quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ministerio da Pesca em Aguas Turvas (ou: criando piranhas no cerrado central)

Está certo que um governicho, como esse que aí está, escolha os piores elementos para serem ministros de qualquer coisa, para fazerem qualquer coisa, sobretudo atuando em causa própria, partidária e pessoalmente, menos para o bem do Brasil, claro (o que é isso, mesmo?).
Está certo que os companheiros no poder se aliem com qualquer cupincha disposto a vender meia dúzia de votos no Congresso pelo mais alto preço do mercado; eles pagam e acham que fizeram um bom negócio, para si mesmos e para o partido, menos para o bem do Brasil, claro (ainda tem algum sentido perguntar?).
Está certo que a alcatéia que circula em volta dos favos de mel esteja disposta a qualquer negócio, pois a alma não é pequena, quando a recompensa compensa, se é que vocês me entendem, tudo em causa própria, menos para o bem do Brasil (esse gajo me irrita com essas perguntas, não acham?).
Mas, como se diz, perguntar não ofende? 


Precisava ofender tanto assim a nossa inteligência?
Precisava zombar da nossa paciência?
Precisava tripudiar impunemente sobre nossas agruras?
Precisávamos de bandidos da teologia da prosperidade?
Paulo Roberto de Almeida 



Reinaldo Azevedo, 29/02/2012

Hora de entender a notícia, que hora tão feliz! Esses posts sempre acabam demorando um tantinho porque requerem pesquisa no arquivo do próprio blog etc. Mas acho que vale a pena. A memória e a história são duas das coisas que nos distinguem dos bichos.
O governo anunciou que o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), bispo da Igreja Universal e sobrinho de Edir Macedo, que é dono da igreja e da Rede Record, é o novo ministro da Pesca. Faz sentido: é cantor gospel e já fez um curso de engenharia. É tão habilitado para cuidar da pasta quanto Ideli Salvatti e Luiz Sérgio, os dois que o antecederam.
O Ministério da Pesca poderia ser considerado um símbolo da eficiência petista. Segundo o IBGE, quando a pasta foi criada, em 2003, o superávit do setor pesqueiro era de US$ 222.804.451. No ano seguinte, esse saldo positivo já havia caído para US$ 175.330.847. Depois foi para US$ 103.576.102… Em 2006, começou o déficit, que foi crescendo, até chegar ao resultado negativo de US$ 757.169.796 em 2010. Viram? O PT não brinca em serviço. Se quiserem detalhes sobre essa involução, cliquem aqui.  Se vocês lerem o texto a que remete o link, verão que o crescimento da pesca extrativa foi ridículo e que houve QUEDA na produção de organismos marinhos cultivados. Ministério pra quê? Ora, para abrigar aliados. NOTA À MARGEM: o Ministério da Pesca é aquele onde a então ministra Dilma Rousseff empregou a mulher do terrorista Olivério Medina — e em Brasília! Agora que as Farc decidiram pôr um fim a seqüestro de civis (ao menos prometem), o jeito é seqüestrar tubarão no Lago Paranoá.


EUA viraram pais do Terceiro Mundo: Air Force adota procedimentos bolivarianos...

Sem comentários, mas os argumentos dos americanos são, além de primários, ofensivos até para a inteligência de um bolivariano...
VEJA Online, 28/02/2012

A Força Aérea dos Estados Unidos informou nesta terça-feira que cancelará o contrato de 355 milhões de dólares com a Embraer para fornecimento de 20 aviões Super Tucano, citando “problemas com a documentação”. O negócio, que deve ser interrompido, seria o primeiro contrato da fabricante brasileira com a Defesa americana.
De acordo com a Força Aérea, a licitação, que havia sido contestada na Justiça do país pela americana Hawker Beechcraft, será refeita. A fabricante dos EUA entrou com ação judicial em janeiro após sua aeronave, a AT-6, ser excluída da competição. Com a disputa judicial, o processo de aquisição havia sido suspenso.
“Apesar de buscarmos a perfeição, nem sempre atingimos nosso objetivo. Por isso, temos de adotar medidas de correção”, disse o secretário da Força Aérea, Michael Donley, em comunicado. “Uma vez que a compra ainda está em litígio, somente posso dizer que o principal executivo de aquisições da Força Aérea, David Van Buren, não está satisfeito com a qualidade da documentação que definiu o vencedor.” Sem entrar em detalhes, o porta-voz do órgão afirmou que o comandante da área de materiais da Força Aérea dos Estados Unidos, Donald Hoffman, ordenou uma investigação sobre o caso.
O contrato, anunciado no final de 2011, provocou resistências nos Estado Unidos, principalmente no estado do Kansas, onde fica a sede da Hawker. Congressistas da região cogitaram entrar com um pedido de investigação internacional para apurar eventual subsídio do Brasil à Embraer. A avaliação dos americanos é que um contrato deste porte, em um setor tão sensível e num momento de crise econômica no país, não poderia ficar com uma companhia estrangeira.
(…)
Embraer contesta
A fabricante de aeronaves Embraer divulgou nesta terça-feira nota em que rebate os argumentos da Força Aérea americana que fundamentaram a decisão de cancelar um contrato de 355 milhões de dólares para aquisição de 20 aviões Super Tucano. A companhia brasileira lamentou a decisão e disse que não desistirá do negócio. “A Embraer permanece firme em seu propósito de oferecer a melhor solução para a Força Aérea dos Estados Unidos e aguardará mais esclarecimentos sobre o assunto para (…) decidir os próximos passos”, afirma no documento.
De acordo com a Força Aérea americana, a licitação foi cancelada por insatisfação com a “qualidade da documentação que definiu o vencedor”. . A Embraer contesta a justificativa apresentada. Diz que participou - junto com sua parceira nos Estados Unidos, a Sierra Nevada Corporation (SNC) - do processo de seleção para o projeto Light Air Support (LAS) disponibilizando, sem exceção e no prazo acordado, toda a documentação requerida. A licitação será refeita.
O processo já se encontrava suspenso porque a fabricante Hawker Beechcraft, baseada no estado do Kansas, havia entrado com ação na Justiça do país, em janeiro, após sua aeronave, a AT-6, ser excluída da competição vencida pela Embraer.
A companhia brasileira garante que a decisão a favor do Super Tucano, divulgada em 30 de dezembro, foi uma escolha pelo melhor produto. O desempenho da aeronave, segundo a Embraer, foi atestado e mostrou-se capaz de atender com maior eficiência às demandas apresentadas pela Força Aérea dos Estados Unidos.

Cumprimentos aos bissextos... e reencontro em 4 anos...

Minhas congratulações (e inveja) a todos aqueles que comemoram qualquer coisa neste dia 29 de fevereiro: nascimento, casamento, formatura, enfim, qualquer coisa num dia como este, pois eles são duplamente privilegiados: ou comemoram com os amigos e familiares duas vezes, a cada ano (no dia 28 ou no dia 1 de março), sua festa, ou então só fazem aniversário a cada 4 anos, o que sempre pode ajudar os que não desejam envelhecer rapidamente...ou naturalmente.


Em todo caso, quem trabalha, neste dia 29, já pensou em pedir uma jornada extra ao patrão?
Finalmente, todos os cálculos de produtividade, de custos trabalhistas, de folhas salariais e previdenciárias, são calculados sobre a a base de um ano = 365 dias.
E nos anos bissextos, como fazemos?
Trabalhamos de graça???
Não! 
Está criado o movimento pelo pagamento extra do dia 29 de fevereiro a cada quatro anos.
Vou fazer greve até ser remunerado por este dia grátis de trabalho...
Paulo Roberto de Almeida 

Pequenas e grandes tragedias nacionais (e diplomaticas)

Interessante relato sobre as agruras dos acreanos, em meio a inundações e secas. A força das águas é talvez superior à vontade dos homens de corrigir esses problemas.
Interessante que ele se refere ao presidente Morales e sua famosa frase sobre a compra do Acre pelos brasileiros -- que teria sido o preço de um cavalo, exatamente (a ver nos anúncios de venda de cavalos da época, o preço de um bem proporcionado) -- mas não fala da ajuda que o governo brasileiro está dando aos bolivianos atingidos pelas inundações, e da não ajuda que o governo federal dá aos acreanos...
Paulo Roberto de Almeida

O dilúvio e a seca

Se São Paulo, a maior cidade do Brasil, tivesse sido fundada às margens do rio Acre e não do Tietê/Pinheiros, neste momento pelo menos quatro milhões dos seus 11 milhões de habitantes estariam fora das suas casas ou tendo que conviver com a água dentro delas. Seria uma tragédia de dimensão internacional.
Rio Branco está vivendo quase em silêncio — e com pouco interesse nacional ou mesmo regional — essa situação. As águas do rio Acre quase se nivelaram ao recorde da cheia de 1997. A diferença é insignificante: um centímetro.
Com um agravante inédito: em agosto do ano passado o rio sofreu a sua seca mais crítica. A lâmina d'água era de 1,57 metros, bem abaixo da menor marca até então, a da grande seca amazônica de 2005, quando o nível ainda foi a 1,64 metros.
De agosto de 2011 até dois dias atrás o crescimento do rio Acre foi de mais de 10 vezes: chegou a 17,65 metros. Subiu, portanto, 16 metros (o equivalente a um prédio de cinco andares), espraiando-se por grande parte do perímetro urbano e causando todo tipo de prejuízo.
Quase 15% da cidade ficaram às escuras, o que significaria deixar mais de um milhão e meio de paulistanos sem luz por dias seguidos para evitar acidentes com fios eletrificados, que costumam matar os desatentos.
Os efeitos são ainda mais sentidos porque a capital abriga quase metade dos 750 mil habitantes do Acre e a maior parcela da riqueza do Estado, dois terços dela baseadas em serviços.
Mas o Acre está muito longe do foco da opinião pública brasileira para que a gravidade da cheia possa sensibilizar e mobilizar a solidariedade nacional — menos ainda, a oficial.
Se os brasileiros não sabem o que acontece do outro lado do país, os que lá estão nem sempre costumam estar próximos para a ajuda. Os recursos designados pelo governo local equiparam-se ao que foi gasto no carnaval, quando, literalmente, as águas rolaram.
O Acre responde por 0,2% do PIB brasileiro. E só é brasileiro há pouco mais de um século. Em 1904 o barão do Rio Branco, patrono da diplomacia verde-amarela, comprou os 252 mil quilômetros quadrados que pertenciam à Bolívia para encerrar a guerra liderada pelo gaúcho Plácido de Castro pela emancipação desse território, que já era brasileiro de fato.
O Acre é tão longínquo que o presidente Evo Morales se concedeu o direito de ironizar a pacificação da zona conflagrada feita pelo barão, o primeiro dos grandes e ainda o maior diplomata do Brasil. Disse que compramos o Acre pelo preço de um cavalo, ou menos.
O governo brasileiro não contestou o humor negro do presidente Morales, que violentou todas as versões do fato histórico. Parece que os falsos estadistas de hoje consideram que ficar o Acre não foi um bom negócio;
Não foi pouca terra como pode parecer a que compramos. O Acre se tornou o 16º maior Estado brasileiro, com 11 unidades federativas abaixo de sua grandeza física, o Distrito Federal no meio.
Mas sua população é menos de 0,4% da soma dos brasileiros e sua riqueza, a metade desse valor. Ou seja: do físico ao econômico, passando pelo social, o Acre cai na hierarquia de valores. Quase sai da lista.
Torna-se um produto exótico quando se constata que são muitos os que conhecem Chico Mendes e Marina Silva, sem atentar, contudo, para o contexto que lhes deu origem. Sabem deles sem entendê-los.
É a marca da relação da metrópole com a colônia, do centro com a periferia. O que conta é o polo dominante. O resto é derivativo. That's all folk, como apregoa a abertura das fitas de desenho animado do Pica-Pau.
Ir — em menos de um ano — de um extremo de estiagem a outro extremo de inundação dá uma medida do que é a Amazônia, região configurada pela maior bacia hidrográfica do planeta. O elemento definidor dessa paisagem é a água. Não "a água" genericamente falando, como cenário decorativo. É a água enquanto protagonista. É assim há milênios. Mas pode deixar de ser assim.
Não que a transformação seja súbita ou possa ser prontamente diagnosticada com o surgimento de acontecimentos excepcionais, como sendo hecatombes e dilúvios.
Para minimizar a cheia acreana atual alguém lembrou que as tropas de Plácido de Castro atravessaram o rio Acre a cavalo, em algum ponto onde agora está Rio Branco (o rio Branco, aliás, fica no outro extremo da Amazônia, em Roraima, banhando Boa Vista, a confundir ainda mais os estudantes de geografia e história).
É verdade: outras cheias ou secas monumentais já existiram antes. O que parece novo é a frequência com que elas estão se repetindo, amiudando-se. Pode não ser uma catástrofe inevitável, mas certamente será uma catástrofe se os sinais de alerta forem ignorados.
A maioria das cidades surgiu à beira de um rio. Mas na Amazônia a dimensão da hidrografia requer atenção especial. Qualquer mudança mais significativa deve ser considerada e bem estudada para que o homem se adapte da melhor maneira à natureza.
Não tem sido esta a regra de procedimento. Muito pelo contrário: o homem segue seu caminho, na busca de novas fontes de riqueza, e vai mudando o que encontra pelo caminho. Acaba com as indispensáveis matas ciliares (que serão podadas ainda mais pelo pretendido novo Código anti-Florestal), dá fim à proteção vegetal das encostas, troca a densa mata nativa por precária pastagem — e assim segue a cornucópia da destruição.
Na Amazônia (e na Terra em geral) há o efeito bumerangue. Se lança-se a agressão, ela retornará contra quem a lançou. Os desmatamentos indiscriminados terão eco. É só acompanhar seu rastro.
As cheias começaram neste ano mais cedo. Não apenas no Acre: em toda a Amazônia. Um observador superficial pode contrapor outro fato a esse: também o refluxo começou mais cedo, já que o rio Acre apresentou ligeira baixa nos últimos dois dias.
Esse movimento, porém, pode ser ilusório. Ele antecede um novo movimento de enchimento. Por isso os moradores das áreas atingidas pela subida e descida das águas, que tem ciclo semestral no interior da região, ficam atentos e apreensivos. É muito cedo para comemorar.
Na Amazônia de vastas distâncias e grandezas continentais, a natureza ainda é a personagem principal. Mesmo que seja para desfazer, em muito menos tempo, o que fez durante largos períodos, quando o homem não era a hipótese em que se tornou. Improvável, aliás.

Como agem os companheiros... (como sempre agiram, ora essa!)

Quando na oposição, destrua e se oponha a qualquer posição dos adversários, mesmo contra os interesses do Brasil e da sociedade, apenas para satanizar o "inimigo de classe" e prejudicar o trabalho de reformas e de lenta melhoria das condições sociais.
Quando no governo, aja no sentido contrário ao que fazia na oposição, e mantenha a mesma cara de pau e a mesma desfaçatez na mentira que sempre exibiu em qualquer circunstância.
Em qualquer hipótese, minta, fraude, trapaceie, pois os objetivos partidários são mais importantes do que os interesses nacionais.
Paulo Roberto de Almeida
PS.: Não creio que algum companheiro a soldo, algum AA (adesista anônimo) consiga contestar o que vai acima. Enfim, só mentindo, claro, o que é próprio do seu caráter...


A lei do piso do magistério, que Tarso Genro repele, foi assinada pelo próprio Tarso em 2008

A lei federal que criou o piso nacional do magistério, que o governador Tarso Genro diz agora que não vai cumprir, a lei 11.738, foi assinada pelo próprio Tarso Genro no dia 16 de julho de 2008.

. É só ler no link os nomes das autoridades listadas, encabeçada por Lula.

. O então ministro de Lula e do PT, o segundo signatário, queria e conseguiu emparedar governadores como Yeda Crusius, do RS, intrigando-a e incompatibilizando-a com os professores e a opinião pública gaúcha, porque sabia que ela repeliria o presente de urso por total impossibilidade de pagar o novo piso nacional. Esta reação favoreceu-o mas urnas. Sua reação de agora, igual a de Yeda na época, demonstra que houve estelionato eleitoral em 2010 no RS.

CLIQUE AQUI para ler a lei federal e examinar a lista de signatários


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Petrobras engorda e fica autoritaria...

Combina com os companheiros:


Petrobras informa que a Assembleia Geral Extraordinária, realizada hoje (28/02/2012), às 15 horas, no auditório do Edifício-Sede da Companhia, na Avenida República do Chile 65, 1º andar, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), deliberou e aprovou o seguinte:

I. Reforma do Estatuto Social da Companhia, para aumentar o número de membros da Diretoria Executiva, de um Presidente e seis Diretores, para um Presidente e sete Diretores, de acordo com as seguintes propostas:

(1) Alterar a redação do caput do artigo 20 do Estatuto Social, para aumentar o número de membros da Diretoria Executiva de um Presidente e seis Diretores para um Presidente e sete Diretores; e

(2) Alterar o parágrafo único do artigo 36 do Estatuto Social, para dispor que em caso de empate em deliberação da Diretoria Executiva, seu Presidente tem o voto de qualidade, substituindo a expressão “poderá exercer”, pelo termo “terá”.

Ah, les folies des campagnes presidentielles... en France, bien sur

Vejamos se eu entendi direito, mas vou consultar a página do candidato socialista, para ter maiores explicações: 



'EXCESSIVE WEALTH' 
If the Socialist Party's candidate wins the current presidential election in France, the country's highest earners may be faced with massive new taxes. Francois Hollande says he wants to introduce a wealth tax of 75 percent on income of over 1 million euros per year.



Perguntar não ofende: então o pobre do milionário francês que ganhar 1.000.001 euros durante o ano (depois que for aprovada esta justíssima medida de redistribuição social, claro), vai deixar exatamente 750.000,75 euros para o Office des Impôts?
E se ele sonegar dois euros e ficar só com 999.999 euros? Pagaria quanto?
Paulo Roberto de Almeida 



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Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...