Vocês vão me perdoar, mas eu estou tão impressionado, mas TÃO IMPRESSIONADO, com o caso dos militantes racistas que pretendem obrigar uma simples artesã, e feirista, a vender pelo mesmo preço bonecas brancas e bonecas negras que ela mesma faz, e vende, que me lembrei de um antigo texto que fiz sobre uma obra paralela do grande medievista italiano (já falecido) Carlo Maria Cipolla sobre as leis fundamentais da estupidez humana, que li nesta edição francesa:
Allegro ma non troppo: Les lois fondamentales de la stupidité humaine (Paris: Balland 1992).
Quem quiser saber mais sobre o livro e ler no original, pode ir neste link:
http://www.italianisticabl.eu/cipolla.pdf
O meu texto está neste link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=117
Mas o que isso representa senão a estupidez humana (ou de alguns humanos, pelo menos)? Com efeito, segundo Cipolla, a pessoa estúpida é aquela "que causa um dano a outra pessoa ou a um grupo de pessoas, sem que disso resulte alguma vantagem para si, ou podendo até vir a sofrer um prejuízo".
Creio que estamos em face deste caso, e me permito, uma terceira vez, postar aqui esta notícia absolutamente estúpida sobre um dos casos mais estúpidos que já me foram dados contemplar neste meu longo itinerário ao lado de outros humanos (alguns eu não escolheria, mas enfim).
Vejam vocês a matéria, que já postei aqui a título de racismo, depois a título de mentalidade fascista, e que agora posto uma terceira vez a título da simples estupidez cipolliana.
Apresento aqui o link da minha segunda postagem. Talvez faça uma quarta ou quinta, pois o assunto é tão surreal que eu me pergunto se o Brasil não está involuindo como sociedade, deixando de ser alegre e tolerante, para virar ridiculamente, tristemente fascista:
http://diplomatizzando.blogspot.fr/2012/04/o-fascismo-em-construcao-no-brasil.html
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Erros historicos da diplomacia brasileira - Marcelo Coutinho
Erraram, de novo!
Marcelo Coutinho
O Globo, 30/03/2012
Marcelo Coutinho
O Globo, 30/03/2012
O Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira, pôs em prática há mais de 100 anos uma política externa em direção aos EUA. Fazia todo sentido à época, já que a Europa aos poucos perdia poder econômico. Nada melhor naquele momento do que ampliar a cooperação com Washington. Começamos, então, a nos tornar parte de um arranjo pan-americano, que bem mais tarde daria origem à OEA.
Algo semelhante ocorre hoje. Seguindo os fluxos do comércio internacional e pressentindo mudanças, o Itamaraty promove uma aproximação maior com a China. O governo chegou a modificar a nossa identidade latino-americana em favor de outra ainda em construção em torno dos Brics, mais vinculada à Ásia, adotando uma política basicamente de prestígio.
Há similaridades entre a política do Barão e a atual. Queremos ser vistos como uma fonte de estabilidade na América do Sul, e até o Acre voltou a ser uma questão, agora com os haitianos imigrantes. Mas, enquanto no início do século XX estabelecemos relações especiais com a potência em ascensão para que ela não interferisse em assuntos do nosso interesse, recentemente contribuímos para a entrada dos negócios asiáticos na América Latina, o que acabou enfraquecendo nossas exportações industriais.
Saíram a Doutrina Monroe e o Corolário Roosevelt, entrou a primazia de Xangai. A latino-americanização e o universalismo de um tipo de política adotada a partir dos anos 1960 (política externa independente e pragmatismo responsável), em certa contraposição ao legado do Barão, mantêm-se apenas no discurso de membros do atual governo. Na verdade, voltamos a concentrar relações ao centro do sistema.
Em 1912, mais de 90% do que exportávamos para os EUA eram produtos básicos como café, borracha, algodão e açúcar, e comprávamos deles 80% de manufaturados e 20% de alimentos. Tornou-se o nosso maior mercado externo. Atualmente, o parceiro mudou, mas não os pesos relativos. 90% do que compramos dos chineses são manufaturas e 10% de alimentos, enquanto mais de 90% do que vendemos a eles são commodities como minério de ferro, soja e petróleo. Agora, como na Velha República, a inserção da economia brasileira no mundo dá-se mediante bens com baixíssimo valor agregado.
É importante salientar ainda o impressionante crescimento da dependência do Brasil em relação à China, talvez até superior em relação aos EUA cem anos atrás. 28% das exportações brasileiras iam para o vizinho do Norte no início do século XX, quando havia menos de 60 países independentes. 14% das nossas exportações já vão agora para a China, embora existam quase 200 nações. Em termos relativos ao tamanho da comunidade internacional, surpreende muito mais a importância chinesa.
Após a morte do Barão, não demoraria muito para que os EUA se transformassem também em nosso maior credor internacional. Antes era a Inglaterra quem mais nos emprestava dinheiro, normalmente para suportar o serviço da dívida e possibilitar compras externas. A relação Brasil-China segue o mesmo caminho. Os investimentos de Pequim aqui são com vistas ao seu próprio abastecimento, numa política conhecida dos antigos colonizadores.
Observa-se, no entanto, uma distinção fundamental. Diferentemente da era Paranhos Júnior, hoje ocorre um processo de desindustrialização. Quando o Brasil trocou o Reino Unido pelos Estados Unidos, trocou seis por meia dúzia em relação econômica. Primários exportadores éramos e continuamos até os anos 1950. Mas, quando o governo substitui os EUA pela China e Índia, ajuda a derrubar a indústria nacional.
No passado, como hoje, o Brasil se via muito bem posicionado internacionalmente, tão bem a ponto de se candidatar a um assento permanente no extinto Conselho Executivo da Liga das Nações. Após jactâncias diplomáticas, o Brasil ficou de fora do principal órgão decisório do mundo durante o governo Arthur Bernardes (1922-1926). O chanceler Feliz Pacheco tinha a convicção de que o Brasil, então membro rotativo, estava à altura das grandes potências.
O mesmo erro de percepção atingiu o Itamaraty de novo. O Brasil não tem condições neste momento de competir comercialmente nem mesmo com o México. Dizer que a China depende do Brasil é como afirmar que os europeus dependiam de nós para a provisão de banha de porco na Primeira Guerra. Os chineses precisam dos nossos recursos naturais como precisamos do dinheiro deles. Isso se chama desigualdade, e não interdependência. Uma diferença que um século depois do Barão não pode ser simplesmente apagada.
Concurso do Itamaraty: o CESPE hors concours (1)
Bem, com a ajuda dos leitores deste blog, parece que vou ter de abrir uma seção toda ela dedicada aos erros do CESPE, no exame geral de início do concurso de seleção para a carreira de diplomata, especialmente voltada, mas não exclusivamente, para os erros de Português, como estes exemplos que me envia um leitor:
Fora os erros supramencionados, houve erros de português grosseiros, que demonstram a falta de revisão. No enunciado da questão 8, o nome da autora está "ClariSSe Lispector". Na questão 61, um das questões diz "Sabendo-se que a função de serviços administrativos de determinado órgão público exiJe um computador para cada funcionário..." Lamentavelmente, o nível exigido dos candidatos está superior àqueles que redigem a prova. Uma falta de respeito!
Eu me pergunto o que fazem os professores do CESPE -- ou seja UnB -- que elaboram as provas, o que fazem os professores revisores, e o que fazem os diplomatas, supostamente revisores dos revisores, e aqueles que, por último, têm o dever de verificar a prova antes que ela seja aplicada.
Ou seja, o erro que prejudicou tantos candidatos derivava de algo absolutamente estúpido: a inversão de letras na folha de resposta (ou na própria prova impressa, não tenho certeza agora). Mas o que estamos falando aqui são exemplos de erros primários.
E eu ainda não entrei nas bobagens substantivas, ou politicamente motivadas...
Paulo Roberto de Almeida
O fascismo em construcao no Brasil: mentalidades fascistas
O assunto é tão absurdo, tão monstruoso, tão ridiculamente fascista, que eu me permito colocá-lo aqui uma vez mais, para que leitores sensatos, inteligentes, como os que frequentam estas páginas (ops, estes posts), se dêem conta de como isso representa, além do absurdo de pretenderem revogar a lei da oferta e da procura, além da violência anticonstitucional que significaria obrigar uma artesã, e um comerciante privado, a fixarem preços ao bel prazer de militantes racistas, uma mentalidade finalmente FASCISTA, que é a de pretender obrigar pessoas normais a terem tal tipo de comportamento.
Não sei se vocês se dão conta de como isto representa, sim, um grão de fascismo embutido na mente de pessoas potencialmente totalitárias.
Aqui vai o conjunto da obra:
Não sei se vocês se dão conta de como isto representa, sim, um grão de fascismo embutido na mente de pessoas potencialmente totalitárias.
Aqui vai o conjunto da obra:
QUARTA-FEIRA, 4 DE ABRIL DE 2012
Militantes Negros querem revogar a lei da oferta e da procura
Eu às vezes me pergunto se é só estupidez, mesmo, ou se é racismo puro, entranhado na mente desses militantes da causa negra, que pretendem obrigar comerciantes privados -- não necessariamente formados em altas escolas de comércio ou em cursos de administração, mas que devem ter algum instinto de mercado -- a fixarem preços administrados, segundo sua concepção idiota de valores econômicos, em patamares que eles julgam serem politicamente aceitáveis, mas que não são, provavelmente, economicamente realistas.
Certas pessoas acham que pelo fato de as bonecas "serem praticamente iguais", elas deveriam ter o mesmo preço: elas querem eliminar as preferências dos consumidores e o direito dos comerciantes realizarem um lucro maior sobre a procura dos clientes, o que é humanamente compreensível (menos para certos energúmenos).
Elas querem fazer o MP obrigar os comerciantes a "igualar os preços" das bonecas.
Mas a minha sugestão é melhor: os comerciantes deveriam cobrar mais caro pelas bonecas negras, pois assim os militantes da causa receberiam a distinção -- embora duvidosa econômicamente -- de terem "suas" bonecas mais "valorizadas".
Não é uma solução perfeita para um problema perfeitamente estúpido?
Em todo caso, creio que o Brasil está se encaminhando para uma dupla trajetória muito triste: crescente estupidez nacional e racismo explícito, ao contrário.
Paulo Roberto de Almeida
Certas pessoas acham que pelo fato de as bonecas "serem praticamente iguais", elas deveriam ter o mesmo preço: elas querem eliminar as preferências dos consumidores e o direito dos comerciantes realizarem um lucro maior sobre a procura dos clientes, o que é humanamente compreensível (menos para certos energúmenos).
Elas querem fazer o MP obrigar os comerciantes a "igualar os preços" das bonecas.
Mas a minha sugestão é melhor: os comerciantes deveriam cobrar mais caro pelas bonecas negras, pois assim os militantes da causa receberiam a distinção -- embora duvidosa econômicamente -- de terem "suas" bonecas mais "valorizadas".
Não é uma solução perfeita para um problema perfeitamente estúpido?
Em todo caso, creio que o Brasil está se encaminhando para uma dupla trajetória muito triste: crescente estupidez nacional e racismo explícito, ao contrário.
Paulo Roberto de Almeida
Conselho vai investigar caso de bonecas em feira
O Globo, 3/04/2012
Entidade pode recorrer ao MP se artesã não igualar preços de brancas e negras em Ipanema
RIO - O Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine) enviará três representantes à Feira Hippie de Ipanema, no domingo, para checar a diferença de preço entre bonecas de pano negras e brancas. Como noticiou na terça-feira Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO, uma barraca cobra R$ 85 pelas brancas e R$ 65 pelas negras, embora as duas sejam praticamente iguais.
Presidente da entidade, Paulo Roberto dos Santos disse que os conselheiros tentarão conseguir com a dona da barraca uma explicação para a diferença de preços. Se os argumentos não forem convincentes, e se a proprietária se recusar a rever os valores, o conselho poderá encaminhar ao Ministério Público uma denúncia de discriminação:
— Nós resolvemos que, antes de qualquer atitude, vamos lá no domingo ver de perto essa situação, se tem a ver com algum preconceito. E vamos, primeiramente, convencer a pessoa a tratar com isonomia, com igualdade (brancas e negras). Se ela se recusar, vamos fazer uma denúncia formal ao Ministério Público e procurar a Defensoria Pública — disse Paulo.
A decisão de ir à feira foi tomada em reunião do Cedine, à qual estiveram presentes representantes do Conselho de Entidades Negras do Interior do Estado do Rio e da Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio.
Leia mais sobre esse assunto emhttp://oglobo.globo.com/rio/conselho-vai-investigar-caso-de-bonecas-em-feira-4488810#ixzz1r7sut7YM
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Estupidezes linguisticas: quando procuradores se convertem em policiais da lingua...
Esta crônica abaixo é bem humorada, e provavelmente mais eficiente no desmantelamento do policiamento linguístico do politicamente correto insuportável que invade hoje todas as esferas públicas, do que meus impropérios habituais, chamando de idiotas consumados todos esses candidatos a censores do idioma que só conseguem ser inquisidores estúpidos de assuntos absolutamente banais...
Em todo caso, como já alertei várias vezes, assusta-me viver num país em que nos descobrimos cercados de idiotas por todos os lados, e que, pior, gastam o nosso dinheiro com causas perfeitamente estúpidas...
Paulo Roberto de Almeida
Em todo caso, como já alertei várias vezes, assusta-me viver num país em que nos descobrimos cercados de idiotas por todos os lados, e que, pior, gastam o nosso dinheiro com causas perfeitamente estúpidas...
Paulo Roberto de Almeida
Carta aberta a um procurador da República
Uma pequena contribuição ao procurador na sua árdua tarefa de retirar da língua portuguesa todas as expressões que possam ser consideradas ofensivas
José Augusto Carvalho*
CONGRESSO EM FOCO | 03/04/2012
Senhor procurador,
Escrevo-lhe esta carta porque soube que o Sr. entrou com ação na Justiça requerendo a imediata retirada de circulação, suspensão de tiragem, venda e distribuição do dicionário Houaiss, porque no verbete “cigano” há acepções ao seu ver carregadas de preconceito ou xenofobia, apesar da informação explícita no dicionário de que tais acepções são pejorativas. Para o Sr., o texto do verbete afronta a Constituição Federal e pode ser considerado racismo. É para ajudá-lo nessa importante tarefa de cortar as afrontas linguísticas à Constituição da República que lhe escrevo esta carta aberta, na esperança de que ela lhe chegue às mãos.
Há, na língua portuguesa e consequentemente nos dicionários, outros verbetes racistas e preconceituosos que afrontam nossa Carta Magna, como “judiar”, “judiaria”, “judiação”, uma verdadeira apologia ao antissemitismo. Portanto deve-se igualmente requerer que a Justiça mande suprimir do Houaiss e de tantos outros dicionários também o verbo “denegrir” que é um acinte aos afrodescendentes por sua significação pejorativa. Por que o luto tem de ser preto? Envie-se então uma mensagem ao Congresso Nacional para que faça uma lei que proíba a cor negra para o luto. Mande-se retirar também dos dicionários o verbete “mulato”, que se origina do nome “mula” e é uma ofensa também aos que têm a cor da Gabriela de Jorge Amado. Aliás, também deve ser eliminada dos dicionários a expressão “eminência parda”, por sua conotação negativa que agride os que são pardos.
Seria bom também retirar do dicionário o verbete “esquimó”. Na língua do povo mongólico que habita as regiões geladas da Groenlândia, Canadá e Alasca, a palavra “esquimó” significa “comedor de carne crua”, o que é altamente ofensivo para esse povo que prefere ser chamado de “inuit”, que quer dizer “povo”. Os esquimós, digo, os inuits, também merecem o nosso respeito, embora morem longe do Brasil.
Por que não mandar suprimir todos os palavrões dos dicionários? Imagine-se um adolescente ou uma criança que, ao abrir o Houaiss ou o Aurélio, encontre um palavrão desses cabeludos que fariam enrubescer uma freira de pedra. Trata-se de pornografia explícita que deve ser extirpada.
Aliás, por que as notas musicais pretas são de menor valor que as brancas? Trata-se de racismo velado, já que uma semifusa, por exemplo, toda pretinha, vale bem menos que uma semibreve, toda branquinha. Mande-se, portanto, tirar o negrume das notas musicais e apreender todas as partituras, de Bach a Villa-Lobos, por exemplo, porque todas contêm notas pretas de menor valor que as notas brancas.
Mande-se suprimir nos livros de Física a expressão “buraco negro”, e de todos os dicionários expressões como “magia negra”, “humor negro”, “ver as coisas pretas”, todas com conotações altamente ofensivas à raça que tanto fez pelo progresso de nossa Terra.
Aliás, por que não mandar recolher todas as gramáticas da língua que ensinam que a concordância nominal se faz no masculino, mesmo que haja um único homem entre milhões de mulheres? Trata-se de uma agressão às mulheres não prevista na Lei Maria da Penha.
Como vê, Sr. Procurador, sua tarefa é extremamente árdua. Haveria outras coisas a dizer, como o preconceito contra a raça branca, encontradiço também nos dicionários, pois passar a noite em claro, dar um branco (quando se perde momentaneamente a memória), arma branca, casamento branco, elefante branco, greve branca, intervenção branca, versos brancos, escravatura branca, viúva branca, ditadura branca, e outras mais, são expressões que devem ser abolidas por sua conotação pejorativa, nitidamente racista.
Se de todo for impossível acabar de vez com os dicionários e livros científicos, cuja função é exatamente a de informar e ensinar sem preconceitos, só lhe resta uma solução, dada a dificuldade de cumprir a missão de salvar a língua portuguesa e a cultura brasileira dos preconceitos e afrontas à Lei Maior: desista dessa ação.
Um abraço fraterno do José Augusto Carvalho
*Mestre em Linguística pela Unicamp e Doutor em Letras pela USP
Militantes Negros querem revogar a lei da oferta e da procura
Eu às vezes me pergunto se é só estupidez, mesmo, ou se é racismo puro, entranhado na mente desses militantes da causa negra, que pretendem obrigar comerciantes privados -- não necessariamente formados em altas escolas de comércio ou em cursos de administração, mas que devem ter algum instinto de mercado -- a fixarem preços administrados, segundo sua concepção idiota de valores econômicos, em patamares que eles julgam serem politicamente aceitáveis, mas que não são, provavelmente, economicamente realistas.
Certas pessoas acham que pelo fato de as bonecas "serem praticamente iguais", elas deveriam ter o mesmo preço: elas querem eliminar as preferências dos consumidores e o direito dos comerciantes realizarem um lucro maior sobre a procura dos clientes, o que é humanamente compreensível (menos para certos energúmenos).
Elas querem fazer o MP obrigar os comerciantes a "igualar os preços" das bonecas.
Mas a minha sugestão é melhor: os comerciantes deveriam cobrar mais caro pelas bonecas negras, pois assim os militantes da causa receberiam a distinção -- embora duvidosa econômicamente -- de terem "suas" bonecas mais "valorizadas".
Não é uma solução perfeita para um problema perfeitamente estúpido?
Em todo caso, creio que o Brasil está se encaminhando para uma dupla trajetória muito triste: crescente estupidez nacional e racismo explícito, ao contrário.
Paulo Roberto de Almeida
Certas pessoas acham que pelo fato de as bonecas "serem praticamente iguais", elas deveriam ter o mesmo preço: elas querem eliminar as preferências dos consumidores e o direito dos comerciantes realizarem um lucro maior sobre a procura dos clientes, o que é humanamente compreensível (menos para certos energúmenos).
Elas querem fazer o MP obrigar os comerciantes a "igualar os preços" das bonecas.
Mas a minha sugestão é melhor: os comerciantes deveriam cobrar mais caro pelas bonecas negras, pois assim os militantes da causa receberiam a distinção -- embora duvidosa econômicamente -- de terem "suas" bonecas mais "valorizadas".
Não é uma solução perfeita para um problema perfeitamente estúpido?
Em todo caso, creio que o Brasil está se encaminhando para uma dupla trajetória muito triste: crescente estupidez nacional e racismo explícito, ao contrário.
Paulo Roberto de Almeida
Conselho vai investigar caso de bonecas em feira
O Globo, 3/04/2012
Entidade pode recorrer ao MP se artesã não igualar preços de brancas e negras em Ipanema
RIO - O Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine) enviará três representantes à Feira Hippie de Ipanema, no domingo, para checar a diferença de preço entre bonecas de pano negras e brancas. Como noticiou na terça-feira Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO, uma barraca cobra R$ 85 pelas brancas e R$ 65 pelas negras, embora as duas sejam praticamente iguais.
Presidente da entidade, Paulo Roberto dos Santos disse que os conselheiros tentarão conseguir com a dona da barraca uma explicação para a diferença de preços. Se os argumentos não forem convincentes, e se a proprietária se recusar a rever os valores, o conselho poderá encaminhar ao Ministério Público uma denúncia de discriminação:
— Nós resolvemos que, antes de qualquer atitude, vamos lá no domingo ver de perto essa situação, se tem a ver com algum preconceito. E vamos, primeiramente, convencer a pessoa a tratar com isonomia, com igualdade (brancas e negras). Se ela se recusar, vamos fazer uma denúncia formal ao Ministério Público e procurar a Defensoria Pública — disse Paulo.
A decisão de ir à feira foi tomada em reunião do Cedine, à qual estiveram presentes representantes do Conselho de Entidades Negras do Interior do Estado do Rio e da Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/conselho-vai-investigar-caso-de-bonecas-em-feira-4488810#ixzz1r7sut7YM
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Ainda falando de livros: Carlos Zafon - O Jogo do Anjo
O Jogo do Anjo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Jogo do anjo (em espanhol El Juego del Ángel) é um livro lançado em 2008,escrito pelo espanhol Carlos Ruiz Zafón.
[editar]Sinopse
Um escritor nunca esquece a primeira vez em que aceita algumas moedas ou um elogio em troca de uma história. Nunca esquece a primeira vez em que sente o doce veneno da vaidade no sangue e começa a acreditar que, se conseguir disfarçar sua falta de talento, o sonho da literatura será capaz de garantir um teto sobre sua cabeça, um prato quente no final do dia e aquilo que mais deseja: seu nome impresso num miserável pedaço de papel que certamente vai viver mais do que ele. Um escritor está condenado a recordar esse momento porque, a partir daí, ele está perdido e sua alma já tem um preço.
Assim começa O Jogo do Anjo, livro em que o catalão Carlos Ruiz Zafón explora novos ângulos da cidade onde ambientou A Sombra do Vento, sucesso que já ultrapassou a marca dos 10 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo desde o seu lançamento, em 2001.
Maior lançamento do mercado editorial espanhol de 2008, O Jogo do Anjo chegou às livrarias do país com uma tiragem recorde de mais de um milhão de exemplares. No Brasil, primeiro país a publicar uma tradução do romance, o livro sai pelo selo Suma de Letras com tiragem inicial de 80 mil exemplares. Já lançado na Argentina, Chile, Colômbia e México, a obra figura no topo das listas de livros mais vendidos desses países.
Enquanto guia seus leitores por cenários familiares, como a pequena livraria Sempere e Filhos e o mágico Cemitério dos Livros Esquecidos, Zafón constrói uma história que mistura o amor pelos livros, a paixão e a amizade. O autor conta que se permitiu brincar com o formato da obra, que combina diferentes estilos: “O Jogo do Anjo é, a meu ver, uma história de mistério e romance que, como a A Sombra do Vento, explora e combina numerosos gêneros, técnicas e registros. É novamente uma história de livros, de quem os faz, de quem os lê e de quem vive com eles, através deles e até contra eles. É uma história de amor, amizade e, em alguns momentos, sobre o lado obscuro de cada um de nós. Pelo menos essa é minha ambição, oferecer ao leitor uma experiência intensa e convidá-lo ao jogo da literatura.”
O protagonista e narrador do romance é David Martín, um jovem escritor que vive em Barcelona na década de 20. Aos 28 anos, desiludido no amor e na vida profissional e gravemente doente, o escritor David vive sozinha sozinho num casarão em ruínas. É quando surge Andreas Corelli, um estrangeiro que se diz editor de livros. Sua origem exata é um mistério, mas sua fala é suave e sedutora. Ele promete a David muito dinheiro, e sua simples aparição parece devolver a saúde ao escritor. Contudo, o que ele pede em troca não é pouco. E o preço real dessa encomenda é o que David precisará descobrir.
O Jogo do Anjo traz alguns dos personagens de A Sombra do Vento. No entanto, de acordo com o autor, o livro não é uma continuação de sua obra anterior, mas sim uma segunda investida em uma narrativa “centrada em um mesmo universo literário. É como uma caixinha chinesa, um labirinto de ficção em que há quatro portas de entrada”.
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