida
Reservas externas custam R$ 45 bi por ano ao Brasil
Estado de São Paulo, 16/10/2010
A manutenção das reservas internacionais superiores a US$ 280 bilhões custa ao contribuinte brasileiro cerca de R$ 45 bilhões ao ano, o equivalente a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo estimativas de economistas como o ex-presidente do Banco Central (BC) Affonso Celso Pastore e o ex-diretor da instituição Alexandre Schwartsman.
O valor supera o total de investimentos públicos previstos para 2010. No primeiro semestre, o governo investiu um recorde de R$ 20,6 bilhões. Se mantiver o ritmo – o que é difícil, porque a lei eleitoral veta desembolsos próximos do pleito -, o total no ano chegará a R$ 41,2 bilhões.
As reservas custam caro porque o BC aplica a maior parte dos recursos em títulos públicos de países desenvolvidos, notadamente dos Estados Unidos, que hoje em dia pagam taxas de juros próximas de zero. Como o Brasil não tem excedente orçamentário para adquirir os dólares, o governo o faz por meio de endividamento. Só que a Selic (a taxa básica de juros da economia brasileira) está em 10,75% ao ano. A diferença entre o juro externo e o interno é o custo das reservas.
Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Brasil caminha rapidamente para chegar a reservas de US$ 300 bilhões. “Nós temos um custo de fato, mas é melhor pagar este custo do que ter uma economia mais vulnerável”, disse, em entrevista à GloboNews.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Addendum em 19/10/2010:
Brasil tem maior custo de reservas
Claudia Safatle - de Brasília
Valor Econômico, 19/10/2010
Câmbio: Levantamento de técnicos do governo aponta impacto da política de juros elevados
Dentre os países detentores das maiores reservas cambiais, o Brasil é o que tem a mais alta taxa básica de juros (10,75% ao ano) e, portanto, o maior custo fiscal para carregar as reservas de US$ 280 bilhões. Somando o custo de carregamento dado pelo diferencial de taxa de juros interna e externa ao custo de equalização, medido pela apreciação do real frente ao dólar, chega-se a mais de R$ 50 bilhões por ano.
A segunda maior taxa de juros nos países selecionados é a da Rússia, com 7,75% ao ano e reservas totais de US$ 458 bilhões, equivalentes a 40,7% do PIB do país.
No Brasil as reservas ainda são pequenas com relação ao PIB - 13,25%. Na China, com US$ 2,6 trilhões em caixa, as reservas correspondem a 53% e os juros anuais são de 5,3%. E na Índia, com reservas de US$ 261 bilhões, correspondente a 23% do PIB, os juros são de 5% ao ano. A comparação foi feita por técnicos do governo para dar a dimensão do custo da política de acumulação de reservas no Brasil, em função da distorção da taxa de juros doméstica.
Tomando como hipótese que esses países aplicam suas reservas de forma preponderante em títulos de longo prazo do Tesouro americano e recebem uma rentabilidade de 2% a 3% ao ano, a Índia gastaria algo como US$ 3,5 bilhões para carregar suas reservas cambiais. Cifra mais modesta é calculada para a Coreia do Sul, país que dispõe de US$ 285 bilhões em reservas (35% do PIB) e tem juros nominais de 2,25% ao ano. Outros países como Taiwan e Arábia Saudita, com reservas de US$ 380 bilhões (98% do PIB) e de US$ 434 bilhões (109% do PIB), respectivamente, têm juros básicos ainda menores. Em Taiwan a taxa é de 1,5% e na Arábia Saudita, de 2% ao ano.
Patamar dos juros, portanto, é a diferença básica entre os países emergentes que acumularam grandes somas em reservas cambiais nos últimos anos.
Cálculos técnicos indicam que, usando tanto a taxa de juros implícita da dívida pública quanto a taxa Selic, o custo de carregamento das reservas brasileiras, que devem chegar a US$ 300 bilhões este ano, subiu de 0,9% do PIB até 2008 para pouco mais de 1% do PIB atualmente. Como o produto soma cerca de R$ 3,4 trilhões, 1% de gasto para sustentar as reservas corresponderia a R$ 34 bilhões. Além do diferencial de juros, o governo tem que arcar também com a equalização cambial - quando o real se aprecia o Banco Central registra prejuízo e, quando se deprecia, a instituição apura lucro e ambos são transferidos ao Tesouro Nacional. Como este ano foi de apreciação da moeda, até setembro, segundo dados do BC já houve prejuízo de R$ 14,9 bilhões. Já em 2008, quando houve uma substancial depreciação do real, o BC gerou um lucro espetacular de de R$ 171,4 bilhões e o repassou ao Tesouro Nacional.
Ter reservas cambiais mostrou-se um seguro indispensável para tempos de crises nos mercados internacionais. Na pior crise global dos últimos tempos, em 2008, o Brasil tinha reservas de US$ 200 bilhões mais operações de swap cambial de US$ 20 bilhões. É razoável supor, portanto, que a título de seguro contra crises, esse patamar estava de bom tamanho. Todos os dólares comprados pelo BC de lá para cá seriam, portanto, para impedir uma valorização ainda mais forte do real. O custo de acumulação é elevado. Mas o raciocínio agora deve ser outro, confrontando o peso fiscal das reservas cambiais com a situação do setor exportador do país.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sábado, 16 de outubro de 2010
Interrupcao eleitoral (6): a raiva como confissao de fraqueza...
Esse editorial do Estadão toca nos pontos corretos. O presidente está fora de si, pois a realidade não se conforma aos seus desejos.
Para ajudar a sua "criatura eleitoral", que jamais teria existência própria sem o seu "dedaço" (como se faz nos regimes autoritários, que podem ser até carismáticos), ele incorre em mentiras, em exageros, em xingamentos.
Como se diz nos EUA: tudo isso pode backfire, ou seja, pode ser um tiro no pé...
Paulo Roberto de Almeida
A compulsão fala mais alto
Editorial - O Estado de S.Paulo
15 de outubro de 2010
Enquanto os condutores da campanha de Dilma Rousseff se perguntam onde foi que erraram, deixando escapar a vitória dada como certa no primeiro turno, e como conter o estreitamento da vantagem da candidata sobre o opositor José Serra nas pesquisas, eis que o presidente Lula reincide no comportamento belicoso que contribuiu para privar a sua afilhada dos votos que poderiam ter encerrado a contenda em 3 de outubro.
Foi um típico efeito bumerangue. Ao investir ferozmente contra a imprensa em três comícios sucessivos no breve período de 5 dias, Lula decerto buscava desqualificar as revelações dos escândalos na Casa Civil chefiada pela mais próxima colaboradora de Dilma, Erenice Guerra.
Diferentemente das notícias sobre as violações do sigilo fiscal de aliados e familiares de Serra, com as quais muitos não conseguiram atinar, essas outras repercutiram junto ao eleitorado.
Mas, em vez de cair no conto lulista de que as denúncias não passavam de calúnias, uma parcela dos eleitores que nas urnas se revelaria significativa entendeu que a virulência do presidente representava uma confissão de culpa, além de indicar uma ameaça potencial à liberdade de informar em um eventual governo Dilma. Na reta final, informado da mudança dos ventos, ele bem que tentou neutralizar a traulitada com uma autocrítica.
"A gente precisa de humildade para não ficar com muita raiva quando escrevem contra", penitenciou-se num comício em Porto Alegre, "e nem com muito ego quando é a favor." Foi muito pouco e muito tarde. Agora, diante de uma nova situação adversa - ou "problemática", como se ouve na ponte entre o Palácio do Planalto e o QG dilmista -, Lula torna a reagir pavlovianamente, atacando a oposição com renovado rancor.
Nessas horas, as suas palavras parecem atender antes a um arraigado sentimento, ou compulsão, do que ao objetivo de promover a sua candidata. Na noite de quinta-feira, num comício na cidade paraense de Ananindeua, em surto de livre-pensar, disse que as acusações a Dilma vêm "de uma parte da elite que fazia as mesmas acusações ao Ulysses (Guimarães), ao Tancredo Neves, às Diretas Já, a mim em 89, a mim em 94, a mim em 98 e 2006". E, virando-se para ela, disparou: "Estão transferindo para você o ódio que acumularam contra mim."
Ao que se saiba, nenhum dos políticos citados foi alguma vez acusado de ser "a favor do aborto" que é o que se passou a dizer de Dilma nos púlpitos, em panfletos e na internet. E ao que se saiba, os acusadores não são "uma parte da elite" - pelo menos não no sentido que Lula dá ao termo. Mas isso é detalhe quando ele dá vazão a si mesmo, quaisquer que sejam as consequências dessas irrupções para a sorte da candidata no tira-teima do próximo dia 31. Por sinal, num evento oficial em Teresina, a lava do ressentimento correu solta.
Também em fase de citar o nome de Deus a três por quatro, afirmou que Ele "fez a vingança que eu queria" contra os senadores piauienses Heráclito Fortes, do DEM, e Mão Santa, do PSC, que votaram contra a prorrogação da CPMF e não se reelegeram. De volta ao passado, atribuiu as suas três derrotas em eleições presidenciais às "mentiras" dos que o temiam. "Diziam que era comunista, porque tinha a barba comprida. Mas Jesus também tinha. Tiradentes também tinha", declarou, como quem se alça a uma esfera superior.
O resto foi repetição: o elogio da falta de estudo ("a arte de governar não se aprende em universidade, senão pegavam um na Academia Brasileira de Letras para ser presidente"), a divisão dos brasileiros entre ricos e pobres ("rico não precisa de governo, quem precisa de governo é pobre") e a alusão oblíqua a Dilma ("a arte de governar é como a arte de ser mãe, cuidar da família, garantir direitos e oportunidades a todos").
Descontados os "acertos de contas" sem os quais aparentemente Lula não consegue passar, é isso o que entende por politizar a campanha - a seu ver, a única estratégia capaz de revitalizar a candidatura que vem fazendo água. Os companheiros querem a sua presença no horário eleitoral como no primeiro turno. Compreende-se: para o bem ou para o mal, Lula é tudo que Dilma tem. Pior sem ele, pois.
Para ajudar a sua "criatura eleitoral", que jamais teria existência própria sem o seu "dedaço" (como se faz nos regimes autoritários, que podem ser até carismáticos), ele incorre em mentiras, em exageros, em xingamentos.
Como se diz nos EUA: tudo isso pode backfire, ou seja, pode ser um tiro no pé...
Paulo Roberto de Almeida
A compulsão fala mais alto
Editorial - O Estado de S.Paulo
15 de outubro de 2010
Enquanto os condutores da campanha de Dilma Rousseff se perguntam onde foi que erraram, deixando escapar a vitória dada como certa no primeiro turno, e como conter o estreitamento da vantagem da candidata sobre o opositor José Serra nas pesquisas, eis que o presidente Lula reincide no comportamento belicoso que contribuiu para privar a sua afilhada dos votos que poderiam ter encerrado a contenda em 3 de outubro.
Foi um típico efeito bumerangue. Ao investir ferozmente contra a imprensa em três comícios sucessivos no breve período de 5 dias, Lula decerto buscava desqualificar as revelações dos escândalos na Casa Civil chefiada pela mais próxima colaboradora de Dilma, Erenice Guerra.
Diferentemente das notícias sobre as violações do sigilo fiscal de aliados e familiares de Serra, com as quais muitos não conseguiram atinar, essas outras repercutiram junto ao eleitorado.
Mas, em vez de cair no conto lulista de que as denúncias não passavam de calúnias, uma parcela dos eleitores que nas urnas se revelaria significativa entendeu que a virulência do presidente representava uma confissão de culpa, além de indicar uma ameaça potencial à liberdade de informar em um eventual governo Dilma. Na reta final, informado da mudança dos ventos, ele bem que tentou neutralizar a traulitada com uma autocrítica.
"A gente precisa de humildade para não ficar com muita raiva quando escrevem contra", penitenciou-se num comício em Porto Alegre, "e nem com muito ego quando é a favor." Foi muito pouco e muito tarde. Agora, diante de uma nova situação adversa - ou "problemática", como se ouve na ponte entre o Palácio do Planalto e o QG dilmista -, Lula torna a reagir pavlovianamente, atacando a oposição com renovado rancor.
Nessas horas, as suas palavras parecem atender antes a um arraigado sentimento, ou compulsão, do que ao objetivo de promover a sua candidata. Na noite de quinta-feira, num comício na cidade paraense de Ananindeua, em surto de livre-pensar, disse que as acusações a Dilma vêm "de uma parte da elite que fazia as mesmas acusações ao Ulysses (Guimarães), ao Tancredo Neves, às Diretas Já, a mim em 89, a mim em 94, a mim em 98 e 2006". E, virando-se para ela, disparou: "Estão transferindo para você o ódio que acumularam contra mim."
Ao que se saiba, nenhum dos políticos citados foi alguma vez acusado de ser "a favor do aborto" que é o que se passou a dizer de Dilma nos púlpitos, em panfletos e na internet. E ao que se saiba, os acusadores não são "uma parte da elite" - pelo menos não no sentido que Lula dá ao termo. Mas isso é detalhe quando ele dá vazão a si mesmo, quaisquer que sejam as consequências dessas irrupções para a sorte da candidata no tira-teima do próximo dia 31. Por sinal, num evento oficial em Teresina, a lava do ressentimento correu solta.
Também em fase de citar o nome de Deus a três por quatro, afirmou que Ele "fez a vingança que eu queria" contra os senadores piauienses Heráclito Fortes, do DEM, e Mão Santa, do PSC, que votaram contra a prorrogação da CPMF e não se reelegeram. De volta ao passado, atribuiu as suas três derrotas em eleições presidenciais às "mentiras" dos que o temiam. "Diziam que era comunista, porque tinha a barba comprida. Mas Jesus também tinha. Tiradentes também tinha", declarou, como quem se alça a uma esfera superior.
O resto foi repetição: o elogio da falta de estudo ("a arte de governar não se aprende em universidade, senão pegavam um na Academia Brasileira de Letras para ser presidente"), a divisão dos brasileiros entre ricos e pobres ("rico não precisa de governo, quem precisa de governo é pobre") e a alusão oblíqua a Dilma ("a arte de governar é como a arte de ser mãe, cuidar da família, garantir direitos e oportunidades a todos").
Descontados os "acertos de contas" sem os quais aparentemente Lula não consegue passar, é isso o que entende por politizar a campanha - a seu ver, a única estratégia capaz de revitalizar a candidatura que vem fazendo água. Os companheiros querem a sua presença no horário eleitoral como no primeiro turno. Compreende-se: para o bem ou para o mal, Lula é tudo que Dilma tem. Pior sem ele, pois.
Tea Party Movement nos EUA: longe de reacionario, uma volta aos federalistas
Existe uma tendência, entre os progressistas americanos (lá chamados de liberals), que se estende aos jornalistas brasileiros, a considerar o Tea Party apenas um movimento reacionário, formado por carolas ignorantes, reacionários sociais e direitistas fanáticos. Nada mais longe da verdade, como se constata neste artigo de opinião.
Paulo Roberto de Almeida
OPINION
Why Liberals Don't Get the Tea Party Movement
By PETER BERKOWITZ
The Wall Street Journal, October 16, 2010
Our universities haven't taught much political history for decades. No wonder so many progressives have disdain for the principles that animated the Federalist debates.
Highly educated people say the darndest things, these days particularly about the tea party movement. Vast numbers of other highly educated people read and hear these dubious pronouncements, smile knowingly, and nod their heads in agreement. University educations and advanced degrees notwithstanding, they lack a basic understanding of the contours of American constitutional government.
New York Times columnist Paul Krugman got the ball rolling in April 2009, just ahead of the first major tea party rallies on April 15, by falsely asserting that "the tea parties don't represent a spontaneous outpouring of public sentiment. They're AstroTurf (fake grass-roots) events."
Having learned next to nothing in the intervening 16 months about one of the most spectacular grass-roots political movements in American history, fellow Times columnist Frank Rich denied in August of this year that the tea party movement is "spontaneous and leaderless," insisting instead that it is the instrument of billionaire brothers David and Charles Koch.
Washington Post columnist E. J. Dionne criticized the tea party as unrepresentative in two ways. It "constitutes a sliver of opinion on the extreme end of politics receiving attention out of all proportion with its numbers," he asserted last month. This was a step back from his rash prediction five months before that since it "represents a relatively small minority of Americans on the right end of politics," the tea party movement "will not determine the outcome of the 2010 elections."
In February, Mr. Dionne argued that the tea party was also unrepresentative because it reflected a political principle that lost out at America's founding and deserves to be permanently retired: "Anti-statism, a profound mistrust of power in Washington goes all the way back to the Anti-Federalists who opposed the Constitution itself because they saw it concentrating too much authority in the central government."
Mr. Dionne follows in the footsteps of progressive historian Richard Hofstadter, whose influential 1964 book "The Paranoid Style in American Politics" argued that Barry Goldwater and his supporters displayed a "style of mind" characterized by "heated exaggeration, suspiciousness, and conspiratorial fantasy." Similarly, the "suspicion of government" that the tea party movement shares with the Anti-Federalists, Mr. Dionne maintained, "is not amenable to 'facts'" because "opposing government is a matter of principle."
To be sure, the tea party sports its share of clowns, kooks and creeps. And some of its favored candidates and loudest voices have made embarrassing statements and embraced reckless policies. This, however, does not distinguish the tea party movement from the competition.
Born in response to President Obama's self-declared desire to fundamentally change America, the tea party movement has made its central goals abundantly clear. Activists and the sizeable swath of voters who sympathize with them want to reduce the massively ballooning national debt, cut runaway federal spending, keep taxes in check, reinvigorate the economy, and block the expansion of the state into citizens' lives.
In other words, the tea party movement is inspired above all by a commitment to limited government. And that does distinguish it from the competition.
But far from reflecting a recurring pathology in our politics or the losing side in the debate over the Constitution, the devotion to limited government lies at the heart of the American experiment in liberal democracy. The Federalists who won ratification of the Constitution—most notably Alexander Hamilton, James Madison and John Jay—shared with their Anti-Federalist opponents the view that centralized power presented a formidable and abiding threat to the individual liberty that it was government's primary task to secure. They differed over how to deal with the threat.
The Anti-Federalists—including Patrick Henry, Samuel Bryan and Robert Yates—adopted the traditional view that liberty depended on state power exercised in close proximity to the people. The Federalists replied in Federalist 9 that the "science of politics," which had "received great improvement," showed that in an extended and properly structured republic liberty could be achieved and with greater security and stability.
This improved science of politics was based not on abstract theory or complex calculations but on what is referred to in Federalist 51 as "inventions of prudence" grounded in the reading of classic and modern authors, broad experience of self-government in the colonies, and acute observations about the imperfections and finer points of human nature. It taught that constitutionally enumerated powers; a separation, balance, and blending of these powers among branches of the federal government; and a distribution of powers between the federal and state governments would operate to leave substantial authority to the states while both preventing abuses by the federal government and providing it with the energy needed to defend liberty.
Whether members have read much or little of The Federalist, the tea party movement's focus on keeping government within bounds and answerable to the people reflects the devotion to limited government embodied in the Constitution. One reason this is poorly understood among our best educated citizens is that American politics is poorly taught at the universities that credentialed them. Indeed, even as the tea party calls for the return to constitutional basics, our universities neglect The Federalist and its classic exposition of constitutional principles.
For the better part of two generations, the best political science departments have concentrated on equipping students with skills for performing empirical research and teaching mathematical models that purport to describe political affairs. Meanwhile, leading history departments have emphasized social history and issues of race, class and gender at the expense of constitutional history, diplomatic history and military history.
Neither professors of political science nor of history have made a priority of instructing students in the founding principles of American constitutional government. Nor have they taught about the contest between the progressive vision and the conservative vision that has characterized American politics since Woodrow Wilson (then a political scientist at Princeton) helped launch the progressive movement in the late 19th century by arguing that the Constitution had become obsolete and hindered democratic reform.
Then there are the proliferating classes in practical ethics and moral reasoning. These expose students to hypothetical conundrums involving individuals in surreal circumstances suddenly facing life and death decisions, or present contentious public policy questions and explore the range of respectable progressive opinions for resolving them. Such exercises may sharpen students' ability to argue. They do little to teach about self-government.
They certainly do not teach about the virtues, or qualities of mind and character, that enable citizens to shoulder their political responsibilities and prosper amidst the opportunities and uncertainties that freedom brings. Nor do they teach the beliefs, practices and associations that foster such virtues and those that endanger them.
Those who doubt that the failings of higher education in America have political consequences need only reflect on the quality of progressive commentary on the tea party movement. Our universities have produced two generations of highly educated people who seem unable to recognize the spirited defense of fundamental American principles, even when it takes place for more than a year and a half right in front of their noses.
Mr. Berkowitz is a senior fellow at Stanford's Hoover Institution.
Paulo Roberto de Almeida
OPINION
Why Liberals Don't Get the Tea Party Movement
By PETER BERKOWITZ
The Wall Street Journal, October 16, 2010
Our universities haven't taught much political history for decades. No wonder so many progressives have disdain for the principles that animated the Federalist debates.
Highly educated people say the darndest things, these days particularly about the tea party movement. Vast numbers of other highly educated people read and hear these dubious pronouncements, smile knowingly, and nod their heads in agreement. University educations and advanced degrees notwithstanding, they lack a basic understanding of the contours of American constitutional government.
New York Times columnist Paul Krugman got the ball rolling in April 2009, just ahead of the first major tea party rallies on April 15, by falsely asserting that "the tea parties don't represent a spontaneous outpouring of public sentiment. They're AstroTurf (fake grass-roots) events."
Having learned next to nothing in the intervening 16 months about one of the most spectacular grass-roots political movements in American history, fellow Times columnist Frank Rich denied in August of this year that the tea party movement is "spontaneous and leaderless," insisting instead that it is the instrument of billionaire brothers David and Charles Koch.
Washington Post columnist E. J. Dionne criticized the tea party as unrepresentative in two ways. It "constitutes a sliver of opinion on the extreme end of politics receiving attention out of all proportion with its numbers," he asserted last month. This was a step back from his rash prediction five months before that since it "represents a relatively small minority of Americans on the right end of politics," the tea party movement "will not determine the outcome of the 2010 elections."
In February, Mr. Dionne argued that the tea party was also unrepresentative because it reflected a political principle that lost out at America's founding and deserves to be permanently retired: "Anti-statism, a profound mistrust of power in Washington goes all the way back to the Anti-Federalists who opposed the Constitution itself because they saw it concentrating too much authority in the central government."
Mr. Dionne follows in the footsteps of progressive historian Richard Hofstadter, whose influential 1964 book "The Paranoid Style in American Politics" argued that Barry Goldwater and his supporters displayed a "style of mind" characterized by "heated exaggeration, suspiciousness, and conspiratorial fantasy." Similarly, the "suspicion of government" that the tea party movement shares with the Anti-Federalists, Mr. Dionne maintained, "is not amenable to 'facts'" because "opposing government is a matter of principle."
To be sure, the tea party sports its share of clowns, kooks and creeps. And some of its favored candidates and loudest voices have made embarrassing statements and embraced reckless policies. This, however, does not distinguish the tea party movement from the competition.
Born in response to President Obama's self-declared desire to fundamentally change America, the tea party movement has made its central goals abundantly clear. Activists and the sizeable swath of voters who sympathize with them want to reduce the massively ballooning national debt, cut runaway federal spending, keep taxes in check, reinvigorate the economy, and block the expansion of the state into citizens' lives.
In other words, the tea party movement is inspired above all by a commitment to limited government. And that does distinguish it from the competition.
But far from reflecting a recurring pathology in our politics or the losing side in the debate over the Constitution, the devotion to limited government lies at the heart of the American experiment in liberal democracy. The Federalists who won ratification of the Constitution—most notably Alexander Hamilton, James Madison and John Jay—shared with their Anti-Federalist opponents the view that centralized power presented a formidable and abiding threat to the individual liberty that it was government's primary task to secure. They differed over how to deal with the threat.
The Anti-Federalists—including Patrick Henry, Samuel Bryan and Robert Yates—adopted the traditional view that liberty depended on state power exercised in close proximity to the people. The Federalists replied in Federalist 9 that the "science of politics," which had "received great improvement," showed that in an extended and properly structured republic liberty could be achieved and with greater security and stability.
This improved science of politics was based not on abstract theory or complex calculations but on what is referred to in Federalist 51 as "inventions of prudence" grounded in the reading of classic and modern authors, broad experience of self-government in the colonies, and acute observations about the imperfections and finer points of human nature. It taught that constitutionally enumerated powers; a separation, balance, and blending of these powers among branches of the federal government; and a distribution of powers between the federal and state governments would operate to leave substantial authority to the states while both preventing abuses by the federal government and providing it with the energy needed to defend liberty.
Whether members have read much or little of The Federalist, the tea party movement's focus on keeping government within bounds and answerable to the people reflects the devotion to limited government embodied in the Constitution. One reason this is poorly understood among our best educated citizens is that American politics is poorly taught at the universities that credentialed them. Indeed, even as the tea party calls for the return to constitutional basics, our universities neglect The Federalist and its classic exposition of constitutional principles.
For the better part of two generations, the best political science departments have concentrated on equipping students with skills for performing empirical research and teaching mathematical models that purport to describe political affairs. Meanwhile, leading history departments have emphasized social history and issues of race, class and gender at the expense of constitutional history, diplomatic history and military history.
Neither professors of political science nor of history have made a priority of instructing students in the founding principles of American constitutional government. Nor have they taught about the contest between the progressive vision and the conservative vision that has characterized American politics since Woodrow Wilson (then a political scientist at Princeton) helped launch the progressive movement in the late 19th century by arguing that the Constitution had become obsolete and hindered democratic reform.
Then there are the proliferating classes in practical ethics and moral reasoning. These expose students to hypothetical conundrums involving individuals in surreal circumstances suddenly facing life and death decisions, or present contentious public policy questions and explore the range of respectable progressive opinions for resolving them. Such exercises may sharpen students' ability to argue. They do little to teach about self-government.
They certainly do not teach about the virtues, or qualities of mind and character, that enable citizens to shoulder their political responsibilities and prosper amidst the opportunities and uncertainties that freedom brings. Nor do they teach the beliefs, practices and associations that foster such virtues and those that endanger them.
Those who doubt that the failings of higher education in America have political consequences need only reflect on the quality of progressive commentary on the tea party movement. Our universities have produced two generations of highly educated people who seem unable to recognize the spirited defense of fundamental American principles, even when it takes place for more than a year and a half right in front of their noses.
Mr. Berkowitz is a senior fellow at Stanford's Hoover Institution.
Interrupcao eleitoral (5): Vidas Paralelas (mas Plutarco nao tem nada a ver com isso)
O historiador romano Plutarco foi o autor das "Vidas Paralelas", nas quais fazia biografias comparadas dos imperadores romanos.
Estamos bem longe do modelo original.
Nao sei quem elaborou as "vidas paralelas" abaixo discriminadas de José Serra e de Dilma Rousseff, apenas sei dizer que o autor não gosta de Dilma, pelos conceitos usados e pela linguagem empregada.
Independentemente disso, porém, seria preciso saber se existem muitas mentiras, ou fatos que não são reais, com relação à candidata. Aceito publicar retificações objetivas, não ataques ou acusações sem base factual.
As "vidas paralelas" foram até o começo de 2010. Pode-se continuar...
Paulo Roberto de Almeida
José Serra e Dilma Rousseff: vidas paralelas
(Março de 2010)
José Serra tem 68 anos, é paulista, filho de imigrantes italianos, o pai vendedor de frutas no Mercado Público, foi criado em uma pequena casa quarto e sala, geminada com outras 24, em São Paulo.
Dilma Rousseff tem 62 anos, é mineira, filha de um imigrante húngaro, rico empreiteiro e dono de construtora, proprietário de dezenas de imóveis em Belo Horizonte, foi criada em um grande e espaçoso apartamento em Belo Horizonte.
Somente quando chegou ao Científico, a família Serra mudou-se para um apartamento de dois quartos, alugado. Antes disso, moraram em uma pequena casa em rua de chão batido.
Imóvel não era problema para a rica família Rousseff, que passava férias no Rio. Um dos espaçosos apartamentos foi cedido para Dilma utilizar, exclusivamente, como esconderijo seguro para os grupos terroristas dos quais participava, de onde saíam para praticar atentados, roubar e seqüestrar.
No início dos anos sessenta, vinculado à política estudantil, Serra foi presidente da União Estadual de Estudantes, de São Paulo, e da União Nacional dos Estudantes, com apoio da Juventude Católica. Democrata, sempre usou o palanque e a tribuna como armas, jamais integrando grupos terroristas e revolucionários manipulados pelo comunismo internacional.
Dilma, por sua vez, neste mesmo período, fazia política estudantil nas escolas mais burguesas de Belo Horizonte. Em 1963, ingressou no curso clássico e passou a comandar uma célula política em uma das mais tradicionais escolas da cidade, onde conheceu futuros companheiros de guerrilha, como o atual prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel.
Em 1964, Serra exilou-se na Bolívia e, posteriormente, na França, retornando ao Brasil em 1965, na clandestinidade. Ainda neste ano, foi para o Chile, onde ficou durante oito anos. Com a queda de Allende, foi para a Itália e, posteriormente, para os Estados Unidos. Teve uma vida extremamente produtiva no exílio, onde adquiriu sólida formação acadêmica, foi professor e consultor.
Em 1964, Dilma começou a conviver com terroristas de esquerda, iniciando a sua carreira como militante na luta armada. Neste período ingressou na POLOP, Política Operária, onde militou até ingressar na universidade.
Em 1967, Serra casou-se com a psicóloga e bailarina Sílvia Mônica Allende, com quem tem dois filhos e dois netos e continua até hoje casado.
Dilma também casou-se em 1967, com o terrorista e guerrilheiro Cláudio Galeno de Magalhães Linhares ("Aurelio", "Lobato"). Quando o primeiro marido a deixou, para ir cumprir missões em outros países, sequestrando um avião no Uruguai, por exemplo, teve um segundo casamento com Carlos Franklin Araújo, com quem teve uma filha. Desde 2000, não está casada.
Serra interrompeu a sua formação acadêmica em função do exílio, que impediu que seguisse a carreira de Engenheiro. No entanto, no Chile, fez um mestrado em Economia e foi professor de matemática na CEPAL. Posteriormente, nos Estados Unidos, fez mais um mestrado e um doutorado na prestigiada Universidade de Cornell. Tem uma das mais sólidas formações na área no Brasil.
Dilma ingressou em 1967 na faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Ali participou da criação do sanguinário grupo COLINA, Comando de Libertação Nacional. Posteriormente, participou ativamente da fusão entre a COLINA e a VPR, Vanguarda Popular Revolucionária, quando surgiu a violenta VAR-P, Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, responsável por dezenas de crimes contra civis e militares.
Serra permaneceu 10 anos longe do Brasil. Retornou em 1977, dois anos antes da Lei da Anistia, sendo um dos únicos que voltou sem nenhuma garantia de liberdade e ainda com os direitos políticos cassados.
Enquanto isso, Dilma estava na clandestinidade, participando de ações armadas, recebendo treinamento para guerrilha no exterior, ministrado por organizações comunistas internacionais. Aprendeu a usar o fuzil com maestria, especialmente na atividade de montá-lo e desmontá-lo no escuro. Foi presa em 1970, permanecendo nesta condição até 1973.
Em 1978, Serra iniciou a sua carreira política, que este ano completa 32 anos. Neste ano, teve sua candidatura a deputado impugnada, sob a alegação de que ainda estava com os direitos políticos suspensos. Foi admitido como professor de Economia na UNICAMP, onde ficou até 1984.
Em 1973, Dilma Rousseff retomou o curso de Economia na UFRGS, no Rio Grande do Sul, onde estava preso seu segundo marido, Carlos Araújo. Ingressou, junto com o marido, no PDT e recebeu um cargo de estagiária na Fundação de Economia e Estatística, em 1977. Em 1978, Dilma Rousseff começou a fazer o mestrado na UNICAMP e, depois, o doutorado. Durante anos, mentiu em seu currículo que tinha concluído os dois cursos quando, na verdade, mal cursou os créditos, que representa quando muito 10% de um título acadêmico strictu sensu.
Em 1983, Serra iniciou, efetivamente, a sua carreira como gestor, assumindo a Secretária de Planejamento do Estado de São Paulo.
Em 1985, Dilma assumiu a Secretaria Municipal da Fazenda, em Porto Alegre, no governo do pedetista Alceu Collares, com quem tem uma dívida de gratidão. Hoje Collares é conselheiro de Itaipu.
Em 1986, Serra foi eleito deputado constituinte, com a maior votação do estado de São Paulo. Foi o deputado que aprovou mais emendas no processo da Constituinte: apresentou 208 e aprovou 130, uma delas criando o Fundo de Amparo ao Trabalhador. Liderou toda a reformulação orçamentária e de planejamento do país, no período, que começaram a estruturar as finanças brasileiras, preparando-as para o futuro Plano Real.
Dilma saiu da Secretaria da Fazenda de Porto Alegre em 1988, sendo substituída pelo hoje blogueiro Políbio Braga, que afirma: "ela não deixou sequer um relatório e a secretaria era um caos."
Serra foi um dos fundadores do PSDB, em 1988. Foi derrotado por Luiza Erundina, do PT, nas eleições para prefeito de São Paulo. Em 1990, foi reeleito deputado federal com a maior votação em São Paulo.
Em 1989, Dilma foi nomeada Diretora-Geral da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, na cota do marido no PDT. Alguns meses depois foi demitida, pois não obedecia horários e faltava a todas as reuniões, segundo Valdir Fraga, o presidente da Casa, à época.
Em 1994, Serra foi um dos grandes apoiadores do Plano Real, mesmo com idéias própria que o indispuseram, por exemplo, com Ciro Gomes. Neste ano, foi eleito senador por São Paulo, com mais de seis milhões de votos. Em seguida, assumiu o Ministério do Planejamento.
Em 1995, voltou para a FEE, mas como funcionária, já que o PDT havia perdido a eleição. Ali editou uma revista de indicadores econômicos, enquanto tentava acertar o seu “doutorado” na UNICAMP.
Em 1998, José Serra assumiu o Ministério da Saúde, criando os genéricos e o Programa de Combate a AIDS. Criou a ANS e ANVISA. Foi considerado, internacionalmente, como uma referência mundial em gestão na área.
Em 1998, na cota do PDT, assume a Secretaria de Minas e Energia, no governo petista de Olívio Dutra, eleito governador gaúcho.Vendo que o partido de Brizola estava decadente, ingressou no PT.
Em 2002, Serra candidatou-se à Presidência, sendo derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva.
Em 2002, Dilma foi nomeada ministra das Minas e Energia do governo Lula, puxando o tapete de Luiz Pinguelli Rosa, mestre em engenharia nuclear e doutor em física, que coordenava o grupo de transição.
Em 2004, Serra elegeu-se Prefeito de São Paulo.
Em junho de 2005, Dilma assumiu o lugar de José Dirceu, o chefe da sofisticada organização criminosa do mensalão, sendo saudada por ele como “companheira de armas e de lutas”, em memória aos tempos da guerrilha.
Em 2006, elegeu-se Governador de São Paulo, cargo que exerce até os dias de hoje. É o candidato natural da oposição à Presidência da República.
De lá para cá, vem sendo imposta por Lula como a candidata biônica do PT à presidência da república. No dia 20 de fevereiro de 2010, foi ungida, sem nunca ter conquistado um só cargo público pelo voto ou por concurso, a candidata da situação à sucessão de Lula.
Estamos bem longe do modelo original.
Nao sei quem elaborou as "vidas paralelas" abaixo discriminadas de José Serra e de Dilma Rousseff, apenas sei dizer que o autor não gosta de Dilma, pelos conceitos usados e pela linguagem empregada.
Independentemente disso, porém, seria preciso saber se existem muitas mentiras, ou fatos que não são reais, com relação à candidata. Aceito publicar retificações objetivas, não ataques ou acusações sem base factual.
As "vidas paralelas" foram até o começo de 2010. Pode-se continuar...
Paulo Roberto de Almeida
José Serra e Dilma Rousseff: vidas paralelas
(Março de 2010)
José Serra tem 68 anos, é paulista, filho de imigrantes italianos, o pai vendedor de frutas no Mercado Público, foi criado em uma pequena casa quarto e sala, geminada com outras 24, em São Paulo.
Dilma Rousseff tem 62 anos, é mineira, filha de um imigrante húngaro, rico empreiteiro e dono de construtora, proprietário de dezenas de imóveis em Belo Horizonte, foi criada em um grande e espaçoso apartamento em Belo Horizonte.
Somente quando chegou ao Científico, a família Serra mudou-se para um apartamento de dois quartos, alugado. Antes disso, moraram em uma pequena casa em rua de chão batido.
Imóvel não era problema para a rica família Rousseff, que passava férias no Rio. Um dos espaçosos apartamentos foi cedido para Dilma utilizar, exclusivamente, como esconderijo seguro para os grupos terroristas dos quais participava, de onde saíam para praticar atentados, roubar e seqüestrar.
No início dos anos sessenta, vinculado à política estudantil, Serra foi presidente da União Estadual de Estudantes, de São Paulo, e da União Nacional dos Estudantes, com apoio da Juventude Católica. Democrata, sempre usou o palanque e a tribuna como armas, jamais integrando grupos terroristas e revolucionários manipulados pelo comunismo internacional.
Dilma, por sua vez, neste mesmo período, fazia política estudantil nas escolas mais burguesas de Belo Horizonte. Em 1963, ingressou no curso clássico e passou a comandar uma célula política em uma das mais tradicionais escolas da cidade, onde conheceu futuros companheiros de guerrilha, como o atual prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel.
Em 1964, Serra exilou-se na Bolívia e, posteriormente, na França, retornando ao Brasil em 1965, na clandestinidade. Ainda neste ano, foi para o Chile, onde ficou durante oito anos. Com a queda de Allende, foi para a Itália e, posteriormente, para os Estados Unidos. Teve uma vida extremamente produtiva no exílio, onde adquiriu sólida formação acadêmica, foi professor e consultor.
Em 1964, Dilma começou a conviver com terroristas de esquerda, iniciando a sua carreira como militante na luta armada. Neste período ingressou na POLOP, Política Operária, onde militou até ingressar na universidade.
Em 1967, Serra casou-se com a psicóloga e bailarina Sílvia Mônica Allende, com quem tem dois filhos e dois netos e continua até hoje casado.
Dilma também casou-se em 1967, com o terrorista e guerrilheiro Cláudio Galeno de Magalhães Linhares ("Aurelio", "Lobato"). Quando o primeiro marido a deixou, para ir cumprir missões em outros países, sequestrando um avião no Uruguai, por exemplo, teve um segundo casamento com Carlos Franklin Araújo, com quem teve uma filha. Desde 2000, não está casada.
Serra interrompeu a sua formação acadêmica em função do exílio, que impediu que seguisse a carreira de Engenheiro. No entanto, no Chile, fez um mestrado em Economia e foi professor de matemática na CEPAL. Posteriormente, nos Estados Unidos, fez mais um mestrado e um doutorado na prestigiada Universidade de Cornell. Tem uma das mais sólidas formações na área no Brasil.
Dilma ingressou em 1967 na faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Ali participou da criação do sanguinário grupo COLINA, Comando de Libertação Nacional. Posteriormente, participou ativamente da fusão entre a COLINA e a VPR, Vanguarda Popular Revolucionária, quando surgiu a violenta VAR-P, Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, responsável por dezenas de crimes contra civis e militares.
Serra permaneceu 10 anos longe do Brasil. Retornou em 1977, dois anos antes da Lei da Anistia, sendo um dos únicos que voltou sem nenhuma garantia de liberdade e ainda com os direitos políticos cassados.
Enquanto isso, Dilma estava na clandestinidade, participando de ações armadas, recebendo treinamento para guerrilha no exterior, ministrado por organizações comunistas internacionais. Aprendeu a usar o fuzil com maestria, especialmente na atividade de montá-lo e desmontá-lo no escuro. Foi presa em 1970, permanecendo nesta condição até 1973.
Em 1978, Serra iniciou a sua carreira política, que este ano completa 32 anos. Neste ano, teve sua candidatura a deputado impugnada, sob a alegação de que ainda estava com os direitos políticos suspensos. Foi admitido como professor de Economia na UNICAMP, onde ficou até 1984.
Em 1973, Dilma Rousseff retomou o curso de Economia na UFRGS, no Rio Grande do Sul, onde estava preso seu segundo marido, Carlos Araújo. Ingressou, junto com o marido, no PDT e recebeu um cargo de estagiária na Fundação de Economia e Estatística, em 1977. Em 1978, Dilma Rousseff começou a fazer o mestrado na UNICAMP e, depois, o doutorado. Durante anos, mentiu em seu currículo que tinha concluído os dois cursos quando, na verdade, mal cursou os créditos, que representa quando muito 10% de um título acadêmico strictu sensu.
Em 1983, Serra iniciou, efetivamente, a sua carreira como gestor, assumindo a Secretária de Planejamento do Estado de São Paulo.
Em 1985, Dilma assumiu a Secretaria Municipal da Fazenda, em Porto Alegre, no governo do pedetista Alceu Collares, com quem tem uma dívida de gratidão. Hoje Collares é conselheiro de Itaipu.
Em 1986, Serra foi eleito deputado constituinte, com a maior votação do estado de São Paulo. Foi o deputado que aprovou mais emendas no processo da Constituinte: apresentou 208 e aprovou 130, uma delas criando o Fundo de Amparo ao Trabalhador. Liderou toda a reformulação orçamentária e de planejamento do país, no período, que começaram a estruturar as finanças brasileiras, preparando-as para o futuro Plano Real.
Dilma saiu da Secretaria da Fazenda de Porto Alegre em 1988, sendo substituída pelo hoje blogueiro Políbio Braga, que afirma: "ela não deixou sequer um relatório e a secretaria era um caos."
Serra foi um dos fundadores do PSDB, em 1988. Foi derrotado por Luiza Erundina, do PT, nas eleições para prefeito de São Paulo. Em 1990, foi reeleito deputado federal com a maior votação em São Paulo.
Em 1989, Dilma foi nomeada Diretora-Geral da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, na cota do marido no PDT. Alguns meses depois foi demitida, pois não obedecia horários e faltava a todas as reuniões, segundo Valdir Fraga, o presidente da Casa, à época.
Em 1994, Serra foi um dos grandes apoiadores do Plano Real, mesmo com idéias própria que o indispuseram, por exemplo, com Ciro Gomes. Neste ano, foi eleito senador por São Paulo, com mais de seis milhões de votos. Em seguida, assumiu o Ministério do Planejamento.
Em 1995, voltou para a FEE, mas como funcionária, já que o PDT havia perdido a eleição. Ali editou uma revista de indicadores econômicos, enquanto tentava acertar o seu “doutorado” na UNICAMP.
Em 1998, José Serra assumiu o Ministério da Saúde, criando os genéricos e o Programa de Combate a AIDS. Criou a ANS e ANVISA. Foi considerado, internacionalmente, como uma referência mundial em gestão na área.
Em 1998, na cota do PDT, assume a Secretaria de Minas e Energia, no governo petista de Olívio Dutra, eleito governador gaúcho.Vendo que o partido de Brizola estava decadente, ingressou no PT.
Em 2002, Serra candidatou-se à Presidência, sendo derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva.
Em 2002, Dilma foi nomeada ministra das Minas e Energia do governo Lula, puxando o tapete de Luiz Pinguelli Rosa, mestre em engenharia nuclear e doutor em física, que coordenava o grupo de transição.
Em 2004, Serra elegeu-se Prefeito de São Paulo.
Em junho de 2005, Dilma assumiu o lugar de José Dirceu, o chefe da sofisticada organização criminosa do mensalão, sendo saudada por ele como “companheira de armas e de lutas”, em memória aos tempos da guerrilha.
Em 2006, elegeu-se Governador de São Paulo, cargo que exerce até os dias de hoje. É o candidato natural da oposição à Presidência da República.
De lá para cá, vem sendo imposta por Lula como a candidata biônica do PT à presidência da república. No dia 20 de fevereiro de 2010, foi ungida, sem nunca ter conquistado um só cargo público pelo voto ou por concurso, a candidata da situação à sucessão de Lula.
Interrupcao eleitoral (4): Uma personalidade inconstante - Joao Bosco Leal
A primeira virtude de um político, de qualquer pessoa, é a de ser coerente, em primeiro lugar com a realidade, depois com suas póprias opiniões. Quando mudam os fatos, podemos mudar de opinião, claro, mas isso tem a ver com novas situações, derivadas de fatores objetivos.
Não é exatamente o que ocorreu com a candidata oficial: por puro oportunismo eleitoral, ela resolveu afirmar o contrário do que afirmava antes, sem jamais se explicar por que, exatamente, estava mudando de ideias (mais provavelmente nao de ideias, apenas de afirmacoes).
Pode ser mentira total, pode ser simples oportunismo. Em todo caso, não aprecio gente que tem dois discursos, um em total contradição com o outro.
Gosto de coerência, ou pelo menos de transparência. Que as pessoas se expliquem porque estão dizendo algo diferente do que diziam anteriormente.
Isso também é desonestidade intelectual.
Paulo Roberto de Almeida
A inconstante Dilma Rousseff
João Bosco Leal
Blog Libertatum, 16.10.2010
Lendo matéria publicada pela revista Veja desta semana, consegui ver condensados, em uma única matéria jornalística, vários pontos nevrálgicos do atual cenário político, todos de conhecimento público, mas angariados em veículos e oportunidades diferentes.
Na convenção do PT realizada em 2007, o partido fechou questão em relação à liberalização da prática do aborto, cuja descriminalização o partido já discutia internamente, desde sua fundação, há 30 anos. Nessa oportunidade, Dilma Rousseff, acompanhando a decisão do partido, declarou-se favorável à descriminalização do aborto, e reafirmou essa sua posição em abril de 2009 e em maio e agosto de 2010, em documentos e entrevistas a diversos veículos de comunicação.
Após pesquisas realizadas pelos marqueteiros de sua campanha, mostrando que 68% da população brasileira são contrários a qualquer mudança na lei em vigor, que só permite o aborto em casos específicos, de estupro ou por risco de vida da gestante, Dilma passou a declarar ser "pessoalmente contra o aborto", visto que não há como negar, além de suas declarações anteriores, também a posição de seu partido.
A variação de posições de Dilma diante de diversos assuntos é bastante dúbia, visto que nunca disputou sequer uma eleição, e, consequentemente, nunca exerceu um cargo executivo onde sua competência e atitudes ideológicas pudessem ser medidas. Disputa agora esta eleição, por escolha exclusiva do presidente Lula, que, com isso, parece querer mostrar a todos sua capacidade de eleger até um poste, desde que por ele indicado.
Suas declarações pessoais em relação a assuntos importantes como invasões de terras, meio ambiente, liberdade de imprensa, economia, privatizações e corrupção envolvendo seus assessores são variáveis conforme a ocasião.
Apóia os sem-terra, mas, em exposições de gado, ou outro ambiente onde esteja diante de produtores rurais, diz que respeitará a propriedade privada, quando se sabe que o PT pretende a limitação do tamanho de áreas, independentemente de serem produtivas ou não. Em abril de 2010, disse que, por ser do governo, não considerava "cabível" usar um boné do MST, mas, em junho, na convenção do PT em Sergipe, discursou usando o boné.
Declarou-se contrária a contribuições financeiras de países em desenvolvimento para a constituição de um fundo de preservação ambiental, mas, quando soube que Lula se dispunha a contribuir, no dia seguinte já desdenhava da proposta de Marina Silva, que propunha a doação pelo Brasil de US$ 1 bilhão, dizendo que esse valor "não faz nem cosquinha", insinuando que o Brasil deveria contribuir com quantia muito maior.
Diante do escândalo provocado por sua assessora e sucessora na Casa Civil, Erenice Guerra, declarou, no dia 11 de setembro, com todas letras, "ela tem minha inteira confiança até hoje" e, no dia seguinte, já disse "não posso ser julgada com base no que aconteceu com o filho de uma ex-assessora", esquecendo-se de comentar que, à essa altura, o escândalo já se estendia ao ex-marido da assessora e a outras pessoas e empresas.
No dia 5 de julho, Dilma entregou à Justiça Eleitoral um programa de governo que propunha o controle da imprensa através de conselhos e observatórios comandados pelo governo, e, no dia 21 de julho, disse "Sou rigorosamente contrária ao controle do conteúdo. O único controle que existe é o controle remoto".
Por todos esses aspectos, me assusta a possibilidade de entregar o comando de um país a quem não possui nenhuma experiência administrativa, além de possuir um passado e um presente ideológico muito diferente do que é tradicionalmente aceito pela população brasileira.
Diante de tanta inconstância, penso ser realmente muita irresponsabilidade de um eleitor patriota fazer opção de voto por Dilma Rousseff, se nem ela mesma sabe o que pensa sobre tais assuntos.
Não é exatamente o que ocorreu com a candidata oficial: por puro oportunismo eleitoral, ela resolveu afirmar o contrário do que afirmava antes, sem jamais se explicar por que, exatamente, estava mudando de ideias (mais provavelmente nao de ideias, apenas de afirmacoes).
Pode ser mentira total, pode ser simples oportunismo. Em todo caso, não aprecio gente que tem dois discursos, um em total contradição com o outro.
Gosto de coerência, ou pelo menos de transparência. Que as pessoas se expliquem porque estão dizendo algo diferente do que diziam anteriormente.
Isso também é desonestidade intelectual.
Paulo Roberto de Almeida
A inconstante Dilma Rousseff
João Bosco Leal
Blog Libertatum, 16.10.2010
Lendo matéria publicada pela revista Veja desta semana, consegui ver condensados, em uma única matéria jornalística, vários pontos nevrálgicos do atual cenário político, todos de conhecimento público, mas angariados em veículos e oportunidades diferentes.
Na convenção do PT realizada em 2007, o partido fechou questão em relação à liberalização da prática do aborto, cuja descriminalização o partido já discutia internamente, desde sua fundação, há 30 anos. Nessa oportunidade, Dilma Rousseff, acompanhando a decisão do partido, declarou-se favorável à descriminalização do aborto, e reafirmou essa sua posição em abril de 2009 e em maio e agosto de 2010, em documentos e entrevistas a diversos veículos de comunicação.
Após pesquisas realizadas pelos marqueteiros de sua campanha, mostrando que 68% da população brasileira são contrários a qualquer mudança na lei em vigor, que só permite o aborto em casos específicos, de estupro ou por risco de vida da gestante, Dilma passou a declarar ser "pessoalmente contra o aborto", visto que não há como negar, além de suas declarações anteriores, também a posição de seu partido.
A variação de posições de Dilma diante de diversos assuntos é bastante dúbia, visto que nunca disputou sequer uma eleição, e, consequentemente, nunca exerceu um cargo executivo onde sua competência e atitudes ideológicas pudessem ser medidas. Disputa agora esta eleição, por escolha exclusiva do presidente Lula, que, com isso, parece querer mostrar a todos sua capacidade de eleger até um poste, desde que por ele indicado.
Suas declarações pessoais em relação a assuntos importantes como invasões de terras, meio ambiente, liberdade de imprensa, economia, privatizações e corrupção envolvendo seus assessores são variáveis conforme a ocasião.
Apóia os sem-terra, mas, em exposições de gado, ou outro ambiente onde esteja diante de produtores rurais, diz que respeitará a propriedade privada, quando se sabe que o PT pretende a limitação do tamanho de áreas, independentemente de serem produtivas ou não. Em abril de 2010, disse que, por ser do governo, não considerava "cabível" usar um boné do MST, mas, em junho, na convenção do PT em Sergipe, discursou usando o boné.
Declarou-se contrária a contribuições financeiras de países em desenvolvimento para a constituição de um fundo de preservação ambiental, mas, quando soube que Lula se dispunha a contribuir, no dia seguinte já desdenhava da proposta de Marina Silva, que propunha a doação pelo Brasil de US$ 1 bilhão, dizendo que esse valor "não faz nem cosquinha", insinuando que o Brasil deveria contribuir com quantia muito maior.
Diante do escândalo provocado por sua assessora e sucessora na Casa Civil, Erenice Guerra, declarou, no dia 11 de setembro, com todas letras, "ela tem minha inteira confiança até hoje" e, no dia seguinte, já disse "não posso ser julgada com base no que aconteceu com o filho de uma ex-assessora", esquecendo-se de comentar que, à essa altura, o escândalo já se estendia ao ex-marido da assessora e a outras pessoas e empresas.
No dia 5 de julho, Dilma entregou à Justiça Eleitoral um programa de governo que propunha o controle da imprensa através de conselhos e observatórios comandados pelo governo, e, no dia 21 de julho, disse "Sou rigorosamente contrária ao controle do conteúdo. O único controle que existe é o controle remoto".
Por todos esses aspectos, me assusta a possibilidade de entregar o comando de um país a quem não possui nenhuma experiência administrativa, além de possuir um passado e um presente ideológico muito diferente do que é tradicionalmente aceito pela população brasileira.
Diante de tanta inconstância, penso ser realmente muita irresponsabilidade de um eleitor patriota fazer opção de voto por Dilma Rousseff, se nem ela mesma sabe o que pensa sobre tais assuntos.
Interrupcao eleitoral (3): Uma campanha suja - Reinaldo Azevedo
Apenas transcrevendo e aproveitando para alertar. Tenho plena consciência que todos os lados estão recorrendo a métodos condenáveis, no chamado submundo eleitoral. Mas nem todo mundo se parece: não se pode acusar a Igreja, por exemplo, de pertencer ao submundo. Foram setores da Igreja que lideraram, de certa forma, a reação contra certas posições ambíguas da candidata oficial.
Depois, em reação a isso, ela tentou mudar de posição, de forma certamente canhestra e sobretudo mentirosa; muita gente percebeu que as novas posições não refletem o que ela realmente pensa.
Paulo Roberto de Almeida
Preparem-se para os 15 dias mais sujos da história política brasileira!
Reinaldo Azevedo, 16.10.2010
Esta já é a campanha eleitoral mais suja desde a redemocratização do país. Luiz Inácio Lula da Silva, com a sua falta de decoro e de apreço pela liturgia do cargo, é o seu comandante. As duas semanas que vêm pela frente vão fazer o país ferver. Na raiz da baixaria está uma concepção de poder que é essencialmente antidemocrática: o PT não admite a possibilidade de ser derrotado. Se vislumbra essa risco no horizonte, não tem nenhum receio de, com uma das mãos, fazer o jogo sujo e, com a outra, denunciar o jogo sujo dos adversários, reivindicando, assim, licença para enlamear ainda mais o processo. Vamos pensar um pouco.
Aqueles que decidem exercer o que chamo “poder da vítima” pretendem sempre uma de duas coisas: ou imaginam mesmo haurir algum benefício na esperança de que os outros sejam mais tolos do que eles próprios ou estão em busca de uma desculpa moral para recorrer à patifaria e, ainda por cima, culpar as vítimas: “Só agi assim fiz porque eles começaram; por mim, só faria coisas boas!” Nas relações pessoais, isso é muito comum; nas amorosas, é comuníssimo — em qualquer dos casos, afaste-se de gente assim: estamos falando de pessoas perigosas, sem limites.
No que concerne à política, o “poder da vítima” está na raiz psico-sociológica das duas tiranias do século passado. Socialismo e fascismo representam justamente a vingança do ressentido. Num caso, excita-se o ódio e o desejo de vingança “justa” (!) de uma “classe”; no outro, de uma nação. São construções ideológicas, que mobilizam, não obstante, ressentimentos individuais dos militantes. Ninguém se torna fanático de uma causa só porque foi convencido por um conjunto de valores ou porque se encantou com o corpo conceitual de uma doutrina. O fanatismo é só o casamento de uma falha psíquica ou de caráter — individual, privada — com o momento, que é coletivo. A paixão cega não é uma convicção, mas uma doença. Danton, goste-se ou não de suas idéias (eu não gosto muito, hehe…), era um convicto; Robespierre era um doente! Mas me desviei um tantinho. Volto ao leito.
Os que decidem exercer “o poder da vítima” delinqüem, mentem, trapaceiam, cometem crimes e tentam sempre nos convencer de que só o fazem premidos por circunstâncias — ou em nome da causa. Para eles, os limites da lei são imposições que impedem a justiça, não instrumentos para discipliná-la. Peguemos, então, o exemplo de Luiz Inácio Lula da Silva. O partido que criou, com efeito, desafiou alguns limites da ditadura — já bastante enfraquecida, sejamos justos e precisos —, cresceu e se fortaleceu. Na ordem democrática, continuou a desafiá-los, por intermédio de seus “movimentos sociais”, e não abandonou a prática mesmo depois de ter chegado ao poder. Na ditadura, a afronta à ordem tinha a justificativa plausível da justiça; na democracia, o desrespeito às instituições tem como objetivo único o fortalecimento do próprio partido. Nesse caso, se o partido prevalece, quem fenece é a sociedade.
Poderia fazer aqui o elenco das dezenas de vezes em que o PT mandou a democracia às favas em nome do seu próprio fortalecimento. Mas acho que vocês conhecem o roteiro. Quero me ater, como anunciei lá no primeiro parágrafo, à disputa eleitoral deste ano. Já na largada, ficou claro que o partido tinha voltado àquele costume que adquiriu no tempo em que estava na oposição: a mobilização de um verdadeiro exército de arapongas para atingir o adversário. Naquele tempo, como “vítimas”, os petistas tinham uma boa desculpa: do outro lado, estariam os “reacionários”, que precisavam ser combatidos. A imprensa, infelizmente, colaborou bastante na construção dessa perversão.
No poder, os métodos continuaram os mesmos. Quando o bunker montado pela pré-campanha de Dilma Rousseff foi denunciado — o sigilo fiscal do tucano Eduardo Jorge estava com eles —, os petistas fizeram o quê? Denunciaram, vítimas eternas que são, uma grande conspiração do que chamam “mídia”!!! Passado algum tempo, surgiram evidências de que os sigilos de outros tucanos e da filha e do genro de José Serra também tinham sido violados. Uma investigação rasa foi o bastante para chegar à autoria: bateu nos petistas. Agora, a investigação se arrasta, no que tem todo o jeito de ser mais um crime sem criminosos nem culpados.
Flagrados, denunciados, expostos, qual foi a reação dos petistas? “Tudo não passa de uma tentativa desesperada de Serra de ganhar a eleição; ele está fazendo exploração eleitoreira do episódio”. O presidente da República, ninguém menos, foi à TV com essa mensagem, na fala em que Serra foi chamado de “candidato da turma do contra”. O tucano passou a ser tratado pelos petistas — e até por setores da imprensa — como responsável pelo mal que lhe impingiam. Esse é o jogo clássico do “vitimismo triunfante”. Descobre-se logo depois que uma verdadeira quadrilha atua na Casa Civil, o que custa a cabeça da ministra, braço-direito de Dilma Rousseff. O PT, inicialmente, denuncia o jogo sujo da oposição, em conluio com a mídia (!).
A religião
É claro que os escândalos, especialmente o de Erenice Guerra, abalaram a reputação do PT. Ainda que 80% dos eleitores realmente aprovassem o governo Lula, isso não significa endosso às lambanças. Dilma começou a cair nas pesquisas, e o PT decidiu descobrir os motivos. E então chegamos à pauta religiosa. A imprensa — os meus coleguinhas — sabe muito bem que os tucanos não estão na raiz da corrente “Dilma-aborto”. A sociedade existe, e esse nunca foi um tema muito popular no país. Os tucanos, ao contrário, até demoraram para se dar conta do fenômeno. Mas o PT, o “partido das vítimas”, precisava culpar alguém. Nesse particular, colheu mais efeitos negativos do que positivos.
Terrorismo
Como é mesmo? Quem se diz vítima, sem ser, só está buscando um motivo para delinqüir. E foi o que fez o PT. A exemplo de 2006, levou para a TV uma campanha sórdida, atribuindo aos tucanos a intenção de privatizar a Petrobras e o pré-sal — o que é mentira. E partiu para a desconstrução agressiva dos governos tucanos em São Paulo, especialmente em áreas em que o petismo não tem nada de bom a oferecer nos estados em que é governo: segurança e educação. A resposta no horário eleitoral de Serra é, a meu ver, até agora, muito tímida, fraca. O PSDB parece considerar ainda a máxima “quem bate sempre perde” — o que considero uma bobagem não-comprovada na prática. Mas deixo isso para outra hora.
Pesquisa Datafolha divulgada ontem aponta seis pontos de diferença entre Dilma e Serra — sete nos votos válidos (o instituto diz que são oito, mas a conta não me convenceu). É pouco. É quase nada. O que a muitos parecia um delírio no dia 2 de outubro é uma possibilidade absolutamente plausível 14 dias depois: o risco de Dilma perder é real. E há mais 14 pela frente. É claro que aqueles “institutos”, vocês sabem, já estão prontos para, daqui a uns dois ou três dias, apontar um novo alargamento da diferença. Já antecipo o título: “Diferença volta a crescer” — ou algo assim. A imprensa que não vende, mas se vende, mergulha na lama — lama que está no horário eleitoral e que chega aos palanques.
O PT prepara um cenário em que a eventual vitória será experimentada como o triunfo das vítimas contra os seus algozes — como se “os pequenos”, nessa disputa, não fossem os oposicionistas. E vai tentar se vingar depois. Em caso de derrota, essas mesmas “vítimas” acusarão, então, uma grande conspiração — sabe-se lá de quem — contra os “interesses populares” (aqueles a que se agregaram hoje patriotas como José Sarney, Fernando Collor e Renan Calheiros) e estarão prontas para fazer o que sempre fizeram: sabotar o governo sob o pretexto de exercer suas convicções.
Ganhando ou perdendo, eles não tem limites porque não têm princípios e consideram que mentira ou verdade são só exigências da necessidade.
Depois, em reação a isso, ela tentou mudar de posição, de forma certamente canhestra e sobretudo mentirosa; muita gente percebeu que as novas posições não refletem o que ela realmente pensa.
Paulo Roberto de Almeida
Preparem-se para os 15 dias mais sujos da história política brasileira!
Reinaldo Azevedo, 16.10.2010
Esta já é a campanha eleitoral mais suja desde a redemocratização do país. Luiz Inácio Lula da Silva, com a sua falta de decoro e de apreço pela liturgia do cargo, é o seu comandante. As duas semanas que vêm pela frente vão fazer o país ferver. Na raiz da baixaria está uma concepção de poder que é essencialmente antidemocrática: o PT não admite a possibilidade de ser derrotado. Se vislumbra essa risco no horizonte, não tem nenhum receio de, com uma das mãos, fazer o jogo sujo e, com a outra, denunciar o jogo sujo dos adversários, reivindicando, assim, licença para enlamear ainda mais o processo. Vamos pensar um pouco.
Aqueles que decidem exercer o que chamo “poder da vítima” pretendem sempre uma de duas coisas: ou imaginam mesmo haurir algum benefício na esperança de que os outros sejam mais tolos do que eles próprios ou estão em busca de uma desculpa moral para recorrer à patifaria e, ainda por cima, culpar as vítimas: “Só agi assim fiz porque eles começaram; por mim, só faria coisas boas!” Nas relações pessoais, isso é muito comum; nas amorosas, é comuníssimo — em qualquer dos casos, afaste-se de gente assim: estamos falando de pessoas perigosas, sem limites.
No que concerne à política, o “poder da vítima” está na raiz psico-sociológica das duas tiranias do século passado. Socialismo e fascismo representam justamente a vingança do ressentido. Num caso, excita-se o ódio e o desejo de vingança “justa” (!) de uma “classe”; no outro, de uma nação. São construções ideológicas, que mobilizam, não obstante, ressentimentos individuais dos militantes. Ninguém se torna fanático de uma causa só porque foi convencido por um conjunto de valores ou porque se encantou com o corpo conceitual de uma doutrina. O fanatismo é só o casamento de uma falha psíquica ou de caráter — individual, privada — com o momento, que é coletivo. A paixão cega não é uma convicção, mas uma doença. Danton, goste-se ou não de suas idéias (eu não gosto muito, hehe…), era um convicto; Robespierre era um doente! Mas me desviei um tantinho. Volto ao leito.
Os que decidem exercer “o poder da vítima” delinqüem, mentem, trapaceiam, cometem crimes e tentam sempre nos convencer de que só o fazem premidos por circunstâncias — ou em nome da causa. Para eles, os limites da lei são imposições que impedem a justiça, não instrumentos para discipliná-la. Peguemos, então, o exemplo de Luiz Inácio Lula da Silva. O partido que criou, com efeito, desafiou alguns limites da ditadura — já bastante enfraquecida, sejamos justos e precisos —, cresceu e se fortaleceu. Na ordem democrática, continuou a desafiá-los, por intermédio de seus “movimentos sociais”, e não abandonou a prática mesmo depois de ter chegado ao poder. Na ditadura, a afronta à ordem tinha a justificativa plausível da justiça; na democracia, o desrespeito às instituições tem como objetivo único o fortalecimento do próprio partido. Nesse caso, se o partido prevalece, quem fenece é a sociedade.
Poderia fazer aqui o elenco das dezenas de vezes em que o PT mandou a democracia às favas em nome do seu próprio fortalecimento. Mas acho que vocês conhecem o roteiro. Quero me ater, como anunciei lá no primeiro parágrafo, à disputa eleitoral deste ano. Já na largada, ficou claro que o partido tinha voltado àquele costume que adquiriu no tempo em que estava na oposição: a mobilização de um verdadeiro exército de arapongas para atingir o adversário. Naquele tempo, como “vítimas”, os petistas tinham uma boa desculpa: do outro lado, estariam os “reacionários”, que precisavam ser combatidos. A imprensa, infelizmente, colaborou bastante na construção dessa perversão.
No poder, os métodos continuaram os mesmos. Quando o bunker montado pela pré-campanha de Dilma Rousseff foi denunciado — o sigilo fiscal do tucano Eduardo Jorge estava com eles —, os petistas fizeram o quê? Denunciaram, vítimas eternas que são, uma grande conspiração do que chamam “mídia”!!! Passado algum tempo, surgiram evidências de que os sigilos de outros tucanos e da filha e do genro de José Serra também tinham sido violados. Uma investigação rasa foi o bastante para chegar à autoria: bateu nos petistas. Agora, a investigação se arrasta, no que tem todo o jeito de ser mais um crime sem criminosos nem culpados.
Flagrados, denunciados, expostos, qual foi a reação dos petistas? “Tudo não passa de uma tentativa desesperada de Serra de ganhar a eleição; ele está fazendo exploração eleitoreira do episódio”. O presidente da República, ninguém menos, foi à TV com essa mensagem, na fala em que Serra foi chamado de “candidato da turma do contra”. O tucano passou a ser tratado pelos petistas — e até por setores da imprensa — como responsável pelo mal que lhe impingiam. Esse é o jogo clássico do “vitimismo triunfante”. Descobre-se logo depois que uma verdadeira quadrilha atua na Casa Civil, o que custa a cabeça da ministra, braço-direito de Dilma Rousseff. O PT, inicialmente, denuncia o jogo sujo da oposição, em conluio com a mídia (!).
A religião
É claro que os escândalos, especialmente o de Erenice Guerra, abalaram a reputação do PT. Ainda que 80% dos eleitores realmente aprovassem o governo Lula, isso não significa endosso às lambanças. Dilma começou a cair nas pesquisas, e o PT decidiu descobrir os motivos. E então chegamos à pauta religiosa. A imprensa — os meus coleguinhas — sabe muito bem que os tucanos não estão na raiz da corrente “Dilma-aborto”. A sociedade existe, e esse nunca foi um tema muito popular no país. Os tucanos, ao contrário, até demoraram para se dar conta do fenômeno. Mas o PT, o “partido das vítimas”, precisava culpar alguém. Nesse particular, colheu mais efeitos negativos do que positivos.
Terrorismo
Como é mesmo? Quem se diz vítima, sem ser, só está buscando um motivo para delinqüir. E foi o que fez o PT. A exemplo de 2006, levou para a TV uma campanha sórdida, atribuindo aos tucanos a intenção de privatizar a Petrobras e o pré-sal — o que é mentira. E partiu para a desconstrução agressiva dos governos tucanos em São Paulo, especialmente em áreas em que o petismo não tem nada de bom a oferecer nos estados em que é governo: segurança e educação. A resposta no horário eleitoral de Serra é, a meu ver, até agora, muito tímida, fraca. O PSDB parece considerar ainda a máxima “quem bate sempre perde” — o que considero uma bobagem não-comprovada na prática. Mas deixo isso para outra hora.
Pesquisa Datafolha divulgada ontem aponta seis pontos de diferença entre Dilma e Serra — sete nos votos válidos (o instituto diz que são oito, mas a conta não me convenceu). É pouco. É quase nada. O que a muitos parecia um delírio no dia 2 de outubro é uma possibilidade absolutamente plausível 14 dias depois: o risco de Dilma perder é real. E há mais 14 pela frente. É claro que aqueles “institutos”, vocês sabem, já estão prontos para, daqui a uns dois ou três dias, apontar um novo alargamento da diferença. Já antecipo o título: “Diferença volta a crescer” — ou algo assim. A imprensa que não vende, mas se vende, mergulha na lama — lama que está no horário eleitoral e que chega aos palanques.
O PT prepara um cenário em que a eventual vitória será experimentada como o triunfo das vítimas contra os seus algozes — como se “os pequenos”, nessa disputa, não fossem os oposicionistas. E vai tentar se vingar depois. Em caso de derrota, essas mesmas “vítimas” acusarão, então, uma grande conspiração — sabe-se lá de quem — contra os “interesses populares” (aqueles a que se agregaram hoje patriotas como José Sarney, Fernando Collor e Renan Calheiros) e estarão prontas para fazer o que sempre fizeram: sabotar o governo sob o pretexto de exercer suas convicções.
Ganhando ou perdendo, eles não tem limites porque não têm princípios e consideram que mentira ou verdade são só exigências da necessidade.
Um Premio Nobel para um coronel...
Talvez um prêmio IgNobil, mas fiquemos com a paródia...
Paulo Roberto de Almeida
Opinión
Premio Nobel para Chávez
FRANCISCO RIVERO VALERA
EL UNIVERSAL, viernes 15 de octubre de 2010
Creo que ha llegado el momento de proponer a Chávez para el Premio Nobel. Para bajar un poco el impacto de Vargas Llosa. Y proyectar al Presidente, por fin, en algo tan bueno como son las disciplinas científicas y humanísticas. Pero, el problema para la nominación de Chávez no es que no tenga suficientes méritos sino que por tener tantos méritos es difícil su ubicación en una de las 6 disciplinas de la Fundación Nobel: Literatura, Economía, Paz, Medicina, Física y Química. Puede ser ubicado, por ejemplo, en Literatura, como Vargas Llosa, García Márquez, Pablo Neruda y otros latinoamericanos, por su vasta producción literaria hecha pública a través de la prensa escrita semanal en Las Líneas de Chávez o en Twitter, como chavezcandanga. Con eso es suficiente. No sería necesario mencionar la creación de la Real Academia de la Lengua de Chávez que mejora nuestro idioma al rescatar palabras casi olvidadas como pendejo, y frases que se omiten por la censura; o al enriquecer el lenguaje con palabras foráneas como pitiyanqui. Ni tampoco sería necesario mencionar su especial cuidado de la majestuosidad del discurso presidencial dirigido a la gente de adentro y a los de afuera de nuestro país. Y eso tiene su gratificación: el Nobel en Literatura.
También puede ser propuesto para el Nobel de Economía porque, piense en lo siguiente: para volver papilla la economía de un país que ha tenido la bicoca de un Billón de Dólares de ingresos, se necesita una habilidad especial que no la tiene nadie en el mundo. Y eso sin mencionar las expropiaciones, la inflación, la corrupción, el control de divisas y otras antítesis económicas que ubican a Venezuela como único país en América Latina con crecimiento económico negativo. Sin duda, por habilidades tan exclusivas merece el Nobel en Economía
Pero, Chávez también puede ser propuesto para Nobel de la Paz porque, ¿usted se imagina esta Paz lograda en la convivencia de los venezolanos, con amor y buenas palabras, evitando el odio y la polarización de la población; y el tremendo trabajo que está desarrollando para convencer a las FARC, a los Etarras y a los países relacionados con el terrorismo que dejen de hacer eso, porque eso es malo? Ese trabajo es titánico, similar al de Liu Xiaobo. Y eso no tiene precio. Por lo tanto, también merece el premio Nobel de la Paz.
Y para que usted vea cómo son las cosas: Chávez también tiene chance en Medicina porque, recuerde su labor tan importante en el área sanitaria con su Misión Barrio Adentro. Ha logrado crear la estrategia más eficiente para limpiar al país de Dengue, Malaria, Chagas y otras enfermedades. De paso, tiene a todos los hospitales públicos como tacitas de oro y a los médicos, enfermeras y personal obrero bailando en una pata, contentos con el sueldo y con la cancelación oportuna de sus prestaciones. Esa eminente estrategia sanitaria de Chávez es, sin exageraciones, idéntica a la labor de la Madre Teresa de Calcuta. Por lo tanto, también se merece el Nobel en Medicina.
O sea, Chávez califica en 4 de las 6 disciplinas. Si solo 4 personas han recibido 2 premios Nobel: María Curie, Linus Pauling, John Bardeen y Frederick Sanger, y si Chávez recibe 4 Nóbel sería un hecho histórico, apoteósico, fin de mundo. Una utopía.
Advertencia: para hacer realidad esta propuesta ya está abierta la recolección de firmas en todo el país. Se agradece hacer fila y no empujar para firmar: hay espacio para todos.
Paulo Roberto de Almeida
Opinión
Premio Nobel para Chávez
FRANCISCO RIVERO VALERA
EL UNIVERSAL, viernes 15 de octubre de 2010
Creo que ha llegado el momento de proponer a Chávez para el Premio Nobel. Para bajar un poco el impacto de Vargas Llosa. Y proyectar al Presidente, por fin, en algo tan bueno como son las disciplinas científicas y humanísticas. Pero, el problema para la nominación de Chávez no es que no tenga suficientes méritos sino que por tener tantos méritos es difícil su ubicación en una de las 6 disciplinas de la Fundación Nobel: Literatura, Economía, Paz, Medicina, Física y Química. Puede ser ubicado, por ejemplo, en Literatura, como Vargas Llosa, García Márquez, Pablo Neruda y otros latinoamericanos, por su vasta producción literaria hecha pública a través de la prensa escrita semanal en Las Líneas de Chávez o en Twitter, como chavezcandanga. Con eso es suficiente. No sería necesario mencionar la creación de la Real Academia de la Lengua de Chávez que mejora nuestro idioma al rescatar palabras casi olvidadas como pendejo, y frases que se omiten por la censura; o al enriquecer el lenguaje con palabras foráneas como pitiyanqui. Ni tampoco sería necesario mencionar su especial cuidado de la majestuosidad del discurso presidencial dirigido a la gente de adentro y a los de afuera de nuestro país. Y eso tiene su gratificación: el Nobel en Literatura.
También puede ser propuesto para el Nobel de Economía porque, piense en lo siguiente: para volver papilla la economía de un país que ha tenido la bicoca de un Billón de Dólares de ingresos, se necesita una habilidad especial que no la tiene nadie en el mundo. Y eso sin mencionar las expropiaciones, la inflación, la corrupción, el control de divisas y otras antítesis económicas que ubican a Venezuela como único país en América Latina con crecimiento económico negativo. Sin duda, por habilidades tan exclusivas merece el Nobel en Economía
Pero, Chávez también puede ser propuesto para Nobel de la Paz porque, ¿usted se imagina esta Paz lograda en la convivencia de los venezolanos, con amor y buenas palabras, evitando el odio y la polarización de la población; y el tremendo trabajo que está desarrollando para convencer a las FARC, a los Etarras y a los países relacionados con el terrorismo que dejen de hacer eso, porque eso es malo? Ese trabajo es titánico, similar al de Liu Xiaobo. Y eso no tiene precio. Por lo tanto, también merece el premio Nobel de la Paz.
Y para que usted vea cómo son las cosas: Chávez también tiene chance en Medicina porque, recuerde su labor tan importante en el área sanitaria con su Misión Barrio Adentro. Ha logrado crear la estrategia más eficiente para limpiar al país de Dengue, Malaria, Chagas y otras enfermedades. De paso, tiene a todos los hospitales públicos como tacitas de oro y a los médicos, enfermeras y personal obrero bailando en una pata, contentos con el sueldo y con la cancelación oportuna de sus prestaciones. Esa eminente estrategia sanitaria de Chávez es, sin exageraciones, idéntica a la labor de la Madre Teresa de Calcuta. Por lo tanto, también se merece el Nobel en Medicina.
O sea, Chávez califica en 4 de las 6 disciplinas. Si solo 4 personas han recibido 2 premios Nobel: María Curie, Linus Pauling, John Bardeen y Frederick Sanger, y si Chávez recibe 4 Nóbel sería un hecho histórico, apoteósico, fin de mundo. Una utopía.
Advertencia: para hacer realidad esta propuesta ya está abierta la recolección de firmas en todo el país. Se agradece hacer fila y no empujar para firmar: hay espacio para todos.
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