terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Estado brasileiro: seminario na UnB (7/10/11)


Semirio Internacional
UnB/IREL e Bildner Center
O ESTADO BRASILEIRO
Debate e Agenda

Lançamento do livro The Brazilian State: debate and agenda, editado por Mau­ricio Font e Laura Randall com a assistência de Janaína Saad, contendo capítu­los de professores da UnB e de outras universidades brasileiras e norte-americanas.

Local: FA – sala A1-04 (1º andar)
Data: 07 de Outubro de 2011
Horário: 08h30 – 12h30

O Estado Brasileiro desde Vargas
João Paulo M. Peixoto, UnB

Além das Crises: respostas e perspectivas
Eiiti Sato, Diretor do IREL

O Estado Brasileiro: debate e agenda
Maurício Font, Diretor do Bildner Center – CUNY
Ricardo Caldas, Diretor do CEAM/UnB

Estado e Trajetória no Desenvolvimento Capitalista Brasileiro
Renato Boschi, IESP/UERJ/IUPERJ

Feminismo, o Estado, e Igualdade de Gênero
Lia Zanotta, UnB

Reforma Política: uma história sem fim
David Fleischer, UnB

Financeirização, Estado e Crise: uma nova “mania” no Brasil?
Elaine da Silveira Leite, Ufscar

Reforma da Previdência no Brasil: Construindo um Pacto Social
José Roberto Ferreira Savoia, USP

O Sistema Financeiro
Fernando Sotelino, Columbia University

Comentários finais
Paulo Kramer, Senado Federal
OUTROS
Para maiores informações, favor contactar o Instituto de Relações Internacionais da UnB tel: 3107-0761

NOVA CPMF

Sem comentários...

Siria: nossos aliados do Brics (quando a Turquia ja cansou...)

Parece que a coordenação política nos Brics funciona muito bem: todo mundo tem a mesma posição, ou seja, opor-se a sanções, ou mesmo simples censura, ao regime sírio, que dentro em pouco ultrapassará a marca dos 3 mil manifestantes mortos nas cidades e aldeias da Síria...
Supõe-se que o Brasil concorda com essas posições, ou que ele as estimule. Do contrário, do que adianta ser Brics? Como não cabe veto ao Brasil, melhor mesmo ficar com a abstenção...
Paulo Roberto de Almeida 

China and Russia veto UN resolution condemning Syria



China and Russia have vetoed a UN Security Council resolution condemning Syria over its crackdown on anti-government protesters.
The European-drafted resolution had been watered down to try to avoid the vetoes, dropping a direct reference to sanctions against Damascus.
But Moscow and Beijing said the draft contained no provision against outside military intervention in Syria.
The US envoy to the UN said Washington was "outraged" by the vote.
The result is a huge blow to European and US efforts on the Syria issue, the BBC's Laura Trevelyan in New York says.
More than 2,700 people have been killed across Syria since the crackdown began in March, the UN estimates.
The government of Syrian President Bashar al-Assad says it is in the process of introducing reforms and is speaking to members of the opposition. It blames the unrest on armed gangs.
'Unacceptable'
Nine countries backed the resolution in the 15-member council, while four more abstained during the vote late on Tuesday.
But the resolution - which was drafted by France with the co-operation of Britain, Germany and Portugal - was still defeated because of the vetoes from two of the council's five permanent members.

Start Quote

China believes that under the current circumstances sanction or threat of sanction does not help resolve the question of Syria. Rather it may further complicate the situation”
Li BaodongChina's UN Ambassador
This was despite the fact that the text had been changed three times by the European allies, who had tried to accommodate Russia's and China's objections.
The resolution referred to "targeted measures" - instead of sanctions - if the clampdown in Syria continued.
But Russian Deputy Foreign Minister Gennady Gatilov earlier said the resolution was "unacceptable" because it envisaged sanctions and did not call on President Assad's government to start talks with the opposition, Russia's Interfax news agency reported.
Moscow also said that the draft contained no provision against outside military intervention in Syria, or respect for non-interference in its domestic affairs.
China's UN ambassador Li Baodong said that Beijing "believes that under the current circumstances sanction or threat of sanction does not help resolve the question of Syria. Rather it may further complicate the situation".
The Libyan conflict has sharpened divisions among Security Council members, with both Moscow and Beijing saying that the resolution authorising the use of force to protect civilians was misused by Nato to bring down Col Muammar Gaddafi's regime.
Our correspondent says Tuesday's vote exposes the deep rift at the UN between the major powers, and the completely difference of approach in how to deal with Mr Assad's government and its crackdown.
After the vote, France's UN Ambassador Gerard Araud said the veto showed "disdain for the legitimate interests that have been fought for in Syria" since the protests in the country began.
The US envoy, Susan Rice, said: "The United States is outraged that this council has utterly failed to address an urgent moral challenge and a growing threat to regional peace and security."
Washington had said before the vote that it hoped the council would send a strong message to Syria. Germany said the world had to show solidarity with Syrians on the streets.

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Agencia Estado, 4/10/11

A decisão do Brasil de, mais uma vez, abster-se em uma votação no Conselho de Segurança das Nações Unidas partiu diretamente da presidente Dilma Rousseff e, desta vez, incomodou profundamente o Itamaraty. A resolução votada na noite de hoje teve o Brasil como um de seus principais negociadores e, em sua versão final, foi ainda mais branda do que o texto com o qual os diplomatas brasileiros já haviam concordado. Ainda assim, Dilma, consultada em Bruxelas, onde participava da Cúpula Brasil-União Europeia, instruiu a missão em Nova York a se abster.

A decisão foi tomada pela presidente para manter uma paridade com as posições de outros países dos BRICs, já que a Índia e África do Sul haviam informado sua decisão de se abster, e Rússia e China, sempre mais resistentes em condenar o governo sírio, avisaram que iriam usar seu poder de veto.

Na votação final, além de Índia, Brasil e África do Sul, apenas o Líbano também se absteve. O país do Oriente Médio, que ocupava a presidência do Conselho até a semana passada, sempre resistiu a condenar o regime de Bashar Al-Assad e havia impedido, na sua presidência, o avanço de um texto com sanções.

A avaliação de diplomatas ouvidos pelo Grupo Estado é que o Brasil, depois de mais esse veto, ficou em uma posição de difícil defesa, já que a missão brasileira foi uma das principais negociadoras do texto. O País já tinha concordado com uma resolução que daria um prazo máximo de 30 dias para que o governo sírio parasse com a violência ou embargos econômicos, de armas e viagens poderiam ser colocados em prática. O texto final foi desidratado para tentar conquistar pelo menos a abstenção de China e Rússia, retirando até mesmo menções aos possíveis embargos.

Conselhos de tia Dilma aos europeus: "malucos e hipocritas" (Financial Times)

Nem todo mundo se encanta com nossa extraordinária capacidade de dar conselhos sobre como arrumar a casa dos outros, mesmo a nossa sendo suja e bagunçada.
É um pouco isso que esta jornalista do Financial Times está dizendo à nossa extraordinária presidente.
Vejam só: 
- "The country that is ranked 152nd by the World Bank for its unwieldy and heavy tax system is advising against restrictive taxes".
- "...many of his fellow countrymen were a little surprised by the suggestion that Brazil should bail out countries such as Italy, whose GDP per head is three times higher than their own."
- "Aside from unrealistic, the advice coming from Brazil has also sounded somewhat hypocritical."
- "Dilma recently spoke out about the need to combat protectionism only a week after increasing the tax on foreign-built cars by a whopping 30 percentage points."
- "Even the complaints over currency manipulation are rather rich given that Brazil’s central bank has intervened in its spot currency market nearly every day since the crisis by buying dollars..."
- "...Brazil now feels it has the right to dole out so much advice — however wacky."


A jornalista esqueceu, ou parece não saber, que na semana anterior, o ex-presidente, um homem extraordinário da ciência universal, tendo contribuído com descobertas e inovações importantíssimas, que beneficiaram milhões de habitantes deste nosso planetinha redondo, ao receber seu "enésimo" (desculpem, perdi a conta) doutorado Horroris Causa, também deu extraordinários conselhos aos europeus, dizendo, genialmente, que eles não podiam confiar em mercados desregulados, e sim em Estados ultra-regulados, como o Brasil, por exemplo.
Não há dúvida: se o mundo fosse menos como o mundo e mais como o Brasil, seria um lugar muito melhor, muito mais rico, menos violento, mais justo, mais desenvolvido, menos liberal, enfim, e bem mais regulado, como compete a um país organizado como o Brasil, em lugar dessas bagunças que se vêem na Europa, EUA e adjacências...
Paulo Roberto de Almeida 


Dilma: agony aunt to the EU

“REUTERS – Brazil’s Rousseff warns EU against restrictive taxes”. Yes, you read that right. The country that is ranked 152nd by the World Bank for its unwieldy and heavy tax system is advising against restrictive taxes.
Dilma Rousseff issued the warning on Monday as she kicked off her first visit to Europe as Brazilian president.
“In our case, extremely restrictive fiscal measures only deepened the process of stagnation and loss of opportunity,” she said, in reference to Latin America’s debt crisis during the 1980s. “It is difficult to exit crisis without increasing consumption and growth.”
Brazilian politicians have recently taken it upon themselves to solve the global financial crisis, doling out advice to the developed world.
Guido Mantega, Brazil’s finance minister, has been one of the pioneers in this regard. After rising to fame thanks to his ‘currency war’ discourse, Mantega last month proposed a slightly wacky ‘Bric’ rescue package for the eurozone.
The problem was that he had failed to consult the other Bric countries such as China, which holds the majority of the bloc’s foreign exchange reserves. Even many of his fellow countrymen were a little surprised by the suggestion that Brazil should bail out countries such as Italy, whose GDP per head is three times higher than their own.
Aside from unrealistic, the advice coming from Brazil has also sounded somewhat hypocritical.
Dilma recently spoke out about the need to combat protectionism only a week after increasing the tax on foreign-built cars by a whopping 30 percentage points. Even the complaints over currency manipulation are rather rich given that Brazil’s central bank has intervened in its spot currency market nearly every day since the crisis by buying dollars (the reason behind its impressive foreign exchange reserves).
But while it is all too easy to mock, Brazil’s new-found global voice is, in itself, a sign of greater economic stability at home. After all, in the wake of the 2008 collapse of Lehman Brothers, the country was too busy trying to prop up its own finances to worry about anyone else’s.
With one of the world’s most sound banking systems, a huge capacity for counter-cyclical stimulus measures, and those hefty foreign exchange reserves, no wonder Brazil now feels it has the right to dole out so much advice — however wacky.

O mundo pos-americano e o declinio do Imperio - Fareed Zakaria

Neste programa da Globo News, Milênio, o jornalista americano de origem indiana Fareed Zakaria, desmente as previsões declinistas sobre o fim do império americano, mas confirma, no "release 2.0" de seu famoso livro "Post-American World", a emergência de outros países, inclusive o Brasil. Ainda assim, acredita que os EUA dispõem da melhor economia do mundo, a mais flexível, a mais inovativa, e o melhor sistema financeiro do mundo, com problemas conjunturais, mas capacidade de superar e se regenerar...
http://g1.globo.com/videos/globo-news/milenio/v/jornalista-americano-reescreve-seu-livro-depois-das-crises/1650728/

Curiosamente, participei, recentemente, de um livro que pretende discutir as teses de Zakaria sobre o post-American world, com este artigo:
Attraction and Repulsion: Brazil and the American world
In: Clark, Sean and Sabrina Hoque (eds.):  
Debating a Post-American World: What Lies Ahead? 
 (London: Routledge, 2011, 288 p.; ISBN-10: 0415690552; ISBN-13: 978-0415690553, p. 135-141).
Em janeiro de 2012 vai estar disponível...

Dois presidentes no Banco Central?

Parece que é o caso:

Dilma Rousseff, no comando do BC

Editorial O Estado de S.Paulo, 4 de outubro de 2011
A presidente Dilma Rousseff assumiu oficialmente o comando do Banco Central (BC) e a política de juros é agora decidida no Palácio do Planalto. O plano do governo para 2012 é baixar a taxa básica para 9%, porque "ainda há margem de manobra" para novos cortes, segundo informou ao Estado o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. A conversa, com participação de dois outros membros do primeiro escalão do Executivo, foi bastante clara para eliminar qualquer dúvida: há um plano traçado no Palácio do Planalto e a decisão final caberá à presidente. Ressalvas quanto ao ritmo dos cortes - determinado com "prudência", segundo o secretário - em nada alteram o dado principal. A autonomia de fato do BC, adotada nos anos 90 e mantida nos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é uma experiência encerrada, embora ninguém, na administração federal, o admita de forma explícita. Não há outra forma de entender as declarações do secretário-geral nem os pronunciamentos da presidente Rousseff e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, desde a última semana de agosto.
Esses pronunciamentos foram logo seguidos pelo anúncio da redução dos juros, decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A aparente dissidência - a decisão foi tomada por 5 votos contra 2 - até poderia ser interpretada como sinal de permanência da autonomia de fato. Em pouco tempo as palavras do ministro e da presidente confirmaram a interpretação oposta. Eles continuaram falando sobre os cortes de juros como se apontassem o caminho ao BC. E, na sexta-feira, a presidente foi absolutamente explícita - mais do que pretendia, provavelmente - ao defender a redução da taxa básica como resposta ao agravamento da crise internacional. "Desta vez", disse ela, "o Brasil não pode errar na avaliação do quadro externo." Não seria "admissível", acrescentou, deixar de levar em conta o risco de recessão e de deflação no resto do mundo. Não é o tom de quem apenas manifesta um desejo, mas de quem transformou o Banco Central em mais um instrumento da política econômica do governo.
Ontem, o ministro da Fazenda voltou a falar sobre as medidas possíveis diante de uma piora do cenário global e mencionou novos cortes de juros e redução do depósito compulsório dos bancos. Usou o pronome "nós", ignorando qualquer separação relevante entre o BC e o comando do Executivo.
Além de comandar a redução dos juros, a presidente da República decidiu também, segundo todas as evidências, afrouxar o regime de metas de inflação. Sem usar essas palavras, o BC admite o fato num relatório trimestral divulgado na semana passada. Pelas projeções publicadas, a inflação acumulada em 12 meses só voltará ao centro do alvo (4,5%) no terceiro trimestre de 2013 - mas essa hipótese, a mais otimista, só aparece num dos três cenários apresentados.
O afrouxamento do combate à inflação será adotado num período de eleições municipais, com salários em alta e sem garantia, além de meras promessas, de efetiva austeridade fiscal. Ao mesmo tempo, o Executivo embarca em políticas protecionistas muito mal disfarçadas, com o pretexto de tornar mais competitivos certos setores da indústria nacional. Medidas efetivas para promover esse aumento de competitividade permanecem na esfera das promessas e de planos muito mal esboçados.
Bons argumentos a favor de uma política monetária mais branda poderiam surgir em breve, com o provável agravamento da crise no mundo rico. O primeiro passo poderia ser a redução do depósito compulsório, para ampliação do crédito. Vendas de dólares, como em 2008, poderiam ser um complemento, em caso de escassez de financiamentos em moeda estrangeira. O BC tomou medidas como essas no início da grande crise, há três anos, e foi muito mais eficiente, na ação imediata, do que o Ministério da Fazenda - ao contrário da versão cultivada no Palácio do Planalto. Mas o governo preferiu agir às pressas, impondo ao BC uma ação arriscada, alimentando a expectativa de inflação e desmontando a credibilidade do regime de metas e da autoridade monetária. Esse retrocesso pode sair muito caro para o País.

A história do "Brasil nação": livros Objetiva-Fundacion Mapfre


Série de livros procura rever a história do "Brasil nação"
Sábado, dia 01 de Outubro de 2011 às 09:40hs
Ao desembarcar no Brasil com a corte portuguesa, em 1808, o príncipe d. João 6º encontrou um mercado interno dinâmico, com taxas expressivas de crescimento de produtos como farinha e charque.
A ideia de autonomia econômica na colônia, decorrente de estudos recentes, contraria a tradicional interpretação de um mercado que só despejava riquezas no exterior.
Ela é defendida pelo sociólogo Jorge Caldeira no ensaio que lhe cabe no primeiro dos seis volumes da série "História do Brasil Nação", que a Objetiva lança de hoje a 2013, dentro de um trabalho continental da Fundación Mapfre.
Sob o nome "América Latina na História Contemporânea", o projeto da instituição espanhola ambiciona traçar de forma acessível e inovadora a trajetória do continente desde as independências locais. Por ora, com o Brasil, dez países já têm suas edições.
"A meta é que seja referência na academia e para o público geral", diz Pablo Jiménez Burillo, idealizador da série.
A direção aqui ficou com Lilia Mortiz Schwarcz, que coordena um dos volumes. Alberto da Costa e Silva, José Murilo de Carvalho, Angela de Castro Gomes, Daniel Aarão Reis, Boris Kossoy e Vladimir Sacchetta dividem-se nas coordenações dos outros volumes, incluindo um iconográfico.
Cada livro abrange algumas décadas e inclui textos de cinco especialistas, divididos entre sociedade, política, internacional, economia e cultura.
Sem notas de rodapé, para não restringir o público. "Temos rica tradição em obras sobre o Brasil escritas por historiadores para público leigo e interessado", destaca Roberto Feith, editor da Objetiva.
Está certo que, nos últimos anos, o interesse maior coube a obras de jornalistas como Laurentino Gomes, que vendeu 1,2 milhão de cópias de seus "1808" e "1822". "Ele mesmo diz que o que faz não é pesquisa, é compilação", diz Lilia, que ressalta o fator coletivo e olhares inovadores entre os diferenciais da coleção.
Inovador até para historiadores da série. Coordenador do volume 1, Alberto da Costa e Silva, por exemplo, não entende como pode o quinto volume, coordenado por Daniel Aarão Reis, chegar até 2010.
"A história começa quando a geração se acaba", argumenta, ao que o colega rebate: "Muitos colegas acham que a história termina no fim do século 18, então toda nossa coleção está sob crítica."

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...