domingo, 7 de novembro de 2010

Prata da Casa: sumario de notas sobre livros de diplomatas


Transcrevo, simplesmente, as ementas de notas (de 2009 para trás) sobre os livros de diplomatas publicadas, em sua maior parte, nos boletins da ADB. Algumas das resenhas de livros de diplomatas foram publicadas em outros veículos.
Paulo Roberto de Almeida

2065. “Prata da Casa – Boletim ADB 4o. trimestre 2009”, Brasília, 25 novembro 2009, 1 p. Notas sobre os livros: 
Tarcísio Costa: As duas Espanhas e o Brasil (Rio de Janeiro: Topbooks, 2009, 396 p.; ISBN: 978-85-7475-174-0); 
Luiz Felipe de Seixas Corrêa: O Barão do Rio Branco: Missão em Berlim – 1901/1902 (Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2009, 140 p.; ISBN: 978-85-7631-161-4). 
Boletim ADB (ano 16, n. 67, outubro-novembro-dezembro 2009, seção “Prata da Casa”, p. 31). 

2036. “Prata da Casa”, Brasília, 15 agosto 2008, 2 p. Notas sobre os livros: 
Jorge Sá Earp: O Legado (Rio de Janeiro: 7Letras, 2007, 224 p.; ISBN: 978-85-7577-428-1); 
Alberto da Costa e Silva: Castro Alves: um poeta sempre jovem (São Paulo: Companhia das Letras, 2007, 198 p.; ISBN: 978-85-359-0789-6); 
Sérgio Corrêa da Costa: Le nazisme en Amérique du Sud: Chronique d’une guerre secrete 1930-1950 (2ème édition; Paris: Ramsay, 2008, 464 p.; ISBN: 978-2-84114-904-9);
Paulo Roberto Palm: A Abertura do Rio Amazonas à Navegação Internacional e o Parlamento Brasileiro (Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2009, 100 p.; ISBN: 978-85-7631-017-4).  
Boletim ADB (ano 16, n. 66, jul-ago-set 2009, p. 30-31). Relação de Publicados n. 924.

2006. “Prata da Casa – Boletim ADB 2o. trimestre 2009”, Brasília, 18 maio 2009, 2 p. Notas sobre os livros: 
Adriano Silva Pucci: O Avesso dos Sonhos (Rio de Janeiro: 7Letras, 2008, 176 p.; ISBN: 978-85-757-7547-9); 
João Almino: Escrita em contraponto: ensaios literários (Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2008, 158 p.; ISBN: 978-85-282-0148-2); 
Vasco Mariz: Temas da política internacional: ensaios, palestras e recordações diplomáticas (Rio de Janeiro: Topbooks, 2008, 431 p.; ISBN: 978-85-7475-162-7);
Vera Cíntia Alvarez: Diversidade cultural e livre-comércio: antagonismo ou oportunidade? (Brasília: UNESCO-Instituto Rio Branco, 2008, 292 p.; ISBN: 978-85-7652-084-9).  
Boletim ADB (ano 16, n. 65, abr-mai-jun 2009, p. 30-31). Relação de Publicados n. 909.

1981. “Prata da Casa – Boletim ADB, 1o. trimestre de 2009”, Brasília, 29 janeiro 2009, 2 p. Notas sobre os seguintes livros:
André Heráclio do Rêgo: Família e Coronelismo no Brasil: uma história de poder (São Paulo: A Girafa, 2008, 380 p.; ISBN: 978-85-7719-034-8); 
José Roberto de Almeida Pinto: O Conceito de Poder nas Relações Sociais (Rio de Janeiro: Francisco Alves, 2008, 120 p.; ISBN: 978-85-265-0482-0); 
Eugênio Vargas Garcia (org.): Diplomacia Brasileira e Política Externa: Documentos Históricos 1493-2008 (Rio de Janeiro: Contraponto, 2008, 752 p.; ISBN: 978-85-7866-009-3); 
João Alfredo dos Anjos: José Bonifácio, o primeiro Chanceler do Brasil (Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2007, 424 p.; ISBN: 978-85-7631-098-3). 
Boletim ADB (ano 15, n. 64, jan-mar 2009, p. 31-32).

1951. Prata da Casa, Boletim ADB, quarto trimestre”, Brasília, 12 novembro 2008, 2 p. Notas sobre os livros:
Alexandre Guido Lopes Parola: A Ordem Injusta (Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2007, 508 p.; ISBN: 978-85-7631-087-7);
Sérgio Eduardo Moreira Lima: A Time for Change (s.l: Gvanim, s.d [2006], 128 p.);  
Oswaldo Munteal Filho, Adriano de Freixo e Jacqueline Ventapane Freitas (orgs.), “Tempo Negro, temperatura sufocante": Estado e Sociedade no Brasil do AI-5 (Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, Contraponto, 2008; 396 p. ISBN 978-85-7866-002-4); 
 Omar L. de Barros Filho e Sylvia Bojunga (eds.), Potência Brasil: Gás natural, energia limpa para um futuro sustentável (Porto Alegre: Laser Press, 2008).  
Boletim ADB (ano XV, nr. 63, out-dez 2008, p. 30-31).

1915. Prata da Casa, Boletim ADB, terceiro trimestre”, Brasília, 12 agosto 2008, 2 p. Notas sobre os livros: 
Fernando Cacciatore de Garcia: O Príncipe Irreal e o Poeta Errante (Porto Alegre: Editora Nova Roma, 2008, 96 p., il.); 
Carlos Kessel: Tesouros do Morro do Castelo: Mistério e história nos subterrâneos do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro: Zahar, 2008, 103 p.);  
Roberto Campos: A Lanterna na Popa: Memórias (4a. ed. rev. e aum.; Rio de Janeiro: Topbooks, 2001-2004, 2 vols.). 
Boletim ADB (ano XV, nr. 62, jul-set 2008, p. 31-32).

1886. “Prata da Casa”, Brasília, 12 maio 2008, 2 p. Notas sobre os livros: 
Evaldo Cabral de Mello: Nassau: governador do Brasil holandês (São Paulo: Companhia das Letras, 2006, 289 p.); 
Everton Vieira Vargas: O Legado do Discurso: Brasilidade e Hispanidade no Pensamento Social Brasileiro e Latino-Americano (Brasília: Funag, 2007, 412 p.);  
Marcelo Böhlke: Integração Regional e Autonomia do seu Ordenamento Jurídico (Curitiba: Juruá Editora, 2007, 264 p.); 
Maria Nazareth Farani de Azevedo: A OMC e a Reforma Agrícola (Brasília: Funag, 2007, 232 p.).  
Boletim ADB (ano 15, nr. 61, abr-jun 2008, p. 31-32; ISBN: 0104-8503).

1864. “Prata da Casa”, Brasília, 16 fevereiro 2008, 2 p. Notas sobre os livros: 
Carlos Henrique Cardim: A Raiz das Coisas: Rui Barbosa, o Brasil no Mundo (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, 350 p.); 
Geraldo Holanda Cavalcanti: Encontro em Ouro Preto: contos fantásticos (Rio de Janeiro: Record, 2007, 188 p.);  
Luis Valente de Oliveira e Rubens Ricupero (organizadores), A Abertura dos Portos (São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007, 352 p.);
Antonio Paulo Cachapuz de Medeiros (org.): Desafios do Direito Internacional Contemporâneo (Brasília: Funag, 2007, 460 p.)
Boletim ADB (ano 15, nr. 60, jan-mar 2008, p. 30-31). 

1779. “Prata da Casa, 3 trimestre 2007”, Brasília, 8 agosto 2007, 2 p. Notas sobre os livros:

Carlos Alberto Leite Barbosa: Desafio Inacabado: a política externa de Jânio Quadros (São Paulo: Atheneu, 2007, 352 p.)

Brasil. Secretaria de Estado dos Negócios do Império e Estrangeiros: O Conselho de Estado e a política externa do Império: Consultas da Seção dos Negócios Estrangeiros, 1863-1867 (Rio de Janeiro: Centro de História e Documentação Diplomática; Brasília: Funag, 2007, xxviii + 444 p.); 

Luiz Felipe de Seixas Corrêa (organizador): O Brasil nas Nações Unidas, 1946-2006 (Brasília: Funag, 2007, 768 p.)

Milton Torres: No Fim das Terras e Andaimes (Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004 e 2006; 223 e 200 p.);

Boletim da Associação dos Diplomatas Brasileiros (ano XIV, n. 59, outubro-dezembro 2007, p. 32-33).  Feita nota ampliada sobre o livro de Leite Barbosa: Desafio Inacabado: a política externa de Jânio Quadros, em 27.08.2007, para a revista Desafios do Desenvolvimento (Brasília: IPEA, n. 35, setembro 2007, p. 63). Nota sobre o livro de Seixas Corrêa (organizador): O Brasil nas Nações Unidas, 1946-2006, publicada sob o título de “Abrindo as Assembleias”, na revista Desafios do Desenvolvimento (Brasília: IPEA, n. 36, outubro 2007).


1750. “Prata da Casa, Boletim ADB 2 trimestre 2007”, Brasília, 9 maio 2007, 2 p. Notas sobre os seguintes livros: 
 Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos: El Imperio del Brasil y las Repúblicas del Pacífico, 1822-1889 (Quito: Corporación Editora Nacional-UASB-Funag, 2007);
 Teresa Dias Carneiro: Otávio Augusto Dias Carneiro, um pioneiro da diplomacia econômica (Brasília: Funag, 2005, 134 p.);
Alfredo José Cavalcanti Jordão de Camargo: Bolívia: a criação de um novo país (Brasília: Funag, 2006, 404 p.)
Jorge Sá Earp: O olmo e a palmeira (Rio de Janeiro: 7Letras, 2006, 256 p.).  
Boletim ADB (ano XIV, n. 57, abril-junho 2007, p. 29-30; ISSN: 0104-8503). 

1728. “Prata da Casa: Boletim ADB 1/2007”, Brasília, 21 fevereiro 2007, 2 p. Notas sobre os seguintes livros:
Marcelo Raffaelli: A Monarquia e a República: Aspectos das relações entre Brasil e Estados Unidos durante o Império (Rio de Janeiro: Centro de História e Documentação Diplomática; Brasília: Funag, 2006, 290 p.);
Rubem Mendes de Oliveira: A Questão da Técnica em Spengler e Heidegger (Belo Horizonte: Argumentum-Tessitura, 2006, 132 p.);
Luis Fernando Corrêa da Silva Machado: Brasil e investimentos internacionais: os acordos sobre IED firmados pelo País (Pelotas: Editora da UFPel, 2005, 222 p.); 
Otávio Augusto Drummond Cançado Trindade: O Mercosul no Direito Brasileiro: incorporação de normas e segurança jurídica (Belo Horizonte: Del Rey, 2007, 180 p.).  
Boletim ADB (ano 14, n. 56, jan-mar 2007, p. 30-31; ISSN: 0104-8503). Preparadas resenhas maiores dos livros de Raffaelli e Trindade, publicadas, respectivamente sob os titulos de “Relações Brasil-EUA, na infância” e “Insegurança jurídica no Mercosul”, na revista Desafios do Desenvolvimento (Brasilia: IPEA-PNUD, n. 34, maio 2007).

1727. “Dos arquivos da história: o Itamaraty nas fontes primárias”, Brasília, 20 fevereiro 2007, 4 p. Notas sobre os seguintes volumes:
 Alvaro da Costa Franco (org.): Com a palavra, o Visconde do Rio Branco: A política exterior no Parlamento imperial [1855-1875] (Rio de Janeiro: Centro de História e Documentação Diplomática; Brasília: Funag, 2005, 574 p.); 
Brasil. Secretaria de Estado dos Negócios do Império e Estrangeiros: O Conselho de Estado e a política externa do Império: Consultas da Seção dos Negócios Estrangeiros, 1858-1862 (Rio de Janeiro: Centro de História e Documentação Diplomática; Brasília: Funag, 2005, xv + 450 p.); José Antonio Pimenta Bueno; José Maria da Silva Paranhos;
Sérgio Teixeira de Macedo: Pareceres dos Consultores do Ministério dos Negócios Estrangeiros: 1859-1864 (Rio de Janeiro: Centro de História e Documentação Diplomática; Brasília: Funag, 2006, 244 p.); 
Suely Braga da Silva: Paulo Nogueira Batista: o diplomata através de seu arquivo (Rio de Janeiro: Cpdoc; Brasília: Funag, 2006, 136 p.). 
Boletim ADB (ano 14, n. 56, jan-mar 2007, p. 13-14; ISSN: 0104-8503). Preparada resenha maior do livro de Paulo Nogueira Batista, publicada sob o titulo “Aventuras nucleares de outra época”, na revista Desafios do Desenvolvimento (Brasilia: IPEA-PNUD, n. 34, maio 2007).

1778. “Expansão Econômica Mundial: 100 anos de uma obra pioneira”, Brasília, 7 agosto 2007, 3 p. Curto ensaio sobre a obra de Brazílio Itiberê da Cunha, Expansão Econômica Mundial (Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 2 volumes, 1907 e 1908). Publicado na Revista Acadêmica Espaço da Sophia (Tomazina, PR, ISSN: 1981-318X, Ano I, nº 8, p.1-04, novembro 2007). Boletim da Associação dos Diplomatas Brasileiros (ano XIV, n. 59, outubro-dezembro 007, p. 28-30). Republicado Via Política (Porto Alegre: n. 77, 10 dezembro 2007, link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=58). 
  
1734. “Sete teses impertinentes sobre o Mercosul”, Brasília, 14 março 2007, 4 p. Enunciado de questões em torno das dificuldades atuais do Mercosul e propostas correspondentes para um reenquadramento no mainstream da integração. Apresentadas, sob o título “O Mercosul e suas sete encruzilhadas”, em formato de Power Point no lançamento do livro organizado por Rubens A. Barbosa, Mercosul 15 anos (São Paulo: Memorial da América Latina, Imprensa Oficial do Estado, 2007, 304 p.). Via Política (22.04.2007; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=36). 

1830. “O cão filósofo e o diplomata tout terrain”, 31 outubro 2007, 1 p. Notas sobre os livros: 
Fernando Reis: Falta um cão na vida de Kant (Rio de Janeiro: Objetiva, 2007, 251 p.);
Flávio de Oliveira Castro: Caleidoscópio: cenas da vida de um diplomata (Rio de Janeiro: Contraponto, 2007, 516 p.). 
Boletim da Associação dos Diplomatas Brasileiros (ano XIV, n. 59, outubro-dezembro 2007, p. 34).

1555. “Prata da Casa, Boletim ADB 1-2006”, Brasília, 25 fevereiro 2006, 4 p. Notas sobre os livros: 
1) André Heráclio do Rêgo: Famille et Pouvoir Regional au Brésil: Le coronelismo dans le Nordeste 1850-2000 (Paris: L’Harmattan, 2005, 320 p.); 
2) Murilo Vieira Komniski: Buritizal (Rio de Janeiro: 7 Letras, 2005, 108 p.); 
3) Raul de Taunay: Rosas da infância ou da estrela [poemas escolhidos] (Rio de Janeiro: 7 Letras, 2005, 136 p.) 
4) José Augusto Lindgren Alves: Os direitos humanos na pós-modernidade (São Paulo: Perspectiva, 2005, 254 p.).  
Boletim ADB (ano 12, nº 52, janeiro-março 2006, p. 24-25; ISSN: 0104-8503). Relação de Publicados n. 628.

1614. “Prata da Casa, Boletim ADB 2-2006”, Brasília, 31 maio 2006, 2 p. Notas sobre os livros: 
1) Paulo Antonio Pereira Pinto: Taiwan – um futuro formoso para a ilha? (Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2005, 144 p.);
2) Agenor Soares dos Santos: Dicionário de anglicismos e de palavras inglesas correntes em português (Rio de Janeiro: Elsevier, 2006, 390 p.);
3) Alexandre Vidal Porto: Matias na cidade - romance (Rio de Janeiro: Record, 2005, 160 p.); 
4) Paulo Antonio Pereira Pinto: Iruan nas reinações asiáticas (Porto Alegre: AGE, 2004, 132 p.).
Boletim ADB (ano XIII, nº 53, abril-junho 2006, p. 27 e 32; ISSN: 0104-8503). Relação de Publicados n. 660.

 1661. Prata da Casa – Terceiro Trimestre de 2006”, Brasília, 1º setembro 2006, 2 p. Notas sobre os livros: 
Milton Torres: O Maranhão e o Piauí no Espaço Colonial: a memória de Joaquim José Sabino de Rezende Faria e Silva (São Luis: Instituto Geia, 2006, 246 p.); 
Samuel Pinheiro Guimarães: Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes (Rio de Janeiro: Contraponto, 2006, 455 p.)
João Clemente Baena Soares: Sem medo da diplomacia: depoimento ao Cpdoc (organizadores Maria Celina D’Araujo et alii; Rio de Janeiro: FGV, 2006, 126 p.).
Publicado, junto com a nota de Sérgio Bath, sobre o livro de José Oswaldo de Meira Penna: Polemos: Uma análise crítica do darwinismo (Brasília: EdUnB, 2006, 433 p.), no Boletim ADB (ano XII, nº 54, jul-set 2006; ISSN: 0104-8503; p. 31-32). Relação de Publicados n. 697.

1678. “Prata da Casa, Boletim ADB 2006-4”, Brasília, 23 outubro 2006, 2 p. Notas sobre os livros: 
Fernando de Mello Barreto: Os Sucessores do Barão, 2: relações exteriores do Brasil, 1964-1985 (São Paulo: Paz e Terra, 2006, 519 p.);
Paulo Roberto de Almeida: O estudo das relações internacionais do Brasil: um diálogo entre a diplomacia e a academia (Brasília: LGE Editora, 2006, 388 p.);  
Vasco Mariz (org.): Brasil-França: relações históricas no período colonial (Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 2006, 196 p.); 
Armindo Branco Mendes Cadaxa: No Jardim de Inverno (Nova Friburgo: Ars Fluminensis, 2006, 74 p.);
Boletim ADB (ano XIII, nº 55, out-dez 2006; ISSN: 0104-8503; p. 28-29). Nota sobre o livro de Fernando Barreto publicada, sob o título “Diplomacia durante a ditadura”, na Desafios do Desenvolvimento (Brasília: ano 3, nº 29, dezembro 2006, p. 63). Nota sobre o livro de Vasco Mariz publicada, sob o título “Nações Amigas”, na Desafios do Desenvolvimento (Brasília: IPEA-PNUD, ano 4, nr. 31, fevereiro 2007, p. 63). Relação de Publicados n. 726 e xxx.

 1440. “Prata da Casa – Boletim ADB, Abril-Junho 2005”, Brasília, 7 jun. 2005, 2 p. Apresentação dos livros: 
(a) José Flávio Sombra Saraiva e Amado Luís Cervo (orgs.): O crescimento das relações internacionais no Brasil (Brasília: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, 2005; 308 p.); 
(b) Paulo Roberto de Almeida: Formação da Diplomacia Econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (2. edição. São Paulo: Editora Senac; Brasília: Funag, 2005; 680 p.). 
Boletim ADB (Brasília: ADB, a. 13, n. 49, abr/jun. 2005, p. 25). Relação de Publicados n. 566.

1459. “Prata da Casa”, Brasília, 17 ago. 2005, 4 p. Notas sobre os livros:
Felipe Fortuna: Em Seu Lugar: Poemas Reunidos (Rio de Janeiro: Barléu Edições, 2005, 248 p.); 
José Vicente Lessa: O auto-engano coletivo: uma crítica do ideário nacional brasileiro (São Paulo: Edições Inteligentes, 2005, 238 p.); 
Alberto da Costa e Silva: Das mãos do oleiro: aproximações (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005, 240 p.);
Centro de História e Documentação Diplomática: A Missão Varnhagen nas Repúblicas do Pacífico: 1863 a 1867 (Rio de Janeiro: CHDD; Brasília: FUNAG, 2005. v. 1: 1863 a 1865. 592 p.; v. 2: 1866 a 1867, 508 p.).
Boletim ADB (Brasília: a. XII, n. 50, jul/set. 2005, p. 24-25). Relação de Publicados n. 586.

1381. “Um diplomata a cavalo: Duarte da Ponte Ribeiro”, Brasília, 28 jan. 2005, 6 p. Publicado, em versão reduzida, no Boletim ADB (Brasília: Associação dos Diplomatas Brasileiros, a. XII, n. 48, jan/mar. 2005, p. 16-19). Relação de Publicados n. 548.

Prata da Casa: diplomatas escrevem (e publicam) - notas de Paulo R. Almeida

Desde muitos anos sou o responsável, incógnito, pela seção "Prata da Casa", do Boletim da Associação dos Diplomatas Brasileiros, a ADB. Minha tarefa, colocada simplesmente, é a de coletar, resenhar e apresentar, aos colegas da Casa, as obras publicadas, individualmente ou em volumes coletivos, pelos membros da nossa tribo (que alguns consideram ser um estamento).
Infelizmente, o formato reduzido do boletim impede a elaboração de verdadeiras resenhas, e menos ainda de "review-articles", à la New York Review of Books, como gosto de fazer. Ainda assim, as notas procuram apresentar resumidamente o conteúdo de cada obra e tecer algumas considerações sobre o seu valor. Faço praticamente quatro notas a cada trimestre, o que faz aproximadamente dezesseis livros por ano, uma média aceitável para um leitor compulsivo como este que aqui escreve.
Também é uma estratégia para receber livros interessantes, se é que me entendem, o que por outro lado contribui para o aumento da densidade bibliográfica de minha já vasta biblioteca (não me perguntem de quantos volumes, pois parei de contar há muito tempo e nunca mais consegui colocá-la em ordem, inclusive porque regularmente faço doações de livros para bibliotecas).
Enfim, isso para dizer que, como o boletim tem uma circulação muito restrita -- embora possa ser consultado, número a número, neste link -- permito-me transcrever aqui, suponho que bem acolhidas pelos interessados, as notas que elaborei ao longo de 2010, apenas. Suprimo a reprodução das imagens das capas (que podem ser encontradas nos boletins, em pdf), pois este post ficaria muito pesado.
Existem muitas outras notas de livros, de anos anteriores, que vou procurar transcrever paulatinamente.

Prata da Casa – Boletins da ADB do ano de 2010

Paulo Roberto de Almeida

Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos: O Dia em que Adiaram o Carnaval: Política Externa e a Construção do Brasil (São Paulo: Unesp, 2010, 278 p.; ISBN: 978-85-393-0060-0)

            O Barão (não precisa completar, pois só tem um) morreu às vésperas do Carnaval de 1912. O governo ainda tentou postergar a festa, deslocando-a para Abril, mas o povo festejou nas duas oportunidades. O culto do Barão, o santo padroeiro da diplomacia brasileira, é o ponto de partida desta reflexão original sobre a construção da nacionalidade brasileira a partir dos grandes temas de nossa política externa no século 20. A obra segue as relações entre Estado, território e poder político no Brasil, revelando os dotes de historiador de Villafañe, mas também os de pensador da nacionalidade. Como ele escreve: “O fato de Juca Paranhos estar indubitavelmente no panteão dos santos do nosso nacionalismo certamente revelará algo do processo de construção da identidade brasileira”. Assim seja...
 
Paulo Roberto de Almeida: Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização (Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2010, xx+272 p.; ISBN: 978-85-375-0875-6).  

            Os antiglobalizadores são os seres mais estranhos e ingratos que existem: tudo o que eles são, tudo o que eles fazem, eles o devem à globalização e, ainda assim, encontram motivos (errados, claro) para protestar contra ela, como se esse processo tivesse dono e direção pré-determinada. Este livro apresenta, primeiro, as diversas facetas desse complexo fenômeno, dedicando-se, em seguida, a desmantelar cada um dos argumentos equivocados ou simplesmente patéticos dos antiglobalizadores. Com isso o autor não espera receber qualquer convite para comparecer a esses animados convescotes que eles promovem, mas pretende, pelo menos, contribuir para o esclarecimento de jovens que, hoje, se deixam levar pelas mentiras ingênuas ou os argumentos de má-fé de antiglobalizadores profissionais. Ridendo castigat mores...

Helio Franchini Neto: Distopia (Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2010, 182 p.; ISBN: 978-85-7480-506-1)

            Um romance na tradição orwelliana que nos remete a um futuro distante, paradoxalmente parecido com nossa era de lutas entre ideologias opostas. Não se trata mais de guerra fria, e sim de guerra quente, entre três mundos, de ideologias políticas estranhamente familiares: os democratas, arautos do livre-arbítrio; os libertaristas, de tradição marxista, autoritários e estatizantes; e os teologistas, fanáticos religiosos, obscurantistas e cruéis. Qualquer semelhança com nossos tempos não é mera coincidência, apesar do enredo desfilar séculos à frente. Um burocrata do Ministério da Guerra dos democratas tenta achar um “suposto caminho para a verdadeira liberdade” (p. 67), lutando contra adversários totalitários, em prol da democracia; ele conclui, ao final, que “as palavras possuem sentidos e consequências”. De fato...

Kenneth David Jackson (org.): Joaquim Nabuco em Yale: centenário das conferências na Universidade; Severino J. Albuquerque (org.): Joaquim Nabuco e Wisconsin: centenário da conferência na universidade (Rio de Janeiro: Editora Bem-te-vi, 2010, 2 volumes, 708 p.; ISBN: 85-8874-732-4)

            Dois diplomatas brasileiros comparecem nestas duas coletâneas de estudos sobre nosso primeiro embaixador em Washington, que faleceu no posto exatamente um século atrás. João Almino, participa do primeiro volume, com um texto sobre “a utopia de Nabuco para as duas Américas”, e Paulo Roberto de Almeida, do segundo, com um ensaio comparando o desenvolvimento do Brasil e dos Estados Unidos, antes e depois de Nabuco. Em meio à profusão de obras e exposições comemorativas sobre o pensamento e a ação política de Nabuco, bem como sobre sua contribuição literária, estes dois volumes se distinguem por perspectivas originais. O diplomata americano Alfred M. Boll discorre inclusive sobre como a atuação de Nabuco em Washington contribuiu para o desenvolvimento do serviço diplomático dos Estados Unidos.

Ciro Leal M. da Cunha: Terrorismo Internacional e Política Externa Brasileira Após o 11 de Setembro (Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2009, 216 p.; ISBN: 978-85-7631-190-4)

Originário de um trabalho de conclusão do Mestrado em Diplomacia pelo IRBr, este livro expõe e analisa as diretrizes e ações do governo brasileiro com respeito à temática do terrorismo, depois que este se converteu (legitimamente) na preocupação número um dos Estados Unidos (e de vários outros países, também). O Brasil, por falta de ameaças visíveis nessa área, atribui importância menor ao tema, e opõe-se, em princípio a medidas coercitivas, preferindo atuar nas causas subjacentes – supostamente um problema de injustiça em determinadas áreas e regiões – e basicamente por meio da cooperação. Em outros termos, o Brasil é contrário ao uso da força em qualquer circunstância, mesmo no caso do terrorismo, insistindo na tese genérica da manutenção do multilateralismo, o que pode ser problemático, como evidenciado nos casos da Colômbia e do Oriente Médio, onde a via do diálogo tem se mostrado basicamente insuficiente, por vezes ineficiente.

Rômulo Figueira Neves: Cultura Política e Elementos de Análise da Política Venezuelana (Brasília: Funag, 2010,  152 p.; ISBN: 978-85-7631-192-8)

Outro trabalho de conclusão do Mestrado em Diplomacia pelo IRBr, o livro repassa a longa trajetória de peripécias políticas de nosso vizinho andino, para retomar, num importante capítulo, os episódios da história recente de construção de um regime sui generis liderado pelo caudilho bolivariano. O sistema atual – que como os anteriores se baseia no rentismo petrolífero, uma verdadeira maldição tanto para a Venezuela como para outros países, acomodados numa riqueza mineral – se caracteriza pela baixa produtividade, pela presença dos militares (que aliás é tradicional na vida do país, retirando-se o período 1958-1999, ainda assim incluindo uma tentativa de golpe, pelo mesmo Chávez, em 1992), pelo bolivarismo mítico (talvez até doentio) e pela radicalização dos discursos políticos (o que é evidente, com a divisão completa da sociedade venezuelana). O futuro, provavelmente, reserva novas doses de violência política num país que promete revolucionar não apenas o cenário doméstico mas o próprio Mercosul. Quosque tandem?

Marcelo Cid: Os Unicórnios (Rio de Janeiro : Sete Letras, 2010, 168 p.; ISBN: 978-85-7577-637-7)

A solução encontrada pelo “herói” deste livro para remediar ao desaparecimento de sua biblioteca num incêndio exemplar não deve ser recomendada aos verdadeiros amantes desses pouco obscuros objetos de cobiça: constituir uma nova biblioteca inteiramente a partir de livros roubados, mas seletivamente (o que talvez introduza um pouco de razão na loucura do larápio bibliófilo e bibliomaníaco). Por acaso esse professor universitário se torna o principal assessor intelectual de uma pequena editora, e sai em busca do manuscrito “clássico inédito” (sic), vislumbrado em possíveis poemas desconhecidos do poeta simbolista francês Arthur Rimbaud. Os unicórnios são como Pilatos no credo, simples sobreviventes do incêndio, testemunhas mudas da trajetória singular do ladrão de livros (sempre por amor, claro).

Fernando Cacciatore de Garcia: Fronteira Iluminada: História do Povoamento, Conquista e Limites do Rio Grande do Sul, a partir do Tratado de Tordesilhas (1420-1920)  (Porto Alegre: Sulina, 2010, 330+16 p.; ISBN: 978-85-205-0555-7)

Uma obra destinada a superar os clássicos de história das fronteiras, pelo menos no que se refere à fixação dos limites meridionais do Brasil, ainda antes que a nação tivesse sua atual conformação geográfica. Uma pesquisa minuciosa, uma escrita saborosa, ilustrações e mapas originais, uma edição cuidadosa, que honra as melhores tradições de historiadores e escritores diplomáticos. Na verdade, trata-se bem mais que uma simples história dos conflitos lindeiros entre espanhóis e portugueses, ou entre brasileiros e uruguaios; é uma história política do extremo sul, onde o povo optou por ser brasileiro, quando poderia ter sido autônomo (e certamente teria motivos para afirmar sua independência, pelo menos intelectual). Uma bibliografia exaustiva confirma o imenso volume de documentos e relatos historiográficos consultados pelo autor, nesta construção primorosa, ela mesma iluminada.

Flavio Mendes de Oliveira Castro e Francisco Mendes de Oliveira Castro: Dois séculos de história da organização do Itamaraty; 1: 1808-1979; 2: 1979-2008 (Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2009, 640 e 332 p.; ISBN: 978-85-7631-136-2 e 978-85-7631-158-4)

O que já era, na edição original – há muito esgotada – da UnB, uma história minuciosa da estrutura evolutiva do Ministério dos Negócios Estrangeiros, depois Relações Exteriores, tornou-se agora um relato completo sobre a Casa que passou a chamar-se Itamaraty já na República. A despeito do tom burocrático, trata-se de obra absolutamente indispensável a todo pesquisador que queira desvendar os segredos da alegada excelência da Casa na defesa dos interesses nacionais. Os Castros, reunidos para o segundo volume e o enriquecimento do primeiro merecem cumprimentos pelo trabalho excepcional de compilação – e apresentação, em tom ameno – dos mais importantes documentos que balizam a construção de uma das melhores instituições diplomáticas do hemisfério sul (e talvez, também, de várias partes do norte). 

Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão:  A Revolução de 1817 e a História do Brasil: um estudo de história diplomática (Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2009, 352 p.; ISBN: 978-85-7631-171-3)

Segunda edição de uma obra relevante na historiografia da revolução em Pernambuco, cujos vínculos internacionais foram pesquisados com uma competência raramente vista nos anais da diplomacia brasileira. Em duas partes, a obra analisa a correspondência diplomática portuguesa e estrangeira a partir de capitais européias, de Washington e do Prata, para reconstituir as ligações internacionais dos revoltosos do Recife; na segunda parte, a obra discute a opção pela monarquia no Brasil, a partir do impacto dessa revolução talvez mais federalista do que republicana, bem como a repercussão do precedente haitiano no Brasil do começo do século 19: a imagem de escravos eliminando seus senhores brancos deve ter assustado as elites do Império. Poderia o Brasil ter sido um grande Haiti? Questão para uma história virtual...

Ovídio de Andrade Mello:  Recordações de um Removedor de mofo no Itamaraty: relatos de política externa de 1948 à atualidade (Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2009, 192 p.; ISBN: 978-85-7631-175-5)

Em três partes, o depoimento trata da política nuclear e da recusa ao TNP, do reconhecimento de Angola (com telegramas secretos revelados) e dos périplos afro-asiáticos do embaixador aposentado; na quarta parte, Ovídio diz que fez a sua parte ao tentar remover do Itamaraty ideias antiquadas e desajustadas, entre elas a decisão de se assinar o TNP. Um dos fantasmas do passado é o imperialismo dos EUA na América Latina, um mofo muito pegajoso, a crer no embaixador. Cabem elogios ao “simpático casal Kirchner”, referências a “explosões nucleares pacíficas” e certa nostalgia pelas posições que o Brasil exibia no passado. O livro é importante pelo depoimento em si, menos talvez pela mensagem que pretende transmitir aos atuais removedores de mofo, pois caberia distinguir qual camada, exatamente, remover...
 
Jorge Sá Earp: O novelo (Rio de Janeiro: 7 Letras, 2008, 204 p.; ISBN: 978-85-7577-536-3)

Autor de uma já impressionante obra de poeta, contista e romancista, Earp termina com esta novela, cujo formato é realmente o de um novelo (com perdão pelo jeux de mots), a trilogia começada com O Olmo e a Palmeira (2006) e O Legado (2007): todo o romance se faz sob a forma de relatos dos personagens, cada um encadeando e misturando suas impressões e trajetórias pessoais com as dos demais. O itinerário total, de duas famílias entrelaçadas, vai, assim, do começo do século 19 ao AI-5, em 1969. Aqui, personagens históricos e imaginários se misturam numa trama que só pode ser seguida pelos relatos subjetivos destes últimos, et encore: ao final, o autor confessa que servia de “ponto” para os atores de uma longa peça de teatro, cujo enredo é a própria história do Brasil: um e outra terminam no escuro da noite. Bravo!

Geraldo Holanda Cavalcanti: As desventuras da graça (Rio de Janeiro: Record, 2010, 384 p.; ISBN: 978-85-01-08527-6); 2)

            Uma espécie de Bildungs Roman, um livro de formação, sobre os primeiros vinte anos do autor, que também correspondem a uma infância de catolicismo exacerbado e à gradual perda da religiosidade na adolescência, até chegar à falta de fé do jovem formado e pronto para ingressar na carreira diplomática. Entre anjos e mistérios da fé, o autor passeia sua erudição pelo que se poderia chamar de cultura clássica e renascentista: somos contemplados com passeios ricamente comentados às principais cidades e museus da Europa. Seus diários e recordações, com algumas projeções de atualidade, são a fonte primária deste saboroso racconto memorialístico de estilo absolutamente original nos exemplos do gênero. Depois desta saborosa viagem iniciática, o autor fica nos devendo a continuidade da história, desta vez na primeira fase de sua rica vida diplomática.

Paulo Nogueira Batista Jr. (org.): Paulo Nogueira Batista: Pensando o Brasil, Ensaios e Palestras (Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2009, 336 p.; ISBN: 978-85-7631-174-4)

            Poucos diplomatas preservam, organizam e disponibilizam sua produção ao longo da carreira, talvez porque ela seja, na maior parte, aborrecidamente burocrática. Este não é certamente o caso do nacionalista PNB, que não apenas entregou arquivos ao Cpdoc, como guardou suas contribuições mais relevantes ao longo de uma carreira que se confunde com a defesa das causas nacionais, desde a era JK até o início dos anos FHC. Infelizmente desaparecido prematuramente, ele comparece agora através desta seleção de textos, elaborados entre 1983 (dois inéditos) até 1994, quando PNB se preocupava com o perfil do Mercosul e seus efeitos sobre a economia brasileira. São textos diplomáticos, mas que guardam a nítida marca de um pensador original.

Antonio de Aguiar Patriota: O Conselho de Segurança após a Guerra do Golfo: a articulação de um novo paradigma de segurança coletiva (2a. ed.; Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2010, 232 p.; ISBN: 978-85-7631-197-3)

            Reedição não atualizada de obra elaborada em 1997 e publicada em 1998, o trabalho preserva utilidade como análise detalhada da atuação do Conselho em casos importantes de ameaças à paz e à segurança internacionais no contexto do novo ambiente criado em meados dos anos 1990, com o fim da Guerra Fria e o vislumbre de novos princípios para a aplicação dos dispositivos relativos à segurança coletiva. Mesmo sem a adição de novos capítulos para contemplar a situação criada com a segunda guerra do Golfo (invasão não autorizada do Iraque), o livro teria, ainda assim, se beneficiado com uma introdução ou epílogo para discutir, justamente, o que existe de novo no contexto do CSNU, a partir da preeminência quase exclusiva dos EUA, da re-emergência da Rússia e da assertividade da China. Caberia uma edição revista e atualizada, para discutir se existe, realmente, um novo paradigma.
 
Luis Gurgel do Amaral: O Meu Velho Itamarati (De Amanuense a Secretário de Legação) 1905-1913 (2a. ed. Revista; Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2008, 504 p.; ISBN: 978-85-7631-105-8).

            Com uma primeira edição em 1947, para relatar memórias de cem anos atrás, a obra tem sabor e conteúdo de amenidades fagueiras e um compreensível vieux style, inclusive na linguagem machadiana. Tempos em que o velho Palácio do Itamaraty acolhia bailes suntuosos – “Felizes eram aqueles que tinham os seus nomes nas listas do Protocolo, os trezentos de Gideão...” – nos quais o autor “rodopiava sem competidores”. Os telegramas expedidos pela Western Union eram caros, e os ofícios ainda redigidos à mão, o que justificava o uso do tempo para afazeres mais amenos, como incursões em lancha e subidas frequentes a Petrópolis (inclusive para escapar da febre amarela, a dengue da Primeira República). Leitura agradável, talvez com pince-nez e algum licor caseiro, mas poucos elementos substantivos para a história real.
 
[PRA: Termino aqui a postagem das notas elaboradas ao longo de 2010; vou recuperar as dos anos anteriores.]

sábado, 6 de novembro de 2010

Assalto a mao armada (sem urnas), apenas nos precos...

Como todo Macaddicted, fiquei com vontade de comprar a última maravilha no mercado: os MacAir, um laptop ultrafino mas poderoso.
Já tive todos os tipos de Mac na vida, e se tivesse guardado todos eles, hoje teria um museu de quase dois andares (exagero, claro...).
Bem, sou viciado em Macs mas não sou um fundamentalista e, sobretudo, sei que depois de toda e qualquer novidade, sempre tem alguns pequenos problemas que serão ajustados na segunda geração. Assim acontece com os iPads, o que me fez decidir esperar por uma versão mais "perfeita", digamos assim, dessa "tablete" que deve tirar algum mercado dos Kindle, mas também dos próprios Macs.
Quanto aos MacAir, estou ainda em pesquisa de preços, e vocês podem imaginar como as variações são grandes, entre a pátria do consumismo e a terra do roubo declarado, que é esta aqui, do nunca antes...
Pois bem, pesquisei, transformei tudo em dólares correntes e apresento aqui os preços de venda desses bichinhos em três mercados diferentes.
O preço americano segue como referência, mas ele é, obviamente, imbatível. Só clone chinês, de má qualidade, poderia ser mais barato, mas eu não recomendo...
Vejamos pois esses preços (TODOS EM DOLARES, para fins de comparação):

1) Macbook Air 11-inch - 1.4Ghz Intel core 2 duo processor - 2GB memory - 64GB flash storage - NVIDIA GeForce 320M graphics
USA:  999
Dubai: 1.225 (AED 4.499)
Europa: 1.403 (E 999)
Brasil: 1.999 (R$ 3.199) [exatamente o dobro dos EUA]

2) Macbook Air 11-inch - 1.4Ghz Intel core 2 duo processor - 2GB memory - 128GB flash storage - NVIDIA GeForce 320M graphics
USA:  1.199
Dubai: 1.498 (AED 5.499)
Europa: 1.614 (E 1.149)
Brasil: 2.374 (R$ 3.799) [1,97 mais caro que nos EUA]

3) Macbook Air 13-inch - 1.86Ghz Intel core 2 duo processor - 2GB memory - 128GB flash storage - NVIDIA GeForce 320M graphics
USA:  1.299
Dubai: 1.634 (AED 5.999)
Europa: 1.825 (E 1.299)
Brasil: 2.874 (R$ 4.599) [2,2 mais caro que nos EUA]

4) Macbook Air 13-inch - 1.86Ghz Intel core 2 duo processor - 2GB memory - 256GB flash storage - NVIDIA GeForce 320M graphics
USA:  1.599
Dubai: 1.988 (AED 7.299)
Europa: 2.246 (E 1.599)
Brasil: 3.561 (R$ 5.699) [2,2 mais caro que nos EUA]

Existe alguma razão para o roubo no Brasil, ser tão descarado?
Os impostos e taxas de importação não explicam todo esse aumento de preço, na média o dobro no Brasil do que nos EUA; ou seja, com o preço de um, você pode comprar dois MacAir nos EUA, de qualquer modelo.

Os saltos incrementais, entre um e outro modelo, também são espetaculares no Brasil, o que nos coloca em face de um assalto declarado.
Senão vejamos,  o salto de preço de um modelo a outro, para cima, desses quatro modelos:

Nos EUA: + 200; +100; +300 dólares
Em Dubai: +273; +136; +354 dólares
Na Europa: +211; +211; +421 dólares
No Brasil: +374; +500; +687 dólares!!!

Meus caros Macaddicted people do Brasil: vocês estão sendo assaltados cada vez que vão comprar um Mac.
Alguém ainda acha que o Brasil é um país normal?

Paulo Roberto de Almeida

=============
Addendum:
No mesmo dia em que eu escrevia o post acima, o André Eiras me mandava uma matéria do Globo que tenta responder a essa bizarra questão de por que o Brasil é um dos países capitalistas mais caros do mundo (relativamente). Eu diria simplesmente que é porque não somos suficientemente capitalistas.
Aqui a matéria:

Produtos no Brasil custam até seis vezes mais do que no exterior

O Globo: O Brasil é um país cada vez mais caro. Produtos simples podem custar nas lojas brasileiras mais de seis vezes o que saem seus similares no exterior, caso de uma bomba para retirar leite materno, mostra reportagem de Vivian Oswald e Martha Beck, publicada neste domingo pelo jornal O GLOBO. O PlayStation 3 chegou ao Brasil por R$ 2 mil, depois de um espera de quatro anos. Nos EUA, o mesmo equipamento sai a US$ 300, ou cerca de R$ 510. Neste caso, os tributos não chegam a quatro vezes o valor do produto. São de cerca de 70%.
Pesquisa do Movimento Brasil Eficiente indica que, enquanto um Toyota Corolla XEI 2.0 custa R$ 75 mil no Brasil, sai a R$ 58.740 na África do Sul, R$ 33.782 no Japão e R$ 32.797 nos EUA. O grupo garante que a chave do problema está na alta carga tributária. Mas ela sozinha não explica diferenças.
Especialistas afirmam que uma conjunção perversa de fatores contribui para essa distorção, da carga tributária elevada às margens de lucro exorbitantes, mas também têm forte caráter cultural. Para baixar custos, a saída de muitos brasileiros tem sido ir comprar lá fora.
Pesam também o mercado consumidor ainda em desenvolvimento, a abertura recente da economia, a falta de referência de preços e a crença de que importados são produtos de luxo e de melhor qualidade e, por isso, naturalmente mais caros
A brasiliense Cristina Madeira é apenas uma das dezenas de mães recentes que optaram por montar os enxovais de seus filhos fora do Brasil:
- Comprei no exterior, porque a qualidade dos produtos é melhor e os preços, muito menores. Comprei carrinho, roupas, cadeirinha para o carro e bebê conforto. Tudo o que trouxe para o Rafael, que vai fazer um ano agora, vai dar nele até os dois anos.
Cristina gastou R$ 5 mil com as compras. No Brasil, só o carrinho de bebê sairia a R$ 2.500.
- Há alguma coisa muito errada quando vale a pena a pessoa tomar um voo de nove horas para fazer compras no país mais rico do mundo para economizar. Para ter uma moeda forte, o país precisa passar por profundas reformas e investir em infraestrutura - avalia o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, cujo setor sofreu com a competição dos importados, mas vem se ajustando.
Os brasileiros estão sujeitos à cota de US$ 500 para passar com suas compras na aduana. Mas muitos consideram que vale a pena pagar o imposto de 50% sobre o que extrapolar.
As operadoras de turismo já identificaram o novo nicho e planejam criar roteiros de compras dedicados às jovens mães em seus pacotes aos Estados Unidos. O consumo já está em alguns roteiros. A CVC, por exemplo, lançou há um ano o pacote "Compras em Buenos Aires" e acaba de incluir na rota de Las Vegas um périplo por outlets com os quais fez acordos para garantir bons descontos aos clientes.
Para agradar os consumidores as empresas vão ter de diminuir as suas margens de lucro. Especialistas afirmam que está começando a mudar a cultura no Brasil de que as empresas podem ter margem de 100%, enquanto em países como os Estados Unidos, as empresas aplicam margens de 5% a 10%.

Assalto a mao armada (com as urnas), primeiro contra as empresas...

Este assalto é contra as empresas, que estão sendo achacadas para cobrir o rombo de uma campanha milionária. O outro assalto, contra os cidadãos em geral, e também contra as empresas, vai vir logo mais, sob a forma de restabelecimento da CPMF.
Alguém tem alguma dúvida de que as tropas de assalto do novo fascismo não vão aparecer em seus tanques mafiosos roubando cidadãos e empresas?
Que as empresas não digam que não sabiam dos métodos: eles já foram empregados em outras campanhas eleitorais; estão sempre sendo aperfeiçoados...
Paulo Roberto de Almeida

Carta do Coordenador financeiro da Campanha Dilma Presidente 2010

Brasília, 04 de Novembro de 2010.

Prezad (…)

Dilma Rousseff foi eleita Presidente da República, a primeira mulher na história do Brasil. Sua vitória representa uma opção dos eleitores pela continuidade do governo Lula, que criou 14 milhões de novos empregos formais, tirou 28 milhões de pessoas da pobreza e promoveu a ascensão de 36 milhões para a classe média. O Brasil tem hoje destacada posição de liderança internacional e enfrentou com sucesso a grave crise de 2008.
Neste momento em que nos preparamos para uma nova etapa de desenvolvimento econômico e social do Brasil, estou contatando o senhor e sua empresa em nome da Presidente Dilma Rousseff. O segundo turno da campanha eleitoral gerou novas despesas especialmente, com materiais de divulgação, que estamos buscando saldar ainda neste mês de novembro, de acordo com as normas da arrecadação eleitoral. Muitos empresários brasileiros já contribuíram, optando por exercer esse direito facultado pela lei eleitoral, que deixa o financiamento das campanhas a cargo das empresas, principalmente, e dos cidadãos.
A participação de sua empresa nesta eleição, como estabelece a lei brasileira, será muito bem vinda. Buscamos nesta eleição ampliar o número de empresas engajadas nessa prática de cidadania corporativa. Dentro deste espírito, tenho prazer de convidar sua empresa a dar uma contribuição para a campanha de Dilma Rousseff. A doação deve ser feita por meio de depósito (DOC ou TED), diretamente na conta da campanha. Mais informações e as instruções para depósito e emissão do recibo podem ser solicitadas por email ou por meio de contato com nosso Comitê Financeiro no telefone abaixo.

Obrigado e um abraço,
José de Filippi Jr., ex-prefeito de Diadema-SP, deputado federal eleito pelo PT-SP.
Coordenador financeiro da Campanha Dilma Presidente 2010.

===========

Se ouso terminar com uma piada cubana, muito apropriada ao caso em questão, ela se refere à "participação voluntária" de todos os cidadãos, até escolares, na "zafra", o corte anual de cana, já que eles não tem nem máquinas nem tratores e precisam mesmo de braços.
Como dizem os cubanos:

La participación es voluntaria, pero la voluntad es obrigatória...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A melhor politica externa de todos os tempos...

Não poderia ser melhor: nunca antes neste país um operário foi sucedido por uma mulher. Foi o que disse o presidente. Depois ele poderá providenciar um afro-descendente, um corintiano e, quem sabe mais?, um desses seus novos amigos, que antes eram inimigos...
A presidenta eleita não precisou corar, nem chorar pois não estava presente. Se estivesse, teria sido ovacionada... E aproveitaria para falar bem de Zilda Arns, homenageada pela turma que se formou, que como ela, também era "pessoalmente" contra o aborto... Com uma vantagem para Zilda Arns: esta nunca se reconverteu.
Também, agora, tem essa mania de embaixadores aposentados ficarem escrevendo na imprensa contra a política externa, apenas demonstrando que eles não conseguem entender as excelências da nova diplomacia. Que gente!
Ainda bem que a presidente eleita disse que ela vai garantir a liberdade de imprensa. Menos mal... O que seria deles, e de nós, sem um presidente que garanta a liberdade de imprensa? O que seria da Constituição?
Paulo Roberto de Almeida

No Itamaraty

Lula elogia Dilma e diz que presidente eleita sofreu preconceitos durante campanha

Chico de Gois

O Globo, 05/11/2010 às 14h33m

BRASÍLIA - Em discurso durante a formatura de novos diplomatas, nesta sexta-feira, no Itamaraty, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um retrospectiva das realizações de seu governo, elogiou o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, e citou a presidente eleita, Dilma Rousseff, ao dizer que ela sofreu preconceito. Para Lula, os novos diplomatas vão representar um país que tem a riqueza do pré-sal, que será uma das maiores economias do mundo e que, depois de um metalúrgico na Presidência, terá uma mulher.

- Vocês agora vão representar um país que, depois de um metalúrgico, vai ter a primeira mulher presidente da República e não uma mulher qualquer. Uma mulher que esteve condenada a um sacrifício e à tortura porque quando tinha 20 anos ela ousou colocar a manga de fora e lutar por liberdade democrática neste país quando muita gente foi sacrificada - afirmou, observando que a geração de 1968 que, em sua concepção, havia perdido a esperança, agora chega ao poder, pela via democrática, com a eleição de Dilma.

(...)
Ao falar do que considera o novo papel que o Brasil tem desempenhado no mundo, Lula foi elogioso a ele mesmo e à presidente eleita.

- Antigamente, um embaixador brasileiro para ir a um coquetelzinho tinha que pedir um convite. Hoje ele é chamado.

(...)
Sem citar nomes, o presidente criticou ex-embaixadores que escrevem artigos questionando o rumo de sua política externa.

- Sei que temos oposição. Nem todo mundo gosta da mesma coisa. Vejo muita gente falar mal do Itamaraty, escrevendo, sobretudo quando se aposenta. Vejo as críticas que a gente recebe. Fico feliz porque as críticas querecebemos não são por nossos defeitos, mas por nossas virtudes - defendeu Lula.

===========

Addendum: Comento apenas esta frase do presidente:

Antigamente, um embaixador brasileiro para ir a um coquetelzinho tinha que pedir um convite. Hoje ele é chamado.

Pelo menos no que se refere aos coqueteis, o presidente poderia começar perguntando, apenas em função da verdade dos fatos, quantas vezes o seu chanceler foi implorar para ser convidado a um "coquetelzinho".
Alguém precisaria dizer as coisas como elas são, do contrário a falsidade veiculada a cada vez, de forma indigna para os diplomatas, acaba passando por verdade histórica.

Enfim, tenho certeza de uma coisa: outras afirmações desse teor virão até o final do "nunca antes...". Que termine, e que nunca mais tenhamos antidiplomacia.

Paulo Roberto de Almeida

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...