domingo, 18 de dezembro de 2011

BRICS: as palavras correspondem aos fatos?

Os ministros dos BRICS se reuniram, recentemente, e emitiram o  comunicado que vai abaixo.
Interessou-me particularmente este parágrafo, uma vez que, ao comparar o que está escrito com o que vêm praticando, e prometem praticar, os países integrantes do grupo, individualmente, pareceu-me detectar pequenas, talvez grandes, contradições:

Atribuímos grande importância ao papel da OMC na contenção das forças protecionistas. Sob as atuais condições econômicas globais, o comércio internacional desempenha um papel ainda mais crítico no estímulo ao crescimento e desenvolvimento econômicos. Concordamos plenamente que se deve resistir a todas as formas de protecionismo. Ao mesmo tempo, destacamos a necessidade dos países em desenvolvimento de preservar e utilizar, quando necessário, toda sua capacidade de adotar medidas consistentes com as regras da OMC. Sublinhamos também que os subsídios distorcivos ao comércio concedidos pelas economias desenvolvidas, particularmente em agricultura, são uma das formas mais prejudiciais de protecionismo. Esses subsídios geram insegurança alimentar e anulam o potencial de desenvolvimento de um setor fundamental em países que já enfrentam enormes desafios para participar dos fluxos globais de comércio.

Mas deve ser só impressão da minha parte. Errada provavelmente.
Paulo Roberto de Almeida


Declaração dos Ministros de Comércio do BRICS - Genebra, 14 de dezembro de 2011

14/12/2011 -
Nós, os Ministros da África do Sul, do Brasil, da China, da Índia e da Rússia, reunimo-nos em 14 de dezembro de 2011, em Genebra, às vésperas da 8ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em seguimento ao nosso encontro anterior realizado em Sanya, na China, em 13 de abril de 2011, expressamos nossa satisfação com a criação recente de um grupo de contato responsável pela tarefa de propor um quadro institucional e medidas concretas para expandir a cooperação econômica tanto entre os próprios países do BRICS como entre os países do BRICS e todos os países em desenvolvimento, dentro de uma perspectiva Sul-Sul. Observamos que o grupo de contato reuniu-se pela primeira vez em 2 de dezembro de 2011, em Pequim, na China, para dar andamento ao seu trabalho.
Observamos também que a Índia irá sediar a 4ª Reunião de Cúpula do BRICS, em Nova Delhi, em 29 de março de 2012, e que a primeira reunião substantiva dos Ministros de Comércio do BRICS será realizada no dia 28 de março de 2012. Será uma boa oportunidade para fazer uma revisão dos resultados da MC-8 e para definir uma abordagem comum sobre o caminho a seguir.
Reconhecemos o grande potencial de crescimento tanto dos fluxos de comércio entre os países em desenvolvimento como da cooperação em investimentos nas próximas décadas. Acreditamos que os países do BRICS devam desempenhar um papel de liderança na cooperação Sul-Sul. Diante disso, comprometemo-nos a expandir ainda mais os laços econômicos, comerciais e de investimentos entre os nossos países. A expansão e o aprofundamento da cooperação econômica entre os países do BRICS podem não só atender aos nossos interesses comuns como também ajudar a promover o crescimento da economia global. Concordamos que as medidas para fortalecer a cooperação econômica e comercial entre nossos países devem ser adotadas de maneira crescente, proativa e pragmática.
Relembramos ainda que, em Sanya, destacamos nosso compromisso com o regime comercial da OMC e com a Agenda de Desenvolvimento de Doha (DDA).
Nesse contexto, os países do BRICS membros da OMC parabenizam a Rússia, maior economia fora do sistema multilateral de comércio, pela conclusão exitosa do processo de acessão à OMC, e expressam sua expectativa com relação à próxima Conferência Ministerial, para que possam acolher formalmente a Rússia como novo membro. Este será um passo fundamental para fazer da OMC ainda mais representativa e legítima e fortalecer ainda mais o sistema multilateral de comércio.
Expressamos nossa satisfação com a conclusão dos processos de acessão de três outros novos membros da OMC: Montenegro, Samoa e Vanuatu. Saudamos também a aprovação de um novo conjunto de diretrizes para a acessão dos Países de Menor Desenvolvimento Relativo, que irão contribuir para o nosso objetivo comum de alcançar participação universal na OMC.
Ao buscar reforçar as bases do sistema multilateral de comércio, sublinhamos a necessidade premente de aperfeiçoar suas regras e sua estrutura, de modo a dar conta, em particular, das preocupações e interesses dos países em desenvolvimento. A OMC deve manter seu papel central no monitoramento da implementação das disciplinas e compromissos multilaterais de comércio, inclusive na área-chave de solução de controvérsias. A OMC também serve como foro para discussão dos assuntos relativos a comércio que todos os Membros concordam serem relevantes e pertinentes. As funções de negociação da Organização também devem ser preservadas e revigoradas.
Atribuímos grande importância ao papel da OMC na contenção das forças protecionistas. Sob as atuais condições econômicas globais, o comércio internacional desempenha um papel ainda mais crítico no estímulo ao crescimento e desenvolvimento econômicos. Concordamos plenamente que se deve resistir a todas as formas de protecionismo. Ao mesmo tempo, destacamos a necessidade dos países em desenvolvimento de preservar e utilizar, quando necessário, toda sua capacidade de adotar medidas consistentes com as regras da OMC. Sublinhamos também que os subsídios distorcivos ao comércio concedidos pelas economias desenvolvidas, particularmente em agricultura, são uma das formas mais prejudiciais de protecionismo. Esses subsídios geram insegurança alimentar e anulam o potencial de desenvolvimento de um setor fundamental em países que já enfrentam enormes desafios para participar dos fluxos globais de comércio.
Estamos particularmente preocupados com o impasse atual na Rodada de Desenvolvimento de Doha. A despeito dessas circunstâncias, continuaremos totalmente engajados nas negociações com o objetivo de concluir o “single undertaking” dentro do mais breve prazo possível. Enfatizamos que as negociações sobre qualquer componente da DDA devem ser baseadas nos mandatos acordados multilateralmente desde o lançamento da Rodada em 2001 e no equilíbrio delicado das concessões mútuas alcançadas durante os últimos dez anos, que estão também refletidas nas minutas de textos de modalidades de dezembro de 2008. Continuamos dispostos a concluir a Rodada com base naquelas minutas de modalidades.
Concordamos que o impasse nas negociações da DDA não deve desencorajar os membros de buscar resultados em áreas específicas nas quais eles concordam haver possibilidade de progresso. Instruiremos nossos negociadores a se engajar de forma efetiva e construtiva sempre que aquela concordância existir. Esses esforços não devem perder de vista, no entanto, a centralidade do tema do desenvolvimento nos mandatos de Doha. Quaisquer resultados antecipados devem primeiro dar conta de elementos de interesse dos membros mais pobres. Temas de interesse para os países em desenvolvimento e de menor desenvolvimento relativo devem ter prioridade e não estar vinculados a outras áreas. A implementação integral da Declaração Ministerial de Hong Kong relativa à iniciativa “duty-free-quota-free”, bem como assuntos como algodão e agricultura, devem receber prioridade e constituir parte integrante de quaisquer acordos antecipados. Esses esforços devem ser totalmente consistentes com os mandatos existentes e observar os princípios de transparência e inclusão. Neste contexto, não encorajaremos ou apoiaremos abordagens plurilaterais, ou qualquer outra modalidade de negociação que possa comprometer ou enfraquecer a natureza multilateral das negociações.
Recebemos com satisfação as medidas adotadas por nossas agências de cooperação técnica nas áreas especialmente relevantes para os países africanos. Essas medidas complementam as iniciativas adotadas pela OMC e outras organizações internacionais relevantes. Sublinhamos a necessidade de continuar perseguindo e aprimorando iniciativas de ajuda ao comércio que beneficiem nossos parceiros comerciais. A cooperação com as economias do “Cotton-4” é um marco nesta área, e comprometemo-nos a mantê-la e intensificá-la.
A Ministra da Rússia relembra que seu país deverá começar a implementar seus compromissos na OMC em meados de 2012. Ela afirma que, tornando-se um membro pleno da OMC, a Rússia irá participar de maneira construtiva e ativa das negociações da DDA, dada a importância central de um resultado equilibrado da DDA para fortalecer e desenvolver o sistema mundial de comércio.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Eficiencia governamental: documentada desta vez

O governo não precisa de colaboração. Ele pode errar sozinho.
Mas, desta vez, ele terá companhia, para atestar sua fabulosa produtividade.
Merece registro histórico, sem dúvida...
Paulo Roberto de Almeida 

CNM prepara devassa em obras do PAC

 Leandro Mazzini

Opinião e Notícia, 17/12/2011

O objetivo é levar o dossiê ao Planalto e pressionar pela conclusão das obras

onfederação Nacional dos Municípios (CNM) prepara uma lista com todas as obras paradas do Programa de Aceleração do Crescimento, desde o governo Lula e as do governo Dilma Rousseff. Os dados são passados pelos prefeitos filiados – são mais de 4 mil – e fomentados por outros alcaides. O objetivo é levar o dossiê ao Planalto e pressionar por conclusão. A demanda se alia às reivindicações dos parlamentares. Muitas obras são bancadas por emendas que o Palácio está segurando.
No front
Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, tem visitado algumas cidades e catalogado com equipe as obras. Um grupo atua com dados do próprio governo federal.

Integracao Sul-Americana: visao estrategica - Rubens A. Barbosa


Visão estratégica da América do Sul

Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp
O Estado de S.Paulo13 de dezembro de 2011

Com a paralisia das negociações para a ampliação do intercâmbio comercial no Mercosul e na América do Sul, a integração física torna-se uma prioridade para os interesses estratégicos do Brasil na região. Trata-se de setor-chave para a consolidação do projeto geopolítico de integração, que não se deveria restringir apenas às políticas comerciais com vista à eliminação de barreiras tarifárias e não tarifárias.
Desde o princípio do processo de integração regional e, mais recentemente, com a criação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a infraestrutura foi compreendida como elemento essencial ao desenvolvimento socioeconômico do espaço sul-americano. A disponibilidade de uma rede de infraestrutura moderna propiciará aos países da região desenvolvimento socioeconômico e favorecerá o incremento do comércio intrarregional, gerando empregos e riqueza. Além do efeito multiplicador do comércio, a integração física permite a consolidação de nossa soberania - em virtude do maior acesso a áreas territoriais isoladas -, o controle mais eficaz das fronteiras e o combate aos crimes transnacionais.
O Brasil - que tem interesse estratégico não só em ampliar as comunicações e o transporte entre os seus vizinhos, mas também em abrir os portos do Pacífico para o escoamento de seus produtos para o mercado asiático, em especial para a China, nosso primeiro parceiro comercial - deve exercer uma liderança construtiva nessa área. Essa ação deve ser clara não apenas na esfera política, orquestrando o diálogo entre os países sul-americanos, mas também no âmbito financeiro, de forma a oferecer financiamentos para obras nos setores de transporte, energia e saneamento nesses mesmos países.
As linhas oficiais de crédito à exportação do BNDES e do Programa de Financiamento às Exportações (Proex) têm sido instrumentos relevantes para a viabilização de projetos nessas áreas. Desde 2003 o governo brasileiro aprovou garantia de crédito para mais de cem operações de financiamento por meio do Proex e do BNDES, aprovadas ou em fase de aprovação, destinadas a países da América do Sul, e também da América Central e do Caribe, num total de quase US$ 16 bilhões. Nesse expressivo número estão compreendidos não apenas projetos da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (Iirsa), mas também iniciativas bilaterais e multilaterais, definidas segundo as prioridades dos vizinhos. Esses projetos correspondem, na prática, à promoção das exportações de empresas brasileiras de serviços e de bens de maior valor agregado e à geração de empregos e renda no Brasil, assim como nos países receptores dos investimentos.
No plano multilateral, a integração física regional tem sido tratada pelo Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan). O conselho, criado pela Unasul em agosto de 2009 com o objetivo de conferir suporte político de alto nível à discussão política e estratégica sobre a integração regional sul-americana, é composto pelos ministros responsáveis pela matéria em cada país.
Em reunião do Cosiplan no último dia 30, em Brasília, ministros dos 12 países-membros aprovaram uma carteira de 30 projetos de infraestrutura, com investimentos de mais de US$ 17 bilhões, e a implantação de um mega-anel de fibra ótica na América do Sul, além de focalizar a questão do financiamento dessas obras. Pelo menos dez projetos envolvem território brasileiro.
O Brasil exerce a presidência pro tempore do conselho em 2011e uma das principais contribuições do nosso país é a elaboração, em conjunto com todos os países-membros, do Plano de Ação Estratégico para o horizonte 2012-2022 e da Agenda de Projetos Prioritários.
O processo de definição dessa agenda foi iniciado com a revisão dos Eixos de Integração e Desenvolvimento da Iirsa, agora incorporada ao conselho como "foro técnico". Nela constarão os projetos de infraestrutura que, na visão dos países contemplados, sejam emblemáticos para a integração no continente e tenham forte potencial de impulsionar o desenvolvimento econômico e social da região. A agenda terá em conta, igualmente, a conservação histórico-cultural e ambiental das regiões, a proteção das populações indígenas e o equilíbrio dos ecossistemas por onde passarão as obras. Essa nova perspectiva - eixos de desenvolvimento global - altera a concepção, antes predominante na Iirsa, de constituir meros "corredores de exportação" dos produtos da América do Sul para outras regiões.
Um dos grandes desafios que os países da região enfrentam é o de como assegurar o financiamento para a execução dos projetos identificados e como oferecer efetivas garantias. Na Iirsa, o papel de agente financiador coube ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Para a nova carteira, tratando-se de projetos de interesse de vários países, vai ser explorada a possibilidade de cofinanciamento dessas obras, por meio de estruturas que combinem financiamento oficial brasileiro com outras fontes, entidades multilaterais ou agências de financiamento estrangeiras, como o BID, o Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) e a Corporación Andina de Fomento, o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) e mesmo instituições nacionais, como o banco venezuelano Bandes, os argentinos Bice e La Nación e o BNDES.
O Brasil apoiou a inclusão de dois projetos na agenda prioritária: o Corredor Ferroviário Interoceânico, que liga o porto brasileiro de Paranaguá ao porto chileno de Antofagasta, passando pelo Paraguai e pela Argentina, e a construção de uma matriz rodoviária, portuária e energética que una a Guiana e o Suriname ao restante da América do Sul e fortaleça a integração na parte norte do continente.
Caso essas decisões sejam executadas, a integração física regional ganhará nova dimensão política e econômica.

"Putinizando" a historia: ou como ser totalitario abertamente

Nostálgico ou não da finada União Soviética, o que tenta fazer o atual "cônsul" Bonaparte, em versão russa, é simplesmente uma deformação da história real, mas que apenas revela suas tendências inerentemente totalitárias.
Ainda bem que a população russa começa a acordar para a realidade, o que não impedirá, claro, uma espécie de Dezoito Brumário semi-legal, pelas vias eleitorais, mas tornará mais difícil a implantação de uma ditadura aberta.
Paulo Roberto de Almeida

Putin ataca a Gorbachov por desintegración de la URSS

Rússia – BBC – 15/12/2011

El primer ministro ruso, Vladímir Putin, criticó hoy al ex presidente soviético, Mijaíl Gorbachov, por permitir hace 20 años la desintegración de la Unión de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
“Había que luchar por la integridad territorial de nuestro Estado de manera más insistente, consecuente y osada, y no esconder la cabeza bajo la arena, dejando el culo al aire”, dijo Putin, citado por las agencias rusas.
Putin, un reconocido nostálgico del Estado totalitario comunista, considera que “había que haber lanzado a tiempo la reforma económica de la Unión Soviética y fortalecer la reestructuración democrática en el país”.
Y subrayó que la situación en la Rusia de finales de los años 90 del siglo pasado “era mucho más dramática que en los últimos años de la URSS”.
“La economía se hubiera hundido como resultado de la crisis del 98, la esfera social estaba en cero y el Ejército dejó de existir. Y nos topamos con la agresión del terrorismo internacional, el separatismo y estalló una guerra civil. Y Rusia estaba al borde de la desintegración”, dijo.
Putin añadió: “Y ustedes saben lo que yo comencé a hacer para conservar la integridad de la Federación de Rusia”.
Desde las controvertidas elecciones parlamentarias del 4 de diciembre que estuvieron marcadas por las numerosas denuncias de fraude oficialista, Gorbachov ha sido inusualmente crítico con las autoridades rusas.
“El mejor paso por parte de las autoridades sería que presentaran su dimisión”, aseguró Gorbachov en declaraciones a la emisora de radio “Eco de Moscú”.
Además, comentó a la agencia Interfax: “Los dirigentes del país deben admitir que tuvieron lugar numerosas falsificaciones y fraudes, y que los resultados no reflejan la voluntad de los electores”.
Gorbachov ha llamado al Kremlin y el gobierno a aceptar las demandas de anular los resultados electorales y convocar nuevos comicios legislativos, y ha advertido que, en caso contrario, la oposición podría recurrir a métodos no democráticos.
Las repúblicas soviéticas de Rusia, Ucrania y Bielorrusia firmaron el acta de defunción de la URSS al firmar el 8 de diciembre de 1991 el acuerdo de Bielovézhskaya Puscha.
“La Unión de Repúblicas Socialistas Soviéticas ha dejado de existir como sujeto de derecho internacional”, rezaba el documento.
El imperio soviético desapareció definitivamente el 25 de diciembre de 1991, cuando Gorbachov admitió en un discurso por la televisión el fin de la URSS.
Seguidamente, la bandera soviética de la hoz y el martillo fue arriada en el Kremlin y media hora después, izada la tricolor de la Federación de Rusia.

China blindará América Latina da crise europeia, diz Stiglitz (bobagem)

Este Prêmio Nobel parece acreditar que a China mantém uma relação puramente bilateral com a América Latina, esquecendo-se de que se a China entrar em crescimento baixo, por causa da própria europeia, ela não vai conseguir salvar, muito menos blindar, a América Latina.
Distinguidos economistas também poder ser meio cegos.
Paulo Roberto de Almeida


China blindará América Latina da crise europeia, diz Stiglitz

Hugh Bronstein

SANTIAGO - A China provavelmente irá estimular sua economia no ano que vem, elevando sua demanda por commodities latino-americanas e blindando os países da região em relação à crise da dívida europeia, na avaliação do economista Joseph Stiglitz, ganhador do Nobel de Economia.
Pode-se confiar que a China irá usar suas enormes reservas para tentar evitar um declínio econômico, mas a maior ameaça à América Latina vem da reação de austeridade da Europa aos seus problemas financeiros, disse o ex-economista-chefe do Banco Mundial.
A América Latina não só deve sofrer uma redução nas suas exportações para a Europa como também será prejudicada pelo aperto na concessão de crédito pelos bancos espanhóis, que têm forte presença na região. Eventualmente, as filiais latino-americanas desses bancos serão obrigadas a fazer remessas para a matriz.
O banco Santander, por exemplo, tem grande presença no Brasil, maior economia da região, além de ser também o maior banco do Chile.
“A Europa está entrando em recessão, e isso vai abalar a demanda”, disse Stiglitz, conhecido por sua defesa de maiores gastos governamentais em épocas de crise.
“É difícil não ver que esses bancos espanhóis operando no Chile passarão por uma contração. Isso vai exigir uma gestão muito cuidadosa da oferta de crédito”, afirmou.
Desde antes de 2008, quando o estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos espalhou consequências financeiras pelo mundo todo, a América Latina desfruta de um forte crescimento econômico, alimentado parcialmente pelo insaciável apetite chinês por matérias primas.
Mas agora estão surgindo sinais de desaceleração na China, enquanto a Europa luta para encontrar uma solução para o seu excessivo endividamento.
China e Europa são os principais parceiros comerciais de países produtores de commodities, como Argentina, Brasil (ambos ricos em grãos), Venezuela (petróleo) e Chile (cobre).
“Os chineses estão sentados sobre 3 trilhões de dólares em reservas, e quando eles mandam seus bancos emprestarem, eles emprestam”, disse o economista norte-americano.
“Se a economia chinesa precisa de estímulo, eles têm recursos e vontade política para isso. Também, ao contrário dos Estados Unidos, eles não têm metade do país comprometida com uma ideologia que diz que a forma de resolver os problemas é cortar gastos”, afirmou. “Se a economia deles desacelera, eles gastam para continuar andando.”
Apesar do estímulo chinês, disse Stiglitz, as economias latino-americanas “quase certamente” se ressentirão da crise em 2012, o que levará os governos a facilitarem o acesso ao dinheiro.
No caso do Brasil, por exemplo, a presidente Dilma Rousseff declarou na sexta-feira que ainda há bastante margem para cortes nos juros, de forma a estimular a economia frente à fraqueza global.

A privataria petista: ajudando empresas para ajudar-se a si proprio

Esta é especialmente dedicada aos Adesistas Anônimos, que acham que ocorreu uma coisa chamada "privataria tucana", ou seja, a entrega criminosa de patrimônio público a capitalistas privados, por meios escusos e preços baixos, apenas para satisfazer interesses políticos de dilapidação de recursos coletivos.
Não preciso sequer mencionar como estão sendo entregues a capitalistas privados os aeroportos brasileiros, em condições que o TCU julga irregulares, mas que os companheiros farão assim mesmo, pois  sempre existem negócios privados a contemplar...
Paulo Roberto de Almeida

Um filme sobre Margareth Tatcher: a Dama de Ferro


What Would The Iron Lady Do?

Charles Moore

The Wall Street Journal, December 17, 2011

"The Iron Lady" is the name of the new film in which Meryl Streep stars as Margaret Thatcher. You have only to consider the title itself to understand the impact of the person portrayed. It helps explain why, in these hard times, she and her legacy arouse even more interest than they did in the boom era at the end of the 20th century.
Associated Press
Mrs. Thatcher at a Conservative Party Conference in 1982.
First, the word "Lady." Mrs. Thatcher was the first and only woman ever to have led a major British political party, and remains so to this day. She was the first woman prime minister in the English-speaking world and the longest-serving British prime minister of either sex since universal suffrage.
Even in 2011, only one important Western country—Germany—is led by a woman. Whatever the sterling qualities of Chancellor Angela Merkel, one must judge it highly unlikely that she will be the subject of a major feature film 20 years after she retires. Mrs. Thatcher was, in effect, the one and only woman. That unique status still fascinates.

Photos: Margaret Thatcher, Pioneering Politician

Associated Press
Conservative leader Margaret Thatcher arrives at Tory headquarters in London on May 4, 1979, on the threshold of power as Britain's first woman Prime Minister.
And this Lady was first called "Iron" not by her admirers but by her enemies. After becoming leader of the Conservative Party in 1975, Mrs. Thatcher opened a new, controversial front in the Cold War with the Soviet Union. She questioned the then fashionable idea of "detente." Soviet communism, she argued, should not be accommodated. It should be overcome—by repairing the defensive military strength of the NATO alliance and by holding out to the subjugated peoples of the Soviet bloc the promise of Western liberty.
Not many people in the West agreed with her at the time, except one Ronald Reagan, and he was just an ex-governor of California with a dream of running for president.
After Mrs. Thatcher had made a couple of stirring speeches on this theme, the Soviet Red Army newspaper Red Star christened her "The Iron Lady." In doing so, it intended to make a satirical comparison with Otto von Bismarck, the 19th-century "Iron Chancellor" of Germany and to paint her as rigid and harsh.
But Margaret Thatcher immediately saw her opportunity in the insult. There is nothing better than being feared by your opponents. "Iron" means strong. For a woman to be so attacked proved that she had graduated, before she had even become prime minister, into world politics. So she put on her prettiest (red) gown and made a speech embracing her new title. She has been the Iron Lady ever since.
[THATCHERjump]Associated Press
You can almost hear her well-modulated tones calling: 'I told you so.' Here, Mrs. Thatcher in 1987.
After more than 11 years in power, Mrs. Thatcher left office against her wishes (and without electoral defeat) in November 1990, the victim of a coup by members of her own party.
For some time after that, her reputation went into partial eclipse. The fall of the Berlin Wall vindicated her policy toward communism, but it also made her seem obsolete. Although her economic, financial and trade union reforms prepared the ground for the boom years of the late 20th and early 21st century, her style was out.
Gain without pain was the theme of the new generation of politicians like Bill Clinton and Tony Blair. When Mr. Blair first came to power in Britain in 1997, his signature tune was "Things Can Only Get Better."
Optimism had always been part of Mrs. Thatcher's appeal, too, but it was of a more rigorist kind. Gain comes because of pain, she believed. Nothing can be done without personal effort. Hard truths must be told, dragons slain. Hers was the politics of "either/or." As Peter Mandelson, Mr. Blair's chief strategist, liked to put it, theirs was the politics of "both/and."
My policies are based not on some economics theory, but on things I and millions like me were brought up with: an honest day's work for an honest day's pay; live within your means; put by a nest egg for a rainy day; pay your bills on time; support the police.Thatcher in 1981
From 2007, when the credit crunch first loomed, it started to become clear that "both/and" was going bust in the Western world. The beliefs, the style, the leadership of the Iron Lady all began to look relevant once again. People wanted their leaders to confront problems rather than to brush them aside. They began to look for some iron.
And since 2010, as the debt problem gradually mutated from individuals to banks to entire countries, one of Margaret Thatcher's loneliest battles—her effort in the late 1980s to stop the integration of the European Community (subsequently given the grander title of the European Union)—has begun belatedly to win respect.

The euro was planned against her wishes and introduced after she had left the scene. Seventeen of the EU-27 member-states are part of the euro zone. Now some of them—most notably Greece—are plain bust, and many of them are under the threat of lower credit ratings. Last week, the EU leaders met yet again (by one count, there have now been 17 of these crisis summits) to try to rescue the entire system. They seem, judging by market reaction, to have failed once more. You could almost hear the Iron Lady's well-modulated tones calling "I told you so" from the wings.

What did she tell them? In essence, Margaret Thatcher's views about the relationship between money and politics are simple—her critics would say reductive. In 1949, when, as a 23-year-old, unmarried woman, Margaret Roberts was adopted as a Conservative parliamentary candidate for the first time, she said: "In wartime there was a slogan 'It all depends on me.' People seem to have forgotten that, and they think it all depends on the other person."
"Don't be scared by the high language of economists and Cabinet ministers," she went on, "but think of politics at our own household level."

She wasn't scared, and she never really deviated from such doctrines. They acquired great resonance in the 1970s, when inflation and excessive government borrowing and spending had become the norm. Indeed, they won her the general election of 1979. She preached that a household—and, most particularly, the woman who runs its weekly budget—knows that you cannot ultimately spend more than you earn and that you must "provide for a rainy day."
The same mythical housewife, Mrs. Thatcher asserted, also knows that if you do not provide you cannot be certain that anyone else will. Living beyond your means leads to dependency instead of independence, and dependency leads to degradation.
In politics, if you want anything said ask a man. If you want anything done ask a woman.1965
This was as true for nations, Mrs. Thatcher maintained, as for individuals. She was quite sophisticated enough to understand that nations can and sometimes must borrow and spend on a huge scale. She respected the teachings of John Maynard Keynes, while being highly suspicious of the subsequent generations of left-wing "Keynesians."
But she stuck to her household verities. If Britain could better align what it spent and borrowed with what it earned, then the country could trust the native skills of its people to do the rest. It would once again stand tall in the world and make its own decisions.
It would be hard to deny that Mrs. Thatcher succeeded in bringing some of this about. The top rate of income tax was 98% in 1979 and 40% by 1988. In 1979, Britain lost 29.5 million working days to strikes; by 1986, the figure was 1.9 million. When she started, Mrs. Thatcher had to deal with the most deficit-laden nationalized industries in the developed world. When she finished, the idea of privatization had become the most profitable piece of intellectual property ever exported by a politician.

What is also true, however, is that the sternly prudent housewife ushered in an era in which most citizens were much freer to borrow than in the past. She got rid of the cartel of building societies that had rationed the supply of credit to house-buyers in Britain. More people became owners for the first time, but the less happy consequence was that millions of people began to borrow heavily against their houses, leading to a bust shortly after she left office.
In her determination to open markets to the world—five months after coming to power, she abolished all exchange controls on foreign currency—Mrs. Thatcher left an ambiguous legacy. In 1986, her "Big Bang" in the City of London abolished the commission system for stockbrokers and broke up the old City club. The prohibition of proprietary trading went. The separation between commercial and investment banks ceased. Foreign banks, notably American ones, moved in. What everyone now hates and fears as "casino banking" could not have happened without these changes.
Watch a clip from 'The Iron Lady,' a new film about the life of Margaret Thatcher, starring Meryl Streep. Clip courtesy of Weinstein Co. (link)
Many accused her of promoting the greed that she personally deplored. The veteran British commentator Sir Peregrine Worsthorne encapsulated this critique of Mrs. Thatcher with vivid unkindness. She set out, he said, to reform her country in the image of her father (a hard-working, puritanical Methodist grocer) and ended up creating a country in the image of her son (a wheeler-dealer who pleaded guilty in South Africa in 2005 to charges related to helping finance an abortive mercenary coup in Equatorial Guinea).

It might be fairer to say that the West today is suffering from welcoming the sunny side of Thatcherism while forgetting its minatory aspects. Tony Blair and Gordon Brown took on board the ideas that markets matter, that foreign investment should be welcomed, that people should be allowed to get rich. This was new ground for a socialist party. But they ignored Mrs. Thatcher's eternal vigilance, her dislike of public spending, her obsession with personal discipline, her belief that you cannot, ultimately, avoid paying your bills.

The same happened across Europe. Even countries like Germany and France, which love to criticize the "Anglo-Saxon" culture of speculation, threw risk to the winds. Their banks lent so dangerously that today the entire Continent is cracking under the strain. The euro zone that they constructed only pretended that its "convergence criteria" for budget deficits and national debt had been met by all entrants.

There was never a solution to the problem of a one-size-fits-all currency with a common interest rate trying to yoke together radically different economies. There was never an answer to the question: "Is there a lender of last resort?" Now the initial flaws in construction are undermining the whole building.

On all of this, Mrs. Thatcher was brave and prescient. In 1988, her famous Bruges Speech, excoriated by all European leaders, warned of Europe's becoming "a narrow-minded, inward-looking club…ossified by endless regulation." To her, Europe was much wider than the EU. It included all the countries of the east, then struggling to throw off communism. Her pro-Americanism came to the fore. She spoke of "that Atlantic community—that Europe on both sides of the Atlantic—which is our noblest inheritance and our greatest strength."

Her most controversial remark was her attack on both statism and super-statism: "We have not successfully rolled back the frontiers of the state in Britain, only to see them reimposed at a European level with a European super-state exercising a new dominance from Brussels." She was fiercely opposed to European economic and monetary union.
Last week's summit in Brussels took place exactly 20 years after the Maastricht Treaty, by which the EU agreed to establish a single currency (with Britain securing an opt-out). Today, the answer in Brussels to the problems caused by centralization is to centralize some more.
This time, Britain, led by David Cameron, was so worried that it went further than Mrs. Thatcher ever did and vetoed a new EU Treaty. But the other member states will find a way around this. What is needed, Europe's leaders say, is a fiscal union. Even as the structure totters, its designers are trying to build it higher.

There are reasons why Margaret Thatcher's views on Europe, powerful as they were, failed at the time. She had become unpopular at home. Her criticisms of European policy were sometimes expressed in anti-German tones that made people suspect her motives. Above all, she seemed to be swimming against the tide of history. The wall had fallen. Germany was reunited. The old nationalisms had been conquered, people said. "Europe" had triumphed, and all of us, east and west, would now live happily together in "our common European home."
To me, consensus seems to be the process of abandoning all beliefs, principles, values and policies in search of something in which no one believes, butto which no one objects.1981
In his speech resigning from the cabinet in 1990, by which he toppled Mrs. Thatcher as Conservative Party leader and prime minister, her former close ally Geoffrey Howe accused her, in her obsession with preserving the British nation-state, of living "in a ghetto of sentimentality about our past."
It does not look quite like that now. Indeed, it was Mrs. Thatcher herself, a couple of years after she left office, who identified the problem with European construction. It was, she said, "infused with the spirit of yesterday's future." It made the "central intellectual mistake" of assuming that "the model for future government was that of a centralized bureaucracy." As she concluded, "The day of the artificially constructed megastate is gone."
There is precious little sign that today's European leaders want to listen to what Mrs. Thatcher said. The manic building of a continental megastate continues apace. But Margaret Thatcher's legacy will never be one of elite consensus. As the Western world sinks deeper into obfuscation, it is her habit of tackling the hard bit of every question that continues to look good and to seem more relevant than ever.
Mr. Moore is the former editor of the Daily Telegraph, where he is now a columnist. His authorized biography of Margaret Thatcher will not appear in her lifetime.

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