sábado, 10 de setembro de 2011

MEC: sempre metendo os pes pelas maos (nao poderia ser de outra forma, alias)...

Recebido, via e-mail (e endosso, em grande medida, pois tudo o que vem "desse" MEC me parece lamentável do ponto de vista da verdadeira educação no Brasil):


Consultoria em Assuntos Educacionais
SIC 29/2011*
Belo Horizonte, 09 de setembro de 2011.

PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU. ESPECIALIZAÇÃO. INSTITUIÇÕES ESPECIALMENTE CREDENCIADAS. DESCREDENCIAMENTO. REVOGAÇÃO DAS NORMAS PARA CREDENCIAMENTO ESPECIAL DE INSTITUIÇÕES NÃO EDUCACIONAIS, NA MODALIDADE PRESENCIAL E A DISTÂNCIA. 

RESOLUÇÃO Nº 7, DE 8 DE SETEMBRO DE 2011. CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO.

Estamos aguardando essa Resolução desde 03 de agosto. MAL VINDA!
Todos se lembram?
Na primeira semana de agosto o MEC protagonizou uma espécie de “rádio corredor” na grande imprensa nacional, sob o título MEC PROÍBE INSTITUIÇÕES NÃO EDUCACIONAIS DE OFERECER CURSOS DE PÓS GRADUAÇÃO.
A primeira notícia é publicada às 19h19 do dia 3, quarta feira, pela Agência Brasil, sendo reproduzida por toda a Imprensa, dando conta de que o Ministério da Educação publicaria no dia 4, quinta feira, novas regras restringindo a oferta de cursos de  pós-graduação lato sensu.
O País inteiro acordou no dia 5 procurando as novas regras no Diário Oficial da União – e nada!
Às 17h56, a Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Educação, no Portal MEC, nos informou que “As novas regras para a oferta de cursos de pós-graduação lato sensu serão publicadas nesta sexta feira, 05, no Diário Oficial da União”.
35 dias depois, ai está. Como dizemos nas Minas Gerais: - Curta e grossa! MAL VINDA!
Mal vinda porque descredencia a 3ª melhor Escola de Negócios do mundo de cursos customizados (Financial Times). Mal vinda porque a Escola de Governo credenciada por Sistema Estadual de Educação para ministrar graduação não precisa submeter-se a “processo de credenciamento educacional pelo Ministério da Educação”.

RESOLUÇÃO Nº 7, DE 8 DE SETEMBRO DE 2011
Dispõe sobre a revogação das normas para o credenciamento especial de instituições não educacionais, na modalidade presencial e a distância, e dá outras providências.
O Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no art. 9º, § 2º, alínea "h", da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei nº 9.131, de 24 de novembro de 1995, e no art. 44 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e tendo em vista o Parecer CNE/CP nº 3/2011, homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da Educação, publicado no DOU de 5/8/2011, resolve:
Art. 1º Fica extinta a possibilidade de credenciamento especial de instituições não educacionais para a oferta de cursos de especialização, nas modalidades de educação presencial e a distância.
Art. 2º As escolas de governo criadas e mantidas pelo Poder Público, precipuamente para a formação e o desenvolvimento de servidores públicos, na forma do art. 39, § 2º, da Constituição Federal de 1988, e do Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006, poderão oferecer cursos de especialização na modalidade de pós-graduação lato sensu, nos termos da Resolução CNE/CES nº 1, de 8 de junho de 2007, desde que se submetam a processo de credenciamento educacional pelo Ministério da Educação.
Art. 3º As instituições que tenham protocolado, tempestivamente, pedido de renovação do credenciamento especial, poderão praticar os atos acadêmicos e administrativos para a conclusão da formação dos estudantes ingressados até o dia 31 de julho de 2011, mantendo-se a referência ao credenciamento especial do MEC exclusivamente para esses atos.
Art. 4º As instituições não educacionais já especialmente credenciadas, cujo ato autorizativo em vigor não estipulou prazo de duração e que se enquadravam na condição estabelecida pelo art. 9º da Resolução CNE/CES nº 5, de 25 de setembro de 2008, ora revogada, poderão praticar os atos acadêmicos e administrativos para a conclusão da formação dos estudantes ingressados até o dia 31 de julho de 2011.
Parágrafo único. Os atos autorizativos de credenciamento especial com prazo determinado, ainda em vigor, permanecem válidos até o vencimento, não podendo ser renovados ou prorrogados.
Art. 5º Os processos de credenciamento especial em tramitação, tanto nas Secretarias do Ministério da Educação quanto no Conselho Nacional de Educação, e ainda não decididos, serão arquivados após a publicação da presente Resolução, ressalvado o disposto no art. 2º.
Art. 6º Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogados a Resolução CNE/CES nº 5, de 25 de setembro de 2008, o § 4º do art. 1º da Resolução CNE/CES nº 1, de 8 de junho de 2007, e a Resolução CNE/CES nº 4, de 16 de fevereiro de 2011, ao mesmo tempo em que ficam sem efeitos os Pareceres CNE/CES nº 82/2008 e CNE/CES nº 908/1998.
PAULO SPELLER
(DOU de 09/09/2011 – Seção I – p.25)

Se você tem alguma dúvida, entre em contato.
Saudações,
Profª. Abigail França Ribeiro
Diretor Geral CONSAE

*Distribuído a Assessorados da CONSAE e CONSAEjur.
SIC – Serviço de Informação ao Cliente.

Como NAO se deve fazer a prova do Rio Branco (ou escrever a Historia)...

Algum tempo atrás, ao ser "apresentado" às -- enfim, considerem "tomar conhecimento" das --  provas deste ano da graça de 2011 do Instituto Rio Branco -- que na verdade não tem muita culpa no "negócio", pois as provas são geralmente feitas pelo CESPE, ou seja professores da UnB -- eu escrevi um pequeno post com este título (e o link vai junto):



SEXTA-FEIRA, 8 DE JULHO DE 2011


Após breves considerações sobre o autor da frase -- o alemão Von Martius -- eu transcrevia algumas questões das provas deste ano como exemplos do título, ou seja, de como NÃO se deve fazer provas do Rio Branco.
Enfim, tenho minhas muitas críticas aos professores da UnB e seus famosos livros -- que evito de veicular em público para não causar constrangimentos em nenhuma das partes -- e tenho também muitas outras críticas às provas do Rio Branco -- que evito... etc., etc., etc... -- mas, de vez em quando sou consultado por alunos, candidatos, aspirantes, curiosos em geral, sobre a natureza das minhas críticas, o que geralmente vem associado a pedidos de "dicas" ou recomendações de estudo para essas provas.
Assim, por exemplo, recebi a seguinte mensagem de um "interessado":


Impressão minha ou algumas questões nao dão espaço para o sujeito dissertar contrariamente as posições tomadas pelo itamaraty?
Ex: questao 2 de politica internacional.



Evito comentar  ou de fazer esse tipo de "coisa" -- ou seja, recomendações do que eu mesmo consideraria mais "correto", ou mais apropriado --, pois acho que faria mais mal do que bem aos candidatos em geral. Como não sou eu quem formulo questões, como não dou aulas no Rio Branco, nem na UnB, aliás, como não vou ser convidado para qualquer dessas coisas justamente porque minhas posições e opiniões não estão conformes ao "canon" oficial, digamos assim, não adianta nada eu levantar problemas onde isso só representaria problemas, justamente, e não soluções para os que buscam, por vezes desesperadamente, soluções aos seus problemas.
Ou seja, os candidatos se deparam com questões "debilóides", politicamente enviesadas, ou torcidas para a única posição possível -- a oficial, obviamente -- o que mais uma vez confirma que, em determinadas circunstâncias, a versão é mais importante do que o fato.
Por exemplo, se você se depara com uma questão sobre a "relação estratégica Brasil-Argentina", ou sobre "a importância do Mercosul" na, e para a, política externa do Basil, o que é que você vai fazer? Vai contestar a versão oficial, apontando problemas e incongruências, ressaltando os percalços e as ilusões?
Acho que é uma dead issue, e portanto prefiro ficar quieto.
Vou continuar escrevendo meus trabalhos e livros, respondendo em toda honestidade intelectual, apenas ao que coleto e seleciono em minhas leituras, pesquisas históricas, reflexões comparativas, dados empíricos, etc. Como sempre fiz, aliás.
Deixo a ideologia de lado, ou talvez eu tenha as minhas próprias ideologias, mas não pretendo confrontar instituições "respeitáveis", como podem ser o CESPE, a UnB, o IRBr, o MRE, com minhas próprias posições, que também podem ser o resultado de outros tantos equívocos ou erros de compreensão.
Em todo caso, não deixo de constatar equívocos e desvios em todas essas provas, que são reais, do contrário tantos candidatos não me consultariam, depois, para tentar elucidar algo que eles próprios acharam equivocado, ambíguo, contrastante com a realidade, etc.


Pois bem, acho que não ajudei ninguém, que seja candidato, quero dizer, eu ainda "coloquei minhocas" nas cabeças de alguns, que apenas querem estudar segundo os padrões politicamente corretos, para passar nas provas politicamente corretas do IRBr. Como eu não sou um sujeito politicamente correto, eu fico perturbando o cenário com os meus questionamentos. Mas a intenção, sincera, não é atrapalhar ninguém, é apenas a de corresponder ao meu habitual compromisso com a verdade dos fatos e com a minha proverbial honestidade intelectual. Quando eu vejo um equívoco não consigo deixar de apontar o equívoco. Quando eu vejo má-fé, sinto-me tentado a denunciar o fato. Tem gente que não gosta, e muitos não gostarão. Mas, eu faço apenas o que me dita minha consciência livre...
Paulo Roberto de Almeida 

The 9/11 Decade - Editorial Wall Street Journal



The 9/11 Decade
The U.S. is safer and has not sacrificed its civil liberties.
Review and Outlook
The Wall Street Journal, September 10, 2011

On the morning of Tuesday, September 11, 2001, the World-Wide column of The Wall Street Journal carried items on a suicide bombing in Istanbul that killed two policemen, fighting between Israelis and Palestinians and Muslim-Christian violence in Nigeria. A longer front-page story warned of another menace: the increasingly violent tactics of anti-globalization activists. "In Europe," the Journal reported, "security forces see themselves as facing an urban-guerrilla movement, a view that justifies sterner means than might be acceptable in the U.S."
Would an early-morning reader of the Journal have been able to detect in these news flashes any hint of the furies that would burst upon America within hours? Probably not. As Roberta Wohlstetter noted in her classic study of why the U.S. was taken by surprise at Pearl Harbor, information that seems meaningful in retrospect tends, in real time, to be drowned out in a static roar of information, all of it contending for our attention. In September 2001, seers might as easily have predicted that the great global challenge of the next decade would have been containing the spread of the human variant of mad-cow disease (a case of which had just been found in Japan), rather than the threat of global Islamic terrorism.
Ten years on, nobody worries about a mad-cow pandemic, an excellent case study of how the West routinely talks itself into bogus panic. There is, however, plenty of talk about how the threat of terrorism has been overhyped, or how America's efforts against terrorists have been a costly distraction from the challenges of a rising China or the faltering economy or global warming or any other crisis, real or hypothetical, that supposedly demands our single-minded focus.
Yet there was nothing hypothetical about what happened in New York, Pennsylvania or at the Pentagon that day, nor anything bogus about the anthrax attacks, still not definitively solved in our view, later that month. The same can be said of subsequent atrocities in Karachi, Tel Aviv, Bali, Madrid, Beslan, London, Amman, Baghdad, Mumbai and Fort Hood, among many other places. And while the risk that terrorist groups could use weapons of mass destruction so far remains mostly speculative, there is little doubt that they will use them to kill unlimited numbers of people if only they can acquire them.
Put simply, by the evening of 9/11 it was clear that the threat of Islamic terrorism was real, urgent and growing, and that it would require from the Bush Administration a serious and sustained response, both on offense and defense. Few Members of either party doubted this when the Authorization for Use of Military Force Against Terrorists passed the Senate 98-0 a week after 9/11, or when the Patriot Act passed in the Senate by a vote of 98-1 the following month, or when the authorization for the war in Iraq passed the Senate 77-23 a year later.
Nor were many doubts expressed by senior members of the House and Senate (including Nancy Pelosi) when they were repeatedly briefed by the Bush Administration on the use of "enhanced interrogation" techniques, including waterboarding, or on the warrantless wiretap surveillance program, or on the CIA's use of "black sites" to interrogate terrorist suspects. "We understood what the CIA was doing. . . . On a bipartisan basis, we asked if the CIA needed more support to carry out its mission against al Qaeda," recalled Porter Goss, then the Chairman of House Intelligence Committee, in an April 2009 Washington Post op-ed.
The comity wouldn't last. Yet from the perspective of a decade, what's notable about the counter-terrorist architecture erected by the Bush Administration (with initial bipartisan support) is how effective it has been. On 9/12, few people would have dared venture the prediction that the U.S. would not suffer another major attack for at least a decade. But that's what happened—or, to put it more accurately, what has been achieved.
This has not been for lack of trying by terrorists. A list recently compiled by the Heritage Foundation records 40 foiled plots since 9/11. Some of these have been amateurish, and others were uncovered as a result of FBI sting operations in which there was no immediate risk to civilians. A few, like the near-misses of shoe-bomber Richard Reid and underwear bomber Omar Farouk Abdulmutallab, were averted at the last instant thanks to the vigilance of watchful passengers.
But other, potentially more deadly, plots were detected and foiled thanks to the mandate and backing given the CIA and other agencies in the wake of 9/11. According to Justice Department memos released in 2009 by the Obama Administration, "since March 2002, the intelligence derived from CIA detainees has resulted in more than 6,000 intelligence reports and, in 2004, accounted for approximately half of the CTC's [Counterterrorism Center's] reporting on al Qaeda. . . . The substantial majority of this intelligence has come from detainees subjected to enhanced interrogation techniques." Our friends on the left often call these memos the "torture memos." The real torture is what happens to maimed victims of terrorist atrocities that intelligence agencies were blind to prevent.
That's a lesson the Obama Administration has taken to heart. Though the President came to office promising to undo his predecessor's antiterror legacy, he has for the most part preserved it. That goes for re-authorizing key provisions of the Patriot Act (including that favorite ACLU bugaboo, the so-called library-records provision); moving forward with military tribunals for Khalid Sheikh Mohammed and other detainees; keeping Guantanamo open (albeit grudgingly), and giving the CIA authority to dramatically increase the use of drones against terrorist leaders. As for some of Mr. Obama's other promises, such as ending the use of enhanced interrogations or closing down the black sites, these were already accomplished facts well before George W. Bush left office.
Constrained interrogations excepted, these developments not only increase America's margin of safety against another attack, but also put the Democratic Party's visible imprimatur on the war on terror, much as Dwight Eisenhower's foreign policy put the GOP stamp on Harry Truman's containment policies.
They also expose the accusation that President Bush was trampling America's civil liberties as a particularly vulgar partisan maneuver—one that magically disappeared the moment Mr. Obama came to office. We certainly don't like removing our shoes at the airport, but the larger truth is that American civil liberties are as robust today as they were on the eve of 9/11. Then again, we shudder to think of the kinds of measures the American public would have demanded had there been further attacks on the scale of 9/11. The internment of Japanese-Americans during World War II, it's worth recalling, was mainly the doing of those two great civil libertarians Franklin Roosevelt and Earl Warren.
That point is also worth noting when considering the wars in Iraq and Afghanistan, along with operations the U.S. has conducted everywhere from the Philippines to Somalia. It is hard to see how the U.S. could have inflicted the hammer blows it has against al Qaeda—bringing it, as Defense Secretary Leon Panetta has argued, to the edge of "strategic defeat"—had it not confronted them directly in their own heartlands. Though the Iraq war had its own justifications, it remains the fact that al Qaeda sustained some of its hardest military reversals in the Sunni triangle north of Baghdad.
As for Afghanistan, it's worth asking whether Osama bin Laden would be dead today if President Obama had taken the advice of those who, from the moment he took office, wanted a full and immediate withdrawal from the country. We would add that not least among the reasons for the U.S. to remain militarily engaged in Afghanistan is to prove bin Laden's central contention—that Americans have no stomach for a long-term fight—wrong.
Weakness, Donald Rumsfeld once observed, is provocative. Taking care to avoid a perception of weakness ought to be a chief consideration of U.S. policy makers as they consider their next steps in the Middle East. The regime in Tehran, closer now than they ever have been to realizing their nuclear ambitions, is certainly watching.
This week reports surfaced of credible threats of a terrorist strike on tomorrow's anniversary. The war against Islamic militancy is far from over. But having waged a Cold War against the Soviet Union for 45 years, Americans are no strangers to long struggles in defense of freedom, our own as well as that of others. The course of the first 9/11 decade should, for all of the pain it has imposed, give us confidence that we can see the battle through. We only hope we won't need our enemies' reminding that there is no alternative.

Quem disse que o Brasil pode crescer a 5%?

Um cidadão, que já foi ministro de Estado, falava sobre o crescimento do Brasil a 7%. Na época escrevi um texto dizendo que o Brasil não podia crescer nem a 5%.
E por uma razão muito simples: o Brasil não tem investimento suficiente para fazer isso.
E por que não tem investimento?
Porque não tem poupança!
E por que não tem poupança?
Porque o Estado é um despoupador líquido!
Ele simplesmente absorve toda a poupança privada (além de não produzir nenhuma poupança pública), com sua mania de gastador contumaz e irrefreável.
Aliás, não é o Estado, como sabemos, mas o governo, os governos que nos desgovernam, e que nos roubam os recursos direta e indiretamente, compulsoriamente, cruelmente, despudoramente.
Bem, tenho dito...

Brics: Brasil só cresce mais que África do Sul
Publicado em 05/09/2011 

Economia tem alta de 3,1% ante o 2º trimestre de 2010; no período, China sobe 9,5%, e Índia, 7,7%

Enfraquecida pelo dólar baixo, que barateia importados, a indústria produziu pouco e contribuiu para que a economia brasileira crescesse num ritmo menor no segundo trimestre deste ano, segundo o IBGE. 

O Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) avançou 0,8% em relação aos três primeiros meses de 2011, quando a alta havia sido de 1,2%. 

Na comparação com o segundo trimestre de 2010, a alta foi de 3,1%, só superior ao desempenho da economia da África do Sul, que subiu apenas 1,3% no mesmo período. Os outros emergentes dos Brics cresceram mais. A maior alta no grupo verificou-se na China, de 9,5%, acompanhada por Índia, 7,7%, e Rússia, 3,4%. 

Essa desaceleração já era esperada e resultou do aumento dos juros e das restrições ao crédito, para evitar a alta da inflação. 

O encarecimento dos financiamentos se refletiu nos setores ligados ao consumo. A construção civil e o comércio tiveram os piores desempenhos desde o terceiro trimestre de 2009. 

O consumo das famílias, mais direcionado para as importações, porém, continuou subindo: alta de 1% ante 0,6% no primeiro trimestre.

O governo como grande fora-da-lei no Brasil

Quando eu digo que o Estado é o principal fora-da-lei no Brasil, alguns alunos meus acham que eu estou exagerando.
Não estou: basta ver o número de processos no STF para constatar que 70% (por baixo) deles se referem a ações movidas por empresas ou cidadãos contra leis, medidas, inadimplências, falcatruas do Estado.
Ou melhor, do governo.
O Estado é uma instituição impessoal, feita de Constituição, leis, decretos, medidas, órgãos e outros elementos materiais e imateriais que constituem o arcabouço jurídico e normativo que deveriam enquadrar tanto as ações e atividades de simples indivíduos, como nós, quanto as iniciativas dos governantes, ou seja, cidadãos eleitos, regularmente, para conduzir o Estado.
São esses indivíduos, políticos eleitos, mas também burocratas servidores do Estado, servindo a um governo determinado, mas por vezes diretamente ao Estado, que praticam as bobagens, irregularidades, por vezes até crimes que redundam nessa pletora de processos contra o Estado.
Eu entendo que determinados governantes deveriam ser processados criminalmente, por ter ofendido deliberadamente regras do Estado que eles juraram defender.
Hoje ocorre que esses governantes relapsos, alguns apenas mentirosos, mas muitos expressamente criminosos -- estamos vendo pelo festival de corrupção existente -- praticam suas barbaridades e depois é o Estado -- ou seja, todos nós -- que tem(os) de pagar os prejuízos. Assim não vale...
Abaixo, mais um exemplo de como o Estado (na verdade o governo do presidente sainte, ufa!) pode ser um fora-da-lei...
Paulo Roberto de Almeida 

Rosa Costa
Estado de S.Paulo, 10/09/2011
Patrocinado pelo governo para apressar as obras da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) foi considerado inconstitucional pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e pode ser derrubado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O procurador entrou ontem com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADIN), com pedido de liminar, alegando que a lei, aprovada pelo Congresso, por ser inconstitucional, não deve ser aplicada no País. Ele alega que se as licitações e contratações forem realizadas pelo RDC “haverá comprometimento ao patrimônio público” e a falta de garantia para que os gestores avaliem o andamento e a conclusão das obras. A medida, diz o procurador, “além de ofender a Constituição, conspira contra os princípios da impessoalidade, moralidade, probidade e eficiência administrativa”.
Fux. No STF, a ADIN do procurador-geral foi distribuída por prevenção para o ministro Luiz Fux porque ele recebeu a primeira ação ajuizada no Supremo contra o RDC, de autoria do PSDB, DEM e PPS.
Gurgel destaca dois aspectos do regime diferenciado contrários às normas constitucionais vigentes. Um deles é que as obras e serviços serão contratados sem que previamente se tenha definido, de forma clara, o seu objetivo. A brecha - segundo ele - compromete o princípio de isonomia dos concorrentes. O outro item questionável, na sua avaliação, é a permissão de concentrar num único contratante o projeto básico e a execução da obra ou serviço, “o que poderia levar o autor do projeto a excluir ou dificultar o livre acesso de potenciais interessados”.
Ele cita como exemplo de episódio em que a necessidade e urgência das obras resultou em danos para o erário “a experiência” dos Jogos Pan-americanos de 2007, “quando a União, Estados e o município do Rio de Janeiro não conseguiram identificar as obras e serviços que deveriam ser realizadas”. “Essa foi uma das razões para que o orçamento inicial do evento, de R$ 300 milhões, tenha sido absurdamente ultrapassado, com um gasto final da ordem de R$ 3 bilhões.”
O RDC foi incluído pelo relator José Guimarães (PT-CE) no projeto de conversão da medida provisória 527, editada pela presidente Dilma Rousseff.
O texto foi mantido no Senado e, depois de sancionado, entrou em vigor em 5 de agosto último na forma da Lei 12.464, que substituiu parte da lei de licitações em vigor.
Desde então, o procurador-geral da República anunciava a decisão de entrar com uma ADIN contra a proposta, como defendiam os parlamentares da oposição ao governo Dilma. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) viu no novo modelo “uma indústria de vazamento altamente remunerado, além da facilitação dos conluios”. 

Servico de utilidade publica: "afoguem" os idosos (simbolicamente)

Confusão mental do idoso 
(Leia, é pequeno, importante e sério) 

Principal causa da confusão mental no idoso 
Arnaldo Lichtenstein, médico 

Sempre que dou aula de clínica médica a estudantes do quarto ano de medicina, lanço a pergunta: 

- Quais as causas que mais fazem o vovô ou a vovó terem confusão mental? 

Alguns arriscam: *"Tumor na cabeça". Eu digo: "Não". 

Outros apostam: "Mal de Alzheimer". Respondo, novamente: "Não". 

A cada negativa a turma se espanta... E fica ainda mais boquiaberta quando enumero os três responsáveis mais comuns: 

- diabetes descontrolado; 
- infecção urinária; 
- a família passou um dia inteiro no shopping, enquanto os idosos ficaram em casa. 

Parece brincadeira, mas não é. Constantemente vovô e vovó, sem sentir sede, deixam de tomar líquidos. 

Quando falta gente em casa para lembrá-los, desidratam-se com rapidez.  A desidratação tende a ser grave e afeta todo o organismo. Pode causar  confusão mental abrupta, queda de pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos ("batedeira"), angina (dor no peito), coma e até morte. 

Insisto: não é brincadeira. 
Na melhor idade, que começa aos 60 anos, temos pouco mais de 50% de água no corpo. Isso faz parte do processo natural de envelhecimento. Portanto, os idosos têm menor reserva hídrica.  Mas há outro complicador: mesmo desidratados, eles não sentem vontade de  tomar água, pois os seus mecanismos de equilíbrio interno não funcionam muito bem. 

Conclusão: 
Idosos desidratam-se facilmente não apenas porque possuem reserva hídrica menor, mas também porque percebem menos a falta de água em seu  corpo. Mesmo que o idoso seja saudável, fica prejudicado o desempenho das reações químicas e funções de todo o seu organismo. 

Por isso, aqui vão dois alertas: 

1 - O primeiro é para vovós e vovôs: tornem voluntário o hábito de beber líquidos. Por líquido entenda-se água, sucos, chás, água-de-coco, leite, sopa, gelatina e frutas ricas em água, como melão, melancia, abacaxi, laranja e tangerina, também funcionam. O importante é, a cada duas horas, botar algum líquido para dentro. Lembrem-se disso! 


2 - Meu segundo alerta é para os familiares: ofereçam constantemente líquidos aos idosos. Ao mesmo tempo, fiquem atentos. Ao  perceberem queestão rejeitando líquidos e, de um dia para o outro, ficam confusos, irritadiços,  fora do ar, atenção. É quase certo que sejam sintomas decorrentes de  desidratação. 

"Líquido neles e rápido para um serviço médico". 

(*) Arnaldo Lichtenstein (46), médico, é clínico-geral do Hospital das Clínicas e professor colaborador do Departamento de Clínica Médica daFaculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). 

A Australia nao existe: uma cronica de Adriano Pucci


NO WORRIES!

Adriano Silva Pucci
Camberra, setembro de 2011.

                  Camberra é uma cidade do outro lado do globo terrestre. Em termos de população, equivale à nossa Piracicaba: conta com cerca de trezentos e sessenta mil pessoas absolutamente normais, o que é deveras estranho. Pronuncia-se como proparoxítona [CANberra], provável artifício para evitar o cacófono [CanBERra], que pode soar a ouvidos desavisados como can’t  bear it. Se você conseguir achar Sydney no mapa-múndi, saiba que ainda faltarão trezentos quilômetros ao sul até Camberra. A capital da Austrália fica no extremo sudeste do continente, graças ao explorador britânico James Cook, o responsável pela escolha dessa rota marítima, mil vezes maldito por condenar gerações posteriores de brasilienses a viajar por três dias, Brasiliaguarulhossantiagoaucklandsidneycamberra, só para encontrarem mais uma cidade cuidadosamente planejada para ficar longe do litoral. Mas o bravo navegador está perdoado, pois, graças a ele, hoje temos a Nicole Kidman. Em ambas as cidades há aborígenes, embora em Brasília sejam mais encontradiços. Nas duas terras, selvagens seminus e tatuados entoam cantos primitivos e pulam ao som de tambores, numa espécie de dança da chuva, com a diferença de que em Camberra não tem trio elétrico, e de que o ritual australiano efetivamente produz resultados pluviométricos. 
O típico natural de Camberra tem as bochechas vermelhas de quem levou vários tabefes. Os cabelos das mulheres podem ser loiros ou tingidos de preto-tiziu. Na segunda versão, elas ficam parecidas com falsas gueixas, por terem a pele branca como talco. Aparentemente, o pavor máximo do australiano é o de ser atropelado por uma bicicleta no parque. É possível deduzir isso porque todos praticam corrida trajando um uniforme amarelo fluorescente, a onipresente high visibility polo shirt. Trata-se de um povo civilizadíssimo, o que torna viver na Austrália uma experiência tão emocionante como assistir a um jogo de críquete contra a seleção do Sri Lanka.  Exaltadas manchetes de jornal transpiram empolgação com a visita da filha do Rolling Stone Keith Richards, a modelo Alexandra, reverenciada como celebridade pertencente à realeza do rock. Sim, rock royalty, declaram, como se alguém já tivesse visto um roqueiro caçando faisões. E leitores chocados leem depois releem a notícia da descoberta do corpo de um menino desaparecido desde 2003. No Brasil, ninguém teria ainda se dado conta nem sequer do sumiço do pequeno Daniel.
É claro, de vez em quando eles têm de extravasar. Para isso existe o rugby, que passa em todos os canais de TV aberta, com exceção daqueles que transmitem futebol americano. A diferença básica entre os dois esportes consiste em que, no primeiro, são onze marmanjos de cada lado, esmagando-se mutuamente, sem equipamento de proteção, ao passo que, no segundo, são trinta mamutes no total, envolvidos na mesma pancadaria, porém usando uma espécie de armadura.  Ah, o terceiro canal exibe lutas de telecatch...
                  A primeira página de qualquer manual decente de sobrevivência em Camberra deve mencionar a necessidade imperiosa de alugar carro. Os táxis, caríssimos e rarefeitos, pertencem a uma empresa logicamente denominada de Elite. Recomendo atenta leitura do contrato de locação do automóvel, que mencionará todos os detalhes, menos a cor. Na garagem do aeroporto, deparei-me com um compacto esverdeado, da tonalidade “kiwi”. Nessas situações, procuro sempre ver a metade cheia do copo: localização rápida do veículo no estacionamento do shopping center e remota possibilidade de furto por algum larápio daltônico.

Pronto, você está dentro do carro. Ao não encontrar o volante, logo percebe que está sentado no banco de passageiros. Passada a humilhação, já no assento do motorista, você liga o quiuí e sai impunemente dirigindo na contramão, leal súdito que é da Coroa Britânica. O mapa da cidade tem o formato de uma menininha de saia e tranças dreadlock, à la Bob Marley. A idéia é você ficar girando na “cabeça da menina”, o State Circle, até arriscar impetuosamente uma das “tranças” ou artérias viárias que o conduzirão a Deus-sabe-onde. Meu conselho é não dobrar à esquerda, confiando na seta que indica Tuggeranong, sob pena de acabar em Wagga-Wagga. Ou, carinhosamente, “Wagga”. E cuidado! O australiano ficará indignado se você confundir essa cidadezinha com o sítio histórico de Mugga-Mugga (nada que ver!). Mais prudente, portanto, é socorrer-se no GPS e ir direto para a rua Bunda, talvez batizada assim por ficar no centro e por ser bastante movimentada. Em Camberra, Bunda Street sempre termina em Mort Street. No Brasil, nem sempre as duas se conectam.

As lojas em Camberra fecham às cinco da tarde. Raros comerciantes gananciosos esticam o horário até as sete, quando ainda podem ser encontrados restaurantes abertos, que servem, vai entender, porções pequenas para Aussies corpulentos. A gastronomia, diversificada, atende a todos os paladares, do vietnamita ao indiano, mas prevalece a culinária italiana. Aliás, nada de especial nessa observação, visto que a pizza é a pandemia do nosso tempo: barata, rápida e plana, como a sociedade contemporânea. A pizza é o novo dólar. Bem, abandonando essa digressão histórico-nutricional e voltando o relógio para as dezenove horas, produz-se então verdadeiro toque de recolher, acentuado pela precária iluminação urbana. Poucos carros transitam à noite, e fazem-no sempre com o farol alto, o que provoca incômoda sensação de caçada policial. Evidentemente, tamanha escuridão só pode ser parte de um sistemático plano de governo, donde se intui que as autoridades australianas escondem de nós um terrível segredo sobre ataques aéreos, discos voadores ou vampiros. A dificuldade de avistar um pedestre após o jantar só é comparável, em Camberra, à escassez de latas de lixo nas vias públicas, devidamente compensada pela falta de lixo para botar nas lixeiras. Um dia a verdade virá à luz, e descobriremos que os australianos enterram o lixo nos quintais de suas casas, silenciosamente, numa cerimônia macabra, protegidos pelo manto negro da madrugada. Nem ladrão sai de casa ao anoitecer: Camberra é cem por cento segura.
Todo país tem sua mania nacional. As Grandes Guerras são a Copa do Mundo dos australianos. Felizmente, as guerras mundiais ocorrem em intervalos de tempo maiores. A batalha de Gallipoli, travada contra os turcos otomanos, em 1915, na qual a Austrália sofreu heróica, mas fragorosa derrota, equivale ao nosso Maracanaço de 50. No Memorial da Guerra há um nobre mausoléu erigido para o Soldado Desconhecido, que, ironicamente, é o australiano mais notório (depois da Nicole Kidman, repito). Na TV, é comum ver a imagem de um recruta agonizante nas trincheiras, seguida de um pedido de doação para o clube de veteranos de guerra. Em troca, você recebe um brochezinho de alumínio e a consciência tranquila.
Dizem que cangurus saltitam livremente nos bairros residenciais de Camberra. Até agora, para mim, isso não passa de lenda urbana. Não vi nem sombra de canguru, nem mesmo de pelúcia. Sem entender o boicote marsupial de que sou vítima, ando tomado de certo complexo de inferioridade. Ir para a Austrália e não ver cangurus é o mesmo que visitar o Brasil e não encontrar flanelinhas. Mas essa ansiedade toda ― e aí o nosso estereótipo está desatualizado ― é típica do brasileiro. Se tem uma lição que aprendi com os australianos, é que o estresse não vale a pena: no worries, ensinam-me eles a todo momento. “Sem probs”, traduzo em pensamento. Um bom lema para levar de volta em minha bagagem.

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